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Meninges: •Protegem o encéfalo •Compõem a estrutura de sustentação das artérias, veias e seios venosos •Encerram uma cavidade preenchida por líquido, o espaço subaracnóideo, que é fundamental para a função normal do encéfalo. As meninges são formadas por três camadas de tecido conjuntivo membranáceo: 1.Dura-máter: camada fibrosa externa espessa e resistente 2.Aracnoide-máter: camada fina intermediária 3.Pia-máter: delicada camada interna vascularizada. As camadas intermediária e interna (aracnoide-máter e pia-máter) são membranas contínuas que, juntas, formam a leptomeninge. A aracnoide-máter é separada da pia- máter pelo espaço subaracnóideo, que contém líquido cerebrospinal (LCS). A aracnoide não está fixada à dura-máter, mas é mantida contra a superfície interna pela pressão do líquido cerebrospinal que circula no espaço subaracnóideo, delimitado pela aracnoide-máter e pia. máter. O aumento desse espaço no saco dural é chamado de cisterna lombar e se estende da 2a vértebra lombar até o 2o segmento do sacro. A pia-máter é a meninge mais delicada e interna, formada de tecido conjuntivo frouxo, muito vascularizada e intimamente aderida ao tecido nervoso, embora não fique em contato direto com células ou fibras nervosas. Entre ela e elementos nervosos situamse os prolongamentos dos astrócitos, e sua superfície externa é revestida por células achatadas, originadas do mesênquima. Especialmente sobre o teto dos ventrículos, a pia-máter contribui para a formação dos plexos corióideos juntamente com a aracnoide-máter. Extensões laterais da pia-máter ao longo da medula formam os ligamentos denticulados, que prendem a medula à dura-máter. Embriologicamente, as meninges derivam das células da crista neural. As meninges (membranas que recobrem a medula espinhal) se desenvolvem das células da crista neural e do mesênquima entre o 20° e o 35° dias. As células migram para circundar o tubo neural (primórdio do encéfalo e da medula espinhal) e formam as meninges primordiais. A camada externa dessas membranas se espessa para formar a dura-máter, e a camada interna, a pia-aracnoide, é composta pela pia-máter e aracnoide-máter (leptomeninges). Os espaços preenchidos por líquido aparecem nas leptomeninges que em breve coalescem para formar o espaço subaracnoide. A origem da pia-máter e aracnóidea partir de uma camada única é indicada no adulto pelas trabéculas aracnoides, as quais são delicadas e numerosas fibras de tecido conjuntivo que passam entre a pia e a aracnoide. O líquido cerebrospinhal (LCE) começa a se formar durante a quinta semana. Dura-máter: A dura-máter é a membrana de revestimento mais externa e resistente da medula espinal, formada, principalmente, por tecido fibroso, com algum tecido elástico, vasos e nervos. Termina caudalmente em fundo de saco, o saco dural espinal, uma bainha tubular longa dentro do canal vertebral, acompanhada pela aracnoide-máter, na altura de S2. O saco dural está fixado inferiormente ao cóccix pelo filamento terminal, e os prolongamentos laterais da dura-máter continuam com as membranas conjuntivas que envolvem os nervos espinais (epineuros). Suprimento Nervoso da Dura-máter Ramos dos nervos trigêmeo e vago, dos três primeiros nervos espinais cervicais e do tronco simpático inervam a dura-máter. A dura-máter possui numerosas terminações sensitivas que são sensíveis ao estiramento, o qual produz a sensação de cefaleia. Aracnoide: A aracnoide-máter craniana contém fibroblastos, fibras de colágeno e algumas fibras elásticas. Embora fina, a espessura da aracnoide-máter é suficiente para que seja manipulada com pinça. A aracnoide-máter avascular, embora esteja intimamente aplicada à lâmina meníngea da dura-máter, não está inserida na dura-máter. É mantida contra a face interna da dura-máter pela pressão do LCS no espaço subaracnóideo. Pia-máter: A pia-máter craniana é uma membrana ainda mais fina do que a aracnoide-máter. É muito vascularizada por uma rede de finos vasos sanguíneos. É difícil ver a pia-máter, mas ela confere uma aparência brilhante à superfície do encéfalo. A pia-máter adere à superfície do encéfalo e segue todos os seus contornos. Quando as artérias cerebrais penetram no córtex cerebral, a pia-máter as segue por uma curta distância, formando um revestimento pial e um espaço periarterial. Os hemisférios cerebrais possuem cavidades revestidas de epêndima (membrana celular que envolve o canal central da medula espinhal e os ventrículos cerebrais) e contendo líquido cérebro-espinhal, os ventrículos laterais esquerdo e direito, que se comunicam com o III ventrículo pelo forame interventricular. Exceto por este forame, cada ventrículo é uma cavidade completamente fechada, cuja capacidade varia de um indivíduo para outro e apresenta sempre uma parte central e três cornos que correspondem aos três polos do hemisfério. As partes que se projetam nos lobos frontal, occipital e temporal são, respectivamente, os cornos anterior, posterior e inferior. Com exceção do corno inferior, todas as partes do ventrículo lateral têm o teto formado pelo corpo caloso, cuja remoção expõe amplamente a cavidade ventricular. Os ventrículos laterais, o primeiro e o segundo ventrículos, são as maiores cavidades do sistema ventricular e ocupam grandes áreas dos hemisférios cerebrais. Cada ventrículo lateral abre-se, através de um forame interventricular, para o terceiro ventrículo. O terceiro ventrículo, uma cavidade em forma de fenda entre as metades direita e esquerda do diencéfalo, é contínuo em sentido posteroinferior com o aqueduto do mesencéfalo, que une o terceiro e o quarto ventrículos. O quarto ventrículo, piramidal, na parte posterior da ponte e bulbo, estende-se em sentido inferoposterior. Inferiormente, afila-se até formar um canal estreito que continua até a região cervical da medula espinal como o canal central. O LCS drena do quarto ventrículo para o espaço subaracnóideo através de uma abertura mediana única e um par de aberturas laterais. Essas aberturas são os únicos meios pelos quais o LCS entra no espaço subaracnóideo. Em caso de obstrução, o LCS se acumula e os ventrículos se distendem, comprimindo os hemisférios cerebrais. CISTERNAS SUBARACNÓIDEAS Embora não seja exato dizer que o encéfalo “flutua” no LCS, na verdade, a inserção do encéfalo ao neurocrânio é mínima. Em algumas áreas na base do encéfalo, a aracnoide-máter e a pia-máter estão bem separadas pelas cisternas subaracnóideas, que contêm LCS, e estruturas dos tecidos moles que “ancoram” o encéfalo, como as trabéculas aracnóideas, a rede vascular e, em alguns casos, as raízes dos nervos cranianos. As cisternas geralmente são nomeadas de acordo com as estruturas relacionadas com elas. As principais cisternas subaracnóideas intracranianas são: •Cisterna cerebelobulbar: a maior das cisternas subaracnóideas, localizada entre o cerebelo e o bulbo; recebe LCS das aberturas do quarto ventrículo. É dividida em cisterna cerebelobulbar posterior e cisterna cerebelobulbar lateral •Cisterna pontocerebelar: um amplo espaço ventral à ponte, contínuo inferiormente com o espaço subaracnóideo espinal •Cisterna interpeduncular: localizada na fossa interpeduncular entre os pedúnculos cerebrais do mesencéfalo •Cisterna quiasmática: inferior e anterior ao quiasma óptico, o ponto de cruzamento ou decussação das fibras dos nervos ópticos •Cisterna colicular: localizada entre a parte posterior do corpo caloso e a face superior do cerebelo; contém partes da veia cerebral magna •Cisterna circundante: localizada na face lateral do mesencéfalo e contínua posteriormente com a cisterna colicular (não ilustrada). Líquido cerebroespinal Esse espaço preenchido por líquido ajuda a manter o equilíbrio do líquido extracelular no encéfalo. O LCS é um líquido transparente que tem constituição semelhante à do sangue. Provê nutrientes, mas tem menos proteínas e a concentraçãoiônica é diferente. O LCS é produzido pelos plexos corióideos dos quatro ventrículos do encéfalo . Esse líquido deixa o sistema ventricular e entra no espaço subaracnóideo entre a aracnoide e a pia-máter, onde protege e nutre o encéfalo. O LCE é claro e aquoso, semelhante à linfa, e forma um coxim protetor ao redor e dentro do SNC. É produzido, continuamente, pela filtração do plasma sanguíneo, feita por massas de capilares especializados chamadas plexos corióideos e, em menor extensão, por secreções das células ependimárias. As células ependimárias ciliadas revestem os plexos corióideos e o canal central, ajudando, presumivelmente, a movimentar o LCE. O líquido circula pelos ventrículos encefálicos do encéfalo, pelo canal central da medula espinal e pelo espaço subaracnóideo em torno do SNC, retornando ao sistema circulatório e escoando das paredes das granulações aracnóideas para os capilares venosos. A circulação começa com sua secreção pelos plexos corióideos nos ventrículos (e uma pequena quantidade pela superfície cerebral). O líquido segue dos ventrículos laterais para o terceiro ventrículo através dos forames interventriculares. Então, passa para o quarto ventrículo através do estreito aqueduto do mesencéfalo. A circulação é facilitada pelas pulsações arteriais dos plexos corióideos e pelos cílios das células ependimárias que revestem os ventrículos. Do quarto ventrículo, o líquido atravessa lentamente a abertura mediana e as aberturas laterais nos recessos laterais e ganha o espaço subaracnóideo. Então, o líquido move-se através das cisternas cerebelobulbar e pontocerebelar e flui superiormente através da incisura do tentório do cerebelo para alcançar a face inferior do cérebro. Move-se, então, superiormente sobre a face lateral de cada hemisfério cerebral, auxiliado pelas pulsações das artérias cerebrais. Parte do líquido cerebrospinal desloca-se inferiormente no espaço subaracnóideo em volta da medula espinal e cauda equina. Aqui, o líquido está em um fundo cego, e sua circulação adicional depende das pulsações das artérias espinais e dos movimentos da coluna vertebral, respiração, tosse e mudanças de posição do corpo. O LCE faz o SNC flutuar e o protege de lesões mecânicas. Também reduz o efeito prejudicial de um impacto na cabeça, espalhando a força sobre uma área grande e ajudando a remover resíduos metabólicos de tecido nervoso. Como falta a circulação linfática no SNC, o LCE movimenta os resíduos celulares para o retorno venoso em seus lugares de drenagem. Os principais locais de absorção do líquido cerebrospinal são as vilosidades aracnóideas, que se projetam dentro dos seios da dura-máter. As vilosidades aracnóideas tendem a agrupar-se formando elevações chamadas de granulações aracnóideas. Estruturalmente, cada vilosidade aracnóidea é um divertículo do espaço subaracnóideo que perfura a dura-máter. O divertículo aracnóideo é coberto por uma fina camada celular que, por sua vez, é recoberta pelo endotélio do seio venoso. As granulações aracnóideas aumentam em número e tamanho com a idade e tendem a calcificar-se na idade avançada. A absorção de líquido cerebrospinal nos seios da dura-máter ocorre quando a pressão liquórica excede a pressão venosa no seio. Túbulos finos revestidos com endotélio permitem fluxo direto do líquido do espaço subaracnóideo para a luz dos seios venosos. Caso a pressão venosa suba e exceda a pressão do líquido cerebrospinal, a compressão das pontas das vilosidades fecha os túbulos e impede o refluxo de sangue para dentro do espaço subaracnóideo. Assim, as vilosidades aracnóideas servem como válvulas. Parte do líquido cerebrospinal é provavelmente absorvida diretamente para as veias no espaço subaracnóideo, e parte possivelmente escapa através dos vasos linfáticos perineurais dos nervos cranianos e espinais. Os principais locais de absorção de LCS para o sistema venoso são as granulações aracnóideas, principalmente aquelas que se projetam para o seio sagital superior e suas lacunas laterais. O espaço subaracnóideo contendo LCS estende-se para os centros das granulações aracnóideas. O LCS entra no sistema venoso por duas vias: (1) a maior parte do LCS entra no sistema venoso por transporte através das células das granulações aracnóideas para os seios venosos da dura-máter; (2) parte do LCS desloca-se entre as células que formam as granulações aracnóideas
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