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REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS As condições de saúde podem ser divididas em condições agudas (caracterizadas por eventos agudos) ou condições crônicas (que também podem ter eventos agudos em casos de agudização). OBS: O atendimento aos usuários com quadros agudos deve ser prestado por todas as portas de entrada do SUS. COMPONENTES DA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS I. Promoção, prevenção e vigilância à saúde Tem por objetivo estimular e fomentar o desenvolvimento de ações de saúde e educação permanente voltadas para a vigilância e prevenção das violências e acidentes, das lesões e mortes no trânsito e das doenças crônicas não transmissíveis. II. Atenção básica em saúde Ampliação do acesso, fortalecimento do vínculo e responsabilização e o primeiro cuidado às urgências e emergências, em ambiente adequado, até a transferência/ encaminhamento a outros pontos de atenção, quando necessário, com a implantação de acolhimento com avaliação de riscos e vulnerabilidades. III. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de Regulação Médicas das Urgências Têm como objetivo chegar precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras) que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário garantir atendimento e/ou transporte adequado para um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao SUS. IV. Salas de estabilização Deverá ser ambiente para estabilização de pacientes críticos e/ou graves, com condições de garantir a assistência 24 horas, vinculado a um equipamento de saúde, articulado e conectado aos outros níveis de atenção, para posterior encaminhamento à Rede de Atenção à Saúde pela Central de Regulação das Urgências. V. Força Nacional de Saúde do SUS Objetiva aglutinar esforços para garantir a integralidade na assistência em situações de risco ou emergenciais para populações com vulnerabilidades específicas e/ou em regiões de difícil acesso, pautando-se pela equidade na atenção, considerando-se seus riscos. VI. Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) Estabelecimento de saúde de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família e a Rede Hospitalar. Devem prestar atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por quadros agudos ou agudizados de natureza clínica e prestar primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica ou de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a investigação diagnóstica inicial, definindo, em todos os casos, a necessidade ou não, de encaminhamento a serviços hospitalares de maior complexidade. VII. Rede Hospitalar Constituído pelas Portas Hospitalares de Urgência, pelas enfermarias de retaguarda, pelos leitos de cuidados intensivos, pelos serviços de diagnóstico por imagem e de laboratório e pelas linhas de cuidados prioritárias. VIII. Atenção domiciliar Conjunto de ações integradas e articuladas de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, que ocorrem no domicílio. LINHAS DE CUIDADO PRIORITÁRIAS 1. Cardiovascular (com foco na atenção ao infarto agudo de miocárdio) 2. Cerebrovascular (com foco na atenção ao acidente vascular cerebral) 3. Trauma (com foco na atenção ao politrauma) CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NA RUE EMERGÊNCIA: condições que impliquem sofrimento intenso ou risco iminente de morte exigindo, portanto, tratamento médico imediato. Exemplos: hemorragias, parada respiratória e parada cardíaca. URGÊNCIA: é uma ocorrência imprevista com ou sem risco potencial à vida, onde o indivíduo necessita de assistência médica imediata. É quando há uma situação que não pode ser adiada, que deve ser resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo de morte. Exemplos: Luxações, torções, fraturas (dependendo da gravidade) e dengue. TRIAGEM DE RISCOS EM URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS SISTEMA MANCHESTER DE TRIAGEM Para cada categoria, foi atribuído um número, uma cor e um nome, além do tempo aceitável para a primeira avaliação médica. 1. VERMELHO: emergente, requer atendimento imediato. 2. LARANJA: muito urgente, necessário atendimento em 10 minutos. 3. AMARELO: urgente, atendimento em até 1 hora. 4. VERDE: pouco urgente, atendimento em até 2 horas. 5. NÃO URGENTE: atendimento em até 4 horas. Nosologia prevalente significa o conjunto de agravos que são mais frequentes nos atendimentos. CENTRAL DE REGULAÇÃO DAS URGÊNCIAS Central de Regulação das Urgências, a estrutura física constituída por profissionais (médicos, telefonistas auxiliares de regulação médica e rádio operadores) capacitados em regulação dos chamados telefônicos que demandam orientação e/ou atendimento de urgência, por meio de uma classificação e priorização das necessidades de assistência em urgência, além de ordenar o fluxo efetivo das referências e contrarreferências adentro de uma Rede de Atenção. ADMISSÃO, TRANSFERÊNCIA, ALTA E ÓBITO Registros e suas finalidades o Partilha de informações: aumenta a comunicação entre os profissionais (não somente entre os enfermeiros, mas entre toda a equipe multiprofissional). o Garantia de qualidade: serve como um recurso para avaliar a qualidade da assistência prestada pelos profissionais ao paciente. o Relatório permanente: registro em ordem cronológica da enfermidade de um paciente e dos cuidados oferecidos, desde o surgimento do problema até a alta/óbito/transferência. o Evidência legal: documento legal tanto para o paciente quanto para a equipe médica e de enfermagem (e outros), referente à assistência prestada. Cada pessoa que escreve no prontuário de um paciente é responsável pela informação ali anotada. o Ensino e pesquisa: os registros do paciente contêm muitas informações e podem constituir uma fonte alternativa de dados. o Auditoria: refere-se à análise das atividades realizadas pela equipe de enfermagem por meio do prontuário do paciente. Prontuário do paciente O Prontuário Único é o conjunto de documentos em saúde padronizados e ordenados, destinados ao registro dos cuidados que foram prestados aos usuários por todos os profissionais envolvidos na assistência. Tem caráter legal, sigiloso e científico, possibilita a comunicação entre os membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo. Como documento legal, os registros somente terão valor se forem datados e assinados e, evidentemente, se forem legíveis e não apresentarem rasuras. Assim, a Anotação de Enfermagem é fundamental para o desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE – Resolução Cofen n. 358/2009), pois é fonte de informações essenciais para assegurar a continuidade da assistência. Contribui, ainda, para a identificação das alterações do estado e das condições do paciente, favorecendo a detecção de novos problemas, a avaliação dos cuidados prescritos e, por fim, possibilitando a comparação das respostas do paciente aos cuidados prestados. (CIANCIARULLO et al., 2001). ANOTAÇÕES IMPORTANTES 1. Devem ser precedidas de data e hora, conter assinatura e identificação do profissional com o número do Coren. 2. Observar e anotar como o paciente chegou (procedência, acompanhante, condições de locomoção). 3. Observar e anotar as condições gerais do paciente (nível de consciência, higiene, estado nutricional, coloração da pele, dispositivos em uso como jelco, sondas ou curativos, queixas do paciente. 4. Sinais, sintomas, dados do exame físico, cuidados realizados, intercorrências. 5. Resposta do paciente às ações realizadas. Diretrizes clínicas São recomendações desenvolvidas de modo sistemático para auxiliar os profissionais no momentode tomada de decidida, são documentos informativos que incluem recomendações dirigidas a otimizar o cuidado prestado ao paciente. Gerenciamento de leitos Dispositivo para otimização da utilização dos leitos, ajuda para uma maior rotatividade e para a redução do tempo de internação desnecessário. Procedimentos de enfermagem – o que anotar? 1. Admissão - Nome, data e hora - Procedência e condições de chegada (de onde o paciente veio?) - Nível de consciência - Presença de acompanhante ou responsável - Condições de higiene - Presença de lesões prévias e localização - Descrever deficiências, uso de próteses ou órteses - Queixas relacionadas ao motiva da internação - Procedimentos e cuidados realizados - Rol de valores e pertences do paciente - Orientações prestadas ao paciente - Nome completo e COREN do responsável pelo atendimento 2. Transferência interna - Motivo da transferência - Data e horário da transferência - Setor de destino e forma de transporte - Procedimentos e cuidados realizados - Condições na saída - Queixas do paciente - Nome completo e COREN do responsável 3. Transferência externa - Motivo da transferência - Data e hora da transferência - Instituição de destino e forma de transporte - Procedimentos realizados - Presença de acompanhante - Queixas do paciente - Nome completo e COREN do responsável 4. Alta - Data e hora - Condições de saída - Procedimentos e cuidados prestados - Orientações prestadas ao paciente - Entrega de rol de pertences e valores do paciente - Transporte para o domicílio - Nome completo e COREN do responsável 5. Óbito - Data e hora - Identificação do médico que constatou - Rol de pertences/valores do corpo e a quem foi entregue - Comunicação de óbito aos setores responsáveis - Procedimento pós morte - Posicionamento anatômico do corpo - Identificação do corpo - Encaminhamento do corpo - Horário de saída do corpo do setor - Nome completo e COREN do responsável POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO HOSPITALAR As disposições dessa portaria se aplicam a todos os hospitais (públicos e privados). O novo modelo de Atenção Hospitalar busca: humanização, qualidade, eficiência, atuação em rede. Algumas mudanças: o Equipe multiprofissional. o Processo de desospitalização com deslocamento de papeis clássicos do hospital para os níveis ambulatoriais e de atenção básica. o Concentração de atividades altamente especializadas nos hospitais, busca por formação de redes e associações. o Uso intensivo de Tecnologias de Informação, com redução de tempo e de processos. Os hospitais, além da assistência, constituem-se em espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa e avaliação de tecnologias em saúde para a RAS. Diretrizes da PNHOSP I. Garantia de universalidade de acesso, equidade e integralidade na atenção hospitalar. II. Regionalização da atenção hospitalar, com abrangência territorial e populacional. III. Continuidade do cuidado por meio da articulação do hospital com os demais pontos de atenção da RAS. IV. Modelo de atenção centrado no cuidado ao usuário, de forma multiprofissional e interdisciplinar. V. Acesso regulado de acordo com o estabelecido na Política Nacional de Regulação do SUS. VI. Atenção humanizada em consonância com a Política Nacional de Humanização. VII. Gestão de tecnologia em saúde de acordo com a Política Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS. VIII. Garantia da qualidade da atenção hospitalar e segurança do paciente. IX. Garantia da efetividade dos serviços, com racionalização da utilização dos recursos, respeitando as especificidades regionais. X. Financiamento tripartite pactuado entre as três esferas de gestão. XI. Garantia da atenção à saúde indígena, organizada de acordo com as necessidades regionais, respeitando se as especificidades socioculturais e direitos estabelecidos na legislação. XII. Transparência e eficiência na aplicação de recursos. XIII. Participação e controle social no processo de planejamento e avaliação. XIV. Monitoramento e avaliação. REDE DE SAÚDE BUCAL Porta de entrada prioritária: estratégia da saúde da família (ESF/UBS). A rede pode ter organização local, distrital, municipal ou regional e ser composta por: I. Unidades Básicas de Saúde (UBS) II. Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) III. Centros de Apoio Diagnóstico (CAD) IV. Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD) V. Unidades de Pronto Atendimento (UPA) VI. Farmácias e hospitais de referência Com o objetivo de superar as desigualdades, foram estabelecidas as diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) – Brasil Sorridente. Essas diretrizes visam garantir as ações de promoção, prevenção, recuperação e manutenção da saúde bucal dos brasileiros. Impactos epidemiológicos são produtos de ações intersetoriais, em que a prática odontológica é parte integrante e constituinte de um todo que agrega ações setoriais, educacionais, ambientais, sociais, entre outras. REDE CEGONHA Finalidade: assegurar o acesso, o acolhimento e a resolutividade, por meio de um modelo de atenção voltado ao pré-natal, parto e nascimento, puerpério e sistema logístico, que inclui transporte sanitário e regulação. O Brasil tinha um dos maiores índices de cesarianas do mundo e uma elevada taxa de mortalidade neonatal e materna. Esses dados foram os dois desafios responsáveis pela criação da Rede Cegonha. Componentes da Rede Cegonha I. Pré-natal II. Puerpério e atenção integral à saúde da criança III. Parto e nascimento IV. Sistema logístico (transporte sanitário e regulação) Rede de cuidados: UBS, fórum perinatal, Central de Regulação, SAMU, movimentos sociais, UTI neonatais, casa de parto normal, maternidade de alto risco, casa da gestante, bebê e puérpera. A Rede Cegonha assegura às mulheres o direito de planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez, parto e ao puerpério, e às crianças o direito de nascimento seguro, ao crescimento e ao desenvolvimento saudável. Pré-natal o Etapa na qual há uma prioridade de atendimento à gestante nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). o Incentivam o pré-natal (primeiras 12 semanas). o Disponibilização da Caderneta da Gestante quando inicia o pré-natal (informações e orientações sobre a gestante, é onde todos os passos da gravidez ficam registrados). o Realização imediata do teste rápido de gravidez e de todos os exames pré- natais. o É na UBS onde a mamãe fará a vinculação com uma maternidade e saberá, desde os primeiros meses, em que terá o seu bebê. São promovidas visitas ao local do parto. o Se for detectado algum problema na gestação, a equipe da UBS encaminha a gestante para um serviço especializado (pré-natal de risco). o No pré-natal há a captação precoce das gestantes, o acolhimento com classificação de risco e vulnerabilidade, a consulta integrada, os exames pré- natais, os programas educativos, a vinculação da gestante ao local de parto e a implantação da consulta odontológica. Parto e nascimento Nesta fase, a Rede Cegonha qualifica as equipes de saúde para prestação de atendimento humanizado e especializado. Há o acolhimento com classificação de risco, ambiente confortável e seguro para a mulher e o bebê e foco na humanização e qualidade do parto. A mulher tem o direito a um acompanhante durante o parto e atendimento especial no caso de uma gravidez de risco. Além disso, a estratégia garante atenção humanizada às mulheres em situação de abortamento. Nessa fase observa-se se há a dificuldade do vínculo mãe-filho e/ou na amamentação, desenvolvimento de depressão pós-parto, visita do Agente Comunitário (ensinam sobre o aleitamento e apresentam as ações de 1ª semana de saúde, realizando os testes de pezinho, orelhinha e olhinho). Pós-partoDurante este período, a Rede Cegonha acompanha o crescimento e desenvolvimento da criança de 0 a 24 meses de idade. Há a orientação sobre todos os cuidados necessários para a mulher e seu bebê, promoção e incentivo ao aleitamento materno e acompanhamento do calendário de vacinação. Além disso, as mamães podem ter acesso a informações e disponibilização de métodos de planejamento familiar e a consultas e atividades educativas. Termos importantes o Mortalidade infantil: óbitos de < 1 ano por mil nascidos vivos. o Mortalidade neonatal: óbitos de 0 a 27 dias por mil nascidos vivos. o Mortalidade pós-neonatal: óbitos de 28 dias até 1 ano por mil nascidos vivos. o Mortalidade materna: morte produzida por causa da gravidez, aborto, parto e/ou puerpério até 42 dias após o evento obstétrico. Violência obstétricas A violência obstétrica é a prática de procedimentos e condutas que desrespeitem e agridam a mulher na hora da gestação, parto, nascimento ou pós-parto. Na prática, se considera violência obstétrica os atos agressivos tanto de forma psicológica quanto física. Alguns exemplos de violência obstétrica o Episiotomia A episiotomia é o corte na região do períneo, entre a vagina e o ânus, feito com o intuito de ampliar o canal do parto para facilitar a passagem do bebê no parto. Ela é usada com o objetivo de evitar uma possível laceração (ou "rasgo") irregular. Era para se utilizar somente em casos específicos, mas no Brasil se tornou um procedimento rotineiro e sem necessidade. https://www.minhavida.com.br/familia/materias/18403-episiotomia-entenda-o-que-e-o-pique-e-se-e-necessario o Uso da ocitocina sintética sem necessidade A ocitocina sintética é usada quando não há evolução da dilatação após muito tempo de contrações. Há médicos que optam por aplicá-la ao menor sinal de "demora" do trabalho de parto, intensificando as dores da gestante. Por isso, se for aplicada sem necessidade, esta ferramenta pode ser considerada violenta. o Manobra de Kristeller Este procedimento consiste em pressionar a parte superior do útero para acelerar a saída do bebê. Ele pode levar a traumas tanto no bebê quanto na mãe. Outros exemplos de violências obstétricas: o Impedir que a mulher grite ou se expresse durante o parto o Impedir livre posição e movimentação durante o parto o Restrição de alimentação e bebida o Lavagem intestinal o Não oferecer métodos de alívio para a dor o Quando a lei do acompanhante não é respeitada Maiores causas de mortalidade materna o Hipertensão (pré-eclâmpsia e eclâmpsia) o Hemorragias graves (pós-parto) o Infecções (geralmente pós-parto) o Complicações no parto o Abortos inseguros OBS: eclâmpsia são convulsões que ocorrem durante a gestação ou logo após o parto.
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