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Montes Claros/MG - 2012 Maria das Graças Mota Mourão Renata Cordeiro Maciel Gestão dos Processos Formativos em Espaços não Escolares EDITORA UNIMONTES Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG) Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089 - Telefone: (38) 3229-8214 www.unimontes.br / editora@unimontes.br CATALOGADO PELA DIRETORIA DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES (DDI) - UNIMONTES Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) © - EDITORA UNIMONTES - 2012 Universidade Estadual de Montes Claros REITOR João dos Reis Canela VICE-REITORA Maria Ivete Soares de Almeida DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES Huagner Cardoso da Silva EDITORA UNIMONTES Conselho Editorial Prof. Silvio Guimarães – Medicina. Unimontes. Prof. Hercílio Mertelli – Odontologia. Unimontes. Prof. Humberto Guido – Filosofia. UFU. Profª Maria Geralda Almeida. UFG Prof. Luis Jobim – UERJ. Prof. Manuel Sarmento – Minho – Portugal. Prof. Fernando Verdú Pascoal. Valencia – Espanha. Prof. Antônio Alvimar Souza - Unimontes Prof. Fernando Lolas Stepke. – Univ. Chile. Prof. José Geraldo de Freitas Drumond – Unimontes. Profª Rita de Cássia Silva Dionísio. Letras – Unimontes. Profª Maisa Tavares de Souza Leite. Enfermagem – Unimontes. Profª Siomara A. Silva – Educação Física. UFOP. REVISÃO LINGUÍSTICA Ângela Heloiza Buxton Arlete Ribeiro Nepomuceno Aurinete Barbosa Tiago Carla Roselma Athayde Moraes Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita do Editor. Luci Kikuchi Veloso Maria Cristina Ruas de Abreu Maia Maria Lêda Clementino Marques Ubiratan da Silva Meireles REVISÃO TÉCNICA Admilson Eustáquio Prates Cláudia de Jesus Maia Josiane Santos Brant Karen Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida Káthia Silva Gomes Marcos Henrique de Oliveira DESIGN EDITORIAL E CONTROLE DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO Andréia Santos Dias Camilla Maria Silva Rodrigues Clésio Robert Almeida Caldeira Fernando Guilherme Veloso Queiroz Francielly Sousa e Silva Hugo Daniel Duarte Silva Marcos Aurélio de Almeida e Maia Patrícia Fernanda Heliodoro dos Santos Sanzio Mendonça Henriques Tatiane Fernandes Pinheiro Tátylla Ap. Pimenta Faria Vinícius Antônio Alencar Batista Wendell Brito Mineiro Zilmar Santos Cardoso M931g Mourão, Maria das Graças Mota. Gestão dos processos formativos em espaços não escolares / Maria das Graças Mota Mourão, Renata Cordeiro Maciel. – Montes Claros : Unimontes, 2012. 59 p. : il. color. ; 21 x 30 cm. Caderno didático do Curso de Pedagogia da Universidade Aberta do Brasil - UAB/Unimontes. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7739-172-1 1. Ensino superior. 2. Escolas – Organização e administração. 3. Pedagogia hospitalar. 4. Prisões. 5. Educação rural. I. Maciel, Renata Cordeiro. II. Universidade Aberta do Brasil - UAB. III. Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. IV. Título. CDD 378.007 Chefe do Departamento de Ciências Biológicas Guilherme Victor Nippes Pereira Chefe do Departamento de Ciências Sociais Maria da Luz Alves Ferreira Chefe do Departamento de Geociências Guilherme Augusto Guimarães Oliveira Chefe do Departamento de História Donizette Lima do Nascimento Chefe do Departamento de Comunicação e Letras Ana Cristina Santos Peixoto Chefe do Departamento de Educação Andréa Lafetá de Melo Franco Coordenadora do Curso a Distância de Artes Visuais Maria Elvira Curty Romero Christoff Coordenador do Curso a Distância de Ciências Biológicas Afrânio Farias de Melo Junior Coordenadora do Curso a Distância de Ciências Sociais Cláudia Regina Santos de Almeida Coordenadora do Curso a Distância de Geografia Janete Aparecida Gomes Zuba Coordenadora do Curso a Distância de História Jonice dos Reis Procópio Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Espanhol Orlanda Miranda Santos Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Inglês Hejaine de Oliveira Fonseca Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Português Ana Cristina Santos Peixoto Coordenadora do Curso a Distância de Pedagogia Maria Narduce da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Presidente Geral da CAPES Jorge Almeida Guimarães Diretor de Educação a Distância da CAPES João Carlos Teatini de Souza Clímaco Governador do Estado de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Vice-Governador do Estado de Minas Gerais Alberto Pinto Coelho Júnior Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Nárcio Rodrigues Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes João dos Reis Canela Vice-Reitora da Unimontes Maria Ivete Soares de Almeida Pró-Reitora de Ensino Anete Marília Pereira Diretor do Centro de Educação a Distância Jânio Marques Dias Coordenadora da UAB/Unimontes Maria Ângela Lopes Dumont Macedo Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes Betânia Maria Araújo Passos Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH Antônio Wagner Veloso Rocha Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS Maria das Mercês Borem Correa Machado Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA Paulo Cesar Mendes Barbosa Chefe do Departamento de Artes Maristela Cardoso Freitas Autores Maria das Graças Mota Mourão Doutoranda pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ( UTAD) de Portugal, mestre em Educação pelo Instituto Superior Pedagógico Enrique José Varona de Cuba, graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. Atualmente é professora do Departamento de Educação, membro do Corpo Editorial da Revista Educação Significante e Coordenadora do Grupo de Pesquisas na Educação, Diversidade e Saúde (GEPEDS) da Unimontes. Renata Cordeiro Maciel Mestre em Educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, especialização em Psicopedagogia pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas, graduada em Pedagogia pela Unimontes. Atualmente é professora do Departamento de Educação da Unimontes e integrante do Grupo de Pesquisas na Educação, Diversidade e Saúde (GEPEDS) da Unimontes. Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos em Espaços não Escolares Apresentação Prezados (as) acadêmicos (as) do Curso de Pedagogia, O caderno didático intitulado GESTÃO DOS PROCESSOS FORMATIVOS EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES destina-se ao estudo da disciplina GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO-ESCOLARES neste período e tem como objetivos discutir sobre: Conceitos e dimensões sócio políticos na estrutura de ambientes de educação não-formal. Os processos educativos nas instituições não escolares. As dimensões do trabalho pedagógico: pedagogia social de rua; pedagogia em ambientes empresariais, projetos sociais; organização não governamental. Pe- dagogia no ambiente de promoção de saúde e da melhoria de qualidade de vida. Princípios e práticas pedagógicas no processo de Organização de Instituições e espaços educativos não- -formais. Gestão e organização do trabalho pedagógico na educação não formal de crianças, jovens e adultos, em espaços diversos: Empresarial, Hospitalar, Carcerária, Campo. Advertimos que esse caminho requer esforço e dedicação, que serão demonstrados atra- vés do seu empenho em realizar as leituras recomendadas pelo professor formador e docentes tutores virtual e presencial, assim como a participar dos fóruns de discussão, momentos em que os conteúdos estudados são compartilhados entre os colegas de curso. Professora Maria Nadurce da Silva Coordenadora do Curso Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Fundamentos Da Gestão Na Educação Não Formal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 1.2 Gestão: origeme concepção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 1.3 Diferenciação entre educação não formal, formal e informal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 1.4 Espaços não escolares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 Espaço empresarial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 2.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 2.2 O espaço empresarial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 2.3 O papel do pedagogo na empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2.4 O processo de aprendizagem no trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 2.5 As práticas do pedagogo na empresa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 Pedagogia hospitalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 3.2 Contextualização do espaço. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 3.3 O papel do pedagogo no espaço hospitalar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 3.4 A prática pedagógica em classe hospitalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 O espaço carcerário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 4. 1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 4.2 Contextualização do espaço. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 4.3 Dimensões da educação carcerária: pressupostos teóricos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 4.4 As práticas educativas no espaço carcerário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Unidade 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39 O espaço do campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39 5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39 5.2 Contextualização do espaço. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 5.3 Práticas pedagógicas e participação dos movimentos sociais na educação do campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41 5.4 Pedagogia da alternância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49 Referências Básicas e Complementares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53 Atividades de Aprendizagem - AA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57 9 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares Apresentação Caro(a) acadêmico(a): A disciplina Gestão dos Processos For- mativos em Espaços Não Escolares trata da diversidade atual no campo de atuação do pedagogo que, além de atuar em instituições escolares, vem atuando também em espaços não escolares, cujo objetivo principal é refletir acerca da gestão e organização do trabalho pedagógico na educação não formal de crian- ças, jovens e adultos, em espaços diversos: Empresarial, Hospitalar, Carcerário e do Cam- po. O campo da pedagogia vem atravessan- do um momento de mudanças, em que come- çam a ser rompidos antigos paradigmas sobre o perfil de formação e atuação do pedagogo, ampliando o campo de atuação, exigindo um novo profissional com uma nova práxis edu- cativa a partir de novas perspectivas impostas pela contemporaneidade. Por isso, para Matos e Muggiati (2001), a formação desse profissional constitui-se num desafio aos cursos de Pedagogia, uma vez que as mudanças sociais aceleradas estão exigindo uma premente e avançada abertura de seus parâmetros, objetivando oferecer os neces- sários fundamentos teórico-práticos para o alcance de atendimentos diferenciados emer- gentes no cenário educacional que não seja apenas o espaço escolar. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia aprovadas em dezembro de 2006, em relação à atuação do pedagogo em espaços não escolares, ressalta que o perfil do graduado deverá contemplar consistente formação teórica, diversidade de conhecimen- tos e de práticas que se articulam ao longo do curso. Dessa forma, a gestão educacional é en- tendida numa perspectiva democrática, que associe as diversas atuações e funções do tra- balho pedagógico e de processos educativos escolares e não escolares. Principalmente com referência ao planejamento, à administração, à coordenação, ao acompanhamento, à ava- liação de planos e de projetos pedagógicos, bem como à análise, à formulação, à imple- mentação, ao acompanhamento e à avaliação de políticas públicas e institucionais na área de educação. No mundo globalizado há de se tornar ótimo o processo de formação do educador, o que implica o desenvolvimento da autonomia para a construção do próprio caminho, exigin- do atitudes pró-ativas, organizadas, éticas, de caráter prático, flexíveis, além de iniciativas educacionais que valorizem a diversidade e também a participação efetiva nos relaciona- mentos interpessoais, tanto nos espaços esco- lares como em espaços não escolares. Nesse contexto, a disciplina Gestão dos Processos Formativos em Espaços Não Esco- lares está estruturada em cinco unidades. Na Unidade 1, tratamos dos fundamentos da ges- tão pedagógica nos espaços não escolares: sua função social, sua dimensão histórica e suas concepções. Na Unidade 2, intitulada Espaço Empresa- rial, buscamos desvelar o ambiente organiza- cionalda empresa que, na atualidade, precisa contar com um trabalhador pensante, criativo, pró-ativo, analítico, com habilidade para reso- lução de problemas e tomada de decisões, en- tre outras capacidades. Na Unidade 3, analisamos a proposta da Pedagogia Hospitalar que visa dar continui- dade às atividades escolares das crianças e adolescentes internados, atentando para que possua interação, harmonia entre as ações educativas a serem realizadas e a realidade hospitalar, bem como o papel do pedagogo como responsável por essas ações. Na Unidade 4 – Espaço Carcerário –, tra- zemos para discussão a educação em prisões, temática diretamente ligada ao amadureci- mento da visão da educação como direito hu- mano, entendendo que a educação oferecida no campo do sistema penitenciário pode mui- to contribuir no processo de reinserção social dos presos. Na Unidade 5 discutimos a Educação do Campo, os conceitos e as lutas dos movimen- tos sociais em busca de educação de quali- dade, bem como as questões curriculares, as ações pedagógicas e organização escolar no âmbito da identidade do campo. Esperamos que essa disciplina possibilite amplas reflexões em relação aos temas aqui tratados, contribuindo para que seu processo de formação de educador seja comprometi- do com a formação humana e profissional dos profissionais da educação. As autoras. 10 UAB/Unimontes - 7º Período 11 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares UNIDADE 1 Fundamentos Da Gestão Na Educação Não Formal 1.1 Introdução Nesta unidade, vamos analisar os funda- mentos da gestão pedagógica nos espaços não escolares: sua função social, sua dimensão histórica e suas concepções. Para que você possa compreender me- lhor e familiarizar-se com o termo gestão, ini- cialmente iremos traçar a sua origem episte- mológica, delineando sua evolução ao longo das últimas décadas e suas diferentes concep- ções. Pretendemos, ao final desta unidade, que você seja capaz de: • Reconhecer a epistemologia do termo gestão dos processos formativos nos es- paços não escolares; • Identificar as diferentes concepções pre- sentes no campo da gestão e na prática pedagógica; • Explicar a evolução histórica da constru- ção do campo da gestão pedagógica nos espaços não formais; • Caracterizar as diferentes correntes teóri- cas de gestão; • Relacionar as diferentes concepções de gestão com sua experiência. 1.2 Gestão: origem e concepção Cury (2002), em relação à origem etimoló- gica do termo gestão (de verbo latino gerere, gerar, exercer, executar), sinaliza a postura dia- lógica subjacente ao seu conceito como forma de governo da educação em seus diferentes níveis e modalidades de ensino. Independente da origem etimológica e de distintas aproximações conceituais e praxioló- gicas, a gestão da educação está construída no Brasil atual como um conceito abrangente que se refere ao pensar e ao fazer a educação em sua totalidade, tendo em vista o cumprimento de sua missão política e cultural e a consecução de seus objetivos pedagógicos. ◄Figura 1: Educação e direito Fonte: http://janete. pbworks.com/w/page /13491530/Organiza% C3%A7%C3%A3o-e- Gest%C3%A3o-da- Educa%C3%A7%C3%A3o Acesso em 18 jul. 2011. http://janete.pbworks.com/w/page/13491530/Organiza%C3%A7%C3%A3o-e-Gest%C3%A3o-da-Educa%C3%A7%C3%A3o http://janete.pbworks.com/w/page/13491530/Organiza%C3%A7%C3%A3o-e-Gest%C3%A3o-da-Educa%C3%A7%C3%A3o http://janete.pbworks.com/w/page/13491530/Organiza%C3%A7%C3%A3o-e-Gest%C3%A3o-da-Educa%C3%A7%C3%A3o http://janete.pbworks.com/w/page/13491530/Organiza%C3%A7%C3%A3o-e-Gest%C3%A3o-da-Educa%C3%A7%C3%A3o http://janete.pbworks.com/w/page/13491530/Organiza%C3%A7%C3%A3o-e-Gest%C3%A3o-da-Educa%C3%A7%C3%A3o http://janete.pbworks.com/w/page/13491530/Organiza%C3%A7%C3%A3o-e-Gest%C3%A3o-da-Educa%C3%A7%C3%A3o 12 UAB/Unimontes - 7º Período Na atualidade, o termo gestão educacional permeia a discussão de diferentes setores educa- cionais, visando à obtenção de melhores resultados. Na tentativa de compreendê-lo melhor, apre- sentaremos concepções de diferentes autores. Garcia (1987) entende gestão educacional como um conjunto de medidas adotadas para cumprir o que lhe é relacionado, ou seja, é a administração dos planos e programas de trabalho apresentados para o conjunto das instituições que realizam a educação. Estudiosos da temática, como Paro (2000) e Ferreira (2004), concebem a gestão da educação como tomada de decisões, utilização racional de recursos para a realização de determinados fins. Ferreira (2004, p. 1231) alerta quanto à necessidade de “ser repensada e ressignificada ante a ‘cul- tura globalizada’, a partir dessas determinações e à luz dos compromissos com a fraternidade, a solidariedade, a justiça social e a construção humana do mundo”. A gestão da escola pública trata de uma forma de organizar o funcionamento da escola em relação aos aspectos políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e pe- dagógicos, a fim de dar transparência às suas ações e atos e possibilitar à comunidade escolar e local a aquisição de conhecimentos, saberes, idéias e sonhos, num processo de aprender, inven- tar, criar, dialogar, construir, transformar e ensinar (BRASIL, 2004). Ressaltamos que o termo gestão da educação tem, de acordo com o contexto em que é em- pregado, variados níveis de alcance. GLOSSÁRIO ETIMOLOGIA: Parte da Gramática que trata da origem e formação das palavras. PRAXIOLÓGICAS: Estudo das ações e da conduta humanas. ▲ Figura 2: Mundo globalizado Fonte: http://mundi-geo.blogspot.com/2009/04/globalizacao.html, Acesso em 18 jul. 2011. PARA SABER MAIS Gestão de Sistema Educacional A gestão de sistema implica o ordenamen- to normativo e jurídi- co e a vinculação de instituições sociais por meio de diretrizes comuns. “A democra- tização dos sistemas de ensino e da escola implica aprendizado e vivência do exercí- cio de participação e de tomadas de decisão. Trata-se de um processo a ser construído coletiva- mente, que considera a especificidade e a possibilidade históri- ca e cultural de cada sistema de ensino: municipal, distrital, estadual ou federal de cada escola.” Fonte: BRASIL/MEC/SEB. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conse- lhos Escolares. Gestão da educação escolar. Brasília: UnB, CEAD, 2004 vol. 5. p. 25. http://mundi-geo.blogspot.com/2009/04/globalizacao.html 13 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares 1.3 Diferenciação entre educação não formal, formal e informal Ancorar-nos-emos nos estudo de Gohn (2006) para diferenciar os campos da educação (não formal, formal e informal). Para iniciarmos nossos estudos, observe as figuras (3, 4 e 5) que retra- tam espaços diferenciados de educação. ▲ Figura 3: Educação não formal http://www.unochapeco.edu.br/pedagogia/ blog, Acesso em 18 jul. 2011. ▲ Figura 4: Educação formal http://www.coopagora. com.br/wp-content/uplo- ads/2009/06/proj_educa- cao1.jpg, Acesso em 18 jul. 2011. ▲ Figura 5: Educação informal Fonte: http://3.bp.blogspot. com/_1Px65zKeTYk/SagAIoLunnI/AAAAAA- AAAA4/hj3KUItpoXc/s1600-h/hip-hop.jpg, Acesso em 18 jul. 2011. 1.3.1 Educação Não Formal A educação não formal trata-se daquela que se aprende no mundo da vida, por meio dos processos de compartilhamento de experiências, especialmente em espaços e ações coletivos cotidianas. Ela indica um processo com variadas dimensões, segundo Gohn (2006, p. 28): • a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos como cidadãos; • a capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ ou desenvolvimento de potencialidades; • a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos; • a aprendizagem de conteúdos quepossibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura do mun- do do ponto de vista de compreensão do que se passa ao seu redor; • a educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a eletrônica, etc. http://www.unochapeco.edu.br/pedagogia/blog http://www.unochapeco.edu.br/pedagogia/blog http://www.coopagora.com.br/wp-content/uploads/2009/06/proj_educacao1.jpg http://www.coopagora.com.br/wp-content/uploads/2009/06/proj_educacao1.jpg http://www.coopagora.com.br/wp-content/uploads/2009/06/proj_educacao1.jpg http://www.coopagora.com.br/wp-content/uploads/2009/06/proj_educacao1.jpg http://3.bp.blogspot.com/_1Px65zKeTYk/SagAIoLunnI/AAAAAAAAAA4/hj3KUItpoXc/s1600-h/hip-hop.jpg http://3.bp.blogspot.com/_1Px65zKeTYk/SagAIoLunnI/AAAAAAAAAA4/hj3KUItpoXc/s1600-h/hip-hop.jpg http://3.bp.blogspot.com/_1Px65zKeTYk/SagAIoLunnI/AAAAAAAAAA4/hj3KUItpoXc/s1600-h/hip-hop.jpg 14 UAB/Unimontes - 7º Período Para a autora, esse tipo de educação pode ser definida como práticas educativas que ocorrem fora de tempos e espaços determinados, consistindo em um processo de formação para a vida. Lembramos que a educação não formal é necessária, pois a instituição escola não mais con- segue dar conta de todo o processo educativo. Nela, o grande educador é o outro, pessoa com quem interagimos ou nos integramos. Em relação aos espaços educativos, na educação não formal eles se localizam em territórios que “acompanham as trajetórias de vida dos grupos e indivíduos, fora das escolas, em locais in- formais, locais onde há processos interativos intencionais” (GOHN, 2006, p. 29). A autora esclarece ainda que ... a educação não-formal ocorre em ambientes e situações interativos constru- ídos coletivamente, segundo diretrizes de dados grupos, usualmente a partici- pação dos indivíduos é optativa, mas ela também poderá ocorrer por forças de certas circunstancias da vivência histórica de cada um (GOHN, 2006, p. 29). Além disso, a autora salienta que na educação não formal existe intencionalidade na ação, no ato de participar, de aprender e de transmitir ou trocar informação reconhecendo a educação não formal como um dos campos básicos da Pedagogia Social, uma vez que ela trabalha com coletivos e preocupa-se com os processos de construção de aprendizagens e saberes coletivos. Nessa perspectiva, a educação não formal torna os indivíduos capazes de se tornarem cida- dãos do mundo e no mundo cuja finalidade é ampliar e abrir espaços de conhecimento sobre o mundo que envolve os indivíduos e suas relações sociais. Com isso, não define seus objetivos a priori. ... eles se constroem no processo interativo, gerando um processo educativo. Um modo de educar surge como resultado do processo voltado para os inte- resses e as necessidades que dele participa. A construção de relações sociais baseadas em princípios de igualdade e justiça social, quando presentes num dado grupo social, fortalece o exercício da cidadania. A transmissão de infor- mação e formação política e sócio-cultural é uma meta na educação não for- mal. Ela preparar os cidadãos, educa o ser humano para a civilidade, em oposi- ção à barbárie, ao egoísmo, individualismo, etc. (GOHN, 2006, p. 30). Vejamos algumas características que a educação não formal pode atingir em relação às me- tas: • aprendizado quanto a diferenças - aprende-se a conviver com os demais. Socializa-se o res- peito mútuo; • adaptação do grupo a diferentes culturas, e o indivíduo ao outro, trabalha com o “estranha- mento”; • construção da identidade coletiva de um grupo; • balizamento de regras éticas relativas às condutas aceitáveis socialmente (GOHN, 2006, p. 31). O trabalho coletivo é, portanto, fundamental na educação não formal, conforme pode ser observado na figura 6. É importante salientar que as metodologias utilizadas na educação não formal no processo de aprendizagem nascem da cultura dos indivíduos e dos grupos. Dessa forma, o método aparece a partir da problematização da vida cotidia- na, e os conteúdos surgem a partir dos temas tais como: necessidades, carências, desafios, obstáculos ou ações arrojadas a serem realizadas, portanto, não são fornecidos a priori, são construídos no processo. ◄ Figura 6: Trabalho coletivo Fonte: http://vic- torlucianodejesus. blogspot.com/, Acesso em 18 jul. 2011. http://victorlucianodejesus.blogspot.com/ http://victorlucianodejesus.blogspot.com/ http://victorlucianodejesus.blogspot.com/ 15 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares Supõe a existência da motivação das pessoas que participam. Ela não se subor- dina às estruturas burocráticas. É dinâmica. Visa à formação integral dos indiví- duos. Neste sentido tem um caráter humanista. Ambiente não formal e men- sagens veiculadas «falam ou fazem chamamentos» às pessoas e coletivos e as motivam. Mas, como há intencionalidades nos processos e espaços da educa- ção não-formal, há caminhos, percursos, metas, objetivos estratégicos que po- dem se alterar constantemente (GOHN, 2006, p. 32). Para a autora, os conselhos e colegiados da escola são espaços de educação não-formal. ... são inúmeras as novas práticas sociais expressas em novos formatos ins- titucionais da participação, tais como os conselhos, os fóruns, as assembléias populares e as parcerias. Em todas elas a educação não formal está presente, como processo de aprendizagem de saberes aos e entre seus participantes (GOHN, 2006, p. 33). Lembramos que o conselho escolar é um grupo de pessoas responsáveis pelo estabeleci- mento de objetivos e de direções que a escola tomará no futuro. Ele desempenha um papel im- portante em assegurar que toda a comunidade seja envolvida em todas as decisões importantes tomadas pela escola. 1.3.2 Educação Formal A educação formal se desenvolve nas escolas com conteúdos previamente definidos. Os es- paços na educação formal referem-se aos territórios das escolas, sendo instituições regulamenta- das por lei, certificadoras, organizadas de acordo com as diretrizes nacionais. Este tipo de educação implica ambientes normatizados, com regras e padrões de comporta- mento previamente definidos. Entre os seus objetivos, destacam-se: ... os relativos ao ensino e aprendizagem de conteúdos historicamente sistemati- zados, normalizados por leis, entre os quais destacam-se o de formar o indivíduo como um cidadão ativo, desenvolver habilidades e competências várias, desen- volver a criatividade, percepção, motricidade etc. (GOHN, 2006, p. 29 ). A modalidade formal de educação exige tempo, local específico, recurso humano especiali- zado, conforme mostra a figura 9, que retrata uma sala de aula de ensino fundamental, em Minas Gerais. ◄ Figura 7: Conselhos Escolares Fonte: http://con- selhoescolarbc. blogspot.com/ Acesso em 18 jul. 2011. ATIVIDADE Comente a ideia defendida por Gohn (2006, p.29) conside- rando os conselhos e o colegiado da escola: “a articulação da educa- ção formal com a não- -formal para dar vida e viabilizar mudanças significativas na edu- cação e na sociedade como um todo”. GLOSSÁRIO Competência: as competências são tra- duzidas em domínios práticos das situações cotidianas que neces- sariamente passam compreensão da ação empreendida e do uso a que essa ação se destina (PERRENOUD, 1999). Habilidade: são repre- sentadas pelas ações em si, ou seja, pelas ações determinadas pelas competências de forma concreta, como escovar o cabelo, pintar, escrever, montar e desmontar, tocar ins- trumentos musicais etc. (PERRENOUD, 1999). http://conselhoescolarbc.blogspot.com/ http://conselhoescolarbc.blogspot.com/ http://conselhoescolarbc.blogspot.com/ 16 UAB/Unimontes - 7º Período Exige também, além da organização de diversos ti- pos (até a curricular), sequên- cia sistematizada das ativida- des, disciplina, regulamentos e leis, órgãos superiores, en- tre outros. Por isso, tem “caráter metódico e, usualmente, divide-se por idade/classe de conhecimento”, momento em que a escola discute, de- fine, selecionaos conteúdos curriculares a serem traba- lhados, explicitando o que julga mais importante a ser ensinado e entendendo o currículo, como um processo de seleção que se realiza no interior da cultura, ou seja, o currículo expressa a escolha das diferentes manifestações culturais consideradas essenciais na educação das novas gerações. 1.3.3 Educação Informal A educação informal trata-se daquela em que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização: na família, bairro, clube, amigos, entre outros, impregnada de valores e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos herdados (GOHN, 2006). Diferentemente da educação formal, a in- formal tem como agentes educadores os pais, a família em geral, os amigos, os vizinhos, cole- gas de escola, a igreja, os meios de comunica- ção de massa, etc. Possui espaços educativos delimitados por referências de nacionalidade, localidade, idade, sexo, religião e etnia. A sua moradia, a rua, o bairro, o condomínio, o clube, a igreja ou o local de culto vinculado a sua crença re- ligiosa. Portanto, ocorre em ambientes natu- rais, onde as relações sociais se desenvolvem de acordo com gostos e preferências. Assim, a educação informal faz a socialização dos ... indivíduos, desenvolve hábitos, atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se expressar no uso da linguagem, segundo valores e crenças de grupos que se freqüenta ou que pertence por herança, desde o nascimento (GOHN, 2006, p.29). Cabe ressaltar que na educação informal não há organização, muito menos sistematização dos conhecimentos, pois são transmitidos a partir das práticas e experiências anteriores, o passa- do orientando o presente. Ela age no campo das emoções e sentimentos, num processo perma- nente. Seu método básico é a vivência e a reprodução do conhecido e da experiência de acordo com os modos e as formas apreendidas e codificadas. Figura 8: Escola de Ensino Fundamental em Minas Gerais Fonte: wttp://www. clubenoticia.com.br/ noticias/vernoticia/1427/ ensino-fundamental-de- -nove-anos-melhora- -desempenho-dos-alunos- -em-minas-gerais, Acesso em 18 jul. 2011. ► ▲ Figura 9: vida familiar Fonte: http://www.igreja- cristamaranata.org.br/wp- -content/uploads/2010/08/ Fam%C3%ADlia.jpg Acesso em 18 jul. 2011. http://www.igrejacristamaranata.org.br/wp-content/uploads/2010/08/Fam%C3%ADlia.jpg http://www.igrejacristamaranata.org.br/wp-content/uploads/2010/08/Fam%C3%ADlia.jpg http://www.igrejacristamaranata.org.br/wp-content/uploads/2010/08/Fam%C3%ADlia.jpg http://www.igrejacristamaranata.org.br/wp-content/uploads/2010/08/Fam%C3%ADlia.jpg 17 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares 1.4 Espaços não escolares Nos tópicos anteriores, fizemos referência aos fundamentos e à concepção de gestão. Fala- mos ainda da educação que acontece em espaços diferenciados: formal, informal e não formal. Como dissemos anteriormente, a educação não formal se ocupa de espaços não escolares. Nesse aspecto temos uma ampliação do conceito de educação, que não se limita mais aos processos de aprendizagem no interior da escola, transpondo seus muros, conforme posto no art. 1° da LDBEM. A educação deve abranger os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas ma- nifestações culturais (BRASIL, 1996). O dispositivo revela com os indivíduos podem ser educados e tornar-se cidadãos e cidadãs na convivência, na cultura, no trabalho, na organização social e na escola. A escola e os espaços extra-escolares são locais reconhecidos de aprendizagem, todavia, a LDBEN abrange apenas a educação formal. As Diretrizes Curriculares para o curso de pedagogia, a partir de 2006, também expressam em seu texto que os pedagogos devem estar aptos para planejar, executar, coordenar, acom- panhar e avaliar projetos e experiências educativas não escolares, além de estarem aptos para a docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nas disciplinas peda- gógicas de cursos de formação de professores; na participação do planejamento, na gestão e na avaliação nas escolas. Nesse contexto, podemos fazer algumas indagações: • O que pode ser um pedagogo para espaços não escolares? • Quais seriam estes espaços? • Que concepção teórico-metodológica embasaria uma possível formação? • Que tipo de trabalho o pedagogo desenvolveria em tais espaços? Essas são indagações de difícil análise, por se tratarem de novos cenários de atuação do pe- dagogo. Lembramos que a pedagogia é um espaço de promoção e efetivação da educação de forma intencional e sistematizada; por isso, se temos a pretensão de sermos educadores (espe- cialistas em educação), “é porque não nos contentamos com a educação assistemática. Nós que- remos educar de modo intencional e por isso nos preocupamos com a educação” (SAVIANI, 2002, p. 48). Pimenta (2001) também discorre sobre a necessidade da formação do pedagogo como cientista educacional, que atue como gestor, pesquisador e coordenador de diversos projetos educativos, dentro e fora da escola, conforme ilustra a figura 10. Isto implica sua atuação em di- versos setores da sociedade, como: ◄ Figura 10: Prêmio reconhece o trabalho de ONG com crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade. Fonte: http://www. forumdca-ma.org.br/ wp-content/uploa- ds/2011/03/parceiros. jpg Acesso em 18 jul. 2011. http://www.forumdca-ma.org.br/wp-content/uploads/2011/03/parceiros.jpg http://www.forumdca-ma.org.br/wp-content/uploads/2011/03/parceiros.jpg http://www.forumdca-ma.org.br/wp-content/uploads/2011/03/parceiros.jpg http://www.forumdca-ma.org.br/wp-content/uploads/2011/03/parceiros.jpg http://www.forumdca-ma.org.br/wp-content/uploads/2011/03/parceiros.jpg 18 UAB/Unimontes - 7º Período • hospitais; • presídios; • empresas; • lazer comunitário; • meios de comunicação e entretenimento como TV, rádio, internet, quadrinhos, revistas, edi- toras, tornando mais pedagógicas campanhas sociais educativas sobre violência, drogas, AIDS, dengue; • ONG, organizando processos de formação de educadores; • avaliação e desenvolvimento de pesquisas educacionais em diversos contextos sociais; • planejamento de projetos culturais e sociais; • criação e elaboração de brinquedos, materiais de autoestudo; • programas de educação a distância; etc. Outro espaço que merece destaque é a Pedagogia Social de Rua, temática que não será dis- cutida nesta disciplina, mas desenvolve um trabalho importante na sociedade. Trata-se de uma ação social/educativa que ultrapassa as condições burocráticas impostas pelas escolas de ensino convencional. É um modo de atuação pedagógica que vai além dos muros, seguindo uma ampla linha, no intuito de alcançar crianças e adolescentes que consideram as ruas como sua morada e resgatar a elas por meio da educação para as escolas, e, dessa forma, pensar em novos projetos de vida (GRACIANI, 1998). Isso demonstra que o pe- dagogo deverá estar preparado para trabalhar tanto em espa- ços escolares como em espaços não escolares, intervindo na promoção da aprendizagem de sujeitos em diversas fases do desenvolvimento humano, em variados níveis e modalidades do processo educativo (ORZE- CHOWSKI, 2009). Referências BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: www.planalto.gov.br/cci- vil_03/Constituicao/principal.htm. Acesso em: 26 abr. 2009. ______ . Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior. Comissão de Especialistas do Curso de Pedagogia. Proposta de diretrizes curriculares para o curso de pedagogia. Brasília, DF: MEC/SESU, 1999. Disponível em: <http//:www.mec.gov.br/sesu/diretriz.htm>. Acesso em: jul. 2011. ______. Lei nº 9.394 de 21/12/1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diá- rio Oficial da União. Brasília, DF, 23 de dez. de 1996. v. 134, nº 248, p. 27883 – 27841.CURY, Carlos Roberto Jamil. Gestão democrática da educação: exigências e desafios. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação. São Bernardo do Campo, v. 18, n. 2, p. 163-174, jul./dez.2002. DICA Para conhecer um pouco mais sobre Pedagogia Social de Rua, assista ao vídeo que mostra a realida- de das crianças que vivem nas ruas. Disponível em: http://www .youtube.com/ watch?v=IBK WCN2Wmww ◄ Figura 11: Pedagogia Social de Rua Fonte: http://casademeupaibrasil. blogspot.com/2008/08/essa-reali- dade-dos-meninos-de-rua.html Acesso em 20 jul. 2011. http://www.youtube.com/watch?v=IBKWCN2Wmww http://www.youtube.com/watch?v=IBKWCN2Wmww http://www.youtube.com/watch?v=IBKWCN2Wmww http://www.youtube.com/watch?v=IBKWCN2Wmww http://casademeupaibrasil.blogspot.com/2008/08/essa-realidade-dos-meninos-de-rua.html http://casademeupaibrasil.blogspot.com/2008/08/essa-realidade-dos-meninos-de-rua.html http://casademeupaibrasil.blogspot.com/2008/08/essa-realidade-dos-meninos-de-rua.html 19 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Repensando e ressignificando a gestão democrática da edu- cação na «cultura globalizada». Educ. Soc. [online]. 2004, v. 25, n. 89, pp. 1227-1249. ISSN 0101- 7330. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/es/v25n89/22619.pdf GARCIA, Walter Esteves. Notas sobre a crise da Gestão Educacional. Out/Dez, 1987. Disponível em: <http://www.emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/637/566>. Acesso em: 18 jul. 2011. GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal na pedagogia social. An. 1 Congr. Intern. Peda- gogia Social Mar. 2006. GRACIANI, M. S. S. Pedagogia Social de Rua. São Paulo: Cortez, 1998. ORZECHOWSKI, Suzete Terezinha. O espaço não-escolar: profissionalização e a formação do pe- dagogo. In: III Simpósio Internacional e VI Fórum Nacional de Educação - ULBRA, 2009, Torres/RS. III Simpósio Internacional e VI Fórum Nacional de Educação- Políticas Públicas, Gestão da Educa- ção, Formação e Atuação do educador. Torres/RS : ULBRA- Universidade Luterana do Brasil, 2009. v. 1. PARO, Vitor Henrique. Administração escola: introdução crítica. 14. ed. São Paulo: Xamã, 2000. PERRENOUD, Perrenoud. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999. PIMENTA, Selma Garrido. (Org.). Pedagogia e Pedagogos: caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2001. SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. Autores associados: Campinas, 2002. 20 UAB/Unimontes - 7º Período 21 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares UNIDADE 2 Espaço empresarial 2.1 Introdução A educação humaniza o homem, tornando conhecedor de si mesmo e dos outros, tirando de simples papel de selvagem para torná-lo um ser capaz de se relacionar de forma positiva com seus semelhantes (GONÇALVES, 2009). Nesta unidade vamos discu- tir a gestão pedagógica no espa- ço empresarial: a sua contextua- lização, o papel do pedagogo na empresa, o processo de aprendi- zagem no trabalho, as práticas do pedagogo na empresa. Juntos iremos desvelar o am- biente organizacional da empresa que hoje necessita de trabalha- dor pensante, criativo, pró-ativo, analítico, com habilidade para re- solução de problemas e tomada de decisões, capacidade de traba- lho em equipe e em permanente contato com a acelerada transformação e a flexibilização dos tempos atuais. Com isso, as empresas passam a ver a importância da educação no trabalho e começam a descobrir a influência da ação educativa do pedagogo na empresa para melhorar a qualidade de prestação de serviços. Pretendemos, ao final desta unidade, que você seja capaz de: • compreender o ambiente empresarial e sua organização; • reconhecer o papel do pedagogo na ação educativa na empresa; • compreender a importância do processo de aprendizagem no trabalho; e • determinar as práticas educativas do pedagogo na empresa. 2.2 O espaço empresarial O cenário das organizações sofre o impacto das mudanças tecnológicas da informação num ritmo vertiginoso. Por isso, a procura é cada vez maior por profissionais especializados e capa- citados em liderança de equipes, em trabalhar com pessoas, organizadas não em torno do que fazem, mas com base no que elas são ou acreditam que são (CAGLIARI, 2009). As empresas frente às novas exigências do ambiente estão passando por mudanças profun- das que têm impactado a economia e as empresas. Assim, o processo de gestão empresarial en- frenta novos desafios, e os gestores buscam trabalhar com novos modelos de decisão. ◄ Figura 12: Trabalho em equipe Fonte: http://www. daead.com.br/home/ wp-content/uploa- ds/2011/03/trabalho- -em-equipe1.jpg Acesso em 18 jul. 2011. 22 UAB/Unimontes - 7º Período Esse ambiente de mudanças gera preocupações mais agudas, e o atual avanço tecnológico tem propiciado o desenvolvimento de instrumentos e métodos operacionais mais eficientes. Atualmente a riqueza maior é o produto do conhecimento. O conhecimento e informação, tudo se transforma em matérias-primas básicas e produtos mais importantes da economia, inclu- sive a notícia, a opinião, a diversão, a comunicação e o serviço. Para Meirelles Junior (2008, p. 2): ... o mercado tem demonstrado que os profissionais da atualidade têm que mudar, atualizar, identificar as necessidades da sociedade e das entidades, for- necer informações mais objetivas, com qualidade e ser adaptável e estar prepa- rado para mudanças. Destaca que neste processo de mudanças, que muitas vezes não é claramente visível a to- dos, a educação torna-se uma solução fundamental para formar profissionais competentes que contribuam efetivamente para a sociedade em que vivem e exercem suas atividades. De acordo com Meirelles Junior (2008), a atual sociedade, assim como as empresas do novo milênio, precisa de uma estrutura organizacional bem esquematizada para a sua sobrevivência, contando com profissionais com elevada qualificação. ◄ Figura 13: Organização e mudanças Fonte: http://www.ideiasede- safios.com/images/alinhamen- to_marketing.jpg Acesso em: 27 jul. 2011 Figura 14: Profissionais especializados Fonte:http://cursonacional. com.br/page1.aspx Acesso em: 27 jul. 2011 ► http://www.ideiasedesafios.com/images/alinhamento_marketing.jpg http://www.ideiasedesafios.com/images/alinhamento_marketing.jpg http://www.ideiasedesafios.com/images/alinhamento_marketing.jpg 23 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares Daí a importância de pensar a capacitação como uma estratégia, como instrumento capaz de interferir na contextualização de habilidades e conhecimentos que estão sendo solicitados para o mundo contemporâneo. O crescimento de cada empresa será consequência do produto de suas habilidades em criar situações adequadas para o futuro, traduzindo esta visão em realidade, desenvolvendo e geren- ciando os recursos estratégicos e necessários. Nesse contexto, surge o pedagogo empresarial “como uma nova ferramenta para este de- senvolvimento nas organizações que caminham para serem empresas aprendentes” (CAGLIARI, 2009, s.p). 2.3 O papel do pedagogo na empresa Como dito anteriormente, o pedagogo é inserido na empresa para auxiliar no desenvolvi- mento das competências e habilidades de cada indivíduo, tornando cada profissional capaz de lidar com várias demandas, incertezas, diferentes culturas ao mesmo tempo, em direção a um resultado positivo frente a um mercado competitivo (CAGLIARI, 2009). Na visão de Gonçalves (2009), a atuação do pedagogo neste ambiente será com as pessoas que fazem parte das instituições e empresas de todos os tipos, portes e áreas: indústrias, cons- trução civil, órgãos municipais, estaduais e federais, escolas, hotéis, ONG, instituições de capa- citação profissional e assessorias de empresas. Para isso, o pedagogo empresarial precisa ter o domínio de conhecimentos, técnicas e práticas que, adicionadas à experiência dos profissionaisde outras áreas, formam instrumentos fundamentais para atuação na gestão de pessoas para: • coordenar equipe multidisciplinar no desenvolvimento de projetos; • demonstrar formas educacionais para aprendizagem organizacional significativa e sustentá- vel; • provocar mudanças culturais no espaço de trabalho; • definir políticas centradas no desenvolvimento humano permanente; e • prestar consultoria interna relacionada à educação e ao desenvolvimento das pessoas nas organizações. Cabe ressaltar que não basta esse novo profissional saber dirigir dinâmicas de grupo e orga- nizar material de treinamento sem o engajamento das pessoas ou vendo uma necessidade ime- diata. Mais do que isso, exige um trabalho rigoroso de observações cuidadosas, essencialmente no trato dos recursos humanos, para conseguir desenvolver estratégias e, com elas, favorecer a humanização dentro da empresa. Essa ação requer do pedagogo empresarial: • astúcia, • observação, • envolvimento, • desprendimento, • coragem, • preparo técnico, • ousadia, • vontade, • criatividade; e • desejo efetivo pela descoberta de como será desenvolvido seu trabalho dentro da empresa. Portanto, o pedagogo precisa ter visão pedagógica, filosófica e psicológica em relação às pessoas que trabalham neste espaço. Gonçalves (2009) salienta que o pedagogo empresarial deve realizar-se de forma relaciona- da e cooperativa com a dos demais profissionais de gestão. Ele precisa aprender a desenvolver virtudes vitais para o trabalho nas empresas, essencialmente a ética, a moral e principalmente ser humano, no entendimento que só a educação humaniza o homem. 24 UAB/Unimontes - 7º Período Assim, a aprendizagem passa a ser um quebra-cabeça (figura 15) no ambiente das empresas, no qual o desafio passa ser a capaci- tação e formação contínua do funcionário, que é peça fundamental na engrenagem da presta- ção de serviços com qualidade. Na atualidade, as empresas voltam-se para a aprendizagem que busca não só treinar os seus empregados, mas também criar um ambiente de aprendiza- gem contínua, no qual os trabalhadores pos- sam criar, adquirir e transferir conhecimentos, tanto para a vida pessoal como profissional. Assim, as empresas procuram formas inovado- ras de enfrentar os problemas e propostas de soluções adequadas à realidade e ao contexto que vivenciam. É bom lembrar que o pedagogo fora da escola busca construir uma identidade profissional à medida que integra diferentes aspectos existentes no processo metodológico e prático, funda- mentado no conhecimento na área da educação, na possibilidade de interagir e colaborar para o desenvolvimento do indivíduo na sua área de atuação profissional (GONÇALVES, 2009). 2.4 O processo de aprendizagem no trabalho Desde o nascimento, o ser humano entra num processo de aprendizagem em diferentes espaços: na família, na escola, na rua, na empresa ou em outros lugares. Portanto, é impossível con- ceber o homem sem aprendizagem, pois, natu- ralmente, ele deve estar inserido em um ambien- te de aprendizagem permanente. Sabemos que existirá aperfeiçoamento substancial do ser humano se ele aprender a es- tudar, criar, debater e trabalhar em equipe. Para que possa organizar posições logísticas, visua- lizar soluções para atingir objetivos produtivos, reunir posicionamentos confiáveis para tomada de decisões. Assim, se conduz melhor na socie- dade e no trabalho, pensa e decide com seguran- ça, conforme demonstra a figura 16. Para isso, o pedagogo empresarial tem como objetivo possibilitar a melhoria da qualidade de prestação de serviços, bem como a me- lhoria da vida pessoal do indivíduo. Na atualidade, a empresa vem abrindo espaço para que este profissional possa, de forma consciente e competente, criar um ambiente que permita solucionar problemas, elaborar projetos, levantando hipóteses, em busca da melhoria dos processos institu- ídos na empresa para garantir a qualidade do atendimento, contribuindo para instalação de uma nova cultura institucional sustentada na formação continuada dos empregados. Ribeiro (2003) defende que os trabalhadores, para se manterem competitivos, vêm aumen- tando de forma considerável seus patamares de educação e aspirações, e, simultaneamente, o trabalho passa a ter um papel central em suas vidas. Para a autora, as empresas que aspiram a um diferencial no mercado estão investindo no trabalho que aumenta sua capacidade de com- petitividade, com o gerenciamento do desenvolvimento de seu trabalhador. Além disso, as em- presas têm dirigido o foco para o processo de comunicação tecnológica, visando ao desenvolvi- mento de habilidades para comunicação das pessoas. DICA Acesse o vídeo e assista “O dia a dia do pedagogo empresarial” para, posteriormente, debatermos no Fórum de Discussão. http://www.ikwa.com. br/video/como-e-o- -dia-a-dia-de-um-peda- gogo-empresaria Acesso em: 27 jul. 2011 ▲ Figura 15: Aprendizagem na organização Fonte: http://maluco- porjesus.files.wordpress. com/2010/02/gestao-em- presarial-quebra-cabeca. jpg Acesso em: 27 jul. 2011 Figura 16: Trabalho em equipe Fonte: http://2. bp.blogspot.com/-YN- BO6wkp924/TaYC7gr- B4gI/AAAAAAAAACs/ OrWRSiGHd7o/s1600/ Trabalho20em20equi- pe.jpg Acesso em: 27 jul. 2011. ► http://www.ikwa.com.br/video/como-e-o-dia-a-dia-de-um-pedagogo-empresarial http://www.ikwa.com.br/video/como-e-o-dia-a-dia-de-um-pedagogo-empresarial http://www.ikwa.com.br/video/como-e-o-dia-a-dia-de-um-pedagogo-empresarial http://www.ikwa.com.br/video/como-e-o-dia-a-dia-de-um-pedagogo-empresarial http://malucoporjesus.files.wordpress.com/2010/02/gestao-empresarial-quebra-cabeca.jpg http://malucoporjesus.files.wordpress.com/2010/02/gestao-empresarial-quebra-cabeca.jpg http://malucoporjesus.files.wordpress.com/2010/02/gestao-empresarial-quebra-cabeca.jpg http://malucoporjesus.files.wordpress.com/2010/02/gestao-empresarial-quebra-cabeca.jpg http://malucoporjesus.files.wordpress.com/2010/02/gestao-empresarial-quebra-cabeca.jpg 25 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares Na atualidade, as intensas transformações e inovações tec- nológicas, em diversos campos, levam à introdução no processo produtivo dos sistemas de organi- zação do trabalho, à mudança no perfil profissional, bem como às novas exigências de qualificação dos trabalhadores, que também vão afetar os sistemas de ensino. Cenário que passa a reque- rer novas habilidades, capaci- dade de abstração maior e con- duta profissional mais flexível. Daí a necessidade de formação geral, que implica uma reavalia- ção dos processos de aprendiza- gem, maior familiaridade com os meios de comunicação e com a informática, além do desenvolvimento de competências comuni- cativas, de capacidades criativas para exame de novas situações, de capacidade de pensar e agir com horizontes mais amplos. Esse novo cenário exige a vinculação entre o pedagogo e a empresa, uma vez que o aprendiza- do é o saber assimilado, é a construção do conhe- cimento por cada indivíduo. Por isso, o processo de aprendizagem nas empresas faz-se mais pre- sente em nossa sociedade. Cabe ressaltar a im- portância do desenvolvimento de competências e habilidades para ser capaz de executar, analisar e desenvolver com sucesso uma tarefa. Assim, o pedagogo empresarial no processo de aprendizagem nas empresas deve entender que está lidando com trabalhadores adultos, se- res humanos, os quais precisam tornar-se parte ativa neste processo. Ciente que no desenvolvi- mento dos projetos de aprendizagem deve sem- pre ser considerado as reais necessidades dos in- divíduos. Gonh (2006) enfatiza que, na educação não formal, as metodologias aplicadas no processo de aprendizagem devem partir da cultura dos indivíduos e dos grupos. Assim, o método nasce a partir da problematização da vida diária, enquanto os conteúdos surgem a partir dos temas que se apresentam como necessidades, deficiências, desafios, entraves ou ações empreendedoras aserem realizadas e os conteúdos são construídos no processo. Dessa forma, o método vai sendo sistematizado pelo modo de agir e pensar o mundo que cerca as pessoas. Esse pensamento está expresso na figura 18 que retrata a aprendizagem coletiva, leia e reflita sobre as mensagens dos cartazes. A aprendizagem em grupo significa que, na ação educativa, devemos estar preocupados não só com o produto da aprendizagem, mas com o processo que permitiu a mudança dos sujei- tos. Dessa forma, é uma ação formadora do sujeito para a vida, recusando a simples transmissão de conhecimento. Nessa abordagem, aprendizagem é a capacidade de compreensão e de ação transformadora de uma realidade. Nesse caso, o aprender pode significar a ruptura com modelo internalizado. Numa organização que aprende o desenvolvimento dos conceitos de comunidades de apren- dizagem e aprende fazendo na empresa, irá facilitar o processo de desenvolvimento contínuo dos trabalhadores mais experientes. Sabe-se que a educação permanente e em serviço, para os traba- lhadores em fase adiantada de carreira, pode permitir a permanente atualização profissional, com o desenvolvimento de competências, habilidades e de posturas para a convivência com processos de mudança, e a observação de novas tecnologias, ditas anteriormente. ▲ Figura 18: Aprendizagem coletiva Fonte: http://3. bp.blogspot.com/_ja1Ket- -RCSs/TGQyJiXmfVI/ AAAAAAAAAFE/S- TfqRoYs-0/s320/aprendiza- gem.gif ▲ Figura 17: Comunicação tecnológica Fonte: http://blogs.piraidigital.com.br/epitacio/category/informatica/ inovacoes-da-tecnologia/ Acesso em: 27 jul. 2011. PARA SABER MAIS Acesse o vídeo no link abaixo e assista à “Dinâmica de Grupo na Empresa” http://www. youtube.com/ watch?v=G8a7XXDU9I0 http://blogs.piraidigital.com.br/epitacio/category/informatica/inovacoes-da-tecnologia/ http://blogs.piraidigital.com.br/epitacio/category/informatica/inovacoes-da-tecnologia/ http://www.youtube.com/watch?v=G8a7XXDU9I0 http://www.youtube.com/watch?v=G8a7XXDU9I0 http://www.youtube.com/watch?v=G8a7XXDU9I0 26 UAB/Unimontes - 7º Período Nesse contexto, existem metodologias que necessitam de ser desenvolvidas, codificadas, ainda que com alto grau de provisoriedade, devido ao dinamismo, a mudança, o movimento da realidade, de acordo com o desenrolar dos acontecimentos (GONH, 2006), são indicadores da singularidade da educação não formal. 2.5 As práticas do pedagogo na empresa Para iniciar a nossa discussão sobre as práticas do pedagogo na empresa, é bom lembrar que as atividades administrativa, burocrática, social, técnica e pedagógica se integram no am- biente da empresa. Priorizamos, entre as diversas atividades pedagógicas, as relacionadas ao ensinar-aprender, que envolvem os funcionários da empresa. Gonçalves (2009) entende que a formação do peda- gogo na área da gestão escolar, principalmente na área de planejamento, possibilita-lhe condi- ções de auxiliar a empresa na elaboração de sua missão, definindo suas metas e aspirações, seus valores, sua cultura e estratégias a serem utilizadas, de forma participativa, envolvendo funcioná- rios e colaboradores. PARA SABER MAIS MISSÃO DA NESTLÉ Desenvolver as oportunidades de negócios, presentes e futuras, oferecendo ao consumidor produtos alimentícios e serviços de alta qualidade e de valor agregado, a preços competitivos. Fonte: http://www.via6.com/empresa/56279/nestle Acesso em: 18 jul. 2011. ▲ Figura 19: Logotipo da Nestlé http://namiradomarketing.blogspot. com/2011/02/90-anos-da-nestle-brasil.html, Acesso em: 27 jul. 2011 DICA A ação educativa é entendida como um processo político- -pedagógico, que tem como premissas alguns princípios ético-pe- dagógicos baseados no protagonismo dos cidadãos e na constru- ção de sua autonomia e emancipação. http://www.via6.com/empresa/56279/nestle http://namiradomarketing.blogspot.com/2011/02/90-anos-da-nestle-brasil.html http://namiradomarketing.blogspot.com/2011/02/90-anos-da-nestle-brasil.html 27 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares A autora acredita que o documento deve conter a declaração de valores e princípios éticos da empre- sa, como solidariedade, ho- nestidade, justiça, compro- misso, respeito ao próximo, integridade, lealdade, e que ele deve estar ao alcance de todos, estar visível. Salienta a importância da adaptação da gestão participativa no âmbito da empresa. A figura 20 retrata que o trabalho na empresa deve ser construído em forma de rede colaborativa, na qual cada funcionário desempenha o seu papel. Cabe enfatizar que a edu- cação no campo organizacional, ou nos diversos espaços da sociedade, precisa, antes de tudo, ser um instrumento de participação ativa, cooperativa e crítica do cidadão que busca a constru- ção de uma sociedade mais justa e igualitária. A prática pautada na crítica reflexiva permite ao educando assumir-se como ser social e histórico construtor de sua própria história. Vejamos algumas atividades a serem desenvolvidas pelo pedagogo na empresa sugeridas por Gonçalves (2009): • a ajuda à colocação dos filhos dos funcionários na escola; • procurar parcerias locais para oferecer serviços variados de interesse dos funcionários: cre- ches, atendimento pediátrico, atendimento psicológico, atendimento ao idoso, assessoria jurídica, assessoria de planejamento financeiro, academias de ginástica, entre outros; • agendar cursos e palestras sobre temas essenciais à vida saudável: atividade física e qualida- de de vida, efeitos do fumo sobre o organismo; • prevenção da dependência química, do alcoolismo, hábitos posturais saudáveis, a boa quali- dade do ar e outros; entre outras. Essas atividades a serem desenvolvidas na empresa precisam antes de tudo passar pela admi- nistração geral. Portanto, todas as atividades cita- das já foram pensadas e planejadas pelos órgãos centrais, que podem delegá-las ao pedagogo para sua execução. Isso quer dizer que o pedagogo pre- cisa e deve desenvolver seu trabalho em sintonia a equipe gestora da instituição/empresa onde atua, para evitar conflitos de ordem administrativa. Outra atividade importante a ser desenvolvi- da pelo pedagogo, de acordo com a administra- ção, trata-se de envolver parceiros e funcionários nos projetos da empresa. Com isso, vimos as diver- sas atividades que podem ser desenvolvidas pelo pedagogo na empresa, numa prática responsável e humana. Cabe ainda salientar que a prática pedagógi- ca não deve fundamentar-se no treino técnico. O mercado de trabalho não abriga mais o trabalha- dor mecanizado, mero executor de tarefas, perso- nificado na figura robotizada do personagem do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Ao contrário, o ambiente organizacional contemporâneo requer o trabalhador pensante, criativo, pró-ativo, analítico, com habilidade para resolução de problemas e tomada de decisões, capaci- dade de trabalho em equipe e em total contato com a rapidez de transformação e a flexibilização dos tempos atuais. ◄ Figura 20: Gestão participativa Fonte: http://www.diario- doposte.com.br/profile/ fredericosotero. Acesso em: 27 jul. 2011. PARA REFLETIR Clique no link que se segue, acesse e assista ao vídeo Tempos Mo- dernos que mostra o trabalhador mecaniza- do, que executa tare- fas. Depois, reflita com seus colegas, postando no fórum dedicado a esta discussão, as suas impressões sobre o tema. http://www.youtube. com/ watch?v= XFXg7nEa7vQ ▲ Figura 21: Tempos modernos Fonte: http://camilazanotti.blogspot.com/2007/08/ charles-chaplin.html Acesso em: 27 jul. 2011. http://www.diariodoposte.com.br/profile/fredericosotero http://www.diariodoposte.com.br/profile/fredericosotero http://www.diariodoposte.com.br/profile/fredericosotero http://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ http://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ http://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ http://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ http://camilazanotti.blogspot.com/2007/08/charles-chaplin.html http://camilazanotti.blogspot.com/2007/08/charles-chaplin.html28 UAB/Unimontes - 7º Período Para isso, a prática do pedagogo precisa propiciar, no decorrer do processo de formação, as condições necessárias para que o trabalhador se sinta e conceba um cidadão na busca de uma sociedade mais humana por meio do trabalho, estimulando a cooperação, a criatividade e, prin- cipalmente, o conhecimento de si mesmo capaz de se relacionar com outros seres humanos. Referências CAGLIARI, Débora. O Pedagogo Empresarial e a Atuação na Empresa. Só Pedagogia, 2009. Dispo- nível em http://www.pedagogia.com.br/artigos/pedagogo/index.php?pagina=1. Acesso em: 25 ago. 2011 GONÇALVES, Roseli. A pedagogia empresarial e as práticas pedagógicas dentro da empresa. We- bartigos, 2009. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-pedagogia-empresarial-e- -as-praticas-pedagogicas-dentro-da-empresa/14896/. Acesso em: 25 ago. 2011. GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal na pedagogia social. An. 1 Congr. Intern. Peda- gogia Social Mar. 2006. MEIRELLES JUNIOR, Júlio Cândido de. Planejamento Empresarial. Jornal Eletrônico da Faculdade de Economia das Faculdades Integradas Vianna Júnior, v. 07, p. 01-08, 2008. RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia empresarial: atuação do pedagogo na empresa. Rio de Janeiro: Wak, 2003. http://www.pedagogia.com.br/artigos/pedagogo/index.php?pagina=1 http://www.webartigos.com/artigos/a-pedagogia-empresarial-e-as-praticas-pedagogicas-dentro-da-empresa/14896/ http://www.webartigos.com/artigos/a-pedagogia-empresarial-e-as-praticas-pedagogicas-dentro-da-empresa/14896/ 29 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares UNIDADE 3 Pedagogia hospitalar Estamos precisando de um tipo de ser humano diferente capaz de viver em um mundo em eterna mudança, educado para sentir-se a vontade com a mudança de situações, sem conhecimento prévio. A sociedade que puder produzir essas pessoas sobreviverá, as que não conseguirem, morrerão (MASLOW, 2000). 3.1 Introdução Nesta unidade, vamos analisar a gestão pedagógica no espaço hospitalar: sua contextuali- zação, legislação vigente, o papel do pedagogo e as práticas pedagógicas que podem ser desen- volvidas neste ambiente. Hoje, a pedagogia hospitalar é entendida como um dos campos do processo pedagógico e é uma realidade, entre as inúmeras possibilidades de atuação do pedagogo na sociedade. Para Wolf (2007), o pedagogo hospitalar acompanha e interfere no processo de aprendiza- gem do educando, dando ao enfermo subsídios para a compreensão do processo de elaboração da doença e da morte, explicando procedimentos médicos e auxiliando a criança e o adolescen- te na adaptação hospitalar. O pedagogo hospitalar tem uma grande tarefa a ser desenvolvida no hospital com outros profissionais, numa equipe multidisciplinar, tendo em vista que a criança enferma precisa de cui- dados que vão além dos aspectos físicos e biológicos e, por este motivo, diversas áreas do conhe- cimento se integram em prol da continuidade do desenvolvimento global dos pacientes. Esperamos, ao final desta unidade, que você seja capaz de: • compreender o ambiente hospitalar e sua organização; • determinar o papel do pedagogo na classe hospitalar; • conhecer a legislação vigente que orienta as ações educativas no ambiente hospitalar; e • determinar as práticas educativas na classe hospitalar. Figura 22: Pedagogia Hospitalar http://patricia-patriciaph. blogspot.com/2011_01_01_ archive.html Acesso em: 29 jul. 2011. ► GLOSSÁRIO Equipe Multidisci- plinar: conjunto de profissionais de áreas de conhecimento dife- rentes que se integram em prol de um objetivo comum. http://patricia-patriciaph.blogspot.com/2011_01_01_archive.html http://patricia-patriciaph.blogspot.com/2011_01_01_archive.html http://patricia-patriciaph.blogspot.com/2011_01_01_archive.html 30 UAB/Unimontes - 7º Período 3.2 Contextualização do espaço Frequentemente, crianças e adolescentes ficam afastadas das salas de aula por motivos de saúde, muitas vezes por se encontrarem hospitalizadas por longos períodos. Estudiosos como Barros (2007), Matos; Muggiati (2003), Wolf (2007) afirmam que, quando os estudantes adoecem, afastando do convívio escolar, perdem muito mais do que o conteúdo das disciplinas. Isso porque, ao afastarem de seu principal meio de socialização, sentem-se tristes e desprotegidos, aspectos que interferem negativamente a recuperação durante o tratamento. A ausência de colegas, amigos e familiares afeta a auto-estima e diminui os resultados na recupera- ção da saúde. O ambiente hospitalar se torna menos penoso e pode tornar-se mais alegre ao proporcionar um ambiente similar ao ambiente externo. Os meios utilizados na classe hospitalar fazem com que as crianças prossigam suas atividades rotineiras, como estudar, jogar, falar, sorrir, conviver com outras crianças. É neste contexto que surge a Pedagogia Hospitalar, para oferecer um atendimento emocio- nal e humanístico a crianças, adolescentes e aos familiares, objetivando a continuidade da esco- laridade formal e melhoria da adaptação de pacientes em ambientes hospitalares. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96 –, no parágrafo 2º, art. 58, prevê a possibilidade do atendimento do educando em classes, escolas, ou serviços especializa- dos, sempre que, em função das condições especificas do aluno, não for possível a sua integra- ção nas classes comuns de ensino regular. Dessa forma, o atendimento pedagógico em ambiente hospitalar é garantido por Lei, por ser um direito estabelecido pelo Ministério da Justiça e Conselho Nacional dos Direitos da Crian- ça e do Adolescente pela Resolução CONANDA nº 41, de 17 de outubro de 1995, que trata do “direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acom- panhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”. A Legislação expressa, ainda, que os hospitais brasileiros devem oferecer às crianças e aos adolescentes um atendimento educacional de qualidade, que auxilie o desenvolvimento intelec- tual e pedagógico, e, também, o acompanhamento do currículo escolar. No entanto, ainda há um caminho longo a percorrer para fazer cumprir a referida Lei, pois a maioria dos hospitais não conta com uma estrutura pediátrica em condições adequadas para cumprir essa exigência legal. Matos e Muggiati (2001, p. 16) apontam para o fato que a pedagogia hospitalar vem ... oferecer à criança hospitalizada, ou em longo tratamento hospitalar, a valori- zação de seus direitos à educação e à saúde, como também ao espaço que lhe é devido enquanto cidadão do amanhã. 3.3 O papel do pedagogo no espaço hospitalar O trabalho com crianças e adolescentes hospita- lizados é um desafio, no intuito de encontrar estraté- gias diversificadas e adaptáveis à realidade e necessi- dade de cada um, diante de uma situação de privação ou mesmo de sofrimento e dor. “Permite à criança do- ente conservar os laços com sua vida anterior à inter- nação” (REINER-ROSENBERG, 2003, p. 21). A pedagogia hospitalar em sua prática pedagógi- co-educacional cotidiana deve dar continuidade aos estudos das crianças em convalescença, para sanar dificuldades de aprendizagem e/ou contribuir para o alcance de novos conteúdos, além de trabalhar com o aluno/paciente suas necessidades psíquicas e cogniti- vas (FONSECA, 2003). Figura 23: Crianças internadas na pediatria do Hospital Regional do Gurupi recebem atenção especial Fonte: http://zaca- martins.wordpress. com/2009/12/15/progra- macao-movimentada-na- -comemoracao-dos-seis- -anos-do-programa-peda- gogia-hospitalar-do-hos- pital-regional-de-gurupi/ Acesso em: 29 jul. 2011. ▼ http://zacamartins.wordpress.com/2009/12/15/programacao-movimentada-na-comemoracao-dos-seis-anos-do-programa-pedagogia-hospitalar-do-hospital-regional-de-gurupi/ http://zacamartins.wordpress.com/2009/12/15/programacao-movimentada-na-comemoracao-dos-seis-anos-do-programa-pedagogia-hospitalar-do-hospital-regional-de-gurupi/ http://zacamartins.wordpress.com/2009/12/15/programacao-movimentada-na-comemoracao-dos-seis-anos-do-programa-pedagogia-hospitalar-do-hospital-regional-de-gurupi/http://zacamartins.wordpress.com/2009/12/15/programacao-movimentada-na-comemoracao-dos-seis-anos-do-programa-pedagogia-hospitalar-do-hospital-regional-de-gurupi/ http://zacamartins.wordpress.com/2009/12/15/programacao-movimentada-na-comemoracao-dos-seis-anos-do-programa-pedagogia-hospitalar-do-hospital-regional-de-gurupi/ http://zacamartins.wordpress.com/2009/12/15/programacao-movimentada-na-comemoracao-dos-seis-anos-do-programa-pedagogia-hospitalar-do-hospital-regional-de-gurupi/ http://zacamartins.wordpress.com/2009/12/15/programacao-movimentada-na-comemoracao-dos-seis-anos-do-programa-pedagogia-hospitalar-do-hospital-regional-de-gurupi/ http://zacamartins.wordpress.com/2009/12/15/programacao-movimentada-na-comemoracao-dos-seis-anos-do-programa-pedagogia-hospitalar-do-hospital-regional-de-gurupi/ 31 Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos nos Espaços não Escolares Nesse cenário, a presença do pedagogo é importante para a organização e planejamentos de ações pedagógicas adequadas à realidade do aluno/paciente no espaço hospitalar. Cabe a ele modificar situações e atitudes junto ao enfermo, as quais não podem ser confundidas com o atendimento à sua enfermidade. Isso exige cuidado especial no desenvolvimento das atividades, cabendo a ele, segundo (WOLF, 2007, p. 50): • o efetivo envolvimento com o doente; • modificação no ambiente em que está envolvido; • conhecimento das modalidades de ação e intervenção; e • desenvolvimento de programas adaptados às capacidades e disponibilidades do enfermo. O pedagogo hospitalar, portanto, será o responsável por organizar essas ações educativas dentro do hospital, levando em consideração as necessidades do estudante e paciente, cuidando para que uma atividade não atrapalhe o andamento da outra. 3.4 A prática pedagógica em classe hospitalar O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial, denominou de classe hospitalar uma das modalidades de atendimento especial conceituando-a como: “ambiente hospitalar que possibilita o atendi- mento educacional de crianças e jovens inter- nados, que necessitam de educação especial ou que estejam em tratamento” (MEC/SEEESP, 1994). A classe hospitalar deve ser vista como uma extensão da escola no ambiente hos- pitalar. Ela funciona como uma sala de aula adaptada ao ambiente hospitalar para acolher crianças e adolescentes em internação tempo- rária ou permanente, assegurando o elo com a escola e/ou facilitando o seu ingresso ou retor- no ao seu grupo escolar adequado. Esse espaço objetiva compreender as di- ficuldades dos alunos/pacientes, oferecendo- -lhes um processo educativo, por meio de atividades diversas de escrita, leitura, matemá- tica e jogos para assegurar o desenvolvimento intelectual e acompanhamento escolar. Além disso, as intervenções em classe hospitalar devem ser norteadas pelo emprego do lúdico e atividades recreativas, como a arte de contar histórias, brincadeiras, jogos, drama- tização, desenhos e pinturas e influenciadas pela possibilidade de utilização de práticas ar- tísticas que exploram a criatividade das crian- ças, mesmo num contexto de adversidade, situação ilustrada na figura 24 por meio das atividades desenvolvidas pelos doutores do riso. Essas estratégias ajudam na adaptação, motivação e recuperação do paciente, que es- tará ocupando o tempo de ociosidade e refor- çando as expectativas de retorno à vida nor- mal. As metodologias de trabalho no hospital dependerão da instituição, ou seja, das condi- ções e disponibilidade do hospital em termos de espaço físico e o tipo de convênio firmado e dependerá das necessidades do hospital. No entanto, Wolf (2007) ressalta que pode haver adaptação nos espaços, de acordo com a ob- servação do pedagogo, e este fará as adequa- ções necessárias para que a criança se sinta bem. Se necessário, pode acontecer até mes- mo no próprio leito, conforme demonstra a Figura 25. ▲ Figura 24: Doutores do riso Fonte: http://www.arslvt. min-saude.pt/NoticiasE- ventos/Noticias/conteu- dos/Paginas/OperacaoNa- rizVermelho.aspx Acesso em: 29 jul. 2011. http://www.arslvt.min-saude.pt/NoticiasEventos/Noticias/conteudos/Paginas/OperacaoNarizVermelho.aspx http://www.arslvt.min-saude.pt/NoticiasEventos/Noticias/conteudos/Paginas/OperacaoNarizVermelho.aspx http://www.arslvt.min-saude.pt/NoticiasEventos/Noticias/conteudos/Paginas/OperacaoNarizVermelho.aspx http://www.arslvt.min-saude.pt/NoticiasEventos/Noticias/conteudos/Paginas/OperacaoNarizVermelho.aspx http://www.arslvt.min-saude.pt/NoticiasEventos/Noticias/conteudos/Paginas/OperacaoNarizVermelho.aspx 32 UAB/Unimontes - 7º Período O atendimento prestado em uma classe hospitalar contribui para o paciente enfrentar o estresse da hospitalização (BARROS, 2007). Isso devido ao significado e ao valor simbólico da escola na composição das experiências das crianças e adolescentes que, então resgatadas, reequilibram o desenvolvimento psíquico daquelas crianças e adoles- centes. Essas atividades pedagógicas desenvolvidas junto aos alunos em hospitais ou até mesmo em suas casas devem ser divulgadas para o conhecimento de toda a sociedade, para que possam usufruir desse di- reito caso precisem, eventualmente, se afastar da escola por motivos de saúde, conforme já assinalamos an- teriormente. Considerando os objetivos des- ta unidade, concluímos que a função do pedagogo dentro das instituições hospitalares é mediar as relações en- tre a escola e a criança ou o adoles- cente internado, ensinando e dando continuidade aos conteúdos. É papel dos cursos de pedagogia valorizar a formação do profissional para que possa atuar, com eficiência, em outros espaços de educa- ção, que não sejam os escolares, como é o caso da educação hospitalar. Referências BARROS, Alessandra Santana Soares e. Contribuições da educação profissional em saúde à for- mação para o trabalho em classes hospitalares. Cad. CEDES [online]. 2007, vol. 27, n. 73, p. 257- 278. ISSN 0101-3262. BRASIL. Ministério da Justiça (BR). Resolução nº 41 de 13 de outubro de 1995. Dispõe sobre os di- reitos da criança e do adolescente hospitalizados. Diário Oficial da União. Brasília (DF), Seção I, p. 16319-16320, 17/10/95. ______. República Federativa do Brasil. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (Lei nº 9394/96). Brasília: Diário Oficial da União, 1996. ______. Ministério da Educação, Cultura e Desporto. Política Nacional de Educação Especial. Se- cretaria Nacional de Educação Especial. Brasília, MEC/SEESP, 1994,66p. FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Mem- non, 2003. MATOS, Elizete Lúcia Moreira; MUGGIATI, Margarida Maria Teixeira de Freitas. Pedagogia Hospi- talar. Curitiba: Champagnat, 2001. REINER-ROSENBERG, Sylvie. O papel das associações para crianças hospitalizadas na França e na Europa. In: GILLE-LEITGEL, Marluce. (org.) Boi da cara preta: crianças no hospital. Salvador: EDU- FBA; Álgama, 2003. p. 16-45. WOLF, Rosângela Abreu do Prado. A Pedagogia Hospitalar: a prática do pedagogo em instituição não-escolar. Revista Conexão. UEPG, v. 3, p. 1-68, 2007. DICA Assista ao vídeo dos doutores da alegria para compreender a importância dessa atuação em hospitais. Através de suas visitas regulares, tentam potenciar o riso, já que está medicamente associada ao bem-estar, aumenta o batimento cardíaco, melhora a oxigenação do sangue, diminui a dor, ajudando também na (des)dra- matização dos procedi- mentos hospitalares. Disponível em :http://www.youtube. com/watch?v=aO0o kix13Ww&feature=r elated ▲ Figura 25: Prática individual de leito. Trabalho realizado no serviço de emergência clínica. Fonte: http://redeeducacaoemfoco.blogspot.com/2011/04/o-pedago- go-em-espacos-nao-escolares.html Acesso em: 29 jul. 2011. http://redeeducacaoemfoco.blogspot.com/2011/04/o-pedagogo-em-espacos-nao-escolares.html http://redeeducacaoemfoco.blogspot.com/2011/04/o-pedagogo-em-espacos-nao-escolares.html
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