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6 ANO JOGO

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e 
Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
As palavras destacadas de amarelo ao longo do livro sofreram 
modificações com o novo Acordo Ortográfico.
Educação Física
6o ano do Ensino Fundamental 
Lucas Vieira
Editor
Lécio Cordeiro
Revisão de texto
Departamento Editorial
Capa e projeto gráfico 
Amanda Souza, Christiana Pacis e 
Sophia Karla
Diagramação
Sophia Karla
Ilustrações
Rafael Silva
Direção de arte
Elto Koltz
Coordenação editorial
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37
Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos 
dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve al-
guma omissão e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer 
créditos faltantes.
Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que 
oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação.
O conteúdo deste livro está adequado à proposta 
da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de 
dezembro de 2017, do Ministério da Educação.
Jogo
Vamos dialogar?
1Capítulo
Olá! Neste capítulo, estudaremos alguns aspectos rela-
cionados aos jogos. Provavelmente você já participou de al-
guns deles com os seus amigos e parentes ou até mesmo sozi-
nho. Mas você saberia explicar para alguém “o que é jogo”? De 
quais você já participou? Como são jogados? Quem os inven-
tou e quando foram criados? Será que os seus pais e os seus 
avós também conhecem esses jogos?
Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos-
so diálogo neste capítulo. Vamos lá?
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6 Educação Física 6 o Ano
Como podemos definir jogo?
A primeira impressão que temos é a de que é algo simples de se explicar, con-
corda? Então, realize uma pesquisa perguntando aos seus familiares e à sua comu-
nidade escolar o que significa jogo.
1. Escreva no espaço abaixo as respostas que você encontrou.
Resposta pessoal.
Conceituar jogo realmente não é fácil, pois se trata de um fenômeno que pode 
ter muitos significados. Mas, apesar da sua complexidade, podemos concordar 
que o jogo é uma invenção do homem e faz parte da sua cultura corporal, que foi 
acumulada ao longo dos anos.
A figura abaixo é uma reprodução da obra Jogos infantis, criada por Pieter 
Bruegel, importante pintor flamenco, em 1560, na Europa. O artista, que viveu 
durante o período do Renascimento, retrata nessa obra aproximadamente 250 
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Jogos infantis, óleo sobre madeira, 118x161cm, de Pieter Bruegel, o Velho. A obra retrata, em miniatu-
ras, atividades lúdicas comuns do período medieval. Atualmente é exibida no Museu Kunsthistorisches, 
em Viena, Áustria.
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7Educação Física6 o Ano
pessoas, entre crianças e adultos, envolvidas em 84 jogos diferentes. 
Estudiosos do assunto afirmam que, nesse período do século XVI, não havia 
uma separação tão notável, como observamos hoje, entre os jogos dos adultos e 
os das crianças — ambos poderiam vivenciá-los. 
2. Você conhece algum jogo que tanto os adultos quanto as crianças podem par-
ticipar hoje em dia? Escreva o(s) nome(s) dele(s) abaixo.
Resposta pessoal.
3. Observando a pintura Jogos infantis com bastante atenção, tente identificar os 
jogos que você conhece e escreva o nome de cada um deles a seguir.
Resposta pessoal.
4. Como essa tela apresenta 84 jogos diferentes, talvez você não tenha notado 
alguns que são bem presentes no nosso país. Por isso, observe as figuras a seguir, 
que foram retiradas da pintura que você acabou de analisar, e verifique se reco-
nhece o que cada uma delas representa. Ao fazer isso, preencha as lacunas abaixo 
com o nome do seu respectivo jogo.
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b)a) c)
pula-sela pião maria-cadeira
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8 Educação Física 6 o Ano
Certamente você reconheceu vários jogos e percebeu que muitos deles exis-
tem até hoje — apesar das centenas de anos que se passaram desde a pintura do 
quadro —, o que reafirma a tese de que o jogo é um elemento da cultura corporal da 
humanidade, construído pouco a pouco por homens e mulheres durante a história.
Quais são as características de um jogo?
Muitas vezes, quando estamos tentando elaborar um conceito para algo, des-
crevemos as suas características, concorda? Então, pensando nos jogos enquanto 
um elemento cultural, quais seriam essas características? O que tem em comum 
boa parte dos jogos?
É possível afirmar que a liberdade dos participantes, as regras e o prazer são 
aspectos que estão sempre presentes.
Para que uma prática seja considerada como jogo, as pessoas precisam par-
ticipar por livre e espontânea vontade, não por obrigação. O participante tem o 
direito de escolher jogar ou não, e isso é o que permite, inclusive, que as pessoas 
possam desistir de participar da atividade a qualquer momento.
a) b)
5. Em qual das figuras a seguir você identifica essa característica?
Espera-se que os alunos identifiquem a figura B.
Quando um grupo decide jogar aquele velho futebol de rua por um perío-
do de tempo, por exemplo, está vivenciando um jogo. Porém, seguramente, não 
podemos dizer o mesmo de uma situação em que atletas de futebol estão dispu-
tando uma partida oficial por sua equipe, pois eles não dispõem dessa liberdade. 
Na verdade, estão cumprindo o seu contrato de trabalho.
As regras, por sua vez, representam outro aspecto marcante nos jogos, pois 
todos eles as possuem, certo?
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9Educação Física6 o Ano
Mesmo com o passar dos anos, os jogos 
de tabuleiro, o dominó, o baralho, etc. 
ainda são muito presentes no dia a dia das 
pessoas.
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6. Se você discorda, cite abaixo pelo menos dois jogos que não possuem regras.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que não há jogo sem regras.
As regras têm uma presença tão forte nos jogos que, muitas vezes, somos ca-
pazes de identificá-los apenas ouvindo-as ou lendo-as. Inclusive, o artista pernam-
bucano Petrúcio Amorim, renomado compositor e intérprete da música nordes-
tina, em uma das suas músicas (Tareco e mariola), canta que “o jogador conhece o 
jogo pela regra”. Será? Vamos verificar se esse dito popular se confirma? 
7. Leia as regras abaixo e responda a que jogo cada uma se refere.
a) Não se pode pisar na “casa” onde a pedrinha está; é preciso saltar (de um pé só) 
por cima delas, percorrendo todas as “casas”, até chegar ao “céu”.
Amarelinha. Professor, dependendo do local em que os alunos vivem, é possível 
que conheçam esse jogo por outro nome.
b) O objetivo do jogo é acertar, com a bola, todos os participantes da equipe ad-
versária. Se a bola atingir um participante e, em seguida, tocar o chão, ele deverá 
pegar a bola e se dirigir para a “área do morto”.
Queimado. Professor, dependendo do local em que os alunos vivem, é possível 
que conheçam esse jogo por outro nome.
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8. A respeito das regras do futebol de rua, citado anteriormente, o escritor gaú-
cho Luis Fernando Verissimo, um dos mais respeitados cronistas brasileiros, es-
creveu um texto muito interessante. Leia-o com atenção.
Futebol de rua 
Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de fu-
tebol ainda mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol 
de rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo 
noturno. Se você é homem, brasileiro e criado em cidade, sabe do que eu estou 
falando. Futebol de rua é tão humilde que chama pelada de senhora. Não seise 
alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou num papel as regras do futebol de 
rua. Elas seriam mais ou menos assim:
DA BOLA – A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma 
bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma 
pedra, uma lata vazia ou a merendeira do seu irmão menor, que sairá correndo 
para se queixar em casa. No caso de se usar uma pedra, lata ou outro objeto con-
tundente, recomenda-se jogar de sapatos. De preferência os novos, do colégio. 
Quem jogar descalço deve cuidar para chutar sempre com aquela unha do dedão 
que estava precisando ser aparada mesmo. Também é permitido o uso de frutas 
ou legumes em vez da bola, recomendando-se nestes casos a laranja, a maça, o 
chuchu e a pera. Desaconselha-se o uso de tomates, melancias e, claro, ovos. O 
abacaxi pode ser utilizado, mas aí ninguém quer ficar no golo.
DAS GOLEIRAS – As goleiras podem ser feitas com, literalmente, o que estiver 
à mão. Tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, os livros da escola, a merendei-
ra do seu irmão menor, e até o seu irmão menor, apesar dos seus protestos. Quando 
o jogo é importante, recomenda-se o uso de latas de lixo. Cheias, para aguentarem o 
impacto. A distância regulamentar entre uma goleira e outra dependerá de discus-
são prévia entre os jogadores. Às vezes esta discussão demora tanto que quando a 
distância fica acertada está na hora de ir jantar. Lata de lixo virada é meio golo.
DO CAMPO – O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, calça-
A primeira bola de fute-
bol foi feita de couro cur-
tido, e a câmara de ar era 
uma bexiga de boi. FO
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11Educação Física6 o Ano
da, rua e a calçada do outro lado e — nos clássicos — o quarteirão inteiro. O mais 
comum é jogar-se só no meio da rua.
DA DURAÇÃO DO JOGO – Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier pri-
meiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.
DA FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada equipe varia, 
de um a 70 para cada lado. Algumas convenções devem ser respeitadas. Ruim vai 
para o golo. Perneta joga na ponta, à esquerda ou à direita dependendo da perna 
que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é beque.
DO JUIZ – Não tem juiz.
DAS INTERRUPÇÕES – No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada 
numa destas eventualidades:
» Se a bola for para baixo de um carro estacionado e ninguém conseguir tirá-la. 
Mande o seu irmão menor.
» Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar não 
mais de 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isto não ocorrer, os 
jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa ou aparta-
mento e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com amea-
ças de depredação. Se o apartamento ou casa for de militar reformado com 
cachorro, deve-se providenciar outra bola. Se a janela atravessada pela bola 
estiver com o vidro fechado na ocasião, os dois times devem reunir-se rapida-
mente para deliberar o que fazer. A alguns quarteirões de distância.
» Quando passarem pela calçada:
1) Pessoas idosas ou com defeitos físicos.
2) Senhoras grávidas ou com crianças de colo.
3) Aquele mulherão do 701 que nunca usa sutiã.
Se o jogo estiver empate em 20 a 20 e quase no fim, esta regra pode ser ig-
norada e se alguém estiver no caminho do time atacante, azar. Ninguém mandou 
invadir o campo.
» Quando passarem veículos pesados pela rua. De ônibus para cima. Bicicletas e 
Volkswagen, por exemplo, podem ser chutados junto com a bola e se entrar é golo.
DAS SUBSTITUIÇÕES – Só são permitidas substituições:
» No caso de um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer a lição.
» Em caso de atropelamento.
DO INTERVALO PARA DESCANSO – Você deve estar brincando.
DA TÁTICA – Joga-se o futebol de rua mais ou menos como o Futebol de ver-
dade (que é como, na rua, com reverência, chamam a pelada), mas com algumas 
12 Educação Física 6 o Ano
importantes variações. O goleiro só é intocável dentro da sua casa, para onde fu-
giu gritando por socorro. É permitido entrar na área adversária tabelando com 
uma Kombi. Se a bola dobrar a esquina é corner.
DAS PENALIDADES – A única falta prevista nas regras do futebol de rua é 
atirar um adversário dentro do bueiro. É considerada atitude antiesportiva e pu-
nida com tiro indireto.
DA JUSTIÇA ESPORTIVA – Os casos de litígio serão resolvidos no tapa.
VERISSIMO, Luis Fernando. Futebol de rua. In: O rei do rock. Rio de Janeiro: Globo, 1996.
9. Você já jogou o futebol de rua? Em sua opinião, o cronista conseguiu retratar bem 
esse jogo? Analise o texto e destaque duas regras que você já vivenciou ao jogá-lo. 
Espera-se que o aluno identifique, no texto de Luis Fernando Verissimo, pelo me-
nos duas regras que já viveu ao jogar o futebol de rua.
Presente em várias nacionalidades, 
o futebol de rua é um jogo que reúne 
crianças, jovens e adultos.
PARA REFLETIR!
De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil, que é a principal 
lei do nosso país, “homens e mulheres são iguais em direitos e em obrigações”. Dentre esses 
direitos, estão o acesso à cultura e ao lazer. Portanto, homens e mulheres; meninos e me-
ninas têm os mesmos direitos de jogar qualquer que seja o jogo. 
 Dessa forma, precisamos superar a ideia de que existem os jogos “só para meninas” 
ou “só para meninos”, pois ambos têm o mesmo direito de desfrutar desses conhecimen-
tos que foram socialmente construídos e historicamente acumulados pela humanidade. 
É preciso nos afastar de qualquer tipo de preconceito. Pense nisso!
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13Educação Física6 o Ano
VOCÊ SABIA?
A Constituição da República Federativa do Brasil é considerada o livro da cidadania. 
Entre outras informações, ela contém os direitos e os deveres do povo brasileiro. É muito 
importante que os conheçamos para que possamos cobrá-los dos nossos governantes. 
Você pode ter acesso à Constituição Federal, gratuitamente, acessando o link abaixo:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
Tomando a crônica de Luis Fernando Verissimo como exemplo, podemos no-
tar que as regras de alguns jogos são flexíveis, isto é, são passíveis de serem mo-
dificadas. Os próprios jogadores têm o poder de adaptá-las às condições da sua 
realidade. Por exemplo, no caso do futebol de rua, “a bola pode ser qualquer coisa 
remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve”.
10. Em qual das situações abaixo você identifica que há a possibilidade de os joga-
dores se reunirem para discutir as regras previamente?
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Situação 1 Situação 2
Espera-se que o aluno perceba que, na situação 1, há a possibilidade de os jogado-
res se reunirem para discutir as regras previamente.
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A amarelinha também é 
conhecida em algumas 
regiões do Brasil como 
academia, maré, sapata 
ou avião.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
14 Educação Física 6 o Ano
A Situação 1 retrata um jogo que, em algumas regiões do Brasil, é conhecido 
por sete cortes. Não existe número mínimo ou máximo de participantes. O seu ob-
jetivo é acertar a bola nos demais colegas. Porém, só é possível golpear a bola após 
a sétima vez consecutiva que ela for jogada para o alto pelo grupo. No entanto, 
em uma situação em que os participantes apresentam dificuldades técnicas para 
levantar a bola e, por isso, não conseguem atingir o número de sete levantamen-
tos consecutivos, sem deixar a bola cair no chão, é possível discutir e combinar a 
mudança da regra. Uma sugestão que geralmente aparece nesses casos é a dimi-
nuição do número de levantamentos exigidos de 7 para 5 ou para 3, dependendo 
das habilidades técnicase características do grupo.
Já a Situação 2 revela uma partida oficial de voleibol. Nesse caso, não há a 
possibilidade de mudança de regras antes ou durante a partida, pois elas são de-
terminadas pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Assim, as suas regras 
se apresentam de forma inflexível e são as mesmas em todos os países do mundo. 
Esta é uma das características do esporte: a presença das federações. O esporte 
é um dos temas que você estudará neste ano. Portanto, fique ligado, pois jogo e 
esporte são fenômenos diferentes.
Outro elemento que conseguimos identificar no jogo é o prazer. Geralmente, quem 
participa de um jogo vivencia a ludicidade. Já ouviu falar nisso? A ludicidade está presen-
te nas práticas que despertam a sensação de prazer, satisfação, contentamento.
A palavra lúdico tem origem no latim ludus, que significa divertimento, distração. Os jogos lúdicos são 
importante ferramenta para o desenvolvimento de diversas habilidades das crianças.
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15Educação Física6 o Ano
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11. Você já sentiu essa sensação prazerosa durante a participação em algum jogo? 
Tente descrevê-la.
Resposta pessoal.
PARA REFLETIR!
Apesar de alguns jogos serem naturalmente competitivos, como o sete cortes, pre-
cisamos lembrar que, para que eles possam acontecer, é necessária a participação de ou-
tras pessoas. Portanto, também devemos nos preocupar com o outro enquanto estamos 
jogando. No caso do jogo sete cortes, por exemplo, devemos medir a força com a qual 
iremos golpear a bola em direção ao colega para não o machucar. Nesse sentido, é funda-
mental compreendermos que, sem o outro, muitas vezes não há jogo. Não podemos nos 
esquecer disso!
Como podemos classificar os jogos?
Certamente, você já jogou diferentes jogos e notou que cada um deles apre-
senta particularidades. Conhecemos jogos em que é necessária a utilização de 
implementos, como bolas (futebol de rua, sete cortes, queimado, etc.) ou pedras 
(amarelinha, sete pedras, etc.); jogos em que não se usam implementos, como os 
diferentes tipos de pega (pega pegou, pega macaco, pega congelou, pega ajudou, 
pega corrente, pega novela, pega acocorou e outros tantos pegas que a criati-
vidade dos sujeitos possa elaborar); jogos que acontecem em ambiente virtual 
(jogos eletrônicos); jogos que são disputados em ambiente aquático e jogos que 
ocorrem sobre uma mesa (damas, baralho, uno, etc.). Pensando nisso, seria pos-
sível classificá-los?
16 Educação Física 6 o Ano
12. Como você classificaria os jogos? Descreva abaixo.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que há várias formas de se clas-
sificar os jogos e que tais classificações estabelecem relação com as particularida-
des que esses jogos apresentam. Por exemplo: jogos com bola, jogos de velocida-
de, jogos cooperativos, jogos competitivos, jogos culturais, jogos adaptados, jogos 
de tabuleiro, jogos antigos, jogos modernos, jogos coletivos, jogos individuais, etc.
Existe uma infinidade de possíveis classificações para os jogos, pois se trata 
de um fenômeno bastante complexo. Uma das formas de classificá-los pode ser: 
jogos populares e jogos de salão. 
Os jogos populares são aqueles notoriamente conhecidos por um povo, ensi-
nados de geração para geração, com regras que podem ser criadas e alteradas pelos 
próprios participantes e cujos nomes variam de acordo com a região em que são 
jogados. Não se sabe ao certo quem, quando ou onde foi criada boa parte deles.
Muito presentes no 
dia a dia de diversas 
pessoas, os jogos de 
realidade virtual exis-
tem em várias moda-
lidades, desde os que 
proporcionam simu-
lações de atividades 
simples a complexas 
narrativas que envol-
vem completamente 
os participantes.
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17Educação Física6 o Ano
Lembra-se do quadro Jogos Infantis, pintado por Pieter Bruegel, na Europa, em 
1560? Pois bem, a obra retrata vários jogos populares que até hoje são vivenciados 
no continente europeu e em outros locais do mundo — inclusive, vários deles são 
jogados aqui no Brasil. Supomos que os imigrantes europeus, quando aqui chega-
ram, trouxeram consigo a sua cultura e, portanto, os jogos que conheciam, os quais 
foram propagados em solo brasileiro ao longo dos anos.
Ao viajar pelas diferentes regiões do nosso país, de dimensão continental, 
não é difícil encontrarmos o mesmo jogo popular sendo chamado de formas dife-
rentes. Por exemplo, em Pernambuco, determinado jogo popular é conhecido por 
queimado, já na Paraíba esse mesmo jogo é chamado de baleado; em Santa Catari-
na se chama mata-mata; em Goiás, carimbada; no Paraná, bola queimada e no Rio 
Grande do Sul, caçador. 
Também é possível perceber que o mesmo jogo popular pode variar de nome 
dentro do próprio estado. Por exemplo, no litoral pernambucano, chama-se quei-
mado, já no interior do estado é conhecido por matou-morreu.
13. Quais outros jogos populares você conhece que possuem mais de um nome? 
Escreva no espaço a seguir.
Resposta pessoal.
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18 Educação Física 6 o Ano
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Os jogos populares apresentam regras que, muitas vezes, são criadas e modi-
ficadas de acordo com a realidade e o interesse de quem os joga. Em uma partida 
de queimado, por exemplo, cujo objetivo é acertar a bola em todos os participan-
tes da equipe oposta, há a possibilidade de uma série de alterações de regras, as 
quais devem ser previamente acordadas pelo grupo.
14. Observe a situação abaixo e apresente uma proposta de modificação de regras 
que torne o jogo mais dinâmico para os participantes.
Ao jogarem queimado, as duas equipes notaram que a partida estava bastan-
te monótona e iria demorar muito para terminar, pois, pelo fato de a bola estar 
muito murcha, os jogadores conseguiam segurá-la facilmente, sem que ela caísse 
no chão. Uma das regras que foi acertada anteriormente pelo grupo dizia que se 
um jogador da equipe A arremessasse a bola em um jogador da equipe B e este conse-
guisse segurar a bola, sem que ela caísse no chão, o jogo continuava normalmente. Ou 
seja, os participantes só seriam “queimados” se a bola os atingisse e, em seguida, caísse 
no chão. Vale lembrar que essa era a única bola que eles tinham.
Resposta pessoal. Uma das possibilidades para solucionar o problema seria a cria-
ção da seguinte regra: se um jogador da equipe A arremessar a bola em um jogador da
equipe B e este segurá-la, sem deixá-la cair no chão, o jogador da equipe A que arremes-
sou a bola será “queimado”.
São exemplos de jogos populares: pula sela, futebol de rua, sete cortes, pega 
pegou, amarelinha, pular corda, etc. Certamente você conhece vários outros. 
As brincadeiras de pega são, 
provavelmente, as mais po-
pulares entre as crianças.Sy
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19Educação Física6 o Ano
15. Cite mais três exemplos de jogos populares.
Resposta pessoal.
16. Agora que você estudou os jogos populares e entendeu o seu conceito, cumpra 
as tarefas seguintes.
a) Explique o conceito de jogos populares para os seus parentes de maior idade, de 
preferência seus avós, pais e tios.
b) Faça uma entrevista com eles, perguntando-lhes sobre quais eram os jogos po-
pulares que eles jogaram/jogam.
Resposta pessoal.
c) Escreva o nome de dois jogos que eles citaram e como cada um deles era jogado.
Resposta pessoal.
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20 Educação Física 6 o Ano
Pular corda é um jogo que pode envolver pessoas de diversas idades, além de ser uma atividade 
utilizada em exercícios físicos.
Os jogos de salão apresentam regras que dificilmente variam. Inclusive, em 
alguns deles, elas vêm fixadas na própria “caixa” como um manual de instrução. 
Normalmente, esses são os jogos que acontecem sobre uma superfície plana 
(mesa, chão, etc.). Alguns possuem tabuleiros com marcações específicas (damas,gamão, ludo, etc.), outros não (dominó, por exemplo). Nesses jogos, geralmente o 
participante é representado por uma ou mais peças pequenas, como no xadrez, no 
Jogo da Vida e no Banco Imobiliário. 
É possível construir alguns jogos de salão com material alternativo, como no 
jogo da velha, damas, dominó e resta um. Utilizando criatividade e autonomia, é 
possível inventar novos jogos de salão.
No xadrez, cada jogador é representado por dezesseis peças. 
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21Educação Física6 o Ano
Jogos de estratégia, como batalha naval, reinventam-se e permanecem presentes de geração a geração.
Nos últimos anos, com o avanço da tecnologia, um tipo de jogo de salão vem 
sendo bastante vivenciado pelas crianças, jovens e adultos no mundo inteiro: os 
jogos eletrônicos, tema das nossas próximas aulas.
17. Certamente você conhece vários jogos de salão, além dos que foram citados. 
Cite mais três exemplos no espaço abaixo.
Resposta pessoal. Sugestão: jogo da memória, War, Imagem e Ação, batalha naval, 
pega-varetas, pebolim, sinuca, quebra-cabeças, etc. A
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VOCÊ SABIA?
Diferentemente dos jogos populares, os jogos de salão, em sua maioria, são produtos 
de uma indústria que vem crescendo bastante. No Brasil, algumas empresas da iniciativa 
privada chegam a faturar milhões de reais, anualmente, com a produção e a venda desses 
jogos. 
Nesse contexto mercadológico, diferentes jogos de salão foram criados ao longo dos 
anos, assim como foram se adaptando às mudanças ocorridas na sociedade. Um bom exem-
plo é o do conhecido jogo Banco Imobiliário — presente nas prateleiras das lojas há mais de 
40 anos —, que recentemente teve o seu “dinheiro de papel” substituído por máquina de 
cartão de crédito e débito.
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22 Educação Física 6 o Ano
PARA REFLETIR!
Em função dos altos impostos que são cobrados pelo governo brasileiro, muitas em-
presas terceirizam a sua produção de jogos de salão. Para reduzir os seus custos e, conse-
quentemente, aumentar os seus lucros, elas contratam indústrias na China para fabrica-
rem os seus produtos e enviarem para o Brasil. No entanto, como essa lógica de produção 
chinesa em larga escala se preocupa muito mais com os aspectos quantitativos, muitas 
vezes acaba acontecendo uma perda no padrão de qualidade dos jogos. Além disso, há 
uma série de casos de denúncias de trabalho escravo nesse processo.
Essas informações nos levam a refletir sobre a importância e a possibilidade do rea-
proveitamento de alguns materiais, que seriam descartados no lixo, para construirmos 
alguns dos nossos jogos de salão. É possível, por exemplo, produzir um jogo de damas 
de boa qualidade utilizando poucos materiais recicláveis como: um pedaço de madeira 
(ou qualquer outra superfície plana rígida), 12 tampinhas de garrafa de uma mesma cor e 
mais 12 de uma cor diferente.
Dessa forma, estaremos contribuindo com a diminuição da compra (consumo) de um 
novo jogo e, por consequência, com a diminuição da sua produção por parte das empre-
sas. Além disso, estaremos exercitando a nossa consciência ambiental. Pense nisso!
Em alguns jogos, como da-
mas, tampinhas de garrafa 
PET e papelão substituem 
facilmente as peças e o ta-
buleiro encontrados no mer-
cado, mantendo a tradição 
das atividades e ajudando a 
sustentabilidade. ha
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23Educação Física6 o Ano
18. Em casa, solicite a ajuda de um parente ou de um amigo para produzir um jogo 
de damas, utilizando apenas materiais recicláveis. Traga o jogo na próxima aula 
para jogar com os seus colegas de turma. 
19. Explique o conceito de jogos de salão para os seus parentes de maior idade e, 
em seguida, pergunte-lhes quais eram os jogos de salão que eles jogavam/jogam. 
Escreva, nas linhas a seguir, os nomes de dois jogos que eles citaram e como cada 
um deles era jogado.
Resposta pessoal. 
20. Agora que estudou acerca do jogo, você terá uma nova oportunidade de res-
ponder à nossa pergunta inicial: se um amigo lhe perguntasse “o que é um jogo?”, 
o que você responderia? Escreva abaixo.
Resposta pessoal. Espera-se que, após o estudo da lição, o estudante compreenda
 o jogo como uma invenção do homem, um elemento da sua cultura corporal, que 
foi socialmente produzida e acumulada ao longo dos anos. Que entenda o fato de 
o jogo apresentar características particulares que o diferem do esporte e que eles 
podem ser classificados de diferentes formas.
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PARA REFLETIR!
Os jogos são um elemento importante para a vida. Por meio deles, é possível conhecer 
a cultura do seu povo e de outros povos, estabelecer relações sociais e exercitar-se. E o 
melhor: é possível fazer tudo isso por meio da ludicidade que as atividades proporcionam.
Sendo o jogo um fenômeno da cultura corporal da humanidade, é fundamental que 
nós atuemos como propagadores dessa cultura, ensinando-os para os nossos amigos, pa-
rentes e demais pessoas. Se não fizermos isso, talvez um dia eles desapareçam das ruas, 
das escolas, ficando apenas nas pinturas. Pense nisso!

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