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LEISHMANIOSE EPIDEMIOLOGIA Uma realidade extremamente preocupante. Temos que mostrar que tudo que está ao entorno tem relação direta com a saúde humana. Ainda é uma doença extremamente negligenciada, piorando o cenário da saúde pública, faz com que a gente tenha cada vez mais um prognostico pior, com animais e humanos indo a óbito. Por ser uma zoonose, ainda há muita pouca conversa entre profissionais da saúde humana e animal. • Doenças negligenciadas → Doenças negligenciadas são doenças que não só prevalecem em condições de pobreza, mas também contribuem para a manutenção do quadro de desigualdade, já que representam forte entrave ao desenvolvimento dos países - o Brasil ainda é um país em desenvolvimento e ainda se vê um cenário de desigualdade social. Em relação isso tem mudado um pouco com relação à leishmaniose pois afeta qualquer animal, desde de pessoas com menor condição financeira e com maior, então ganha uma atenção maior. Porém ainda afeta mais pessoas com menores condições. • Como exemplos de doenças negligenciadas, podemos citar: doença de Chagas, esquistossomose, leishmaniose, ancilostomíase, malária, hanseníase entre outras - verminoses como um todo ainda são muito negligenciadas. Varia de região pra região de acordo com a doença. Segundo dados da OMS, mais de um bilhão de pessoas estão infectadas com uma ou mais doenças negligenciadas, o que representa mais de um sexto da população mundial – número muito alto e muitas das vezes subnotificado. Ppmte em relação à verminose, que é algo relativamente simples de se resolver e acaba que muitas pessoas vêm a óbito por ser uma doença negligenciada. Peculiaridades da leishmaniose, imagem ilustra o quão complexo é o cenário de leishmaniose. O ciclo do flebotomíneo ainda é obscuro temos todo o seu ciclo ocorrendo na matéria orgânica, mas não é tão bem elucidado como a dengue, por exemplo. Temos o ser humano como acometido, bem como o cão, com índice de letalidade altíssimo para ambos. Temos o cavalo fazendo alusão ao mecanismo do cavalo de troia e em alguns lugares da Espanha já se tem equinos acometidos pela leishmaniose visceral. Temos também animais silvestres (raposas, marsupiais, etc.) ligados com o ciclo. A galinha é refratária à doença, mas percebe-se uma estreita ligação, onde tem galinheiro é um chamariz para as fêmeas de flebotomíneos, ela não manifesta a doença, mas é fonte de alimento e proteção pro flebotomíneo. Problema muito grande, pois, são várias espécies acometidas num ciclo pouco elucidado. • Dr. Evandro Chagas em atividade de pesquisa de campo sobre a leishmaniose visceral, realizando exame microscópico de amostra biológica (sangue), para confirmação diagnóstica no Município de Abaetetuba, Estado do Pará, Brasil – hoje temos avanços na tecnologia e saúde, mas por ser uma doença negligenciada, é pouco estudada, os avanços foram pequenos. • Caso de LVA em criança de 4 anos de idade apresentando distensão abdominal decorrente de hepatoesplenomegalia, emagrecimento e palidez cutânea • Caso de LVA em criança de 1,5 anos apresentando distensão abdominal decorrente de hepatoesplenomegalia, emagrecimento e palidez cutânea – pesando 6 kg, quadro de febre a 6 meses, apatia, parou de se alimentar, etc. Diagnóstico impreciso e tardio. Doença muito negligenciada por profissionais da saúde. Quando aplicou um questionário em profissionais, viu-se que menos 60% acertaram sobre leishmaniose, sendo bem preocupante. Lembrar da presença do médico veterinário no NASF, precisa ser mais inserido na saúde pública. Distribuição mundial. A faixa mais acometia é de países em desenvolvimento, o Brasil é o principal com mais casos de leishmaniose visceral. Em MG e na região sudeste, a curva de letalidade chega a 10% (2016/2017), o que é muito alto. Mata mais que dengue e mais que qualquer outra doença infecto parasitária e ainda assim é negligenciado. Casos ocorreram em Lavras. Em 2003 foi notificado o primeiro caso em Lavras. LV tem cura parasitologia, não tem cura clínica. Essas pessoas que sobreviveram a qualquer momento da vida se tiverem uma queda de estado imune, a carga parasitária pode aumentar de novo e elas manifestarem os sintomas novamente. • “A leishmaniose não é uma doença única, mas um conjunto de síndromes complexas e multifacetadas causadas por diversas espécies do gênero Leishmania transmitida por insetos vetores, que afetam tanto seres humanos como animais domésticos e silvestres, que estão distribuídas por todos os continentes, com exceção da Oceania e da Antártida.” – está bem disseminada em todo o mundo, mas em países em desenvolvimento é pior, é mais exacerbada. FORMAS CLÍNICAS • Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) – deformidade facial, sem alta letalidade, mas a clínica é complexa. São lesões complexas que não param de aumentar enquanto não é diagnosticada. o Mucosa o Cutânea ▪ Localizada ▪ Difusa ▪ Disseminada – pacientes com AIDS, por exemplo. • Leishmaniose Visceral Americana (LVA ou Calazar) o Humana o Canina LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA (LVA OU CALAZAR) ETIOLOGIA • Várias espécies do gênero Leishmania parasitam células do Sistema Mononuclear Fagocitário (SMF) de humanos, animais domésticos e silvestres em todo o mundo – distribuição ampla nos animais. O ciclo silvestre é muito pouco elucidado. o Roedores silvestres (paca, cotia, etc.) o Edentados (tatus, tamanduá, preguiça) o Marsupiais (gambás, marmotas) o Carnívoros (cães, gatos, quatis) TRANSIÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO LV antes ocorrendo em áreas periféricas, com saneamento básico deficitário e agora já está tendo uma urbanização do parasito, ocorrendo em centros urbanos de forma disseminada. Quintais com matas, galinheiros, locais mal cuidados, objetos largados. Flebotomíneo está na matéria orgânica em decomposição, nas galinhas e as pessoas não sabem, acham que estão procurando por dengue quando se vai nos locais. TRANSMISSÃO • DOENÇA DE TRANSMISSÃO VETORIAL o Alguns gêneros atuais de flebotomíneos estão presentes há 38 milhões de anos. Flebotomíneo – presente em todos os municípios, mas as vezes o parasito ainda não está presente na cidade. O TRANSMISSOR • Mosquito-palha, asa dura, birigui, maruim, flebótomo, freboto, cangalha, tatuíra – varia de região pra região • São encontrados em regiões de mata ou em áreas colonizadas em suas imediações. Nas matas, criam-se em raízes tubulares de árvores, ocos, depressões e buracos de tronco e toca de animais. Em ambientes domiciliares, criam-se em chiqueiros, galinheiros, bananais e outros – microclimas favoráveis pro ciclo acontecer. Em locais que já ocorreram casos agentes de endemias fazem borrifações pois os flebotomíneos ficam em locais escuros, frestas. Locais com acúmulo de lixo são preocupantes, casas com quintais e pomares também. • Inseto transmissor se reproduz na matéria orgânica. Evitar o acúmulo de matéria orgânica. Limpar terrenos, quintais, galinheiros, pomares, terrenos baldios, canis, áreas externas, etc. • Vetor das Leishmanioses – Flebotomíneo • Somente as fêmeas têm importância na hematofagia A fêmea (imagem 2) é hematófaga. Hematofagia pra maturação dos ovos. Caracteristica corpórea bem especifica. É um inseto muito pequeno (2-3mm), muito frágil. Picada dolorida. • Pequenos (2–3 mm) • Corpo densamente coberto por cerdas e escamas • Asas não se sobrepõem permanecendo abertas apresentando diferentes ângulos em relação ao corpo • Quando em repouso, as asas permanecem eretas, divergentes e afastadas do corpo. • Tipo de voo característico dos flebotomíneos – irregular, ele saltita, não voa longas distancias, menor potencial de dispersão quando comparado ao Aedes. Faz-se o uso de armadilhas. Presença de flebotomíneos, cada pontinho é um mosquito. Ela não manifesta o quadro clínico, mas é risco pra sereshumanos e cães que estão por perto. RESERVATÓRIO URBANO - CÃES DOMÉSTICOS: SINTOMÁTICOS OU ASSINTOMÁTICOS – cães domésticos são considerados os principais reservatórios da leishmaniose e o constate contato com humanos tem suas preocupações. • Outros membros da família Canidae são apontados como reservatórios: Lycalopex vetulus e Cerdocyon thous. Além desses, o gato doméstico, gambás, bovinos, morcegos e roedores foram encontrados parasitados • O cão é o mais importante reservatório conhecido, quando se considera a forma zoonótica da LV. RESERVATÓRIOS • Outros membros da família Canidae são apontados como reservatórios: Lycalopex vetulus e Cerdocyon thous. Além desses, o gato doméstico, gambás, bovinos, morcegos e roedores foram encontrados parasitados – não manifestam sintomas, mas podem ser um elo de ligação do ciclo silvestre com o ciclo urbano. Também temos a leishmaniose antropofílica que independe de animais no ciclo, que não é zoonótica. Mas não ocorre no nosso rotineiro, leishmaniose que ocorre de humano pra humano, ocorre na Índia, por exemplo. Dados do IBGE mostram que existem mais cães e gatos do que crianças de 0-14 anos nas famílias brasileira (2015). Famílias optando por ter mais animais do que filhos. Preocupante no sentido de saúde pública em relação às zoonoses. LEISHMANIOSE OU CALAZAR • É uma doença infecciosa grave, causada por um protozoário parasito, que pode causar morte, principalmente em crianças, idosos e imunodeficientes – pessoas acometidas por HIV • A doença também acontece em cães. Comprometimento hepático é grave. Mostra um exame do primeiro caso de LV de lavras. Função hepática o valor de referencia é entre 2-25, estava entre 804-1614. Estava quase em falência hepática, fez-se o diagnostico e tratamento. Ocorre queda de toda a serie vermelha (pancitopenia) que ocorre no humano e nos cães, dando anemia, epistaxe, etc. Mielograma mostrando as leishmanias dentro dos macrófagos. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=D7GCiJ0Xu4aqqM&tbnid=cjOZNIDvuw_R5M:&ved=&url=http://www.euquerobiologia.com.br/2011/10/raposa-do-campo-lycalopex-vetulus.html&ei=YrpsUZC3BIq42wXnz4DACg&bvm=bv.45175338,d.b2I&psig=AFQjCNF3tzJunOoPgcv-R1YYzj47EthXKg&ust=1366166498590506 Ciclo ocorrendo fases dentro do flebotomíneo em que dentro dele tem toda uma mudança do parasito e mesmo em contato com o ser humano ou cão, via inoculação do inseto vetor ele tem a ocorrência da doença. O flebotomíneo é adaptado para o parasito, tem todo o sistema digestório e glândulas propicias para que esse ciclo ocorra. O ser humano entra como hospedeiro acidental pois o ciclo principal se dá flebotomíneo e cão. Ocasionalmente o ser humano também é picado e pode desenvolver a doença, mas o cão é muito mais acometido que os humanos. Temos o cão como sentinela da doença, chega no município via cão e depois o ser humano pode ser acometido. • O cão é o mais importante reservatório conhecido, quando se considera a forma zoonótica da LV. PROMASTIGOTAS • Encontrada nos insetos vetores. Presença de núcleo e flagelo livre. • Extracelulares com flagelo na região anterior, fusiformes, com 14 a 20 µm de comprimento e 2 a 4 µm de largura. Multiplicam-se no intestino do vetor. • Forma infectante para o HD AMASTIGOTAS • Ovais ~ 2 a 5 µm, com núcleo, cinetoplasto e flagelo curto, intracelular. Vivem no interior de macrófagos dos hospedeiros vertebrados, inclusive os humanos. • Encontrada dentro dos macrófagos da pele e/ou vísceras Extracelular Intracelular Arredondada e sem flagelo PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO Tem um papel muito importante. Em relação à leishmaniose as pessoas tentam contornar a situação. Recentemente em Lavras teve acionar o ministério público pois tinha MV passando droga humana pra cão. Corre risco de ter resistência da droga no humano e ela não funcionar mais e também do cão não ter sua cepa pesquisada pra saber se a droga é adequada pra tal. Vigilância sanitária autuou três MV devido à conduta inadequada frente a LVC. A LVC está muito presente em Lavras e MVs falam do tratamento tradicional, mas ficam oferecendo tratamentos alternativos que colocam em risco o animal e a sociedade. PATOGENIA • Família Psycodidae • Machos – alimentam-se de seiva • Fêmeas – alimentam-se de sangue o Aparelho bucal adaptado para dilacerar o tecido do HD. o Saliva: anticoagulante, Maxidilan (vasodilatador e imunossupressor – inibe Th1 (IL12 e INF g), fatores antiagregação plaquetária. o Inibe a resposta celular • Alta incidência e alta letalidade, principalmente em indivíduos não tratados e crianças desnutridas e portadores da infecção pelo HIV. É uma das doenças mais importantes da atualidade. A gente tem aqueles animais e seres humanos acometidos por uma falha no sistema imune. Animais com uma dieta deficiente, animais que tem donos de baixa renda estão mais comprometidos. Tem a doença ocorrendo em mais frequência nas periferias pois o acompanhamento é deficitário, sem acompanhamento veterinário, sem ração de qualidade, vacinação pra outros agravos que auxilia na susceptibilidade. CAVALO DE TROIA - LEISHMANIA MAJOR • Neutrófilos - ineficazes – promastigota: não multiplicam. • Evasão imune: genética do hospedeiro e da cepa do parasito. • Infecção retarda a apoptose (42 h pi). • Macrófagos fagocitam neutrófilos em apoptose e, (anti-inflamatórias, PGE2 e TGF-β), reduzindo sua capacidade de destruir Leishmanias. O parasito é tão peculiar e de difícil reconhecimento do corpo que o macrófago reconhece ele como ameaça, faz sua função e dentro do macrófago a leishmania se multiplica, parece que está tudo resolvido, mas a leishmania está ativa dentro do macrófago. O macrófago com a leishmania vai pra baço, fígado (espleno e hepatomegalia) e tem todas suas complicações. Por isso se fala cavalo de troia, pois parece que está tudo bem, que a resposta do corpo foi adequada, mas dentro dessa resposta, dentro do macrófago está ocorrendo toda a multiplicação do parasito. • Nos macrófagos, os parasitos adquirem a forma de amastigotas, que se multiplicam por fissão binária, ativando mecanismos que as protegem da ação celular (então além de estar tendo macrófago ali, as enzimas que deveriam exterminar o parasito elas são inibidas por ação do mesmo, ficando “encapsulado” contra as enzimas). A expansão da infecção se dá pelo rompimento dos macrófagos e invasão de novas células que se disseminam para órgãos linfoides e pela derme, generalizando a infecção (ocorre em humanos e cães; tem o tropismo pra baço, medula, fígado, locais nobres e protegidas onde o parasito vai ter sucesso e o hospedeiro vai ter dificuldade de combater). Temos animais resistentes e suscetíveis. Não entrou em detalhe na questão de resposta imune. Ela é individual e está relacionado às condições de vida. Quanto mais saudável, menos suscetível. SINAIS CLÍNICOS Animais emagrecidos em função de leishmaniose visceral canina no Brasil O que difere os cães dos seres humanos é que eles têm manifestações dérmicas na LV, perda de pelo, etc. Problema do parasito na pele do animal é que a transmissão é mais fácil pois é uma transmissão vetorial, flebotomíneo muitas vezes não tem o parasito, vai ter contato com o animal e vai adquirir o parasito naquele cão doente, levando pra outros cães e seres humanos. Por isso o cão é importante no ciclo epidemiológico da doença. Ela antecede os casos humanos. Emagrecimento acentuado, hepato e esplenomegalia, epistaxe, artralgia, acometimento do SN, etc. Artrite, osteomielite e artrosinovites são características que também diferem dos seres humanos e muitos MVs não estão levando isso em consideração pra dar o diagnóstico de leishmaniose. Importante fazerdiagnóstico diferencial. Cão com leishmaniose visceral que tem lesão cutânea, não é leishmaniose cutânea canina é leishmaniose visceral canina. Tem a tegumentar também, mas é mais raro e não tem acometimento de órgãos. A tegumentar é mais comum em felinos. A LVC canina é muito comum e quase sempre tem lesões tegumentares. SINAIS OFTALMOLÓGICOS • Animais com alopecia periorbital – blefarite (máscara leishmaniótica) em função de leishmaniose visceral canina – muito comum da doença, ocorre com bastante frequência. SINAIS DERMATOLÓGICOS • Animais com sintomas cutâneos em função da leishmaniose visceral canina: o A = alopecia generalizada o B = dermatite seborreica – muito comum, muitos MVs tratam pra sarna o C = onicogrifose – muito importante Muitas vezes acha que é uma ferida pequena e é LVC. Comum lesão entre os dedos. Leishmaniose Visceral – perda de pelo acentuada, perda de peso, etc. PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS • Doença crônica e polimórfica. • A proliferação de linfócitos B, células plasmáticas, histiócitos e macrófagos provocam linfadenomegalia, esplenomegalia e hiperglobulinemia. • A resposta humoral (Igs) é maciça, não é protetora e pode ser prejudicial. • A diminuição da albumina associada à elevação sérica das globulinas tem sido associada à condição infectante dos animais. • A existência de auto-anticorpos pode levar a trombocitopenia e anemia imune mediadas. • Tem-se associado também às altas concentrações de globulinas, a formação de imunocomplexos, que se depositam nos vasos sangüíneos, baço, fígado e rins causando vasculites, poliartrites, uveítes e glomerunefrites membranosas. • Nos rins pode levar a falência renal que é a principal causa de morte em cães com LV. • O emagrecimento é acentuado em muitos animais O período de incubação ele é comum ao cão e humano. Pode ser de 10 dias – 24 meses (média de 2-6 meses). Após o contato, o PI é muito extenso. Dados clínicos importantes em humanos – febre e esplenomegalia, todas as pessoas com esses sintomas já são testadas pra leishmaniose em municípios onde já existem casos. A febre é importante pois é baixa, não passa de 39° e é intermitente. Distensão abdominal. DIAGNÓSTICO • Clínico – não fecha só em clínicos pois os sinais são inespecíficos • Laboratorial – tem que ser bem feito pois tem muito falso positivo, fazer pelo menos dois métodos Em humanos o tratamento é feito com glucantime que é uma droga que os médicos dizem que mata tanto quanto a leishmaniose. Os pacientes relatam que é semelhante à uma quimioterapia os efeitos colaterais. Cardiotoxicidade, hepatotoxidade, pancreatite, insuficiência renal, anemia, etc. É a droga de primeira escolha e alguns MVs vêm usando, o que é muito ruim. Ocorre muita venda online desse medicamento. Esse medicamento também é utilizado no tratamento de LT. Também temos o tratamento em humanos com a anfotericina B, que é um medicamento importado, muito caro. Ministério da Saúde só libera em casos especiais. Voltando ao diagnóstico. Temos o diagnóstico rápido DPP, mas se busca o mielograma, que é padrão ouro, observando-se diretamente o parasito. Pra LTA tinha um Ag de Montenegro, mas não é feito mais. Tem que ser via biópsia. Diagnóstico clínico • Sinais clínicos pouco patognomônicos o Área endêmica ou não endêmica • Diferencial: o Diagnósticos diferenciais alterações cutâneas: ▪ seborreia, piodermites, dermatofitose, demodiciose, escabiose, esporotricose, atopia, patologias cutâneas auto-imunes (lúpus eritrematoso sistêmico, pênfigo foliáceo). o Neoplasias, doenças infecciosas e parasitárias como: ▪ Hepatozoonose, erliquiose, babesiose, febre maculosa das montanhas rochosas, doença de Lyme, entre outras. Diagnóstico laboratorial • Demonstração direta o Biopsia o Punção / aspirado o Cultura o Molecular – PCR • Demonstração indireta o Imunológico o Resposta celular o Resposta de anticorpos o TR DPP, ELISA, RIFI Teste rapido canino – DPP: pega-se uma gota de sangue da orelha do animal, põe na placa, pinga o reagente e depois de um tempo temos o resultado. O diagnóstico não é fechado por meio dele, é apenas um teste de triagem. Faz-se ELISA depois. E dai discute a conduta posterior. Tem que mostrar as opções pro proprietário pra diagnóstico. Pode dar positivo no DPP, ELISA e no mielograma dar negativo. A demonstração direta é sempre a mais indicada porém não é todo individuo que tem condições de bancar. E os órgãos públicos não tem condições de bancar o PCR, por exemplo, que seria o ideal. Procedimentos para coleta de fragmento de tecido da orelha de cães para realização de exame histológico para diagnóstico de leishmaniose. A – Finalização da tricotomia da região; B - Anestesia local. C – utilização de “punch” para cortar o tecido; D - remoção do fragmento para envio ao laboratório. E e F – outro cão mostrando apenas o momento de realização do corte e retirada do fragmento. Demonstração do parasito • Xenodiagnóstico – não é bem observado na prática A = detalhe o equipamento onde podem ser observados casais em cópula (círculo vermelho) e fêmeas ingurgitadas de sangue (círculo preto); B = equipamento colocado na face interna da orelha do cão para alimentação das fêmeas; C e D = procedimento realizado em gato. TRATAMENTO • Miltefosina - Milteforam Autorizado pra MV. Em 2016-2017 que houve essa autorização. Porém é uma medicação que foi pouco testada. Infelizmente já não está tendo bons olhos de quem está aprofundando na pesquisa. Flademir recebe muito animal com LV sendo tratado e com muita leishmania na necropsia. Muita duvida em relação à eficácia do medicamento. Medicamento fitoterápico que promete cura, tomar cuidado. CONTROLE 1 – Redução da morbidade e mortalidade, através da detecção precoce e tratamento dos casos humanos; 2 – Controle dos reservatórios, através da identificação de cães soropositivos e sua eliminação; cães soropositivos pelos métodos de ELISA ou RIFI, com títulos iguais ou maiores que 1:40, doentes ou não, devem ser eliminados. 3 – Controle dos vetores. Tem sido realizado aquém do desejado. Pensando em saúde pública, a opção é a eutanásia. Varia de pessoa pra pessoa. A eutanásia pode aliviar problemas que o animal pode vir a ter e também se for realizado o tratamento com o Milteforam, evita os efeitos colaterais. Tem que avaliar cada caso. Indica-se vacinação, uso de coleiras repelentes pra todos. Ministério da saúde ainda opta pela eutanásia como medida.