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Material de Apoio Liga Acadêmica de Anatomia Humana Universidade Federal de Goiás 2020 2 E-book disponibilizado pela Liga Acadêmica de Anatomia Humana para a “Semana de Neuroanatomia”. Este e-book possui imagens retiradas de sites presentes no Google Imagens. 3 Sumário Introdução: Embriologia e divisão do Sistema Nervoso... 4 Meninges. ........................................................................... 8 Telencéfalo ........................................................................ 14 Diencéfalo. ........................................................................ 21 Cerebelo. ........................................................................... 26 Tronco Encefálico. ............................................................ 32 Medula Espinal ................................................................. 38 Referências. ....................................................................... 42 4 5 Embriologia Depois de divisões mitóticas repetidas, a célula-ovo se transforma em duas massas celulares, uma externa, que formará a placenta e uma interna, que formará o embrião. Na massa interna, logo se evidencia 3 camadas: o ectoderma (externa), o mesoderma (intermediária) e o endoderma (interna). O ectoderma se espessa e forma a Placa Neural, da qual se origina o tubo neural e futuramente todo o SNC. 6 O tubo neural, em seus dois terços anteriores, apresenta 3 dilatações denominadas vesículas primordiais: o prosencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo. O restante do tubo, ou seja, sua extremidade caudal, origina a medula primitiva. Das transformações das vesículas primordiais, se originam as partes mais importantes do SNC. 7 Divisão Embriológica Divisão Anatômica 8 9 Envoltórios do SNC Todo o Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula espinal) é envolvido por membranas fibrosas, denominadas meninges, são elas: a dura-máter, a aracnoide e a pia-máter. Em relação com as meninges, existem três cavidades ou espaços: epidural, subdural e subaracnóideo. O espaço epidural, situa-se entre a dura-máter e o periósteo; O subdural, situa-de entre a dura-máter e a aracnoide; E o subaracnóideo entre a aracnoide e a pia-máter. 10 Pregas da dura-máter Formada por tecido conectivo e denso, a dura-máter é uma membrana espessa e resistente. Costuma-se identificar nela duas camadas, onde a mais interna apresenta prolongamentos que formam 4 pregas. Foice do cérebro; Foice do cerebelo; Tenda do cerebelo; Diafragma da cela. 11 Líquor, ventrículos e seios No espaço subaracnóideo e nos ventrículos, circula um líquido de composição química pouco proteica denominado líquido cerebrospinal ou líquor. Sua principal função é sustentar o peso do encéfalo e proteger o SNC, agindo como amortecedor de choques. 12 Os ventrículos são uma rede de comunicação de cavidades localizadas no parênquima cerebral. O sistema ventricular é composto por 2 ventrículos laterais, o terceiro ventrículo, o aqueduto do mesencéfalo e o quarto ventrículo. Imagem de um encéfalo humano em vista medial evidenciando os ventrículos: 2. Ventrículos laterais. 3. Terceiro ventrículo. 5. Quarto ventrículo 13 Os seios durais são canais venosos que contêm sangue proveniente das veias do encéfalo e do globo ocular, das quais drenam para as veias jugulares internas. Dentre os principais seios temos: Seio sagital superior; Seio sagital inferior; Seio reto; Seio transverso; Seio sigmoide; Seio occipital; Confluência dos seios. 14 15 Divisão: Hemisférios, lobos, giros e sulcos O telencéfalo corresponde a maior porção do cérebro. Ele compreende os dois hemisférios cerebrais, separados pela fissura longitudinal do cérebro. É dividido em quatro lobos principais: frontal, parietal, temporal, e occipital, além de um lobo interno chamado ínsula. 16 Hemisférios cerebrais O hemisfério esquerdo controla a linguagem e a fala na maioria das pessoas. O hemisfério direito comanda a interpretação das imagens e dos espaços tridimensionais. Lobo frontal Está associado à elaboração do pensamento, planejamento, controle muscular, personalidade, humor e linguagem. 17 Lobo parietal Processa as sensações de dor, tato, gustação, temperatura, pressão. Relacionado com a lógica matemática. Lobo temporal Relacionado primariamente com o sentido de audição. 18 Lobo occipital Responsável pelo processamento da informação visual. Lobo da ínsula Integra outras atividades cerebrais e possui função na memória. 19 lateral Giros e sulcos (Vista Lateral) Os giros são dobras do córtex cerebral, já os sulcos são depressões entre os giros. São eles: Sulco central Sulco Lobo Frontal: Giro frontal sup. Giro frontal med. Giro frontal inf. Giro pré-central Lobo Temporal: Giro temporal sup. Giro temporal med. Giro temporal inf. Lobo Parietal: Lóbulo parietal sup. e inf. Giro supramarginal Giro angular Giro pós-central Lobo occipital: Não possui giros diferenciáveis do lado externo. 20 2 3 1 4 Giros e sulcos (Vista Medial) Sulco do cíngulo Sulco do parietoccipital Sulco do calcarino Giro do cíngulo Pré-cuneus Cuneus Giro Parahipocampal Giro occiptotemporal medial Giro occiptotemporal lateral Corpo caloso É um grande feixe de substância branca que liga os dois hemisférios cerebrais. Divide-se em: 1. Rostro 2. Joelho 3. Tronco 4. Esplênio 21 22 Localização e divisão O diencéfalo está na parte mais central e inferior do cérebro. Ele é dividido em 4 regiões, sendo que cada uma tem sua própria função. São elas: 1. Tálamo 2. Hipotálamo 3. Subtálamo 4. Epitálamo 1 2 3 4 Tálamo Estrutura formada por duas massas ovoides de substância cinzenta. Tem a função de distribuir os impulsos motores e sensitivos (exceto olfatório), assim todos os sinais abaixo do encéfalo são transmitidos no tálamo antes de irem para o córtex cerebral. Vista medial Vista frontal Corpos geniculados São 2 pares de eminências talâmicas localizados na parte posterior. Alguns autores os consideram uma 5ª região: o metatálamo. Os mediais estão associados a via auditiva; Já os laterais a via óptica. 23 Tálamo 24 1 3 2 4 Hipotálamo Localizado na parte anteroinferior. Ele regula o comportamento emocional (raiva, medo, prazer), controla parte do SNC (atividades parassimpáticas), faz a regulação da temperatura corporal por meio de termo receptores e neurônios hipotalâmicos, além de regular a diurese e o sistema endócrino. Dentre suas principais estruturas, temos: 1. Corpos mamilares: projeções arredondadas formadas por substância cinzenta. 2. Túber cinéreo: “área cinzenta” que se prende à hipófise. 3. Infundíbulo: formação nervosa em formato de funil que conecta o túber cinéreo à hipófise. 4. Hipófise: glândula localizada na cela túrcica, é dividida em neuro-hipófise e adeno-hipófise, é a estrutura responsável pela regulação do sistema endócrino. 25 Subtálamo Pequena área do diencéfalo situada inferiormente ao tálamo. Está relacionado principalmente com funções motoras. Epitálamo Está na porção póstero superior do diencéfalo. Temfunção na regulação de vias motoras e emocionais, mas sua principal função está associada à sua formação endócrina. Glândula pineal: localizada no epitálamo, tem função excretora de melatonina – hormônio responsável pelo ciclo de sono e vigília. 26 Tronco encefálico Tenda do cerebelo Cerebelo Localização e funções Conhecido como “pequeno cérebro”, o cerebelo é um órgão localizado na fossa cerebelar (fossa craniana occipital), posteriormente ao tronco encefálico e inferiormente à tenda do cerebelo. Ele é extremamente importante para a manutenção da postura, do equilíbrio, realiza o controle dos tônus musculares, a coordenação dos movimentos e a aprendizagem de habilidades motoras. Além disso, seu funcionamento é completamente a nível inconsciente e involuntário. 27 Constituição O cerebelo é formado por tecido nervoso disposto de modo que formem dobras transversais e inúmeras fissuras e sulcos. Devido sua aparência semelhante a folhas, essas dobras foram denominadas folhas cerebelares. Internamente, o cerebelo é formado por uma parte cortical, constituída de substância cinzenta, e uma parte medular, constituída de substância branca. Juntamente com as folhas cerebelares, sua disposição interna se assemelha a um arbusto o que acabou levando a denominação do nome árvore da vida. Cerebelo humano real, corte frontal evidenciando a árvore da vida. 28 Vermis do cerebelo Essa estrutura leva esse nome devido ao seu formato semelhante a um verme. Ele percorre toda a extensão do cerebelo e tem a função de dividi-lo em dois hemisférios, direito e esquerdo. Fissuras Denominadas o espaço entre as folhas cerebelares, as fissuras são depressões que dividem o cerebelo em lobos. Assim, destacam-se: 1. Fissura primária: 1 Divide o lobo anterior do lobo posterior. 2. Fissura póstero lateral: Divide o lobo posterior do lobo floculo-nodular. 2 29 30 Lobos Lobo anterior: é responsável por parte do controle dos membros e do tronco. Lobo posterior: é responsável pelo planejamento do movimento. Lobo floculo-nodular: é formado por um nódulo e dois flóculos. É muito importante para o equilíbrio e movimento ocular. Nódulo Flóculos 31 Pedúnculos cerebelares Estruturas semelhantes a braços que são responsáveis por fazer conexões com outras estruturas e receber informações. São subdivididos em 3: Pedúnculo superior: faz conexão com o mesencéfalo. Pedúnculo médio: faz conexão com a ponte. Pedúnculo inferior: faz conexão com a medula espinal. Superior Médio Inferior Curiosidade Lesões no cerebelo causam distúrbios, ou seja, provocam alteração na coordenação motora do corpo. 32 33 Divisão e funções O tronco encefálico é um órgão situado anteriormente ao cerebelo, é necessário principalmente no controle de funções da vida vegetativa. Divide-se em 3 estruturas: Mesencéfalo, ponte e bulbo. Mesencéfalo O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o cérebro, é atravessado por um estreito canal, o aqueduto do mesencéfalo, que une o III ao IV ventrículo. Situado posteriormente ao aqueduto temos o tecto do mesencéfalo. 34 Anteriormente, temos os dois pedúnculos cerebrais, dois grandes feixes de fibras que surgem na borda superior da ponte e penetram profundamente no cérebro. Em uma secção transversal vê-se que há a formação de uma área escura, a substância negra, formada por neurônios que contêm melanina. Corpos quadrigêmeos Em vista posterior, o tecto do mesencéfalo apresenta quatro eminências arredondadas corpos quadrigêmeos. Eles recebem informações visuais e intervêm nos movimentos do pescoço, cabeça e olhos, também realizam o processamento das vias auditivas. 35 Sulco basilar Pedúnculo cerebelar médio Sulco bulbo-pontíneo Ponte Localizada anteriormente ao cerebelo, é uma estrutura de conexão que apresenta estriação transversal em virtude da presença de numerosas fibras que a percorrem, formando um volumoso feixe, o pedúnculo cerebelar médio. Em sua porção anterior nota-se uma leve depressão, denominada sulco basilar, onde se aloja a artéria basilar. E inferiormente, dividindo-a do bulbo temos o sulco bulbo-pontíneo. A parte posterior da ponte constitui o assoalho do IV ventrículo, tem formato losângico e é chamado de fossa romboide. 36 Bulbo A superfície do bulbo é percorrida longitudinalmente por sulcos que continuam com os sulcos da medula. Estes sulcos delimitam as áreas anterior, lateral e posterior do bulbo. A primeira divisão é feita pela fissura mediana anterior, dividindo o bulbo ao meio. De cada lado dessa fissura existe uma eminência alongada, as pirâmides, formadas por um feixe compacto de fibras nervosas. Lateralmente às pirâmides, se observa uma eminência oval, as olivas, formadas por uma grande massa de substância cinzenta, o núcleo olivar inferior. Na parte caudal do bulbo, fibras das pirâmides se cruzam obliquamente em feixes interdigitados e constituem a decussação das pirâmides. 37 Situado na área posterior do bulbo, temos a continuação do funículo posterior da medula, sendo dividido em fascículo grácil (medialmente) e fascículo cuneiforme (lateralmente). Estes fascículos são constituídos por fibras nervosas ascendentes, provenientes da medula, que terminam em duas massas de substância cinzenta, os tubérculos grácil e cuneiforme. Nervos cranianos 38 39 Localização A medula espinal, situa-se dentro do canal vertebral. Ela se inicia abaixo do forame magno e seu limite caudal é a nível das vértebras L1 e L2. Assim como todo o SNC, a medula também é revestida pelas meninges. Chegando em L2, a pia-máter se afunila e termina a extensão da medula, formando uma estrutura chamada cone medular. A partir desse limite, seguem apenas filamentos nervosos. Cone medular 40 Ligamentos dentriculados Filamentos e ligamentos O conjunto de raízes localizadas abaixo da medula espinal chama-se cauda equina, pois possui aspecto de um rabo de cavalo. Após a formação do cone medular, a pia-máter que recobre a ME se prolonga inferiormente formando o filamento terminal. Uma estrutura de fixação com aspecto mais esbranquiçado. Os ligamentos dentriculados têm forma triangular, são transparentes, formados pela pia-máter e tem a função de fixar a medula lateralmente. 41 Intumescências São dilatações na medula formadas por uma concentração maior de neurônios, servem para formar os plexos nervosos que inervam os membros. A intumescência cervical é localizada na altura das vértebras cervicais e dá origem ao plexo braquial. A intumescência lombar é localizada no início das vértebras lombares e dá origem ao plexo lombo-sacral. Centro Medular Internamente, a medula espinal é formada por uma parte cortical, constituída de substância branca e por uma parte medular, constituída de substância cinzenta. Ela se apresenta em forma de “H” ou borboleta. Conta com duas projeções, os cornos anteriores – responsáveis pelas atividades motoras – e os cornos posteriores – responsáveis pelas atividades sensitivas. Os cornos laterais aparecem somente na região torácica e lombar alta. 42 Referências DANGELO & FATTINI. Anatomia Humana Básica. Atheneu. 2ªed. DANGELO & FATTINI. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. Atheneu. 3ªed.HANSEN, John T.; KOEPPEN, Bruce M. Atlas of Neuroanatomy and Neurophysiology. MOORE, Arthur F. Dalley e Anne M. R. Agur. Anatomia Orientada Para a Clínica. 7ªed. MACHADO, Angelo. Neuroanatomia funcional. Atheneu. 2ªed. NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2ªed. Porto Alegre: Artmed, 2000. DRAKE et al. Gray´s Anatomy for Students. COLICIGNO, P. R, C. et al. Atlas fotográfico de anatomia. MENESES. M. S. Neuroanatomia Aplicada. Atlas Digital Visible Body Corpo Caloso de Ken Hub: kenhub.com Os Ventrículos do Cérebro, de Teach me Anatomy: teachmeanatomy.info http://plantandociencia.blogspot.com/2019/08/aula-2-neuropsicologia-neuronios-e.html https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Componentes-basicos-de-um- neuronio_fig1_282962512 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2298168/mod_resource/content/1/Introdu%C3%A 7%C3%A3o.pdf https://www.famema.br/ensino/embriologia/sistemaneurologico2.php https://www.todamateria.com.br/cerebro/ https://updatesaude.wordpress.com/author/charlessoares/page/3/ https://www.infoescola.com/sistema-nervoso/liquido-cefalorraquidiano/ https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-nervoso/meninges-e-liquor/ https://gfycat.com/youngfailingkronosaurus-central-nervous-system-anatomical-structure https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2570806/mod_resource/content/1/Meninges%2C% 20LCR%20e%20Barreiras.pdf http://www.kenhub.com/ https://www.teachmeanatomy.info/ http://plantandociencia.blogspot.com/2019/08/aula-2-neuropsicologia-neuronios-e.html https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Componentes-basicos-de-um-neuronio_fig1_282962512 https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Componentes-basicos-de-um-neuronio_fig1_282962512 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2298168/mod_resource/content/1/Introdu%C3%A7%C3%A3o.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2298168/mod_resource/content/1/Introdu%C3%A7%C3%A3o.pdf https://www.famema.br/ensino/embriologia/sistemaneurologico2.php https://www.todamateria.com.br/cerebro/ https://updatesaude.wordpress.com/author/charlessoares/page/3/ https://www.infoescola.com/sistema-nervoso/liquido-cefalorraquidiano/ https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-nervoso/meninges-e-liquor/ https://gfycat.com/youngfailingkronosaurus-central-nervous-system-anatomical-structure https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2570806/mod_resource/content/1/Meninges%2C%20LCR%20e%20Barreiras.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2570806/mod_resource/content/1/Meninges%2C%20LCR%20e%20Barreiras.pdf
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