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As enfermidades ocorrem em consequência do desequilíbrio na relação dos elementos competentes da tríade epidemiológica (agente etiológico, hospedeiro e ambiente). Para que ela ocorra, é necessário que haja uma série de eventos que formam a cadeia epidemiológica. A cadeia epidemiológica é um sistema cíclico em que um agente etiológico é eliminado de um hospedeiro, é transferido ao ambiente e atinge um novo hospedeiro, no qual ele penetra, evolui e posteriormente é novamente eliminado. Ela é constituída por 4 elementos: 1. FONTE DE INFECÇÃO ■ Todo organismo vertebrado em que o agente etiológico é capaz de se instalar e se multiplicar para depois ser eliminado no ambiente. • Doente: fonte de infecção mais comum. ➔ Típicos: apresenta sinais clínicos característicos de uma enfermidade (facilita o diagnóstico da doença); ➔ Atípicos: apresenta sinais clínicos que não são característicos de uma enfermidade (está na fase subclínica da doença); ➔ Fase Prodrômica: apresenta sinais clínicos inespecíficos de uma enfermidade, mas já elimina o agente infeccioso podendo atingir outros hospedeiros susceptíveis. • Portador: possui o agente sem apresentar sinais clínicos. ➔ São: o indivíduo não apresenta sinais clínicos em nenhum momento do processo infeccioso. Esse é um indivíduo que possui resistência natural ou imunidade adquirida, mas é capaz de eliminar o agente infeccioso para o meio externo. ➔ Incubação: indivíduo que ainda não apresenta sinais clínicos durante a fase de incubação do agente, mas que os apresentará, e mesmo assim, já é capaz de eliminar o agente infeccioso para o meio. ➔ Convalescente: indivíduo que não apresenta mais sinais clínicos da enfermidade (cura clínica), mas que continua a eliminar o agente infeccioso no ambiente. • Reservatórios: é todo indivíduo (hospedeiro) diferente da espécie considerada comum ao agente infeccioso. Nele, o agente se instala, se multiplica e posteriormente é eliminado para o meio externo. • Elementos Inanimados (veículo mecânico): meios que podem favorecer através da oferta de condições para que os agentes consigam se desenvolver e se multiplicar. Ex: Leite, etc. Cadeia Epidemiológica @mari_lopes8 2. VIAS DE ELIMINAÇÃO ■ Meio pelo qual o agente tem acesso ao meio externo, eliminado de uma fonte de infecção. • Secreções nasais e expectorações: ➔ Ex.: Garrotilho, tuberculose, raiva, febre aftosa, gripe. • Excreções: ➔ Fezes. Ex: ovos, oocistos de parasitas, etc. ➔ Urina. Ex: Leptospiras, Dioctophyme renale, etc. • Leite: ➔ Ex: mastite, tuberculose, brucelose, etc. • Sangue: ➔ Ex: Anemia infecciosa equina (AIE), babesiose, anaplasmose, etc. • Exsudatos e descargas purulentas: ➔ Uretrais. Ex: blenorragia. ➔ Vaginais. Ex: brucelose, vibriose, tricomonose, etc. • Placenta: ➔ Ex: brucelose, sífilis. • Descamações epiteliais: ➔ Ex: sarna, micoses superficiais. • Órgãos internos (cadáver): ➔ Ex: hidatidose • Sêmen: ➔ Ex.: brucelose suína 3. MEIOS DE TRANSMISSÃO ■ Conjunto de veículos pelos quais os agentes são carreados desde a fonte de infecção até o hospedeiro susceptível. Transmissão horizontal • Contato direto: contato físico entre a fonte de infecção e o hospedeiro susceptível, em que ocorre a transferência de material infectante. ➔ Ex: cópula (doenças reprodutivas), mordedura (raiva), beijo (sífilis). • Contato indireto: se dá por meio de veículos animados ou inanimados capazes de transmitir o agente infeccioso. ➔ Ar: - Aerossóis: emissão explosiva de agentes infecciosos. - Poeiras: Agentes ficam suspensos no ar. • Alimentos e água: ➔ Água: principal meio de transmissão para doenças entéricas. Pode ser um meio de poluição e contaminação por micro-organismos patogênicos. ➔ Alimentos: contaminação por origem (animal infectado) ou por manipulação. Ex: embalagem de ração que permanece aberta, pode estar exposta aos agentes infecciosos. • Solo: pode ser favorável à agentes que realizam parte do ciclo evolutivo no ambiente, alcançando estágios capazes de infectar outros indivíduos. Transmissão indireta • Hospedeiro paratênico: organismo vertebrado, que não desenvolve a doença mas abriga o agente até que ocorra a infecção no hospedeiro definitivo. Ex: caracóis do gênero Lymnaea, no caso da transmissão da Fascíola hepática. • Vetor: ser vivo capaz de transmitir um agente infeccioso, de forma ativa ou passiva. ➔ Mecânico: indivíduo que transporta o agente sem que sofra grandes modificações em seu organismo. Ex: mosca doméstica (carrea o agente retirado de um local infectado, nas patas). ➔ Biológico: necessária a multiplicação ou desenvolvimento do agente no organismo do vetor para que haja transmissão até o hospedeiro definitivo. Ex: mosquito barbeiro (transmissão do agente pela pelas fezes), carrapato-estrela e morcego (transmissão por mordida). Transmissão vertical • Transplacentária: transmissão que ocorre de uma geração para outra, da mãe para o feto através da placenta. • Transmamária: transmissão que ocorre entre mãe e feto, através do leite materno. Transmissão iatrogênica • Fômites: todo o equipamento utilizado para o manejo dos animais, como os arreios, laços, baldes, instrumentos cirúrgicos, etc. Pode ser um meio de transmissão em casos de falta de assepsia, podendo desencadear doenças. 4. PORTA DE ENTRADA ■ Via responsável pela penetração do agente no organismo do hospedeiro. Além disso, está associada ao meio de transmissão do agente. • Mucosas: ➔ Trato respiratório: transmissão por gotículas, poeira. ➔ Trato digestório: alimentos, água. ➔ Aparelho geniturinário: contato direto. Ex: cópula. ➔ Conjuntiva: vetores, gotículas. • Cutânea: penetração através da pele no caso de mordedura, vetores, solo, fômites etc. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MATHIAS, L. A. Epidemiologia. Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária Campus de Jaboticabal, Unesp, 2014, p. 120.
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