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Mirely Oliveira Definição Caracterizada pelo rápido declínio da taxa de filtração glomerular (FG), resultando em acúmulo no sangue de produtos do metabolismo nitrogenado, como a ureia e a creatinina, e incapacidade de manter o equilíbrio hidreletrolítico e acidobásico, acompanhada ou não de redução da diurese. Uma anomalia funcional ou estrutural do rim que se manifesta em 48 horas, sendo determinada pelos exames de sangue, urina, biópsias ou exames de imagem. Do ponto de vista diagnóstico, a redução da função renal na LRA está associada ao aumento absoluto na creatinina sérica de 0,3 mg/dL ou a um aumento percentual de 50% da creatinina sérica. Além disso, a redução do volume urinário, constituindo oligúria < 0,5 mL/kg/h) por mais de 6 horas, também preenche os critérios diagnósticos da LRA. Abrange desde pequenas alterações na função renal até mudanças que necessitam de terapia de substituição renal. Epidemiologia A maioria dos episódios de LRA ocorre em ambientes hospitalares, com uma taxa de incidência variando entre 5 a 7% entre todos os pacientes hospitalizados e 15 a 40% entre pacientes em unidades de tratamento intensivo (UTIs). Por outro lado, a incidência de LRA adquirida fora do ambiente hospitalar não é maior que 1%. Tanto do ponto de vista conceitual quanto diagnóstico, as diversas causas da LRA estão divididas em três categorias anatômicas: pré-renal, intrarrenal ou intrínseca, e pós-renal. A ocorrência de LRA é crescente entre idosos, e 3 fatores que afetam a hemodinâmica renal têm sido imputados para esta maior incidência: o próprio envelhecimento renal, a maior frequência de estados patológicos nesta faixa etária, o uso excessivo de medicamentos por estes pacientes e o uso cada vez mais frequente de procedimentos intervencionistas e cirúrgicos neste grupo específico de doentes. Dentre as causas, destacam-se os distúrbios que levam à redução da perfusão renal, à utilização de substâncias nefrotóxicas ou à participação associada destes e de outros fatores que lesam os rins. Mirely Oliveira Etiologia Pode ser classificada em 3 categorias: pré-renal, renal e pós-renal LRA pré-renal É a etiologia mais comum de LRA (55 a 60%); por definição, não há defeito estrutural nos rins; glomérulos, túbulos e interstício estão intactos e a FG é rapidamente restabelecida após correção da perfusão renal. Em situações de hipoperfusão renal discreta (pressão sanguínea média > 80 mmHg), a FG é mantida por mecanismos compensatórios, pela dilatação da arteríola aferente e constrição da arteríola eferente, mantendo a perfusão glomerular e a pressão de filtração. Na azotemia pré-renal, esta autorregulação está comprometida, levando à retenção de creatinina e ureia. A diminuição da função renal em razão de LRA pré-renal ocorre em 2 situações: quando há redução generalizada do volume sanguíneo circulante (traumas, sangramentos, queimaduras, grandes cirurgias, desidratação) ou isquemia renal seletiva, como ocorre na insuficiência cardíaca e hepática. Mirely Oliveira O evento de precipitação da LRA pré-renal é a hipoperfusão renal, que pode ser causada pela redução no volume do fluido extracelular ou por estados de estresse associados a volumes de fluido extracelular normal, ou até mesmo aumentado, mas com diminuições no volume arterial efetivo, tais como na sepse, na insuficiência cardíaca e na cirrose avançada. Com base na etiologia, a azotemia pré-renal também é dividida funcionalmente em azotemia de resposta de volume e de não resposta. No início da LRA pré-renal, o parênquima renal permanece intacto e funcional. Durante esta fase inicial, a TFG permanece amplamente intacta, pois a hipoperfusão renal inicia uma cascata neurohormonal que resulta na dilatação da arteríola aferente e na constrição da arteríola eferente. Uma vez que a azotemia pré-renal é, com frequência, facilmente reversível e apresenta baixas taxas de mortalidade, o diagnóstico precoce e a correção da fisiopatologia subjacente é de importância fundamental. Porém, sem uma intervenção médica terapêutica imediata, a azotemia pré-renal progride, a isquemia piora e a lesão resultante nas células epiteliais tubulares diminui ainda mais a TFG. Essa progressão da azotemia pré- renal concomitante à LRA isquêmica é um processo contínuo que depende da gravidade e da duração da agressão fisiológica. História e exame físico cuidadosos podem identificar eventos e/ou processos patológicos que estão por trás da LRA pré-renal, sugerindo o diagnóstico de base: (1) história de vômitos, diarreia, hemorragia, sepse e/ou diminuição da ingestão oral, resultando em hipovolemia, associada à oligúria; (2) achados do exame físico que incluem taquicardia, membranas mucosas secas, olhos encovados, alterações da pressão arterial ortostática e diminuição do turgor da pele também sugerem hipovolemia; (3) presença de insuficiência cardíaca ou insuficiência hepática, que pode resultar em edema e outros sinais de disfunção orgânica específica; (4) no hospital, um exame atento do ambiente clínico pode ajudar a direcionar a causa subjacente da LRA, como hipotensão (devido a sepse ou eventos intraoperatórios) ou a partir da administração de medicamentos. Leitura cuidadosa do prontuário pode identificar o evento precipitante. -Dados de exames complementares sugestivos de LRA pré-renal incluem: -Razão ureia/creatinina plasmática > 40; -Densidade urinária acima de 1,020 ou osmolalidade urinária superior a 500 mOsm/ l Mirely Oliveira -Na urinário inferior a 20 mEq/ l e excreção fracional de Na menor que 1%. LRA renal Incluem-se todas as manifestações de lesões recentes ao parênquima renal (glomérulo, túbulo, interstício ou vasos). A LRA renal mais frequente é a necrose tubular aguda (NTA) responsável por 70% dos casos, seguida de 10 a 20% de nefrites intersticiais agudas e de 1 a 10% de causas vasculares. A NTA, termo universalmente utilizado para designar LRA desencadeada por isquemia (igual a LRA pré-renal) ou nefrotoxinas (meios de contraste, antibióticos, ciclosporina, quimioterápicos, paracetamol, rabdomiólise) difere da LRA pré-renal por não ocorrer reversão imediata após a remoção da causa inicial. Na NTA ocasionada por hipoperfusão renal, se a isquemia for intensa e tiver longa duração, ocorre necrose focal das células tubulares. Túbulos renais podem ser obstruídos por restos celulares necróticos, hemoglobina ou proteínas plasmáticas. A LRA intrínseca é classificada de acordo com o sítio histológico primário de lesão: túbulos, interstício, vasculatura ou glomérulos. A lesão celular dos túbulos renais, comumente chamada de necrose tubular aguda (NTA), ocorre com maior frequência quando há isquemia, embora os túbulos renais também possam ser danificados por toxinas renais específicas. A isquemia pode se originar de uma série de cenários clínicos diferentes, mas a patogênese subjacente comum é o fluxo sanguíneo renal reduzido com a progressão da azotemia pré-renal para a LRA isquêmica. Mirely Oliveira A análise do sangue e urina pode contribuir para o diagnóstico diferencial entre LRA renal e pré-renal. -O sedimento urinário na NTA contém proteínas e cilindros granulares ou celulares. -A osmolaridade urinária diminui para níveis em torno de 300 mOsm. -Sódio urinário superior a 40 mEq/l e fração de excreção de Na superior a 1% indicam que a azotemia decorre de lesão renal e afastam a possibilidade de ser de causa pré-renal. As manifestações clínicas da LRA são as da afecção que causou a lesão renal, de natureza isquêmica ou nefrotóxica, acrescida dos sinais e sintomas decorrentes da falência aguda da função renal. Os sintomas agravam-se enquanto a azotemia progride, surgindo náuseas, vômitos, apatia, tremores, fasciculações musculares, confusão mental, que pode evoluir para o estado de coma. Sobrecarga volêmicaé uma complicação comum, manifestando-se com hipertensão discreta, edema periférico, aumento de peso, edema pulmonar e derrame pleural. Alterações da coagulação sanguínea, provocando episódios de sangramento, ocorrem à medida que as alterações metabólicas se agravam. Nesse período, vão se acumulando no organismo os produtos residuais do catabolismo proteico, dentre os quais se destacam a ureia, a creatinina, o fósforo e o ácido úrico. O potássio eleva-se, podendo chegar a níveis tóxicos, especialmente para o músculo cardíaco; bicarbonato e pH do sangue reduzem- se em decorrência da acidose metabólica proveniente do acúmulo de radicais ácidos. Apesar da gravidade do quadro clínico, a doença tem potencial de reversibilidade, com recuperação total da função renal. Entretanto, cerca de 30% dos pacientes permanecem com diminuição da filtração e defeitos tubulares. Apesar de a LRA renal nefrotóxica e a isquêmica corresponderem à maioria dos casos, outras causas de LRA devem ser investigadas, incluindo as doenças glomerulares, em especial as glomerulonefrites agudas de comportamento rapidamente progressivo com formação de crescentes, a nefrite intersticial aguda, as doenças vasculares, como a síndrome hemolítico-urêmica, as vasculites e a doença ateroembólica que levam à LRA renal. A avaliação do exame simples de urina é de especial importância no diagnóstico diferencial das causas de LRA. Os pacientes portadores de doença renal crônica apresentam risco aumentado de desenvolver LRA. Esses episódios podem ser superados com o retorno da função renal e volta do quadro clínico a uma situação próxima à anterior. O diagnóstico diferencial entre LRA e doença renal crônica é de muita relevância; daí a necessidade de uma procura cuidadosa por Mirely Oliveira indícios de doença renal crônica. Além disso, a história clínica do paciente é fundamental. Assim, a presença de anemia, na ausência de hemólise ativa, evidência de neuropatia ou distúrbio mineral ósseo são sugestivos de doença renal crônica. LRA pós-renal Apresenta a menor prevalência dentre os 3 tipos de LRA (< 5%). Para que uma obstrução resulte em LRA, é necessária a ocorrência de obstrução com repercussão renal bilateral, ou unilateral com rim único. A LRA pós-renal é causada pela obstrução do fluxo luminal do filtrado glomerular. Essa obstrução resulta em uma fisiopatologia relativamente complexa que se inicia com a transmissão da pressão para a cápsula de Bowman do glomérulo. Intuitivamente, se esperaria que essa pressão reduzisse a TFG. Porém, devido à dilatação da arteríola glomerular aferente, a TFG permanece praticamente inalterada. Infelizmente, tal compressão é apenas transitória, e a TFG começará a diminuir se a obstrução não for rapidamente revertida. Com a obstrução durando por mais de 12 a 24 horas, o fluxo sanguíneo renal e a pressão intratubular diminuem, e grandes áreas não perfundidas e subperfundidas do córtex renal resultam na redução da TFG A obstrução de colo vesical é a causa mais comum, em geral decorrente de doenças prostáticas, bexiga neurogênica ou tratamento com anticolinérgicos. Causas menos comuns do trato urinário inferior incluem estenose do meato uretral, coágulos, cálculos e uretrite com espasmo. Dentre as causas de obstrução alta, bilateral ou unilateral em rim único, encontram-se os abscessos e as neoplasias, a fibrose retroperitoneal, os acidentes cirúrgicos (ligadura ou secção ureteral) e a obstrução ureteral por coágulos ou cálculos. Inicialmente, a obstrução aguda produz vasodilatação arteriolar com aumento da taxa de FG, em seguida, são produzidas substâncias vaso constritoras que reduzem a taxa de FG. Nos estágios iniciais da obstrução (horas a dias), a continuidade da FG provoca aumento da pressão intraluminal acima do local da obstrução, resultando em distensão gradual do ureter proximal, da pelve renal e dos cálices (hidronefrose), além de uma queda da FG. Se a obstrução permanecer por mais de 2 a 4 semanas, pode ocorrer fibrose intersticial, atrofia tubular progressiva e nefropatia obstrutiva crônica. O diagnóstico precoce da LRA por obstrução do trato urinário é fundamental, pois somente a remoção da causa obstrutiva possibilita o restabelecimento da função do órgão. A LRA pós-renal costuma apresentar-se com anúria, dor suprapúbica ou em flanco; nictúria, polaciúria e hesitação urinária na obstrução Mirely Oliveira prostática. O exame clínico é muito importante, pois a história do paciente fornece indicações úteis para a identificação da causa da obstrução. Apalpação e a percussão suprapúbica podem revelar bexiga distendida e dolorosa. A palpação abdominal, é possível identificar aumento dos rins devido a hidronefrose. O diagnóstico da obstrução é, em geral, feito pela ultrassonografia, com sensibilidade e especificidade de 98% e 78%, respectivamente. Tratamento Os pilares da terapia da LRA são seu rápido reconhecimento e as correções das causas reversíveis, evitar-se qualquer lesão renal posterior, e a correção e manutenção de um equilíbrio eletrolítico e do volume interno. Se a LRA pré- renal não for reconhecida logo ou se o paciente for abordado tarde no processo, a LRA pode ocorrer e levar a um grande aumento da morbidade e da mortalidade. Prevenção O primeiro passo na prevenção, entretanto, é estar consciente dos pacientes que estão em alto risco de LRA devido a doença renal prévia ou comorbidades tais como diabetes, hipertensão, síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca e doença vascular periférica. Mirely Oliveira DOENÇA RENAL CRÔNICA A doença renal crônica (DRC) se refere a muitas anormalidades clínicas que progressivamente agravam-se à medida que a função renal diminui. A DRC é definida como: (1) lesão do parênquima renal, com ou sem diminuição da filtração glomerular (FG), evidenciada por anormalidades histopatológicas ou por marcadores de lesão renal, incluindo anormalidades na composição do sangue ou da urina, alterações nos exames de imagem; ou (2) FG menor que 60 ml/min com ou sem lesão renal, por um período igual ou superior a 3 meses. Preconiza-se o estadiamento da DRC com base em marcadores de lesão renal; na prática, a proteinúria (albuminúria) persistente e a taxa de FG, estimada por equações matemáticas, utilizando a creatinina sérica (Crs) e variáveis demográficas, tais como idade, sexo, raça e peso corporal. • Fórmula de Cockcroft-Gault: depuração de creatinina (mfJ min) = 140- idade (em anos) X peso (quilogramas)/72 X Crs (X 0,85 se mulher). Pacientes com DRC apresentam risco maior de evoluir para insuficiência renal crônica terminal (IRCT) e aumento de mortalidade cardiovascular. Pacientes com IRCT (FG menor que 15 ml/min) necessitarão de diálise ou de transplante renal para sobreviver. A perda progressiva da função renal ocasiona o aparecimento de um conjunto de sinais e sintomas decorrentes do acúmulo de toxinas urêmicas que recebem a denominação de uremia. As causas mais frequentes são: diabetes melito (nefropatia diabética), hipertensão arterial (nefroesclerose), glomerulonefrite crônica, nefrite intersticial, doença cística dos rins e uropatia obstrutiva. Mirely Oliveira Na DRC, a lesão raramente é reparada e, assim, a perda de função persiste. Esta distingue a DRC da doença renal aguda, que pode ser corrigida e permitir o retorno da função renal. A perda crônica da função renal danifica ainda mais as lesões renais e anormalidades clínicas mais graves. Como resultado, a DRC piora de forma progressiva, mesmo quando o distúrbio desencadeante se torna inativo. A DRC descreve um espectro de disfunção clínica que varia desde as anormalidades detectáveis apenas em exames laboratoriais até a uremia. A uremia, a qual literalmente significa “urina no sangue”, é resultante tanto do acúmulo de metabólitos não excretados quanto das anormalidadesmetabólicas induzidas por eles. Quando o rim deixa de realizar a maioria das suas funções, o estado clínico é denominado doença renal em estágio terminal (DRCT) e transplantes ou diálise são necessários para a manutenção da vida. Mirely Oliveira Fisiopatologia As funções fisiológicas e metabólicas dos rins incluem a regulação das concentrações iônicas nos fluidos intracelulares e extracelulares, da pressão sanguínea e de várias funções endócrinas, bem como a excreção dos metabólitos. A amplitude dessas funções dá origem a várias consequências diretas e derivadas da DRC. Por exemplo, uma limitação na capacidade de excretar ácidos provoca hiperventilação e uma diminuição de PCO2. No músculo, a acidose ativa o processo enzimático de ubiquitinaproteassoma para degradar a proteína muscular, causando a perda de massa muscular. No osso, a acidose causa perda de cálcio e fosfatos, e essa resposta, em conjunto com a secreção do hormônio paratireoidiano (PTH) e diminuição da ativação de vitamina D, desmineraliza o osso e torna-o suscetível à fratura. Considerações acerca de Balanço e da Estabilidade O balanço é o estado em que a ingestão ou a produção de uma substância é equivalente à sua eliminação. Por exemplo, uma perda de unidades em funcionamento (néfrons) prejudica a excreção de sódio, mas os néfrons restantes se ajustam para excretar uma maior fração do sódio filtrado por cada glomérulo. Fenômenos similares ocorrem na excreção de outros íons e substâncias, permitindo que o paciente com DRC evite o acúmulo. A habilidade de atingir o equilíbrio, no entanto, possui um limite; se a ingestão de sódio ou de outros íons ou moléculas destinadas a serem excretados pelo rim não é regulada, surgirão complicações da DRC. O conceito relacionado é o de estabilidade (steady-state, em inglês). Um paciente encontra-se estável quando a quantidade de ingestão e produção é igual à de saída e metabolismo. Um único parâmetro que integra a entrada e saída pode, se estável, ser tomado Mirely Oliveira como indicativo de um estado de equilíbrio. Portanto, o peso constante indica que a ingestão de sódio está equilibrando a saída de sódio. No entanto, um estado estável não indica um estado normal; por exemplo, um paciente que está macroscopicamente edemaciado pode ter um peso estável. Manifestações clínicas Nas fases iniciais da DRC, estágios 1 e 2, os pacientes são assintomáticos e ureia e creatinina são normais. No estágio 3 (3A e 3B), os pacientes costumam ser assintomáticos, mas já é possível observar elevação de ureia e creatinina, aparecimento de anemia e alterações do cálcio, fósforo e paratormônio, além de hipertensão arterial. No estágio 4, os sinais e sintomas são mais evidentes com anemia, acidose metabólica, hipocalcemia, hiperfosfatemia e hiperpotassemia. Na fase final, estágio 5 (FG < 15 mf/min), os pacientes estão sintomáticos, com sinais e sintomas evidentes de síndrome urêmica. Sintomas: fraqueza, adinamia e fadiga fácil; queixas de prurido, edema e pele seca; anorexia, náuseas e vômitos, soluços e sangramento digestivo; dispneia progressiva. Dor retroesternal pode estar presente devido à pericardite. Noctúria; dor, dormência e cãibras nas pernas; impotência e perda da libido. Irritabilidade fácil, dificuldade de concentração, distúrbio do sono, em especial a inversão do ciclo sono-despertar, pernas inquietas. Sinais: aparência debilitada de portador de doença crônica; pele amarelada (palidez urocrômica), hiperpigmentação em áreas expostas, xerodermia, equimoses, escoriações e edema. A neve urêmica, uma das mais raras apresentações descritas na uremia, apresenta-se como um depósito branco na Mirely Oliveira superfície cutânea, secundário à deposição de cristais de ureia excretada pelo suor, podendo ocorrer também em fases avançadas. Hálito com odor de urina. Presença de cardiomegalia, atrito pericárdico. Sonolência ou estupor, podendo o paciente entrar em estado de coma. O paciente costuma apresentar anemia normocítica normocrônica; os níveis de ureia, creatinina e ácido úrico estão elevados. O sódio sérico tende a estar baixo, enquanto os níveis de potássio se elevam. Progressão da Doença Renal Crônica A persistência de doenças que afetam os rins (p. ex., diabetes ou condições inflamatórias, tais como o lúpus eritematoso sistêmico) não é o único fator que determina a rapidez da perda da função renal. Mesmo quando a doença que inicialmente danificou o rim não está mais ativa, a função renal continua a cair, provavelmente porque a hipertensão sistêmica, a lesão renal hemodinâmica, a proteinúria e o acúmulo de nefrotoxinas contribuem para a lesão progressiva. A crença de que a hipertensão causa uma perda progressiva da função renal é baseada em várias observações. Primeiramente, a hipertensão isolada pode danificar os rins; a hipertensão maligna lesa as células endoteliais da arteríola aferente e dos glomérulos, causando até mesmo trombose nesses vasos. Em segundo lugar, a hipertensão crônica está frequentemente associada à lesão Mirely Oliveira isquêmica aos glomérulos devido à transmissão da pressão arterial para a arteríola aferente e glomérulo, causando glomeruloesclerose. Em terceiro lugar, o grau de hipertensão é diretamente correlacionado com a taxa de perda da função renal. Quarto, o tratamento eficaz da hipertensão retarda a progressão da DRC.
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