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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE DIDÁTICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA SOLANGE DE ALMEIDA BARROS ANDRADE A EVASÃO ESCOLAR E/OU ABANDONO DE JOVENS NO ENSINO MÉDIO NOTURNO DO COLÉGIO ESTADUAL JUREMA PEÇANHA GIRAUD/RJ Orientador(A): Profa. Dra. Ana Patrícia da Silva RIO DE JANEIRO 2 ABRIL DE 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE DIDÁTICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA SOLANGE DE ALMEIDA BARROS ANDRADE A EVASÃO ESCOLAR E/OU ABANDONO DE JOVENS NO ENSINO MÉDIO NOTURNO DO COLÉGIO ESTADUAL JUREMA PEÇANHA GIRAUD/RJ Projeto de Intervenção apresentado ao Curso de Pós- Graduação Latu Sensu em Coordenação Pedagógica da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador (A): Profª. Drª. Ana Patrícia da Silva RIO DE JANEIRO ABRIL DE 2017 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS (CFCH) FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM COORDENAÇÃ PEDAGÓGICA SOLANGE DE ALMEIDA BARROS ANDRADE A EVASÃO ESCOLAR E/OU ABANDONO DE JOVENS NO ENSINO MÉDIO NOTURNO DO COLÉGIO ESTADUAL JUREMA PEÇANHA GIRAUD/RJ Projeto Intervenção - Curso ao Curso de Pós- Graduação Latu Sensu em Coordenação Pedagógica da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro como requisito parcial à obtenção do título Especialista em Coordenação Pedagógica. Aprovada em: ______/______/______ BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Orientador (a): __________________________________________________ Professor (a) Convidado (a): __________________________________________________ Professor (a) Convidado (a): 4 AGRADECIMENTOS Agradecer é sempre importante; creio que não exista algo mais sublime do que a gratidão. Por isso não posso deixar de agradecer. A Deus, o que seria de mim sem a fé que eu tenho nele. Aos meus pais, irmãos, meu esposo Rogério dos Santos Andrade, minha filha Beatriz Andrade e a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. À professora Ana Patrícia da Silva pela paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão desta monografia. A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e no desenvolvimento deste “projeto intervenção” e que mesmo com os percalços dessa jornada fizeram o seu melhor para que não desistíssemos e viéssemos até aqui. Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constante. 5 “A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática. ” Paulo Freire 6 RESUMO Este trabalho aqui apresentado é parte integrante do olhar de uma professora atualmente ocupando o cargo de Orientadora Educacional e de todo corpo docente do Colégio Estadual de Ensino Supletivo Jurema Peçanha Giraud ( escola pública estadual na zona oeste do Rio de Janeiro) e só passou a existir a partir da necessidade que sentimos em criar um Projeto de Intervenção Pedagógica: A EVASÃO ESCOLAR E/OU ABANDONO DE JOVENS NO ENSINO MÉDIO NOTURNO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO uma vez que essa escola desde 2009, ano em que implantou o Ensino Médio Noturno sofre com a evolução das suas taxas de evasão e abandono. O referido tema foi escolhido por se tratar de um assunto que preocupa todos os envolvidos no processo educacional desse colégio e por acreditarmos que podemos reverter esse quadro, atingindo assim os seus objetivos de proporcionar escolarização aos estudantes que optaram pelo curso noturno de forma eficiente. Através deste estudo foi feito coleta de dados entre a comunidade, o que tornou possível a formulação do diagnóstico da realidade enfrentada pelos alunos, professores, equipe pedagógica e direção do Colégio Estadual Jurema Peçanha Giraud. Com o diagnóstico da sua realidade em mãos, o grupo de implementação traçou o perfil dos alunos que já haviam em algum momento abandonado o ensino médio durante sua trajetória escolar e os principais motivos alegados para abandoná-los. Através da análise dos dados, fundamentação teórica, discussões e reflexões, criou-se estratégias de enfrentamento à evasão e/ou abandono que serão colocadas em prática no ano de 2017 no ensino médio noturno. São medidas simples que visam reduzir as taxas de evasão e melhor aproveitamento do ensino para jovens e adultos. Palavras-chave: Ensino Médio Noturno, Evasão, Abandono, Projeto de Intervenção Pedagógica, Objetivos 7 LISTA DE SIGLAS CE- Colégio Estadual SEEDUC- Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro O.E.- Orientadora Educacional 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 9 1.1 Identificação 9 1.2 Apresentação 11 2. Objetivos 14 3.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 15 3.1. ASPECTOS GERAIS DA EUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 18 3.2 Projeto de intervenção pedagógica: uma reflexão sobre os motivos que levam à evasão 21 3.3 PAPEL E PARTICIPAÇÃO DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS 23 3.4 AÇÕES QUE SERÃO UTILZADAS PARA COMBATER A EVASÃO ESCOLAR QUE ENVOLVEM OUTRAS PARCERIAS 24 4. Avaliação e Cronograma 26 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 28 9 1. INTRODUÇÃO TEMA: A EVASÃO ESCOLAR E/OU ABANDONO DE JOVENS NO ENSINO MÉDIO NOTURNO DO COLÉGIO ESTADUAL JUREMA PEÇANHA GIRAUD/RJ 1.1 IDENTIFICAÇÃO Escola de Implementação: Colégio Estadual de Ensino Médio Jurema Peçanha Giraud. O Colégio Estadual Professora Jurema Peçanha Giraud é estabelecimento de ensino da rede estadual do Estado do Rio de Janeiro e mantém curso de Ensino Médio nas modalidades Regular e Educação de Jovens e Adultos –EJA. Localizado à Rua Atacama, s/nº - Campo Grande – Rio de Janeiro – RJ, é a U.A 181.394 com Censo nº 33082359 e Tel: (21)24113855. Funciona em prédio compartilhado com a Escola Municipal Professora Jurema Peçanha Giraud e, por isso, mantém suas atividades apenas em horário noturno. Construída e entregue à comunidade campo-grandense aos vinte e um de abril de mil, novecentos e sessenta e sete, perpetuou o nome da professora Jurema Peçanha Giraud. Sua história é a seguinte: A professora Jurema nasceu aos nove dias do mês de julho de mil, novecentos e trinta. Seus pais foram Manoel Batista Peçanha e Doralice Ferreira Peçanha. Muito cedo iniciou seus estudos, aos quatro anos já frequentava uma escola particular, onde aprendeu a ler aos cinco anos e meio. Mais tarde, foi matriculada em uma escola pública recebendo, durante o curso primário, alguns prêmios, devido a sua aplicação nos estudos. Em 1944 ingressou no Instituto de Educação. A menina pobre, de origem humilde, que brincava de professora com as bonecas. Iniciava-se, assim, na profissão que escolhera e à qual se desenvolvia. Depois de formada, trabalhou em várias escolas, deixando em todas assinalada a sua passagem pelo entusiasmo que a caracterizava. Faleceu em treze de janeiro de mil, novecentos e sessenta e seis, vítima da catástrofe que sobre o Rio de Janeiro abateu-se 10 naquele ano. Morreu soterrada no prédio onde morava, em Laranjeiras, após ter ido a casa buscar as chaves daescola que iria dirigir no início do ano letivo para que os desabrigados da enchente pudessem ficar alojados. Foi encontrada uma semana após seu desaparecimento, sob os escombros, abraçada justamente a uma criança. A frase sempre usada pela professora Jurema “Nasci para ensinar e quero ser sempre professora” é lema também de muitos dos atuais professores que lutam por minimizar as dificuldades dos alunos e promover seu crescimento. Apesar de ser uma escola noturna e, portanto, formada basicamente por alunos adolescentes ou adultos, o C.E.Jurema Peçanha Giraud empenha-se por promover a integração família-escola através de atividades diversas – nestas é admitida a participação sobretudo de cônjuges e filhos. Em tudo o que faz inclui valores formativos, crendo que cada aluno é único e que a oportunidade de contribuir em sua formação é também oportunidade para tornar o mundo um pouco melhor. Conta com uma equipe engajada e que procura aperfeiçoar-se para melhor atender sua clientela. Neste ano letivo (2016), a escola contou inicialmente com 50 professores, que atendem a 439 alunos em 14 turmas (08 de Ensino Médio Regular e 06 de EJA-Educação de Jovens e Adultos), ocupando as 14 salas disponíveis na U.A. Público objeto da intervenção: O público alvo a ser atendido serão os alunos do primeiro e segundo anos do Ensino Médio Regular, pois nessas séries são observados maiores índices de reprovação e de evasão escolar. Todos os demais atores do processor de ensino-aprendizagem também farão parte da elaboração e da prática do Projeto de Intervenção (alunos, pais, professores, toda comunidade escolar) 1.2 APRESENTAÇÃO Ao pensar sobre a intervenção no Colégio Estadual Jurema Peçanha Giraud, um dos objetivos que consideramos relevantes foi a necessidade de conhecer e diagnosticar sua realidade, para que, então, pudéssemos buscar junto ao corpo docente e aos demais elementos da comunidade escolar a elaboração coletiva de estratégias de enfrentamento 11 dos altos índices de evasão e/ ou abandono, principalmente no primeiro e segundo ano do Ensino Médio regular. O Colégio Estadual Professora Jurema Peçanha Giraud atende clientela considerada de baixa renda e moradora em locais afastados, alguns tidos até como violentos e perigosos. A maioria trabalha durante o dia; muitos em locais distantes da escola, o que provoca atrasos constantes para as atividades escolares. O nível escolar dos familiares dos alunos é elementar e com poucas expectativas de avanço. A qualidade de ensino da U.A é adequada à localidade e, portanto, ainda restrita ao mínimo proposto a cada etapa. Nota-se alto índice de evasão, sobretudo no segundo semestre, quando surgem os empregos temporários para as festividades de final de ano. Observa-se carência de apoio e vivência dos familiares na vida estudantil, pessoal e profissional dos filhos. Em se tratando de escola noturna, poucos são os responsáveis que comparecem quando convidados a virem à escola tratar de assuntos referentes a seus filhos. Os ambientes são desorganizados e desregrados refletidos na falta de horário para estudos, cumprimento de tarefas e na falta do porte diário do material fornecido pela escola. A vida escolar encontra-se em posição de desvantagem na hierarquia de prioridades da família com pouco ou nenhum investimento em aquisição de materiais para frequência às aulas. Muitos jovens são insubordinados aos pais, o que prejudica na resolução dos problemas de indisciplina escolar. Pedagogicamente, observamos que: Muitos alunos, sobretudo os do 1º ano, chegam à escola com grande defasagem de conteúdo, apresentando falta de pré-requisitos para trabalho com os conteúdos mínimos propostos; Alguns alunos, apesar de preservada a capacidade de aprendizagem, não alcançam objetivos propostos pela falta de estímulo às funções cognitivas que, 12 pelo “desuso”, foram neutralizadas ou prejudicadas no decorrer de suas histórias; Muitos jovens e adolescentes da comunidade local apresentam-se social e/ou culturalmente desvantajosos e com poucos recursos facilitadores à aquisição de novos conteúdos; Muitos se apresentam desorganizados ou desmotivados e precisam de muitos estímulos para adquirir hábitos de estudo e novas estratégias e perspicácias; Poucos querem alcançar níveis mais altos de desempenho escolar, social e profissional; Alguns apresentam déficit de atenção e dificuldades de aprendizagem; Alguns têm dificuldades contínuas em algumas disciplinas. O trabalho pedagógico do Colégio Estadual Professora Jurema Peçanha Giraud procura aliar as atividades informativas às formativas, buscando minimizar dificuldades, promover aumento da autoestima e fornecer ferramentas de crescimento individual. E foi pensando assim que ao observarmos o alto índice de evasão e/ ou abandono escolar procuramos fomentar um trabalho de intervenção para diminuirmos esses índices. Tenho observado de um lado, adolescentes pouco estimulados pelos estudos, muitas vezes cursando séries atrasadas. Do outro, um currículo escolar extenso, porém desconectado da realidade, em aulas excessivamente teóricas e incapazes de suprir deficiências anteriores dos alunos. Segundo especialistas, alguns dos ingredientes que levam a altos índices de evasão no ensino médio brasileiro, ciclo que é considerado hoje o principal gargalo da educação. Em minha escola, onde trabalho como Orientadora Educacional, tenho visto que muitos alunos também costumam abandonar o Ensino Médio, principalmente na época de final de ano, talvez porque muitos precisam trabalhar e por isso não conseguem conciliar trabalho e estudo. 13 "A criança começa a acumular dificuldades de aprendizado desde a alfabetização; dificuldades em ler e em interpretar. O ensino médio acaba tendo que lidar com tudo isso, além de seus próprios problemas: um currículo escolar desconectado das expectativas do aluno para seu futuro." E é nessa fase da vida em que os jovens passam a ter outros interesses, além de começarem a se sentir tentados – sobretudo se forem de baixa renda - a largar os estudos e focar esforços em entrar no mercado de trabalho. 2.OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral Diminuir o número de alunos evadidos na EJA das escolas inseridas nesse projeto. 2.2. Objetivos específicos Identificar os principais motivos do abandono escolar dos alunos das Salas de Educação de Jovens e Alunos, durante o processo de ensino e aprendizagem Analisar se as práticas pedagógicas do professor da EJA e do Ensino Médio noturno atendem a demandas desse aluno ou que contribuem para que evadam das aulas. Buscar informações a fim de mostrar como está funcionando o processo de inclusão do ano na Educação de Jovens e adultos. Monitorar a frequência dos alunos da EJA; Adaptar o ambiente escolar à necessidade dos alunos; Propor metodologia e ensino variada valorizando a característica socioeconômica dos alunos; Inserir os alunos da EJA na comunicação virtual. 14 3. SUPORTE TEÓRICO 3.1 ASPECTOS GERAIS DA EUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL Segundo Cunha (1999), na década de 1940 a ideia que se tinha era de que o analfabetismo gerava pobreza e marginalização. O adulto analfabeto era incapaz política e juridicamente; não podia votar ou ser votado. O fim do Estado Novo trouxe ao país um processo de redemocratização e a necessidade de aumento da quantidade de eleitores. Muitos trabalhavam nas lavouras e não era interessante que aprendessem a ler e escrever. Do Império aos anos 40, o ensino médio de cunho mais popular estava, no entanto, sendo construído, ora à revelia do Estado, ora com sua participação direta, mas sempre complementar às iniciativas particulares. Esse processo, aindaa ser mais profundamente investigado, tem muita proximidade com as primeiras iniciativas de educação de adultos no país. A partir dos anos 20, o ensino médio popular e essencialmente noturno se afasta gradualmente desses movimentos para, nos anos 30, ser inserido às políticas de formação do trabalhador do governo Vargas. Esse deslocamento reduz a formação média popular ao ensino técnico, legitimando a dualidade social e estrutural do ensino médio de então, e inviabilizando a construção de uma proposta pedagógica unitária de escola média para todos e em continuidade ao ensino primário. (MAFRA, 94, p.180) Nesse sentido, o primeiro projeto lançado pelo governo foi a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, dirigida principalmente ao meio rural. Essa campanha previa a alfabetização do educando em três meses, além da conclusão do curso primário num prazo bem menor que o convencional. A educação era considerada unilateral e tinha o professor como transmissor de conhecimento. O educador, que era voluntário ou mal remunerado, seria o único sujeito deste processo. A campanha, extinta em 1963, não rendeu bons resultados, mas ajudou a superar a ideia preconceituosa de que o adulto não precisaria mais aprender a ler e que já havia encontrado seu lugar no mundo. Esse desprezo pela classe trabalhadora ainda persistia na década de 1990, quando o então ministro da Educação, o professor, físico e político José Goldemberg, afirmou que a tentativa de alfabetização de adultos não diminuiria o índice de analfabetos; ao contrário, perturbaria a ordem social. 15 Com os resultados insatisfatórios dessa campanha, surgiram críticas a esse projeto: seria necessária a qualificação dos professores e a adequação do programa, do material didático e dos métodos de ensino à clientela atendida. No final dos anos 1950, Paulo Freire propunha uma nova pedagogia, que levava em conta a vivência e a realidade do educando, que deveria ser um participante ativo no processo de educação. Apesar de estar encarregado de desenvolver o Programa Nacional de Alfabetização de Adultos, com o golpe militar de 1964 Freire foi exilado e um programa assistencialista e conservador foi criado: o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). Seu objetivo era apenas a alfabetização funcional – sem apropriação da leitura e da escrita – de pessoas de 15 a 30 anos. A LDB de 1971 limitava o dever do Estado em oferecer ensino a crianças de 7 a 14 anos, porém reconhecia a educação de adultos como direito de cidadania. Em 1974, foi implantado o CES (Centro de Estudos Supletivos), que dava oportunidade de uma certificação rápida, mas superficial, com um ensino tecnicista e auto instrucional. A década de 1980 foi marcada pelo desenvolvimento de projetos e pesquisas na área da alfabetização de adultos. Em 1988, a Constituição passou a garantir o Ensino Fundamental gratuito e obrigatório para todos. A importância da EJA passou a ser reconhecida em vários países devido às conferências organizadas pela Unesco nos anos 1990. A partir de então, surgiu no Brasil uma mobilização nacional no sentido de diagnosticar metas e ações de EJA. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996) garante igualdade de acesso e permanência na escola e ensino de qualidade, além da valorização da experiência extraescolar. Garante ainda Ensino Fundamental obrigatório e gratuito, inclusive para os que não tiveram acesso a ele na idade própria. O antigo ensino supletivo passou a se chamar Educação de Jovens e Adultos – EJA – e ganhou um sentido mais amplo: preparar e inserir ou reinserir o aluno no mercado de trabalho. Os objetivos da educação no país são revistos, cabendo agora à escola a responsabilidade de formar o adulto trabalhador. Recentemente, novas iniciativas, como a EJA e o Proeja, têm surgido a fim de garantir metodologias adequadas a discentes com esse perfil. Em 2000, o Conselho Nacional de Educação estabeleceu, no Parecer nº 11, (das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos), as funções e as bases legais da EJA fundamentadas na LDB, nos Parâmetros Curriculares 16 Nacionais e nas Diretrizes Curriculares Nacionais. O Decreto nº 5.478, de 24 de junho de 2005, institui o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional à Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – Proeja, abrangendo a formação inicial e continuada de trabalhadores e a Educação Profissional Técnica de nível médio. Eventos onde são gerados debates e trocadas experiências, como os fóruns EJA, têm sido importantes na estruturação da EJA e de seus objetivos. Mesmo com todas essas dificuldades e transtornos o Ensino Médio noturno faz-se necessário, quer seja para dar oportunidade de acesso aos estudantes que já se encontram inseridos no mercado de trabalho, quer seja para dar uma oportunidade àqueles que estão procurando uma colocação ou às pessoas que buscam concluir seus estudos. Por comunidade escolar se entende todos aqueles que direta ou indiretamente contribuem para o funcionamento dos estabelecimentos escolares (alunos, pais, professores, funcionários e comunidade em geral). Nessa perspectiva, a família dos educandos assume lugar central na discussão, pois junto com a escola compartilha interesses comuns na busca por uma educação de qualidade. 3.2 Projeto de intervenção pedagógica: uma reflexão sobre os motivos que levam à evasão A justificativa para este trabalho de pesquisa surgiu da análise dos dados de evasão e/ou abandono verificados nos primeiros dois anos no Colégio Estadual Professora Jurema Peçanha Giraud e a necessidade urgente de intervenção para reflexão sobre os motivos dos altos índices de evasão e ou abandono entre os jovens do ensino médio noturno desta instituição escolar. Segundo o dicionário da Língua Portuguesa a palavra evasão tem o seguinte significado: Evasão é um substantivo feminino que nomeia o ato de evadir-se, de fuga, de escape, de sumiço, é a ação de abandono de alguma coisa, de afastar-se do ponto em que se encontra. Do latim “evasione”. Evasão é o ato de desviar, de evitar, de iludir, de furtar-se com habilidade ou astúcia, de mudar a direção, de alterar o objetivo. 17 No sentido figurado evasão é um subterfúgio, uma evasiva, um ardil, uma resposta vaga quando se procura sair de alguma dificuldade. Evasão escolar, que é o caso que estamos estudando e por qual motivo pensamos nesse Projeto de Intervenção Escolar, pode ser assim explicada: Evasão escolar é o abandono do aluno, que apresar de estar matriculado na escola, deixa de frequentar a sala de aula. Essa evasão é muitas vezes motivada pela necessidade de se entrar no mercado de trabalho para ajudar na renda familiar. É também consequência da falta de interesse pelo estudo, pela dificuldade de aprendizagem, pela falta de incentivo dos pais etc. No Brasil, segundo o relatório divulgado em 2012 pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a taxa de evasão escolar atinge grandes proporções, onde um em cada quatro alunos que iniciam o ensino fundamental abandona a escola antes de completar a última série. No entanto, podemos observar que: A evasão escolar é um problema crônico em todo o Brasil , sendo muitas vezes passivamente assimilada e tolerada por escolas e sistemas de ensino, que chegam ao exercício de expedientes maquiadores ao admitirem a matrícula de um número mais elevado de alunos por turma do que o adequado já contando com a “desistência” de muitos ao longo do período letivo. Que pese a propaganda oficial sempre alardear um número expressivo de matrículas a cada início de ano letivo, em alguns casos chegando próximo aos 100%(cem por cento) do total de crianças e adolescentes em idade escolar, de antemão já se sabe que destes, uma significativa parcela não irá concluir seusestudos naquele período, em prejuízo direto à sua formação e, é claro, à sua vida, na medida em que os coloca em posição de desvantagem face os demais que não apresentam defasagem idade-série (DIGIÁCOMO, 2005, p. 1). A postura metodológica desta proposta está centrada na Pedagogia Histórico- Crítica, através do expressivo diálogo e respeito às pessoas nela engajadas, uma vez que a participação e a reflexão estão sempre presentes em cada fase do trabalho, para um fazer e refazer coletivo, buscando estratégias de enfrentamento a um dos problemas que mais angustiam aos envolvidos em educação dentro do colégio em questão. A metodologia dessa proposta pode assim ser resumida: Apresentação do Projeto será realizada durante a semana pedagógica de fevereiro. O referido projeto ficará disponibilizado em uma pasta na sala de professores e também será enviado por e-mail do colégio para que todos os envolvidos possam acessá-lo para sanar eventuais dúvidas.Como existe rotatividade de professores, nem todos estarão presentes nessa primeira 18 apresentação, portanto haverá necessidade de novas apresentações à medida em que os novos professores foram chegando para trabalhar no colégio, o que ficará a cargo da equipe diretiva, representada pela figura da Coordenadora Pedagógica e da Orientadora Educacional. Durante o mês de março haverá a coleta de dados para formulação do diagnóstico da realidade enfrentada pelos alunos, professores, equipe pedagógica e direção do Colégio Jurema Peçanha Giraud. Para esse fim serão utilizados questionários e entrevistas. Com os dados coletados, o grupo de implementação traçará o perfil dos alunos que em sua trajetória escolar já abandonaram o ensino médio e os principais motivos que os levaram a retornar à escola para concluir o ensino médio, formando assim o diagnóstico da realidade. Como próximo passo, o grupo de implementação iniciará a fundamentação teórica baseada na produção didático-pedagógica que é parte integrante desse projeto de intervenção e buscando também outros textos que possam ser usados como complementos teóricos para o objetivo do grupo. Com o diagnóstico da sua realidade em mãos, o grupo de implementação analisará os dados e criará estratégias de enfrentamento à evasão e/ou abandono que foram colocadas em prática no ensino médio noturno. Avaliação do Projeto de Intervenção. 3.3 PAPEL E PARTICIPAÇÃO DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS CONSELHOS ESCOLARES Conforme nossa experiência na Orientação Educacional e o aprendizado cadernos lidos que tratam dos Conselhos escolares, de acordo com a legislação vigente, podemos afirmar que o conselho escolar é fundamental para o bom andamento das instituições escolares e a gestão participativa das mesmas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei nº 9.394/1996), em seu artigo 14, estabelece que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão 19 democrática do ensino público na Educação Básica, de acordo com as suas peculiaridades e observando os seguintes princípios: I - Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - Participação das comunidades escolar e local em Conselhos Esco lares ou equivalentes. Estes são, também, objetivos do Plano Nacional de Educação – PNE (aprovado pela Lei nº 10.172/2001) que estabelece como meta a criação de Conselhos Escolares nas escolas de educação infantil, ensino funda mental e ensino médio. O Conselho Escolar é um órgão colegiado composto por representantes das comunidades escolar e local (diretor, professor, funcionários administrativos, pais, estudantes e membros da comunidade), que tem por atribuição deliberar sobre questões pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito escolar. Compete-lhe a tarefa de analisar as ações a serem empreendidas e os meios a serem utilizados para o cumprimento das finalidades da escola. O Conselho representa as comunidades escolar e local, atuando em conjunto e definindo caminhos para deliberações sobre os assuntos de sua responsabilidade. Torna-se um espaço privilegiado de discussão, negociação e encaminhamento das demandas educacionais, possibilitando a participação social e promovendo a cultura da gestão democrática. Conselho escolar é atuante, quando envolve todos os seguimentos da comunidade escolar, quando todos têm o mesmo objetivo de ouvir opiniões e compartilhar decisões. Um Conselho Escolar atuante pode se constituir em um elemento importante na definição da identidade da escola e do papel a ser por ela desempenhado. Quando construímos equipes com objetivos de alcançarmos a principal meta do Projeto Político Pedagógico que passa pela autonomia da escola. Isso significa resgatar a escola como espaço de debate, diálogo e reflexão coletiva. É tradição realizarmos no início de cada ano letivo, reunião entre professores, diretores, membros da comunidade e do Conselho Escolar de modo a traçar um plano de ação a nortear a prática educativa da nossa Unidade de Ensino, Partindo de uma avaliação diagnóstica. Dividir responsabilidades aumenta a possibilidade de acertos. Todos que estão em contato direto com os alunos são educadores, independente da função que exerça. A 20 escola é um espaço social privilegiado para a construção da unidade no trabalho, nela todos são sujeitos históricos atuantes na prática da educação. Por isso consideramos importante que todos esses colegiados estejam envolvidos no processo de apreensão e de prática do Projeto de Intervenção sobre a evasão escolar. Para isso pretendemos reuni-los sempre que necessário durante o ano de 2017. Colocando as ideias em prática: Participação efetiva / Possíveis ações dos gestores Realizar reuniões em horários adequados A maior parte dos pais trabalha. Por isso, agendar os encontros em horários que todos possam participar. Entregue o estatuto escolar aos conselheiros. O documento será útil para que o grupo entenda como funciona uma escola. Explicar as atribuições do órgão. No primeiro encontro, explique como funciona o conselho e quais são suas funções. E também as características e do projeto de intervenção, bem como seus objetivos Capacitar os conselheiros. Pais e funcionários costumam ficar inibidos para tratar de assuntos pedagógicos com profissionais da Educação. Criar um ambiente agradável e propicio à discussão. Promover encontros regulares As reuniões devem ser mensais e agendadas no início do ano para que todos possam se programar. Estabelecer objetivos Para evitar improvisos, definir com o grupo as metas que devem ser alcançadas a cada semestre. Dar espaço para todos Estimular os representantes de cada segmento a manter diálogo com seus representados e, nas reuniões, ouça o que todos os presentes têm a dizer e opinar. A troca de experiências ajuda na busca de soluções para os problemas comum. ELEIÇÃO DE ALUNOS REPRESENTANTES DE TURMA. 21 A representação discente tem se mostrado como importante oportunidade de participação nas diversas ações da escola. Em nossa escola todos os anos escolhemos alunos que representem os demais através de eleições na própria unidade escolar. Para tanto, as escolas têm utilizado diferentes formas de efetivar esta forma de participação. Uma delas, que tem se mostrado muito eficaz, é aquela que no início do ano letivo, efetiva um processo de eleição dos representantes de turma, através do voto secreto. Além de oportunizar a participação na vida da escola, esta forma de escolha faz os alunos vivenciarem o processo de democracia, onde vão avaliar os colegas e eleger aquele que melhor representa os seus interesses. Estes alunos representam a turma não apenas nas reivindicações, mas representam o coletivo de alunos em atividades importantes,como o conselho de classe, agindo como mediadores entre a turma e a equipe pedagógica e administrativa. Da mesma forma estarão tendo oportunidade em ajudar os docentes no controle da frequência e no contato com os demais alunos que estejam faltosos. 3.4 AÇÕES QUE SERÃO UTILZADAS PARA COMBATER A EVASÃO ESCOLAR QUE ENVOLVEM OUTRAS PARCERIAS A relação de parceria deve ter como ponto de partida a própria escola, mas por se tratar de uma escola noturna temos visto que os pais pouco sabem sobre características de aprendizagem, por isso a dificuldade em participar da vida escolar dos filhos. Portanto, o papel da escola na construção dessa parceria é fundamental, devendo considerar a necessidade da família, levando-as a vivenciar situações que possibilitem se a interação e a troca entre seus pares, que façam parte do corpo docente ou não. Para que isso acontece de uma forma eficaz e nos leve a conseguir atingir nossos objetivos estaremos propondo que o Projeto de Intervenção aconteça de acordo com as seguintes atividades: De início conscientizaremos o aluno sobre a importância dos estudos, acerca do valor que tem o conhecimento para o alcance dos seus objetivos e necessidades e consequentemente para a colocação no mercado de trabalho. Este projeto visa conquistar a família de maneira a participar da escola através de palestras, minicursos como é o caso da culinária e da reciclagem. Elencamos algumas ações capazes de combater a evasão, ações estas que envolvem todos os atores envolvidos na comunidade escolar: equipe de funcionários, alunos com 22 suas respectivas famílias bem como a comunidade como um todo, selecionando estratégias capazes de atrair o aluno e sua família a escola de maneira que aprender seja uma atividade prazerosa, associada a todo o potencial do aluno, descobrindo seus talentos e que deseja aperfeiçoar-se. A participação em oficinas despertando o interesse por atividades esportivas, artísticas e culturais, tendo como finalidade maior o despertamento do interesse e motivação pelos estudos. Pretendemos fazer parcerias com instituições e órgãos capazes de auxiliar as famílias no suprimento de necessidades que incidem diretamente na educação dos filhos, como por exemplo, o adequado encaminhamento aos programas sociais, o apoio das universidades através da extensão. Realizaremos atividades extra classe: teatro, dança e música. AÇOES Conversar com a equipe pedagógica sobre a flexibilização curricular para atender a diversidade dos alunos; analisando as causas da evasão e busca das estratégias de combate; Atendimento aos pais dos alunos e visitas domiciliares; Relatos de experiências no jornal escolar e no dia-dia escolar, como é o caso da inclusão educacional; Integração entre o Conselho Tutelar (C.T.), a Escola e o Ministério Público (MP); Acompanhamento dos infrequentes com convocação dos pais/e ou responsáveis legais. Acompanhamento da Proposta Pedagógica com organização de oficinas semanal ou quinzenalmente, de música, dança, teatro, informática, higiene, beleza e esportes com alunos; e oficinas de culinária e reciclagem com os pais dos alunos; O próximo passo é elaborar o questionário da pesquisa. Começaremos com questões mais gerais e, aos poucos, passaremos para as questões mais diretas. Abaixo, listamos algumas sugestões de perguntas que podem ser feitas, apenas como referência: 1. Como você está? O que tem feito? Como é sua rotina? 2. Trabalha? Ajuda os pais? Faz algum tipo de estudo extraclasse? 23 3. Quais as suas principais lembranças da escola? Do que sente falta? E quais as coisas que você não gostava? 4. Você gostava das aulas? Qual a sua preferida? E de quais não gostava? Por quê? 5. Você se sentia acolhido? Tem vontade de ir para as aulas? 6. Sente falta dos professores? E dos colegas? Como era seu relacionamento com eles? 7. Quando parou de frequentar as aulas? Qual foi o principal motivo que o/a levou a desistir? 8. Como os pais reagiram? 9. Tem planos de voltar? Tem vontade? Quando pretende fazê-lo? 10. Como seria, na sua cabeça, a escola ideal? 11. Na mesma ficha, anotar alguns dados mais objetivos sobre características individuais que funcionarão como variáveis da pesquisa. Ex: local de moradia, sexo, idade e tamanho da família. 3. AVALIAÇÃO E CRONOGRAMA: O combate à evasão escolar deve ser um compromisso não só dos educadores, mas de toda a sociedade, criando oportunidades capazes de minimizar as dificuldades enfrentadas pelo alunado e suas famílias quanto ao acesso, permanência e seguimento nos estudos nos anos seguintes. A avaliação será realizada a partir do alcance ou não das metas deste projeto, sob o olhar da equipe técnica, docentes, alunos e familiares, no uso do discurso verbal bem como de dados quantitativos sobre frequência e permanência do aluno na escola, de modo interdisciplinar, baseada na gestão democrática onde haverá a participação de todos que fazem parte do contexto escolar. 4- CRONOGRAMA 24 Conforme dito anteriormente e por se tratar de um projeto de intervenção ainda a ocorrer pretendemos disponibilizá-lo da seguinte forma, ao longo do ano de 2017 FEVEREIRO/2017- Apresentação do projeto de intervenção ao grupo docente. MARÇO/2017- Escolha nas turmas dos alunos representantes e acolhimento dos mesmos para interação das ações e distribuição dos questionários. ABRIL/2017- Reunião de avaliação e acompanhamento dos alunos infrequentes, com todos os responsáveis e demais conselhos da escola. MAIO/JUNHO/2017- Atividades extraclasse que foram listadas anteriormente ( Oficinas). JUNHO/2017- Palestras com pessoas do Conselho Tutelar JULHO- Visitação aos faltosos AGOSTO: Acolhimento de todos os alunos na volta às aulas com um café literário. Reunião de avaliação. SETEMBRO/2017- Lançar uma gincana onde cada aluno que trouxer outro ganha um número para sorteio de uma cesta básica. OUTUBRO/2017- Festa na Semana do aluno do Ensino Supletivo com exposição no mural dos nomes dos alunos que retornaram. NOVEMBRO/2017- Premiação aos alunos que ajudaram no projeto e aos professores que se empenharam. DEZEMBRO/2017- Reunião de avaliação do projeto 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os eixos norteadores das ações que serão desenvolvidas no âmbito educacional terão como alvos a família dos educandos, os próprios educandos, os profissionais envolvidos nesse processo. Por isso, num primeiro momento se fez necessário conhecer o projeto político-pedagógico da escola, as principais demandas apontadas pelas unidades escolares e pelas famílias, e cruzar essas informações com os dados revelados pelos indicadores sociais correlacionando-os a realidade local. Assim, a intervenção profissional estará pautada na necessidade de trabalhar as famílias e os educandos infrequentes, a partir do conhecimento e reconhecimento das realidades e dinâmicas de vida desses, e as relações no espaço institucional (a escola). O processo de construção e 25 consolidação desse projeto foi postulado numa metodologia de intervenção socioeducativa voltada para a potencialização da participação cidadã. Considerando as necessidades e problemas apresentados pelos diferentes atores, em constante interação no espaço escola, a proposta de intervenção consistiu inicialmente na captação de interesses e desejos como de forma de desenvolver as habilidades desses sujeitos e fazê- los sentirem-se parte da escola...para isso as informações colhidas através dos questionários dos alunos serão nossa base para obtermos o êxito. 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação: lei 9.394/96. Rio de Janeiro Esplanada, 1998. DIGIÁCOMO, Murillo José (2005). Evasão escolar: não basta comunicar e as mãos lavar. Disponível em: www.mp.mg.gov.br. Acesso em: 15 jan. 2017.FREIRE, Paulo, Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa/Paulo Freire. – São Paulo: Paz e \terra, 1996(Coleção Leitura) LINS, E.C. Ensino Médio no Brasil: aspectos históricos, legais e questões do período Noturno (19712006) . Dissertação (Mestrado em Educação) – UNISAL , SP- 2007Orientadora: Prof Dr Mara Regina Martins Jacomeli. MAFRA, L. de A. O Ensino Médio Noturno e a Sociedade Brasileira: Expansão e Organização Pedagógica. In:Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Vol.75, Nº179/180/181 ,1994.
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