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FICHAMENTO 2 - DIREITO DAS COISAS - POSSE

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UNINASSAU – ARACAJU 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO - SEMESTRE: 2021-1
DISCIPLINA: DIREITO DAS COISAS				FICHAMENTO Nº: 02
Prof. Dr. Alessandro Araújo Mendes
Nome do(a) aluno(a): Jane Andrade Batista
Bibliografia completa:
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro: direito das coisas. V.5. 12. ed. - São Paulo: Saraiva, 2017. (p. 34 a 36 / 45 a 59).
Objetivo principal: 
Analisar o instituto da “POSSE” que desde muito tempo vem gerando controvérsias na doutrina e na jurisprudência, é numerosa a quantidade de autores que discutem esse instituto, pois trata-se de um assunto rico em peculiaridades e distintos conceitos o intuito do presente fichamento é compreender minimamente algumas das inúmeras dificuldades que surgem ao estudar a POSSE, apesar de ser um tema altamente discutido e controvertido e que gera diversos entendimentos entre doutrinadores e estudiosos, ele é abordado por Gonçalves (2017) juntamente com outros doutrinadores e através dele nos introduzirá nesse estudo, no que se refere á sua origem histórica, fundamento racional da sua proteção, à sua terminologia, estrutura teórica, e quanto aos seus elementos bem como ao seu objeto e aos seus efeitos, e ao modo de adquiri-los e de perde-los.
Ideias gerais:
O conceito de posse vem definido no Art. 1.196 do CC/02, “considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”, mas primeiramente é necessário que se entenda antes o conceito de PROPRIEDADE que está disposto no Art. 1.228 do CC/02, que diz “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.(…) Código Civil/2002.
Primeiramente deve-se lembrar que posse não é um Direito Real, estando inserida no estudo geral sobre o Direito das Coisas, em outras palavras, a posse, justamente pela sua definição, não tem os efeitos reais de propriedade sobre a coisa. Para a definição de posse conforme Art. 1.196 do CC no direito brasileiro foi adotada a Teoria Objetiva, cujo principal expoente é explanado por RUDOLF VON IHERING para que exista a posse, basta o elemento objetivo, pois ela se revelaria na maneira como o proprietário agiria em face da coisa, ou seja, a posse é uma conduta de dono, um exercício de poderes de propriedade, sendo diferenciada da detenção quando a lei assim o estabelecer. Isso significa que aquele que é proprietário é também possuidor, mas nem todo possuidor é também proprietário. A propriedade sendo um Direito Real, conforme Art. 1.228 do CC e a obra de GONÇALVES (2017), é possível extrair os seguintes elementos; Direito de usar, Direito de gozar, Direito de dispor da coisa e Direito de reaver a coisa. O direito de usar também é chamado de jus utendi, sendo a faculdade de utilizar a coisa e de servir-se dela. O direito de gozar, também chamado de jus fruendi, é o poder de usufruir dos frutos da coisa. O direito de dispor (jus abutendi) é a faculdade de transferir, alienar a coisa. Por fim, o direito de reaver a coisa (rei vindicatio) é a prerrogativa de reivindicar a coisa de quem a possua ou detenha injustamente; esse direito tem base no jus persequendi, o direito de sequela, que é uma característica dos Direitos Reais.
Conceitos: 
Posse -“O conceito de posse remonta aos textos e proposições que os jurisconsultos romanos
formularam ao nosso direito pré-codificado, ao sistema do Código Civil de 1916 e às
diversas teorias estudadas. A formulação da disciplina legal da posse há de ter presente,
porém, a organização social contemporânea e as condições locais.” (GONÇALVES, 2017, p. 57).
Posse - “[...] em todas as escolas está sempre em foco a ideia de uma situação de fato, em que uma pessoa, independentemente de ser ou de não ser proprietária, exerce sobre uma coisa poderes ostensivos, conservando-a e defendendo-a.” (GONÇALVES, 2017, p. 57).
Posse - “[...] É assim que procede o dono em relação ao que é seu; é assim que faz o que tem apenas a fruição juridicamente cedida por outrem (locatário, comodatário, usufrutuário); é assim que se porta o que zela por coisa alheia (administrador, inventariante, síndico); é assim que age o que se utiliza de coisa móvel ou imóvel, para dela sacar proveito ou vantagem
(usufrutuário). Em toda posse há, pois, uma coisa e uma vontade, traduzindo a relação de
fruição” (GONÇALVES, 2017, p. 58).
Posse - “cuja teoria o nosso direito positivo acolheu, posse é conduta de dono. Sempre que haja o exercício dos poderes de fato, inerentes à propriedade, existe posse, a não ser que alguma norma (como os arts. 1.198 e 1.208, p. Ex.) diga que esse exercício configura a detenção e não a posse.[...] “O conceito de posse, no direito positivo brasileiro, indiretamente nos é dado pelo art. 1.196 do Código Civil, ao considerar possuidor “todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.” (IHERING apud GONÇALVES, 2017, p. 58).
Posse e detenção - “o corpus identifica somente a detenção. Esta se eleva a posse quando se lhe acrescenta o animus específico, ou seja, o animus domini ou animus rem sibi habendi (vontade de possuir para si). Também só existe detenção se há apenas vontade de possuir para outrem ou em nome de outrem, como no caso de locação, comodato, usufruto etc.” (SAVIGNY apud GONÇALVES, 2017, p. 61).
Posse e detenção - “o que em verdade distingue a posse da detenção é um outro elemento externo e, portanto, objetivo, que se traduz no dispositivo legal que, com referência a certas
relações que preenchem os requisitos da posse e têm a aparência de posse, suprime delas os
efeitos possessórios. “A detenção é, pois, uma posse degradada: uma posse que, em virtude
da lei, se avilta em detenção. Somente a posse gera efeitos jurídicos, conferindo direitos e
pretensões possessórias em nome próprio: esta a grande distinção.” (IHERING apud GONÇALVES, 2017, p. 61-62).
Posse e detenção - “O Código Civil brasileiro orientou-se, quanto à distinção entre posse e detenção, pela TEORIA OBJETIVA. Mas, segundo MOREIRA ALVES , conforme se adote a orientação das TEORIAS SUBJETIVAS ou da TEORIA OBJETIVA de IHERING, a detenção é “a relação material com a coisa com animus diverso do rem sibi habendi ou do domini, ou a relação material com a coisa com o mesmo animus da posse (animus que se reduz à consciência e se revela pelo elemento objetivo), a que a lei, porém, nega efeitos possessórios”. (GONÇALVES, 2017, p. 63) 
Posse e quase posse - “Para os romanos só se considerava posse a emanada do direito de propriedade A exercida nos termos de qualquer direito real menor (iura in re aliena ou direitos reais sobre coisas alheias) desmembrado do direito de propriedade, como a servidão e o usufruto, por exemplo, era chamada de quase posse (quasi-possessio, quasi-possidere ou quasi in possessione esse), por ser aplicada aos direitos ou coisas incorpóreas.[...] “as situações que os romanos chamavam de quase posse são, hoje, tratadas como posse propriamente dita. O art.
1.196 do aludido diploma, ao mencionar o vocábulo “propriedade”, nele incluiu os direitos
reais menores. E o art. 1.197, ao desdobrar a posse em direta e indireta, permite o exercício
da primeira por força de um direito obrigacional.” (GONÇALVES, 2017, p. 66)
Posse e a posse dos direitos pessoais - “[...]Código de 1916 não reconhecia a posse dos direitos pessoais, uma vez que: a) o vocábulo propriedade figurava também no projeto primitivo de sua propriedade e nem por isso teve ele a intenção de filiá- lo ao sistema dos que ampliam a posse aos direitos pessoais; b) nenhum dispositivo se
depara no Código, pelo qual se infira que a posse se estenda àqueles direitos.Os arts. 488,
490 e 493, I, referem-se apenas a direitos reais; c) a propriedade e seus desmembramentos
são direitos reais. Os direitos pessoais jamais foram desmembramentos do domínio. Aliás,
tais direitos não podem ser objeto de turbação material, só compreensível no tocante aos
direitos reais. Não pode haver posse de coisas incorpóreas quae tangi non possunt. (BEVILÁQUA apud GONÇALVES, 2017, p, 69).
Posse e a posse dos direitos pessoais - “[...] foram reproduzidos no Código Civil de 2002,
suprimindo-se, todavia, a alusão à posse de direitos, para evitar a repetição de
interpretações equivocadas. O art. 488 corresponde ao art. 1.199 do novo diploma, que tem
a seguinte redação: “Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma
exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros
compossuidores”. O art. 490 foi reproduzido no art. 1.201 do Código de 2002, sem a expressão final: “ou do direito possuído”. A redação ficou sendo a seguinte: “É de boa-fé a posse, se o
possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa”.
E o art. 493, I, foi substituído pelo art. 1.204, verbis: “Adquire-se a posse desde o
momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes
inerentes à propriedade” (BEVILÁQUA apud GONÇALVES, 2017, p, 69).
Natureza jurídica da posse – “é um fato ou um direito. [...] Em algumas passagens do Corpus Iuris Civilis ou se encontra a expressão ius possessionis para traduzir a ideia de direito subjetivo da posse, ou se declara que a posse tem muito de direito; em outras, afirma-se que a posse não é apenas um fato, mas também um direito; e há, ainda, as que a caracterizam exclusivamente como fato, negando-lhe expressamente a natureza de direito, ou acentuam que ela apresenta muito de fato.” (GONÇALVES, 2017, p. 72).
Natureza jurídica da posse – “Muitos séculos se passaram e a discussão ainda persiste, dividindo-se a doutrina em três correntes. Para (IHERING apud GONÇALVES), a posse é um direito. [...] Assim, a posse consiste em um interesse juridicamente protegido. Ela constitui condição da econômica utilização da propriedade e por isso o direito a protege. É relação jurídica, tendo por causa determinante um fato. Comungam desse entendimento (TEIXEIRA DE FREITAS, DEMO​LOMBE, SINTENIS, MOLITOR, PESCATORE, ORLANDO GOMES e CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA, entre outros.).” (GONÇALVES, 2017, p. 73).
Natureza jurídica da posse – “Outra corrente sustenta que a posse é um fato, uma vez que não tem autonomia, não tem valor jurídico próprio. O fato possessório não está subordinado aos princípios que regulam a relação jurídica no seu nascimento, transferência e extinção. Pertencem a esta corrente (WINDSCHEID, PACIFICCI- MAZZONI, BONFANTE, DERNBURG, TRABUCCHI, CUJACIUS e outros.)” (GONÇALVES, 2017, p. 73).
Conclusões: 
“[...] Não sendo absoluta, e não trazendo a seu titular a possibilidade de opô-la a toda a coletividade, não há como considerar a posse como direito real, mas como direito
pessoal, embora com peculiaridades que a distingam de outros direitos pessoais”. No entanto, o fato de a posse não pertencer à categoria dos direitos reais não significa
que, necessariamente, seja um direito pessoal. Consiste este, como visto, em um vínculo
jurídico que confere ao sujeito ativo o direito de exigir do sujeito passivo o cumprimento da
prestação.” (MARCUS VINICIUS RIOS apud GONÇALVES, 2017) ,p. 76.

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