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EVELYN DE BRITO NOGUEIRA – TURMA X Percepção e agnosias 09 DE SETEMBRO – CÉREBRO E COMPORTAMENTO – TRANSCRIÇÃO CONCEITO Vai muito além da sensação, é um processo superior (cortical), a gente associa e interpreta. É a capacidade de associar as informações sensoriais à memória e à cognição, de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre nós mesmos de modo a orientar nosso comportamento. Muitos desses processos acontecem de forma inconsciente. Na percepção, vamos reconhecer os impulsos captados pelos receptores que transduzem em impulso neural, que é a sensação. Nossa tendência da percepção é completar o que falta para enxergar algo coerente. A percepção depende muito do conhecimento prévio do indivíduo. Se for apresentada a foto de um cachorro a uma pessoa que não sabe o que é um cachorro, ela vai perceber aquilo da forma mais lógica para ela, como um outro animal, a exemplo de um lobo. LIMIAR ABSOLUTO OU LIMITE NEURAL Nem tudo conseguimos perceber. A intensidade mínima para produzir sensações em atingida em 50% das vezes. Varia de pessoa para pessoa, do sistema sensorial investigado e também das condições do teste. Pensando na questão evolutiva, o limiar nos permite sentir apenas o que podemos suportar e o que é útil para nossa espécie. Esforço de atenção baixa o limiar, enquanto que distração e fadiga aumenta o limiar, tornando mais difícil de captar esses estímulos. BASES DESENVOLVIMENTAIS Toda percepção tem um componente inato e outro aprendido. A maioria das habilidades básicas de percepção nos recém-nascidos encontram-se desenvolvidas, como paladar, olfato, uma visão mais ou menos desenvolvida, audição... AUDIÇÃO O bebê tem uma acuidade auditiva muito boa, ouvindo quase tão bem quanto os adultos, porém com uma dificuldade para tons agudos. Eles já conseguem localizar os sons, percebendo direção e virando a cabeça na direção certa. Isso vai sendo aprimorado ao longo do tempo e aos 19 meses já se assemelha ao adulto. É um processo neural e não apenas do órgão sensorial. OLFATO E PALADAR Recém-nascidos já respondem diferentemente aos quatro sabores básicos e isso ajuda muito na proteção, pois costumam aceitar sabores doces e salgados e rejeitar os amargo e azedo. Com uma semana já são capazes de perceber cheiros. VISÃO É um dos sentidos mais complexos e que mais demora, sendo fatores relevantes a mielinização, desenvolvimento dendrítico e poda neural. Se completa no final do primeiro ano de vida. A criança enxerga muito bem à distância de 30 cm, que é a distância do olho dela para o olho de quem a amamenta, logo, é considerado um processo adaptativo. Com 4 meses, a criança já tem o uso de informações binoculares, usando os dois olhos para se conectar com as coisas, ganhando percepção de distância. Com 5 meses, a criança já tem o uso de informações monoculares para avaliar distâncias, mais útil para coisas mais distantes. Aos 6 meses, já têm percepção de profundidade (estudos mais recentes mostram que isso começa aos 3 meses). Em relação à direção do olhar, até os 2 meses a criança já percebe a presença de objetivos, movimento e contraste. Entre 2 e 3 meses, ela já consegue identificar o tipo de objeto e percebem os detalhes. Bebês com horas de vida já preferem olhar para o rosto da mãe. Antes dos 2 meses olham para os limites do rosto, como cabelo e queixo (fase autística), e, entre 2 e 3 meses, começam a focar nas características internas do rosto, como os olhos. BASES FISIOLÓGICAS A informação proveniente do mundo externo ou do próprio corpo é segmentada e distribuída em subsistemas encarregados de analisar cada atributo específico. Temos canais funcionais distintos para forma, movimento e cor. Com exemplo, temos neurônios sensíveis ao comprimento das ondas (V4) dos estímulos luminosos e nos fazer perceber suas cores, outros sensíveis a estímulos em movimento (V5), forma, profundidade, textura... Isso tudo ocorre de forma paralela para dar significado ao percebido. Via ventral: faz o reconhecimento dos objetivos (formas, cores e texturas) e vai do lobo occipital para o temporal. V4 distribui a informação para outras áreas do lobo temporal. Via dorsal: faz a localização espacial dos objetivos e vai do lobo occipital para o parietal. V5 distribui as informações para as área próximas do lobo parietal. Ambas as vias são cooperativas, aspectos de uma mesma operação mental. Há uma especialização hemisférica da percepção. BASES COGNITIVAS A percepção da forma ocorre a partir de dois princípios: Separar o objeto de estudos dos demais objetivos de fundo; Mantê-los perceptualmente constantes. Teoria da percepção de Marr: 1. Imagem. 2. Esboço primitivo; 3. Esboço bidimensional e meio; 4. Modelo 3D. Teoria de Biederman afirma que o esboço primitivo contém formas modelos (geons) e depois esses geons são unidos em objetivos que recebem o significado. A teoria de Gestalt afirma que a percepção ocorre através da seleção e organização ativa dos elementos que compõem, por exemplo, uma imagem ou um som, de modo que a configuração que emerge á consciência é mais do que a mera soma das partes. PRINCÍPIOS DA GESTAL T Simplicidade ou lei da boa forma: tedemos a perceber qualquer arranjo visual dado em um modo que organiza, de forma mais simples, os elementos discrepantes numa forma estável e coerente. Figura e fundo: algumas coisas se destacam e outras surgem gradualmente no plano de fundo, sendo a figura o grupo integrado de contornos. Todos os seres humanos possuem essa capacidade que é muito dependente do amadurecimento cortical. Existe a reversibilidade sem simultaneidade, ou seja, o que é figura pode ser fundo, mas não ao mesmo tempo. CRÍTICAS Á GESTALT Não sugere explicações fisiológicas a suas próprias leias. Mas o conceito de unidade da percepção serviu como lembrança aos neurocientistas de que o cérebro deve funcionar como um todo, numa época em que se tentava arduamente descobrir a localização cerebral de funções superiores, como a inteligência. CONSTÂNCIA PERCEPTIVA Nos permite perceber um objeto como inalterado, embora mudem estímulos que dele recebemos. Apesar das modificações, nossa percepção do objeto permanece constante. Isso nos permite perceber os objetos e nossos semelhantes de maneira razoavelmente constante em cor, forma, tamanho e localização. PERCEPÇÃO DAS CORES Detectamos aproximadamente 1 milhão de cores diferentes. Trata-se de uma interpretação psicológico, não de uma propriedade física da luz, depende da experiência. Depende da inter-relação entre suas propriedades: Matiz: determinada pelo comprimento de uma onda de luz; Saturação: pureza da tonalidade; Luminosidade: relacionada com a amplitude da onda (intensidade). A teoria tricromática afirma que temos três tipos de cones: Mais sensíveis à luz azul: capta ondas curtas. Mais sensíveis à luz verde: capta ondas médias. Mais sensíveis à luz vermelha: capta ondas longas. O ser humano é tricromata, mas algumas vezes pode haver proporções anormais desse cones, configurando o daltonismo: Deficiência no clorolábio: mais frequente, dificuldade em enxergar o verde. Deficiência no eritrolábio: poucos casos, dificuldade em enxergar o vermelho. Deficiência no cianolábio: raros casos, dificuldade em enxergar o azul. Se a pessoa não tiver funcionamento de um dos cones, ela é dicromata. Se tiver o funcionamento apenas de um cone, é monocromata. Se nenhum come funcionar, é acromata e percebe só preto e branco. A teoria dos processos oponentes afirma que as células são organizadas em pares de cores oponentes e a excitação de um elemento inibe o outro e a gente percebe o cone que ficou aberto. Quando ficamos muito tempo sob um mesmo estímulo, os cones que estão captantes se fecham com o fim do estímulo e, por meio da adaptação sensorial, você percebe a cor oposta.AGNOSIA É uma desordem da percepção que leva à incapacidade de identificar um objeto com o uso de um ou mais sentidos. AGNOSIAS VISUAIS Ocorre por lesão na região occipito-temporal, uma área secundária da visão responsável por identificar o objeto ou rosto. Pode ainda ser subdividida em: Aperceptiva: não há formação correta da percepção do estímulo, essas pessoas não conseguem reconhecer o objetivo através de outros estímulos sensoriais, como tato. Não conseguem desenhar o objeto. ↘ Para formas: não consegue reconhecer formas geométricas. ↘ Simultânea: cenários, coisas mais complexas. Associativa: não sabe dizer o que é o objeto, mas sabe sua função. Conseguem desenhar o objeto, mas são inconscientes do que desenham. ↘ Stricto sensu: erros morfológicos na denominação visual, sendo que o reconhecimento táctil é preservado, os objetos reais são mais bem reconhecidos do que as imagens. ↘ Multimodal: erros principalmente semânticos e perseverativos em denominação, na qual os objetos, mesmo os usados na vida diária, não são reconhecidos e, se solicitados, os doentes não conseguem fazer uma mímica do seu uso. Entretanto, o déficit de identificação não está tipicamente limitado à esfera visual e pode afetar, também, a palpação ou a audição. ↘ Categoriais: só afeta algumas categorias, como animais. Prosapgnosia: incapacidade de reconhecer rostos familiares, sendo o déficit também estendido ao reconhecimento dos marcas de carros, às variedades de flores ou de pássaros, ou seja, é um distúrbio específico de identificação individual dos membros de uma mesma classe semântica. Pode ser congênita ou adquirida. parietal temporal Acinetopsia: incapaz de perceber o movimento. A visão do movimento é feita através da sucessão de imagens e envolve a área V5, na parte posterior do giro temporal médio (áreas 19 e 37 de Brodmann) Agnosia das cores: incapacidade de identificar a cor seja ela relacionada a circunferências sem suporte morfológico significativo, a imagens ou a objetos. Pode ser resultado de um déficit da percepção, do reconhecimento das cores como atributo dos objetos ou somente da denominação das cores. Podem ser feitos com esses pacientes os testes de Ishihara, de Holmgren e de Farnsworth-Munsell. AGNOSIA AUDITIVA É a incapacidade de reconhecer e distinguir sons na ausência de déficits auditivos. A natureza do distúrbio, assim como nas agnosias visuais, será determinada pelo nível de processamento da informação. Ocorre mais comumente por lesões na parte posterior do giro temporal superior e podem ser classificadas em: Aperceptiva: déficit na descriminação dos estímulos sonoros, na qual o paciente não discrimina sons ambientais da fala humana. Associativa: afeta a associação som-objeto e o paciente consegue discriminar o som, mas não identifica se se trata de uma campainha ou da sirene de um ambulância. Surdez verbal: é específica para os fonemas da língua decorrente de lesões cortiço-subcorticais bitemporais ou temporal esquerda. A pessoa não consegue compreender a linguagem falada. Agnosia das músicas: incapacidade de reconhecer melodias, assim como suas características musicais de base, de modo que a pessoa não reconhece como música, mas sim como ruído. Paralinguísticas: reúne as agnosias que afetam o meio afetivo e a identificação de quem fala, mas não a mensagem em si. AGNOSIAS ESPACIAIS É a dificuldade para se orientar e criar mapas mentais. Distúrbios da percepção espacial: Desorientação visual de Holmes e Horrax: distúrbio de localização dos objetos isolados no qual o sujeito não consegue indicar, num grupo de objetos, aquele que está mais longe ou mais perto, ou aquele que está a mais à direita ou a esquerda, mais comprido ou mais curto. Há uma dificuldade pare apontar na direção de um estimulo ou seguir um objeto em movimento. Ataxia do espelho: incapacidade de alcançar um objeto real ao olhar do espelho a imagem virtual. Agnosia do espelho: incapacidade em distinguir o espaço real do virtual. Distúrbios no manejo dos dados espaciais e de orientação topográfica: Negligência espacial unilateral: perturbação do tratamento dos dados espaciais, cuja existência, sozinha, pode explicar os distúrbios no manejo dos dados espaciais ou da memória topográfica. Planotopocinesia de Pierre Marie: descrita com o nome de perda da noção topográfica, ela se caracteriza pela incapacidade de orientar-se com um mapa. Desorientação espacial: a incapacidade em reconhecer os locais familiares (agnosia ambiental) e de neles orientar-se: casa, bairro, cidade. Sendo que esses doentes são totalmente incapazes de aprender a orientar-se num lugar novo, como o hospital. AGNOSIAS TÁTEIS Prejuízo da capacidade de reconhecer objetos pelo tato, apesar de ter a percepção somestésica primária preservada. A área secundária de associação é lesada e o paciente não consegue associar a sensação com um significado, mas consegue pelos outros estímulos. das cores
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