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Principais Doenças do Sistema Urinário. Disciplina: Hemodiálise. Prof:. Edilene Pedrosa. Glomerulonefrite Glomerulonefrite é uma inflamação do glomérulo, unidade funcional do rim formada por um emaranhado de capilares, onde ocorrem a filtragem do sangue e a formação da urina As glomerulonefrites podem ser primárias ou secundárias, agudas ou crônicas As primárias se instalam diretamente no glomérulo e, em geral, são causadas por alteração imunológica resultante de infecções por vírus ou bactérias. As secundárias não se originam primariamente no glomérulo, mas estão associadas a doenças, como hipertensão arterial, diabetes, lúpus eritematoso, hepatites B e C, infecção pelo HIV, ou, ainda, por alguns medicamentos. As causas mais frequentes, porém, são diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica. Sintomas As glomerulonefrites primárias podem ser assintomáticas, o que retarda o diagnóstico e o início do tratamento. Quando aparecem, os sintomas variam muito de um paciente para o outro. Entre eles merecem destaque: pressão alta (hipertensão arterial), edema nos olhos e/ou nas pernas, aumento de peso por causa da retenção de líquidos, perda de sangue (hematúria) e de proteína (proteinúria) pela urina, cansaço, indisposição, fraqueza e anemia. Diagnóstico A avaliação clínica e os exames laboratoriais de urina e de sangue, incluindo a dosagem de ureia e creatinina, são importantes para o diagnóstico de uma possível glomerulonefrite Nas glomerulonefrites secundárias, urina espumosa (em consequência da proteinúria) e edema são os sintomas mais comuns. Tratamento Diminuir a ingestão de proteínas, de sal e de líquidos e controlar rigorosamente a pressão arterial. Entretanto, os medicamentos são fundamentais no tratamento das enfermidades de base, especialmente para o controle de diabetes e hipertensão. Insuficiência renal É a perda súbita da capacidade de seus rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue. Quando isso acontece, os resíduos podem chegar a níveis perigosos e afetar a composição química do seu sangue, que pode ficar fora de equilíbrio. Causas Insuficiência renal aguda pode ocorrer quando há: Condição que diminui o fluxo sanguíneo para os rins Dano direto aos rins Uso de alguns medicamentos Bloqueio nos tubos de drenagem de urina dos rins (uréteres), fazendo com que os resíduos não consigam deixar o corpo através da urina Sintomas Diminuição da produção de urina, embora, ocasionalmente, a urina permaneça normal Retenção de líquidos, causando inchaço nas pernas, tornozelos ou pés Sonolência Falta de fome Falta de ar Fadiga Confusão Náusea e vômitos Convulsões ou coma, em casos graves Dor ou pressão no peito. Diagnóstico e Exames Entre os exames que fazem o diagnóstico de insuficiência renal aguda estão: Medições da produção de urina Exames de urina Exames de sangue Exames de imagem, como ultrassom e tomografia computadorizada Remoção de uma amostra de tecido de rim para o teste (biópsia). Tratamento e Cuidados Mudanças na dieta Deverá ser feita uma restrição alimentar e de líquidos. O objetivo é reduzir a acumulação de toxinas que são normalmente eliminados pelos rins. Uma dieta rica em carboidratos e pobre em proteínas, sal e potássio é geralmente recomendada. Medicamentos Antibióticos podem ser prescritos para tratar ou prevenir todas as infecções que podem estar causando ou agravando a insuficiência renal. Diuréticos podem ser usados para ajudar os rins a eliminar líquidos. Cálcio e insulina podem ser receitados para ajudar a evitar uma acumulação perigosa de potássio no sangue. Diálise Esse procedimento envolve o desvio de sangue para fora do seu corpo em uma máquina que filtra os resíduos. O sangue limpo é então devolvido ao seu corpo. Se os níveis de potássio são perigosamente altos, a diálise pode salvar vidas. A diálise pode ser necessária, mas não é sempre necessária. É usada se houver mudanças em seu estado mental ou se você parar de urinar. A diálise também pode ser necessária em casos de pericardite, uma inflamação do coração. A diálise também pode ajudar a eliminar resíduos de produtos de nitrogênio do corpo. Rins policísticos Rins policísticos, ou doença renal policística é uma moléstia genética, relativamente comum, progressiva e hereditária, determinada por mutações nos genes . Ela se manifesta em ambos os sexos, não importa a idade nem a etnia. Sua principal característica é a formação de inúmeras dilatações semelhantes a bolhas de diferentes tamanhos, em alguma parte do néfron (ou nefrônio), a unidade funcional dos rins encarregada de filtrar o sangue e eliminar a urina. Tipos Existem dois tipos de doença renal policística de caráter hereditário: doença renal policística autossômica recessiva (DRPAR) e doença renal policística autossômica dominante (DRPAD). Forma recessiva é mais rara, porém mais grave e de evolução mais rápida para a insuficiência renal crônica. Ela se manifesta na infância ou adolescência, não poupando os recém-nascidos, e pode estar associada a complicações hepáticas e pulmonares bastante graves, que colocam a vida em risco. A forma autossômica dominante é congênita, acomete crianças e adultos. É dominante porque basta um dos pais ser portador de rins policísticos para que o risco de seus filhos receberem o gene defeituoso seja de 50%. O mais comum é os pacientes apresentarem manifestações clinicas da doença depois dos 30, 40 anos. Diagnóstico Exames de imagem, como ultrassom, ressonância magnética e tomografia computadorizada do abdômen são recursos importantes para fundamentar o diagnóstico. Alterações nas dosagens ideais de creatinina e ureia registradas nos exames de sangue podem ser úteis para estabelecer o diagnóstico e acompanhar a evolução da insuficiência renal crônica. Sintomas Na grande maioria dos casos, no início, os cistos são assintomáticos. Com a evolução do quadro, porém, as queixas mais frequentes são dor nas costas, cansaço, edema (inchaço), náusea, sangue na urina (hematúria), infecções urinárias, cálculo renal. Hipertensão arterial, perda de proteínas pela urina que fica espumosa (proteinúria), doença diverticular do intestino, aneurisma intracraniano são comorbidades que podem estar associadas aos rins policísticos. Tratamento Ainda não existe tratamento específico para curar a doença renal policística, mas estão em estudo várias drogas para inibir a evolução. Por enquanto, as atenções estão voltadas para alivio dos sintomas e controle das comorbidades e complicações. A pior delas é a insuficiência renal crônica que, muitas vezes, só é diagnosticada, quando os cistos praticamente destruíram todo o tecido renal sadio. Proteinúria Proteinúria corresponde à presença de proteína na urina, em geral, a albumina. Altas concentrações de proteína causam urina espumosa ou com sedimento. Em muitas doenças renais, ela ocorre associada a outras alterações urinárias (p. ex., hematúria). Proteinúria isolada corresponde à proteína na urina sem outros sintomas ou anormalidades. O limite superior da excreção normal de proteínas urinárias é considerado como sendo de 150 mg/dia, que podem ser dosados em uma coleta de urina de 24 h ou em uma relação aleatória de proteína urinária/creatinina (valores > 0,3 são anormais); para albumina, a excreção é de aproximadamente 30 mg/dia. A excreção de albumina entre 30 e 300 mg/dia (20 a 200 µg/min) é considerada microalbuminúria, e valores mais altos são considerados macroalbuminúria. Os mecanismos da proteinúria podem ser categorizados em Glomerular Tubular De sobrecarga Funcional A proteinúria glomerular resulta de alterações glomerulares, que tipicamente envolvem permeabilidade glomerular elevada; esta permeabilidade permite que quantidades aumentadas de proteínas plasmáticas (algumas vezes, quantidades muito grandes) passem para o filtrado. A proteinúria tubular resulta de doenças tubulointersticiais renais que impedem a reabsorção de proteínas pelo túbulo proximal, causando proteinúria (em sua maioria, proteínas pequenas, como cadeias leves de imunoglobulinas,ao invés de albumina). Em geral, as doenças causais são acompanhadas por outros defeitos da função tubular (p. ex., perda de HCO3, glicosúria, aminoacidúria) e, algumas vezes, por patologias glomerulares (que também contribuem para a proteinúria). A proteinúria de sobrecarga ocorre quando quantidades excessivas de pequenas proteínas plasmáticas (p. ex., cadeias leves de imunoglobulinas produzidas no mieloma múltiplo) excedem a capacidade de reabsorção dos túbulos proximais. A proteinúria funcional ocorre quando o fluxo renal sanguíneo aumentado (p. ex., devido a exercício, febre, insuficiência cardíaca de alto débito) entrega quantidades aumenta-das de proteínas para os néfrons, resultando em aumento de proteínas na urina (geralmente < 1 g/dia). A proteinúria funcional reverte-se quando o fluxo sanguíneo renal volta ao normal. A proteinúria ortostática é uma condição benigna (mais comum entre crianças e adolescentes) em que a proteinúria ocorre principalmente quando o paciente está em pé. Deste modo, a urina contém tipicamente mais proteínas durante as horas acordadas (quando as pessoas estão mais frequentemente na posição em pé) do que durante o sono. Tem ótimo prognóstico e não necessita de nenhuma intervenção especial Causas As causas podem ser categorizadas de acordo com o mecanismo. As causas mais comuns de proteinúria são doenças glomerulares, tipicamente manifestadas como síndrome nefrótica ( Causas da proteinúria). As causas mais comuns de proteinuria (e síndrome nefrótica) em adultos são Glomerulosclerose segmentar focal Nefropatia membranosa Nefropatia diabética As causas mais comuns em crianças são Doença de lesões mínimas (em crianças jovens) Glomeruloesclerose segmentar focal (em crianças mais velhas) Tratamento O tratamento consiste na reposição do valor protéico e na investigação da causa da perda de proteínas. Como depende da etiologia da proteinúria, os tratamentos são variados. Incontinência urinária Incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. Distúrbio mais frequente no sexo feminino, pode manifestar-se tanto na quinta ou sexta década de vida quanto em mulheres mais jovens Causas A eliminação da urina é controlada pelo sistema nervoso autônomo, mas pode ser comprometida nas seguintes situações: Comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico; Gravidez e parto; Tumores malignos e benignos; Doenças que comprimem a bexiga; Obesidade; Tosse crônica dos fumantes; Quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal; Bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador; Procedimentos cirúrgicos ou irradiação que lesem os nervos do esfíncter masculino. Tipos e sintomas de incontinência urinária Incontinência urinária de esforço: O sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se; Incontinência urinaria de urgência. Mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro; Incontinência mista: Associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra. Tratamento tratamento da incontinência urinária por esforço é basicamente cirúrgico, mas exercícios ajudam a reforçar a musculatura do assoalho pélvico. Atualmente, a cirurgia de Sling, em que se coloca um suporte para restabelecer e reforçar os ligamentos que sustentam a uretra e promover seu fechamento durante o esforço, é a técnica mais utilizada e a que produz melhores resultados. Para a incontinência urinária de urgência, o tratamento é farmacológico e fisioterápico. O farmacológico pressupõe o uso ininterrupto de várias drogas que contêm substâncias anticolinérgicas para evitar a contração vesical. Esses remédios provocam efeitos colaterais, como boca seca, obstipação e rubor facial. Bibliografia: Revisado por: Marcos Alexandre Vieira, nefrologista da Sociedade Brasileira de Nefrologia e diretor Clínico da Fundação Pró-Rim (CRM/SP 9581) https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/rins-policisticos/ https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/dist%C3%BArbios-da-filtra%C3%A7%C3%A3o-dos-rins/glomerulonefrite https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/doen%C3%A7as-renais-c%C3%ADsticas/doen%C3%A7a-renal-polic%C3%ADstica-drp
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