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OMF I Fisiologia Lucas Silva Função Tubular Após o filtrado glomerular entrar nos túbulos renais, ele flui pelas porções sucessivas do túbulo. o Túbulo proximal, alça de henle, túbulo distal, túbulo coletor e ducto coletor. Excreção urinária = (Filtração glomerular – Reabsorção tubular) + Secreção tubular Características da reabsorção tubular ▪ Reabsorção de grandes quantidades de soluto e água ▪ Seletividade durante o processo de reabsorção – apenas aqueles elementos que possuem canais na membrana tubular ou que possuem proteínas carreadoras e capacidade de difusão. ▪ Pequenas alterações na filtração glomerular ou na reabsorção tubular são capazes de causar alterações significativas na excreção urinária. Ex: Conc. plasmática de glicose = 1g/L Quantidade de glicose filtrada = 180L/dia Filtração = 180L/dia x 1g/L Filtração = 180g/dia ▪ Limiar renal → Capacidade máxima de reabsorção dos solutos. Se o soluto estiver acima do Limiar renal, o seu excedente aparecera na urina. Ex. Diabetes ▪ Inclui mecanismos ativos e passivos. Voltado para o lúmen, as células tubulares apresentam vilosidades (borda em escova). → Promove uma maior área de reabsorção de solutos e água. Ou seja, transportar os elementos do lúmen tubular para o interstício (espaço entre os túbulos e os capilares sanguíneos). ▪ A reabsorção através do epitélio tubular, para o liquido intersticial, inclui transporte ativo ou passivo. Via transcelular – Ocorre quando o soluto/água é transportado através da membrana tubular, atravessam toda a célula e são direcionados para o interstício. Mas para isso é preciso a presença de proteínas transportadoras e canais (se o soluto não for permeável a membrana deve haver um canal que permita a sua entrada ou uma proteína de transporte). Via Paracelular – Ocorre quando o soluto/água passa através dos espaços juncionais existentes entre as células (junções comunicantes) e vão para o canal intersticial. Efeito Draga – ocorre pela força de pressão coloidosmótica do fluxo sanguíneo renal da arteríola eferente (devido à alta contração de albumina/proteínas) e essa pressão apresenta grande poder de atração da água e por ser muito grande acaba reabsorvendo diversos solutos juntos. ▪ Reabsorção de água e solutos filtrados, do lúmen tubular através das células epiteliais tubulares, interstício renal e de volta ao sangue. ▪ Os solutos são transportados através das células (via transcelular), por difusão passiva ou transporte ativo, ou entre as células (via paracelular), por difusão. Transporte ativo primário através da membrana. ▪ Bomba Na-K-ATPase, está presente na membrana voltada para a região intersticial/capilar peritubular, uma vez que a sua função é o transporte ativo de Sódio e Potássio (2K para 3Na). ▪ A bomba hidrolisa ATP e usa a energia liberada para transportar íons sódio para fora de célula, Função Tubular OMF I Fisiologia Lucas Silva em direção ao interstício e o potássio é transportado no sentido contrário, para o interior da célula. ▪ À medida que esse transporte é feito a concentração de sódio no citosol das células tubulares diminui e isso gera uma diferença de concentração entre a luz tubular e a celular tubular. ▪ A formação do gradiente eletroquímico na membrana tubular favorável a entrada de sódio do lúmen tubular. ▪ A reabsorção resultante dos íons sódio, do lúmen tubular de volta ao sangue, envolve três etapas: 1. O sódio se difunde através da membrana luminal (apical) para dentro da célula, a favor do gradiente estabelecido pela bomba sódio-potássio, na porção basolateral da membrana. 2. O sódio é transportado, através da membrana basolateral, contra o gradiente pela bomba sódio-potássio. 3. Sódio, água e outras substâncias são reabsorvidos do líquido intersticial para os capilares peritubulares, processo passivo movido pelos gradientes de pressão hidrostática e coloidosmótica. Transporte ativo secundário através da membrana. ▪ Nesse transporte duas ou mais substancias interagem com uma proteína especifica de membrana (transportadora) e são ambas transportadas pela membrana. ▪ Quando o sódio se difunde por seu gradiente eletroquímico, a energia liberada é utilizada para mover outra substância (p. ex. glicose) contra o gradiente eletroquímico. ▪ O transporte ativo secundário não necessita de energia diretamente do ATP, a fonte de energia é liberada pela difusão facilitada de outra substancia transportada a favor de seu gradiente eletroquímico. ▪ Após entrarem nas células, essas substancias (glicose e aminoácidos, principalmente) saem pela membrana basolateral por difusão, movidas pelas concentrações elevadas de glicose e AA na célula. ▪ Para a reabsorção da glicose, o transporte ativo secundário ocorre na membrana luminal, mas a difusão facilitada passiva ocorre na membrana basolateral, e a captação passiva por ultrafiltração ocorre nos capilares peritubulares. A célula superior mostra o cotransporte de glicose e de aminoácidos juntamente com íons sódio, através do lado apical das células epiteliais tubulares, seguido por difusão facilitada, através das membranas basolaterais. A célula inferior mostra o contratransporte de íons hidrogênio do interior da célula através da membrana apical e para dentro do lúmen tubular; o movimento de íons sódio para a célula, a favor do gradiente eletroquímico estabelecido pela bomba sódiopotássio na membrana basolateral, fornece energia para o transporte dos íons hidrogênio da célula para o lúmen tubular. OMF I Fisiologia Lucas Silva Difusão facilitada: Ocorre através de uma proteína transportadora de membrana (ex. GLUT – transportadora de glicose). Transporte mediado por carreadores: ▪ Apresenta algumas características ▪ Especificidade: as proteínas transportadoras são especificas para o determinado soluto. ▪ Saturação: ➔ Limiar renal para glicose: 180mg/dL, essa é a concentração em que toda a glicose é reabsorvida pelos capilares e caso esse valor aumente, os carreadores ficam saturados e ocorre o aparecimento de glicose na urina. ▪ Competição: Ocorre quando um composto compete com um soluto pelo sitio ativo da proteína carreadora, e inativa o transporte da proteína. Relações entre a carga filtrada de glicose, a reabsorção de glicose pelos túbulos renais e a excreção de glicose na urina. O transporte máximo é a intensidade máxima com que a glicose pode ser reabsorvida dos túbulos. O limiar para glicose refere-se à carga filtrada de glicose, na qual a glicose começa a ser excretada na urina. A reabsorção passiva de água por osmose está acoplada principalmente à reabsorção de sódio. ▪ A diferença de concentração entre o túbulo (menor) e o espaço intersticial (maior) provoca a osmose na mesma direção em que os solutos são transportados, do lúmen tubular para o interstício renal. ▪ O túbulo proximal é altamente permeável à água e grande parte desse fluxo osmótico ocorre nas junções oclusivas entre as células epiteliais. ▪ Várias na reabsorção de sódio influenciam diretamente na reabsorção de água e de outros solutos. ▪ No ramo ascendente da alça de Henle, a permeabilidade à água é sempre baixa, praticamente não ocorre reabsorção de água, apesar de grande gradiente osmótico. ▪ O hormônio antidiurético (ADH) aumenta muito a permeabilidade de água nos túbulos renais e coletores. A reabsorção de água, cloreto e ureia está acoplado diretamente a reabsorção de sódio. Reabsorção tubular ao longo do néfron Atenção: É o balanço na reabsorção de sódio que implica na reabsorção de outros solutos, por isso o sódio será usado como exemplo. Reabsorção no Túbulo contorcido proximal (TCP) ▪ É onde ocorre a maior quantidade de reabsorção de sódio em termos de proporção. 67% do NaCl, K e água → Isotônico, uma vez queapresentam as mesmas proporções. ▪ É nessa região que se encontra a borda em escova, que aumenta a área de reabsorção. ▪ Na membrana apresentam aquaporinas, proteínas transportadoras e Na-K-ATPase, que é OMF I Fisiologia Lucas Silva a grande responsável por impulsionar o processo de reabsorção tubular. ▪ Na primeira metade do túbulo proximal o sódio é reabsorvido por cotransporte com glicose, aminoácidos e outros solutos. ▪ Na segunda metade do túbulo proximal, a glicose e alguns aminoácidos são reabsorvidos e o sódio é reabsorvido com íons cloreto. O túbulo proximal também é local importante para secreção de ácidos e bases orgânicos, como sais biliares, oxalato, urato e catecolaminas. Além disso, no TCP ocorre a maior quantidade de reabsorção de bicarbonato (HCO3-), reabsorvendo cerca de 90%. O bicarbonato é um dos responsáveis pelo tamponamento sanguíneo, mantendo o sangue no pH ideal e por isso não se deve perder esse íon na urina. ➔ A parte luminal da membrana das células tubulares são impermeáveis ao bicarbonato e para ocorrer a reabsorção desse íon haverá secreção de prótons de hidrogênio (H+) para a região do lúmen tubular e, a partir da enzima anidrase carbônica, haverá a formação de ácido carbônico (a partir do hidrogênio e íon bicarbonato) que se dissocia em agua e CO2, o CO2 passa livremente pela membrana das células tubulares e o CO2 reage com agua no citosol formando ácido carbônico novamente, que se dissocia formando íons hidrogênio e bicarbonato. Esse bicarbonato formado no citosol é transportado, junto com sódio, por uma proteína transportadora para a região intersticial e para os capilares peritubulares. (o Hidrogênio é secretado novamente para a região do lúmen e o ciclo continua). Reabsorção de Glicose: A glicose entra na célula tubular a partir do transporte ativo secundário, porém para a sua secreção para a passagem intersticial e peritubular é necessário a presença da proteína GLUT. ▪ Na segunda metade do túbulo proximal o sódio é reabsorvido juntamente com o cloro ▪ Na segunda metade do túbulo proximal, a concentração mais elevada de cloreto favorece a difusão desse íon do lúmen do túbulo pelas junções intercelulares para o líquido intersticial. OMF I Fisiologia Lucas Silva Transporte de Soluto e água na Alça de Henle ▪ A alça de henle consiste em três seguimentos: descendente fino, ascendente fino e ascendente espesso. ▪ O ramo ascendente grosso reabsorve aproximadamente 25% do sódio. ▪ Na alça de henle, é a proteína sódio-potassio- 2cloros, presente na membrana da face luminal, que realiza essa reabsorção. ▪ A porção descendente do segmento fino é muito permeável à água e moderadamente permeável à maioria dos solutos, incluindo ureia e sódio. ▪ O componente ascendente, incluindo a porção fina e espessa, é praticamente impermeável à água. ▪ O segmento espesso da alça de henle tem células epiteliais espessas que apresentam alta atividade metabólica e são capazes de reabsorção ativa de sódio, cloreto e potássio. ▪ Ocorre reabsorção paracelular significativa de cátions, como Mg++, Ca++, Na+ e K+, no componente ascendente espesso, devido à carga ligeiramente positiva do lúmen tubular em relação ao líquido intersticial Diuréticos de alça (furosemida) – compete com o cloro pela posição na proteína transportadora Na-K-2Cl, impedindo o seu funcionamento e consequentemente cessando a reabsorção. Assim a permanência desse sódio no fluido tubular ocasiona a permanência também da água, inibindo a reabsorção dessa. Assim o indivíduo elimina maior quantidade de urina e água, e isso diminui a pressão arterial devido à perda de volume circulante. Túbulo Distal e Ducto Coletor: ▪ Em conjunto reabsorvem cerca de 7% do Na ▪ Na parte final do túbulo distal e ductos coletores existem: Células principais: responsável por reabsorver sódio e secretar potássio. A reabsorção de sódio nessa região depende da secreção de potássio. A Na-K-ATPase secreta sódio para o interstício e gera um gradiente eletroquímico favorável a entrada de sódio da região do fluido tubular. Mas devido ao princípio da isoneutralidade, a entrada de um íon positivo implica na perda de um íon positivo para não haver alterações na carga da membrana. A secreção de potássio por essas células do sangue para o lúmen tubular envolve duas etapas: o O potássio entra na célula por ação da bomba de sódio-potássio ATPase, que mantém concentração intracelular elevada de potássio; o Uma vez na célula, o potássio se difunde, a favor de seu gradiente de concentração, através da membrana luminal para o líquido tubular. OMF I Fisiologia Lucas Silva ▪ As células principais são os locais de ação dos diuréticos poupadores de potássio. Esses diuréticos bloqueiam a entrada de sódio, diminuindo a função da bomba, logo se a bomba não consegue reabsorver sódio, também não vai conseguir secretar potássio, desse modo, diminui a secreção de potássio, economizando a quantidade de potássio do organismo. Os antagonistas da aldosterona competem com a aldosterona pelos locais de ligação na célula e, portanto, inibem os efeitos da aldosterona de estimular a reabsorção de sódio e a secreção de potássio. Bloqueadores do canal de sódio inibem, diretamente, a entrada de sódio nos canais de sódio. Células intercaladas: Reabsorvem íons potássio e secretam íons hidrogênio para o lúmen tubular e, portanto, desempenham papel importante na regulação ácido-base. o Tipo A: secretam H+ mediante um transportador de hidrogênio-potássio- ATPase e reabsorvem íons bicarbonato em situações de acidose. o Tipo B: apresenta função oposta ao tipo A e secreta bicarbonato para o lúmen tubular, enquanto reabsorvem íons H+ em situações de alcalose. ▪ As células tipo A apresentam hidrogênio- ATPase e hidrogênio-potássio-ATPase na membrana luminal e secretam íons hidrogênio enquanto reabsorvem íons bicarbonato e potássio, em caso de acidose. ▪ Nas células tipo B, os transportadores de hidrogênio-ATPase e hidrogênio- potássioATPase estão localizados na membrana basolateral e reabsorvem íons hidrogênio, enquanto secretam íons bicarbonato e potássio em situações de alcalose. OMF I Fisiologia Lucas Silva ▪ Na presença da aldosterona, responsável pela reabsorção de sódio, canais de sódio são criados na membrana tubular e assim o sódio é reabsorvido. ▪ O ADH age nos túbulos distais e ductos coletor, na presença desse hormônio as células expressam a formação de aquaporinas e assim a água é reabsorvida nessa região. ▪ Em casos de hipotensão arterial, um dos mecanismos para regular essa baixa é aumentar o volume sanguíneo circulante. Para isso é preciso o sódio e água. Quando a pressão diminui um menor fluxo sanguíneo chega para o rim e isso ativa a secreção de renina pelos rins, por sua vez a renina ativa a formação da angiotensina II e consequentemente a secreção da Aldosterona, que ira aumentar o volume circulante no sangue, isso é feito através da ativação de canais de sódio na membrana das células tubulares e isso aumenta a reabsorção de sódio e consequentemente de agua. Além disso a formação da Angiotensina II age na hipófise posterior estimulando a secreção de ADH, que vai agir no rim produzindo canais de água nos túbulos distais, reabsorvendo mais água. Esses mecanismos aumentam o volume sanguíneo e consequentemente a pressão arterial. ▪ Alguns diuréticos (poupadores de potássio) agem nas células principais bloqueando os canais de sódio, porém apresenta um efeito menor devido a pequena quantidade de sódio que é reabsorvido nessa região. Hiperaldosteronismo Primário: Provoca hipertensão e hipocalemia (excreção aumentada de potássio). Porém esse é o principal íon do meio intracelular e responsável por manter o potencial de membrana das células. ▪ As característicasfuncionais do túbulo distal final e do túbulo coletor cortical podem ser resumidas da seguinte forma: o As membranas dos túbulos são quase completamente impermeáveis a ureia. o Os dois seguimentos reabsorvem íons sódio, e a intensidade é controlada por hormônios (aldosterona). o Secretam íons potássio do sangue dos capilares peritubulares para o lúmen tubular. o As células intercaladas tipo A desses segmentos do néfron podem secretar intensamente íons hidrogênio. o As células intercaladas tipo B secretam bicarbonato e reabsorvem ativamente íons hidrogênio. o A permeabilidade do túbulo distal final e do ducto coletor cortical à água é controlada pela concentração de ADH (vasopressina), com níveis elevados de ADH, são permeáveis à água, mas, na sua ausência, são quase impermeáveis. Ducto coletor medular ▪ Local final para o processamento da urina e têm papel extremamente importante na determinação da quantidade final do debito urinário de água e solutos. ▪ A permeabilidade do ducto coletor medular à água é controlada pelo nível do ADH. OMF I Fisiologia Lucas Silva ▪ O ducto coletor medular é permeável à ureia e existem transportadores de ureia especiais, que facilitam a difusão, através da membrana luminal e basolateral. ▪ É capaz de secretar íons hidrogênio contra grande gradiente de concentração, como também ocorre no túbulo coletor cortical. Atenção: Sistema Renina-Angiotensina- Aldosterona (SRAA) ▪ Quando há uma diminuição do volume circulante (hipovolemia), a hipoperfusão renal estimula o aparelho justaglomerular a secretar renina, responsável por converter angiotensinogênio (produzido pelo fígado) em angiotensina I. ▪ A angiotensina I sofre ação de uma enzima produzida pelos pulmões denominada de enzima conversora de angiotensina (ECA), convertendo-se em angiotensina II. ▪ A angiotensina II será responsável por exercer três ações: 1. Estimular o centro da sede no hipotálamo (área lateral do mesmo) para tentar aumentar a volemia; 2. Em nível renal, diminuir a excreção de sódio e de água, na tentativa de aumentar a pressão sanguínea e a volemia; 3. Estimular a adrenal a sintetizar e secretar a aldosterona, também responsável por diminuir a excreção de sódio e água (estimulando a reabsorção dos dois). ANGIOTENSINA II o Estimular a liberação da aldosterona; o Vasoconstrição renal e em outros vasos sistêmicos; o Aumenta o controle túbulo-glomérulo – Torna a mácula densa mais sensível; o Aumenta a função dos canais de sódio e do trocador sódiohidrogênio para promover reabsorção do sódio; o Induz hipertrofia renal; o Estimula a sede e liberação de ADH por ação direta nos núcleos hipotalâmicos.
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