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Professora Débora Mattos O Que É Morfologia? Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo sabemos que se refere à dez classes, que são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e numerais. Classes Gramaticais ou Classes de Palavras Uma Classe Gramatical ou Classe de Palavra é o nome dado ao grupo que classifica uma palavra de acordo com sua estrutura sintática e morfológica. Veja quais são: SUBSTANTIVO É a palavra que dá nome aos objetos, aos lugares, às ações, aos seres em geral, entre outros e varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo). Quanto à formação, o substantivo pode ser: Primitivo – é o nome que não deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casa, pedra e jornal. Derivado – é o nome que deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casarão, pedreira e jornaleiro (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente). Simples – é o nome formado por apenas um radical. Radical é o elemento que é a base do significado das palavras. Exemplos: casa, flor e gira, cujos radicais são respetivamente: cas, flor e gir. Composto – é o nome formado por mais do que um radical. Exemplos: couve-flor, girassol e passatempo, cujos radicais são respetivamente: couv e flor, gir e sol e pass e temp. Quanto ao elemento que nomeia, o substantivo pode ser: Comum – é a palavra que dá nome aos elementos da mesma espécie, de forma genérica. Exemplos: cidade, pessoa e rio. Próprio – é a palavra que dá nome aos elementos de forma específica, por isso, são sempre grafados com letra maiúscula. Exemplos: Bahia, Ana e Tietê. Concreto – é a palavra que dá nome aos elementos concretos, de existência real ou imaginária. Exemplos: casa, fada e pessoa. Coletivo – é a palavra que dá nome ao grupo de elementos da mesma espécie. Exemplos: acervo (conjunto de obras de arte), cardume (conjunto de peixes) e resma (conjunto de papéis). Abstrato – é a palavra que dá nome a ações, estados, qualidades e sentimentos. Exemplos: trabalho, alegria, altura e amor. ARTIGO É a palavra que antecede os substantivos e varia em gênero e número, bem como o determina (artigo definido) ou o generaliza (artigo indefinido). São artigos definidos: o, a (no singular) e os, as (no plural) São artigos indefinidos: um, uma (no singular) e uns, umas (no plural) ADJETIVO É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos e varia em gênero, número e grau. Quanto à formação, o adjetivo pode ser: Primitivo – é o adjetivo que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: alegre, bom e fiel. Derivado – é o adjetivo que deriva de substantivos ou verbos. Exemplos: alegria e bondade (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente) e escritor (palavra derivada do verbo escrever). Simples – é o adjetivo formado por apenas um radical. Exemplos: alta, estudioso e honesto, cujos radicais são respetivamente: alt, estud e honest. Composto – é o adjetivo formado por mais do que um radical. Exemplos: superinteressante, surdo-mudo e verde-claro, cujos radicais são respetivamente: super e interessant, surd e mud e verd e clar. Há também os Adjetivos Pátrios, que caracterizam os substantivos de acordo com o seu local de origem e as Locuções Adjetivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de adjetivo. Exemplos de Adjetivos Pátrios: brasileiro, carioca e sergipano. Exemplos de Locuções Adjetivas: de anjo (=angelical), de mãe (=maternal) e de face (=facial). NUMERAL É a palavra que indica a posição ou o número de elementos. Os numerais classificam-se em: Cardinais – é a forma básica dos números, utilizada na sua contagem. Exemplos: um, dois e vinte. Ordinais – é a forma dos números que indica a posição de um elemento numa série. Exemplos: segundo, quarto e trigésimo. Fracionários – é a forma dos números que indica a divisão das proporções. Exemplos: meio, metade e um terço. Coletivos – é a forma dos números que indica um conjunto de elementos. Exemplos: uma dúzia (conjunto de doze), semestre (conjunto de seis) e centena (conjunto de cem). Multiplicativos – é a forma dos números que indica multiplicação. Exemplos: dobro, duplo e sêxtuplo. PRONOME É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do discurso e varia em gênero, número e pessoa. Os pronomes classificam-se em: Pessoais – Caso reto (quando são o sujeito da oração): eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e Caso oblíquo (quando são complemento da oração): me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo, nos, conosco, vos, convosco, os, as lhes, se, si, consigo. Tratamento – Alguns exemplos: Você, Senhor e Vossa Excelência. Possessivos – meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e respetivas flexões. Demonstrativos – este, esse, aquele e respetivas flexões, isto, isso, aquilo. Relativos – o qual, a qual, cujo, cuja, quanto e respetivas flexões, quem, que, onde. Indefinidos – algum, alguma, nenhum, nenhuma, muito, muita, pouco, pouca, todo, toda, outro, outra, certo, certa, vário, vária, tanto, tanta, quanto, quanta, qualquer, qual, um, uma e respetivas flexões e quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada. Interrogativos – qual, quais, quanto, quanta, quantas, quem, que. VERBO O verbo é a palavra que expressa a realização de alguma ação, ou o resultado dessa ação. Compreender o emprego dos verbos é essencial para conseguir um bom desempenho em qualquer prova de Língua Portuguesa em concursos públicos. É possível analisar e classificar os verbos em relação a diversos aspectos. Vamos nos dedicar a cada um deles. Predicação do Verbo O verbo também é chamado de predicado, já que atribui uma ação a uma coisa ou a uma pessoa. Essa predicação pode ser incompleta ou completa. Verbo Intransitivo O Verbo Intransitivo é aquele de predicação completa, portanto não precisa de um complemento. O verbo “chover”, é um exemplo. Veja: “Ontem choveu” A oração é compreendida sem qualquer complemento ao verbo. Não é o caso do verbo transitivo. Verbo Transitivo Aqui o verbo precisa de um complemento, por não ser de predicação completa. Um exemplo é o verbo “ver”. Confira: Saulo viu a morena Na oração acima, dizer apenas que “Saulo viu” ficaria incompleto. Saulo viu o quê? É preciso um complemento, nesse caso, a palavra “morena”. É bom ressaltar que o complemento do verbo transitivo é chamado de objeto. E que os verbos transitivos podem ser considerados transitivos diretos e transitivos indiretos. Entenda: Verbo Transitivo Direito é aquele que a ação passa diretamente para a pessoa ou coisa sobre que recai. Exemplo: ver, beber, derrubar. Verbo Transitivo Indireto é aquele que a ação não passa diretamente para a pessoa ou coisa sobre que recai. Exemplo: gostar, obedecer. O complemento do verbo transitivo direto é o objeto direto. O complemento do verbo transitivo indireto é o objeto indireto. Voz do Verbo Outro ponto importante no estudo dos verbos é analisar em que voz ele se encontra. As vozes verbais são ativa, passiva, reflexiva e neutra. Voz Ativa É quando a ação verbal é praticada pelo sujeito. Ele é o agente da ação verbal. Exemplo: O rato comeu o queijo. Voz Passiva Na voz passiva a pessoa ou coisa a quem se atribui a ação verbal recebe a ação, em vez de praticá-la. Exemplo: O carro foi lavado pelo menino. Voz Reflexiva A Voz Reflexiva pode ser entendida como a união entre a Voz Passiva e a Voz Ativa. O sujeito pratica e, simultaneamente, sofre os efeitos da ação verbal. Exemplo: Tereza cortou-se. Flexão do Verbo Você já ouviu falar em conjugação verbal? A conjugação nada mais é que o conjunto de flexões de um verbo. Primeiro, vamos aprender quais são os modos verbais. Modo Indicativo Nesse modo, a ação expressa pelo verbo é exercida de maneira real e definida, seja numa afirmação, seja numa negação. Exemplos: fazem, compro, mando, tenho, estais, veem. Modo Subjuntivo No Modo Subjuntivo o verbo precisa estar subordinado a um outro verbo para ter sentido. Entenda melhor no exemplo a seguir. Exemplo: “Quero que estude”. O verbo “estude”, nesse caso, está no modo subjuntivo, pois seu sentido está dependendo do verbo “quero”. Modo Imperativo É o modo verbal dos “mandões”, pois são utilizados para a passar a ideia de ordem. Exemplo: “Apareça agora em minha frente”. “Apareça” está no modo imperativo. Formas Nominais do Verbo Sabia que os verbos podem se tornar substantivos ou adjetivos? Eles exercem essas funções quando estão em suas formas nominais. São elas: Gerúndio Infinitivo Particípio Entenda cada uma dessas formas a seguir. Gerúndio É a forma nominal do verbo terminada em “ndo”, que indica uma ação continuada. Exemplos: amando, vivendo, correndo, fluindo, participando. Infinitivo É o “nome” do verbo. Nessa forma, não há variação de modo, tempo, número ou pessoa. Exemplos: crescer, amar, correr, partir, repor, vender. Particípio Já o particípio, é a forma verbal terminada em “ado/ido”. Exemplos: comprado, vendido, amado, corrompido, mesclado, vivido, construído. Tempo Verbal Já que o verbo indica a realização de uma ação, ou o resultado dela, faz muito sentido que existam variações de tempo dessas ações. Afinal, elas podem ser realizadas, ou ter resultados, no passado (ou pretérito), no presente ou no futuro. Por isso, existem os seguintes tempos verbais: Modo Indicativo · Presente - Expressa um fato atual. Por exemplo: Eu estudo neste colégio. · Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente terminado. Por exemplo: Ele estudava as lições quando foi interrompido. · Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite. · Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. · Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual. Por exemplo: Ele estudará as lições amanhã. · Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias. Verbo Auxiliar São auxiliares os verbos que complementam o sentido de outros verbos (chamados principais). São verbos auxiliares na Língua Portuguesa: Ter Haver Ser Estar Exemplos: “Eu tenho visto muitos pássaros”. “Tenho”, neste caso, cumpre a função de verbo auxiliar. Verbos Regulares Os verbos regulares são aqueles em que o radical permanece invariável durante toda a sua conjugação. Um verbo regular não modifica sua estrutura quando é modificado nas várias pessoas. Exemplos: louvar, vender, partir. Veja a conjugação do partir vender no presente do indicativo: Eu parto Tu partes Ele parte Nós partimos Vós partis Eles partem Em todas as pessoas o radical “part” é mantido. Verbo Irregular Ao contrário do verbo regular, o verbo irregular sofre modificações em seu radical quando é conjugado. Exemplos: perder, fazer, ferir, caber. Veja a conjugação do verbo ferir no presente do indicativo: Eu firo Tu feres Ele fere Nós ferimos Vós feris Eles ferem Perceba a mudança no radical. De “fir” para “fer”. Verbos Anômalos Existem dois verbos anômalos: Ser Ir Enquanto os verbos irregulares sofrem mudanças no radical, os verbos anômalos simplesmente mudam de radical. Veja o verbo “ser” conjugado no presente do indicativo: Eu sou Tu és Ele é Nós somos Vós sois Eles são ADVÉRBIO É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros. Os advérbios classificam-se em: Modo – Exemplos: assim, devagar e grande parte das palavras terminadas em “-mente”. Intensidade – Exemplos: demais, menos e tão. Lugar – Exemplos: adiante, lá e fora. Tempo – Exemplos: ainda, já e sempre. Negação – Exemplos: não, jamais e tampouco. Afirmação – Exemplos: certamente, certo e sim. Dúvida – acaso, quiçá e talvez. PREPOSIÇÃO É a palavra que liga dois elementos da oração. As preposições classificam-se em: Essenciais – têm somente função de preposição. Exemplos: a, desde e para. Acidentais – não têm propriamente a função de preposição, mas podem funcionar como tal. Exemplos: como, durante e exceto. Há também as Locuções Prepositivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de preposição. Exemplos: apesar de, em vez de e junto de. CONJUNÇÃO É a palavra que liga duas orações. As conjunções classificam-se em: COORDENATIVAS: Aditivas (e, nem), Adversativas (contudo, mas),Alternativas (ou…ou, seja…seja), Conclusivas (logo, portanto) e Explicativas(assim, porquanto). SUBORDINATIVAS: Integrantes (que, se), Causais (porque, como), Comparativas (que, como), Concessivas (embora, posto que), Condicionais (caso, salvo se), Conformativas (como, segundo), Consecutivas (que, de maneira que), Temporais (antes que, logo que), Finais (a fim de que, para que) eProporcionais (ao passo que, quanto mais). Há também as Locuções Conjuntivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de conjunção. Exemplos: contanto que, logo que e visto que. INTERJEIÇÃO É a palavra que exprime emoções e sentimentos. As interjeições podem ser classificadas em: Advertência – Calma!, Devagar!, Sentido! Saudação – Alô!, Oi!, Tchau! Ajuda – Ei!, Ô!, Socorro! Afugentamento – Fora!, Sai! Xô! Alegria – Eba!, Uhu! Viva! Tristeza – Oh!, Que pena!, Ui! Medo – Credo!, Cruzes!, Jesus! Alívio – Arre!, Uf!, Ufa! Animação – Coragem!, Força!, Vamos! Aprovação – Bis!, Bravo!, Isso! Desaprovação – Chega!, Francamente! Livra!, Concordância –Certo!, Claro!, Ótimo! Desejo – Oxalá!, Quisera!, Tomara! Desculpa – Desculpa!, Opa!, Perdão! Dúvida – Hã?, Hum?, Ué! Espanto – Caramba!, Oh!, Xi!, Contrariedade – Credo!, Droga!, Porcaria! Há também as Locuções Interjetivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de conjunção. Exemplos: Cai fora!, Muito obrigada!, Volta aqui! A ANÁLISE MORFOLÓGICA As palavras da língua portuguesa podem ser analisadas/classificadas de duas formas : · Separadamente, palavra por palavra, mesmo fazendo parte de uma oração. · De acordo com a função da palavra dentro da oração. Falamos da análise morfológica e da análise sintática de uma oração. · Quando analisamos/classificamos separadamente estas palavras é que temos a sua análise morfológica. Observe a oração abaixo : · Os meninos da rua treze estavam atônitos com a beleza da nova moradora. Análise morfológica: Os - artigo meninos – substantivo da – preposição rua- substantivo treze– numeral estavam – verbo atônitos–adjetivo com – preposição a– artigo beleza-substantivo da– preposição nova – adjetivo moradora – substantivo Fica a dica : Sempre que lhe for proposto a análise morfológica de uma oração, pense nas palavras sozinhas, analisadas uma a uma, como se fosse a única. E lembre-se das famosas 10(dez) classes gramaticais Fontes: https://segredosdeconcurso.com.br/emprego-das-classes-de-palavras/ e http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/morfologia
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