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Farmacologia do SNA

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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 
 
 
 
BASES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS: 
- O sistema nervoso autônomo é composto de 3 
divisões anatômicas principais: 
1. a simpática 
2. a parassimpática  está conectado ao 
SNC por meio da emergência em nervos 
cranianos (III, VII, IX, X) e pela 
emergência sacral 
3. o sistema nervoso entérico 
- Os sistemas simpático e parassimpático 
estabelecem um vínculo entre o sistema nervoso 
central e os órgãos periféricos 
- O sistema nervoso entérico compreende os 
plexos nervosos intrínsecos do trato 
gastrointestinal, que estão intimamente 
interconectados com os sistemas simpático e 
parassimpático 
- O SNA simpático: (luta e fuga) 
• Adrenérgico 
• Catabólico 
• Sistema de desgaste 
 
- O SNA parassimpático: (repouso, digestão) 
• Colinérgico 
• Anabólico 
• Sistema de conservação 
 
 
 
 
- O SNA: 
• Inerva a maioria dos tecidos 
• Mantém o equilíbrio interno do corpo 
• Estimula a musculatura lisa, cardíaca e 
glândulas 
 
- O SNA conduz todas as informações 
provenientes do SNC para o restante do 
organismo, exceto para a inervação motora dos 
músculos esqueléticos 
- O sistema nervoso entérico dispõe de recursos 
integrativos suficientes que possibilitam o seu 
funcionamento de modo independente do SNC; 
porém, os sistemas simpático e parassimpático 
são agentes do sistema nervoso central e não 
são capazes de funcionar sem ele 
 
 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 
 
- Os principais processos que o SNA regula, em 
maior ou menor extensão, são: 
• A contração e o relaxamento da 
musculatura lisa de vasos e vísceras 
• Todas as secreções exócrinas e algumas 
endócrinas 
• Os batimentos cardíacos 
• O metabolismo energético, 
particularmente no fígado e nos músculos 
esqueléticos 
- Certo grau de controle autonômico também 
afeta muitos outros sistemas, que incluem os rins, 
o sistema imunológico e o sistema 
somatossensorial 
- A via eferente autônoma consiste em 2 
neurônios dispostos em série, enquanto, no 
sistema motor somático, um único neurônio motor 
conecta o sistema nervoso central à fibra 
muscular esquelética 
- Os dois neurônios da via autônoma são 
conhecidos, respectivamente, como pré-
ganglionar (corpo celular dentro do SNC) e 
pós-ganglionar (corpo celular dentro do 
gânglio) 
 
- No sistema nervoso simpático, as sinapses 
estão localizadas em gânglios autônomos, que se 
localizam fora do sistema nervoso central e 
contêm as terminações nervosas das fibras pré-
ganglionares e os corpos celulares dos neurônios 
pós-ganglionares 
- Nas vias parassimpáticas, as células pós-
ganglionares são encontradas principalmente nos 
órgãos-alvo, e gânglios parassimpáticos isolados 
(p. ex., gânglio ciliar) são encontrados apenas na 
cabeça e no pescoço 
- Os corpos celulares dos neurônios 
simpáticos pré-ganglionares localizam-se no 
corno lateral da substância cinzenta dos 
segmentos torácicos e lombares da medula 
espinhal, e as fibras deixam a medula espinhal 
em nervos espinhais como emergência 
simpático- toracolombar 
- As fibras pré-ganglionares fazem sinapse nas 
cadeias paravertebrais de gânglios simpáticos, 
localizadas em ambos os lados da coluna 
vertebral. Esses gânglios contêm os corpos 
celulares dos neurônios simpáticos pós-
ganglionares, cujos axônios se reúnem no nervo 
espinhal 
- Muitas das fibras simpáticas pós-ganglionares 
alcançam seus destinos periféricos por meio de 
ramos dos nervos espinhais. Outras, cujos 
destinos são as vísceras abdominais e pélvicas, 
têm seus corpos celulares em um grupo de 
gânglios pré-vertebrais desprovidos de par e 
localizados na cavidade abdominal 
- A única exceção a essa estrutura formada por 
dois neurônios é a inervação da medular da 
glândula suprarrenal. As células secretoras de 
catecolaminas da medula suprarrenal são, na 
realidade, neurônios simpáticos pós-ganglionares 
modificados, e os nervos que inervam a glândula 
são equivalentes às fibras pré-ganglionares 
- Os nervos parassimpáticos emergem de duas 
regiões diferentes do sistema nervoso central 
• A emergência craniana consiste em fibras 
pré-ganglionares de certos nervos 
cranianos, ou seja, do nervo oculomotor 
(que transporta fibras parassimpáticas 
destinadas aos olhos), dos nervos facial e 
glossofaríngeo (que transportam fibras 
para as glândulas salivares e para a 
nasofaringe) e do nervo vago (que 
transporta fibras para as vísceras 
torácicas e abdominais) 
- Os gânglios parassimpáticos geralmente estão 
próximos do órgão-alvo ou em seu interior 
- Os neurônios pós-ganglionares são muito curtos 
quando comparados aos do sistema simpático 
• As fibras parassimpáticas cujos 
destinos são as vísceras abdominais e 
pélvicas saem da medula espinhal como 
emergência sacral. Trata-se de um feixe 
de nervos conhecido como nervos 
eretores (porque sua estimulação provoca 
ereção genital). Essas fibras fazem 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 
 
sinapse em um grupo de gânglios pélvicos 
dispersos, de onde as fibras pós-
ganglionares curtas saem e rumam para 
tecidos-alvo como a bexiga, o reto e os 
órgãos genitais 
- Os gânglios pélvicos transportam tanto fibras 
simpáticas quanto parassimpáticas, e as duas 
divisões não são anatomicamente distintas nessa 
região 
- O sistema nervoso entérico consiste em 
neurônios cujos corpos celulares estão 
localizados nos plexos intramurais da parede do 
intestino. Estima-se que haja mais células nesse 
sistema que na medula espinhal, e, em termos 
funcionais, tais células não se encaixam de forma 
simples na classificação simpático/parassimpático 
- Os nervos provenientes dos sistemas simpático 
e parassimpático terminam em neurônios 
entéricos e também seguem diretamente para 
músculos lisos, glândulas e vasos sanguíneos 
- Alguns neurônios entéricos atuam como 
mecanorreceptores ou quimiorreceptores, 
constituindo vias reflexas locais capazes de 
controlar a função gastrointestinal sem estímulos 
externos 
- O sistema nervoso entérico é 
farmacologicamente mais complexo que os 
sistemas simpático e parassimpático, e envolve 
muitos neuropeptídeos e outros transmissores 
(como 5-hidroxitriptamina, óxido nítrico e ATP;) 
- Em alguns locais, como no músculo liso visceral 
do intestino e da bexiga, e no coração, os 
sistemas simpático e parassimpático produzem 
efeitos opostos 
- Há locais em que apenas uma divisão do 
sistema autônomo opera: 
• As glândulas sudoríparas e a maioria dos 
vasos sanguíneos têm apenas inervação 
simpática 
• O músculo ciliar do olho tem apenas 
inervação parassimpática 
• A musculatura lisa dos brônquios tem 
apenas inervação parassimpática 
(constritora) (embora seu tônus seja 
altamente sensível à epinefrina circulante 
– que provavelmente age inibindo a 
inervação constritora, e não diretamente 
sobre o músculo liso) 
• As artérias de resistência têm inervação 
simpática vasoconstritora, mas não 
apresentam inervação parassimpática; em 
vez disso, o tônus constritor é 
contrabalançado por uma liberação basal 
de óxido nítrico proveniente das células 
endoteliais 
- Assim, é um erro considerar os sistemas 
simpático e parassimpático simplesmente como 
oponentes fisiológicos. Cada um cumpre sua 
própria função fisiológica e pode estar mais ou 
menos ativo em determinado órgão ou tecido de 
acordo com a necessidade do momento 
- No dia a dia, o sistema nervoso autônomo age 
de modo contínuo, controlando funções locais 
específicas como, por exemplo, o ajuste do 
organismo às mudanças de postura, ao exercício 
ou à temperatura ambiente 
- O conceito popular sobre a existência de um 
continuum entre o estado extremo de “repouso e 
digestão” (parassimpático ativo e simpático 
inativo) e o estado extremo de luta ou fuga de 
uma situação de emergência (simpático ativo e 
parassimpático inativo) é uma supersimplificação, 
embora sejauma maneira geralmente confiável 
para memorizar 
TRANSMISSORES NO SISTEMA 
NERVOSO AUTÔNOMO: 
- Os 2 principais neurotransmissores que operam 
no sistema autônomo são a acetilcolina e a 
norepinefrina, cujos locais de ação e o tipo de 
receptor pós-sináptico com o qual os 
transmissores interagem em diferentes locais são 
mostrados na imagem: 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 
 
- Os neurônios pré-ganglionares são colinérgicos, 
e a transmissão nos gânglios ocorre através dos 
receptores nicotínicos da ACh (embora os 
receptores muscarínicos da ACh também estejam 
presentes em células pós-ganglionares) 
- Os neurônios parassimpáticos pós-ganglionares 
são colinérgicos, atuando nos receptores 
muscarínicos de órgãos-alvo 
- Os neurônios simpáticos pós-ganglionares são, 
fundamentalmente, noradrenérgicos, embora 
alguns sejam colinérgicos (p. ex., glândulas 
sudoríparas) 
- Outros transmissores, além da norepinefrina e 
acetilcolina (transmissores NANC), também são 
abundantes no sistema nervoso autônomo. Os 
principais são o óxido nítrico e o peptídeo 
vasoativo intestinal (parassimpático), o ATP e o 
neuropeptídeo Y (simpático). Há também a 
participação de outros mediadores, tais como 5- 
hidroxitriptamina, GABA e dopamina 
- Regras gerais: 
• Todas as fibras nervosas autonômicas 
que deixam o sistema nervoso central 
liberam acetilcolina, que age nos 
receptores nicotínicos (embora, nos 
gânglios autônomos, uma pequena parte 
da estimulação seja resultante da ativação 
de receptores muscarínicos) 
• Todas as fibras parassimpáticas pós-
ganglionares liberam acetilcolina, que age 
nos receptores muscarínicos 
• Todas as fibras simpáticas pós-
ganglionares (com uma exceção 
importante) liberam norepinefrina, que 
pode agir sobre receptores α ou β-
adrenérgicos. A única exceção consiste 
na inervação simpática das glândulas 
sudoríparas, em que a transmissão resulta 
da ação da acetilcolina sobre receptores 
muscarínicos 
ALGUNS PRINCÍPIOS GERAIS DA 
TRANSMISSÃO QUÍMICA: 
PRINCÍPIO DE DALE: 
- Afirma que “Um neurônio maduro libera o 
mesmo transmissor (ou transmissores) em todas 
as suas sinapses” 
- Dale considerava improvável que um único 
neurônio pudesse armazenar e liberar diferentes 
transmissores em terminações nervosas 
diferentes 
- Sabe-se agora que há situações nas quais 
diferentes transmissores são liberados de 
diferentes terminações do mesmo neurônio. Além 
disso, a maioria dos neurônios libera mais de um 
transmissor e pode mudar seu repertório de 
transmissores como, por exemplo, durante o 
desenvolvimento ou em resposta a uma lesão 
- O princípio de Dale foi elaborado muito antes da 
descoberta dessas complexidades, e é provável 
que agora ele já tenha perdido sua utilidade, 
embora os puristas pareçam curiosamente 
relutantes em abandoná-lo 
SUPERSENSIBILIDADE POR 
DESNERVAÇÃO: 
- Sabe-se que quando um nervo é seccionado e 
suas terminações degeneram, a estrutura por ele 
inervada torna-se supersensível à substância 
transmissora liberada pelas terminações 
- Dessa maneira, o músculo esquelético, que 
geralmente responde à acetilcolina injetada 
apenas quando uma dose grande é administrada 
diretamente no sangue arterial, responderá, após 
a desnervação, contraindo-se a quantidades 
muito menores 
- Outros órgãos, como as glândulas salivares e 
os vasos sanguíneos, mostram uma 
supersensibilidade semelhante à da acetilcolina e 
à da norepinefrina quando os nervos pós-
ganglionares degeneram, e há evidências de que 
vias do sistema nervoso central se comportam da 
mesma maneira 
- Vários mecanismos contribuem para a 
supersensibilidade por desnervação, e a 
extensão e o mecanismo do fenômeno variam de 
órgão para órgão: 
• Proliferação de receptores  É 
particularmente acentuada no músculo 
esquelético, no qual o número de 
receptores para a acetilcolina aumenta 20 
vezes ou mais após a desnervação; os 
receptores, geralmente localizados na 
região da placa terminal das fibras, 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 
 
espalham-se sobre toda a superfície. Em 
outros sistemas, o aumento do número de 
receptores é muito menor, ou até mesmo 
completamente ausente 
• Perda de mecanismos de remoção do 
transmissor  Nas sinapses 
noradrenérgicas, a perda da captura 
neuronal de norepinefrina contribui 
substancialmente para a 
supersensibilidade por desnervação. Nas 
sinapses colinérgicas, ocorre perda parcial 
de colinesterase 
• Aumento da responsividade pós-
juncional  As células da musculatura 
lisa tornam-se parcialmente 
despolarizadas e hiperexcitáveis após a 
desnervação (devido, em parte, à redução 
da atividade da Na + -K+ - ATPase) e 
esse fenômeno contribui para a sua 
supersensibilidade. Pode também ocorrer 
aumento da sinalização de Ca 2+, 
acarretando melhora do acoplamento 
excitação-contração 
- A supersensibilidade pode ocorrer, mas de 
modo menos acentuado, quando a transmissão é 
interrompida por outros processos que não a 
seção do nervo. O bloqueio farmacológico da 
transmissão ganglionar, por exemplo, quando 
mantido por alguns dias, causa algum grau de 
supersensibilidade nos órgãos-alvo, e o bloqueio 
a longo prazo de receptores pós-sinápticos 
também provoca a proliferação de receptores, 
tornando a célula supersensível quando o agente 
bloqueador é removido 
- Fenômenos como esses são importantes 
quando ocorrem no sistema nervoso central, em 
que a supersensibilidade pode provocar um efeito 
“rebote” quando fármacos que comprometem a 
transmissão sináptica são administrados durante 
algum tempo e, em seguida, suspensos 
MODULAÇÃO PRÉ-SINÁPTICA: 
- As terminações pré-sinápticas que sintetizam e 
liberam transmissores em resposta à atividade 
elétrica na fibra nervosa frequentemente são, 
elas próprias, sensíveis a substâncias 
transmissoras e a outras substâncias que podem 
ser produzidas localmente nos tecidos 
- Tais ações pré-sinápticas geralmente têm o 
efeito de inibir a liberação do transmissor, mas 
podem exacerbá-la 
- A liberação de norepinefrina das terminações 
nervosas simpáticas vizinhas também pode inibir 
a liberação de acetilcolina 
- As terminações nervosas noradrenérgicas e 
colinérgicas frequentemente estão localizadas 
próximas umas das outras no plexo mioentérico, 
de modo que os efeitos antagônicos dos sistemas 
simpático e parassimpático resultam não apenas 
dos efeitos opostos dos dois transmissores sobre 
as células do músculo liso, mas também da 
inibição da liberação de acetilcolina pela 
norepinefrina que age sobre as terminações 
nervosas parassimpáticas 
- Uma situação parecida de inibição pré-sináptica 
recíproca ocorre no coração, no qual a 
norepinefrina inibe a liberação de acetilcolina, 
como no plexo mioentérico, e a acetilcolina 
também inibe a liberação de norepinefrina. Esses 
são exemplos de interações heterotrópicas, 
nas quais um neurotransmissor afeta a liberação 
do outro 
- Também ocorrem interações homotrópicas, 
nas quais o transmissor, ligando-se a 
autorreceptores pré-sinápticos, afeta as 
terminações nervosas de onde está sendo 
liberado. Esse tipo de retroalimentação 
(feedback) autoinibitória atua eficientemente nas 
terminações nervosas noradrenérgicas 
 
- Tanto no sistema noradrenérgico quanto no 
colinérgico, os autorreceptores pré-sinápticos são 
farmacologicamente distintos dos receptores pós-
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 
 
sinápticos,e existem fármacos que agem 
seletivamente, como agonistas ou antagonistas, 
sobre os receptores pré ou pós-sinápticos 
 
 
 
- As terminações nervosas colinérgicas e 
noradrenérgicas respondem não apenas à 
acetilcolina e à norepinefrina, mas também a 
outras substâncias que são liberadas como 
cotransmissores, como o ATP e o neuropeptídeo 
Y (NPY), ou derivadas de outras fontes, que 
incluem óxido nítrico, prostaglandinas, adenosina, 
dopamina,5-hidroxitriptamina, GABA, peptídeos 
opioides, endocanabinoides e muitas outras 
substâncias 
- Os receptores pré-sinápticos regulam a 
liberação dos transmissores, principalmente 
influindo na entrada de Ca 2+ na terminação 
nervosa, mas também por outros mecanismos 
- A maioria dos receptores pré-sinápticos é do 
tipo acoplado à proteína G, que controla a função 
dos canais de cálcio e de potássio por meio de 
segundos mensageiros que regulam o estado de 
fosforilação das proteínas dos canais, ou por 
meio de uma interação direta das proteínas G 
com os canais 
- A liberação de transmissores é inibida quando a 
abertura dos canais de cálcio é inibida, ou 
quando a abertura dos canais de potássio é 
aumentada; em muitos casos, ambos os 
mecanismos operam simultaneamente 
- Também ocorre regulação pré-sináptica por 
intermédio de receptores ligados diretamente aos 
canais iônicos (receptores ionotrópicos) e não de 
receptores ligados às proteínas G 
- Os receptores nicotínicos para a acetilcolina 
(nAChRs) são particularmente importantes nesse 
aspecto. Eles podem facilitar ou inibir a liberação 
de outros transmissores, como o glutamato, e a 
maioria dos receptores nicotínicos para a ACh 
expressos no sistema nervoso central tem 
localização pré-sináptica 
- Outro exemplo é o receptor GABAA, cuja ação 
consiste em inibir a liberação de transmissores 
- Outros receptores ionotrópicos, como aqueles 
ativados pelo ATP e pela 5-hidroxitriptamina 
podem ter efeitos semelhantes sobre a liberação 
de transmissores 
MODULAÇÃO PÓS-SINÁPTICA: 
- Os mediadores químicos agem com frequência 
sobre estruturas pós-sinápticas, que incluem 
neurônios, células da musculatura lisa, células do 
músculo cardíaco etc., de tal modo que há 
alteração na excitabilidade ou no padrão de 
descarga espontânea dessas estruturas 
- Em muitos casos, como na modulação pré-
sináptica, isso é causado por alterações no 
funcionamento dos canais de cálcio e/ou potássio 
que são mediadas por um segundo mensageiro 
- Alguns exemplos são os seguintes: 
• O efeito excitatório lento produzido por 
diversos mediadores, que incluem 
acetilcolina e peptídeos como a 
substância P, resulta principalmente de 
uma diminuição da permeabilidade ao K+ 
Inversamente, o efeito inibitório de vários 
opioides no intestino decorre 
principalmente de aumento da 
permeabilidade ao K+ 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 
 
• O neuropeptídeo Y (NPY), que é liberado 
como cotransmissor juntamente com a 
norepinefrina em muitas terminações 
nervosas simpáticas, aumenta o efeito 
vasoconstritor da norepinefrina e, assim, 
facilita a transmissão 
- Os efeitos pré e pós-sinápticos abordados são 
frequentemente descritos como 
neuromodulação, porque o mediador age 
aumentando ou diminuindo a eficácia da 
transmissão sináptica sem participar diretamente 
como transmissor 
- Muitos neuropeptídeos, por exemplo, afetam os 
canais iônicos de membrana, de modo a 
aumentar ou diminuir a excitabilidade e, assim, 
controlam o padrão de descarga da célula 
- Embora seja imprecisamente definida, a 
neuromodulação envolve processos mais lentos 
(que demoram de segundos a dias) que a 
neurotransmissão (que ocorre em 
milissegundos), e opera por meio de cascatas de 
mensageiros intracelulares e não diretamente 
sobre canais iônicos controlados por ligantes 
OUTROS TRANSMISSORES (ALÉM DA 
ACETILCOLINA E DA NOREPINEFRINA): 
- Os compostos agora conhecidos que atuam 
como transmissores NANC (não adrenérgica não 
colinérgica) incluem ATP, peptídeo intestinal 
vasoativo (VIP), NPY e óxido nítrico, que agem 
nas terminações nervosas pós-ganglionares, bem 
como a substância P, a 5- hidroxitriptamina, o 
GABA e a dopamina, que desempenham certas 
funções na transmissão ganglionar 
 
COTRANSMISSÃO: 
- Os neurônios liberam mais de um transmissor 
ou modulador, cada qual interagindo com 
receptores específicos e produzindo efeitos tanto 
pré quanto pós-sinápticos 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 
 
 
 
- Vantagens funcionais da cotransmissão quando 
comparada com a transmissão realizada por 
apenas um transmissor que age sobre vários 
receptores diferentes: 
1. Um constituinte do coquetel (p. ex., um 
peptídeo) pode ser removido ou inativado 
mais lentamente que outro (p. ex., uma 
monoamina) e, como consequência, pode 
atingir alvos mais distantes do local de 
liberação e produzir efeitos mais 
duradouros. Esse parece ser o caso, por 
exemplo, da acetilcolina e do hormônio 
liberador degonadotrofinas em gânglios 
simpáticos 
2. O equilíbrio entre os transmissores 
liberados pode variar sob diferentes 
condições. Em terminações nervosas 
simpáticas, por exemplo, em que a 
norepinefrina e o NPY são armazenados 
em vesículas separadas, o NPY é liberado 
preferencialmente em frequências de 
estimulação altas, de modo que a 
liberação distinta de um ou outro mediador 
pode resultar de uma variação no padrão 
de descarga. Também são possíveis 
efeitos diferenciais dos moduladores pré-
sinápticos; por exemplo, a ativação de 
receptores β-adrenérgicos inibe a 
liberação de ATP, ao mesmo tempo que 
aumenta a liberação de norepinefrina das 
terminações nervosas simpáticas 
TÉRMINO DA AÇÃO DOS 
TRANSMISSORES: 
- Além da variedade peptidérgica, as sinapses de 
transmissão química invariavelmente incorporam 
um mecanismo para o rápido processamento do 
transmissor liberado, de modo que sua ação seja 
breve e localizada 
- Nas sinapses colinérgicas, a acetilcolina 
liberada é rapidamente inativada na fenda 
sináptica pela acetilcolinesterase 
- Na maioria dos demais casos, a ação do 
transmissor é finalizada pela sua captura ativa 
realizada pelo neurônio pré-sináptico ou por 
células de suporte, como a glia. Tal captura 
depende de proteínas transportadoras, sendo 
cada uma específica para determinado 
transmissor 
- A principal classe (cotransportadores Na + -Cl − 
), em que tanto sua estrutura molecular quanto 
sua função são bem conhecidas, consiste em 
uma família de proteínas de membrana, cada 
uma com 12 hélices transmembrana 
- Diferentes membros da família apresentam 
seletividade para um dos principais transmissores 
monoaminados (p. ex., o transportador de 
norepinefrina [noradrenalina], NET; o 
transportador de serotonina, SERT, que 
transporta 5-hidroxitriptamina; e o transportador 
de dopamina, DAT). Esses transportadores são 
importantes alvos para fármacos psicoativos, 
especialmente os antidepressivos, fármacos 
ansiolíticos e estimulantes. Os transportadores de 
glicina e GABA pertencem à mesma família 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 
 
- Os transportadores vesiculares, que preenchem 
vesículas sinápticas com moléculas de 
transmissor, estão intimamente relacionados com 
os transportadores de membrana. Estes últimos, 
em geral, agem como cotransportadores de Na + 
, Cl − e moléculas de transmissores, e é o 
movimento do Na + para dentro da célula, a favor 
de seu gradiente, que fornece a energia 
necessária para o movimento do transmissor 
para dentro da célula, contra o gradiente 
- O transporte simultâneo de íons e transmissores 
indica que o processo produz uma corrente 
resultante através da membrana, que pode ser 
medida diretamente e utilizada para monitorar o 
processo de transporte 
- Pelo fato de o gradiente eletroquímico do sódio 
determinar o transporte das moléculas do 
transmissor para dentro da célula, uma redução 
desse gradiente pode diminuir ou até mesmo 
inverter o fluxo do transmissor 
ETAPAS BÁSICAS DE TRANSMISSÃO 
NEUROQUÍMICA: LOCAIS DE AÇÃO DOS 
FÁRMACOS 
 
- A imagem traz um resumo dos principais 
processos que ocorrem em uma sinapse com 
transmissão química clássica, e fornece uma 
base útil para a compreensão das ações de 
muitas classes diferentes de fármacos que atuam 
facilitando ou bloqueando a transmissão 
neuroquímica.- Todas as etapas mostradas na imagem (com 
exceção da difusão dos transmissores, a etapa 8) 
podem ser influenciadas por fármacos. Por 
exemplo, as enzimas envolvidas na síntese ou na 
inativação de um transmissor podem ser inibidas, 
assim como os sistemas de transporte 
responsáveis pela captação neuronal e vesicular 
do transmissor ou de seu precursor 
- As ações da maioria dos fármacos que agem 
sobre os sistemas nervosos periférico e central 
encaixam-se nesse esquema geral 
SINAPSE COLINÉRGICA: 
- A síntese da acetilcolina (ACh) requer: 
• Colina, que penetra no neurônio com o 
auxílio de transportadores 
• Acetilação da colina, que utiliza a acetil-
coenzima Acomo fonte de grupos acetil e 
envolve a colina acetil�transferase, uma 
enzima citosólica encontrada apenas em 
neurônios colinérgicos 
 - A ACh é armazenada em concentrações 
elevadas no interior de vesículas sinápticas, e 
sua entrada nessas vesículas é feita por 
intermédio de transportadores 
- A liberação de ACh ocorre por exocitose 
mediada por Ca 2+ . Na junção neuromuscular, 
um impulso nervoso pré-sináptico libera de 100 a 
500 vesículas. 
 - Na junção neuromuscular, a ACh age sobre 
receptores nicotínicos promovendo abertura de 
canais de cátions. A abertura desses canais 
produz uma rápida despolarização (potencial de 
placa terminal), que normalmente dá início a um 
potencial de ação na fibra muscular. A 
transmissão em outras sinapses colinérgicas 
“rápidas” (p. ex., ganglionares) é semelhante 
- Nas sinapses colinérgicas “rápidas”, a ACh é 
hidrolisada dentro de aproximadamente 1 ms 
pela acetilcolinesterase; por essa razão, um 
potencial de ação pré-sináptico produz apenas 
um potencial de ação pós-sináptico 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 
 
 - A transmissão mediada por receptores 
muscarínicos é muito mais lenta, e as estruturas 
sinápticas não estão tão bem definidas. Em 
muitas situações, a ACh atua como um 
modulador em vez de agir como um transmissor 
direto 
 - Principais mecanismos do bloqueio 
farmacológico: 
 Inibição da captação da colina 
 Inibição da liberação de ACh 
 Bloqueio dos receptores pós-sinápticos ou 
dos canais iônicos 
 Despolarização pós-sináptica persistente 
EFEITOS DE FÁRMACOS SOBRE A 
TRANSMISSÃO COLINÉRGICA: 
- Alguns fármacos são capazes de influenciar a 
transmissão colinérgica tanto agindo como 
agonistas ou antagonistas sobre os receptores 
pós-sinápticos da ACh quanto afetando a 
liberação ou a destruição da ACh endógena. 
AGONISTAS MUSCARÍNICOS 
 Compostos importantes compreendem a 
acetilcolina, o carbacol, a metacolina, a 
muscarina e a pilocarpina 
 Apresentam diferenças quanto à seletividade 
muscarínica/nicotínica e quanto à 
suscetibilidade à colinesterase. 
 Os principais efeitos são bradicardia e 
vasodilatação (dependente de endotélio), que 
provocam queda da pressão arterial; 
contração da musculatura lisa das vísceras 
(intestino, bexiga, brônquios etc.); secreções 
exócrinas, constrição da pupila e contração 
do músculo ciliar, que provocam diminuição 
da pressão intraocular 
 O principal uso é no tratamento do glaucoma 
(especialmente a pilocarpina) 
 A maioria dos agonistas exibe pequena 
seletividade para algum subtipo de receptor, 
mas compostos mais seletivos estão em 
desenvolvimento 
ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS 
 Os compostos mais importantes são a 
atropina, a escopolamina, o ipratrópio e a 
pirenzepina 
 Os principais efeitos são inibição de 
secreções; taquicardia, dilatação da pupila e 
paralisia de acomodação; relaxamento da 
musculatura lisa (intestino, brônquios, trato 
biliar e bexiga); inibição da secreção ácida do 
estômago (sobretudo a pirenzepina); efeitos 
sobre o sistema nervoso central 
(principalmente efeitos excitatórios com a 
atropina; sedativos, inclusive amnésia, com a 
hioscina), além de efeitos antiemético e 
antiparkinsoniano 
FÁRMACOS ESTIMULANTES 
GANGLIONARES 
 Esses compostos englobam a nicotina, o 
dimetilfenilpiperazínio (DMPP) 
 Tanto os gânglios simpáticos quanto os 
parassimpáticos são estimulados, e por isso 
os efeitos são complexos e incluem 
taquicardia e aumento da pressão arterial; 
efeitos variáveis sobre a motilidade e as 
secreções gastrointestinais; aumento das 
secreções brônquica, salivar e sudorípara. 
Há efeitos resultantes da estimulação de 
outras estruturas neuronais, que incluem as 
terminações nervosas sensitivas e 
noradrenérgicas 
 A estimulação dos gânglios pode ser 
seguida de bloqueio por despolarização 
 A nicotina também causa efeitos 
importantes sobre o sistema nervoso 
central 
 Não apresentam uso terapêutico, com 
exceção da nicotina, utilizada como auxílio 
para o abandono do tabagismo 
FÁRMACOS BLOQUEADORES 
GANGLIONARES 
 Esses compostos englobam o 
hexametônio, e a tubocurarina (e também 
a nicotina) 
 Bloqueiam todos os gânglios autônomos e 
entéricos 
 Principais efeitos: hipotensão e perda dos 
reflexos cardiovasculares, inibição de 
secreções, paralisia gastrointestinal, 
comprometimento da micção 
 São clinicamente obsoletos 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 11 
 
FÁRMACOS BLOQUEADORES 
NEUROMUSCULARES 
 Substâncias que bloqueiam a captação de 
colina; por exemplo, o hemicolínio (não 
utilizado clinicamente) 
 Substâncias que bloqueiam a liberação de 
acetilcolina: antibióticos aminoglicosídeos, 
toxina botulínica 
 Os fármacos utilizados para provocar 
paralisia durante a anestesia são 
apresentados a seguir: 
1. Agentes bloqueadores 
neuromusculares despolarizantes: 
suxametônio, de ação curta, 
utilizado durante a indução da 
anestesia e intubação traqueal 
2. Agentes bloqueadores 
neuromusculares não 
despolarizantes: tubocurarina, 
pancurônio, atracúrio, vecurônio, 
mivacurônio. Estes atuam como 
antagonistas competitivos nos 
receptores nicotínicos de 
acetilcolina e variam 
essencialmente no tempo de ação; 
são utilizados na manutenção do 
relaxamento muscular durante 
uma intervenção de várias horas 
de duração ou no caso de estados 
de inconsciência em uma unidade 
de cuidados intensivos 
 Características importantes dos fármacos 
bloqueadores não despolarizantes e 
despolarizantes: 
1. O bloqueio não despolarizante é 
revertido por fármacos 
anticolinesterásicos, ao passo que 
o bloqueio despolarizante não o é 
2. Fármacos esteroidais (“curônio”) 
(rocurônio, vecurônio) são 
revertidos pelo sugamadex. 
3. O bloqueio despolarizante produz 
fasciculações iniciais e, 
frequentemente, dores musculares 
no pós-operatório. 
4. O suxametônio é hidrolisado pela 
colinesterase plasmática e 
costuma ter uma ação muito curta, 
mas pode causar paralisia de 
longa duração em um pequeno 
grupo de indivíduos com 
deficiência congênita de 
colinesterase 
• Principais efeitos colaterais: os primeiros 
derivados de curare causaram bloqueio 
ganglionar, liberação de histamina e, 
consequentemente, hipotensão e 
broncoconstrição; os fármacos 
bloqueadores não despolarizantes mais 
modernos apresentam menos efeitos 
colaterais; o suxametônio pode causar 
bradicardia, arritmias cardíacas em 
decorrência da liberação de K+ 
(especialmente em pacientes com 
queimaduras ou lesões traumáticas), 
aumento da pressão intraocular e 
hipertermia maligna (rara) 
ANTICOLINESTERÁSICOS E OUTROS 
FÁRMACOS QUE INTENSIFICAM A 
TRANSMISSÃO COLINÉRGICA 
• Há duas formas principais de 
colinesterase: 
1. Acetilcolinesterase (AChE), que está 
sobretudo ligada a membranas, é 
relativamente específica para a 
acetilcolina e é responsável pela 
rápida hidrólise da acetilcolina nas 
sinapses colinérgicas 
2. Butirilcolinesterase (BuChE) ou 
pseudocolinesterase, que é 
relativamente não seletiva e 
encontrada no plasma e em muitos 
tecidos. Ambas as enzimas 
pertencem à família das serina 
hidrolases 
• Há três tipos principais de fármacos 
anticolinesterásicos:de ação curta 
(edrofônio); de duração média 
(neostigmina, fisostigmina); e irreversíveis 
(organofosforados, diflos e ecotiopato). 
Diferem quanto à natureza da interação 
química que estabelecem com o ponto 
ativo da colinesterase 
• Os efeitos dos fármacos 
anticolinesterásicos são resultantes 
principalmente daintensificação da 
transmissão colinérgica nas sinapses 
colinérgicas autonômicas e na junção 
neuromuscular. Os anticolinesterásicos 
que atravessam a barreira 
hematoencefálica (p. ex., fisostigmina, 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 12 
 
organofosforados) também causam 
efeitos acentuados sobre o sistema 
nervoso central. Os efeitos autonômicos 
incluem bradicardia, hipotensão, excesso 
de secreções, broncoconstrição, 
hipermotilidade gastrointestinal e redução 
da pressão intraocular. A ação 
neuromuscular causa fasciculação 
muscular e aumento da força de 
contração e pode produzir bloqueio por 
despolarização 
• O envenenamento por anticolinesterásicos 
pode resultar da exposição a inseticidas 
ou gases neurotóxicos 
 
SINAPSE ADRENÉRGICA: 
- Os neurônios noradrenérgicos na periferia são 
neurônios pós- -ganglionares simpáticos, cujos 
corpos celulares encontram-se nos gânglios 
simpáticos 
- Eles geralmente têm axônios longos que 
terminam em uma série de varicosidades 
inseridas ao longo da rede de ramos terminais. 
Essas varicosidades contêm numerosas 
vesículas sinápticas, que são os locais de síntese 
e liberação de norepinefrina e mediadores 
coliberados, tais como ATP e neuropeptídeo, que 
são armazenadas em vesículas e liberadas por 
exocitose 
- Na maioria dos tecidos periféricos, o conteúdo 
tecidual de norepinefrina acompanha 
estreitamente a densidade da inervação 
simpática. À exceção da medula da suprarrenal, 
as terminações nervosas simpáticas são 
responsáveis por todo o conteúdo de 
norepinefrina dos tecidos periféricos 
- Órgãos como coração, baço, canais deferentes 
e alguns vasos sanguíneos são particularmente 
ricos em norepinefrina (5 a 50 nmol/g de tecido) e 
foram amplamente usados em estudos da 
transmissão noradrenérgica 
RECEPTORES ADRENÉRGICOS: 
- A principal classificação farmacológica em 
subtipos α e β baseou-se originalmente na ordem 
de potência de agonistas e, posteriormente, em 
antagonistas seletivos 
• Subtipos dos receptores adrenérgicos: 
1. – Dois principais subtipos de receptor α, 
α1 e α2 , divididos cada um deles em três 
subtipos adicionais (1-/2- A,B,C) 
2. – Três subtipos de receptores β-
adrenérgicos (β1 , β2 , β3 ) 
3. – Todos pertencem à superfamília de 
receptores acoplados à proteína G 
- Segundos mensageiros: 
• – Os receptores α1 -adrenérgicos ativam 
a fosfolipase C, produzindo trisfosfato de 
inositol e diacilglicerol como segundos 
mensageiros 
• – Os receptores α2 -adrenérgicos inibem 
a adenilil ciclase, diminuindo a formação 
de AMPc 
• – Todos os tipos de receptores β 
estimulam a adenilil ciclase 
- Os principais efeitos da ativação dos receptores 
são os seguintes: 
• Receptores α1: vasoconstrição, 
relaxamento da musculatura lisa 
gastrointestinal, secreção salivar e 
glicogenólise hepática 
• Receptores α2: inibição da liberação de 
transmissores (incluindo a liberação de 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 13 
 
norepinefrina e acetilcolina pelos nervos 
autônomos), agregação 
plaquetária,contração do músculo liso 
vascular, da liberação de insulina 
• Receptores β1: aumento da frequência e 
da força de contração cardíacas, 
hipertrofia cardíaca tardia 
• Receptores β2: broncodilatação, 
vasodilatação, relaxamento da 
musculatura lisa visceral, glicogenólise 
hepática e tremores musculares 
• Receptores β3: lipólise e termogênese; 
relaxamento do músculo detrusor da 
bexiga 
TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA: 
- A síntese do transmissor envolve o seguinte: 
• AL-tirosina é convertida em di-
hidroxifenilalanina (dopa) pela tirosina 
hidroxilase (etapa limitante). Atirosina 
hidroxilase ocorre apenas em neurônios 
catecolaminérgicos 
• Adopa é convertida em dopamina pela 
dopa descarboxilase 
• Adopamina é convertida em norepinefrina 
pela dopamina β-hidroxilase (DBH), 
localizada nas vesículas sinápticas 
• Na medula da suprarrenal, a norepinefrina 
é convertida em epinefrina pela 
feniletanolamina N-metiltransferase. 
- Armazenamento do transmissor: a 
norepinefrina é armazenada em alta 
concentração nas vesículas sinápticas, 
juntamente com ATP, cromogranina e DBH, 
todos os quais são liberados por exocitose. O 
transporte de norepinefrina para o interior das 
vesículas ocorre por um transportador sensível a 
reserpina (VMAT). O conteúdo de norepinefrina 
no citosol é geralmente baixo, pela presença de 
monoamino-oxidase nas terminações nervosas 
 - A liberação do transmissor geralmente ocorre 
por exocitose mediada pelo Ca 2+ a partir de 
varicosidades presentes na rede terminal. Ocorre 
liberação não exocitótica em resposta a agentes 
simpatomiméticos de ação indireta (p. ex., 
anfetamina), que deslocam a norepinefrina das 
vesículas. A norepinefrina sai da fenda pela ação 
do transportador NET (transporte reverso) 
- A ação do transmissor é finalizada 
principalmente pela captura da norepinefrina nas 
terminações nervosas, mediada pelo 
transportador NET, o qual é bloqueado por 
fármacos antidepressivos tricíclicos e cocaína 
- A liberação de norepinefrina é regulada por 
retroalimentação autoinibitória mediada por 
receptores α2 –adrenérgicos 
- Ocorre cotransmissão em muitas terminações 
nervosas noradrenérgicas, sendo o ATP e o 
neuropeptídeo Y frequentemente coliberados 
com NE. O ATP medeia a fase inicial da 
contração da musculatura lisa em resposta à 
atividade nervosa simpática 
AGONISTAS DE RECEPTORES 
ADRENÉRGICOS: 
- A norepinefrina e a epinefrina mostram 
relativamente pouca seletividade de receptor 
- Agonistas α1 seletivos incluem fenilefrina e 
oximetazolina 
- Agonistas α2 seletivos incluem clonidina e α-
metilnorepinefrina. Esses agentes causam queda 
da pressão sanguínea, em parte por inibição da 
liberação de norepinefrina e em parte por uma 
ação central. A metildopa, desenvolvida como um 
fármaco hipotensor (hoje em dia, praticamente 
obsoleto, exceto durante a gravidez), dá origem à 
formação do falso mediador metilnorepinefrina 
- Agonistas β1 seletivos incluem a dobutamina. O 
aumento da contratilidade cardíaca pode ser útil 
clinicamente, mas todos os agonistas β1 -
adrenérgicos podem causar arritmias cardíacas 
- Agonistas β2 seletivos incluem salbut, 
terbutalina e salmeterol, usados principalmente 
na asma por sua ação broncodilatadora 
- Um agonista β3 seletivo, mirabegron, é utilizado 
no tratamento da bexiga hiperativa.Os agonistas 
β3 promovem a lipólise e apresentam um 
potencial de tratamento na obesidade 
USOS CLÍNICOS DOS AGONISTAS DE 
RECEPTORES ADRENÉRGICOS: 
- Sistema cardiovascular: 
• Parada cardíaca: epinefrina 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 14 
 
• Choque cardiogênico: dobutamina 
(agonista β1 ) 
- Anafilaxia (hipersensibilidade aguda): epinefrina 
- Sistema respiratório: 
• Asma: agonistas seletivos de receptores 
β2 (salbut, terbutalina, salmeterol, 
formoterol) 
• Descongestão nasal: gotas contendo 
xilometazolina ou efedrina para curta 
duração de uso. 
- Outras indicações: 
• Epinefrina: em associação a anestésicos 
locais para prolongar sua ação 
• Trabalho de parto prematuro (salbut) 
• Agonistas α2 (p. ex., clonidina): para 
reduzir a pressão arterial e a pressão 
intraocular; como fármaco coadjuvante 
durante a retirada de drogas em 
dependentes; para reduzir os rubores da 
menopausa; e para reduzir a frequência 
das crises de enxaqueca. Não tem 
autorização para o tratamento da 
síndrome de Tourette, caracterizada por 
tiques múltiplos e surtos de linguagem 
imprópria. 
• O agonista β3, mirabegron: tratamento de 
micções cadavez mais frequentes e 
urgentes e incontinência (sintomas da 
bexiga hiperativa) 
ANTAGONISTAS DE RECEPTORES ΑLFA-
ADRENÉRGICOS 
- Fármacos que bloqueiam receptores α1 e α2 -
adrenérgicos (p. ex., fenoxibenzamina e 
fentolamina) já foram empregados para produzir 
vasodilatação no tratamento de doenças 
vasculares periféricas, mas esse uso na 
atualidade está muito obsoleto 
- Antagonistas seletivos α1 (p. ex., prazosina, 
doxazosina, terazosina) são utilizados no 
tratamento da hipertensão e da hipertrofia 
benigna da próstata 
- Os efeitos adversos incluem hipotensão 
postural, incontinência de estresse e impotência 
- A tansulosina é α1A seletiva e age 
principalmente no trato urogenital. É utilizada no 
tratamento da hipertrofia benigna da próstata e 
pode causar hipotensão postural, menor do que 
com outros agonistas α1 
- A ioimbina é um antagonista seletivo- α2 ; não é 
usada clinicamente 
USOS CLÍNICOS DOS ANTAGONISTAS DE 
RECEPTORES ALFA-ADRENÉRGICOS 
- Hipertensão grave: antagonistas seletivos de 
receptores α1 (p. ex., doxazosina) em 
combinação com outros fármacos 
- Hipertrofia prostática benigna (p. ex., 
tansulosina, um antagonista seletivo de 
receptores α1A ) 
- Feocromocitoma: fenoxibenzamina (antagonista 
irreversível) no preparo pré-cirúrgico 
ANTAGONISTAS DE RECEPTORES BETA-
ADRENÉRGICOS: 
- Não seletivos entre receptores β1 e β2 -
adrenérgicos: propranolol, alprenolol, oxprenolol 
- Seletivos para β1 : atenolol, nebivolol 
- O alprenolol e o oxprenolol têm atividade 
agonista parcial 
- Muitos usos clínicos 
- Riscos importantes são broncoconstrição e 
bradicardia com insuficiência cardíaca 
(possivelmente menos com agonistas parciais) 
- Os efeitos colaterais incluem extremidades frias, 
insônia, depressão, fadiga 
- Alguns mostram eliminação pré-sistêmica rápida 
e, portanto, reduzida biodisponibilidade 
- Alguns fármacos (p. ex., labetalol, carvedilol) 
bloqueiam tanto receptores α como β 
USOS CLÍNICOS DOS ANTAGONISTAS DE 
RECEPTORES BETA-ADRENÉRGICOS: 
- Cardiovasculares: 
• Angina de peito 
• Infarto agudo do miocárdio e infartos 
subsequentes 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 15 
 
• Prevenção de arritmias recorrentes 
(principalmente se induzidas por ativação 
simpática) 
• Insuficiência cardíaca (em pacientes bem 
compensados) 
• Hipertensão (não são mais de primeira 
escolha) 
- Outros usos: 
• Glaucoma (p. ex., timolol em colírio) 
• Tireotoxicose, como adjuvante do 
tratamento definitivo (p. ex., pré-
operatório) 
• Ansiedade, no controle dos sintomas 
somáticos (p. ex., palpitações, tremor) 
• Profilaxia da enxaqueca 
• Tremor essencial benigno (distúrbio 
familiar)

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