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Biopalentologia 2

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- -1
GEOLOGIA E BIOPALEONTOLOGIA
UNIDADE 2 - MINERAIS, ROCHAS, 
INTEMPERISMO E EROSÃO
Autoria: Marcos Antonio de Melo - Validação técnica: Diego Ferreira Ramos 
Machado
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Introdução
Você sabia que, em seu início, a Terra correspondia a um enorme esferoide composto de rochas liquefeitas?
Conforme o Planeta foi se arrefecendo, houve o processo gradativo de cristalização de minerais. Os elementos
mais “pesados” foram para o núcleo, ao passo que os mais “leves” chegaram até a superfície, formando as rochas
e expondo os minerais que as constituem. Aliás, você sabia que os minerais se transformaram em minérios e
gemas para o atendimento das necessidades humanas? Podemos dar como exemplo as rochas, que foram
expostas aos processos químicos e físicos da biosfera, acometidas pelo intemperismo.
Além disso, sabia que a crosta terrestre, que suporta continentes e áreas oceânicas, é composta por minerais
associados a estruturas rochosas ígneas ou metamórficas, bem como ambientes sedimentares, solos e sistemas
fluviais? Tem ideia que os minérios — cuja ocorrência territorial no Planeta está relacionada aos processos de
formação — correspondem a um agregado de minerais concentrados com viabilidade econômica para extração?
O Brasil, por sua litologia de formação antiga (crátons), agrega inúmeros minerais, em especial os metálicos,
como o ferro, o manganês e a bauxita (minério de alumínio). Sabia, inclusive, que se estima que o país seja
responsável por 10% da produção minerária mundial, possuindo grandes províncias, como o Quadrilátero
Ferrífero, em Minas Gerais; e a Serra do Carajás, no Pará?
Vamos, então, nesta unidade, conhecer as respostas para esses questionamentos e nos aprofundar quanto ao
estudo dos minerais e das rochas, compreendendo, ainda, os processos de intemperismo e erosão.
Bons estudos!
2.1 Minerais
A mineralogia corresponde ao estudo dos minerais em todos os seus aspectos (químicos, físicos, origem,
formação, áreas de ocorrência, usos e aplicações). No entanto, as definições sobre o que são os minerais trazem
abordagens conceituais um tanto variadas.
Algumas acepções são consensuais, em especial as que definem os minerais como substâncias homogêneas e
sólidas, de origem inorgânica, cujo surgimento na crosta terrestre ocorreu de forma natural. Conforme esse
conceito, tal elemento possui composição química definida e, caso seja formado em condições favoráveis,
apresentará estruturas atômicas internas ordenadas e formas cristalinas (TEIXEIRA ., 2009).et al
Em resumo, podemos dizer que um mineral é sólido e homogêneo, de acordo com suas propriedades físicas e
químicas; apresenta composição química definida; demonstra estrutura cristalina; tem origem inorgânica; e
surgiu na crosta terrestre de maneira natural. Contudo, vale mencionar que os minerais não se apresentam
somente de forma “isolada”, visto que constituem diferentes tipos de rochas.
De acordo com Teixeira . (2009), são rochas “monominerálicas” e “oligominerálicas” aquelas constituídas deet al
apenas uma ou poucas espécies minerais, como o calcário e o mármore. As “poliminerálicas”, por sua vez,
possuem várias espécies minerais, a exemplo do granito, constituído por quartzo (mineral incolor); do feldspato,
responsável pela variedade de cores; e da mica, que confere certo brilho.
Portanto, ao longo deste tópico, iremos conhecer a composição e estrutura dos minerais, além de suas
características e quais são os mais comuns. Acompanhe!
2.1.1 Composição química e estrutura cristalina dos minerais
A composição química e estrutural de um mineral se dá durante o processo de formação, em condições
favoráveis, legando uma estrutura atômica ordenada condicionada à sua forma cristalina e suas propriedades
físicas. Esses dois parâmetros (composição química e estrutura) são interdependentes, porém fundamentais
para a caracterização de tal elemento.
Conforme Grotzinger e Jordan (2013), embora se conheçam milhares de minerais, um pequeno grupo de pouco
- -3
Conforme Grotzinger e Jordan (2013), embora se conheçam milhares de minerais, um pequeno grupo de pouco
mais de 30 são constituintes das rochas ou considerados minérios. De acordo com a composição química, esses
minerais podem ser classificados em carbonatos, silicatos, óxidos, sulfatos e sulfetos.
Carbonatos
São minerais constituídos de carbono (C) e oxigênio (O). Dizem respeito a metais e semimetais, correspondendo
a um grupo de 211 minerais, os quais podem ser agrupados em subdivisões de acordo com elementos e grupos
aniônicos.
Silicatos
Os minerais mais abundantes da crosta terrestre são formados pela combinação de oxigênio (O) e silício (Si), que
são os dois elementos mais comuns na crosta e que correspondem a 95% do seu volume. Desses, cerca de 60%
são representados por feldspatos, seguidos de anfibólios, piroxênios, quartzo e micas.
Óxidos
São compostos de ânions de oxigênio e cátions metálicos. Os óxidos correspondem a cerca de 354 minerais, os
quais podem ser agrupados como sulfetos, que são substâncias que possuem o enxofre como elemento principal,
importantes na produção de metais.
Sulfatos e sulfetos
Os sulfatos são constituídos por minerais ligados a metais, bem como a outros ânions e água. Esse grupo possui
cerca de 276 minerais. Já os sulfetos são compostos de enxofre e metais.
Em seu processo de formação, o mineral, em condições favoráveis, desenvolve uma estrutura cristalina como
resultado de arranjos atômicos. Essa estrutura pode ser macroscópica ou microscópica, a depender do tamanho
dos cristais.
A estrutura cristalina organiza tridimensionalmente as moléculas e os átomos, dispostos de forma sistemática
em agrupamentos geométricos. Assim, a característica fundamental de uma substância cristalina é ser
constituída por um agrupamento de partículas (átomos, íons ou moléculas) que se arranjam segundo um padrão
regular (BRANCO, 2008).
Cada cristal é constituído pela repetição de células unitárias semelhantes, agrupadas de modo regular, as quais
funcionam como blocos construtivos que definem a sua macroestrutura.
As células em três faces são resultantes da forma com que elas são empilhadas. A figura a seguir, por exemplo,
traz um cristal de quartzo, em que podemos notar as simetrias entre as faces. Além disso, a coloração translúcida
oscila com a coloração ferruginosa devido a intrusões de hematita, que é o principal mineral que constitui o
minério de ferro.
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Figura 1 - Cristal de quartzo
Fonte: Haluk Köhserli, iStock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos a amostra de um cristal de quartzo com intrusões de hematitas (minério de
ferro).
Vale mencionar, ainda, que os minerais, ao tomarem formas cristalinas, passam a apresentar elementos de
simetria, como eixos de rotação, planos de reflexão e centros de simetria. Isso de forma isolada ou se
combinando em agrupamentos geométricos.
2.1.2 Características gerais, tipos e classificação dos minerais
As características gerais quanto à composição de um mineral são dadas pelas análises química e física, a fim de
se determinar as proporções relativas dos diferentes elementos e do ambiente de formação. Assim, os minerais
são classificados entre metálicos e não metálicos.
Os possuem em sua composição elementos físicos e químicos metálicos (magnetita eminerais metálicos
hematita) que possibilitam a condução de calor e eletricidade, como o ferro, o alumínio e o cobre.
Os , por outro lado, não contêm em sua composição propriedades metálicas, podendominerais não metálicos
ser classificados em materiais de construção, matérias-primas de fertilizantes e minerais industriais; ou ser
utilizados sem processos industriais, como os agregados para concreto (areia, cascalho e brita) e da forma
industrializada, como o calcário (cimento).
Cabe ressaltar que alguns minerais (metálicos ou não metálicos) podem ser considerados como minérios, que
diz respeito a “[…] mineral(is) ou rocha de interesse econômico ou, ainda, rocha contendo mineral(is) de
interesse econômico suscetível(is) de ser extraído(s) e processado economicamente”(WINGE ., 2020). Dessaet al
VOCÊ QUER LER?
O livro “Mineralogia para principiantes: cristalografia”, de Marek Chvátal, traz conceitos
básicos para a identificação de minerais, suas propriedades físicas, químicas e estruturais,
além da cristalografia. Vale a pena ler e se aprofundar sobre a temática para agregar
conhecimentos!
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interesse econômico suscetível(is) de ser extraído(s) e processado economicamente” (WINGE ., 2020). Dessaet al
maneira, certos recursos energéticos são considerados minérios, pois possuem em sua composição elementos de
origem orgânica, a exemplo do petróleo, do gás natural e do carvão natural (hulha).
De modo geral, as principais características dos minerais estão relacionadas a critérios como cristalização, cor,
transparência, dureza, traço, fratura, densidade e clivagem.
Cor
Comportamento dos comprimentos de ondas absorvidos pela composição química.
Alguns possuem cor variável (alocromáticos), enquanto outros permanecem sempre da
mesma cor (idiocromáticos).
Transparência
Quantidade de luz que o mineral absorve ou reflete. Minerais de brilho metálico são
opacos, mas outros são transparentes ou translúcidos.
Dureza Propriedade em riscar (deixar traço) e não ser riscado.
Traço Cor do pó do mineral.
Fratura Tendência que um cristal possui em se quebrar, resultando na quebra do composto.
Densidade Gravidade específica, massa por unidade (peso do material).
Clivagem Tendência em se quebrar em determinadas direções.
Magnetismo Capacidade de atração magnética.
A água mineral, por exemplo, mesmo com o nome “mineral” associado, não é considerada um mineral
propriamente dito. Na realidade, ela corresponde a uma solução (mistura homogênea) com várias substâncias
químicas ou minerais dissolvidas. Ao percorrer regiões e profundidades do solo e ter contato com camadas de
rochas, acaba por dissolver e incorporar tais substâncias.
Agora que compreendemos as particularidades dos mineiras, vamos conhecer aqueles que são mais comuns no
Brasil? Vejamos o próximo item!
2.1.3 Minerais mais abundantes no país
Pode-se aferir que o território brasileiro é privilegiado quanto a reservas de minérios, ocupando destaque no
cenário mundial como um dos maiores produtores, junto à Rússia, ao Canadá, à China e à Austrália (BRASIL,
2019). As características geológicas do território propiciam esse cenário, pois ele se constitui, basicamente, de
VOCÊ SABIA?
Segundo o Código de Águas Minerais, de 1945, estas são fontes naturais ou artificialmente
captadas que possuem composição e propriedades físico-químicas distintas das águas comuns.
Trazem características que conferem a elas ação medicamentosa, sendo que as substâncias que
podem estar dissolvidas nas águas minerais são compostas de enxofre, sais e gases.
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2019). As características geológicas do território propiciam esse cenário, pois ele se constitui, basicamente, de
estruturas geológicas cristalinas (antigas) e bacias sedimentares.
Os escudos cristalinos ou crátons são áreas que se formaram no superéon pré-Cambriano (superior a 540
milhões de anos) e correspondem a aproximadamente 40% da superfície do país. Nesses terrenos antigos, as
rochas componentes predominam as metamórficas e ígneas, as quais agregam em sua composição minerais de
toda ordem.
Já as bacias sedimentares estão assentadas em escudos mais “jovens”, de idade pós-fanerozóica (inferior a 540
milhões de anos). Em algumas dessas regiões, formadas na era Paleozoica, ocorrem jazidas carboníferas;
enquanto que em terrenos da era Mesozoica existem as jazidas petrolíferas.
Os principais minérios explorados no país oscilam em tempos por conta do mercado internacional, o qual o
Brasil é dependente diante das exportações.
A figura a seguir traz um mapa com a localização das principais reservas minerais brasileiras. Nela, temos as
áreas (municípios) de reservas e extração mineral, em destaque para os principais minérios: alumínio, cobre,
cromo, estanho, ferro, manganês, nióbio, níquel, ouro, vanádio e zinco.
VOCÊ QUER VER?
O documentário “Serra Pelada: A Lenda da Montanha de Ouro”, dirigido por Victor Lopes,
investiga os fatos por trás da Serra Pelada, no Pará, durante a década de 1980, quando se
abrigou 100 mil pessoas atraídas pela possibilidade de enriquecimento. Na grande maioria dos
casos, o fato não se concretizou. Vale assistir e se inteirar a respeito!
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Figura 2 - Localização das principais reservas minerais brasileiras
Fonte: BRASIL, 2019, p. 3.
#PraCegoVer: na figura, temo o mapa do brasil com a localização das principais reservas minerais de alumínio,
cobre, cromo, estanho, ferro, manganês, nióbio, níquel, ouro, vanádio e zinco.
Em escala mundial, o Brasil está entre os três maiores produtores de ferro no mundo, junto com a Austrália e a
China. A extração se dá em jazidas do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais; da Serra dos Carajás, no Pará; e
do Maciço do Urucum, no Mato Grosso do Sul (BRASIL, 2019).
Na produção de bauxita e manganês, o país também está entre os maiores produtores, sendo que a extração do
principal elemento para a fabricação do alumínio ocorre na Serra do Oriximiná, no Pará. Já para o manganês, usa-
se os Carajás, o Quadrilátero Ferrífero e o Maciço do Urucum (BRASIL, 2019).
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2.2 Ciclo das rochas, características, identificação e 
classificação
As rochas são associações naturais de minerais agregados, normalmente cobrindo vastas áreas da crosta
terrestre, agrupadas de acordo com a sua origem em três grandes classes: ígneas, metamórficas e sedimentares.
Estas estão relacionadas aos ambientes de formação (GROTZINGER; JORDAN, 2013).
Existem três ambientes geológicos geradores de rochas, também ditos como petrogênicos: magmático,
metamórfico e sedimentar. As principais diferenças entre eles são definidas em termos de pressão, temperatura
e composição química (GROTZINGER; JORDAN, 2013).
Dessa forma, as rochas estão em constante modificação por diferentes processos geológicos, climáticos e, até
mesmo, biológicos. Tais processos dessa dinâmica são conhecidos como .Ciclo das Rochas
Teixeira . (2009) nos explicam que todas as rochas estão sujeitas ao intemperismo, à erosão, à sedimentação,et al
à diagênese, ao metamorfismo e ao magmatismo. Estima-se que, nas crostas continental e oceânica, um volume
de 95% das rochas sejam ígneas e metamórficas, sendo que apenas 5% são tidas como sedimentares. No entanto,
em termos de distribuição espacial (exposição superficial), as rochas sedimentares ocupam 75% das superfícies,
enquanto que os 25% restantes são rochas ígneas e metamórficas.
Na figura a seguir, temos o Ciclo das Rochas diante dos processos de erosão, transporte e deposição na gênese
das rochas sedimentares; compreensão e aquecimento das rochas metamórficas; e ascensão das rochas ígneas.
VAMOS PRATICAR?
O mineral halita, derivado do cloreto de sódio (NaCl) — ou seja, o popular sal de cozinha —,
pode ser fabricado em casa. Para tanto, pegue um recipiente como um copo longo, um palito,
um barbante, sal grosso (um grão), sal refinado e água.
A halita é resultado da cristalização da sublimação do sal, formando um novo cristal. Então,
você deve amarrar o grão de sal grosso no barbante e, com a outra ponta do barbante, amarrar
o palito. Ao colocar o barbante dentro do copo, com o palito apoiado na “boca” do recipiente
(servindo como ponte), o grão de sal grosso deve ficar pendurado sobre a água (1/4 do copo).
A água deve estar saturada com o sal refinado (duas a três colheres de sopa).
Assim, a sublimação do cloreto de sódio em temperatura ambiente vai se agregar ao grão de
sal — que também é formado por NaCl. Ao evaporar a água, deve-se renovar a solução salina.
Desse modo, o cristal de halita vai se formar e aumentar seu tamanho gradativamente.
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Figura 3 - Ciclo das Rochas
Fonte: TEIXEIRA et al., 2009, p. 151.
#PraCegoVer: na figura, temos a representação do Ciclo das Rochas ilustrando os processos de erosão,
transporte e deposição das rochas sedimentares; compreensão e aquecimento das rochas metamórficas; e
ascensãodas rochas ígneas.
O ambiente magmático se caracteriza, geralmente, por temperaturas elevadas (acima dos 800ºC) e pressões
variadas — baixas no caso do vulcanismo e muito altas no caso do plutonismo (interior da litosfera) —, variando
em intervalos que refletem diferentes profundidades, ocorrendo variações de composições químicas nos
minerais.
O ambiente sedimentar, estando sobre a superfície da Terra, caracteriza valores de temperatura e pressão
baixos, além de grande variabilidade na composição química dos materiais, o que proporciona transformações
como a oxidação, a carbonatação, a hidrólise e a hidratação.
Por fim, o ambiente metamórfico se caracteriza por intervalos de pressões e temperaturas, sendo que o
metamorfismo pode ser essencialmente térmico (de contato) ou regional, estreitamente ligado à formação de
cadeias montanhosas. As temperaturas não excedem, em regra, os 800ºC, que marca o início da fusão de
minerais e o começo do magmatismo.
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2.2.1 Rochas ígneas, metamórficas e sedimentares
As são aquelas formadas a partir de materiais fundidos no interior da Terra, dosrochas ígneas ou magmáticas
tipos intrusivas ou plutônicas. O material fundido recebe a denominação de “magma”.
O magma, ao extravasar e fluir sobre a superfície, recebe o nome de “lava”. Esta pode se solidificar em
subsuperfície e, nesse caso, dá origem a rochas plutônicas ou intrusivas, que podem ser abissais (grandes
profundidades, como o granito e o sienito) ou hipoabissais (médias profundidades, como o diabásio).
Quando a consolidação do magma é feita na superfície ou muito perto dela, as rochas se designam vulcânicas ou
extrusivas. Estas resultam do arrefecimento rápido do magma, pois a temperatura na superfície é inferior a que
se encontrava o magma. Assim, os minerais não têm tempo suficiente para se desenvolverem e, por isso,
apresentam dimensões muito reduzidas, por vezes até microscópicas.
A classificação de rochas ígneas pode ser feita de diversas formas, sendo, em geral, baseada em elementos
químicos e minerais presentes.
• Rochas extrusivas
Nas rochas extrusivas, os minerais são de pequenas dimensões e não se distinguem a olho nu, recebendo
a denominação de textura afanítica (TEIXEIRA ., 2009).et al
• Rochas intrusivas
Nas rochas intrusivas, por sua vez, tem-se variadas texturas: porfiróide (cristais bem desenvolvidos),
pegmatítica (cristais em grandes dimensões), aplítica (minerais em pequenos grãos) e granular
(minerais apresentam as mesmas dimensões) (TEIXEIRA ., 2009).et al
Entre as principais rochas ígneas, tem-se os basaltos, os granitos em diversas variedades (cores e texturas),
entre outras funções. Os basaltos, inclusive, são as rochas vulcânicas de fácil identificação e abundantes na crosta
terrestre. Eles podem formar paisagens exuberantes, decorrentes da intrusão de magma em fissuras de outras
rochas ou de antigas formações do próprio basalto.
Figura 4 - Colunas de basalto
Fonte: ollirg, iStock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos a vista de colunas de basalto, derivadas da intrusão de magma em fissuras de
•
•
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#PraCegoVer: na figura, temos a vista de colunas de basalto, derivadas da intrusão de magma em fissuras de
rochas.
Essencialmente, o metamorfismo significa “mudança na forma”. Para as , significa que elasrochas metamórficas
se formaram pela modificação química, mineralógica e estrutural ou uma combinação destas, em estado sólido,
em rochas preexistentes. Isso se dá a partir do estabelecimento de condições especiais de temperatura e pressão.
O processo de metamorfismo pode ser classificado de acordo com os agentes principais de atuação e ambiente
geotectônico, sendo que os mais comuns são denominados metamorfismo regional ou orogenético e
metamorfismo termal (de contato ou local).
O possui temperatura e pressão equilibradas, atinge grandes áreas e pode estar ligadometamorfismo regional
a movimentos orogenéticos na formação de cadeias de montanha, sempre acompanhado por deformação e
dobramento. O soterramento também corresponde a uma forma de metamorfismo regional, o qual surge quando
sequências sedimentares atingem grandes espessuras (TEIXEIRA ., 2009).et al
As altas temperaturas (superiores a 700ºC) causam em corpos magmáticos o .metamorfismo termal
Geralmente, ele atinge áreas de poucos quilômetros, sendo que as zonas não apresentam deformações,
ocorrendo ao longo de planos de zonas de cisalhamento ou falhas como resultado da deformação das rochas
dispostas na zona de movimento (TEIXEIRA ., 2009).et al
Assim, diante dos ambientes de formação, as rochas metamórficas adquirem características específicas, como
modificações no aspecto mineralógico (formação de novos tipos de minerais) e textural (alterações na
cristalização e bandamentos).
Entre as principais rochas metamórficas, pode-se citar o gnaisse, formado a partir do granito (rocha ígnea); e a
ardósia, que é uma rocha de metamorfização de baixo grau e possui composição silico-argilosa. Avançando no
processo do metamorfismo, tem-se — a partir da ardósia, que advém do pelito —, os filitos, o xisto e o
migmatito. Das rochas mais comuns, também temos o mármore, formado a partir do calcário (rocha sedimentar
e carbonato de cálcio).
O gnaisse é uma das rochas mais características do metamorfismo, facilmente identificável por ter estrutura
“dobrada”. Na figura a seguir, por exemplo, podemos observar os blocos que fazem parte de um antigo escudo
canadense e que foram desgastadas por ação de geleiras.
Figura 5 - Formações de gnaisses na Baía da Geórgia, no Canadá
Fonte: Dorin_S, iStock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos a paisagem de uma praia com rochas metamórficas, conhecidas como gnaisses.
Trata-se da Baía da Geórgia, no Canadá, com blocos de rocha que foram desgastados por geleiras.
Temos, ainda, as rochas da superfície terrestre, conhecidas como , que são continuamenterochas sedimentares
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Temos, ainda, as rochas da superfície terrestre, conhecidas como , que são continuamenterochas sedimentares
alteradas por agentes naturais, como água, intempéries climáticas, gases atmosféricos e ação dos seres vivos.
Os produtos resultantes das alterações podem ser detríticos, como pedras soltas, areia, frações finas de solo e
sedimentos minerais (rochas detríticas); ou tudo pode se dissolver na água (rochas carbonáticas).
As rochas sedimentares, portanto, sofrem longos processos de transformações, os quais se iniciam com as
alterações físicas dos fragmentos e terminam na diagênese ou litificação. Elas possuem porosidade,
permeabilidade, estratificação e baixa resistência mecânica, podendo conter fósseis. Suas espessuras raramente
ultrapassam os dois quilômetros (TEIXEIRA ., 2009).et al
A diagênese corresponde ao conjunto de processos situados entre a sedimentação e o metamorfismo, que atuam
sobre os sedimentos provocando a compactação e formação de rochas. No processo, os sedimentos perdem
volume (redução) devido ao peso (gravidade) com a deposição. Assim, os espaços “vazios” vão se reduzindo,
enquanto que os sedimentos começam a se agregar e compactar, tornando-se mais resistentes e adquirindo
aspecto de rocha.
Entre as principais rochas sedimentares, temos as detríticas, classificadas, principalmente, pelo tamanho dos
grãos. Os grãos em tamanho de areia (grossa, média) formam os arenitos; e os grãos finos de silte formam o
siltito. Além disso, os grãos finos de tamanho de argila formam o argilito, podendo ocorrer o pelito na litificação
de lamas (silte e argila).
Na figura na sequência, temos a formação de montanhas sedimentares, que correspondem a formações de
arenito com alto grau de intemperismo (desgaste).
Figura 6 - Formações montanhosas do Grand Canyon, nos Estados Unidos
Fonte: mason01, iStock, 2020.
: na figura, temos a paisagem de montanhas areníticas, denominadas montanhas da garganta#PraCegoVer
vermelha, localizadas no Grand Canyon, nos Estados Unidos.
Outros tipos são as rochas carbonáticas, as quais revelam as condições químicas do ambiente onde esse tipo de
sedimentação ocorreu. Os ambientesde sedimentação carbonáticas se dão em regiões marinhas, em águas de
temperatura elevada, rasas e com organismos construtores de recifes. A rocha sedimentar carbonática mais
comum é o calcário.
- -13
2.2.2 Solos e transporte de sedimentos
Na crosta terrestre, é possível observar os agentes climáticos agindo sobre as rochas, causando o intemperismo,
ou seja, a alteração das características físicas e químicas do material exposto, formando o chamado manto de
. Na parte superior desse manto, formam-se os solos pelo processo denominado pedogênese.intemperismo
O manto de intemperismo pode ser afetado pela erosão, a partir do deslocamento ou transporte dos materiais,
levando-os pela força da gravidade para uma bacia de sedimentação, onde podem ser compactados e
transformados em rocha sedimentar pelo processo de litificação. O material pode ser, também, transformado em
solo, devido a fatores físicos, químicos e biológicos.
Os sedimentos são fragmentos de rochas e solos deteriorados em frações, com dimensões em microns até
centímetros. Tratam-se da matéria-prima das rochas sedimentares, sendo que, ao passarem pelo processo de
intemperismo, formam os solos.
De acordo com Teixeira . (2009), a “lavagem” da camada superficial do solo, transportando sedimentos paraet al
os cursos d’água, denomina-se . As águas dos mares e oceanos, devido à formação das ondas, tambémlixiviação
atuam nesse processo por meio do desgaste das rochas da costa, que se transformam em sedimentos devido ao
atrito dos choques e das dissoluções químicas. As areias das praias são um exemplo desses sedimentos expostos.
Outro aliado corresponde aos ventos, que atuam na modelagem do relevo, desgastando as rochas ao longo do
tempo e transportando sedimentos para outras regiões, ou, até mesmo, depositando-se (falésias, dunas e bancos
de areia).
As correntes fluviais podem transportar a carga sedimentar de diferentes maneiras (suspensão e rolamento). Na
figura a seguir, por exemplo, temos uma planície fluvial em um vale encaixado.
Figura 7 - Planície fluvial em vale encaixado
Fonte: SusanneSchulz, iStock, 2020.
: na figura, temos a paisagem de um rio e sua planície #PraCegoVer
fluvial. É possível observar no curso d’água sedimentos carregados 
e depositados, bem como o leito maior da planície de inundação 
com solo desenvolvido, atestado pela presença de vegetação.
- -14
Observe que, nos leitos menor e médio — delimitados entre o canal 
de escoamento e as margens nos primeiros metros —, existe a 
presença de sedimentos suspensos e depositados. No entanto, no 
leito maior, na planície de inundação — regularmente ocupada 
pelas cheias (periódicas ou sazonais) —, evidenciam-se os solos 
desenvolvidos (provavelmente gleissolos e neossolos) pela 
presença de cobertura vegetal.
2.3 Intemperismo e erosão
Tanto o intemperismo quanto a erosão atuam na transformação do relevo terrestre e na formação de novas
paisagens. São dois processos naturais, nos quais ocorrem o desgaste e transporte de sedimentos.
Em formações geológicas mais antigas, a percepção da ação desses processos se torna evidente, em que o
intemperismo e a erosão agem de forma complementar, porém não podem ser confundidos.
Erosão
Corresponde ao processo de transporte de partículas e fragmentos de materiais das rochas desagregadas ou
decompostas pelos agentes do intemperismo.
Intemperismo
Conjunto de processos que ocasionam a desintegração e decomposição das rochas, seja por agentes
atmosféricos, seja por agentes biológicos (meteorização). Ele auxilia na formação dos solos a partir de rochas
sujeitas à sua ação.
Podem-se distinguir dois tipos principais de intemperismo: físico (desintegração) e químico (decomposição). A
ação biológica ou intemperismo biogênico, em alguns casos, corresponde a um fator desse processo em que as
ações comandadas por espécies animais e vegetais se manifestam de forma mecânica e química.
A erosão corresponde não somente a um fator isolado, mas, sim, a todo um processo de desbaste da superfície
VAMOS PRATICAR?
As rochas estão em todos os lugares. Investigue os materiais de construção e os monumentos
ao seu redor. Mesmo em objetos manufaturados, sempre encontraremos rochas. Ao avistar,
note se há cristais ou grãos e se a superfície é arenosa, lisa ou homogênea.
Sendo rochas ígneas, será possível observar cristais arranjados ao acaso, escuros e
esverdeados. Em caso de rochas metamórficas, teremos cristais arranjados em bandas
(camadas) e com textura manchada. Por fim, as rochas sedimentares podem conter fósseis,
bandadas e arenosas se desintegrando facilmente.
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A erosão corresponde não somente a um fator isolado, mas, sim, a todo um processo de desbaste da superfície
terrestre, com a remoção de partículas do solo ou fragmentos de rocha. Ela é fundamental para a dinâmica do
Planeta, dando seguimento àquilo que foi iniciado pelo intemperismo.
As rochas, os solos e a cobertura vegetal sofrem a ação de agentes erosivos (águas pluviais e fluviais, vento, gelo,
correntes, marés e embate de ondas). A força da gravidade é essencial na distribuição dos materiais
desagregados, os quais se acumulam em sítios preferenciais ou transitórios, como a base de vertentes e planícies
fluviais; ou mais definitivos, como as bacias sedimentares.
Os processos erosivos podem ser tipificados de acordo com o agente dinamizador dos fenômenos, sendo agentes
hídricos (fluvial, marinho) e eólicos. Alguns condicionantes naturais e antrópicos podem interferir de modo a
acelerar a velocidade e magnitude do processo erosivo, como as chuvas (impacto, escoamento), as feições do
relevo (declividade, rampa e forma da vertente), os tipos de solos (morfologia), o substrato rochoso e a
cobertura vegetal.
Teixeira . (2009) mencionam que a (fluvial, marinho), normalmente, transporta soloset al erosão hídrica
desagregados pela ação da energia superficial oriunda das chuvas, de acordo com as etapas de impacto da chuva,
a desagregação de partículas, a remoção e o transporte pelo escoamento superficial.
Ocorrem, assim, duas formas de erosão hídrica:
• , cujo processo de remoção da camada de solo corresponde a um laminar (em lençol ou superficial)
fluxo hídrico não concentrado, “espalhando-se” feito lâminas;
• linear (ou sulcos), que decorre da ação do escoamento hídrico superficial concentrado em diminutas 
incisões na superfície, as quais seguem perpendiculares a curvas de nível. Podem avançar em maiores 
dimensões e complexidade, como as ravinas e boçorocas.
De característica linear, as ravinas são o resultado do escavamento da água sobre o solo, atingindo horizontes
inferiores. Em média, apresentam profundidades superiores a 50 centímetros. Além disso, possuem forma
retilínea, alongada e estreita; e ocorrem entre eixos de drenagens, muitas vezes associadas a estradas, trilhas de
gado e carreadores (INFANTI JR.; FORNASARI FILHO, 1998).
Por outro lado, as boçorocas ou voçorocas se devem à ação combinada das águas do escoamento superficial e
subterrâneo. Elas alcançam grandes profundidades, sendo ramificadas, chegando ao nível freático,
comprometendo todas as estruturas (INFANTI JR.; FORNASARI FILHO, 1998).
Prosseguindo, temos que em rochas e solos em ambientes litorâneos ocorre a . O desgaste daserosão marinha
superfícies se dá pela ação das ondas dos mares e oceanos. O solapamento em linhas de costa são os principais
problemas decorrentes, uma vez que são áreas ocupadas por populações humanas.
Finalmente, a corresponde à ação combinada dos ventos e da gravidade na desagregação eerosão eólica
remoção de partículas que possam ser transportadas (dimensões e massa). Assim, todo o processo se dá por
meio do atrito das partículas sólidas carregadas, as quais desgastam superfícies expostas.
2.3.1 Tipos de intemperismo e seus produtos
O conjunto de processos que levam à desintegração e decomposição das rochas pode ser classificado em dois
tipos principais: intemperismo de desintegração (físico) e intemperismo de decomposição (químico).
Entre as principais formas de — os quaiscorrespondem à ação de esforços mecânicosintemperismo físico
sobre as rochas —, destacam-se:
• abrasão: promove a pulverização ou redução do tamanho de rochas e minerais a partir do impacto e 
atrito de partículas em movimento;
• descompressão: desagregação por alívio de carga (rochas que foram sujeitas a forças compressivas);
• contração térmica (expansão): conforme a temperatura da rocha muda, seu volume também tende a 
se modificar;
• congelamento e degelo: a água congela e descongela, causando desintegração das rochas e as levando 
por forças de expansão;
• cristalização de sais: desintegração das rochas por processo de fragmentação da rocha na forma físico-
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• cristalização de sais: desintegração das rochas por processo de fragmentação da rocha na forma físico-
mecânica, em um processo cíclico, em que os sais, ao se misturarem com a água, precipitam-se, formando 
cristais.
Diante das formas de intemperismo, alguns agentes externos contribuem no processo, como fatores climáticos.
Expansões e contrações da rocha — produzidas por variações de temperatura, repetidas seguidamente —
provocam fraturas que alargam a estrutura do elemento e acabam por desintegrá-lo.
O gelo também atua exercendo pressão sobre as paredes da rocha, pois o volume da água aumenta em torno de
10% no processo de solidificação. Assim, as fendas das rochas preenchidas com água, ao se congelarem, causam
rupturas e fragmentam estruturas em um processo muito eficiente.
Agora, quanto as principais formas de , elas correspondem à ação de substânciasintemperismo químico
presentes na água sobre a rocha (água solvente universal). Desse modo, quanto maior a superfície de contato
entre dois reagentes, mais rápido será o produto dessa reação.
Nesse sentido, destacam-se os processos de:
• hidratação: atuação do dipolo da água (associações moleculares com outras substâncias entre o átomo 
de oxigênio e os dois de hidrogênio), formando minerais hidratados;
• dissolução: transformação total do mineral em compostos solúveis, como a formação de cavernas e 
dolinas pela acidulação da água (formação do ácido carbônico);
• hidrólise: reações entre águas com feldspatos e outros silicatos, gerando argilominerais 
(“decomposição” pela água);
• oxidação: os minerais ferrosos (hematita, limonita, magnetita e siderita) presentes nas rochas, ao 
reagirem com a água, oxidam-se (enferrujam);
• acidólise: ocorre em ambientes de baixa temperatura, com a presença de ácidos orgânicos;
• cristalização: água que circula pela rocha e contém sais dissolvidos. Com a evaporação, os sais se 
precipitam, cristalizando-se e exercendo pressão sobre fraturas da rocha, desagregando-a. É um 
fenômeno comum em regiões costeiras, em que as fraturas são preenchidas por água do mar, que é rica 
em sais.
De maneira geral, o papel do clima é preponderante na determinação do tipo e da eficácia do intemperismo, seja
físico, seja químico. Na figura a seguir, temos os diferentes tipos de intemperismo no continente americano e
uma correlação entre zonas climáticas do continente (fatores climáticos) e o predomínio (gradual) de
determinado tipo de intemperismo (físico ou químico).
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CASO
No ano de 2010, o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai assinaram um acordo multilateral
sobre o Aquífero Guarani. Um dos objetivos foi ampliar os níveis de cooperação para maior
conhecimento científico sobre o Sistema Aquífero Guarani e a gestão responsável de seus
recursos.
Considerado o maior reservatório subterrâneo de água doce do Planeta, o Aquífero Guarani
possui cerca de 1,2 milhão de km², estendendo-se desde a Bacia Sedimentar do Paraná até a
Bacia do Chaco. No Brasil, estende-se pelo subsolo de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,
Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (SENADO FEDERAL, 2017).
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Figura 8 - Diferentes tipos de intemperismo no continente americano
Fonte: TEIXEIRA et al., 2009, p. 153.
#PraCegoVer: na figura, temos o mapa do continente americano, demonstrando as relações entre os variados
climas do continente e os diferentes regimes de intemperismo.
O intemperismo físico predomina nas áreas onde temperatura e pluviosidade são baixas. Em contrapartida, em
temperaturas e pluviosidades mais elevadas, o intemperismo químico é favorecido.
2.3.2 Processos de formação de solo e cursos hídricos
Os processos fluviais (formação e dinâmica de um rio) estão relacionados aos de sedimentação, transporte,
deposição e, sobretudo, erosão. As correntes fluviais carregam cargas sedimentares de diferentes maneiras, de
acordo com a granulação das partículas e das características da própria corrente.
O entendimento dos processos de formação dos cursos hídricos e solos buscam apresentar os elementos
fundamentais para as relações litoestruturais com o relevo e os solos.
Os constituem canais naturais de água, definidos e de fluxo permanente e sazonal para umcursos hídricos
oceano, lago ou outro rio. A dinâmica está atrelada aos processos fluviais, como erosão, transporte e
sedimentação.
Diante das características mineralógicas, texturais e estruturais, os corpos rochosos respondem diferentemente
à ação dos processos exógenos, influenciando nas formas de relevo, dos cursos hídricos e nos tipos de solo
(GUERRA; SILVA; BOTELHO, 1999). Assim, pode-se afirmar que o é o resultado da ação conjugada desolo
fatores físicos, químicos e biológicos, em função dos quais se apresenta sob diversos aspectos. Todo solo tem sua
origem imediata ou remota na ação do intemperismo sobre as rochas.
Quando o solo é resultante do processo de intemperismo, permanece no próprio local em que se deu o
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Quando o solo é resultante do processo de intemperismo, permanece no próprio local em que se deu o
fenômeno, chamado de “residual”. No entanto, quando é transportado pelas águas por enxurradas, causando
escoamento superficial; canais de drenagem; gravidade; ou vento, o solo se denomina “transportado” ou
“sedimentar” (solo aluvial, coluvial, eólico e orgânicos).
Os solos se diferenciam de acordo com textura, cor, estrutura e densidade. Para a formação dos solos residuais, é
necessário que a velocidade de decomposição da rocha exceda a velocidade com que os produtos da
decomposição foram removidos.
Eles ainda possuem uma morfologia específica, sendo que essas formas são visíveis diante dos “perfis” do solo,
os quais podem variar de um local para outro devido a fatores de formação. Durante o processo de pedogênese
(fatores físicos e químicos), responsável pela evolução dos perfis de solos, ocorre a diferenciação dos horizontes.
De maneira geral, os horizontes principais são denominados por letras. Na figura na sequência, temos a dinâmica
da formação do solo como um resíduo do intemperismo.
VOCÊ O CONHECE?
Vassilii Dokuchaev foi um geógrafo russo, fundador da ciência do Solo. Dokuchaev constatou
que os solos eram constituídos por uma sucessão vertical de camadas horizontais, resultantes
da ação conjunta de fatores físicos, químicos e biológicos. Essa sequência de horizontes é
chamada de “perfil do solo”. Pesquise sobre essa personalidade e aprofunde seus
conhecimentos!
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Figura 9 - Estrutura das camadas de solo
Fonte: NeutronStar8, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, há um bloco de um perfil de solo com suas respectivas camadas: orgânica (A),
superfície (A ), subsolo (B), material parental (C) e base rochosa (D). Respectivamente, temos o húmus; a
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orgânica com minerais; a de areia, silte e argila; a de mineral material; e a rocha-mãe.
Observe que o perfil de solo, com suas respectivas camadas, denotam os estágios de formação (quanto mais
baixo, mais antigo) e o grau de transformações e interações químicas e biológicas decorrentes.
Temos, assim, a camada superficial orgânica, com humus (A); a camada orgânica com a presença de minerais
(A1); a camada de areia, silte e argila (B); a camada de material mineral (C); e, por fim, a camada da rocha-mãe
(D).
VAMOS PRATICAR?
Identificar os perfisde um solo pode revelar importantes informações não somente sobre ele,
mas a respeito de toda a região.
Em primeiro lugar, deve-se observar a paisagem em que o solo se situa (baixada, morro, plana,
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Conclusão
Chegamos ao fim de mais uma unidade. Aqui, você conheceu a importância dos minerais na composição das
rochas, bem como da sua utilização, como minérios. Estudou, ainda, que as rochas se diferenciam, sobretudo,
pelo ambiente de formação, sendo que todas estão sujeitas ao desgaste, conhecido como intemperismo; seguido
pela erosão. Diante do tempo, forma-se uma nova rocha (sedimentar) ou solo. Ademais, os cursos hídricos são
canais naturais de água, cuja dinâmica está atrelada aos processos fluviais, como erosão, transporte e
sedimentação.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender que o mineral é uma substância homogênea e sólida de origem inorgânica, cujo surgimento na 
crosta terrestre ocorre de forma natural;
• conhecer as reservas de minérios brasileiras: alumínio, cobre, cromo, estanho, ferro, manganês, nióbio, 
níquel, ouro, vanádio e zinco;
• descobrir que rochas são associações naturais de minerais agregados, cobrindo a crosta terrestre, 
agrupadas de acordo com a sua origem, classificadas como ígneas, metamórficas e sedimentares;
• entender que a erosão corresponde ao processo de transporte de partículas e fragmentos de materiais 
das rochas desagregadas ou decompostas pelos agentes do intemperismo;
• compreender que o intemperismo, assim como a erosão, atua na transformação do relevo terrestre e na 
formação de novas paisagens, sendo que o clima é um dos fatores mais importantes;
• refletir sobre as interferências humanas nos processos erosivos, pois podem afetá-los de forma a 
acelerar a velocidade dos processos.
Bibliografia
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GROTZINGER, J.; JORDAN, T. . 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.Para entender a Terra
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INFANTI JR., N.; FORNASARI FILHO, N. Processos de dinâmica superficial. : OLIVEIRA, A. M. S.; BRITO, S. N. A.In
Em primeiro lugar, deve-se observar a paisagem em que o solo se situa (baixada, morro, plana,
mata, gramado, lavoura etc.). Escolha um pequeno local e aproveite um corte (barranco) ou
cave uma trincheira. O que vale é expor uma face vertical, com profundidade de uns dois
metros.
Conforme se examina de cima para baixo, é possível notar os diferentes horizontes do solo, de
distintas cores e consistências. Assim, marcam-se as transições e diferenças entre elas.
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http://www.anm.gov.br/dnpm/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-mineral/anuario-mineral/anuario-mineral-brasileiro/amb_2018.pdf
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INFANTI JR., N.; FORNASARI FILHO, N. Processos de dinâmica superficial. : OLIVEIRA, A. M. S.; BRITO, S. N. A.In
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http://sigep.cprm.gov.br/gloss�rio/
	Introdução
	2.1 Minerais
	2.1.1 Composição química e estrutura cristalina dos minerais
	2.1.2 Características gerais, tipos e classificação dos minerais
	2.1.3 Minerais mais abundantes no país
	2.2 Ciclo das rochas, características, identificação e classificação
	2.2.1 Rochas ígneas, metamórficas e sedimentares
	Rochas extrusivas
	Rochas intrusivas
	2.2.2 Solos e transporte de sedimentos
	2.3 Intemperismo e erosão
	2.3.1 Tipos de intemperismo e seus produtos
	2.3.2 Processos de formação de solo e cursos hídricos
	Conclusão
	Bibliografia

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