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AULA 1
Brasil no século XX
No início do século XX, as ações e os programas de saúde no Brasil visavam ao controle das doenças epidêmicas, principalmente nas áreas fundamentais para a economia agrária exportadora – áreas de portos –, que buscavam atrair os imigrantes para a lavoura do café e da indústria ainda incipiente.
A situação de saúde da população apresentava um panorama com predomínio de doenças pestilenciais, e as condições de saneamento básico eram muito precárias.
É sobre esse contexto que vamos discutir a partir de agora, começando pelo sistema governamental da época!
Governo de Rodrigues Alves (1902-1906)
O governo de Rodrigues Alves empenhou-se em implantar o programa de remodelação urbana e de saneamento da cidade do Rio de Janeiro – então capital da República. O porto foi ampliado, os antigos quarteirões com seus cortiços foram demolidos e os moradores, transferidos para a periferia, abrindo espaço para o alargamento de ruas e a construção de novas avenidas.
Outros destaques na administração de Rodrigues Alves foram a saúde pública e o combate às epidemias. Para resolver essas questões, em 1903, o médico sanitarista Oswaldo Cruz foi nomeado diretor geral de saúde pública. Sua missão era combater as três principais epidemias que assolavam o Rio de Janeiro: a febre amarela, a peste bubônica e a varíola.
Embora bem-sucedido, seu trabalho sofreu pesadas críticas, principalmente da imprensa, devido à forma autoritária como foram implementadas as medidas de saneamento e de saúde da população.
Atenção
A transferência da população mais carente para a periferia da cidade não foi amigável. Houve resistência popular, pois as pessoas eram retiradas dos cortiços no centro e transferidas para os morros e para as encostas.
Além disso, a saúde pública não era uma prioridade dentro da política nacional e recebia maior atenção apenas nos momentos de epidemias ou endemias. Esse modelo de saúde oferecido ao povo ficou conhecido como modelo sanitarismo-campanhista.
Revolta da Vacina
Através da figura de Oswaldo Cruz, a questão sanitária passou a ser considerada política. Prova disso foi a criação, em 1904, da lei sobre a vacinação contra a varíola – processo que gerou uma série de revoltas no âmago da população civil contra o sentido militar imputado à campanha.
A aprovação dessa lei permitia a entrada das brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, nas residências para a vacinação à força. Movimentos estudantis e populares iniciaram as manifestações, sob a liderança de políticos opositores ao governo e médicos contrários à vacina.
O centro da cidade do Rio de Janeiro transformou-se em campo de guerra, e sua contenção só foi possível após forte repressão policial, que resultou em prisões, em feridos e em mortes.
Após o episódio, a vacinação tornou-se opcional. Depois de algum tempo, com base na aceitação dessa medida, a epidemia de varíola foi controlada.
Antes de assumir a direção geral da saúde pública, Oswaldo Cruz ocupava o cargo de diretor técnico do Instituto Soroterápico Federal, que começou a funcionar em 25 de maio de 1900, conhecido como Manguinhos. Depois, passou a ser chamado de Instituto Oswaldo Cruz e assumiu a finalidade de pesquisa e de desenvolvimento de vacinas.
Com a morte de Oswaldo Cruz, em 1917, Carlos Chagas foi convidado a assumir a direção do Instituto de Manguinhos. Em 1920, esse também médico sanitarista assumiu o comando do Departamento Nacional de Saúde, criando alguns programas que introduziam a propaganda e a educação sanitária da população para a prevenção de doenças. Logo, foram criados órgãos para controle da tuberculose, da lepra e de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).
Descreva quais foram as contribuições do governo de Rodrigues Alves (1902-1906) para o desenvolvimento do sistema de saúde brasileiro no século XX.
Cenário político e econômico do Brasil no século XX
Em paralelo às questões de saúde, como estava o cenário político e econômico nesta fase?
Já na economia, destacamos a crise do setor de exportação e o consequente aumento da dívida externa, que acirraram os confrontos políticos internos.
Aliado à crise mundial do café de 1929, esse fenômeno afetou a economia brasileira, criando condições propícias para a Revolução de 1930.
Em relação ao cenário político, destacamos o início da Previdência Social.
Nesse contexto, as classes de trabalhadores mais articuladas lutavam pela organização das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), que se constituíram em embrião do Seguro Social e marcaram o primeiro período da história da previdência brasileira.
Em 1923, a Lei Eloy Chaves regulamentou as CAPs. Essa lei concedia benefícios pecuniários nas modalidades de aposentadorias e pensões, bem como na prestação de serviços do tipo consultas médicas e fornecimento de medicamentos.
O financiamento das CAPs era tripartite, com recursos provenientes das empresas, do governo e dos empregados, e o controle era exercido por patrões e subordinados.
À maioria da população brasileira que não tinha direito às CAPs restavam apenas os serviços oferecidos pelos escassos hospitais filantrópicos mantidos pela igreja ou a prática da medicina popular. Enquanto isso, a classe dominante de alto poder aquisitivo recorria aos serviços da medicina liberal.
Dessa forma, consolidou-se o modelo clínico curativo-privatista.
No governo de Rodrigues Alves, a questão sanitária passou a ser considerada política. Nele, foram desenvolvidas campanhas de combate às epidemias, e, em 1903, o médico sanitarista Oswaldo Cruz foi nomeado diretor geral de saúde pública. Sua missão era combater as três principais epidemias que assolavam o Rio de Janeiro: a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Como resultado, em 1904, criou-se a lei sobre a vacinação contra a varíola.
AULA 2 
Fatos históricos (1930-1960)
A partir de 1930, o Brasil esteve sob o comando político do presidente Getúlio Vargas, quando foi promovida uma reforma administrativa e política. Algumas mudanças marcaram intensamente as ações de saúde nesse período. Vejamos:
O Estado passou a garantir direitos sociais ao trabalhador.
As medidas adotadas caminhavam no sentido de manter a força de trabalho em condições de produção, valendo-se da assistência médica vinculada à Previdência Social, que, a partir de 1933, unificou as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) e criou os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs).
Várias instituições de trabalho passaram a criar serviços de atendimento ambulatorial de caráter terapêutico e alguns em nível de reabilitação.
Em 1953, o Ministério da Saúde foi separado do Ministério da Educação, e àquele foi destinado apenas um terço dos recursos alocados ao antigo Ministério da Educação e Saúde
Sobre esse período, precisamos fazer duas considerações importantes:
1. Após a unificação das CAPs, a gestão dos IAPs passou a ser estatal. Os IAPs eram criados por categorias profissionais, e não mais pelas empresas, como acontecia com as CAPs. Além disso, enquanto a assistência médica era prerrogativa fundamental das CAPs – por meio de uma rede própria –, os IAPs visavam à contenção de gastos e ao acúmulo de capital, que era direcionado para outras áreas de interesse do governo.
2. O Ministério da Educação e Saúde Pública foi criado em 1930, logo após a chegada de Getúlio Vargas ao poder. A instituição desenvolvia atividades pertinentes a vários ministérios, tais como os de saúde, esporte, educação e meio ambiente, comprometendo a qualidade dos serviços prestados. Por isso, a criação de um ministério exclusivo para a saúde foi muito importante.
Fatos históricos (1961-1990)
A partir de agora, vamos conhecer os principais acontecimentos que marcaram o desenvolvimento do sistema de saúde brasileiro no período entre 1961 e 1990. Observe:
1964 GOLPE MILITAR
Com o Golpe Militar de 1964, o poder foi assumido pelas Forças Armadas. Editou-se, então, o Ato Institucional-1, que suspendeu as garantias constitucionais, permitindo a cassação de mandatos e suspendendo direitos políticos.Nesse ano, a primeira medida do Ministério do Trabalho foi a intervenção nos IAPs e a consequente suspensão da participação dos representantes dos empregados e empregadores no desenvolvimento dos programas de saúde
1967 INPS
As consequências vieram em 1967, com a criação do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), que unificou todos os institutos, concentrando recursos financeiros e ampliando a compra de serviços da rede privada.
Assim, o INPS passou a ser o grande comprador dos serviços privados de saúde, estimulando o exercício da prática médica pela lógica do lucro e a expansão da medicina de grupo. Nessa modalidade de assistência, as empresas contratavam uma empresa médica para assistência a seus empregados, deixando de contribuir com o INPS.
Nesse período, ocorreu, também, a expansão da cobertura da assistência médica aos trabalhadores rurais, empregados domésticos, autônomos e para os casos de acidentes de trabalho, o que aumentava bastante os gastos já elevados da previdência, além de fraudes e corrupções frequentes.		
1975 SISTEMA NACIONAL DE SAUDE
A Lei nº 6.229/1975 criou o Sistema Nacional de Saúde. Através dessa Lei, foram definidas as responsabilidades das várias instituições, cabendo à Previdência Social a assistência individual e curativa, enquanto que os cuidados preventivos e de alcance coletivo ficaram sob a responsabilidade do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
Mas, já fragilizado e com recursos limitados, o Ministério da Saúde tornou-se ineficiente para enfrentar os problemas de saúde da população, que, além das doenças infectocontagiosas, passou a sofrer com doenças crônico-degenerativas.
1977 SINPAS
Na tentativa de promover a reordenação do sistema de saúde, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), que congregava:
• O Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS), que gerenciaria o Fundo de Previdência de Assistência Social;
• O INPS, a quem competiria a concessão de benefícios e outras prestações em dinheiro, além de programas assistenciais;
• O Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), que se responsabilizaria pela prestação de assistência médica individual aos trabalhadores urbanos e rurais;
• A Fundação Legião Brasileira de Assistência, voltada para a prestação de assistência social à população carente;
• A Central de Medicamentos (CEME) etc.
Esse movimento justificava-se pela racionalização e reorganização da saúde. Mas sua implantação repercutiu de forma totalmente diferente das proposições e acabou por fragmentar os poderes e dividir para diversos organismos as diferentes tarefas da previdência.
1980 CRISE FINANCEIRA
Com a crise financeira da saúde, no início de 1980, a proposta do movimento sanitário apresentava-se como forte reação às políticas de saúde implantadas, além de emergir como uma alternativa concreta para a reformulação do sistema.
Nos últimos anos do Regime Militar, o Brasil vivia uma grande crise econômica. Além disso, a ideia de liberdade expressa através do movimento das Diretas Já e a eleição de Tancredo Neves – que não chegou a assumir o mandato – incentivaram a movimentação social em favor da saúde e da redemocratização
1986 VIII CONFERENCIA NACIONAL DE SAUDE
O processo de reforma sanitária, desencadeado por intelectuais e profissionais do Movimento Sanitário, impulsionou a realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, que foi convocada, em 1986, pelo Ministério da Saúde. Essa conferência foi fundamental para o desenvolvimento do atual sistema de saúde brasileiro
1988 CONSTITUICAO FEDERAL
A continuidade dos trabalhos iniciados a partir da VIII Conferência Nacional de Saúde culminou com a aprovação da Constituição Federal de 1988, que traz um título inteiro (Título VIII – Da ordem social) cujo Capítulo II – Da seguridade social apresenta uma seção dedicada à saúde (Seção II).
Além disso, há outros artigos que tratam do assunto.
O Artigo 196 é enfático ao definir que a saúde é direito de todos e dever do Estado, e que deve garantir o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
O Artigo 197 determina que as ações e os serviços de saúde são de relevância pública, cabendo ao Poder Público dispor sobre sua regulamentação, sua fiscalização e seu controle. Sua execução deve ocorrer diretamente ou através de terceiros.
O Artigo 198 define que o financiamento do sistema de saúde será feito com recursos do orçamento da Seguridade Social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
O dispositivo determina, também, que as ações e os serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, bem como constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
• Descentralização, com direção em cada esfera de governo;
• Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas e sem prejuízo das atividades curativas;
• Participação da comunidade.
Atualmente, o SUS consegue garantir esses direitos constitucionais?
A implantação do SUS trouxe muitos desafios. Um deles foi a mudança do modelo assistencial, caracterizado pela assistência médica individual e curativa, associada a uma utilização irracional de medicamentos e à pouca resolutividade dos problemas de saúde da população.
Mas, apesar das dificuldades, esse processo de implantação está em permanente construção, e sua regulamentação aconteceu por meio das Leis Orgânicas da Saúde – Lei nº 8.080/1990 e Lei nº 8.142/1990
Segundo a Lei orgânica 8080/90, entende-se por vigilância epidemiológica:
Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
AULA 3
Sistema Único de Saúde e medicamentos
A Assistência Farmacêutica é composta pelo conjunto de ações que visam à promoção, proteção e recuperação da saúde, nos âmbitos individuais e coletivos, considerando o medicamento o principal insumo. O objetivo é o acesso e o uso de forma racional. Para melhor organização da disponibilização pública dos medicamentos, estes encontram-se distribuídos em: Componente Básico, Componente Estratégico e Componente Especializado. Sobre os Componentes da Assistência Farmacêutica
Os medicamentos e outras tecnologias em saúde, necessárias para garantir a integralidade do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, são definidos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) por meio das diferentes linhas de cuidado.
Leis básicas do SUS
Na aula anterior, vimos que a Constituição Federal de 1988 criou o Sistema Único de Saúde (SUS), mas sua regulamentação só aconteceu em 1990, com a aprovação das Leis nº 8.080 e nº 8.142.
A Lei nº 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde – estabelece a organizaçãobásica das ações e dos serviços de saúde quanto à direção e à gestão, quanto à competência e às atribuições de cada esfera de governo.
Enquanto a Lei nº 8.142/1990 estabelece as disposições legais para a participação da sociedade na gestão e as formas e condições das transferências intragovernamentais
Lei nº 8.080/1990
Esta Lei regula, em todo o território nacional, as ações e os serviços de saúde. Em seu Artigo 6º, inclui como campo de atuação do SUS:
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador;
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
[...]
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
Como você observou, a Política Nacional de Medicamentos (PNM) é imprescindível para a execução das ações relacionadas à assistência farmacêutica no SUS.
Lei nº 8.080/1990
Já em seu Artigo 7º, a Lei estabelece os princípios e as diretrizes do SUS
PRINCIPIOS ETICOS DO SUS
Universalidade
Garantia de atenção à saúde, por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão.
Equidade 
Tratamento diferenciado aos desiguais, o que significa oferecer mais a quem precisa mais, procurando reduzir a desigualdade.
Integralidade
As pessoas têm o direito de ser atendidas no conjunto de suas necessidades, e os serviços de saúde devem estar organizados, de modo a oferecer todas as ações requeridas por essa atenção integral.
PRINCIOS OPERACIONAIS DO SUS
Descentralização
Processo que implica a redistribuição de poder, a redefinição de papéis e o estabelecimento de novas relações entre as três esferas de governo, a fim de garantir a direção única em cada esfera.
Regionalização e hierarquização
Capacidade dos serviços de oferecer à determinada população todas as modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, possibilitando um ótimo grau de solução de seus problemas.
Participação dos cidadãos
Democratização do conhecimento do processo saúde/doença, que estimula a organização da comunidade para o efetivo exercício do controle social na gestão do sistema
Lei nº 8.142/1990
Esta Lei dispõe sobre:
A participação da comunidade na gestão do SUS, por meio das conferências e dos conselhos de saúde em todas as esferas do governo;
As transferências intergovernamentais e os recursos financeiros do SUS, que são depositados em conta especial – fundos de saúde – em cada esfera de atuação e devem ser movimentados sob fiscalização dos conselhos de saúde.
É competência de administrar os recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
Marque a alternativa que apresenta, respectivamente, um fator determinante e um fator condicionante da saúde:
o saneamento básico e o desenvolvimento urbano.
Aula 4 - Mercado farmacêutico e acesso a medicamentos
MERCADO FARMACÊUTICO
Vamos iniciar esta aula conhecendo os tipos de necessidades supridas pelo mercado farmacêutico, que incluem as
seguintes doenças:
DOENÇAS GLOBAIS
Aquelas que afetam tanto os países desenvolvidos quanto os países em desenvolvimento e que constituem a maior concentração
de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da indústria farmacêutica.
Exemplos:
• Câncer;
• Diabetes;
• Doenças cardiovasculares.
DOENÇAS NEGLIGENCIADAS
Aquelas nas quais a indústria farmacêutica baseada em pesquisa tem interesse apenas marginal e que aigem, primeiro, as
populações dos países em desenvolvimento, embora também afetem indivíduos dos países ricos.
Exemplos:
• Malária – que pode ser contraída em viagens;
• Tuberculose.
DOENÇAS EXTREMAMENTE NEGLIGENCIADAS
Aquelas que afetam exclusivamente as populações dos países em desenvolvimento. Como a maioria desses pacientes é pobre
demais para pagar qualquer tratamento, elas não representam praticamente nenhum mercado. A maioria ca excluída do escopo
dos esforços de P&D da indústria de medicamentos e, portanto, fora do mercado farmacêutico.
Exemplos:
• Doença do sono;
• Doença de Chagas;
• Leishmaniose;
• Úlcera Buruli;
• Dengue;
• Hanseníase;
• Filariose linfática;
• Esquistossomose.
Atenção
, Há, também, a parcela do mercado farmacêutico que se refere a produtos voltados não necessariamente para o tratamento e a
prevenção de doenças, mas que constituem um segmento muito lucrativo nos países ricos e que estão intimamente relacionados
ao estilo de vida. Como exemplo das condições a que esses produtos atendem, podemos citar:
• A celulite;
• A calvície;
• As rugas;
• As dietas;
• O estresse;
• Os problemas de adaptação a fuso horário.
assinale a alternativa que apresenta corretamente um tipo de doença negligenciada
Tuberculose.
 algo novo a concepção de saúde como direito de cidadania, com isso a noção de saúde tende a ser percebida com
Condições coletivas de existência com qualidade
É aquele que, de acordo com a definição da estratégia de regionalização de cada estado, apresente papel de referência para outros municípios, em qualquer nível de atenção. Tal definição significa:
Município pólo
A indústria farmacêutica nacional caracteriza-se por produzir medicamentos para qual público alvo
Pacientes portadores de doenças globais; pacientes portadores de "doenças do século XX-XXI tais como hipertensão, diabetes e hiperlipidemia.
Pode-se definir Doenças Negligenciadas como sendo:
Doenças que afetam as camadas mais pobres da população dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. 
Interesse marginal da indústria farmacêutica em descobrir novos produtos.
O mercado farmacêutico nacional, caracteriza-se por:
A maior parte do mercado brasileiro é constituído por indústrias transnacionais que não investem em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, reproduzindo e vendendo no país fármacos desenvolvidos em suas matrizes no exterior
A Lei das Patentes (9.279/97) foi promulgada no Brasil após a assinatura do acordo TRIPS. A partir dessa legislação o governo brasileiro passou a acatar as patentes de medicamentos no país, afetando o mercado farmacêutico nacional. São características dessa mudança
Estímulo de Políticas de Capacitação aos Recursos Humanos Especializados, com a concessão pelo governo federal de bolsas de mestrado e doutorado no exterior nas áreas afins.
incentivos financeiros para a melhora da infraestrutura dos parques industriais nacionais.
Favorecimento à Indústria Multinacional Farmacêutica, dona de patentes e detentora de tecnologia e pesquisa de novos fármacos.
Incentivo por parte do governo federal para a pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos, com criação de órgãos específicos para isso..
AULA 5
Política Nacional de Medicamentos
Diretrizes do SUS e garantia do acesso a medicamentos
O acesso a medicamentos essenciais é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos cinco indicadores relacionados a avanços na garantia do direito à saúde.
No Brasil, a equidade de acesso aos medicamentos no SUS tem sido discutida a partir da premissa de que o direito à assistência integral farmacêutica implica a partilha entre os entes federativos das responsabilidades legais do Estado – entre elas, propiciar o acesso igualitário e universal aos medicamentos e procedimentos terapêuticos para a assistência integral à saúde dos cidadãos.
Para isso, contamos com a PNM, que tem como objetivo principal:
Garantir o acesso da população a medicamentos seguros, eficazes e de qualidade ao menor custo possível, possibilitado pelo SUS, de alcance universal, equânime e integral.
Entre as obrigações gerais constantes da Constituição Federal e da Lei Orgânica da Saúde, o Conselho Municipal de Saúde tem incumbências relacionadas diretamente à Vigilância Sanitária que não podem, em nenhuma hipótese, ser ignoradas. São elas
utilizar a epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática.
Explicação:Caberá à Secretaria de Saúde ou correspondente os seguintes deveres, relacionadas a Vigilancia sanitária:
Asegurar a dispensação adequada dos medicamentos; Receber, armazenar e distribuir adequadamente os medicamentos sob sua guarda.
A RENAME 2010 norteia a oferta, a prescrição e a dispensação de medicamentos nos serviços do SUS, com a possibilidade de adaptação da relação aos perfis específicos de morbimortalidade das populações pelos Estados, os Municípios e o Distrito Federal, garantindo-lhes o acesso a medicamentos com uso racional. Os medicamentos disponibilizados pelo SUS não estão restritos aos medicamentos constantes da RENAME e estão fragmentados em vários programas. Com relação aos programas do SUS, analise as alternativas abaixo e assinale a correta.
Os Medicamentos Estratégicos são aqueles utilizados para o tratamento de agravos referentes a programas específicos do Ministério de Saúde e atendem aos programas nacionais de DST/AIDS, Tuberculose, Hanseníase, Sangue e Hemoderivados, Diabetes e Controle de Endemias.
Explicação:
Lista de medicamentos que deve atender às necessidades de saúde prioritárias da população brasileira. Trata-se de um instrumento mestre para as ações de assistência farmacêutica no SUS ¿ uma das estratégias da PNM para promover o acesso a medicamentos, bem como seu uso seguro e racional. 
Uma das diretrizes da Política Nacional de Medicamentos é a adoção da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), que:
Deve servir de base para o direcionamento da produção farmacêutica e para o desenvolvimento científico e tecnológico
Explicação:
Define corretamente a função do RENAME.
Que órgão federal, criado em 1971, foi responsável pelas ações relacionadas à assistência farmacêutica até 1997 e extinto após uma série de escândalos e críticas relacionadas à ineficiência e desperdícios?
CEME - Central de Medicamentos
Qual das alternativas não representa um fundamento no processo de reorientação da Assistência farmacêutica
Desorganização dos serviços farmacêuticos
Os medicamentos essenciais são aqueles que servem para satisfazer às necessidades de saúde prioritárias da população e selecionados de acordo com a sua importância para a saúde pública, a evidência sobre a eficácia e a segurança e relação custo efetividade. Sobre os medicamentos essenciais,
O processo de seleção dos medicamentos essenciais é de base comparativa, estando baseado em critérios, como eficácia, segurança e conveniência para o paciente
A relação de medicamentos essenciais nacional deve ser a base para a organização das listas estaduais e municipais de medicamentos essenciais
A adoção da relação de medicamentos essenciais nacional é uma das diretrizes da Política Nacional de Medicamentos (PNM)
A relação de medicamentos essenciais nacional no Brasil denomina-se RENAME
O que é Eixo estratégico do PNAF?
Pactuação de ações intersetoriais que visem à internalização
Utilização da Rename
Desenvolvimento, valorização, formação, fixação e capacitação de recursos humanos.
Qualificação dos serviços de assistência farmacêutica
	
A PNM tem como objetivos garantir a segurança, a eficácia e a qualidade dos medicamentos, promover seu uso racional e o acesso aos medicamentos considerados essenciais. Para isso, desde sua aprovação, em 1998, muitas ações foram executadas no sentido de viabilizar essa política. Algumas dessas ações incluem:
1. A criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em 1999 – uma autarquia do Ministério da Saúde que tem a missão de garantir a segurança sanitária de produtos e serviços sujeitos a controle sanitário, bem como o controle de portos, aeroportos e fronteiras.
2. A aprovação da Lei dos Genéricos, também em 1999 – que favoreceu o acesso dos brasileiros aos medicamentos essenciais por um preço menor, mantendo as condições de segurança e eficácia dos produtos de referência.
3. A aprovação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), em 2004 – que veio para organizar as atividades da assistência farmacêutica e garantir o cumprimento de todas as etapas do ciclo da assistência.
4. A criação do Programa Farmácia Popular, em 2004 – para ampliar o acesso aos medicamentos essenciais, os fármacos passaram a ser comprados pelo Ministério da Saúde e disponibilizados para a população a um custo reduzido ou, até mesmo, gratuitamente, através das farmácias vinculadas ao programa.
Objetivos, diretrizes e prioridades
A Lei nº 8.080/1990, que estudamos anteriormente, estabelece como campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) a “formulação da política de medicamentos [...] de interesse para a saúde [...]” (Artigo 6º, Inciso VI).
Com a criação da Portaria nº 3.916/1998, foi aprovada a Política Nacional de Medicamentos (PNM), que explicita uma série de decisões de caráter geral adotadas pelo poder público em direção às linhas estratégicas de atuação na área de medicamentos.
Esse documento é parte essencial da Política Nacional de Saúde do Brasil e um dos elementos fundamentais para:
A efetiva implementação de ações capazes de promover a melhoria das condições de assistência à saúde da população;
A consolidação do SUS;
A viabilização de um componente muito importante para esse serviço de assistência – a cobertura farmacológica.
Articulação intersetorial
A PNM estabelece mecanismos e compromissos que viabilizam o fomento à cooperação técnica, científica e tecnológica. Dessa forma, essa política define as responsabilidades das esferas de governo no âmbito do SUS. Listamos, a seguir, tais responsabilidades e a esfera a que correspondem
GESTOR FEDERAL
Cabe, fundamentalmente, à esfera federal a implementação e a avaliação da PNM, além dos seguintes deveres:
a) Prestar cooperação técnica e financeira às demais instâncias do SUS no desenvolvimento das atividades relativas a essa política;
b) Estabelecer normas e promover a assistência farmacêutica nas três esferas de governo;
c) Apoiar a organização de consórcios destinados à prestação da assistência farmacêutica ou estimular a inclusão desse tipo de assistência como objeto de consórcios de saúde;
d) Promover o uso racional de medicamentos junto à população, aos prescritores e aos dispensadores;
e) Incentivar a revisão das tecnologias de formulação farmacêutica;
f) Proporcionar a dinamização de pesquisas na área farmacêutica – em especial aquelas consideradas estratégicas para a capacitação e o desenvolvimento tecnológico;
g) Estimular a disseminação de experiências e de informações técnico-científicas;
h) Implementar programa específico de capacitação de recursos humanos voltados para o desenvolvimento dessa política;
i) Coordenar e monitorar os sistemas nacionais básicos para a PNM – tais como o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) e o Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (SNLSP);
j) Impulsionar a reestruturação da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), dotando-a das condições necessárias ao cumprimento dessas responsabilidades, especialmente no tocante à garantia de segurança e qualidade dos medicamentos;
k) Desenvolver a sistematização do arcabouço legal da vigilância sanitária, adequando-o aos princípios e às diretrizes do SUS, bem como ao atual momento da descentralização da gestão;
l) Propor a atualização da legislação de vigilância sanitária;
m) Executar atividades de controle da qualidade de medicamentos;
n) Instigar a revisão periódica e a atualização contínua da RENAME e sua divulgação, inclusive via internet;
o) Providenciar a elaboração, a divulgação e a utilização do Formulário Terapêutico Nacional (FTN);
p) Fomentar a atualização permanente da Farmacopeia Brasileira;
q) Acompanhar e divulgar o preço dos medicamentos – em especial daqueles constantes da RENAME;
r) Destinar recursos para a aquisição de medicamentos mediante o repasse fundo a fundo para estados e municípios, definindo, para tanto, critérios básicos;
s) Criar mecanismos que vinculem a transferência de recursos ao desenvolvimento deum modelo adequado de atenção à saúde;
t) Suscitar a revisão, a atualização e o ajuste diferenciado do grupo de medicamentos incluídos na composição dos custos dos procedimentos relativos à assistência hospitalar e ambulatorial;
u) Adquirir e distribuir produtos em situações especiais, identificadas por ocasião das programações;
v) Orientar e assessorar os estados e municípios em seus processos de aquisição de medicamentos essenciais, contribuindo para que essa aquisição esteja consoante à realidade epidemiológica e para que seja assegurado o abastecimento de forma oportuna, regular e com menor custo;
w) Orientar e assessorar os estados e municípios em seus processos relativos à dispensação de medicamentos
GESTOR ESTADUAL
Em caráter suplementar, a esfera estadual tem como dever formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde, além de:
a) Coordenar o processo de articulação intersetorial em seu âmbito, tendo em vista a implementação da PNM;
b) Promover a formulação da política estadual de medicamentos;
c) Prestar cooperação técnica e financeira aos municípios no desenvolvimento de suas atividades e ações relativas à assistência farmacêutica;
d) Coordenar e executar a assistência farmacêutica em seu âmbito;
e) Apoiar a organização de consórcios intermunicipais de saúde destinados à prestação da assistência farmacêutica ou estimular a inclusão desse tipo de assistência como objeto de consórcios de saúde;
f) Estimular o uso racional de medicamentos junto à população, aos prescritores e aos dispensadores;
g) Assegurar a adequada dispensação dos medicamentos, incentivando o treinamento dos recursos humanos e a aplicação das normas pertinentes;
h) Participar da promoção de pesquisas na área farmacêutica – em especial aquelas consideradas estratégicas para a capacitação e o desenvolvimento tecnológico –, bem como do incentivo à revisão das tecnologias de formulação farmacêuticas;
i) Investir no desenvolvimento de recursos humanos para a gestão da assistência farmacêutica;
j) Coordenar e monitorar o componente estadual de sistemas nacionais básicos para a PNM – tais como SNVS, SNVE e SNLSP;
k) Implementar as ações de vigilância sanitária sob sua responsabilidade;
l) Definir a relação estadual de medicamentos com base na RENAME e em conformidade com o perfil epidemiológico do Estado;
m) Definir o elenco de medicamentos que serão adquiridos diretamente pelo Estado, inclusive aqueles de dispensação em caráter excepcional, tendo por base critérios técnicos e administrativos;
n) Utilizar, prioritariamente, a capacidade instalada dos laboratórios oficiais para o suprimento das necessidades de medicamentos do Estado;
o) Investir em infraestrutura das centrais farmacêuticas, visando garantir a qualidade dos produtos até sua distribuição;
p) Receber, armazenar e distribuir adequadamente os medicamentos sob sua guarda;
q) Orientar e assessorar os municípios em seus processos de aquisição de medicamentos essenciais, contribuindo para que essa aquisição esteja consoante à realidade epidemiológica e para que seja assegurado o abastecimento de forma oportuna, regular e com menor custo;
r) Coordenar o processo de aquisição de medicamentos pelos municípios, visando assegurar o contido no item anterior e, prioritariamente, utilizar a capacidade instalada dos laboratórios oficiais.
GESTOR MUNICIPAL
Caberá à Secretaria de Saúde ou correspondente os seguintes deveres:
a) Coordenar e executar a assistência farmacêutica em seu respectivo âmbito;
b) Associar-se a outros municípios por meio da organização de consórcios, tendo em vista a execução da assistência farmacêutica;
c) Promover o uso racional de medicamentos junto à população, aos prescritores e aos dispensadores;
d) Treinar e capacitar os recursos humanos para o cumprimento das responsabilidades do município no que se refere à PNM;
e) Coordenar e monitorar o componente municipal de sistemas nacionais básicos para a essa política – tais como SNVS, SNVE e SNLSP;
f) Implementar as ações de vigilância sanitária sob sua responsabilidade;
g) Assegurar a dispensação adequada dos medicamentos;
h) Definir a relação municipal de medicamentos essenciais com base na RENAME, a partir das necessidades decorrentes do perfil nosológico da população;
i) Assegurar o suprimento dos medicamentos destinados à atenção básica à saúde de sua população, integrando sua programação àquela que se refere ao Estado, e visando garantir o abastecimento de forma permanente e oportuna;
j) Adquirir, além dos produtos destinados à atenção básica, outros medicamentos essenciais que estejam definidos no Plano Municipal de Saúde como responsabilidade concorrente do município;
k) Utilizar, prioritariamente, a capacidade dos laboratórios oficiais para o suprimento das necessidades de medicamentos do Município;
l) Investir na infraestrutura de centrais farmacêuticas e das farmácias dos serviços de saúde, visando assegurar a qualidade dos medicamentos;
m) Receber, armazenar e distribuir adequadamente os medicamentos sob sua guarda.
Correlacione a atividade do farmacêutico com a atividade da PNM.
No exercício de sua profissão, o farmacêutico deve:
• Participar efetivamente das comissões de seleção de medicamentos, das etapas de programação e elaboração de editais de licitação para a aquisição dos insumos;
• Oferecer palestras e cursos para a população e outros profissionais da saúde;
• Realizar a capacitação da equipe técnica da farmácia para evitar erros de dispensação;
• Promover o uso racional dos medicamentos;
• Executar ações de farmacovigilância;
• Envolver-se em pesquisas nas áreas de tecnologias farmacêuticas e na produção de medicamentos;
• Manter seus conhecimentos técnicos atualizados.
AULA 6 Assistência farmacêutica
em 2003, na 1ª Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) publicou a Resolução nº 338/2004, que aprovou a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF).
O que é assistência farmacêutica?
Trata-se de um conjunto de ações – tanto individuais quanto coletivas – voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, cujo objetivo é permitir o acesso aos medicamentos – insumo essencial à população – e seu uso racional. Essas ações incluem:
• A pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos;
• A seleção, programação, aquisição, distribuição e dispensação desses medicamentos e insumos;
• A garantia da qualidade dos produtos e serviços oferecidos nesse sentido;
• O acompanhamento e a avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população.
Seleção
Atividade decisiva para assegurar o acesso da população aos medicamentos. É nessa etapa que se indica a relação daqueles itens que serão disponibilizados na rede pública.
A seleção do elenco de medicamentos é baseada no perfil de morbimortalidade e deve-se fundamentar em critérios técnico-científicos – entre eles, os dados de segurança, a eficácia e a efetividade –, selecionando aqueles com valor terapêutico comprovado.
Essa etapa é realizada pela Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT). Seu objetivo é estabelecer relações nacionais, estaduais e municipais de medicamentos, definindo aqueles que serão disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a atenção primária, e para a atenção de média e alta complexidades.
Devem fazer parte da CFT profissionais com formação adequada que representem as áreas para as quais os medicamentos serão selecionados. Assim, fica claro que a assistência farmacêutica não é responsabilidade apenas do profissional de farmácia. Nessa comissão, por exemplo, encontramos outros profissionais com essa função – tais como médicos e odontólogos.
A publicação dos elencos deve vir acompanhada de um formulário terapêutico que contenha informações sobre os medicamentos selecionados, a fim de orientar os profissionais de saúde em sua prescrição, dispensação e em seu uso.
Atenção
Novos medicamentossó devem ser incluídos no elenco em substituição àqueles já disponibilizados quando apresentarem comprovada superioridade aos já padronizados
Programação
Atividade cujo objetivo é garantir a disponibilidade dos medicamentos previamente selecionados, nas quantidades adequadas e no tempo oportuno para atender às necessidades da população.
Assim, programar consiste em estimar as quantidades que serão adquiridas para atender à necessidade dos serviços por um período definido de tempo, evitando compras desnecessárias, falta ou perda de medicamentos.
Na programação, é imprescindível considerar os recursos financeiros disponíveis e as prioridades estabelecidas para a área de saúde
Aquisição
Momento em que se efetiva a compra dos medicamentos. Primeiro, devemos considerar O QUE comprar (seleção), depois, QUANDO e QUANTO comprar (programação) e, por fim, COMO comprar (aquisição).
A compra de medicamentos deve obedecer a critérios técnicos e legais, e pode ser feita por meio de licitação, dispensa de licitação ou inexigibilidade de licitação. Em geral, a escolha da modalidade está vinculada ao valor da compra. Tais conceitos estão expressos na Lei de Licitações e Contratos Administrativos – Lei nº 8.666/1993.
A licitação destina-se a garantir a proposta mais vantajosa de compra para a Administração Pública. A principal diferença entre a dispensa e a inexigibilidade de licitação é que, nos casos de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração. Já nos casos de dispensa, a possibilidade de competição existe, mas a lei faculta a decisão de haver licitação ou não à Administração.
Compras de grande volume permitem maior poder de negociação dos preços. Dessa forma, contratos de compra com volume maior, com parcelamento da entrega, costumam apresentar vantagens, tais como:
• Evitar desabastecimento;
• Reduzir estoques e custos de armazenamento;
• Garantir medicamentos com prazos de validade favoráveis;
• Executar seu financiamento planejado e gradual.
A formação de consórcios intermunicipais, em âmbito regional ou estadual, também é outra estratégia interessante de gestão, pois pode permitir que municípios pequenos negociem e baixem os preços dos medicamentos
Atenção
Os fornecedores devem seguir as Resoluções da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Caso contrário, a compra pode ser denunciada e comunicada à CMED e ao Ministério Público, e o fornecedor, responsabilizado por aquisição antieconômica, bem como penalizado a devolver os recursos pagos acima do teto estabelecido.
Além disso, de acordo com a Lei nº 9.787/1999, quando houver medicamento genérico em situação de igualdade de preço, este terá preferência na compra
Equivalência farmacêutica entre produtos sob a mesma forma farmacêutica contém idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio ativo, e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental, defina o conceito segundo a Lei 9787 de 1999.
Bioequivalência
Armazenamento
Atividade que abrange as fases de recebimento, estocagem, segurança e conservação, controle de estoque e saída de medicamentos. O armazenamento adequado garante a preservação das características físico-químicas e microbiológicas dos produtos, para que possam produzir os efeitos desejados e evitar perdas e prejuízos financeiros.
Além disso, o armazenamento corresponde ao cumprimento das boas práticas de armazenagem, incluindo:
• Limpeza e higienização;
• Delimitação dos espaços destinados à estocagem;
• Recebimento e expedição de medicamentos.
O controle de temperatura e umidade é fundamental durante o armazenamento, pois são esses os fatores que mais interferem na integridade do medicamento.
É importante, também, elaborar os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) com a descrição de todas as atividades executadas – desde a conferência até a expedição dos fármacos.
Para gerenciar tudo isso, deve existir um sistema de controle de estoque de medicamentos que disponibilize informações gerenciais, como balancetes, relatórios e gráficos, lotes e prazos de validade
Distribuição
Atividade que deve garantir que o medicamento chegue a seu destino com segurança e em tempo hábil. Antes da expedição, é necessário realizar:
• Análise da solicitação;
• Processamento, preparação e liberação do pedido;
• Registro de saída, transporte e conferência.
Além disso, deve haver um local para o arquivamento de documentos.
Dessa forma, há necessidade de formalizar um cronograma de distribuição, estabelecendo os fluxos, os prazos para a execução e a periodicidade das entregas de medicamentos.
Os veículos de transporte de fármacos também têm de receber uma atenção especial e obedecer a normas sanitárias. Por exemplo, os meios de transporte para vacinas e insulinas precisam garantir a manutenção da temperatura ideal para esses produtos
Dispensação
Ato profissional farmacêutico que consiste em proporcionar um ou mais medicamentos em resposta à apresentação de uma prescrição elaborada por um profissional autorizado. A dispensação faz parte do processo de atenção à saúde da população. Trata-se do momento em que, frente a uma prescrição ou a uma solicitação do usuário, o farmacêutico assume a corresponsabilidade na utilização do medicamento.
Essa atividade envolve fases que visam promover o uso racional do fármaco. São elas:
• Recepção e identificação do usuário – acompanhamento do histórico da dispensação com o cuidado de utilizar o método de comunicação adequado;
• Análise da prescrição – interpretação das informações disponíveis na prescrição, cujo objetivo é aumentar as chances do êxito terapêutico;
• Separação – avaliação da integridade do produto, do nome do medicamento, da dosagem, da data de validade e da quantidade necessária para realizar o tratamento;
• Registro – identificação na prescrição dos itens atendidos e não atendidos e da data da dispensação. Para os tratamentos de uso contínuo, o registro pode ser realizado em cadernetas específicas (hipertensão, diabetes, anticoncepcionais), já que a mesma prescrição possibilita mais de uma dispensação;
• Avaliação – análise das orientações fornecidas ao usuário para que se alcance o objetivo terapêutico proposto e que se contribua para o uso racional do medicamento;
• Plano de ação – pacto com o usuário para identificar a melhor maneira de realizar o tratamento, quando se lhe aconselha e se lhe educa sobre o uso correto dos medicamentos. Nesta fase, podem ser utilizados instrumentos que facilitem a adesão, tais como etiquetas e esquemas com pictogramas.
Importância da atenção farmacêutica
A implantação da atenção farmacêutica é uma estratégia para assegurar a qualificação e a humanização do atendimento aos usuários.
Trata-se de um modelo de prática farmacêutica – desenvolvido no contexto de assistência – que compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, na promoção e na recuperação da saúde, de forma integrada à equipe que atua na área. A atenção farmacêutica corresponde, pois, à interação direta do farmacêutico com o usuário, cujos objetivos são a farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida.
Para a execução de todas as atividades do ciclo da assistência farmacêutica, é essencial dispor de uma equipe bem treinada, e o farmacêutico tem um papel fundamental na capacitação dessa equipe da farmácia. Além disso, o gerenciamento das atividades requer um sistema informatizado em que seja possível acompanhar toda a cadeia do medicamento. As atividades têm de estar sistematizadas em POPs, e devem existir locais específicos para guardar documentos, a fim de registrar tais atividades. 
Financiamento da assistência farmacêutica
O financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde acontecem na forma de blocos de financiamento. Umdeles é o bloco da assistência farmacêutica, que é dividido da seguinte maneira:
Componente básico
Recursos para a assistência farmacêutica na atenção básica, contemplados nos Anexos I e IV da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) – Portaria nº 533/2012 – e na Portaria nº 1.555/2013.
Componente estratégico
Recursos do Ministério da Saúde usados para a compra centralizada e a distribuição de medicamentos para:
• Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs);
• AIDS;
• Tuberculose;
• Hanseníase;
• Hemoderivados;
• Combate ao tabagismo;
• Alimentação e nutrição;
• Endemias focais;
• Lúpus etc.
Dentro da racionalidade do Armazenamento dos estoques é preciso considerar o aproveitamento de espaço, considerar a facilidade de transporte alem de considerar a proximidade das áreas de produção e consumo.
A seleção tem o objetivo de proporcionar ganhos terapêuticos e econômicos. Deve definir, estabelecer e consensuar uma relação de medicamentos essenciais, escolhidos de acordo com o perfil epidemiológico da população local (enfermidades prevalentes), para atender às reais necessidades da população. A seleção de medicamentos deve ser feita por uma comissão de profissionais de saúde, com conhecimentos especializados, por critérios de essencialidade, qualidade e eficácia comprovada. Sua utilização deve ser obrigatória nos serviços de saúde, especialmente pelos prescritores. Deve ser revisada periodicamente e amplamente divulgada a todos os profissionais de saúde
 Dispensação é o ato farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta a apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado.
Componente especializado
Busca da garantia da integralidade do tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão definidas em protocolos clínicos e em diretrizes terapêuticas publicadas pelo Ministério da Saúde por meio da Portaria nº 1.554/2013.
para cumprir com o objetivo de ofertar os medicamentos necessários à população e garantir seu uso adequado, o serviço de assistência farmacêutica cumpre uma série de etapas organizadas em um ciclo
Armazenamento.
Programação.
Seleção
Distribuição.
Programa Farmácia Popular
Conjunto de duas estratégias denominadas:
• Farmácia Popular Rede Própria – que recebe investimento em estrutura e custeio do Ministério da Saúde;
• Aqui Tem Farmácia Popular – que tem convênio com a rede privada, que se credencia no programa para comercialização e dispensação gratuita de elenco de medicamentos de hipertensão, diabetes e asma.
Essas estratégias foram regulamentadas pela Portaria nº 971/2012.
Analise a Portaria nº 1.555/2013 do Ministério da Saúde e identifique os valores mínimos que devem ser aplicados pela União, pelos Estados e pelos Municípios para o financiamento do Componente Básico da Assistência Farmacêutica.
União: R$ 5,10 habitante/ano para medicamentos e insumos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica constantes dos Anexos I e IV da RENAME.
Estados e Municípios: R$ 2,36 habitante/ano para medicamentos e insumos constantes dos Anexos I e IV da RENAME, inclusive os insumos para os usuários insulinodependentes, constantes do Anexo IV da RENAME.
A Política Nacional de Medicamentos, regulamentada através da Portaria no 3916/98, definiu a dispensação como uma atividade de assistência, privativa do farmacêutico, definindo como o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente, como resposta a apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado. Neste ato o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influencia dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação dos produtos
De acordo com a Resolução número 338, de 6 de maio de 2004, do Conselho Nacional de Saúde, que aprovou a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, Assistência Farmacêutica (AF) é o conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional. Qual das atividades a seguir não está inclusa no conjunto de atividades do ciclo de assistência farmacêutica previsto no PNAF?
Aquisição
Armazenamento
Seleção de medicamentos
Programação
Aula 7 - Patentes e licenciamento compulsório de medicamentos
O processo de desenvolvimento de novos medicamentos ocorre através de várias etapas que seguem uma determinada seqüência:
Síntese e purificação, testes pré-clínicos, testes clínicos e registro.
Explicação:
A etapa de Síntese e purificação é sempre a primeira pois representa a atividade aplicada a uma nova substancia candidata a um medicamento. Seguida ocorre as etapas de Testes pré-clínicos e clínicos, que envolvem técnicas laboratoriais de experimentação em animais. E finalmente ocorre o registro do medicamento.
Desenvolvimento de novos medicamentos
O processo de desenvolvimento de novos medicamentos deve-se basear nas seguintes etapas:
A etapa da pesquisa clínica é dividida nas seguintes fases:
Fase I
Fase em que se avalia, principalmente, a segurança e a tolerância do candidato a medicamento em um pequeno número de voluntários sadios. A dose do novo medicamento é aumentada gradualmente para permitir analisar a resposta clínica, o perfil de absorção e o tempo que permanece na corrente sanguínea depois de administrado, bem como para identificar os níveis de dosagem seguros e toleráveis.
Fase II
Normalmente, os voluntários são afetados pela doença que o medicamento experimental pretende tratar. Agora, o foco principal é a eficácia desse medicamento no tratamento de determinada doença ou de determinado sintoma. Aqui, são coletadas informações sobre sua segurança, como a identificação de efeitos colaterais e de riscos atribuídos ao uso do medicamento. A forma farmacêutica – comprimido, suspensão ou cápsulas, por exemplo – também é estudada nesta fase, além da determinação da dose, que deve ser segura e eficaz.
Fase III
Fase em que os ensaios das etapas anteriores são realizados em grande amostra de pacientes. Os testes são feitos sem que os enfermos e os pesquisadores que administram as doses saibam se estão usando o medicamento experimental, um placebo ou outro medicamento comparativo. Esse procedimento é denominado duplo-cego e tem como objetivo eliminar resultados relacionados com a expectativa do paciente ou do condutor do ensaio, e não com a resposta quanto às propriedades do medicamento-teste. Essa fase é fundamental para recolher informações que deverão constar na bula do medicamento.
Antes de passar para a fase seguinte, a instituição que busca lançar o novo produto no mercado deve solicitar o registro do medicamento. Nesse caso, a entidade deve enviar às agências reguladoras de saúde uma descrição do processo de desenvolvimento do medicamento, com informação de qualidade, e os resultados dos ensaios clínicos, a fim de demonstrar sua segurança e eficácia. Se aprovado, o novo medicamento poderá, então, ser disponibilizado para toda a população.
No Brasil, o órgão que concede o registro de medicamentos é a ANVISA, mas cada lugar tem o seu. Na Europa, por exemplo, o órgão regulador é a Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) e, nos Estados Unidos, o Food and Drug Administration (FDA).
Fase IV
Fase que contempla os estudos pós-comercialização, que são conduzidos após a obtenção do registro do medicamento. Aqui, investigam-se informações adicionais sobre os riscos e benefícios do produto em longo prazo. Esses ensaios envolvem, frequentemente, milhares de indivíduos e podem durar anos.
Farmacovigilância
Para registrar os eventos adversos ocorridos durante o uso de medicamentos, é necessário realizar atividades de farmacovigilância
Farmacovigilância
Ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensãoe prevenção de efeitos adversos ou de qualquer problema possível relacionado com fármacos. Esse campo de atividade tem-se expandindo e, recentemente, incluiu novos elementos de observação e estudo, tais como:
• Plantas medicinais;
• Derivados de sangue;
• Produtos biológicos e médico-farmacêuticos;
• Vacinas;
• Reações adversas a medicamentos;
• Desvios da qualidade de produtos farmacêuticos;
• Erros de administração de medicamentos;
• Notificações de perda de sua eficácia;
• Uso de fármacos para indicações não aprovadas;
• Notificação de casos de intoxicação aguda ou crônica por produtos farmacêuticos;
• Avaliação de mortalidade;
• Abuso e uso errôneo de produtos;
• Interações, com efeitos adversos, de fármacos com substâncias químicas, de outros fármacos e de alimentos.
A farmacovigilância deve ocorrer em todas as fases de desenvolvimento de um medicamento – desde sua concepção, nos estudos animais, até a fase de uso em voluntários e sua pós-comercialização.
No Brasil, existe a rede de Hospitais Sentinela, que acompanham a eficácia e a segurança de medicamentos e de outros insumos de saúde. Dentro desses hospitais, há equipes multidisciplinares que enviam para a ANVISA as ocorrências de eventos adversos
investimento no desenvolvimento de medicamentos
Para que um medicamento chegue às mãos do consumidor, pelo menos 10 anos de pesquisa e US$ 900 milhões são gastos. Por isso, a indústria farmacêutica é considerada o setor que mais investe em inovação.
Por ser uma atividade que demanda competência técnica e grandes investimentos financeiros, uma estratégia significativa para a produção de novos medicamentos é a parceria público-privada. Essa parceria é muito importante para os medicamentos destinados a tratamento das doenças negligenciadas, pois o interesse para a obtenção de novos produtos nessa área é primordialmente do governo, e não das grandes indústrias farmacêuticas multinacionais. A tabela a seguir o comprova:
Como forma de garantir que os investimentos destinados à produção inicial do medicamento retornem para quem o inventou, é comum solicitar a concessão de uma patente
Em 1997, em função da pressão exercida pelos países desenvolvidos e detentores das tecnologias para elaborar medicamentos inovadores, como vimos, o governo brasileiro aderiu ao acordo TRIPS (Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights) ou Acordo de Propriedade Intelectual, e passou a reconhecer a Lei de Patentes.
A patente garante duração mínima de 20 anos de direitos para seu detentor – seja de produtos, seja de processos (no caso da indústria farmacêutica).
Mas existe uma flexibilidade prevista no acordo TRIPS que permite que o país utilize o produto patenteado – mesmo que o detentor não autorize – em casos muitos específicos, como, por exemplo, quando prevalece o interesse público ou em situação de emergência nacional. Esse tipo de licença recebe o nome de licenciamento compulsório – noção também já estudada anteriormente.
No Brasil, há um exemplo de emissão da licença compulsória para o medicamento antirretroviral Efavirenz. Logo após o mesmo tipo de emissão para os antirretrovirais Lopinavir/Ritonavir em outros países, o próprio fabricante da versão termoestável do medicamento apresentou uma proposta para a redução do preço em países em desenvolvimento, o que incluiu o Brasil.
Assim, o licenciamento compulsório do Efavirenz fortaleceu a política nacional de acesso a medicamentos, pois, além da economia de recursos, estimulou o fortalecimento da produção nacional de fármacos e o poder de negociação de preços do governo.
	
casos de licenciamento compulsório de medicamentos em outros países.
Estados Unidos – emissão de licença compulsória para a utilização da insulina produzida pelo laboratório Eli Lilly;
Itália – emissão de licença compulsória para a Finasterida produzida pelo grupo Merck;
Tailândia – emissão de licença compulsória para o Clopidogrel produzido pela Sanofi-Aventis.
A indústria farmacêutica é considerada o setor que mais investe em inovação, assim foi criado uma parceria, que representa uma estratégia significativa e importante para os medicamentos destinados a tratamento das doenças negligenciadas, pois o interesse para a obtenção de novos produtos nessa área é primordialmente do governo. Qual a opção que apresenta esta parceria?
Parceria Público-privada
Explicação:
As Parcerias Ministérios da Educação e Saúde, Nacional da Previdência Médica, Governo-Estado, da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais não foram criados
 No Brasil, foi criada uma rede de Hospitais que acompanha a eficácia e a segurança de medicamentos e Insumos de saúde. Qual a opção que representa a referida rede?
Hospitais Sentinelas
Explicação:
As Redes de Hospitais Soroterápico Federal, parceria público-privada e guardiões não foram criados. A farmacovigilância é caracterizada por atividades que devem ocorrer em todas as fases de desenvolviment0o de um medicamento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a farmacovigilância é a ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou qualquer problema possível relacionado com fármacos.
Assinale a alternativa que ordena a numeração corretamente. 1 - Fase 1 2 - Fase 2 3 - Fase 3 4 - Fase 4 (Farmacovigilância) (2 ) Tem como objetivo avaliar a efetividade em curto prazo e com número menor de pacientes
. (4 ) São estudos pós-comercialização, com base no registro; (normalmente sob chancela de órgão regulador ou indústria). (1 ) Tem como objetivo a avaliação preliminar sobre segurança (não eficácia) com voluntários. 
(3 ) Tem como objetivo estabelecer efetividade com número maior de pacientes e de preferência em estudos de duplo-cego.
2,4,1,3
Aula 8 Medicamentos genéricos
a aprovação da Lei dos Medicamentos Genéricos no Brasil, em 1999, foi uma ação governamental que mudou o cenário em relação ao acesso aos medicamentos.
Com a proposta de aumentar a oferta de produtos de qualidade com preços reduzidos, o mercado nacional de medicamentos genéricos está cada vez maior e tem estimulado o desenvolvimento da indústria farmacêutica no País.
Nesta aula, veremos como esses produtos fortalecem a Política Nacional de Medicamentos (PNM)
Legalização
A Política Nacional de Medicamentos (PNM) de 1998 incentiva a promoção do uso de medicamentos genéricos. Para legalizar as ações relacionadas a esses produtos no Brasil, foi sancionada a Lei dos Medicamentos Genéricos – Lei nº 9.787/1999.
Esses instrumentos legais estimulam a concorrência e a oferta de medicamentos, melhorando sua qualidade, reduzindo seus preços e facilitando o acesso da população a esses produtos.
Legalmente, o medicamento genérico é definido como um medicamento similar a um produto inovador ou de referência, que pretende ser intercambiável com este.
Geralmente esse tipo de medicamento é produzido após a expiração/renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade – comprovada sua eficácia, segurança e qualidade –, e designado pela Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, em sua ausência, pela Denominação Comum Internacional (DCI).
A PNM induziu, também, a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que está ligada ao Ministério da Saúde. Trata-se do órgão regulador que concede registro de medicamentos, estabelecendo critérios de controle de qualidade e biodisponibilidade, bem como de aferição da equivalência terapêutica mediante provas de bioequivalência.
Assim como os estudos clínicos são úteis para determinar a segurança e eficácia terapêutica, os estudos de biodisponibilidade são úteis para definir, em termos de medicamentos, como sua formulação afeta a farmacocinética do princípio ativo, requisito indispensável para avaliar a qualidade de um medicamento. Biodisponibilidade pode ser definida como
parâmetro relacionado à velocidade e à extensão da absorção do princípio ativo a partir da forma farmacêutica
Explicação:
A Biodisponibilidade é a característica relacionada à eficácia clínica do medicamento. Traduz-sena velocidade e na quantidade do princípio ativo ou do fármaco contido no medicamento, que alcança circulação geral.
Medicamentos Bioequivalentes: são equivalentes farmacêuticos que, ao serem administrados na mesma dose molar, nas mesmas condições experimentais, não apresentam diferenças estatisticamente significativas em relação à biodisponibilidade.
Explicação:
O medicamento genérico é identificado apenas pelo pricmcípio ativo da formula. Em 2014, a RDC nº 58 estabeleceu os procedimentos para a intercambialidade de medicamentos similares com o medicamento de referência. Na Bioequivalência, ocorre o estudo de biodisponibilidade comparativa entre dois ou mais medicamentos administrados em uma mesma via extravascular. Esse estudo avalia os parâmetros relacionados à absorção do fármaco a partir da forma farmacêutica administrada, que contém a mesma dosagem e o mesmo desenho experimental. Dois produtos são bioequivalentes se suas biodisponibilidades são semelhantes após administração na mesma dosagem.
Atenção
Para o registro de medicamentos genéricos, sempre foram exigidos testes de bioequivalência em relação ao medicamento inovador. Para os medicamentos similares, tais testes passaram a ser obrigatórios a partir de 2003. Além disso, os medicamentos similares possuem nome comercial ou marca, enquanto o medicamento genérico possui a denominação relativa ao princípio ativo.
Quando um medicamento pode ser caracterizado genérico?
É bioequivalente e tem equivalência farmacêutica
Em relação aos Medicamentos Genéricos, introduzidos no Brasil pela Lei 9787/98, pode-se afirmar que:
Medicamento Genérico é definido como um medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI;
Medicamento Genérico, é todo:
Medicamento idêntico a um produto de referência ou inovador.
Para a dispensação de medicamentos genéricos, qual das questões a seguir é a correta?
Somente será permitida a dispensação do medicamento de referência ou de genérico correspondente
Saiba Mais
Em 2007, foi publicada a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 17, que exige para o registro do medicamento similar as mesmas provas necessárias para o registro do medicamento genérico.
Assinale abaixo a definição correta de medicamento similar:
Medicamento que apresenta o mesmo fármaco, concentração, forma farmacêutica e via de administração que o medicamento de referência ou de marca, mas não tem com ele, comprovada sua bioequivalência. Não podendo, por isso, ser com ele intercambiável.
Em 2014, a RDC nº 58 estabeleceu os procedimentos para a intercambialidade de medicamentos similares com o medicamento de referência. O site da ANVISA disponibiliza a relação dos medicamentos similares, indicando os medicamentos de referência com os quais são intercambiáveis, para consulta pela população e por profissionais de saúde.
Medicamentos que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipiente e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca, é denominado segundo a Lei nº 391 de 1999 de:
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LEMBRE-SE:
Não é permitido trocar o medicamento genérico pelo similar.
Fortalecimento da política de medicamentos genéricos
Alguns fatores contribuíram para que o medicamento genérico se tornasse realidade no Brasil. Entre eles, podemos citar:
outra estratégia do governo para o fortalecimento desses medicamentos foi a liberação de crédito para a indústria farmacêutica nacional, que passou por transformações após a implantação dos genéricos. Hoje, eles representam 30% dos remédios comercializados no País, e o consumidor brasileiro economizou um montante de R$ 70 bilhões em 16 anos de genéricos (ASSOCIAÇÃO, 2016).
Prescrição e dispensação
As prescrições de medicamentos genéricos devem obedecer às seguintes diretrizes:
Aquelas provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS) precisam, obrigatoriamente, ser redigidas com o nome do princípio ativo. Na rede privada de saúde, o prescritor poderá adotar o nome de marca.
Se decidir pela não intercambialidade de sua prescrição, o prescritor terá de manifestar sua vontade por escrito – de próprio punho. Outras formas de impressão – como carimbos, por exemplo – não são permitidas.
No momento da dispensação, a intercambialidade do medicamento de referência pelo genérico e vice-versa poderá ser feita pelo farmacêutico, EXCETO se o prescritor deixar claro que não autoriza a substituição.
O profissional farmacêutico terá de registrar a substituição realizada na prescrição, carimbá-la – com nome e número de inscrição no Conselho Regional de Farmácia (CRF) –, datá-la e assiná-la.
O paciente precisa ser orientado sobre a substituição e receber as informações necessárias para a utilização racional do medicamento.
	
atenção
O farmacêutico tem um papel importante na instrução da população em relação à qualidade dos medicamentos genéricos, a fim de indicar como é possível realizar o tratamento de forma mais econômica.
Acesse, no site da ANVISA, a Lista de medicamentos similares e seus respectivos medicamentos de referência, conforme RDC nº 58/2014. Em seguida, dê alguns exemplos desses medicamentos.
Principio ativo MEDICAMENTO REFERENCIA NOME COMERCIAL SIMILAR
ANFOTERICINA B ANFOTERCIN B FUNTEX B
NITAZOXANIDA ANNITA AZOX
CLOR CLORPROMAZINA AMPLICTIL CLORPROMAZ 
Aula 9 - Áreas de atuação do farmacêutico
Você irá reconhecer o passado das antigas civilizações que fizeram os primeiros registos históricos da preocupação do homem com os medicamentos.
Em seguida, você irá analisar a evolução da profissão farmacêutica e as áreas de atuação do farmacêutico.
A origem da Farmácia
O substantivo “farmacêutico”, do grego farmakon, significa, na sua origem, “erva de curar e enfeitiçar”.
A Medicina e a Farmácia, com base em plantas, desempenharam um papel fundamental na sobrevivência de várias civilizações.
A seguir, vamos conhecer um breve histórico sobre a origem da FarmácIA
2700 AC O que se tem notícia na história é que, na China antiga, surgiu o primeiro manuscrito sobre as formas de preparo e usos de plantas medicinais em torno de 2.700 a.C.
1500 AC A Medicina egípcia é comprovada por meio da descoberta feita pelo pesquisador Georg Ebers, quando decifrou em um papiro: “Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para todas as partes do corpo”.
O papiro de Ebers é o primeiro tratado médico conhecido, data de aproximadamente 1.500 a.C. e contém uma coleção de prescrições e medicamentos.
460-370 AC A partir das obras do médico Hipócrates (460-370 a.C.), considerado o pai da Medicina, surge, na Grécia, a Medicina racional na grecia a partir da observação clínica e do desenvolvimento de uma proposta terapêutica
130-200 DC Galeno (130-200 d.C.), conhecido como pai da Farmácia, foi muito influenciado pelos ensinamentos de Hipócrates. Ele estimulou o estudo das propriedades e a composição dos medicamentos, e defendeu a ideia de que os medicamentos tivessem propriedades opostas às da causa da doença.
SECULO II No início do século II, os árabes fundaram a primeira escola de Farmácia de onde saíam especialistas em substâncias terapêuticas, com capacidade de manipular e elaborar formas farmacêuticas agradáveis de administrar ao paciente.Os árabes também criaram os sandalinis, locais destinados à preparação e à comercialização de medicamentos e perfumes. É também à Farmácia árabe que se deve o desenvolvimento da Farmácia hospitalar.
Século x Na Espanha e na França, a partir do século X, foram criadas as primeiras boticas ou apotecas consideradas as precursoras das farmácias modernas.
1240- Mas, apesar do surgimento dessas boticas, a separação entre Farmácia e Medicina só aconteceu na Idade Média com a promulgação da Magna Carta da Farmácia, em 1240, passando a reconhecer a profissão de farmacêutico.
Os boticários, para o exercício da profissão, deviam cumprir uma série de requisitos e ter local e equipamentos adequados ao preparo e ao armazenamento dos remédios.
Foi por intermédio do médico Paracelso que a Química tornou-se uma parte importante da Farmácia. Nessa perspectiva, o primeiro professor de Química de uma universidade europeia foi um boticário.
1777- Nesse ano, na França, Luís XV determina a substituição do nome apoticário pelo de farmacêutico. Naquela época, a obtenção do diploma de farmacêutico exigia estudos teóricos e prestação de exames práticos, embora ainda não fosse considerado grau universitário. Com o tempo, o estudo universitário para a formação do farmacêutico é estendido a toda a Europa.
A Química medicinal permitiu o isolamento e a identificação de compostos de origem natural e impulsionou mais conhecimentos em Fisiologia e Toxicologia, dando início à Farmacologia moderna.
A história da Farmácia no Brasil
Vamos, agora, reconhecer como se deu o desenvolvimento da Farmácia no Brasil.
Antes, é importante saber que, no início da colonização, os jesuítas eram os principais responsáveis pela assistência médica no Brasil. As boticas dos colégios jesuítas possuíam medicamentos que vinham do reino de Portugal e também recursos naturais da Medicina indígena.
Atualmente, existe um movimento para resgatar os serviços assistenciais da profissão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o farmacêutico “sete estrelas” deve ser um:
• prestador de serviços farmacêuticos, capaz de tomar decisões;
• comunicador;
• líder;
• gerente;
• pesquisador;
• educador permanente.
No cenário brasileiro, a proposta da OMS é contemplada nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Farmácia, onde os conteúdos essenciais para formação do farmacêutico generalista devem estar relacionados com todo o processo saúde-doença do cidadão, da família e da comunidade, integrados à realidade epidemiológica e profissional.
É função do farmacêutico:
d) Explicar clara e detalhadamente ao paciente o benefício do tratamento, conferindo-se a sua perfeita compreensão, o uso correto, seguro e eficaz dos medicamentos de acordo com as necessidades individuais do usuário
Áreas de atuação do farmacêutico
Hoje, as áreas de atuação do farmacêutico, regulamentadas pelo Conselho Federal de Farmácia, incluem:
• Administração de laboratório clínico;
• Administração farmacêutica;
• Administração hospitalar;
• Análises clínicas;
• Assistência domiciliar em equipes multidisciplinares;
• Atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência;
• Auditoria farmacêutica;
• Bacteriologia clínica;
• Banco de cordão umbilical;
• Banco de leite humano;
• Banco de sangue;
• Banco de sêmen;
• Banco de órgãos;
• Biofarmácia;
• Biologia molecular;
• Bioquímica clínica;
• Bromatologia;
• Citologia clínica;
• Citopatologia;
• Citoquímica;
• Controle de qualidade e tratamento de água;
• Potabilidade e controle ambiental;
• Controle de vetores e pragas urbanas;
• Cosmetologia.
Código de ética do farmacêutico
Para exercer todas essas atividades é necessário que o farmacêutico obedeça ao Código de Ética da profissão. Destacamos alguns princípios desse código mostrando o que o farmacêutico deve e não deve fazer. Observe:
No exercício de sua atividade é necessário que o farmacêutico obedeça ao Código de Ética da profissão.
 Qual alternativa apresenta o que o farmacêutico deve fazer
Manter seus conhecimentos técnicos e científicos atualizados.
Atuar sempre com o maior respeito à vida humana. Cumprir as disposições legais que disciplinam a prática profissional no país. Cumprir as disposições legais que disciplinam a prática profissional no país.
Zelar pelo perfeito desempenho ético da farmácia.
Acesse novamente o Código de Ética da profissão farmacêutica e identifique quais os deveres, os direitos e as proibições da profissão. Em seguida, descreva sobre a importância desses princípios para o exercício da profissão.
O Código de Ética Farmacêutica contém as normas que devem ser observadas pelos farmacêuticos e os demais inscritos nos conselhos regionais de Farmácia no exercício do âmbito profissional. Essas normas estão distribuídas entre os deveres, os direitos e as proibições ao exercício da profissão e são importantes, pois contribuem para a salvaguarda da saúde, promovendo benefícios ao ser humano, ao meio ambiente e à responsabilidade social.
Aula 10 - Profissional farmacêutico e uso racional de medicamentos
reconhecer o papel do farmacêutico na automedicação e o que significa a prática da atenção farmacêutica.
O que é a automedicação?
A Organização Mundial da Saúde estabelece o autocuidado como a forma da população estabelecer e manter a própria saúde, prevenir e lidar com a doença. Esse é um conceito amplo, que envolve fatores como higiene e estilo de vida, e também a automedicação responsável.
A automedicação responsável é a ação de tratar seus próprios sintomas e males menores com medicamentos aprovados pelas autoridades sanitárias e disponíveis sem a prescrição ou receita médica devido a sua segurança e eficácia, quando consumidos segundo as instruções.
Podemos citar como exemplos desses males: cefaleia, azia, febre, tosse, constipação, afta, dor de garganta, assadura, hemorroida e congestão nasal.
Diante desses problemas, a população costuma procurar, inicialmente, a farmácia, por ser um estabelecimento de saúde de acesso fácil e dispõe de farmacêutico.
As principais regras para a automedicação responsável são:
1 tratar peq sintomas,já conhecidos
2 ult. Apenas medic. Insentos de presc.
3 ler instruções de uso
4 procurar medico caso sintomas continuem
Medicamentos isentos de prescrição
Os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) são aprovados pelas autoridades sanitárias para tratar sintomas e males menores, disponíveis sem a prescrição ou receita médica.
Os MIPs não são tarjados, mas se houver dúvidas quanto à exigência de prescrição médica, é possível consultar a RDC nº 138 de 2003, da ANVISA, que traz uma lista de grupos e indicações terapêuticas (GITE). Se um medicamento pertence a um grupo terapêutico com uma indicação presente no GITE, ele é considerado isento de prescrição.
A seguir, você pode observar a diferença entre um medicamento isento de prescrição e um medicamento que exige prescrição médica
O farmacêutico deve garantir a segurança do uso de medicamentos, durante a prática da automedicação responsável, orientando as pessoas a recorrerem à automedicação somente nos casos em que esse método seja seguro e apropriado.
Por exemplo, muitas vezes, a conduta do farmacêutico deverá desencorajar o paciente a fazer uso de um MIP e orientá-lo a procurar um médico.
Saiba Mais
O farmacêutico tem também a responsabilidade de informar ao médico do usuário, ao fabricante e à agência reguladora de medicamentos sobre qualquer situação relevante de reação adversa associada ao uso do MIP
Dispensação de medicamentos
A dispensação é o ato de fornecimento e orientação ao consumidor de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos a título remunerado ou não.
A dispensação de medicamentos, isentos ou não de prescrição, deve ser entendida como um processo de atenção à saúde. Quando a dispensação é acompanhada de referência adequada, os riscos relativos aos medicamentos diminuem, contribuindo para que os estabelecimentos farmacêuticos sejam verdadeiros locais de saúde.
A orientação consiste em fornecer informações ao paciente,

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