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Psicanálise Behaviorista

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1 
 
Behaviorismo 
 
 
 
 
 
 
REFLEXÕES INICIAIS 
(HISTÓRICO, OBJETO DE 
ESTUDO, PRECURSORES) 
 
A partir do século XX inicia-se um 
movimento, na área da psicologia, em 
prol de uma ciência que desse conta do 
comportamento humano a partir daquilo 
que se observa no próprio sujeito. Este 
movimento, contrário à psicologia 
introspectiva, surge da falta de consenso, 
entre os próprios psicólogos acerca da 
introspecção (SCHULTZ, SCHULTZ, 
2006). 
É desse movimento que surge o 
behaviorismo. 
De acordo com Nogueira e Leal (2015, 
p. 64): 
[...] behaviorismo significa, de forma 
ampla, as teorias do comportamento que 
se inserem dentro da psicologia. Ou, 
como descreve Dicionário de Psicologia 
da American Psychological 
Association, é a abordagem, formulada 
em 1913 por John B. Watson, baseada 
no estudo de fatos objetivos, observáveis 
e não em processos subjetivos, 
qualitativos, tais como sentimentos, 
motivos e consciência. 
Um primeiro fato decorrente da 
definição dada acima é que o 
behaviorismo procura compreender o 
homem a partir daquilo que se observa. 
Diferentemente, por exemplo, da teoria 
psicanalítica, na qual consciente e 
inconsciente são as bases para a 
compreensão humana, o que se pretende 
nessa nova teoria é a compreensão por 
aquilo que é palpável, quantitativo e que 
pode servir de fundamento na explicação 
dos comportamentos humano. 
As bases do behaviorismo podem ser 
descritas a partir de três elementos 
chaves (NOGUEIRA; LEAL, 2015): 
• a tradição filosófica objetivista e 
mecanicista; 
• a psicologia animal; 
• a psicologia funcional. 
A tradição filosófica objetivista e 
mecanicista aparece como base do 
behaviorismo ao pretender compreender 
o homem a partir palpável, audível e 
visível. Esta tradição acreditava que o 
comportamento humano pudesse seguir 
padrões mecânicos e objetivos, 
enxergando, muitas vezes, o homem 
como uma máquina. 
Esta tradição pode ser observada, por 
exemplo, na Pedagogia Tradicional: o 
professor aprende uma série de técnicas 
de ensino e é a partir delas que ensina. 
Assim, ser professor compete na 
aprendizagem de técnicas de ensino. Se 
o aluno não aprende, por exemplo, a 
culpa não é do professor, já que seus 
métodos e técnicas são eficientes. Não 
nos cabe aqui fazer uma análise deste 
método e nem das discussões em prol e 
contra sua execução em sala de aula. O 
que ressaltamos é que ele é fruto da 
tradição filosófica apresentada acima. 
Assim, quando o descontentamento com 
a psicologia introspectiva surge, as 
ideias objetivas e mecanicistas que 
possibilitam a medição e a elaboração de 
técnicas na modificação do 
comportamento humano, emergem como 
uma saída possível na contribuição para 
o desenvolvimento da ciência 
psicológica. 
O segundo elemento base da psicologia 
behaviorista é a psicologia animal. Nessa 
época, meados do século XX, diversos 
2 
 
pesquisadores, em seus laboratórios, 
registravam inúmeras pesquisas com 
animais, ressaltando o êxito nas mesmas. 
O que pretendiam, de acordo com 
Schultz e Schultz (2006, p. 229) era “[...] 
demonstrar a existência da mente nos 
organismos inferiores e a continuidade 
entre a mente animal e humana”. 
Um dos pesquisadores mais influentes 
nessa época foi Ivan Petrovitch Pavlov 
(1849-1936). Em sua pesquisa Pavlov 
pretendeu demonstrar que os estímulos 
poderiam condicionar o comportamento 
animal. Inicialmente ele deixou um cão e 
uma tigela de alimento em sua frente. 
 
Acendia-se a luz. Imediatamente era 
apresentado o estímulo incondicionado: 
a comida. Após determinado número de 
pareamento da luz acesa e da comida, o 
cachorro passava a salivar com a 
simples visão da luz, formando-se, 
assim, uma associação entre a luz e a 
comida. O animal, consequentemente, 
era condicionado a responder mediante 
a apresentação do estímulo 
condicionado. Vale lembrar que, para 
que esse condicionamento ou essa 
aprendizagem ocorra, é necessário o 
REFORÇO, ou seja, aquilo que aumenta 
a probabilidade de uma resposta: nesse 
caso, receber a comida (NOGUEIRA, 
LEAL, 2015, p. 68). 
 
As figuras abaixo demonstram os 
experimentos realizados por Pavlov. Na 
primeira etapa, o alimento, estímulo não 
condicionado, aparece ao cão, que saliva 
ao observar o alimento. No segundo 
momento, retira-se o alimento e liga-se a 
luz, mas não se obtém a salivação que se 
espera do cão. No terceiro momento, ao 
acender a luz o cão vê a comida e 
novamente saliva. Por fim, somente ao 
acender a luz o cão já saliva, esperando o 
alimento. As repetições são feitas 
inúmeras vezes até que se chegue ao 
condicionamento esperado que é a 
salivação como resposta condicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Figura 1 - Experimento realizado por 
Pavlov. 
 
Fonte: Nogueira e Leal (2015, p. 68). 
A psicologia animal não tem somente 
em Pavlov seu único expoente. Edward 
Lee Thorndike (1874-1949) também 
desenvolveu diversas pesquisas com 
animais, a fim de estudar a inteligência e 
a aprendizagem nos animais. 
De acordo com Schultz e Schultz (2006, 
p. 251) as pesquisas de Watson “[...] fez 
das descobertas e das técnicas de 
psicologia animal a base para uma 
ciência aplicável igualmente aos animais 
e aos seres humanos.” 
O último elemento fundamental ao 
behaviorismo, a psicologia funcional, 
objetivava dar à psicologia o caráter de 
ciência do comportamento e não do 
estudo da consciência, como estava 
posto até então. Esta ideia, de que a 
psicologia deveria ser vista como ciência 
do comportamento humano, começou a 
ganhar novos adeptos a partir dos 
avanços realizados nos estudos de 
psicologia animal. Schultz e Schulz 
(2006) afirmam que estas ideias 
correspondiam a exigência da época e 
retratavam os anseios da sociedade. 
Se pensarmos no contexto histórico 
vivido no início do Século XX, 
principalmente nos países ocidentais, 
perceberemos que o avanço da 
industrialização foi um dos efeitos 
propulsores no desenvolvimento das 
sociedades. Para uma nova sociedade 
pretendem-se novos comportamentos e 
atitudes. O estudo do comportamento 
humano de modo palpável e técnico 
parecia assim, corresponder com os 
anseios da época. 
 
 
 
 
A TEORIA DE 
SKINNER 
 
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) é 
considerado um dos psicólogos mais 
influentes no mundo (NOGUEIRA, 
LEAL, 2015). Skinner parte das ideias 
propostas por John Broadus Watson 
(1878-1958), mas difere-se 
significativamente desse psicólogo 
estadunidense. Watson tem sido 
considerado o fundador do behaviorismo 
e da psicologia estímulo-resposta. 
Diferentemente de seu precursor, 
Skinner contribui de maneira 
significativa com seus estudos sobre o 
behaviorismo ao pensar o homem como 
construção social e como operante no 
meio em que atua, ou seja, Skinner, ao 
contrário de Watson, pressupõe que o 
homem atua sobre o meio em que vive e 
não somente responde a seus estímulos. 
É preciso esclarecer, inicialmente que 
Skinner é de todo modo muitas vezes 
incompreendido em sua teoria. Por 
iniciar suas pesquisas com ratos e por 
analogia, aplicar os resultados de suas 
pesquisas ao comportamento humano, 
acabou incompreendido. Skinner 
acredita no potencial humano, no poder 
humano de atuação sobre o ambiente em 
que vive. 
Partindo desses pressupostos, Schultz e 
Schultz citando Skinner, afirmam sobre 
seu método: Nunca ataquei um 
problema construindo uma hipótese. 
Jamais deduzi teoremas, nem os 
subestimei a verificação experimental. 
Até onde consigo enxergar, não tenho 
um modelo preconcebido de 
comportamento e certa mente, nem 
fisiológico nem mentalista e creio, nem 
conceitual (SCHULTZ, SCHULTZ, 
2006, p. 264). 
 
4 
 
Pelo exposto acima, percebemos que o 
método de trabalho de Skinner, 
diferenciava-se do que era usual à época. 
Diferente dos trabalhosde Pavlov acerca 
do condicionamento respondente, 
Skinner abordou o conceito de 
condicionamento operante. De acordo 
com o próprio Skinner: 
No experimento de Pavlov [...] um 
reforço é associado a um ESTÍMULO, 
enquanto no comportamento operante é 
contingente a uma resposta. Dessa 
forma o reforçamento operando é um 
processo separado e requer uma análise 
separada. Em ambos os casos, o 
fortalecimento do comportamento que 
resulta do reforço será adequadamente 
chamado de “condicionamento”. No 
condicionamento operante 
“fortalecemos” um operante, no sentido 
de tornar a resposta mais provável ou de 
fato, mais frequente. No 
condicionamento pavloviano ou 
“respondente” o que se faz é aumentar a 
magnitude da resposta eliciada pelo 
estímulo condicionado e diminuir o 
tempo que decorre entre o estímulo e a 
resposta (SKINNER, 2003, p. 72 apud 
NOGUEIRA, LEAL, 2015, p. 82). 
Outra diferença nos tipos de 
condicionamentos propostos por Pavlov 
e Skinner é que no primeiro, como o 
próprio nome enuncia o 
condicionamento respondente, o animal 
apenas respondia a um estímulo. O cão, 
no caso de Pavlov, salivava, 
respondendo aos estímulos propostos. 
No caso dos experimentos de Skinner, os 
animais atuavam sobre o meio. Assim, o 
condicionamento operante, proposto por 
Skinner permitia ao animal atuar sobre o 
ambiente no qual estava inserido. 
Um dos experimentos mais famosos de 
Skinner consiste em deixar um rato em 
uma caixa. Ao pressionar uma barra 
dentro da caixa, o rato recebia o 
alimento. Assim, sempre que 
pressionava a barra, recebia o alimento. 
Com este experimento, Skinner pode 
demonstrar que diferentemente da 
psicologia introspectiva, as causas do 
comportamento humano estão fora do 
sujeito e resultam de condições 
específicas (PILETTI; ROSSATO, 
2012). Isso possibilitou um novo olhar 
sobre a compreensão do comportamento 
humano e influenciou diversas áreas de 
estudo, como a área da educação, da 
administração, da medicina, entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Experimento realizado por 
Skinner 
Fonte: Nogueira e Leal (2015, p. 84). 
Outro conceito fundamental elaborado 
por Skinner a partir de suas 
experimentações sé o conceito de 
reforço. Segundo Barros (2007, p. 64) o 
reforço é compreendido como “[...] o 
evento que torna uma reação mais 
frequente, que aumentam a 
probabilidade de sua ocorrência”. No 
caso do experimento com ratos, o 
reforço são os alimentos que o animal 
recebe ao pressionar a barra. Deste 
modo, o reforço aparece 
descaracterizado de qualquer conotação 
subjetiva ou mentalística, ou seja, “não 
está afirmando que a recompensa traz 
sentimento de satisfação ao aprendiz. 
Reforço, como todos os conceitos de 
Skinner, é definido estritamente em 
termos operacionais, ou seja, como ele é 
5 
 
observado ou medido” (BARROS, 
2007, p. 64). 
Barros afirma ainda que o “o papel do 
reforço é tornar frequente uma resposta 
no comportamento do indivíduo, 
garantir a manutenção dessa resposta, 
ou, em outras palavras, evitar a extinção 
da resposta” (BARROS, 2007, p. 65). 
Assim, podemos considerar a existência 
de dois termos opostos com relação a 
resposta gerada pelo reforço: a extinção 
e a manutenção. 
A extinção refere-se ao fim de uma 
resposta do comportamento do sujeito 
observado. Por exemplo, no caso do rato, 
se repetidas vezes ele tocar a barra e não 
obtiver alimento, esse comportamento 
será extinto de suas ações. 
Por outro lado, se todas as vezes que o 
rato tocar a barra, obtiver alimento, este 
comportamento será mantido. É o caso 
da manutenção da resposta. 
Estes comportamentos podem ser 
observados em nosso cotidiano: se ao 
tentarmos, por exemplo, contato com 
alguém e por diversas vezes não 
obtivermos uma resposta, cederemos às 
tentativas. Caso contrário, se quando 
tentarmos contato, formos recebidos, 
este comportamento tenderá a ser 
mantido. 
 
RELAÇÃO ENSINO E 
APRENDIZAGEM E A 
TEORIA DE 
SKINNER 
 
O behaviorismo deriva da palavra 
inglesa behavior que significa 
comportamento. Nesse sentido, o 
behaviorismo pode ser compreendido 
como a teoria, no campo da psicologia 
que estuda o comportamento humano, a 
partir de dados palpáveis. 
Assim, as ideias de inconsciente ou as 
ideias advindas das teorias introspectivas 
são deixadas de lado para que o homem 
seja compreendido por aquilo que se 
observa em suas ações. 
Skinner ao realizar em seus estudos 
experimentos com animais tinha como 
objetivo compreender como as ações 
humanas poderiam ser compreendidas. 
Ora, se conseguirmos compreender 
como as mesmas são realizadas, 
poderemos modificá-las. A 
aprendizagem aparece então como uma 
ação de extrema importância, já que 
podemos aprender novos 
comportamentos e modificar nossas 
ações, em vista de uma ação considerada 
satisfatória. 
Por exemplo: de acordo com Barros 
(2007, p. 66) “o industrial que deseja que 
seus empregados trabalhem com 
eficiência precisa providenciar para que 
o comportamento desses esteja sendo 
reforçado convenientemente, não 
somente com salários, mas também com 
adequadas condições de trabalho”. 
Segundo Nogueira e Leal (2015, p. 86), 
“para Skinner educar é estabelecer 
comportamentos que serão vantajosos 
para o indivíduo em um tempo futuro; 
isso porque a educação dá ênfase à 
aquisição do comportamento em lugar de 
sua manutenção.” 
Sob esta perspectiva o processo de 
aprendizagem torna-se um mecanismo a 
partir do qual se geram comportamentos 
desejáveis. É educação é vista então 
como um processo intencional. 
 
Sob esta perspectiva, afirma Piletti e 
Rossato (2012, p. 23): 
[...] a educação trabalha muito mais com 
a aquisição de novos comportamentos do 
que com a manutenção e, nessa 
perspectiva, prepara seus alunos para 
situações futuras, que provavelmente 
irão ocorrer em determinadas 
circunstâncias, que já não estarão 
vinculadas ao âmbito escolar. E 
determinando ou não a manutenção de 
tal comportamento, o qual é definido 
pela sua “utilidade” para a família, para 
6 
 
a sociedade. Os objetivos educacionais, 
ao serem definidos antecipadamente, 
devem buscar a possibilidade de projetar 
a modelagem de um adulto. 
Nesse sentido, a relação entre ensino e 
aprendizagem na teoria proposta por 
Skinner é fundamental e necessária, já 
que é por meio do processo educacional 
que se podem modelar os 
comportamentos que se esperam dos 
sujeitos. A cultura de cada ambiente é 
deste modo, propulsora dos 
comportamentos que se esperam. Note-
se que nas mais diversas culturas os 
comportamentos esperados dos sujeitos 
são distintas entre si. Pensemos por 
exemplo, nas culturas orientais, ou 
mesmo nas culturas mais antigas, como 
era o caso especifica do momento vivido 
por Skinner. Em cada um destes casos, 
espera-se que o indivíduo aja de forma a 
responder satisfatoriamente à sua vida 
em sociedade. 
Por isso, a educação e a cultura mantém 
relação estreita na concepção de Skinner. 
Das formulações postas acima, cabe 
ressaltar um fator importante na relação 
entre o ensino e a aprendizagem: para 
Skinner a aprendizagem não ocorre de 
modo espontâneo ou natural. 
 
De acordo com Barros (2007), Skinner 
formulou um método conhecido como 
instrução programada ou 
aprendizagem programada. 
 
É um método de ensino individual que 
leva o aluno a estudar, sem a intervenção 
direta do professor. 
Apresenta-se sob a forma de textos 
especiais (livros, apostilas) ou ainda, de 
“máquinas de ensinar”. 
As características desse método são: 
apresenta-se a matéria a ser aprendida 
em pequenas partes, seguidas de uma 
atividade cujo acerto ou erro é 
imediatamente verificado, e nisto 
consiste o reforço. O estudo é individual 
e o aluno progride em sua própria 
velocidade (BARROS, 2007, p. 67). 
As máquinas de ensinar são aparelhos 
programados paraauxiliar no processo 
de aprendizagem. Um sinal indicativo é 
dado sempre que o aprendiz acerta a 
pergunta feita por este aparelho. De 
acordo com Piletti e Rossato (2012) as 
máquinas de ensinar possibilitam ao 
aluno autonomia em seus estudos, 
respeitando o ritmo de cada aluno. 
Na instrução programada, 
especificamente aplicada em escolas, o 
ensino é organizado de forma individual 
e programado de acordo com os avanços 
e necessidades dos alunos. 
Por isso o behaviorismo acredita que há 
como modelarmos o comportamento que 
desejamos em nossos alunos e como 
extensão, em nossa sociedade. Isso 
deriva do fato que se organizada de 
forma correta a aprendizagem, com os 
reforços adequados e positivos. Desse 
modo, existe uma interação do sujeito 
com o meio em que aprende e com o que 
aprende. 
O reforço positivo é amplamente 
defendido por Skinner o qual rejeita todo 
tipo de punição. 
 
A TEORIA DE 
WATSON 
 
John Broadus Watson (1878-1958) é 
considerado o fundador do behaviorismo 
(BARROS, 2007). Opondo à psicologia 
introspectiva, vigente em sua época, 
Watson acreditava que o meio ambiente 
vivido pelos sujeitos eram fundamentais 
na moldagem de seus comportamentos. 
Dessa forma, opunha-se a perspectiva 
biológica proposta pela hereditariedade, 
de onde derivam as ideias de que a 
hereditariedade era fundamental na 
compreensão do comportamento 
humano. Watson acreditava que o 
ambiente era quem determinava o sujeito 
e não sua herança genética. 
7 
 
De acordo com Schultz e Schultz (2006, 
p. 268) “[...] o behaviorismo de Watson 
foi uma tentativa de construir uma 
ciência livre de noções e métodos 
subjetivos, ou seja, uma ciência tão 
objetiva quanto à física”. 
Em seus experimentos, principalmente 
com o bebê Albert, Watson demonstrou 
que nossas ações são todas aprendidas e 
que mesmo aquilo que denominamos 
como instinto, é na verdade 
comportamento aprendido. Por exemplo, 
no caso da experiência com Albert, 
Watson quis provar que o medo, ao 
contrário do que acreditam os 
pesquisadores geneticistas, de que o 
medo era instintivo, Watson demonstra 
que ele é aprendido. 
 
 FATOS E 
DADOS: 
O principal estudo de Watson acerca do 
comportamento humano foi sua 
experiência com o bebê Albert, de 11 
meses. 
 
O objetivo do experimento era 
condicionar Albert a ter medo de um rato 
branco, do qual não tinha medo 
anteriormente, submetendo-o ao 
condicionamento. Para estabelecer a 
relação de medo, provocava-se um 
enorme barulho atrás da cabeça de 
Albert sempre que o rato era mostrado. 
Em pouco tempo, a simples visualização 
do rato já produzia sinais de medo. O 
medo condicionado acabou 
generalizando-se a outros estímulos 
similares: um coelho, a pele branca de 
um animal ou a barba branca do Papai 
Noel. Isso levou Watson a afirmar, dessa 
forma, que todos os medos, aversões e 
ansiedades do adulto eram 
condicionados no início da infância e 
não, como sugere Freud, resultado de 
conflitos inconscientes. No livro 
Psychological Care of the Infant and 
Child (1928), Watson descreve um 
sistema de educação infantil regulador e 
não permissivo, para preparar adultos 
equilibrados para a sociedade. o livro em 
questão transformou a prática americana 
de educação infantil, e muitas crianças 
foram educadas seguindo as orientações 
behavioristas. 
Fonte: Nogueira e Leal (2015, p. 72). 
 
Watson desenvolveu a teoria conhecida 
como Estímulo-Resposta (E-R) 
conforme figura 3. Esta teoria propunha 
que a todo estímulo, há uma resposta. 
Estímulo pode ser compreendido como 
“[...] qualquer modificação do ambiente 
que provoque a atividade do organismo. 
Assim, a luz é um estímulo aos olhos, o 
som ao ouvido” (BARROS, 2007, p. 52). 
Já a resposta ou reação, pode ser 
compreendida como “[...] qualquer 
alteração do organismo (movimentos 
musculares ou secreções glandulares), 
eliciada por um estímulo” (idem). 
 
 
 
Figura 3 - Estímulo-Resposta (E-R) 
 
Fonte: elaborado pela autora. 
Essa teoria propõe que os estímulos 
devem ser organizados a fim de alcançar 
as respostas esperadas. Sua teoria 
ganhou em pouco tempo enorme 
visibilidade, pela crença na ideia da 
modelagem. Assim, pais e educadores 
poderiam propor estímulos específicos a 
fim de moldar o comportamento infantil. 
Neste sentido, a aprendizagem é 
compreendida por Watson como a 
modificação do comportamento. Assim, 
quando aprendemos algo novo significa 
que modificamos nosso comportamento, 
ou seja, condicionamos o mesmo. Nesse 
sentido, toda a aprendizagem pode ser 
condicionada. 
 
 
8 
 
 
Afirma Watson: 
 Deem-me uma dúzia de crianças sadias 
e bem formadas e o mundo por mim 
especificado dentro do qual cria-las, e 
garanto que tomarei uma delas ao acaso 
e treiná-la-ei pra que se torne um 
especialista de qualquer tipo que eu 
escolha: médico, advogado, artista, 
comerciante, bem como mendigo, ou 
ladrão, quaisquer que sejam seus 
talentos, tendências, capacidade, 
vocação, ou a raça de seus ancestrais 
(NOGUEIRA; LEAL, 2015, p. 72). 
 
O fundamental nesta teoria é que nossas 
capacidades individuais são tolhidas em 
prol da ideia do condicionamento de 
nossas ações. Assim, diferentemente das 
psicologias que reiteram a importância 
de fatores hereditários e ou biológicos 
em nosso comportamento, Watson 
afastar-se destas explicações ao acreditar 
que pode moldar toda e qualquer criança 
a partir de estímulos pré-organizados, 
em prol das respostas que objetiva. 
 
A SALA DE AULA 
SOB A 
PERSPECTIVA DA 
TEORIA 
BEHAVIORISTA 
 
A teoria behaviorista teve e ainda 
mantém grande influência nas escolas, 
em todo o mundo. Um exemplo típico da 
permanência desta teoria nas salas de 
aula ainda hoje é o elogio ao receber 
uma boa nota e a punição ao receber 
uma nota ruim – ainda que esta punição 
não tenha haver com castigos físicos, 
pode-se percebê-la na retenção do aluno. 
O aluno que recebe um elogio na 
execução de uma atividade bem 
realizada, por exemplo, sente-se 
motivado e esforça-se mais nas próximas 
execuções. Ao contrário, o aluno que 
recebe uma crítica na realização de sua 
tarefa, desmotiva-se a realizá-la de modo 
satisfatório. 
De acordo com Piletti e Rossato (2012, 
p. 24): 
[...] deve-se analisar o comportamento 
do aluno a fim de verificar suas 
necessidades de aprendizagem, bem 
como o repertório (de comportamentos e 
aprendizagens) que ele traz para as 
situações de ensino e ainda as 
consequências capazes de interagir com 
ele e manter seu comportamento e, 
assim, estabelecer quais são os 
estímulos capazes de reforçar o 
comportamento desejável de seus 
alunos. O professor teria como tarefa 
descrever o repertório de seus alunos e, 
com isso, planejar o que seria 
necessário para que estes atinjam o que 
se queira que eles alcancem. 
A citação acima ressalta a importância 
do professor no planejamento das ações 
discentes, programando os objetivos que 
eles serão estimulados a alcançar, pela 
modificação de seus comportamentos. 
Segundo Sprinthall e Sprinthall (1977, p. 
280 apud BARROS, 2007) os 
professores precisam conhecer o 
processo de condicionamento. Por 
exemplo, os alunos podem ser 
condicionados a não gostarem de 
matemática ou outra disciplina. Se um 
professor, ao ensinar um determinado 
conteúdo, expõe o aluno, deixando-o 
tenso ou ainda sentindo-se incapaz de 
realizar uma atividade relacionado ao 
conteúdo, o comportamento do aluno 
pode ser condicionado negativamente à 
esta disciplina, não por que não goste da 
mesma, mas por que os estímulos 
relacionados à ela, foram negativos. Da 
forma, quando os estímulos são positivos 
e incentivam o aluno a avançar em seus 
conhecimentos, seu comportamento 
pode ser condicionado positivamente 
9 
 
com relação a aprendizagem específica 
desta disciplina. 
Diante disso, percebemos que o reforço 
positivo éfundamental para a 
aprendizagem do aluno. Nesse sentido, a 
figura do professor, central no processo 
de aprendizagem do aluno, precisa ser 
revista. Um professor que causa medo 
em seus alunos, não os estimula a 
aprender e consequentemente todo o 
processo de ensino e aprendizagem, 
assim como de avaliação ficam 
comprometidos. 
Suor, calafrio, tensão nervosa e tremores 
são muitas vezes comuns diante das 
avaliações discentes. Essas 
características do comportamento dos 
alunos interferem no processo de 
avaliação e da verificação de sua 
aprendizagem. 
Segundo Skinner, o controle aversivo, a 
punição e o castigo não colaboram para 
o processo de aprendizagem, pelo 
contrário, impossibilitam que o mesmo 
ocorra. 
O que vemos muitas vezes, em sala de 
aula, são professores que mantém o 
domínio da sala a partir de meios e 
recursos aversivos, como a fala alta, a 
intimidação e o uso das hierarquias 
(diretoras e pedagogas) como recursos 
organizadores da sala de aula. 
Diante disso, a sala de aula e sua 
organização, assim como o planejamento 
escolar, de acordo com a perspectiva 
behaviorista mantém uma relação 
diferente da que usualmente temos 
vivenciado em nossas escolas. 
Segundo Skinner (PILETTI, ROSSATO, 
2012) um comportamento pode ser 
eliminado quando não é reforçado. 
Nesse sentido, em uma sala de aula onde 
determinados alunos perturbam a aula, 
com risos ou ações inadequadas e por 
isso, chamam atenção do professor e dos 
colegas de sala frequentemente, são 
comportamentos que podem ser 
eliminados caso não sejam estimulados. 
Ou seja, chamar atenção toda vez parece 
reforçar um comportamento inadequado. 
Uma solução, de acordo com a teoria 
behaviorista seria elogiar o aluno quando 
ele faz algo interessante, como por 
exemplo, ter uma ação solidária, fazer 
um comentário pertinente, comportar-se 
de modo adequado. Essa ações 
reforçariam positivamente seu 
comportamento. 
Ressalta Piletti e Rossato (2012, p. 30): 
No contexto da sala de aula, o professor 
deve lembrar que sua aprovação ou 
feição funciona como reforçador e que 
pode se utilizar de materiais e outros 
recursos que atraiam os alunos, 
tornando a aula mais interessante, como 
quebra-cabeças, brinquedos, jogos 
pedagógicos, livros de literatura, 
música, filmes. Estas atividades 
diferenciadas podem ajudar a manter o 
aluno trabalhando e ser utilizadas pelos 
educadores como reforçadores, quando 
da apresentação de comportamentos 
adequados. 
Lembremo-nos de que para Skinner a 
cultura e a história são aspectos 
essenciais na formação do sujeito. Nesse 
sentido, conhecer a cultura na qual o 
sujeito/aluno se integra, e sua história de 
vida, são fatores essenciais para que a 
aprendizagem se realize de forma 
satisfatória.

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