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Semiologia Osteomuscular Vitória Araujo T7 Ossos -Anatomia: Anamnese -Identificação: ® Principalmente idade, sexo, raça, profissão e procedência; -Exame físico geral: ® Encurtamentos, assimetrias, dor, fragilidade muscular, limitação dos movimentos, etc. Sinais e sintomas -Dor: ® Localização (epífie? Metáfise? Diáfise?), duração, intensidade, caráter, fatores agravantes ou atenuantes (ex: melhora – alterações degenerativas – ou piora – fraturas – com o movimento?) -Deformidades ósseas: ® “Caroços”, malformações congênitas ou adquiridas. Pode ser única ou comprometer vários ossos. ® Causas: infecção, trauma (com má consolidação), alterações degenerativas; -Sintomas gerais: ® Febre, anorexia (na osteomielite)... Exame físico -Inspeção: ® Deformidades, aumento de volume, sinais flogísticos, fístulas, etc. -Palpação: ® Se aumento de volume: localização, consistência, relação com tecidos moles, formato, tamanho, dor. -Mobilidade *Incluindo articulações e músculos; -Posições: paciente em pé, sentado e deitado; -Exame comparativo com o membro homólogo; -Avaliar marcha; *Exames complementares; Músculos -Anatomia Anamnese -HDA; -Identificação; -História familiar; -Antecedentes pessoais (incluindo gestação, parto e desenvolvimento neuropsicomotor); Sinais e sintomas -Fraqueza muscular: ® Diferenciar de astenia, histeria ou simulação; -Dificuldade da realização de atividades diárias: ® Subir e descer escada, levantar-se, bater palma com as mãos acima da cabeça, abrir e fechar as mãos, os olhos... -Dor: ® Miopatias geralmente são indolores. ® Se dores musculares generalizadas: doenças inflamatórias, doenças infecciosas sistêmicas, neuropatias, ou manifestação de quadro emocional (depressão, ansiedade, fibromialgia...); -Cãimbras: ® Contraturas espontâneas ou provocadas por isquemia, durando e segundos a minutos, com dor; -Espasmos musculares: ® Generalizados são mais comuns no tétano; -Atrofia muscular; -Alteração da marcha; Exame físico -Importante sistematização; -Inspeção: ® Em pé, sentado, deitado e em ação, observando-se aspectos de determinadas regiões como mãos, pés, colunas e cinturas escapular e pélvica; × Inspeção estática: verificar atrofias -> localização, extensão, distribuição e intensidade. Observar em repouso fasciculacoes ou mioquimia (breves movimentos repetitivos sobre a pele), geralmente são benignos, mas se associados a atrofia, pode ser perda de inervação. Miotonia -> contração muscular sustentada e sem dor (ex: fechar os olhos, fechar a mão) × Inspecao dinâmica: avaliação durante a marcha ou executando algumas tarefas padronizadas (sentar e levantar, agachar e levantar em uma só perna, andar na ponta dos pés ou calcanhares, elevar os braços); -Palpação: ® Avaliação de flacidez, hipertrofias, avaliação do tônus (movimentação passiva dos músculos), sensibilidade; -Percussão: ® Pode causar mioedema (normal ou miopatias metabólicas) ou miotomias; -Mensuração: ® Comparação de partes simétricas de grupos musculares para pesquisar atrofias assimétricas ou acompanhar evolução de atrofia; -Reflexos miotáticos: ® Aumentados (comprometimento piramidal) resuzido ou ausente (neuropatias periféricas); -Avaliação da força muscular: ® Importante na suspeita da doença neuromuscular; ® Quantificação do déficit motor: utiliza-se a tabela desenvolvida pelo Britsh Medical Research Council; Articulações -Tipos: Anamnese -Identificação: ® Idade: osteomielite e febre reumática em crianças; lúpus e gota em adultos; ® Sexo: lúpus acomete mais mulheres, gota acomete mais homens; -Procedência; -Profissão: ® Trabalhadores que carregam peso (lombociatalgia), atletas (joelhos e lesões musculares); Sinais e sintomas -Dor: ® Localização, irradiação, intensidade, aguda ou crônica, se piora com certos movimentos ou em repouso, se é acompanhada de outros sintomas (como parestesias, atrofia, perda de força, sinais flogísticos); -Rigidez pós-repouso ou rigidez matinal: ® Provocada por acúmulo nas articulações de substâncias produzidas pelos processos inflamatórios. A duração depende da intensidade daa doença (ex: artrite reumatoide e artrose); -Creptação articular: ® Acontece no comprometimento da cartilagem articular (ex: artrose); -Manifestações sistêmicas: ® Febre, astenia, anorexia e perda de peso (ex: lúpus, artrite reumatoide, neoplasia); *Doenças articulares degenerativas e metabólicas raramente tem manifestações sistêmicas, sendo mais localizadas nas articulações acometidas (ex: artrose e gota); Exame físico -Paciente em pé, sentado ou deitado, com a área ser estudada descoberta e relaxada: -Inspeção: ® Comparação com articulações homólogas, procurar por aumento de volume, rubor, artrofia, desalinhamento articular, deformidades, fístulas e nódulos, avaliação da pele, unhas, púrpuras, equimoses, telangectasias, descamações da pele; -Análise da postura (posição ortostática): ® Ex: geni varum e geno valgum, cifose, escoliose, avaliar marcha; -Palpação: ® Sensibilidade, tumoracoes (nódulos, ossificações, neoplasias), temperatura local, crepitação (desgaste da cartilagem), nódulos justa- articulares; -Exame das articulações: *Atentar para: ® Formato e volume: observar mudanças de formato, medir com fita métrica, comparar art. Homólogas. O que pode aumentar de volume? ® Posição das estruturas que compõem a articulação; ® Massas musculares; ® Sinais inflamatórios: edema, calor, rubor e impotência funcional -> indicam artrite; ® Estruturas circunjacentes: fístulas, irregularidades, neoplasias; ® Crepitação: na cartilagem (degeneração) e no osso (fratura); ® Movimentação; avaliar a presença de dor e o grau de impotência funcional; ® Manobra suave; ® Movimentação ativa e passiva; ® Medico atento as reações do paciente; ® Se possível medir a amplitude em graus a partir de uma posição neutra (ponto zero); ® Se não for possível medir em graus: limitação total ou parcial (mínima, moderada ou intensa); Roteiro -Preparo: ® O paciente é posicionado em decúbito dorsal, ficando o examinador do seu lado direito, ou de pé. A sala deve estar aquecida e em silêncio. Mantenha a privacidade do paciente. Higienizar as mãos. ** Atentar-se para aspectos da pele, sistema vascular periférico, linfático e musculoesquelético. -Semiotécnica: inspeção, palpação ® Exame dos MMSS: × Inspeção: coloração (palidez, cianose, fenômeno de Raynaud), edema, espessamento das unhas, aspecto da pele brilhante, seca, contratura muscular intensa (isquemia aguda); rede venosa e linfática, lesões. × Palpação: temperatura da pele (pele fria pode indicar obstrução arterial), pulsos (radial e braquial bilateralmente), edema, perfusão tecidual, tônus e força muscular. × Manobra de Allen: realizada em quatro tempos. 1 tempo – paciente sentado com os membros superiores estendidos e palmas voltadas para cima; 2 tempo – palpar a artéria radial com o polegar e solicitar ao paciente que feche as mãos com força; 3 tempo – mantendo a artéria radial pressionada, mão fechada, pressionar agora a artéria ulnar; 4 tempo – solicitar ao paciente que abra a mão e observar a coloração da palma que deverá estar pálida. Soltar a artéria radial e observar o preenchimento capilar da palma da mão. O mesmo deve ser realizado para avaliação da artéria ulnar. O enchimento capilar é rápido, nestes casos. Se houver obstrução de uma das artérias, o enchimento acontece de forma mais lenta e não-uniforme, formando placas. × Palpação dos linfonodos: axilares, retropeitorais, epitrocleanos. ® Exame dos MMII: × Inspeção: coloração, edema, espessamento das unhas, aspecto da pele – brilhante, seca, contratura muscular intensa, visualização do trajeto dos vasos linfáticos. × Palpação: temperatura da pele, pulsos (poplíteo, tibial posterior e pedioso), edema, perfusão tecidual, tônus e força muscular. × Sistema vascular: pesquisar estado da parede venosa (consistência elásticanormal ou espessada e endurecida – anormal), dor localizada, presença de edema na região perimaleolar e terça proximal das pernas ou edema unilateral, celulite, hiperpigmentação da pele (manchas acastanhadas no terço proximal do membro afetado) palidez e cianose, úlceras vasculogênicas, varizes. × Palpação das panturrilhas. Em pacientes em risco de TVP/acamados avaliar: 1. Sinal de Homans: dorsiflexão do pé sobre a perna afetada. Se o paciente relatar dor, o sinal é positivo. 2. Sinal de Bandeira: com as mãos espalmadas sob a panturrilha do paciente, tenta-se movimentar as panturrilhas. Em casos de TVP, haverá menor mobilidade da musculatura afetada (panturrilhas empastadas). 3. Sinal de Bancroft: pressionar a musculatura da panturrilha contra a estrutura óssea. Se o paciente relatar dor, o sinal é positivo. × Palpação dos linfonodos: poplíteos × Manobras especiais 1. Manobra da marcha: o paciente caminha e o examinador solicita que avise o momento em que começar a sentir dor. O tempo deve ser registrado. Quanto menor é o tempo entre o início da caminhada e o surgimento da dor, maior é o comprometimento arterial. 2. Manobra da isquemia provocada: realizada em três tempos. 1 tempo – observar a coloração das regiões plantares estando o paciente em decúbito dorsal; 2 tempo – elevar os membros inferiores num ângulo de 90 e manter por 1 minuto, observa-se a coloração das regiões plantares. Em condições normais, não deve haver alteração ou será discreta quando houver. Quando há obstrução arterial, ocorre palidez da região plantar do membro acometido; 3 tempo – voltar os membros para posição inicial e observar o tempo necessário para o retorno da coloração normal. Em pessoas sem obstrução, o tempo é de 5 a 12 segundos. Naquelas com obstrução, a região plantar pode se apresentar pálida ou um tom vermelho-arroxeado, fenômeno chamado de hiperemia reativa. ® Sistema motor – força e tônus × Força Muscular: Avaliação é feita através da pesquisa dos grupos musculares realizados de forma ativa. A redução da força muscular deve ser analisada quanto sua distribuição e intensidade. Gradação da força muscular: Pode-se usar a descrição literal da força ou em graus. Paresia (fraqueza muscular); paralisia (ausência de força muscular) × Tônus: Paciente deitado, em relaxamento muscular: inspeção (verificar se há ou não achatamento das massas musculares – mais evidente nas coxas, valor significativo em acentuada diminuição do tônus); palpação das massas musculares (grau de consistência muscular); × Movimentos passivos: passividade diminuída = tônus aumentado/ passividade aumentada = tônus diminuído; observar extensibilidade da fibra muscular. Hipertonia, a consistência muscular está aumentada, a passividade diminuída e a extensibilidade diminuída, estando presente nas lesões das vias motoras piramidais e extrapiramidais. Rigidez e espasticidade. Hipotonia, observam-se achatamento das massas musculares, consistência muscular diminuída, com passividade e extensibilidade aumentadas, flacidez. É encontrada nas neuropatias periféricas, nas mielopatias transversas (fase inicial), nas lesões cerebelares, na coreia e outras alterações. ® Avaliação das articulações e da coluna vertebral × Realizar no sentido céfalo-caudal, em cada segmento corporal deve ser avaliado a amplitude dos movimentos (ADM) e as articulações. 1- Coluna cervical; 2- Ombro; 3- Cotovelo; 4- Punhos e mãos; 5- coluna vertebral e lombar, 6- quadril e pelve; 7- joelho e 8- tornozelo e pés
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