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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Gerenciamento do Cronograma e dos Custos do Projeto Plano de Gerenciamento de Custos e Estimativas Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Artur Marques Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Definições e Alinhamentos sobre Custos; • Planejamento de Custos; • Estimativas de Custos. Fonte: Getty Im ages Objetivo • Fundamentar custos empresariais e custos de projetos, identificar elementos-alvo de custeio em projetos com foco na estimativa.. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl- timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Plano de Gerenciamento de Custos e Estimativas UNIDADE Plano de Gerenciamento de Custos e Estimativas Contextualização Podemos definir custos como as medidas de sacrifício que devem ser arcadas pelas empresas para poderem atingir seus objetivos. Os custos estão associados aos gastos para gerarem produtos ou serviços que oferecemos ao mercado. A contabilidade gerencial considera a definição acima para a finalidade de construção de relatórios de custos onde são levados em conta valores e datas para uso na gestão e tomada de decisão nas empresas. Na Gestão de Projetos, a Gestão de Custos envolve custos e orçamentos, sendo que o Gerente de Projetos deve definir as estimativas de custos e recursos, além de controlar tais custos para que fiquem dentro do orçamento aprovado. Dependendo da comple- xidade do projeto, esses processos podem precisar da participação de mais de uma pessoa, ou seja, o gerente de projetos pode precisar do auxílio do gerente de finanças por exemplo. Para entendermos o planejamento, bem como as estimativas, precisamos perceber que custos são normalmente funções do tamanho do produto que iremos desenvolver. A depender das habilidades da equipe envolvida na construção do produto, do ambiente relacionado com as ferramentas e técnicas com que abordaremos e construiremos a estimativa, da complexidade do produto (quanto mais complexo, mais custoso), haverá a necessidade de construir artefatos ou desenvolver tecnologias e competências que exigi- rão maior esforço e, consequentemente, maiores custos – a qualidade desejada também impactará num custo da qualidade superior. Imagine a seguinte situação do seu dia a dia: você, sua vida toda, quis ser médico. Fez simulados sem fim, prestou vestibulares um após o outro até que passou. Porém, o país em que você se encontra entra em crise e uma das medidas de austeridade econômica alardeadas é: não haverá mais financiamento estudantil! Você pensou no planejamento? Você pensou nos custos para isso? Bom, então vamos ver como é... 6 7 Definições e Alinhamentos sobre Custos Podemos definir custos como um montante de capital que tem de ser pago ou dado em ordem para conseguir alguma coisa. Nos negócios, o custo é geralmente uma ava- liação monetária como, por exemplo, um esforço, algum material, uso ou consumo de recursos, valor por unidade de tempo. Todas as despesas são custos, mas nem todos os custos são despesas, às vezes, trata-se de investimentos. Portanto, custo significa o sacrifício ou a renúncia de recursos humanos, materiais ou econômicos para o propósito específico, sendo que, atualmente, medimos o custo de algo em unidades monetárias, se preferir, “dinheiro”, que é usado para pagar bens ou serviços. Outro conceito importante é o de centro de custos, e ele pode ser uma área, um agrupamento de atividades semelhantes das quais os custos podem ser acumulados. Já unidade de custo diz respeito ao custo incorrido por uma empresa “ponto a pon- to”, ou seja, da fabricação, incluindo custos fixo e variáveis enquanto ele é produzido. São exemplos, unidades de veículos, milhares de tijolos, metro linear de tecido, tone- ladas de ferro ou aço, preço por KM rodado, preço por passageiro etc. Como você já percebeu, podemos organizar os custos por categorias diferentes. Vamos conhecê-las: Baseado em Produção e Processo • Despesas diretas: são matérias-primas que vão diretamente para a produção dos produtos. Por exemplo, se a Empresa A é um fabricante de roupas, um exemplo de custo direto do material seria o tecido usado para fabricar os brinquedos. A mão de obra aplicada diretamente para produzir as camisas, também é um exemplo de custos diretos; • Despesas indiretas: referem-se às despesas que não são fáceis de identificar, pois tendem a ocorrer como uma despesa extra num processo de produção. Usando o exemplo acima do fabricante de roupas, podemos dizer que a cor do tingimento da roupa é uma despesa indireta para esse fabricante. Aqui, de forma básica, caso queiramos identificar as diferenças entre ambos os cus- tos, dizemos que as despesas diretas podem ser identificadas com o produto principal enquanto as despesas indiretas não podem ser identificadas com esse produto principal. Portanto, faz parte do que chamamos de sobrecarga. Todavia, seu valor é comparativa- mente menor que o gasto direto, que geralmente é muito mais alto. 7 UNIDADE Plano de Gerenciamento de Custos e Estimativas Baseado no Elemento que o Compõe Nesse caso, é dividido em 3 partes, sendo: material, mão de obra e despesa. • Material é o componente mais importante para a produção de bens ou para a pres- tação de serviços: » Direto: são os que possuem grande participação da formação do produto e que podem ser facilmente identificados através do produto quando acabado, por exemplo, tecido, botões, linha de costura. Para fabricar as camisas; » Indireto: outras despesas ou custos de material que ocorrem durante o processo de produção, mas não podem ser facilmente rastreados, pois a parte do produto é indi- reta. Na nossa fábrica de roupa, por exemplo, seriam os gizes de marcação, a agulha, a cor do tecido, o óleo e a graxa das máquinas para mantê-las funcionais etc. • Trabalho é o que utilizamos para converter matéria-prima em produtos e serviços e, também, pós-produção para distribuir a mercadoria se for o caso. Sim, é necessário trabalho para que isso aconteça, certo?! » Direto: é o custo da mão de obra que os centros de custos e as unidades de custos identificam e alocam. Portanto, é a força de trabalho diretamente envolvida no processo de produção dos produtos. Os salários pagos ao pessoal da fábrica de roupas encarregado em fazer as camisas; » Indireto: pagos ao staff, aos gerentes da fábrica, vendas, coordenadores, super- visores, entre outros na fábrica de roupas de nosso exemplo. • Despesa é o que incorre no processo de produção e distribuição dos produtos, to- davia, não em termos de materiais e mão de obra; » Direta: incorrem especificamente para cada unidade de fabricação, royalties se a camisa que a fábrica produz for desenhada por algum estilista famoso, o trans- porte, o frete dessas camisas; » Indireta: melhor colocar diretamente o exemplo, é muito mais prático e direto, são os aluguéis, impostos, seguros que se paga pela fábrica de camisas para que ela, em caso de incêndio, esteja coberta, as depreciaçõessobre maquinário, mo- biliário e outros. Baseado em sua Função • Custo de produção: são os relativos à atividade de produzir, como fornecimento de material, embalagem primária do produto (leite p. ex.), material direto, despesa direta, mão de obra direta, que já vimos definidos em páginas anteriores e outros; • Custo de administração: são os custos do “escritório”, portanto, não inclui ativida- des de produção, nem pesquisa, desenvolvimento ou comercial. Trata-se dos custos referentes às funções da administração, secretariados, formulação de estratégias e políticas etc.; 8 9 • Custo de venda e distribuição: são os custos referentes à criação e manutenção da demanda pelo produto ou serviço para colocar nas mãos do cliente. Às vezes, são chamados de custo de vendas; • Custo de pesquisa e desenvolvimento: custo para fazer pesquisa e depois de- senvolver produtos e/ou serviços, processos de fabricação, melhoria de produtos e serviços e seus processos e no que tange aos custos de desenvolvimento, colocar isso para vender, ou seja, na área comercial. Baseado na Variabilidade Podemos dizer que a maioria das pessoas e pequenos empreendedores conhece estes aqui: são os famosos custos fixos, variáveis e semifixos. • Custo fixo: não variam com a mudança de saída (incremento ou decremento de produção) e podem incluir o custo de construção de uma fábrica ou seguros. Mes- mo que sua produção mude ou você não produza nada, seus custos fixos perma- necem os mesmos; • Custo variável: dependem da produção produzida, por exemplo, se você produ- zir mais camisas, precisará usar mais matérias-primas, como tecido. Esse é um custo variável; • Custo semivariável: O trabalho pode ser dessa natureza se quisermos produzir mais camisas, portanto, precisaremos de mais trabalhadores que, como sabemos, é um custo variável. Todavia, caso ainda não tenhamos produzido nada, podemos precisar de alguns trabalhadores para cuidar da fábrica vazia. Perceba a dualidade disso. Enquanto não produzir, os trabalhadores são fixos, quando produzem, são variáveis até que, com o tempo e a elevação da produção, seu tempo seja tomado apenas pelo processo produtivo. Outras Maneiras de Vermos os Custos: • Custos totais: aqui tratamos da soma dos custos fixos e variáveis; • Custos marginais: o conceito aqui é o custo para produzir uma unidade extra. Por exemplo, o custo para produzir 4 unidades de determinado bem é 1000, para pro- duzir 5, será 1200, portanto, temos um custo marginal de 200 na quinta unidade; • Custo de oportunidade: aqui estamos tratando da melhor alternativa encontrada. Você sabe esse conceito até mesmo de forma empírica, não é mesmo? Veja só, se você colocar 100.000 reais e investir no desenvolvimento de um produto que promete 30% de retorno sobre o seu investimento, por período de tempo, provavel- mente recuperará esses 100.000 em 3,3 períodos; o que vier da segunda metade do terceiro em diante é considerado como excedente, se preferir, chame de lucro. Mas a ideia aqui é mostrar que, se você pegar esses mesmos 100.000 e investir na bolsa com um risco maior em determinada ação de determinada empresa, seu re- torno ocorrerá em 3 meses. Bem, você decide o que quer fazer, por isso se chama 9 UNIDADE Plano de Gerenciamento de Custos e Estimativas custo de oportunidade, você aproveita ou não. Mas apenas lembrando que esse é um cenário fictício... Bem, o risco é seu... • Custo econômico: inclui custos diretos reais adicionados ao custo de oportunida- de. Imagine, no seguinte exemplo, se você resolve fazer um ano sabático e abre mão de um salário de 10.000 reais por mês – portanto, 120.000, com o 13º e 1/3 das férias e tudo o mais que você tem direito, podemos estar falando de algo em torno de uns 140.000 reais. Parece bom! E você também tem que investir em treinamento... Vamos pensar nuns 80.000 reais. Assim, seu custo econômico seria de 220.000 reais. Vale? • Custo contábil: é o que se gasta para ter certo bem. Inclui os custos variáveis e os fixos; • Custos irrecuperáveis: são os incorridos que não podem ser recuperados, incluem gastos com publicidade para conseguir espaço no setor e, com certeza, não conse- guirá recuperá-los caso, por exemplo, decidamos fechar a fábrica de roupas; • Custos evitáveis: podem ser evitados, como o próprio nome diz. Imagine que resolvemos parar de produzir camisas na fábrica de roupas, não precisaremos mais pagar pelas matérias-primas, como o tecido e nem eletricidade para o processo produtivo. Além desses, há também os custos relacionados ao que se chama de falha de mercado. • Custos sociais: custos totais para a sociedade, juntam os privados e os externos (de terceiros); • Custos externos: normalmente é imposto por um terceiro (ex.: o ar poluído por um é respirado por toda a sociedade, ou, quando alguém fuma, temos várias pes- soas que fumam passivamente); • Custos privados: é o que nós pagamos para ter um bem, em nosso caso do exem- plo da fábrica de camisa, pode ser o quanto você paga para ter uma camisa; • Custos marginais sociais: usando conceito semelhante ao que já vimos, represen- ta o custo total para a sociedade para produzir uma unidade extra de um produto. Planejamento de Custos Trata-se de um processo no gerenciamento de projetos que estabelece os diferentes procedimentos, políticas e documentação necessários para planejar, gerenciar, expandir e controlar o custo do projeto. A principal vantagem desse processo é que ele fornece orientação sobre como os custos do projeto devem ser gerenciados durante toda a sua im- plementação. Para criá-lo, são necessárias informações, como o plano de gerenciamento do projeto, o termo de abertura do projeto, os fatores ambientais da empresa e os ativos de processos organizacionais. O planejamento ajuda as organizações a manterem o orça- mento geral sob controle. Sem ele, é praticamente improvável que um gerente de projeto inicie e controle seu projeto porque não há meios de direcionar e controlar o custo. 10 11 Numa empresa, os custos normalmente são alocados em contas contábeis de apura- ção, direcionadas a um centro de custos ou unidade de negócios onde aquela despesa foi realizada. Portanto, a partir de uma conta orçamentária associada a uma área da em- presa, os recursos financeiros, por exemplo, são transferidos para que sejam pagos os materiais, mão de obra própria e de terceiros e demais despesas referentes às atividades que serão realizadas. O plano diz respeito à forma de se declarar e controlar esses itens de custeio. Claro que esse processo tem suporte de outros que conheceremos, como o de estimativa, orçamentação e controle. Mas tudo isso parte de um documento-mestre, que é o planejamento. Tabela 1 – Entradas, Ferramentas e Saídas do Processo Planejar o gerenciamento dos custos Entradas Ferramentas Saídas • Termo de abertura do projeto; • Plano de gerenciamento do projeto; • Fatores ambientais da empresa; • Ativos de processos organizacionais. • Opinião especializada; • Análise de dados; • Reuniões. • Plano de gerenciamento dos custos. Fonte: MONTES, E. 2018 A configuração do plano de custos do projeto é uma das partes mais essenciais da fase de planejamento de um projeto e serve efetivamente como uma rede de segurança que garante que o custo do projeto seja mantido dentro dos limites do orçamento. Além disso, ele analisa em termos gerais como os custos do projeto serão planejados, finan- ciados e controlados. O que está incluso nele: • Níveis de precisão: precisamos definir o quanto os valores medidos são próximos uns dos outros, como o arredondamento das casas decimais em totais calculados, o que pode se tornar a causa de desvios significativos na estimativa de custos; • Unidades de medida: definir as dimensões, quantidade, capacidade, entre outras. Precisamos entender como a variação no tamanho, por exemplo, pode causar aumentos significativos nos custos de material e produção. As definições de unidades de medida são uma característicacrucial que precisa ser definida, especialmente quando os recursos do projeto ou procedimentos ocorrem em diferentes países. Já imaginou você fazer um planejamento considerando tudo em UI – Unidades Internacionais (metro, quilo, segundo...) – quando seu cliente é inglês, por exemplo, e para ele o que interessa são as MR – Medidas Reais (polegada, jarda, milha, braça, onças, pés...); • Limiares de controle: são a regulamentação dos padrões de variação de custo mínimo e máximo; • Regras de medição de desempenho: como todos os projetos devem ter objetivos específicos e como a produtividade nem sempre é igual ao desempenho, esse é um método para medir o nível de conclusão das atividades e seu valor agregado deve ser organizado antecipadamente; 11 UNIDADE Plano de Gerenciamento de Custos e Estimativas • Formatos de relatório: estabelecer protocolos de relatório, seu formato e frequên- cia em todas as fases de um projeto são de importância primordial, especialmente quando se considera que o relatório pode ser extremamente útil na detecção des- vios do plano original. Dessa forma, o plano de gerenciamento de custos fornece orientação sobre como os custos do projeto serão gerenciados em toda a duração dele. Por exemplo, você po- derá ver quanto dinheiro precisará em uma determinada fase do projeto com a ajuda do processo de plano de gerenciamento de custos. Você deve pensar que esse plano visa descrever resumidamente como estimar os custos, como determinar o orçamento e como gerenciar e controlar os custos de um projeto. Veja o que você precisa saber, fazendo o Plano de Gerenciamento de Custos: • Como vou planejar o custo do projeto? O plano deve possuir orientações claras de como estimar os custos de cada atividade, cada entrega e de que maneira naque- la empresa deve-se criar um orçamento geral do projeto; • Como vou gerenciar o projeto para a linha de base de custo? Como se não bas- tasse, depois de determinar o orçamento, temos a linha de base de custo. Ela mos- tra a estimativa de custo inicial do projeto e, portanto, se nada mudar no projeto, ou se não houver solicitações de mudança aprovadas, espera-se que o orçamento do projeto determinado seja atendido. Então, por fim, o plano de gerenciamento de custos irá guiá-lo sobre quando gastar, com o que e onde em todo o projeto, item por item e, ao menos, tentar fazer com que você atinja o orçamento projetado ou, se preferir, determinado. Estimativas de Custos A estimativa de custos é a arte de atribuir valor às coisas. É também uma ciência que utiliza uma ampla gama de técnicas para prever os custos de atividades e ativos. Lembre-se de que um projeto pode ser qualquer processo iniciado para executar ati- vidades de trabalho ou criar ativos. A precisão da estimativa depende muito do nível de definição do escopo do projeto: conforme o design e as condições do projeto se tornam mais definidos, os valores esti- mados também serão melhores e mais próximos da realidade. Como a estimativa de custo é sobre a previsão de custos, em vez de contar o custo real, certo grau de incerteza está envolvido. Essa incerteza surge do fato de que a defi- nição do escopo do projeto nunca é totalmente concluída até que o projeto tenha sido encerrado, quando todas as despesas foram realizadas, aí, sim, uma apuração financeira ou contábil determinará a quanto de dinheiro foi gasto nos recursos para realizar os objetivos do projeto. 12 13 A estimativa de custos é necessária para fornecer aos tomadores de decisão os meios para tomar ações de investimento, escolher entre alternativas e configurar o orçamento durante a execução dos projetos. Para isso, as estimativas feitas por fornecedores e contratados pre- cisam ser validadas pelos clientes também. Tudo decidido por consenso preferencialmente. Tabela 2 – Processo de estimativa de custos Entradas Ferramentas Saídas • Plano de gerenciamento do projeto; • Documentos do projeto; • Fatores ambientais da empresa; • Ativos de processos organizacionais. • Opinião especializada; • Estimativa análoga; • Estimativa paramétrica; • Estimativa bottom-up; • Estimativas de três pontos; • Análise de dados; • Sistema de informações do gerenciamento de projetos; • Tomada de decisão. • Estimativas de custos; • Base das estimativas; • Atualizações de documentos do projeto. Fonte: MONTES, 2018 Estimar os Custos tem como objetivo desenvolver uma estimativa dos custos dos recursos necessários para executar as atividades do projeto. Custo é a remuneração dos fatores de produção (mão de obra, capital, máquinas, instalações, materiais e serviços) utilizados na preparação e execução de um processo produtivo. (MONTES, 2018). Disponível em: http://bit.ly/2KBjSXI A estimativa é feita dividindo-se o escopo total de um projeto em partes gerenciáveis, às quais os recursos podem ser atribuídos e custeados. Uma das formas preferidas de se realizar essa ação é mediante o emprego da EAP – Estrutura Analítica do Projeto. Estimar não é somente fazer uma lista de itens contendo o custo, precisamos de um relatório do que chamamos de BASE DA ESTIMATIVA – alguns convencionaram cha- mar isso de memória de cálculo. Essa base de estimativa descreve as suposições, inclusões, exclusões, precisão e ou- tros aspectos necessários para interpretar o custo total do projeto. Caso contrário, seria um número sem sentido. Nesse documento, é obrigatória a comunicação da estimativa às várias partes envolvidas na tomada de decisões relativas ao projeto. Entretanto, ela também é útil durante o fechamento do projeto, quando comparamos o desempenho do projeto atual com outros projetos. Essa comparação é normalmente incorporada às lições aprendidas para que utilizemos essa experiência em outros projetos tentando errar menos. Vamos resumir então: uma estimativa de custo é uma previsão aproximada de quanto dinheiro é necessário para concluir um projeto. Sabemos que temos que estimar com precisão os custos, pois ajudará a avaliar se o projeto é viável, ou seja, se você tem fun- dos suficientes para suportá-lo. Portanto, a estimativa precisa de custos ajuda você a gerenciar melhor o orçamento do seu projeto. O gerente de projeto deve incluir estimativas de custo para todos os 13 UNIDADE Plano de Gerenciamento de Custos e Estimativas recursos, e isso inclui recursos materiais, infraestrutura, máquinas, serviços, software e recursos humanos, entre outros. Conforme as práticas de mercado, qualquer base de estimativa deve conter minima- mente os seguintes elementos constituintes: • A maneira como ela foi realizada; • Quais premissas foram assumidas; • Quais restrições existem; • Qual será o intervalo de variação das estimativas; • Qual o nível de confiabilidade da estimativa final. Tabela 3 – Exemplo de uma Base de Estimativa de Custos (planilha de cálculo) Data: Agosto de 1998 Item Unidade Preço (R$) Constante a multiplicar Valor do conjunto (R$) Conjunto Palanque roliço itaúba Ø (0,18m - 0,25m) m 15,62 x 532= 8.169,26 (1) Madeira roliça Régua faveiro ou similar (0,04mx0,16m) m 2,56 x 2.383= 6.100,48 (2) Madeira serrada Parafuso francês (3/8"x0,22m) com porca e arruela lisa unid. 0,46 x 2.917= 1.341,82 (3) Ferragens Chapa ondulada de cimento-amianto (6mmx1,10mx2,13m) unid. 10,44 x 96= 1.002,24 (4) Chapas onduladase cumeeiras Tronco de contenção em madeira (pré- -fabricada) unid. 2.565,00 x 1= 2.565,00 (5) Tronco de contenção Salário mínimo unid. 130,00 x 41= 5.330,00 (6) Mão-de-obra Subtotal (1+2+3+4+5+6) 24.508,80 (7) 24.508,80 (7)x0,0679 1.664,15 (8) Diversos Custo total (7+8) 26.172,95 Da Silva (et al., 2015) coloca que a uma base de estimativa de custos, cuja sigla em in- glês é (BOE – base of estimative) é um documento com informações necessárias para a estimativa e que siga algumas diretrizes fundamentais que o estruture conforme abaixo: • Escopo geral do projeto deverá estar documentado; • Quem realizará as estimativas deverá estar ciente e consciente do projeto,demons- trando o entendimento do escopo e do cronograma-prévio principalmente às datas de entregas (marcos do projeto) e programações de desembolsos, tanto orçamentá- rios quanto de investimentos ou empréstimos financiados no que tange aos custos; • O time do projeto deverá estar avisado dos potenciais riscos de custos e oportunidades; • Devem-se manter registros de comunicações feitas durante a preparação da estimativa; • Devem-se fornecer os documentos utilizados para preparar as estimativas; 14 15 • Deve-se atuar como fonte de apoio durante a resolução de litígios em se tratando de licitações e tomadas de preços com fornecedores e quando da promulgação de vencedores; • É necessário o estabelecimento de uma base inicial para o escopo, quantidades e custo para usarem em operações voltadas para o custo de tendências ao longo do projeto; • Fornecer os relacionamentos históricos entre estimativas durante todo o ciclo de vida do projeto. Isso é relevante, e corrobora com os dizeres de De Oliveira (2017), em que percebe- mos três aspectos em estimativas de custos: • Os custos são variados, e para uma estimativa correta é necessário conhecer com detalhes todas as categorias de custo que são relevantes para o projeto; • Custo e orçamento são conceitos e processos distintos; • Não existe uma estimativa única do projeto, mas sim, várias estimativas realizadas em momentos diferentes, o que justifica a utilização de ferramentas e técnicas di- ferentes diretamente relacionadas ao propósito e ao momento do ciclo de vida do projeto, mas as informações fundamentais as quais devem ser um guia (DA SILVA et al., 2015). 1. Gerenciamento de projeto 1.1 Plano de Gerenciamento do Projeto 1.1.1 - Declaração do Escopo 1.1.2 - WBS 1.1.3 - Dicionário WBS 1.1.4 - Matriz de responsabilidade 1.1.5 - Cronograma 1.1.6 - Orçamento 1.2.1 - Reuniões 1.2.2 - Relatórios 2.1 - Redação 2.2 Esboço de grá�cos e ilustrações 2.3 - Revisão ortográ�ca e gramatical 2.4 - Preparo da Ficha Técnica 2.5 - Registro Direito Autoral 2.6 - Registro (ISBN) 3.1.1 - Capa 3.1.2 - Miolo 3.2 - Grá�cos e ilustrações 3.3 - Diagramação 3.4.1 - Fotolitos da capa 3.4.2 - Fotolitos do miolo 3.4.3 - Prova de prelo 3.4.3 - Prova heliográ�ca 3.5 - Impressão 3.6 Acabamento 4.1 - Parceria Comercial 4.2 - Distribuição 4.3 - Divulgação 4.4 - Coquetel de lançamento 5.1 - Encerramento de Contratos 5.2 - Relatório do projeto 1.2 Controle 3.1 Projeto Grá�co 3.4 Fotolitos Projeto Livro 2. Produção Editorial 3. Produção Grá�ca 4. Lançamento 5. Fechamento de projeto Figura 1 – O que estimamos em projetos Todos os itens em azul escuro são passíveis de estimativas de custos. É dessa forma que começamos a entender quanto o projeto custará. Quanto mais projetos tivermos com essas características e tarefas, melhor será a base das estimativas, portanto, mais precisas. 15 UNIDADE Plano de Gerenciamento de Custos e Estimativas Existem várias técnicas de estimativa de custos que podem ser usadas para essa finalidade. O uso em uma abordagem específica dependerá de quanta informação está disponível e onde estamos no ciclo de vida do projeto. Vamos conhecer as principais: • Estimativa análoga: usa os custos reais de projetos anteriores semelhantes para determinar estimativas para novos projetos, os projetos mais semelhantes são os mais precisos para a estimativa; Tabela 3 – Exemplo de Estimativa Análoga No Projeto Anterior: Atividade: Construção de muro Área: 2.400m2 – Equipe: 2 pedreiros e 2 serventes Duração: 10 dias No Projeto Atual: Atividade: Construção de muro Área: 2.000m2 – Equipe: 2 pedreiros e 2 serventes Duração: 8 dias Fonte: Adaptado de RADAR DE PROJETOS, 2015 • Estimativa de custos de recursos: é uma lista de todos os recursos necessários para o projeto e depois, somando seus custos totais; • Estimativa de cima para baixo (top-down): é uma técnica usada pelo geren- ciamento de nível superior (alta gestão, diretores...) para estimar o custo total de um projeto usando informações de um projeto anterior semelhante. As estimativas top-down também podem ser baseadas nas experiências dos envolvidos no desen- volvimento da estimativa de custos e julgamento de especialistas. Pode ser muito útil quando as estimativas de custo são necessárias nas fases iniciais de um projeto; • Estimativa de baixo para cima (bottom-up): fazer as estimativas para tarefas e atividades individuais, cálculo de estimativas de nível mais alto com base nas estima- tivas individuais, definição mais detalhada de tarefas individuais significa estimativa mais precisa; R$ 14.400,00 R$ 2.000,00 R$ 1.000,00 R$ 300,00 R$ 600,00 R$ 400,00 R$ 100,00 R$ 6.000,00R$ 5.000,00 R$ 3.500,00 R$ 1.000,00 R$ 4.000,00 R$ 2.000,00R$ 500,00 Top-down Menor precisão Menor esforço Bottom-up Maior precisão Maior esforço R$ 5.300,00R$ 3.000,00 R$ 6.100,00 Figura 2 – Exemplo de estimativa bottom-up 16 17 Esta estimativa é mais demorada, cara, porém é a mais precisa de todas e geralmente utilizada nas etapas finais do planejamento, sendo considera- da como estimativa definitiva, pois o percentual de variação do orçamento comparado no término é de -5% a 10%. • Opinião especializada: usar o conhecimento e a experiência de projetos ante- riores para fazer estimativas de novos projetos, tenha um especialista no assunto como consultor, pois eles têm um sólido entendimento dos requisitos técnicos do projeto, o que melhora sobremaneira o cálculo; • Estimativa paramétrica: leva esse nome por causa dos parâmetros ou variáveis que são modificados durante o processo de simulação. Modelos paramétricos são construídos a partir de um conjunto de equações matemáticas. Estas podem ser equações padrão encontradas em livros de referência, equações proprietárias de- senvolvidas por consultores ou fornecedores, ou alguma combinação das duas. Trata-se, portanto, de um método para estimar futuros procedimentos com base na análise de eventos e tendências passadas. Para que os modelos tenham alguma validade, eles devem ser baseados ou comprovados usando dados reais do projeto, isso significa que a eficácia é determinada entre outras coisas, por uma extensa base de dados real à disposição e claro, um nível de maturidade adequado na em- presa para utilizá-los; • Estimativa de 3 pontos: é tida como a melhor técnica para desenvolver estima- tivas com os membros da equipe do projeto. Nessa técnica, o membro da equipe fornece suas estimativas pessimistas, otimistas e mais provável para o seu forneci- mento. Essa técnica é conhecida também como PERT, que em português significa, Técnica de Revisão e Avaliação de Programas, e foi desenvolvida pela Marinha dos EUA. Essa técnica de estimativa é uma prática recomendada porque fornece os seguintes benefícios: » Maior precisão sobre estimativas de um ponto; » Maior comprometimento dos membros da equipe do projeto porque esta técnica de estimativa considera o risco na atribuição; » Embute informações úteis sobre os riscos de cada tarefa. • Conforme escritos de Billows (2018), a técnica consiste nos seguintes passos: 1. Primeiro, você trabalha com o membro da equipe designado para fazer a estimativa e, usando a EAP, para cada tarefa e identifica os riscos positivos e negativos envolvidos, tarefa por tarefa. Riscos nega- tivos são as coisas que podem levar mais tempo e riscos positivos são as coisas que podem levar menos tempo para serem feitas. 2. Em seguida, peça ao membro da equipe para fazer três estimati- vas. A primeiro é um melhor palpite (MP), que é a quantidade média de trabalho que a tarefa pode levar se o membro da equipe executar 100 vezes. A segunda estimativa é a estimativa pessimista (EP), que é a quantidade de trabalho que a tarefa pode executar se os fatores negativos identificados por eles ocorrerem. A terceira estimativa é a estimativa otimista (EO), que é a quantidade de trabalho que a tarefa pode tomar se os riscos positivos identificados ocorrerem.17 UNIDADE Plano de Gerenciamento de Custos e Estimativas 3. Então você faz o cálculo da média e do desvio padrão usando as fórmulas de estimação de 3 pontos: (O + 4BG + P) ÷ 6 = ESTIMATI- VA A média ponderada das três estimativas que o membro da equipe lhe deu é a que você usa para a tarefa. Reflete a quantidade de risco na tarefa e a gravidade do impacto dos riscos otimistas e pessimistas. (BILLOWS, 2015, pág. 1) Fórmula para a estimativa de 3 pontos levando em consideração a média ponderada e o desvio padrão: E= (a+ 4m + b) / 6 Essa estimativa também é chamada de distribuição beta. Disponível em: http://bit.ly/2KzEe3v 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Metodologias de Estimativa de Prazos,Custos e Orçamentos em Projetos de T.I ROVAI, R. L; SILVA, M. M; CAMPANÁRIO, M. de A. Metodologias de Estimativa de Prazos,Custos e Orçamentos em Projetos de T.I. In: 1ºCONTECSI CONGRESSO INTERNACIONAL DE GESTÃO DE TECNOLOGIA E SISTEMAS DE INFORMA- ÇÃO, 1., 2004, São Paulo. Metodologias de Estimativa de Prazos,Custos e Orçamentos em Projetos de T.I. 21-23 de Junho de 2004 Usp/são Paulo/sp - Brasil: Usp, 2004. v. 1, p. 1 - 22. Leitura Um Método para o Gerenciamento de Custos em Projetos de Software Desenvolvidos com Metodologia SCRUM SANTOS, A. B. Um método para o gerenciamento de custos em projetos de software desenvolvidos com metodologia SCRUM. 2011. http://bit.ly/2KBDpqT Metodologias Ágeis para Gerenciamento de Projetos de Inovação e Pesquisa e Desenvolvimento BENZECRY, F. S. Metodologias Ágeis Para Gerenciamento de Projetos de Inovação e Pesquisa e Desenvolvimento. 2017. http://bit.ly/2KAuaax A Importância da Estimativa para o Gerenciamento de Custos FILGUEIRAS, B. A importância da estimativa para o Gerenciamento de Custos. http://bit.ly/2KC0D01 19 UNIDADE Plano de Gerenciamento de Custos e Estimativas Referências BILLOWS, R. Como fazer uma estimativa de 3 pontos. 2018. Disponível em: <https://4pm.com/2018/01/05/3-point-estimating-2/>. Acesso em: 01/05/2019. DA SILVA P. et al. A Importância das estimativas de custos e orçamento. 2015. Disponível em: <https://pmkb.com.br/artigos/a-importancia-das-estimativas-de-custos- -e-orcamento/>. Acesso em: 01/05/2019. DE OLIVEIRA, Y. G. Como estimar os custos de um projeto corretamente. 2017. Disponível em: <https://uvagpclass.wordpress.com/2017/11/20/%EF%BB%BFcomo- -estimar-os-custos-de-um-projeto-corretamente/>. Acesso em: 01/05/2019. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Um Guia do Conhecimento em Gerencia- mento de Projetos (Guia PMBOK®) 6. ed. EUA: 2018. pp. 231-270. ROSEKE, B. Three Point Estimating for the PMP Exam. 2018. Disponivel em: <https://www.projectengineer.net/three-point-estimating-for-the-pmp-exam/>. Acesso em: 01/05/2019. 20
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