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A IMPORTÂNCIA DOS MIXOMICETOS

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A IMPORTÂNCIA DOS MIXOMICETOS
Filipe Gama C. da Silva;Joseph Matheus da Silva Ataíde; Joyceana Batista Lopes;Raoni Batista Messias
A importância do grupo vem sendo bastante estudada nos últimos anos, sendo um excelente material de estudos para os pesquisadores de diversas áreas, principalmente para a pesquisa do ciclo mitótico (pela mitose ser semelhante a das plantas e animais), morfogênese, mudanças químicas que interferem na reprodução e movimento do protoplasma.
Ostrofsky e Shigo (1981) demonstraram que algumas espécies de mixomicetos participam do processo de decomposição da madeira, incluindo as de valor econômico.
Alguns autores referem que os esporocarpos de mixomicetos servem de alimento para algumas espécies de insetos, os quais, por sua vez, auxiliam na dispersão dos esporos (Blackwell e Laman, 1982)
No México, algumas comunidades incluem em sua alimentação etálios de Enteridium lycopersicum e Fuligo septica. O plasmódio também pode se constituir numa fonte alternativa de alimento, uma vez que contém proteínas e tem a vantagem de não apresentar parede celular quitinosa nem celulósica, o que o torna facilmente digerível (Nishida, 1984).
Há também a sugestão por Setala e Nuorteva (1989), da possibilidade dos mixomicetos serem utilizados como bioindicadores de poluição, ao determinarem a presença de metais em esporocarpos de algumas espécies, encontrando níveis consideráveis de Alumínio, Ferro, Zinco, Cobre, Cádmio e Mercúrio, que podem ter sido absorvido pelos plasmódios. Cavalcanti et al. (1991) também sugerem que os mixomicetos podem ser utilizados como indicadores de poluição do ar, sendo mais adequadas para este fim espécies corticícolas pertencentes aos gêneros Physarum, Badhamia, Didymium e Diderma. 
Estudos sobre a atividade biológica das substâncias produzidas por mixomicetos relatam sua ação na inibição do desenvolvimento de espécies vegetais. É o caso das substâncias produzidas por Lycogala epidendrum, que foram consideradas como inibidoras da raiz de culturas de arros (Hashimoto et al. 1994). Porém, maior importância tem sido dada à ação dessas substâncias contra microrganismos patogênicos, como Pseudomonas aurugonosa (Schroeter) Migula, responsável por infecções hospitalares, e algumas espécies de Candida, além de patógenos humanos (Martin et al., 1983).
	Os mixomicetos são espécies ameboides, predadoras e com capacidade de formar esporocarpos. Por residirem em locais úmidos ou também estando cobertos por água, os esporocarpos elevam os esporos do substrato, fazendo com que sequem e sejam transportados pelo vento, sendo este um grande fator que permitiu o sucesso do grupo (Schnittler, 2000 apud Lima, 2017).
	Os mixomicetos são encontrados em diversos microhabitats, havendo raras espécies especialistas, que podem ser encontradas exclusivamente nas fezes de animais herbívoros (Lima, 2017). De todos os variados habitats em que se pode encontrar os mixomicetos, os troncos em decomposição, caso estejam no determinado habitat, são os mais comuns, onde tem-se uma maior diversidade e abundância desses organismos (Novozhilov et al., 2000 apud Lima, 2017).
O papel desempenhado pelos mixomicetos, como, por exemplo, nas florestas, é pouco conhecido. Estipula-se que são importantes para controlar populações naturais de bactérias ou até de fungos (MADELIN, 1984 apud LIMA, 2017), o que está relacionado com a decomposição do tecido lenhoso (LIMA, 2017). O que se sabe a respeito dos mixomicetos é que são capazes de produzir enzimas extracelulares, e que degradam e absorvem materiais complexos, como basidiomas e carne (MADELIN, 1984 apud LIMA, 2017), não sendo conhecida a importância que possuem em relação à degradação de tecidos vegetais, como a celulose e a lignina (LIMA, 2017).
REFERÊNCIAS
OSTROFSKY, A.; SHIGO, A. L. A Myxomycetes isolated from discoulored wood of living red maple. Mycologia, v. 73, p. 997-1000, 1981.
BLACKWELL, M.; LAMAN, T. G. Spore dispersal of Fulligo septica (Myxomycetes) by Lathridiid beetles. Mycotaxon, v. 14, n. 1, p. 58-60, 1982.
NISHIDA, F. The slime mould. The Natural History Museum of Los Angeles Country, v. 22, n. 4, p. 3-7, 1984.
SETALA, A.; NUORTEVA, P. High metal contentes found in Fuligo septica (L.) Wiggers and some other slime molds (Myxomycetes). Karstenia, v. 29, p. 37-44, 1989.
CAVALCANTI, L. H.; SANTOS, E. B.; ENCARNAÇÃO, C. R. Prposição de um novo grupo de bioindicadores de poluição atmosférica: Myxomycetos. In: IV Congresso Nordestino de Ecologia, Recife, p. 56, 1991.
 
LIMA, V. X. ECOLOGIA DOS MIXOMICETOS E DICTIOSTELÍDEOS OCORRENTES EM AMBIENTES NATURAIS E CULTIVADOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Recife, 2017. 67p. Dissertação (Curso de Pós-Graduação em Biologia de Fungos) – Universidade Federal de Pernambuco.

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