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1. Qual a crítica feita por Nietzsche a moral judaico-cristã-ocidental? Para Nietzsche, a civilização judaico-cristã-ocidental atrofiou o poder dos instintos humanos (individualidade e espontaneidade), mortificou e anulou o corpo e os sentidos ao anunciar a razão como única fonte da verdade, assim como aprofundou a desconfiança em relação a esses instintos, acelerando a “domesticação” do ser humano. Assim, ele afirma que as religiões impõem valores humanos como sendo produtos da vontade de Deus, com promessas de uma vida voltada para o além, e, com isso, se tornando uma forma de dominação. Segundo ele, o cristianismo inverte os antigos valores, como por exemplo o que era considerado bom (coragem, força, contestar) passou a ser característica de alguém mau. Essa inversão, se tornando regra para a sociedade, também atrofia a natureza humana, enfraquecendo as pessoas. 2. O que Nietzsche entende como a Moral dos Escravos? A Moral dos Escravos (com a palavra “escravo” no sentido psicológico, e não social) seria uma subjugação dos instintos pela razão, estabelecendo um sistema de juízo em que o bem e o mal são valores metafísicos transcendentes, independentes da vida. Isso enfraqueceria a potência humana, pois nega os valores vitais (criatividade e coragem, por exemplo) e resulta na passividade. Além disso, também nega a alegria da vida com a noção de culpa e não deixa que os homens realizem tudo o que a natureza humana tem a capacidade de realizar. Portanto, a moral de escravos é a moral dos fracos, daqueles que não conseguem ser senhores de suas próprias ações. Caracteriza-se pelo ódio dos impotentes, pelo ressentimento, e é decorrente de uma filosofia que rompeu com o equilíbrio entre a razão (apolíneo) e as forças instintivas (dionisíaco), juntamente com o cristianismo que promete soluções transcendentes, subjugando ainda mais o homem e o fazendo escravo. 3. Segundo Nietzsche como chega-se a condição de um Super-Homem? O que substitui a Moral dos Escravos é a Moral dos Senhores: uma trasvaloração de todos os valores, uma moralidade que faz o indivíduo ir em direção ao “além do homem escravo da moral”, pois o homem é algo que deve ser superado e o indivíduo possui a potência para fazer isso. Esse seria o primeiro passo para se tornar um super-homem: homem criativo, com orgulho, autonomia e autoafirmação. Porém, apenas os espíritos mais refinados superam essa cultura do medo e do ressentimento, se tornando o “além-homem”. No livro “Assim Falou Zaratustra”, o personagem principal, o profeta, superou a si mesmo e todas as dificuldades de seu caminho. Zaratustra seria esse homem superior, emancipado de todo ressentimento, de toda culpa, de toda negação, que assume plenamente o sentido da vida em todas as suas formas e a justifica inclusive no que ela tem de mais ambíguo e de mais assustador. Livre de espírito e de coração, sua felicidade está em vencer a si mesmo. 4. O que seria o Dasein de Heidegger? Dasein, o “ser-aí”, é uma forma de existência (autêntica) que se contrapõe ao Dasman (inautêntica). A existência autêntica é um projetar-se no tempo, sempre em direção ao futuro, lançando-se continuamente às possibilidades sempre renovadas. Segundo ele, o ser humano possui uma especificidade no seu existir, é um ente para o qual o seu próprio ser está constantemente em jogo por não ser algo definido, mas algo que se define num projeto sempre retornado e remontado que guia a sua vida (um projeto de vida, realização, busca). Portanto, o homem é um ser inacabado e sua essência confunde-se com seu existir ao tentar se “acabar” (como homem projeto), pois a essência do homem é sua própria existência, e o existir é um estar no mundo e no tempo. O Dasein não é um ser estático, mas sim sempre em movimento e construção conforme existe. 5. Segundo Heidegger o que gera a Angústia no ser humano? Por ter vivido em um período cheio de guerras e conflitos mundiais, Heidegger trata muito sobre a morte, a angústia, o medo e o tempo. Para ele, o “Dasein” é um ser no tempo, um constante projetar-se no futuro (que o revela como possível realizador da própria história). O homem transforma sua existência em um projeto que só terminará com a própria morte. A morte pode despertar dois sentimentos distintos: o medo e a angústia. O medo faz o sujeito viver na impropriedade, sem ter um sentido atribuído, deixa para que as circunstâncias o atribua, se alienando de si mesmo. A angústia causa o efeito contrário: ela mostra a inospitalidade do mundo, revela uma compreensão do próprio morrer, que é singular. Ela seria a causa de viver na propriedade, na possibilidade de ser “você mesmo”. Assim, a angústia seria a tensão entre o que o indivíduo é e o que poderá vir a ser nesse projetar-se.
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