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ARTIGO PERCEPÇÃO E FORMA CORPORAL

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Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 27-35, jan./abr. 2005 
 
PERCEPÇÃO DE TAMANHO E FORMA CORPORAL DE MULHERES: ESTUDO 
EXPLORATÓRIO 
Graziela Aparecida Nogueira de Almeida* 
José Ernesto dos Santos# 
Sonia Regina Pasian¶ 
Sonia Regina Loureiroæ 
RESUMO. Objetivou-se investigar, através da Escala de Desenhos de Silhuetas, a percepção de tamanho e forma corporal de 
150 mulheres, divididas com base no índice de massa corporal (IMC) em cinco grupos: não-obesidade, sobrepeso e obesidade 
graus I, II e III. As escolhas foram classificadas em representações de tamanho e forma corporal normal, real e ideal. 
Evidenciou-se que as escolhas de homem e mulher de tamanhos normais, nos cinco grupos, foram associadas a representações 
de baixo peso. Na auto-avaliação de tamanho e forma corporal real, notou-se ampla distribuição de escolhas, sendo que, com 
exceção do grupo com sobrepeso, a maioria das mulheres dos demais grupos fez escolhas compatíveis com seu IMC. O 
tamanho e forma corporal ideal foram associados a figuras representativas de baixo peso. Os dados apontam para a relevância 
das diferenças entre adequação da percepção real e ideal, sinalizando a direção das dificuldades relativas à autopercepção 
corporal. 
Palavras-chave: imagem corporal, obesidade, auto-avaliação. 
PERCEPTIONS OF BODY SHAPE AND SIZE IN WOMEN: 
 AN EXPLORATORY STUDY 
ABSTRACT. The objective of the present study was to investigate women’s size and shape body perception using the Nine-
figure Outline Scale. A total of 150 women were divided into five groups according to body mass index (BMI): non-obese, 
overweight and grade I, II and III obese women. The options were classified in representations of normal, real and ideal body 
size and shape. It was evident that the men and women’s choice for normal sizes, in the five groups, were predominantly 
connected to the representation of low body weight. In the self-assessment of the real body size and shape, it was noticed a 
broad distribution of choices, although with the exception of the pre-obesity group, the majority of women from the other 
groups made compatible choices with their BMI. The ideal body size and shape was associated with representative figures of 
low body weight. The data indicate the relevance of the differences between the adequacy of real and ideal perception, 
pointing at the difficulties related to body self-perception. 
Key words: body image, obesity, self-assessment. 
 
* Psicóloga do Centro de Cirurgia Bariátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e 
Doutora em Ciências, Área: Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP. 
# Médico, Professor Associado do Departamento de Clínica Médica - Área: Nutrologia, do Hospital das Clínicas da Faculdade de 
Medicina de Ribeirão Preto da USP. 
¶ Psicóloga, Doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da USP, Professora Doutora da Faculdade de Medicina de 
Ribeirão Preto da USP. 
æ Psicóloga, Doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da USP, Professora Doutora da Faculdade de Medicina de 
Ribeirão Preto da USP. 
O excesso de peso corporal é uma condição que 
sempre acompanhou a história da humanidade. Para 
avaliação de quantidade de tecido adiposo já foram 
propostos diversos critérios antropométricos. Dentre 
os critérios utilizados, o índice de massa corporal 
(IMC), que se baseia na correlação matemática 
Peso/Altura², tem sido considerado um dos mais úteis 
pela World Health Organization - WHO (1997). De 
acordo com este critério, segundo a WHO, o excesso 
de peso em adultos pode ser classificado como 
28 Almeida e cols. 
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 27-35, jan./abr. 2005 
sobrepeso (IMC entre 25 e 29.9 kg/m²), obesidade 
grau I (IMC entre 30.0 e 34.9 kg/m²), obesidade grau 
II (IMC entre 35.0 e 39.9 kg/m²) e obesidade grau III 
(IMC > 40.0 kg/m²). Caracterizam-se, assim, as 
diversas classes de peso tendo por referência o índice 
de massa corporal relativo ao que se considera faixa 
de normalidade para peso e altura incluído na faixa de 
18,5 e 24,9 kg/m². 
O sobrepeso e a obesidade têm sido entendidos 
como o resultado da conjunção de inúmeros fatores, a 
saber: genéticos, físicos, psíquicos, ambientais, familiares 
e comportamentais, que podem coexistir, favorecendo 
tanto sua gênese quanto sua manutenção. Além disso, a 
obesidade propriamente dita tem sido vista como um 
transtorno clínico, crônico, responsável por mortes 
prematuras e morbidade de milhões de pessoas (Fontaine, 
Barofsky & Cheskin, 1997; McIntyre, 1998). De uma 
forma geral, ela vem sendo definida como uma doença 
resultante do acúmulo anormal ou excessivo de gordura 
sob a forma de tecido adiposo, de forma que possa 
resultar em prejuízos diversos à saúde (World Health 
Organization, 1997). 
A preocupação com tais prejuízos tem incluído 
também os aspectos psicológicos associados à obesidade, 
como, por exemplo, aqueles relacionados à imagem 
corporal. O termo imagem corporal refere-se, segundo 
Slade (1988), a uma ilustração que se tem na mente 
acerca do tamanho, imagem e forma do corpo, como 
também aos sentimentos relacionados a essas 
características bem como às partes que o constituem. 
Assim, a imagem corporal envolve diversos fatores que 
se inter-relacionam, como os emocionais, de atitude e 
também perceptuais. 
Inúmeros estudos têm buscado investigar e 
avaliar a imagem corporal por meio de diferentes 
instrumentos de avaliação. De uma forma geral, 
esses instrumentos podem ser divididos em duas 
categorias: avaliação subjetiva - que investiga os 
sentimentos e as atitudes em relação ao corpo - e 
avaliação perceptual - que aborda aspectos relativos 
à precisão da percepção do tamanho e da forma 
corporal. Dentre os instrumentos que se ocupam de 
investigar os aspectos mais subjetivos encontram-se 
questionários e escalas, como, por exemplo, o 
Questionário Multidimensional de Relações Eu-
Corpo, validado no Brasil por Ferreira e Leite 
(2002) ou a Escala de Auto-imagem, adaptada para 
a realidade brasileira por Gouveia, Singelis e 
Coelho (2002). Já entre os instrumentos que 
buscam investigar os aspectos perceptuais da 
imagem corporal encontram-se, principalmente, as 
escalas de silhuetas ou fotografias, como a 
desenvolvida por Stunkard, Sorensen e Schulsinger 
(1983). 
Alguns fatores podem predispor uma pessoa 
obesa a desenvolver um transtorno da imagem 
corporal. Slade (1994) considerou que a imagem 
corporal pode ser influenciada por uma série de 
fatores, como a idade de início da obesidade, 
presença de transtorno emocional, influência social 
através da avaliação negativa ou depreciativa do 
outro, história de mudanças e flutuações do peso, 
entre outros. Aqui também não se pode deixar de 
levar em conta os aspectos socioculturais, que 
podem influir no desenvolvimento da auto-imagem 
corporal e dos transtornos a ela associados. 
Historicamente, as culturas tendem a 
estigmatizar traços ou comportamentos que sejam 
considerados negativos ou desviantes. Sob esta 
perspectiva, a percepção do tamanho corporal vem 
sendo associada a fortes valores culturais. Os 
corpos grandes e arredondados em dados períodos 
foram considerados sinais de opulência e poder, 
tendo, assim, uma valorização positiva, em 
contraste com a desvalorização e cobrança que 
marcaram as últimas décadas, tendentes a valorizar 
corpos esbeltos e esguios. Nesse sentido, a 
obesidade tem sido considerada uma condição 
estigmatizada pela sociedade e associada a 
características negativas, favorecendo 
discriminações e sentimentos de insatisfação 
(Gittelsohn e cols., 1996; Segal Isaacson, 1996; 
Sarwer, Wadden & Foster, 1998). A insatisfação 
com o corpo tem sido, freqüentemente, associada à 
discrepância entre a percepção e o desejo relativo a 
um tamanho e a uma forma corporal. 
Além disso, as normas socioculturais têm 
perpetuadoo estereótipo da associação entre 
magreza e atributos positivos, principalmente entre 
as mulheres (Friedman & Brownell, 1995; Ogden 
& Evans, 1996; Paul & Brownell, 2001). Para as 
mulheres, o desejo de melhorar a aparência física, 
diminuir o descontentamento com o corpo e deixar 
de ser alvo de discriminações, segundo Foster, 
Wadden e Vogt (1997) e Leonhard e Barry (1998), 
parecem se constituir nas principais motivações 
para a mudança quanto ao tamanho e à forma 
corporal. Neste sentido, a busca por tratamentos 
para redução de peso, além de ser uma necessidade 
de saúde física, guarda também necessidades 
psíquicas e sociais. 
Neste contexto, o presente estudo objetivou 
investigar, em um amplo contínuo de classes de 
peso, a percepção de mulheres quanto ao tamanho e 
Percepção de tamanho e forma corporal 29 
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 27-35, jan./abr. 2005 
à forma corporal normal, real e ideal, por meio da 
Escala de Desenhos de Silhuetas - Nine-figure 
Outline Scale (Stunkard, Sorensen & Schulsinger, 
1983). 
MÉTODO 
Participantes 
Foram estudadas 150 mulheres, atendidas por 
diferentes serviços de saúde ambulatoriais da cidade 
de Ribeirão Preto, São Paulo, ou da região 
administrativa coberta pela DIR 18. As participantes 
foram incluídas de acordo com o critério de índice de 
massa corporal (IMC). A exclusão de participantes se 
deu considerando-se as seguintes condições: 
submissão à cirurgia de restrição gástrica como forma 
de tratamento para a obesidade, presença de retardo 
mental ou transtorno psiquiátrico grave. Foram 
divididas em cinco grupos: não obesidade (IMC médio 
de 22,4kg/m²), sobrepeso (IMC médio de 27,2 kg/m²), 
obesidade grau I (IMC médio de 31,5 kg/m²), grau II 
(IMC médio de 37,1 kg/m²) e grau III (IMC médio de 
48 kg/m²). A caracterização das participantes é 
apresentada na Tabela 1. 
Tabela 1. Caracterização das Mulheres Participantes em 
cada um dos Cinco Grupos Estudados, Quanto à Idade, 
Escolaridade e Índice de Massa Corporal (IMC) 
Características 
Grupo 1 
NO 
Grupo 2 
SP 
Grupo 3 
OI 
Grupo 4 
OII 
Grupo 5 
OIII 
Idade 
20 a 29 6 6 6 6 6 
30 a 39 9 9 9 9 9 
40 a 49 9 9 9 9 9 
50 a 60 6 6 6 6 6 
Escolaridade 
1º grau 10 10 10 10 10 
2º grau 10 10 10 10 10 
3º grau 10 10 10 10 10 
IMC 
18,5 - 24,9 30 -- -- -- -- 
25,0 - 29,9 -- 30 -- -- -- 
30,0 - 34,9 -- -- 30 -- -- 
35,0 - 39,9 -- -- -- 30 -- 
> 40 -- -- -- -- 30 
IMC médio 22,44 
(+ 1,61) 
27,20 
(+ 1,47) 
31,54 
(+ 1,46) 
37,12 
(+ 1,49) 
48,02 
(+ 7,75) 
NO – não-obesidade; SP – sobrepeso ;OI - obesidade grau I; OII - obesidade grau II; 
OIII - obesidade grau III 
 
O perfil das participantes mostra que os cinco 
grupos são comparáveis em termos de idade e 
escolaridade e diferentes em termos de índice de 
massa corporal, o que foi tomado como critério 
essencial para a inclusão nos grupos. 
Materiais e instrumentos 
Foram utilizados os materiais e instrumentos 
descritos a seguir: 
a) balança de precisão e fita métrica, com o objetivo 
de aferir peso e altura das participantes; 
b) entrevista semi-estruturada, desenvolvida de 
acordo com os objetivos da pesquisa, utilizada 
como fonte complementar de informações (para a 
finalidade deste estudo, utilizar-se-ão apenas os 
dados demográficos; 
c) Escala de Desenhos de Silhuetas (Nine-Figure 
Outline Scale; Stunkard, Sorensen & Schulsinger, 
1983)1, com a finalidade de avaliar a percepção de 
tamanho e forma corporal. A escala consiste de 
um conjunto de dezoito cartões, contendo nove 
desenhos de silhuetas femininas e nove 
masculinas, que representam figuras humanas com 
nove variações em ordem crescente de tamanho 
corporal. Cada cartão dispõe de uma numeração a 
qual corresponde a uma classe de IMC, assim 
definida: cartões 1 e 2 = não obesidade; 3 = 
sobrepeso; 4 e 5 = obesidade grau I; 6 e 7 = 
obesidade grau II; 8 e 9 = obesidade grau III. 
Procedimento 
Coleta de dados 
Os instrumentos foram aplicados 
individualmente pela primeira autora (psicóloga) ou 
por auxiliares de pesquisa (estudantes de psicologia 
treinadas), as quais contribuíram com o processo de 
coleta dos dados. Procurou-se manter um ambiente 
adequado quanto à privacidade e iluminação para a 
aplicação dos instrumentos, obedecendo-se ao 
seguinte planejamento: 
• 1º passo: medida antropométrica - aferição do peso 
e altura das participantes, a fim de se calcular o 
índice de massa corporal e, conseqüentemente, 
introduzi-las em seu respectivo grupo de classe de 
peso, a saber: não obesidade (NO), sobrepeso (SP), 
obesidade grau I (OI), obesidade grau II (OII) e 
obesidade grau III (OIII); 
• 2º passo: aplicação da Escala de Desenhos de 
Silhuetas. Após a disposição aleatória dos 18 
cartões sobre a mesa, solicitou-se às 
participantes que fizessem escolhas frente às 
cinco assertivas propostas, uma de cada vez, 
como se segue: 
 
1 A utilização do material foi autorizada pelo autor, que 
enviou os originais para a aplicação (Anexo A). 
30 Almeida e cols. 
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 27-35, jan./abr. 2005 
� Escolha uma figura que represente um homem 
de tamanho normal; 
� Escolha uma figura que represente uma mulher 
de tamanho normal; 
� Escolha uma figura que represente o seu 
próprio tamanho; 
� Escolha uma figura que represente um tamanho 
que você acredita que pode alcançar se quiser 
mudar o seu peso; 
� Escolha uma figura que represente um tamanho 
que, na verdade, você gostaria de ter. 
A cada escolha realizada, o respectivo cartão 
novamente era disposto sobre a mesa, de forma 
aleatória, procedendo-se à apresentação da assertiva 
seguinte na seqüência já apresentada. 
Tratamento dos dados 
Para a codificação da Escala de Desenhos de 
Silhuetas, estabeleceu-se como critério para as 
diferentes assertivas que o número do desenho 
escolhido corresponderia à pontuação atribuída às 
escolhas com os valores de 1 a 9. Após a codificação, 
calculou-se a freqüência de ocorrência dos escores e 
os grupos foram comparados entre si por meio do 
Teste de Kruskal-Wallis (p<0,05). 
Quando da ocorrência de diferenças 
estatisticamente significativas, procedeu-se ao Teste 
post hoc de Comparações Múltiplas de Dunn a fim de 
se verificar a direção das diferenças. 
Para investigar a adequação das escolhas realizadas, 
em função do grupo de inclusão das participantes tendo 
por critério o IMC, procedeu-se à codificação das 
escolhas, considerando a pontuação 0 (zero) para as 
escolhas adequadas e 1 (um) para as escolhas 
inadequadas. Tal procedimento foi aplicado às assertivas 
1 (tamanho e forma corporal normal), 3 (tamanho e forma 
corporal real) e 5 (tamanho e forma corporal ideal). 
Tendo-se em conta o critério descrito, considerou-se que 
quanto maior a pontuação, maior a inadequação da 
avaliação subjetiva comparativamente ao IMC. Os dados 
foram codificados tendo por base os grupos de IMC, 
procedendo-se ao cálculo da freqüência de ocorrência dos 
escores. Os grupos, então, foram comparados por meio 
do Teste χ² (p<0,05). 
RESULTADOS 
Os dados relativos às escolhas referentes às cinco 
assertivas da Escala de Desenhos de Silhuetas estão 
apresentados na Tabela 2. 
Tabela 2. Escala de Desenhos de Silhuetas - Freqüência 
e Porcentagem das Escolhas de Desenhos de Silhuetas 
Realizadas pelos Cinco Grupos 
Escolhas 
Grupos 
NO SP OI OII OIII 
 F % F % F % F % F % 
1 e 2 20 66,7 16 53,3 15 50,0 16 53,3 18 60,0 
3 6 20,0 8 26,7 10 33,3 11 36,7 10 33,3 
4 e 5 4 13,3 6 20,0 5 16,7 3 10,0 2 6,7 
6 e 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
 
Homem 
Tamanho 
Normal 
8 e 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
1 e 2 26 86,7 28 93,3 26 86,7 25 83,3 19 63,3 
3 4 13,3 2 6,7 2 6,7 4 13,3 9 30,0 
4 e 5 0 0 0 0 2 6,7 1 3,3 2 6,7 
6 e 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
 
Mulher 
Tamanho 
Normal 
8 e 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
1 e 2 14 46,7 7 23,3 2 6,7 0 0 1 3,3 
3 12 40,0 9 30,0 5 16,7 1 3,3 0 0 
4 e 5 4 13,3 10 33,319 63,3 11 36,7 5 16,7 
6 e 7 0 0 3 10,0 4 13,3 16 53,3 12 40,0 
 
Próprio 
Tamanho 
8 e 9 0 0 1 3,3 0 0 2 6,7 12 40,0 
1 e 2 29 96,7 22 73,3 20 66,7 5 16,7 7 23,3 
3 1 3,3 5 16,7 8 26,7 8 26,7 7 23,3 
4 e 5 0 0 3 10,0 2 6,7 17 56,7 16 53,3 
6 e 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
 
Tamanho 
Pode 
Alcançar 
8 e 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
1 e 2 28 93,3 26 86,7 25 83,3 22 73,3 21 70,0 
3 1 3,3 4 13,3 2 6,7 5 16,7 6 20,0 
4 e 5 1 3,3 0 0 3 10,0 3 10,0 3 10,0 
6 e 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
 
Tamanho 
Gostaria 
Ter 
8 e 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
NO – não-obesidade; OI - obesidade grau I; OIII - obesidade grau III; SP – 
sobrepeso; OII - obesidade grau II 
Observou-se que, no que diz respeito a escolhas 
de figuras que representam tamanho e forma corporal 
de um homem de tamanho normal, a maioria das 
mulheres de todos os grupos estudados escolheram as 
representações 1 e 2, ou seja, um tamanho e forma 
corporal representativos de baixo peso corporal. Não 
se observou diferença significativa entre os grupos, 
quando da comparação por meio do Teste de Kruskal-
Wallis. 
Quanto às escolhas de figuras que representam 
tamanho e forma corporal de uma mulher de tamanho 
normal, novamente a maioria das mulheres escolheu 
as representações 1 e 2, representativas de baixo peso 
corporal. Ao comparar os grupos por meio do Teste de 
Kruskal-Wallis, também não se verificaram diferenças 
estatisticamente significativas. 
Com relação às escolhas de desenhos de silhuetas 
representativas de um homem de tamanho normal, foi 
possível observar uma flexibilidade quanto às 
possibilidades dessas escolhas, verificando-se maior 
distribuição entre os tamanhos 1 e 2 (representativos de não 
obesidade), 3 (representativos de sobrepeso) e também 4 e 
5 (representativos de obesidade grau I). Já, quanto às 
escolhas de mulher de tamanho normal, notaram-se poucas 
escolhas de desenhos de tamanhos 3, 4 e 5. 
Percepção de tamanho e forma corporal 31 
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 27-35, jan./abr. 2005 
Com relação às escolhas de figuras 
representativas do próprio tamanho corporal 
(representação corporal real), notou-se uma ampla 
distribuição de escolhas nos diferentes grupos 
estudados, sendo que, com exceção do grupo das 
mulheres com sobrepeso, a maioria das mulheres 
dos outros quatro grupos pareceram fazer escolhas 
compatíveis com seu IMC. 
No que diz respeito às escolhas de desenhos de 
silhuetas representativas de um tamanho que 
acreditam poder alcançar, ou seja, representativas de 
tamanho e forma corporal ideal de forma a se 
pautarem pelo real, as mulheres com obesidade graus 
II e III escolheram mais figuras representativas de 
obesidade grau I do que os outros grupos, os quais 
fizeram mais escolhas representativas de desenhos 
sem obesidade. 
Quanto às escolhas de figuras representativas 
de um tamanho que as mulheres gostariam de ter, 
notou-se que a maioria das participantes de todos 
os grupos de IMC selecionou com maior freqüência 
figuras representativas de baixo peso corporal, ou 
seja, figuras 1 e 2. Por meio do Teste de Kruskal-
Wallis, não se observaram diferenças significativas 
na comparação dos grupos. 
As diferenças estatisticamente significativas 
nas comparações dos cinco grupos de índice de 
massa corporal serão apresentadas na Tabela 3. 
Tabela 3. Escala de Desenhos de Silhuetas - Diferenças 
Estatisticamente Significativas nas Comparações dos 
Grupos de IMC Quanto às Escolhas da Imagem Corporal 
Real e Ideal 
Escolhas Grupos NO SP OI OII OIII 
Próprio NO sd sd < 0,001 < 0,001 < 0,001 
Tamanho SP sd sd sd < 0,001 < 0,001 
 (real) OI sd sd sd sd < 0,001 
 OII sd sd sd sd sd 
 OIII sd sd sd sd sd 
 
Tamanho pode NO sd sd sd < 0,01 < 0,05 
Alcançar SP sd sd sd < 0,01 < 0,05 
(ideal) OI sd sd sd < 0,01 < 0,05 
 OII sd sd sd sd sd 
 OIII sd sd sd sd sd 
sd = sem diferença estatisticamente significativa. 
Teste de Kruskal-Wallis. 
Quanto às figuras representativas do próprio 
tamanho, por meio da utilização do Teste de Kruskal-
Wallis, observou-se que o grupo das mulheres não 
obesas se diferenciou significativamente dos grupos 
das mulheres com obesidade grau I, grau II e grau III, 
todos com valores de p<0,001. As participantes com 
sobrepeso se diferenciaram significativamente das 
mulheres com obesidade grau II e grau III, também 
com valores de p<0,001. Além disso, as mulheres com 
obesidade grau I se diferenciaram significativamente 
das mulheres com obesidade grau III (p<0,001). 
Verificou-se, quanto às figuras representativas do 
tamanho ideal, que ao se comparar os cinco grupos 
estudados por meio do Teste de Kruskal-Wallis, os 
grupos das mulheres não obesas, com sobrepeso e com 
obesidade grau I se diferenciaram significativamente 
das mulheres com obesidade grau II (p<0,01) e com 
obesidade grau III (p<0,05). 
Considerando-se, ainda, os cinco grupos 
estudados, a seguir serão apresentados os resultados 
relativos à adequação das escolhas frente às assertivas 
1 (tamanho e forma corporal normal), 3 (tamanho e 
forma corporal real) e assertiva 5 (tamanho e forma 
corporal ideal).(Tabela 4) 
Tabela 4. Escala de Desenhos de Silhuetas - Freqüência 
e Porcentagem da Adequação e Inadequação das 
Escolhas para cada um dos Grupos de IMC Quanto ao 
Tamanho da Imagem Corporal Normal, Real e Ideal 
Escolha Avaliação/
Grupos NO SP OI OII OIII 
 F % F % F % F % F % 
MTN Adequada 26 87 28 93* 26 87 25 83 19 63* 
 Inadeq. 4 13 2 7 4 13 5 17 11 37 
PT Adequada 14 47 9 30* 20 67* 16 53 12 40 
(real) Inadeq. 16 53 21 70 10 33 14 47 18 60 
TGT Adequada 28 93** 4 13** 3 10** 0 0** 0 0** 
(ideal) Inadeq. 2 7 26 87 27 90 30 100 30 100 
Teste χ² *p< 0,01 ** p< 0,0001 
MTN - mulher de tamanho normal 
PT - próprio tamanho 
TGT - tamanho que gostaria de ter 
Com relação às escolhas representativas de 
mulher de tamanho normal, observou-se que a maioria 
das mulheres de todos os grupos estudados escolheu 
adequadamente as figuras que representam o tamanho 
corporal considerado normal. Foi observada por meio 
do Teste χ² a presença de diferença estatisticamente 
significativa nos grupos SP (p<0,01) e OIII (p<0,01), 
apontando para um aumento de escolhas inadequadas 
no grupo OIII. 
No que diz respeito à adequação de escolhas de 
desenhos de silhuetas relativas ao próprio tamanho, 
observou-se por meio do Teste χ² que as mulheres 
com obesidade grau I fizeram escolhas mais 
adequadas comparativamente ao grupo de mulheres 
que estão na faixa do sobrepeso, com diferença 
estatisticamente significativa (p<0,01). Além disso, 
foi possível observar que nos grupos das mulheres não 
obesas, com sobrepeso e obesas grau III, ocorreu uma 
maior proporção de escolhas inadequadas 
32 Almeida e cols. 
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 27-35, jan./abr. 2005 
representativas do próprio tamanho corporal, porém 
sem diferença significativa em relação às escolhas 
adequadas. 
Quanto às escolhas representativas de um 
tamanho que gostariam de ter, observou-se, por 
meio da comparação dos grupos utilizando-se o 
Teste χ², que a maioria das mulheres dos grupos 
SP, OI, OII e OIII fizeram mais escolhas de 
desenhos de silhuetas que representavam um 
tamanho e uma forma corporal não congruentes 
com o seu próprio tamanho corporal tendo em 
conta o IMC, com diferença estatisticamente 
significativa, quando comparadas ao grupo das 
mulheres NO (p<0,0001). 
DISCUSSÃO 
Analisando-se as escolhas relativas ao tamanho 
considerado normal para homem e mulher, pode-se 
notar uma maior concentração de escolhas próprias 
de não obesidade nas silhuetas representativas das 
mulheres. Tal dado sugere uma diferença entre o 
que é considerado sinônimo de normalidade para 
homens e para mulheres, caracterizando que, para 
as mulheres, a exigência de corpos magros, 
enquanto sinônimo de normalidade, parece ser 
maior. Este achado parece concordante com as 
afirmativas de Ogden e Evans (1996), segundo as 
quais as normas sociais veiculadas, principalmente, 
no MundoOcidental, representam uma forma de 
perpetuarem o estereótipo que associa o corpo 
magro da mulher a atributos positivos, à 
normalidade e à capacidade de se tornarem 
atraentes e bonitas. 
Ainda com relação às escolhas de mulher de 
tamanho normal, verificou-se que o grupo que mais 
escolheu o tamanho 3 (sobrepeso) como 
representativo de mulher de tamanho normal foi o 
das mulheres morbidamente obesas. Esse dado 
reflete de forma mais direta que o próprio tamanho 
corporal pode estar influenciando a avaliação do 
que é considerado normal. Tal escolha é também 
sugestiva de uma menor submissão aos padrões e 
normas sociais enquanto exigências pessoais 
relativas à autopercepção corporal. 
Ainda, com relação à adequação das escolhas 
de desenhos de silhuetas relativas ao tamanho e à 
forma corporal de uma mulher de tamanho normal 
tendo por base os critérios definidos, verificou-se 
que a maioria das participantes de todos os grupos 
de IMC escolheu mais silhuetas de tamanhos 
representativos de não-obesidade. Tal dado é 
sugestivo da consciência, por parte das mulheres, 
quanto ao sentido de normalidade no que diz 
respeito ao tamanho corporal. No entanto, a 
presença de maior proporção de escolhas 
inadequadas entre as mulheres com obesidade grau 
III quanto à representação de mulher de tamanho 
normal, pode ser sugestiva também de que elas 
encontrem dificuldades em discriminar as 
diferenças mais sutis quanto aos excessos de peso. 
Destaca-se, assim, que as escolhas relativas ao 
normativo quanto ao tamanho corporal mostraram-
se associadas à inclusão nas classes de peso e a 
padrões diferenciados quanto ao gênero. 
No que diz respeito às escolhas representativas 
do próprio tamanho corporal, observou-se que, com 
exceção do grupo das mulheres com sobrepeso, 
todos os outros grupos fizeram mais escolhas 
compatíveis com o seu IMC e com a classe de peso 
em que estavam incluídos, sugerindo a presença de 
indicadores de percepção adequada quanto ao 
tamanho e à forma corporal real. Em relação às 
participantes com sobrepeso, verificou-se que as 
escolhas se distribuíram entre as silhuetas 
representativas de não-obesidade (tamanhos 1 e 2), 
sobrepeso (tamanho 3), mas também obesidade 
grau I (tamanhos 4 e 5), sugerindo certa confusão 
por parte destas mulheres quanto à percepção do 
próprio tamanho corporal, já que elas se situam 
numa faixa limítrofe entre não-obesidade e 
obesidade propriamente dita. Quanto aos 
indicadores de adequação das escolhas relativas ao 
próprio tamanho corporal, os dados ainda sugerem 
que as mulheres com obesidade grau I parecem ter 
mais consciência quanto ao seu próprio tamanho. 
Tais dados chamam a atenção para as questões 
que envolvem a auto-avaliação no que diz respeito 
aos critérios de julgamento. No que tange a 
mulheres com sobrepeso, na situação-limite em que 
elas se encontram, possivelmente o padrão 
normativo pode ter peso diferente em função de 
expectativas pessoais e até mesmo de adesão ao 
coletivo. Com relação às mulheres obesas, 
Leonhard e Barry (1998), utilizando metodologia 
semelhante, encontraram resultados distintos 
quanto às escolhas de próprio tamanho, pois tais 
mulheres obesas tenderam a subestimar o seu 
tamanho corporal. Comparando-se esses dois 
resultados, pode-se pensar que a classe sobrepeso, 
possivelmente, seja mais sujeita à variabilidade, 
envolvendo não somente as características pessoais, 
´mas também as expectativas socioculturais em 
contextos diversos e, até mesmo, a história de 
permanência nesta classe de peso ou de inclusão 
Percepção de tamanho e forma corporal 33 
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 27-35, jan./abr. 2005 
em outras. Novos estudos poderão testar a 
influência destas variáveis. 
Outro aspecto interessante que se pode 
depreender de tais dados diz respeito ao grupo de 
mulheres não obesas e com sobrepeso em relação 
à adequação das escolhas relativas ao próprio 
tamanho corporal. Observou-se que essas 
mulheres fizeram mais escolhas inadequadas, ou 
seja, escolheram mais silhuetas sugestivas de 
algum grau de adiposidade, o que aponta para a 
presença de indicadores de distorção na avaliação 
do tamanho corporal por parte destas mulheres. 
Possivelmente as normas e padrões socioculturais 
de valorização da magreza comuns em nosso meio 
podem ter influenciado a percepção destas 
mulheres, que, mesmo não sendo obesas, 
percebem-se como tais. 
Pode-se destacar ainda que, de forma geral, as 
participantes foram capazes de discriminar 
diferenças quanto aos tamanhos corporais, 
confirmando a hipótese levantada de que a 
percepção das figuras de silhuetas guarda 
correspondência com as medidas antropométricas 
caracterizadas pelo índice de massa corporal, 
demonstrando, assim, a utilidade da Escala de 
Desenhos de Silhuetas para avaliação da percepção 
de tamanho e forma corporal. 
Nesse sentido, parece importante considerar o 
estudo desenvolvido por Sánches-Villegas e cols. 
(2001), que procuraram identificar quais fatores 
poderiam afetar a adequação da autopercepção 
dentro das categorias de índice de massa corporal 
usando a Escala de Desenhos de Silhuetas. Os 
autores concluíram que o uso da percepção de 
tamanho corporal como um método de substituição 
da medida antropométrica poderia ser dificultado 
por fatores pessoais, sugerindo que esta medida 
seja usada com cautela, principalmente entre 
mulheres obesas. No entanto, no presente estudo, o 
grupo que mostrou maior dificuldade na adequação 
da percepção do próprio tamanho corporal foi o das 
mulheres com sobrepeso, enquanto no grupo de 
mulheres com obesidade grau I encontrou-se maior 
adequação. 
Quanto às escolhas relativas ao tamanho que as 
mulheres acreditavam poder alcançar se quisessem 
mudar os seus pesos, os dados sugerem que, ao 
fazerem escolhas de um tamanho e forma corporal 
ideais, porém pautadas pelo real, as mulheres 
pareceram, de certa forma, conscientes quanto às 
suas verdadeiras possibilidades de emagrecimento. 
No entanto, quando as mulheres foram solicitadas a 
fazer suas escolhas relativas a um tamanho que, na 
verdade, elas gostariam de ter, observou-se que a 
maioria das participantes de todos os grupos 
estudados escolheu figuras sem representação de 
obesidade. Esses dados vão ao encontro dos 
encontrados por Leonhard e Barry (1998) e 
reforçam os indicadores de sentimentos de 
insatisfação com o tamanho e a forma corporal e, 
provavelmente, um desejo de serem diferentes do 
que são, em especial por parte das mulheres com 
algum grau de obesidade. 
No que diz respeito à adequação das escolhas 
de desenhos de silhuetas relativas ao tamanho e 
forma corporal do tamanho que gostariam de ter, 
comparativamente ao próprio tamanho corporal, os 
dados mostraram novamente a presença de 
indicadores de insatisfação com o próprio tamanho 
e forma corporal por parte das mulheres 
participantes dos grupos com sobrepeso e 
obesidade graus I, II, e III. 
Tal dado chama a atenção para a associação 
entre a insatisfação às classes de peso e a busca de 
ajuste ao normativo. Levando-se em conta as 
afirmações de Ogden e Evans (1996) e Paul e 
Brownell (2001), para os quais as normas sociais de 
magreza são responsáveis pela associação entre 
gordura e atributos negativos como preguiça, auto-
indulgência e lentidão, pode-se pensar que a 
insatisfação com o corpo, por parte da maioria das 
mulheres, esteja associada à manifestação do desejo 
destas de alcançar um peso corporal mais aceitável 
para si e para os outros, já que o corpo magro, 
segundo os referidos autores, em geral, está 
associado a atributos positivos como sucesso, 
atratividade, controle, entre outros. 
A percepção corporal, por meio da escolha de 
desenhos de silhuetas, pareceu ir além da forma e 
tamanho do corpo, como observou Slade (1994), ao 
afirmar que a percepção corporal também está 
associada às demandas internas de cada indivíduo. 
Faz-se necessário relativizar tais afirmativas, 
pois a norma da cultura contemporânea que associabeleza com magreza na sua amplitude não se limita 
ao corpo e ao seu tamanho. No estudo em questão, 
em função do delineamento utilizado, não se dispõe 
de informações que permitam o acesso aos critérios 
adotados para o autojulgamento; contudo, pode-se 
questionar se a insatisfação identificada nas 
escolhas de silhuetas está associada às disposições 
internas do indivíduo, estas relacionadas à auto-
estima e aos sentimentos que cada um tem sobre si 
próprio. Tal hipótese poderá ser testada em novos 
delineamentos, que combinem a avaliação da 
percepção do tamanho corporal à avaliação de 
34 Almeida e cols. 
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 27-35, jan./abr. 2005 
outras variáveis psicológicas como a auto-imagem e 
o autoconceito, dentre outras. 
Conclui-se que este estudo exploratório com a 
Escala de Desenhos de Silhuetas contribuiu para a 
investigação de aspectos relativos às percepções de 
tamanho e forma corporal normal, real e ideal, 
permitindo a associação de tal avaliação às classes 
de peso, determinadas pelo IMC, possibilitando, 
ainda, a identificação de indicadores de escolhas 
conflitantes quanto à avaliação do real e do 
desejável no grupo de mulheres com sobrepeso e 
obesidade, e sugerindo a potencialidade de uso do 
instrumento em situações aplicadas, especialmente 
com pessoas obesas. Por se tratar de um 
instrumento de fácil aplicação, considera-se que tal 
estudo exploratório revelou suas potencialidades. 
Assim, este estudo possibilitou a investigação 
de aspectos relativos à percepção do tamanho e 
forma corporal de mulheres em diferentes classes 
de peso, apontando para os prejuízos diversos 
relacionados à autopercepção corporal e 
ressaltando a necessidade de novos estudos, 
inclusive de padronização. 
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Recebido em 02/07/2004 
Aceito em 10/11/2004 
 
Percepção de tamanho e forma corporal 35 
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 27-35, jan./abr. 2005 
ANEXO A 
 
Escala de Desenhos de Silhuetas 
 
 
Endereço para correspondência: Graziela Aparecida Nogueira de Almeida. Rua Conde Afonso Celso, n. 614, Sumaré, CEP 
14025-040, Ribeirão Preto-SP. E-mail: gnogueira@keynet.com.br

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