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Aula 03: O paradigma operante e suas manifestações no comportamento humano Universidade Estácio de Sá Professora> Situação problema • Muitas crianças deixam suas roupas, brinquedos, livros, bicicletas e bonecas em qualquer lugar. • Descreva brevemente como os pais poderiam agir a fim de mudar tal comportamento em seus filhos. Exemplo • Uma criança chora porque não quer tomar banho, a mãe cede todas as vezes que ela chora, e não inicia o banho. • O que pode ocorrer nas próximas vezes? Vídeo • https://www.youtube.com/wa tch?v=tV7Zp2B_mt8 Vida de Skinner • Burrhus Frederic Skinner nasceu no estado norte-americano da Pensilvânia, em 1904. • Formou-se em língua inglesa na Universidade de Nova York antes de redirecionar a carreira para a psicologia, que cursou em Harvard - onde tomou contato com o behaviorismo. • Seguiram-se anos dedicados a experiências com ratos e pombos, paralelamente à produção de livros. • O método desenvolvido para observar os animais de laboratório e suas reações aos estímulos levou-o a criar pequenos ambientes fechados que ficaram conhecidos como caixas de Skinner. • Em 1948, aceitou o convite para ser professor em Harvard, onde ficou até o fim da vida. Morreu em 1990. Comportamento Operante • Comportamento Operante – aquele comportamento que produz consequências (modificações no ambiente) e é afetado por elas. • Se a consequência for recompensadora ou agradável, aumenta a probabilidade do comportamento se repetir em ocasiões futuras. Diferenças entre comportamento respondente e comportamento operante • Comportamento reflexo ou respondente → que tem como característica ser involuntário. • Comportamento operante → caracteriza-se por ser um comportamento voluntário. • Ele não é produto de um estímulo que o antecede, mas é seguido de consequências. • Exemplos: andar, correr, pular, escrever, etc. Diferenças entre comportamento respondente e comportamento operante Condicionamento operante • A teoria do condicionamento reflexo permite compreender somente parte do comportamento, aquele que age em função dos estímulos externos ou internos ao organismo. • Essa teoria não consegue explicar os comportamentos emitidos, que são aqueles que o organismo realiza independentemente do estímulo anterior. A maior parte dos seus comportamentos são emitidos. • Buscar comida quando se está com fome pode até ser um comportamento reflexo, mas você não come qualquer coisa; geralmente vai até a geladeira e busca o alimento que mais gosta, ou resolve preparar um jantar, coloca uma música agradável, convida amigos e, enquanto cozinham, conversam sobre muitos assuntos. Ou mesmo decidem sair para comer, dançar, entre várias outras possibilidades. • O comportamento reflexo é determinado pelos estímulos anteriores, que atuam como disparadores do comportamento. Diz-se então, que o estímulo eliciou a resposta. Entretanto, a maioria dos comportamentos é emitida, não sendo disparados por estímulos antecedentes. O que se percebe, na verdade, é que a frequência do comportamento varia conforme as consequências que ele produz. Comportamento Respondente S → R (Uma alteração no ambiente elicia uma resposta no organismo) Comportamento Operante R → C (uma resposta emitida pelo organismo produz uma alteração no ambiente) Comportamento respondente X comportamento operante • Enquanto que, no comportamento respondente, o estímulo (S) elicia uma resposta (R), no comportamento operante é a resposta que gera uma modificação no ambiente, uma consequência (C). • No primeiro, a ocorrência da resposta está atrelada às características do estímulo e de sua apresentação (como na lei de relação entre intensidade e magnitude), mas no segundo a frequência de comportamentos emitidos dependerá das consequências que ela produz no ambiente. • Exemplo: o choro da criança pode ser tanto um comportamento respondente quanto um comportamento operante; deve ser analisada a situação de emissão do mesmo. • Todo comportamento emitido é determinado pelo ambiente, mais especificamente, pelas mudanças que ele causa no ambiente. Tais comportamentos são conhecidos como operantes, termo que foi cunhado por Skinner. • Um tipo de aprendizagem que os comportamentos são aprendidos em função de suas consequências. Condicionamento operante Comportamento operante • Ao se constatar que são as consequências que permitem controlar a frequência do comportamento, pode-se então manipular tais efeitos, com o intuito de controlar o comportamento emitido. • Qualquer comportamento operante é influenciado pelo que produz no ambiente, seja ele adequado e aceito socialmente, seja ao contrário, um comportamento inadequado. Caixa de Skinner • Diversos equipamentos foram utilizados para o estudo do comportamento. Um dos que é até hoje utilizado para experimentos sobre comportamentos operantes, é a caixa de Skinner, que leva o nome de seu criador . Condicionamento operante • É com a investigação de relações operantes, porém, a partir do final da década de 1930, que o sistema skinneriano começou a assumir seus contornos definitivos, dando origem ao programa de pesquisas que viria a exercer grande impacto na Psicologia experimental das três décadas seguintes. Comportamento operante • Desenvolvendo a Lei do Efeito, postulada por E. Thorndike, Skinner classifica as consequências de acordo com o efeito das mesmas sobre o comportamento operante emitido pelo sujeito. • Dessa maneira, as consequências podem ser classificadas como: • Reforço - que é “um tipo de consequência do comportamento que aumenta a probabilidade de um determinado comportamento voltar a ocorrer”. Comportamento operante • A relação entre o comportamento e a consequência reforçadora é chamada de contingência de reforço, e pode ser expressa pela expressão “se R, então C”. Se o rato pressiona a barra, então ele recebe comida. Sendo “R” a resposta emitida e “C” a consequência. • Deve-se ressaltar que algo só pode ser considerado reforçado quando ele aumenta as chances de uma determinada resposta. Ou seja, é na relação R → C que se pode determinar se algo é reforçador ou não. A influência dos estudos de Thorndike para o Behaviorismo • Thorndike é considerado o precursor do behaviorismo. • Sua investigação sobre a conduta animal foi um passo decisivo para a explicação do comportamento através de controle rigoroso e sistemático. • Deu relevante colaboração à educação, principalmente pela elaboração de princípios de aprendizagem. https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=Qw8Kyj7OO-s&feature=emb_logo Lei do Efeito • Na primeira vez em que os gatos eram colocados nas caixas, eles demoravam bastante tempo para escapar delas. Entretanto, com o passar do tempo, as respostas ineficientes foram diminuindo de frequência, e as respostas mais efetivas aumentavam de frequência, e os gatos conseguiam escapar em menos tempo e com menos tentativas. • Em sua Lei do Efeito, Thorndike teorizou que as respostas que produziam consequências mais satisfatórias, foram escolhidas pela experiência e portanto, aumentaram de frequência. Algumas consequências reforçavam o comportamento, outras o enfraqueciam. Thorndike produziu a primeira curva de aprendizagem com este procedimento. Lei do efeito • Na primeira vez em que os gatos eram colocados nas caixas, eles demoravam bastante tempo para escapar delas. Entretanto, com o passar do tempo, as respostas ineficientes foram diminuindo de frequência, e as respostas mais efetivas aumentavam de frequência, e os gatos conseguiam escapar em menos tempo e com menos tentativas. • Em sua Lei do Efeito, Thorndike teorizou que as respostas que produziam consequências mais satisfatórias, foram escolhidas pela experiência e portanto, aumentaram de frequência. Algumas consequências reforçavam o comportamento, outras o enfraqueciam. Thorndike produziu a primeira curva de aprendizagem com esteprocedimento. Lei do efeito • Thorndike conceituava tais mudanças em termos de efeitos emocionais: a satisfação que exercia efeito fortalecedor e o desconforto que enfraquecia a conexão entre a situação e as respostas. • Thorndike (1911) denominou esse processo de Lei do Efeito. O instrumento fundamental de modelagem é o – a conseqüência de uma ação quando ela é percebida por aquele que a pratica. Para o behaviorismo em geral (comportamento) (consequência) (estímulo) Aumenta as chances Elogio da mãeCriança arruma os brinquedos Reforçadores primários X reforçadores secundários • Acerca dos efeitos reforçadores de determinadas consequências, uma distinção importante é feita entre reforçadores naturais e arbitrários, que também podem ser denominados reforçadores primários e secundários. • A diferença básica entre essas duas categorias de reforços é que os primários são naturais enquanto os secundários são aprendidos. • Um dos mais importantes reforços primários do ser humano é a atenção, enquanto um dos mais importantes reforços secundários do ser humano é o dinheiro. Reforçadores naturais x reforçadores arbitrários - revisão • Reforçador natural – quando a consequência reforçadora é o produto direto do próprio comportamento. • Ex: quando uma criança lê uma história pelas consequências positivas trazidas pela leitura. • Reforçador arbitrário - quando a consequência reforçadora do comportamento é o produto indireto do próprio comportamento. • Ex: quando uma criança lê uma história por notas e prêmios. Efeitos do Reforço • Ao se estabelecer um reforço, deve-se compreender que os efeitos não incidem somente no comportamento reforçado, aumentando sua frequência, mas também sobre outros comportamentos, diminuindo sua frequência. • Assim, quando o ratinho aprende que ao apertar a barra ele ganha água ou comida, ele deixa de explorar a caixa de Skinner, limpar-se etc., e passa somente a pressionar a barra. Topografia da resposta • Além disso, há também uma diminuição da topografia da resposta reforçada. Topografia significa que o mesmo comportamento pode ser realizado de formas diferentes. • No início do condicionamento, o ratinho pressiona a barra de várias maneiras: com a pata direita, com a pata esquerda, subindo na barra, entre outros. • Com o estabelecimento do efeito reforçador, a tendência é que o comportamento seja realizado da mesma forma na próxima vez. Isso também ocorre no cotidiano das pessoas, de modo que muitos comportamentos tidos como automáticos são fruto de um processo de condicionamento. Reforço • Reforço - reforço é um tipo de consequência do comportamento que aumenta a probabilidade de um determinado comportamento voltar a ocorrer. • Existem dois tipos de reforço: o positivo e o negativo. O reforço aumenta a probabilidade do comportamento reforçado voltar a ocorrer. Reforço Positivo • Reforço positivo - consiste na apresentação de um estímulo agradável ou recompensador após a ocorrência da resposta. Exemplo: se o rato pressiona a barra, então ele recebe a água (se o comportamento X ocorrer, então a consequencia Y ocorre). Reforço Negativo • Reforço negativo - consiste em retirar um estímulo aversivo ou desagradável após a ocorrência da resposta. • Ex: quando a pessoa está numa situação desagradável, como ter uma pedra no sapato. O comportamento de retirar a pedra elimina o estímulo aversivo, e esse comportamento tenderá a se repetir sempre que esse incômodo se apresentar. • Caixa de Skinner - terá um choque no assoalho, que poderá ser removido pela pressão da barra. • Após tentativas de evitar o choque, o ratinho chega à barra e a pressiona, por acaso. • O choque desaparece. Aos poucos, o bater na barra está associado com o desaparecimento do choque. Este condicionamento dá-se por reforçamento negativo. • É condicionamento porque é aprendizagem, é reforçamento porque um comportamento é emitido e aumentado em sua frequência por obter um efeito desejado. • O reforçamento positivo oferece alguma coisa ao organismo; o negativo permite a retirada de algo indesejável. Exemplo de reforço negativo Reforço Negativo • Dois tipos de comportamento operante são mantidos por contingencias de reforço negativo: comportamento de fuga e comportamento de esquiva. Esquiva e Fuga • Esquiva -indivíduo adota um comportamento para prevenir a ocorrência ou reduzir a magnitude do estímulo aversivo. • Prevenção. • Ex: quando escutamos o chiado que precede ao estouro de rojões, tapamos os ouvidos para evitar ou reduzir o barulho do estouro dos mesmos; • Fuga – Indivíduo foge do estímulo aversivo depois de iniciado. • Remediação • Ex: Os fogos de artifício começam a estourar e o indivíduo apresenta comportamento para evitar o barulho que incomoda, fechando a porta, indo embora ou tapando os ouvidos. Exemplos de Esquiva e Fuga • Arrumar o quarto logo que acordamos para evitar reclamações da mãe • → esquiva • Se a mãe vê o quarto desarrumado e começa a brigar, arrumar o quarto para que ela pare • → fuga • 0 carro esta funcionando perfeitamente, mas você faz uma revisão no carro antes de viajar. É um exemplo de que? • → esquiva. • Se o carro começa a fazer um barulho atípico no meio da estrada. O comportamento de leva-lo a um mecânico é um exemplo de que? • → Fuga. Exemplos de Esquiva e Fuga • Alguém esta lhe contando uma história muito chata e você diz: "Amigo,me desculpe, mas estou atrasado para um compromisso, tenho que ir ... ". Sair de perto do "chato" é um exemplo de que ? • → Fuga; • Já se você "desconversa" e sai de perto do sujeito antes de ele começar a contar histórias chatas, é um exemplo de que? • → Esquiva Punição • A punição consiste na apresentação de um estímulo aversivo após a ocorrência de um comportamento que se quer eliminar. • Os eventos punidores tendem a suprimir o comportamento que os produz. • Ex1: ultrapassar o sinal vermelho, ser multado e não infringir mais essa regra; • Ex2:"dizer palavrão", "receber uma bronca" e diminuir bastante a frequência dessa atitude. Tipos de punição • Punição positiva – diminui o comportamento com a apresentação de um estímulo aversivo. • Ex: Um rato pressiona a barra e recebe um choque, diminui comportamento de pressionar a barra. • Punição negativa – diminui o comportamento com a retirada de um estímulo reforçador. • Ex: Fazer traquinagens, perder a "mesada" e diminuir bastante a frequência com que se faz traquinagens; cometer um assalto, ser preso (perder a liberdade) e não cometer mais crimes. Punição Punição Negativa Punição Positiva Extinção Operante • Ao se estabelecer uma relação de reforço, a frequência de um comportamento aumenta. Entretanto, se o efeito reforçador é eliminado, o que se observa é que, aos poucos, o nível do comportamento reforçado retorna a seus níveis anteriores. • Esse processo é chamado de extinção operante. • Se o ratinho, reforçado a pressionar a barra para obter comida deixa de obtê-la, a frequência de pressionar a barra diminui para o mesmo nível que tinha antes do reforçamento. Extinção operante • O processo de extinção operante mostra que os efeitos do reforçamento no comportamento não são permanentes, e só são mantidos frente à manutenção da relação reforçadora. • Entretanto, percebe-se que o processo de extinção não se realiza imediatamente com a retirada da consequência reforçadora. • O tempo que se leva desde a retirada do reforçador até a volta do comportamento aos níveis normais anteriores ao reforçamento é variável. Resistência à extinção • É na história de aprendizagem que se pode compreender tal fenômeno. Essa história se refere aos reforçamentos que foram se estabelecendo ao longo da vida do organismo. O que se percebe é que três fatores são importantes para se entender a resistência à extinção de um determinado comportamento:1. Número de reforçamentos anteriores: quanto mais um comportamento for reforçado, até o momento da suspensão do reforçador, mais difícil será sua extinção; 2. Custo da resposta: Quanto maior o esforço necessário para se emitir um comportamento, mais fácil ele é extinto; 3. Esquemas de reforçamento: Existem diferentes formas de se realizar um reforçamento operante. Recuperação espontânea • O processo de extinção também não é contínuo. Há que se considerar um fenômeno chamado recuperação espontânea. • Após um tempo depois da realização do processo de extinção, a emissão do comportamento pode retornar em uma frequência mais alta que anteriormente. Outros efeitos • Além da recuperação espontânea, outros efeitos podem ser notados em um processo de extinção: • Aumento da frequência da resposta no início da extinção (jorro de resposta): Quando se retira o reforçador, a frequência da resposta emitida aumenta rapidamente, antes de diminuir; • Aumento da variabilidade topográfica: durante o reforçamento, a variabilidade da forma na qual o organismo responde (topografia) tende a diminuir. Já no início do processo extinção ocorre o oposto. Imagine que, ao apertar a campainha, ninguém atendesse a porta. Você começa a apertar mais forte, a bater na porta, e a chamar o nome do morador; • Eliciação de respostas emocionais: Retome o exemplo da campainha. Além de você apertar mais vezes, e tentar chamar a pessoa de outras formas, você pode começar a se sentir irritado ou mesmo frustrado por ninguém lhe atender. O processo de extinção provavelmente elicia diversas respostas emocionais. http://www.youtube.com/watch?v=-- VoFnc7z-Y&hl=pt-BR http://www.youtube.com/watch?v=--VoFnc7z-Y&hl=pt-BR No livro Tecnologia do Ensino, de 1968, o cientista desenvolveu o que chamou de , recebendo estímulos à medida que avançava no conhecimento. Grande parte dos estímulos se baseava na satisfação de dar respostas corretas aos exercícios propostos. Para atingir os objetivos são usados “reforçadores”, como notas, prêmios, status, reconhecimento de professores e colegas e promessa de vantagens sociais futuras. Uma das primeiras máquinas de ensinar aritmética. Esta máquina foi demonstrada na Universidade de Pittsburgh, em março de 1954. http://www.ufrgs.br/psicoeduc/imagens/maquina-de-ensinar/figura1.jpg http://www.youtube.com/watch?v=vmRmBg KQq20http://www.ufrgs.br/faced/slomp/pead/behaviorismo/maq uina-de-ensinar/index.htm http://www.youtube.com/watch?v=vmRmBgKQq20 http://www.ufrgs.br/faced/slomp/pead/behaviorismo/maquina-de-ensinar/index.htm ➢O material de ensino deve ser subdividido em pequenas etapas que favoreçam commais freqüência o feedback e, portanto, o reforço ao estudante. ➢Respeito ao ritmo próprio dos aprendizes. A instrução programada leva o aluno a estudar sem a intervenção direta do professor. O estudo é individual, "mas auxiliado pelo professor“. ➢Os programas não precisam ser necessariamente usados em máquinas; muitos são escritos em forma de livro. Referências • Moreira, M. B. & Medeiros, C. A. (2007), Princípios Básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre. Ed: Artmend.
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