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PATOLOGIA – 23/03/2021 A finalização do processo, se vai ser regeneração ou cicatrização, vai depender do tipo de tecido, da extensão da lesão e o tipo de agente agressor Inflamação crônica é uma inflamação aguda que não foi resolvida Acontece quando o agente lesivo não é removido e continua agredindo o tecido, fazendo com que a inflamação aguda apresente uma alteração da morfologia e estrutura do tecido Se o agente agressor atuar em um tecido que não tem a capacidade de se regenerar, vai haver uma cicatrização por reparo Independente do tecido e que ele apresente ou não capacidade de se regenerar, se ocorrer uma inflamação crônica, depois de finalizada, a resposta será uma cicatrização por reparo A cronicidade da lesão leva a perda de regeneração do tecido Não existe uma inflamação crônica que não tenha sido uma inflamação aguda no início INFLAMAÇÃO CRÔNICA Diferente de uma inflamação aguda, onde as etapas são bem definidas, a inflamação crônica apresenta todas as etapas acontecendo ao mesmo tempo Etapas se sobrepõem Em um mesmo local, encontram-se células inflamatórias, exsudato e tecido de cicatrização Etapas de uma inflamação aguda: Dano inflamação aguda exsudato organização do exsudato tecido de granulação escara fibrosa CONSTITUINTES DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA: 1. Linfócitos e macrófagos 2. Destruição tecidual 3. Tentativas de reparação (angiogênese) 4. Substituição do parênquima (parte funcional) por fibrose PRINCIPAIS ETIOLOGIAS: a. Infecções persistentes b. Doenças autoimunes c. Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos Diferença entre um tecido agudo e crônico em uma inflamação no tecido pulmonar: Agudo: neutrófilos nos espaços alveolares e vasos congestionados Crônico: células inflamatórias crônicas, formação de uma metaplasia e fibrose o Células inflamatórias: macrófagos o Metaplasia: estímulo é uma irritação crônica; alvéolos vão se apresentar com células cuboides o Fibrose: tecido conjuntivo; característica de um tecido que está em processo de cicatrização Legenda: * células inflamatórias crônicas ∆ metaplasia fibrose ÚLCERA PÉPTICA: presença de dois agentes agredindo a mucosa do estômago Bactéria H. Pylori se instala na mucosa do tecido, ficando nas camadas mais internas inicia o processo inflamatório Ácido gástrico vai ser o segundo agente agressor Esse tipo de lesão tende a se cronificar porque não há remoção dos agentes agressores Tecido cronificado pode sofrer metaplasia, podendo desenvolver um câncer de estômago A depender da extensão da úlcera, o paciente nem sente No caso da úlcera péptica, tem-se uma balança: de um lado, fatores agressores e, do outro lado, sistema imune tentando impedir a expansão da agressão Se o agente agressor sobrepor o sistema imune, ele causará uma perfuração, generalizando o processo Inflamação crônica não é um processo estático, é dinâmico Pode iniciar um processo de metaplasia no tecido, ou seja, a irritação crônica é uma etapa inicial do processo neoplásico Sistema agressor tentando vencer e o sistema imune tentando combater É comum encontrar células metaplásicas em um processo de inflamação crônica Ao cronificar, sem tratamento, pode acontecer: 1. Fortificação: há reforço do sistema imune e ele consegue sobrepor os agentes lesivos, resolvendo o problema 2. Perfuração do tecido: quando o sistema imune não consegue resolver e há expansão do agente agressor resumindo... Inflamação crônica = inflamação aguda + tecido de cicatrização Saem os neutrófilos e entram os macrófagos Todos os tecidos estão presentes no mesmo momento INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA Em alguns tipos de tecidos, em resposta a determinados tipos de agente agressor, pode-se formar uma inflamação granulomatosa Formação de uma “bolinha” Inflamação crônica em que o tecido se organizou de forma a encerrar a ação do agente agressor Rodeia o agente agressor, impedindo que ele se espalhe “Hiperplasia focal, avascular, do sistema mononuclear macrofágico, como resposta a agentes agressores de baixa virulência” Macrófagos, linfócitos e fibroblastos formam o granuloma AGRESSORES CARACTERÍSTICOS: a. Microrganismo de baixa virulência (sem toxinas) e de alta patogenicidade (ampla resposta no tecido) b. Material estranho: neutrófilos não conseguem eliminar (poeira e cristais de urato) Exemplos de doenças e agentes patogênicos que podem levar a formação do granuloma: a. Hanseníase b. Tuberculose c. Sífilis d. Esquistossomose e. Rinoscleroma f. Donovanose (Klebsiella) g. Histoplasmose h. Parcoccidioidomicose (fungos) i. Leishmaniose tegumentar j. Malária cerebral k. Doença de chagas l. Linfomas não-Hodgkin m. Sarcoidose n. Doença de Crohn o. Brucelose No centro do granuloma, vai ser encontrado o agente agressor Ao redor desse agente, observam-se anéis de macrófagos Anéis de linfócitos rodeiam os anéis de macrófagos Mais externamente, fechando o granuloma, tem-se anel fibroblasto e colágeno Características do tecido que definem se vai haver formação de granuloma ou não No estômago, por exemplo, não se tem a formação de um granuloma, tem-se a formação de uma úlcera Esquistossomose hepática No caso da tuberculose, linfócitos podem induzir diretamente a morte de macrófagos infectados A lise de macrófagos resulta no granuloma caseoso É comum inalar as bactérias da tuberculose, bacilo de Koch, e o sistema imune consegue combater essa bactéria quando ela chega aos alvéolos, formando um granuloma ao redor das bactérias Granuloma impede que as bactérias se proliferem Muitas vezes, granuloma se resolve sozinho e o paciente só descobre depois de muito tempo Essa bactéria não apresenta uma taxa proliferativa muito alta, ela se prolifera de uma forma mais lenta ao mesmo tempo em que se prolifera lentamente, ela apresenta uma parede diferente, que dificulta a ação do sistema imune O centro do granuloma vai depender do agente agressor Infecção bacteriana faz com que haja a ativação de um exsudato purulento, logo, centro do granuloma vai ser um centro caseoso o Centro caseoso: presença de bactérias vivas e mortas, macrófagos vivos e mortos.. centro com exsudato purulento Outros tipos de infecção fazem com o que se tenha a ativação de um exsudato rico em células, macrófagos MACRÓFAGOS Diferente da inflamação aguda, na inflamação crônica há um predomínio de macrófagos Possuem papel secundário na inflamação aguda Migram para a área lesada posteriormente aos neutrófilos Altamente resistentes Auxiliam no reparo tecidual Funcionam como sinalizadores, além de desligarem a inflamação para dar início ao processo de cicatrização Secretam mediadores químicos Possuem duas vias de ativação 1. Via TH1: via pró-inflamatória o Quando o macrófago está no tecido e ele reconhece a presença de um corpo estranho ou recebe IFN-γ ativação da via clássica o Formação do macrófago M1 macrófago pró-inflamatório, produz enzimas lisossomais, secreção de oxido nítrico e espécies reativas de oxigênio (ROS), ou seja, moléculas que participam do processo de morte o Além disso, secretam outros mediadores químicos pró- inflamatórios . IL-1, IL-12 e IL- 23 o IFN-γ, IL-1, IL-12 e IL-23 são citocinas pró-inflamatórias, participando da ativação do macrófago M1 2. Via TH2: via anti-inflamatória o Via alternativamente ativada, formação do macrófago M2 o Na presença de IL-13 e IL-4, citocinas ativadas por linfócitos, a viaM2 vai ser ativada o É uma via que quer parar a inflamação e iniciar o processo de cicatrização e regeneração o Macrófago M2 produz mediadores químicos anti-inflamatórios, ou seja, produz fatores de crescimento e TGF-β responsáveis por iniciar a reparação tecidual, através do recrutamento de fibroblastos e ativação da angiogênese, além de estimular a proliferação celular no tecido lesionado o Além disso, liberam IL-10 e mais TGF-β apresentam efeitos anti-inflamatórios Uma via, quando está ativada, inibe a outra através de um feedback negativo Substituem os neutrófilos Vão ser as células responsáveis por chegar no local da lesão e realizar fagocitose Podem também, se for o caso, matar as bactérias e outros agentes agressores presentes Macrófago só passa a receber essa denominação quando ele sai do vaso e vai para o tecido Enquanto ele está na corrente sanguínea, recebe o nome de monócito Monócitos inativos macrófagos funcionais Além da capacidade fagocítica que os macrófagos apresentam, eles também pode formar células histiocíticas gigantes É uma tentativa de aumentar o poder de fagocitose e morte do agente agressor São células cheias de núcleos, advindos de macrófagos juntos uns aos outros MEDIADORES QUÍMICOS Componentes dinâmicos da fase inflamatória: Substâncias quimiotáticas derivadas da coagulação: fibrinopéptides e trombina Quimiocinas: MCP, MIP e RANTES Fatores de crescimento: TNF-α, TNF-β, IL- 1, IL-8 e PDGF Eicosanoides: prostaglandina e leucotrienos Fragmentos da matriz extracelular: fibronectina e elastina Espécies reativas de oxigênio Óxido nítrico Substâncias quimiotáticas derivadas de bactérias Componentes determinantes da resolução da fase inflamatória: Reconstituição da permeabilidade normal dos vasos Citocinas anti-inflamatórias: IL-10, TGF-β e IL-1 ra Mediadores de apoptose: CD44 e caspases Fatores de transcrição: Nrf2 e NFkB Diminuição da ativação de receptores Proteólise de quimiocinas Drenagem linfática ETAPAS DO REPARO TECIDUAL Etapa onde o tecido vai se resolver ou cicatrizar Todas as etapas que ocorrem, desde o processo de lesão celular até a resolução, a última vai ser a mais longa Após a etapa de lesão traumática, tem-se: 1. Hemostasia: coágulo de fibrina e deposição de plaquetas o A própria via de ativação tem fatores de coagulação que participam do processo de ativação da inflamação o Células do sistema imune irão para o local para retirar os retos celulares e iniciar o processo de cicatrização o 1-3 dias 2. Inflamação: PMN, macrófagos e linfócitos o Depois que é retirado o tecido morto ou o agente agressor o Ativação da via TH2 o 3 dias a 1 semana 3. Proliferação: reepitelização, angiogênese e fibrinogênese o Ocorre a cicatrização do tecido o Células do tecido vão ativar a sua proliferação através dos fatores de crescimento o Proliferam-se para preencher o tecido o Novos vasos serão formados o 1-6 semanas 4. Resolução/remodelamento: regressão dos vasos e remodelamento do colágeno o Regressão dos novos vasos formados na etapa anterior o Excesso de colágeno vai ser remodelado e sendo substituído por um colágeno mais resistente o 1-8 semanas Perfil celular modifica de acordo com a fase em que se encontra: ORGANIZAÇÃO e REPARO Na etapa proliferativa, por se ter uma produção de fatores de crescimento e mediadores químicos anti- inflamatórios, observa-se a formação do tecido de granulação Tecido de granulação vai preencher o buraco deixado pela ferida São os fibroblastos e novos vasos formados que depositam-se e produzem colágeno TECIDO DE GRANULAÇÃO: Tecido conjuntivo neoformado, muito vascularizado, com fibroblastos e leucócitos Coloração rósea, com aspecto granuloso úmido e edemaciado o Coloração roxa ou cinza indicam suprimento inadequado de sangue Funções: o Promover um ambiente úmido para a ferida o Proteger o tecido neoformado o Impedir infecções O tipo de formação do tecido de granulação é chamado de CICATRIZAÇÃO DE PRIMEIRA OU DE SEGUNDA INTENÇÃO 1ª intenção: quando se tem as bordas da ferida estão próximas umas das outras o Vai ser necessário pouco tecido de granulação para preencher a área o Processo mais rápido de preenchimento 2ª intenção: bordas da ferida estão distantes o Não tem como juntar as bordas o Quantidade de tecido de granulação tem que ser maior o Demora mais o Apresenta risco de infecção Se, durante o processo de formação do tecido de granulação, acontecer uma infecção da ferida, para todo o processo de cicatrização e reinicia todo o processo de inflamação Infecção atrasa o processo de cicatrização Células presentes dentro do tecido de granulação: a. Novos vasos sendo formados b. Células inflamatórias remanescentes c. Fibroblastos d. Plasmócitos e. Linfócitos f. Macrófagos Depois que todo o tecido de granulação foi formado e o colágeno vai sendo produzido/distribuído, começa a etapa de remodelamento Debridamento: retirada do tecido morto Diferente do tecido de granulação, apresenta-se enegrecido Tecido morto ativa inflamação, atrasando o processo de cicatrização Atrativo para as bactérias foco de infecções FATORES QUE INFLUENCIAM NA CICATRIZAÇÃO 1. Nutrição inadequada o Principal vitamina envolvida: vitamina C o Zinco e proteínas 2. Tecidos isquêmicos 3. Infecção o Resposta inflamatória aguda contínua 4. Material estranho 5. Esteroides o Impede a formação do tecido de granulação 6. Exposição à radiação o Radioterapia 7. Desnervação 8. Diabetes o Vasculopatia o Isquemia o Infecção REMODELAÇÃO Leva cerca de 1 ano e meio Degradação e substituição do colágeno Cicatriz que antes se apresentava inchada começa a baixar A degradação do colágeno e proteínas da matriz é realizada pelas metaloproteinases de matriz Fibroblastos, macrófagos, neutrófilos e algumas células epiteliais Secreção induzida por PDGF, FGF, IL-1 e TNF Tipos de cicatriz: 1. Cicatriz hipertrófica: é uma cicatriz mais controlada o Acompanha o traçado da lesão o Responde a medicamentos o Depende do local e do momento de cicatrização 2. Cicatriz queloidiana: é uma cicatriz “descontrolada” o Não acompanha o traçado da lesão, vai haver sobreposição o Não responde a tratamentos o Remoção cirúrgica o Predisposição genética RESUMO GERAL
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