Buscar

redação

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

"Cidadania de papel" é um termo cunhado pelo escritor paulista Gilberto Dimenstein, que diz respeito à existência de direitos na teoria (Constituição), os quais não ocorrem, de fato, na prática. Sob essa ótica, no Brasil, apesar de ser evidente o crescimento do ensino a distância, tal modalidade não é democrática e homogenia, como previsto constitucionalmente. Assim, é lícito dizer que esse empasse está vinculado não só à desigualdade social — que é enorme no país —, mas também à ineficácia do Estado na solução desse infortúnio. Dessarte, urge a adoção de estratégia para reverter esse panorama.
A priori, é imperioso destacar que a desigualdade histórica brasileira apresenta íntima relação com a existência desse cenário. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do filósofo Jean-Jacques Rousseau, no qual ele conceitua que na medida em que o Estado se isenta da garantia dos direitos do cidadão, há um descumprimento do contrato social elaborado junto a sociedade. Dessa maneira, essa insuficiência do aparato institucional no atendimento às demandas da nação não só contribui para o descaso com a coletividade, mas também transgride um bem assegurado na Constituição: o acesso à educação.
Outrossim, é imperativo pontuar que o ingresso desta, não obstante de sua modalidade, é fundamental no combate à alienação dos cidadãos. Conforme o filósofo Pierre Lévy, toda tecnologia cria seus excluídos, de fato, a população de baixa renda é mantida excluída no que diz respeito à tecnologia do "EAD". Nessa linha de raciocínio, a educação a distância pode promover efeitos conscientizadores e a compreensão da vida em sociedade e das relações humanas, mas no Brasil, pelas más gestões governamentais, indivíduos carentes estarão em demasia distantes do acesso definitivo e de qualidade a essa tecnologia. Consequentemente, a desigualdade socio-econômica torna-se um fator de exclusão no meio em pauta. 
Depreende-se, portanto, a necessidade de atitudes capazes de mitigar a problemática supracitada. Para tanto, cabe ao Congresso Nacional, através de elaborações de emendas constitucionais e atos normativos com força de lei, reduzir a taxa na qual os contribuintes de alta renda engendram deduções fiscais, a fim de que a condição de acesso desigual aos benefícios do "EAD" possa ser atenuada. Ademais, é imprescindível impor um pequeno imposto sobre as transações do mercado financeiro e aumentar o financiamento do IRS para fechar a "lacuna fiscal", garantindo uma menor sustentação da desigualdade socio-economica brasileira. A partir dessas intervenções, será possível democratizar o acesso à educação, como previsto pela constituição, da mesma forma que a “cidadania de papel”, presente no Estado brasileiro, seja eximido.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando