Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE FARMÁCIA SEMIPRESENCIAL CRUZEIRO DO SUL - EAD Estágio Curricular Supervisionado SUS Evandro Villela da Conceição RGM: 21580669 Paraty 2021 CURSO DE FARMÁCIA SEMIPRESENCIAL RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DADOS DO ALUNO Nome: Evandro Villela da Conceição RGM: 21580669 Semestre: 1 Estágio Curricular: I ( ) II ( ) III ( x ) IV ( ) V ( ) VI ( ) DADOS DO LOCAL DE ESTÁGIO Razão Social: Prefeitura Municipal de Paraty Nome Fantasia: Secretaria Municipal de Saúde – Central de Abastecimento Farmacêutico – CAFAR Endereço: Rua José Balbino, 142 – Pontal _________________________________________________ Responsável Técnico: Pamella Silva de Lucena CRF: 27201 RJ Telefones: (24) 3371-9967 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO Inicio: 24/03/2021 Término: 06/04/2021 Total de horas: 40 horas Área (Farmácia Hospitlar, Indutria, Manipulação Alopática ou Homeopatica, Dispensação, etc): Estágio Curricular Supervisionado – SUS: Aquisição, Guarda e Dispensação de Medicamentos, Materiais Médicos Hospitalares e Suplementos Alimentares. Índice: Mapa mental -------------------------------------------------------------------------------------- 04 Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------- 05 Informações sobre o local ------------------------------------------------------------------- 06 Legislação aplicável --------------------------------------------------------------------------- 11 Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 DOU de 20/09/1990 ----------------------- 11 Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976 DOU de 24/09/1976 ----------------------- 12 Resolução CFF Nº 634 de 25/11/2016 ------------------------------------------------------ 14 Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 ------------------------------------------------- 18 Estudos obrigatórios -------------------------------------------------------------------------- 21 Assistência Farmacêutica ---------------------------------------------------------------------- 22 Politica Nacional de Medicamentos ---------------------------------------------------------- 23 Politica Nacional de Assistência Farmacêutica ------------------------------------------- 24 Gestão da Assistência Farmacêutica -------------------------------------------------------- 25 Estrutura da Assistência Farmacêutica ----------------------------------------------------- 25 Inserção da Assistência Farmacêutica ------------------------------------------------------ 25 Definição da Política de Assistência Farmacêutica no Estado ----------------------- 26 Inclusão das ações de Assistência Farmacêutica no Planejamento da SES ----- 27 Modernização da gestão ------------------------------------------------------------------------ 27 Financiamento ------------------------------------------------------------------------------------- 28 Gestão de pessoas ------------------------------------------------------------------------------- 29 Acompanhamento e avaliação ---------------------------------------------------------------- 29 Ciclo da Assistência Farmacêutica ----------------------------------------------------------- 30 Seleção de medicamentos --------------------------------------------------------------------- 31 Programação de medicamentos -------------------------------------------------------------- 32 Aquisição de medicamentos ------------------------------------------------------------------- 32 Armazenamento e distribuição de medicamentos --------------------------------------- 33 Dispensação de medicamentos --------------------------------------------------------------- 34 Uso racional de medicamentos --------------------------------------------------------------- 34 Anexos ---------------------------------------------------------------------------------------------- 36 Referências --------------------------------------------------------------------------------------- 41 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.394-1996?OpenDocument Mapa mental: (elaborado pelo autor) CAFAR: Central de Abastecimento Farmacêutico Vigilâncias: Sanitária, Epidemiológica e Ambiental. Farmácia Central Processos Judiciais Clínica do Servidor Centro de Imagem Requerimento de Medicamentos não Padronizados Aldeia Indígena Colônia de Pescadores CEO CIS Saúde da Mulher CREAB CAPS SAD Estratégia da Saúde da Família (ESF): Barra Grande, Taquari, Pantanal, Corisco, Mangueira, Ilha das Cobras, Jabaquara, Paraty Mirim, Patrimônio e Trindade. Centro de Referência de Assistência Social Laboratório ASILO SAMU Introdução: O estágio obrigatório, SUS, realizado na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAFAR) visa adquirir conhecimentos sobre o funcionamento de aquisição e distribuição de medicamentos e insumos da rede pública no município de Paraty. A Central de Abastecimento Farmacêutico é a área destinada à estocagem e conservação dos produtos, nesse local se desenvolve atividades voltadas para a logística de medicamentos tais como o armazenamento adequado dos mesmos, respeitando-se as regras básicas de estocagem, manuseio, guarda e empilhamento máximo (BRASIL, 2001). Criada com o intuito de centralizar o abastecimento de toda a rede pública municipal, é de grande importância à população paratyense, pois através de solicitação ao setor de compras da Secretaria Municipal de Saúde, mantém dentro do possível, estoque suficiente de medicamentos, materiais médicos hospitalares, insumos e suplementos alimentares para abastecer todos os postos de atendimento coberto pela Estratégia da Saúde da Família (ESF), Centro Integrado de Saúde (CIS), dentre outras unidades de atendimento de saúde do município de Paraty. Além de abastecer as unidades citadas acima, a Central de Abastecimento Farmacêutico, realiza também, atendimento à população através de requerimentos e processos judiciais. Informações sobre o local: Segundo Natália Maria Ninno Rissi em sua dissertação de mestrado sobre Pesquisa e Desenvolvimento: Biotecnologia Médica, disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/88093/rissi_nmn_me_botfm.pd f?sequence=1, (p. 21e 22): A Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) é a unidade de assistência farmacêutica que serve para a guarda de medicamentos e correlatos, onde são realizadas atividades quanto à sua correta recepção, estocagem e distribuição (ROSA; GOMES; REIS, 2006). Segundo Tuma, Carvalho, Marcos (2009), a CAF deve estar sob supervisão do farmacêutico, o qual é responsável pelas seguintes funções: -Planejar, conduzir e controlar o processo de recepção, armazenamento e distribuição de medicamentos e produtos para a saúde, visando a disponibilidade, em tempo oportuno e nas quantidades necessárias; -Elaborar normas, procedimentos operacionais e instruções de trabalho, visando reduzir perdas por danos e validade, reduzir o tempo gasto na movimentação dos produtos, evitar acidentes e aumentar a eficácia do processo de estocagem; -Desenvolver funções de controle e supervisão para preservar a integridade dos medicamentos, produtos para a saúde e insumos, respeitando a regulamentação sanitária; -Receber ou supervisionar a recepção de medicamentos e produtos para a saúde adquiridos pela instituição; -Revisar a documentação de entrada verificando sua conformidade com a quantidade e especificações descritas nos documentos que respaldam a comprae acompanhar sua tramitação posterior; -Elaborar de forma eficaz os informes de ingresso dos medicamentos, produtos para saúde e insumos recebidos; -Coordenar, supervisionar e avaliar os registros de movimentação dos produtos e demais funções desenvolvidas pelos almoxarifes e pessoal de apoio operacional; -Promover treinamento em serviço e apoiar as atividades de educação permanente desenvolvidas em parcerias com outros serviços do hospital, visando o cumprimento de boas práticas; -Proceder a levantamentos físico-financeiros da movimentação dos produtos e efetuar remanejamentos, quando necessário; -Manter sistema de informação sobre os estoques atualizado e disponível a todos os setores envolvidos; -Promover a relação intersetorial com as demais unidades do hospital; -Trabalhar em parceria com as comissões hospitalares: Comissão de Farmácia e Terapêutica, Comissão de Riscos, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e Comissão de Licitação (quando existente); -Zelar para o máximo aproveitamento do espaço físico da CAF, o adequado controle e preservação da qualidade dos medicamentos, produtos para a saúde e insumos sob sua guarda e para que todas as funções estejam de acordo com a política do hospital. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/88093/rissi_nmn_me_botfm.pdf?sequence=1 https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/88093/rissi_nmn_me_botfm.pdf?sequence=1 De acordo com a Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) 2016-2017, do município de Paraty, disponível em: https://www.paraty.rj.gov.br/API/Areas/Admin/Conteudo/Publicacoes/remumenova 2016a2017revisadafinalizadaentregueaoCMS.pdf A Relação Municipal de Medicamentos (REMUME) faz parte das ações necessárias á conformação da Política de Assistência Farmacêutica do município de Paraty.Compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para o atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS, adquiridos com recursos próprios do município, complementados por recursos do Estado e do Ministério da Saúde. Apoia-se nos instrumentos legais do SUS: Portaria GM/MS nº 3916/98 que estabelece a Política Nacional de Medicamentos; a Resolução CNS nº 338/04 que aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, Lei nº 12.401/11 que estabelece que a dispensação de medicamentos no âmbito do SUS deve seguir as relações instituídas pelo gestor local, Decreto nº 7.508/11 que estabelece que estados, distrito federal e municípios poderão adotar relações específicas e complementares de medicamentos, Deliberação CIB-RJ nº 2661/13 que aprova a Relação Estadual de Medicamentos Essenciais do Estado do Rio de Janeiro. Estão classificados segundo componentes da Assistência Farmacêutica Portaria GM/MS 204/07 no que diz respeito aos componentes básicos e estratégicos: . Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF): definido de acordo com a RESMERJE RENAME 2012 destina-se a apoiar as ações da Atenção Básica. Está disponível aos munícipes em Unidades da Atenção Básica e/ou Farmácia Municipal. . Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF): contempla medicamentos considerados como de caráter estratégico pelo Ministério da Saúde para tratamento das doenças de perfil endêmico e que tenham impacto socioeconômico. O financiamento e aquisição são de responsabilidade do Ministério da Saúde assim como os protocolos de tratamento e distribuição aos Estados. Ao município cabe o armazenamento e o acesso a esses medicamentos por cadastramento e acompanhamento do usuário em programas específicos tais como: DST/AIDS, Hanseníase, Lúpus, Tuberculose, endemias focais, sangue e hemoderivados, alimentação e nutrição, controle do tabagismo e influenza relacionados na REME-RJ Deliberação CIB-RJ º 1.589/2012; . Relação Complementar de Medicamentos - RCM: A relação municipal de medicamentos complementares compreende a seleção e padronização de medicamentos que complementam a REMUME dentro do quadro das necessidades patológicas e epidemiológicas do município obedecendo protocolos elaborados e estabelecidos pela Comissão de farmácia e terapêutica do município de Paraty. . Componente Especializado da Assistência Farmacêutica- CEAF: É uma estratégia de acesso a medicamento no âmbito do SUS, caracterizado pela busca da garantia da integralidade do tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão definidas em protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas publicadas pelo Ministério da Saúde. A Portaria GM/MS no. 2981/2009 determina que o acesso aos medicamentos que fazem parte das linhas de cuidado para https://www.paraty.rj.gov.br/API/Areas/Admin/Conteudo/Publicacoes/remumenova2016a2017revisadafinalizadaentregueaoCMS.pdf https://www.paraty.rj.gov.br/API/Areas/Admin/Conteudo/Publicacoes/remumenova2016a2017revisadafinalizadaentregueaoCMS.pdf as doenças contempladas no âmbito deste Componente será garantido mediante a pactuação entre a União, Estados e municípios. Cada medicamento foi designado pela denominação comum brasileira ou pela denominação comum internacional (DCB ou DCI) acompanhado de concentração, forma e apresentação farmacêutica. Central de Abastecimento Farmacêutico A Central de Abastecimento Farmacêutico localiza-se próximo à Rodoviária, na Rua Manoel Ferreira dos Santos Pádua, s/n, Parque Imperial. Composta por: antessala, corredor, recepção, salão com prateleiras reservadas aos medicamentos padronizados, prateleiras reservadas aos medicamentos não padronizados, armário com chave para guarda de medicamentos de processos judiciais, prateleira com caixa de medicamentos de requerimentos com nomes dos pacientes, 3 geladeiras, sendo 1 para medicamentos de processos judiciais, 1 para Insulinas NPH e 1 para Insulinas Regular, prateleiras para insumos médicos hospitalares, ilhas (pallets) contendo estoques de medicamentos e insumos. Um segundo salão com prateleiras contendo suplementos alimentares, prateleiras contendo antibióticos, prateleiras contendo medicamentos injetáveis, sala contendo prateleiras com medicamentos controlados, sala contendo soros Glicosado, Fisiológico e Ringer, pequena cozinha contendo pia, geladeira, bebedouro e micro-ondas, banheiro, sala de quarentena e área de distribuição e recebimento de medicamentos e insumos. O espaço é climatizado por 4 aparelhos de ar condicionado. Possui ainda 4 computadores (2 deles na recepção), 3 impressoras (1 na recepção), 1 seladora, 3 mesas de escritório ( a recepção tem 1 mármore que serve de apoio para computadores e dispensação de medicamento para atendimentos ao público de requerimentos e processos judiciais) e vários armários arquivos. A equipe da CAFAR é composta por 2 farmacêuticos, 1 coordenadora de farmácia (farmacêutica), 2 auxiliares de farmácia, 2 recepcionistas e 1 motorista. O espaço físico do prédio tem um anexo que é reservado a Farmácia central. À Central de Abastecimento Farmacêutico correspondem as seguintes ações: Aquisição de medicamentos, insumos, materiais médicos hospitalares e suplementos alimentares; Abastecimento à coordenação da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e aos seus postos: ESF da Barra Grande (Barra Grande, Graúna, Várzea do Corumbê, Corumbê, Praia Grande, Ilha do Araújo e Rio Pequeno), ESF do Taquari (Taquari, São Gonçalo, Sertão do Taquari, Chapéu do Sol e Iriri), ESF do Pantanal (Pantanal, Condado, Parque Verde, Ponte Branca e Morro do Jacu), ESF do Corisco (Corisco, Coriscão e Corisquinho), ESF da Mangueira (Parque da Mangueira, Vila Dom Pedro e Ribeirinho), ESF da Ilha das Cobras, ESF do Jabaquara (Jabaquara, Caborê, Pontal e Patitiba), ESF do Paraty Mirim (Paraty Mirim, Pouso da Cajaíba, Ponta Grossa, Mamanguá e Pedreira), ESF do Patrimônio (Patrimônio, Itatinga, Pedras Azuis, Quilombo do Campinho, Campinho, Independência e Cabral) e ESF da Trindade (Trindade, Praia do Sono,Ponta Negra e Vila Oratório); Abastecimento ao Centro Integrado de Saúde (CIS); Abastecimento ao Centro de Especialidades Odontológicas (CEO); Abastecimento à Saúde da Mulher; Abastecimento do Centro de Referência em Reabilitação (CREAB); Abastecimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); Abastecimentos das Vigilâncias Ambiental, Epidemiológica e Sanitária; Abastecimento do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD); Abastecimento do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS); Abastecimento da Clínica do Servidor; Abastecimento do Centro de Imagem; Abastecimento da Farmácia Central; Abastecimento do Laboratório de Análises Clínicas; Abastecimento do Centro de Referência de Assistência Social; Abastecimento da Instituição de Longa Permanência de Idosos (ASILO); Abastecimento da Aldeia Indígena; Abastecimento da Colônia dos Pescadores; Dispensação de Medicamentos aos pacientes de Processos Judiciais e, Dispensação de Medicamentos Não Padronizados aos pacientes de Requerimentos. Legislação aplicável: Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 DOU de 20/09/1990 [...] Art. 2 - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. [...] § 2 - O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. [...] Art. 4 - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde - SUS. [...] Art. 6 - Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde - SUS: [...] d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica. [...] III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; [...] VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; CAPÍTULO II Dos Princípios e Diretrizes Art. 7 - As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no Art.198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; [...] VIII - participação da comunidade; IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde. X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população; XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976 DOU de 24/09/1976 TÍTULO I Disposições Preliminares Art.1 - Ficam sujeitos às normas de vigilância sanitária instituídas por esta Lei os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, definidos na Lei número 5.991, de 17 de dezembro de 1973, bem como os produtos de higiene, os cosméticos, perfumes, saneantes domissanitários, produtos destinados à correção estética e outros adiante definidos. Art.2 - Somente poderão extrair, produzir, fabricar, transformar, sintetizar, purificar, fracionar, embalar, reembalar, importar, exportar, armazenar ou expedir os produtos de que trata o Art.1 as empresas para tal fim autorizadas pelo Ministério da Saúde e cujos estabelecimentos hajam sido licenciados pelo órgão sanitário das Unidades Federativas em que se localizem. Art.3 - Para os efeitos desta Lei, além das definições estabelecidas nos incisos I, II, III, IV, V e VII do Art.4 da Lei número 5.991, de 17 de dezembro de 1973, são adotadas as seguintes: I - Produtos Dietéticos: Produtos tecnicamente elaborados para atender às necessidades dietéticas de pessoas em condições fisiológicas especiais; II - Nutrimentos: Substâncias constituintes dos alimentos de valor nutricional, incluindo proteínas, gorduras, hidratos de carbono, água, elementos minerais e vitaminas; III - Produtos de Higiene: Produtos para uso externo, antissépticos ou não, destinados ao asseio ou à desinfecção corporal, compreendendo os sabonetes, xampus, dentifrícios, enxaguatórios bucais, antiperspirantes, desodorantes, produtos para barbear e após o barbear, estípticos e outros; [...] VII - Saneantes Domissanitários: Substâncias ou preparações destinadas à higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum e no tratamento da água compreendendo: a) inseticidas - destinados ao combate, à prevenção e ao controle dos insetos em habitações, recintos e lugares de uso público e suas cercanias; [...] c) desinfetantes - destinados a destruir, indiscriminada ou seletivamente, microrganismos, quando aplicados em objetos inanimados ou ambientes; d) detergentes - destinados a dissolver gorduras e à higiene de recipientes e vasilhas, e a aplicações de uso doméstico. [...] XIV - Número do Lote: Designação impressa na etiqueta de um medicamento e de produtos abrangidos por esta Lei que permita identificar o lote ou a partida a que pertençam e, em caso de necessidade, localizar e rever todas as operações de fabricação e inspeção praticadas durante a produção; Resolução CFF Nº 634 de 25/11/2016 Art. 1º Regulamentar as atribuições do farmacêutico nos estágios curriculares supervisionados, obrigatórios ou não, formalizados no Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Farmácia, em sintonia com os preceitos técnico-científicos, éticos e legais. CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO E DO CARÁTER DO ESTÁGIO Art. 2º Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições: a) Estágio - é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. b) O estágio obrigatório faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando. c) O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho. d) O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente. e) Coordenador de Estágios: docente farmacêutico da instituição de ensino, responsável pela gestão dos estágios. f) Orientador ou Preceptor: docente farmacêutico da instituição de ensinoindicado como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades dos estagiários do curso de Farmácia. g) Convênio de Concessão de Estágios: instrumento jurídico de cooperação entre instituição de ensino e unidade concedente, visando à execução do estágio curricular supervisionado, obrigatório ou não, do curso de Farmácia. h) Termo de Compromisso de Estágios: documento celebrado entre estagiário, instituição de ensino e unidade concedente que indica às condições de adequação do estágio a proposta pedagógica do curso de Farmácia. i) Plano de Atividades: documento que descreve todas as atividades a serem desenvolvidas pelo estagiário, durante seu período de estágio curricular supervisionado, obrigatório ou não, sendo este parte integrante do Termo de Compromisso de Estágio. j) Estágio obrigatório: é aquele definido como tal no projeto do curso de Farmácia, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma. k) Estágio não-obrigatório: é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória do curso de Farmácia. Art. 3º O farmacêutico, na condição de coordenador, supervisor, orientador ou preceptor, observará que os estágios curriculares supervisionados, obrigatórios ou não, deverão atender as necessidades sociais da saúde em consonância com as Políticas Nacionais de Saúde, bem como, preferencialmente, contemplem as principais áreas de formação farmacêutica, dentre elas a de medicamentos, análises clínicas e toxicológicas e alimentos, conforme previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia, respeitando-se as características regionais. Parágrafo único. No Projeto Pedagógico do Curso deverão estar discriminadas as atividades de estágio pertinentes as principais áreas de formação farmacêutica. CAPÍTULO II DA DOCUMENTAÇÃO Art. 4º Para caracterização e definição dos estágios curriculares supervisionados, obrigatórios ou não, é necessária a observância da Lei Federal nº 11.788/2008 ou a norma que vier a substituíla, em especial o convênio de concessão de estágios. § 1º O estágio curricular obrigatório deverá ter supervisão direta por docente Farmacêutico do curso, devidamente contratado pela IES com carga horária específica para esta atividade, estando devidamente registrado no CRF de sua jurisdição. § 2º A IES e os estabelecimentos que oferecerem estágios curriculares obrigatórios deverão apresentar previamente no CRF de sua jurisdição os seguintes documentos: I - Cópia da Certidão de Regularidade; II - Relação nominal dos supervisores/docentes da IES responsável pelo estágio; III - Relação nominal dos farmacêuticos da unidade concedente e suas respectivas escalas de trabalho; IV - Cópia do Termo de Convênio, incluindo o plano de atividade dos estágios. § 3º Os estabelecimentos que oferecem estágios deverão manter a disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio. § 4º O estagiário, nos estabelecimentos, independente do nível de atenção à saúde, deverá estar devidamente identificado por meio de crachá. Art. 5º Toda documentação referente ao estágio curricular supervisionado, obrigatório ou não, deverá estar disponível nas unidades concedentes para consulta dos órgãos fiscalizadores. CAPÍTULO III DAS COMPETÊNCIAS DO COORDENADOR E SUPERVISOR DE ESTÁGIOS Art. 6º É atribuição privativa do farmacêutico a coordenação e a orientação dos estágios curriculares, obrigatórios ou não, dos cursos de graduação em Farmácia. Parágrafo único. É vedado ao farmacêutico exercer a atividade de docência e pesquisa sem que esteja devidamente registrado no Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, sempre que estas atividades envolverem assistência ao cliente/paciente/usuário ou prática profissional. Art. 7º É responsabilidade do farmacêutico coordenador a gestão dos estágios do curso de graduação em Farmácia, bem como a elaboração e aprovação do Plano de Atividades Geral do estágio curricular obrigatório do curso de Farmácia. Art. 8º Compete ao coordenador farmacêutico do estágio: a) planejar, executar e supervisionar o estágio curricular obrigatório; b) dar assistência ao estagiário, desde a formulação do plano de atividades até a elaboração do relatório de estágio; c) elaborar os Planos de Atividades do estágio curricular supervisionado obrigatório, em comum acordo com a unidade concedente e estagiário; d) acompanhar e avaliar as atividades dos estágios; e) emitir pareceres nas fichas de acompanhamento ou no prontuário do estagiário referente à execução do estágio; f) comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização de avaliações escolares ou acadêmicas. Art. 9º Compete ao orientador ou preceptor farmacêutico do estágio: a) dedicar, no mínimo, uma hora semanal a cada três (3) estagiários; b) ser responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário; c) exigir do estagiário a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de relatório das atividades; d) zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local em caso de descumprimento de suas normas; e) elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios dos estudantes de Farmácia; f) além dos aspectos técnico-científicos, ressaltar as relações da prática com as normas farmacêuticas, especialmente no tocante a ética profissional. Art. 10. O Coordenador e o Orientador não devem permitir a prática de qualquer ato farmacêutico sem a adequada supervisão profissional, tampouco delegar atos que sejam privativos do farmacêutico. CAPÍTULO IV DA CARGA HORÁRIA E DO PERÍODO DE DESENVOLVIMENTO Art. 11. É atribuição do farmacêutico zelar para que a carga horária dos estágios curriculares supervisionados, obrigatórios ou não, corresponda aos regulamentos expedidos pelo Ministério da Educação, sendo recomendável no tocante ao estágio obrigatório de que seja, no mínimo, 20% (vinte por cento) da carga horária total do curso, conforme as Diretrizes Curriculares para o curso de Farmácias. Art. 12. O farmacêutico observará que o estágio deve ser cumprido, ao longo do curso, respeitando as competências e habilidades adquiridas pelo aluno. Parágrafo único. A abrangência de cada estágio curricular supervisionado obrigatório deve respeitar a progressão da matriz curricular. CAPÍTULO V DOS LOCAIS Art. 13. O farmacêutico deve observar que o estágio curricular supervisionado, obrigatório ou não, deverá ser realizado em locais próprios da instituição de ensino farmacêutico ou em unidades concedentes, que possuam condições de proporcionar experiência prática no âmbito profissional, sempre sob a supervisão e acompanhamento de farmacêutico regularmente inscrito no Conselho Regional de Farmácia, quando se tratar de áreas privativas. CAPÍTULO VI DA RELAÇÃO ORIENTADOR E ESTAGIÁRIO Art. 14. Recomenda-se que a relação orientador farmacêutico e estagiários deva ser, no máximo, de um para oito, não permitido qualquer tipo de delegação a terceiros. Art. 15. A execução pelos estagiários das atividades privativas do farmacêutico, sem a sua supervisão direta, configura exercício ilegal da profissão, cabendo a aplicação das medidas pertinentes. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. [...] Art. 43. A educação superior tem por finalidade:I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.394-1996?OpenDocument II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº 13.174, de 2015) [...] Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou especialização. (Regulamento) (Regulamento) Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de avaliação. (Regulamento) (Regulamento) (Vide Lei nº 10.870, de 2004) § 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação, que http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13174.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2207.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2306.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2207.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2306.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.870.htm#art1 poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento. (Regulamento) (Regulamento) (Vide Lei nº 10.870, de 2004) § 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências. § 3º No caso de instituição privada, além das sanções previstas no § 1o deste artigo, o processo de reavaliação poderá resultar em redução de vagas autorizadas e em suspensão temporária de novos ingressos e de oferta de cursos. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017) § 4º É facultado ao Ministério da Educação, mediante procedimento específico e com aquiescência da instituição de ensino, com vistas a resguardar os interesses dos estudantes, comutar as penalidades previstas nos §§ 1º e 3º deste artigo por outras medidas, desde que adequadas para superação das deficiências e irregularidades constatadas. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2207.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2306.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.870.htm#art1p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13530.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13530.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13530.htm#art6 Estudos obrigatórios: Do dia 24 de março ao dia 06 de abril do corrente ano, foi realizado Estágio Curricular Supervisionado na Central de Abastecimento Farmacêutico, no município de Paraty – RJ, das 13:00h as 17:00h, totalizando 40 horas de estágios. Com orientação e supervisão das farmacêuticas Danielle (coordenadora) e Pamella (responsável técnica) da CAFAR, foram realizadas as seguintes tarefas/estágios: 1. Organização das prateleiras contendo medicamentos padronizados; 2. Organização das prateleiras contendo medicamentos não padronizados; 3. Organização das prateleiras contendo medicamentos de requerimentos; 4. Organização das prateleiras contendo medicamentos injetáveis; 5. Organização das prateleiras contendo medicamentos controlados; 6. Organização das prateleiras dos suplementos alimentares; 7. Organização do armário de medicamento de processos judiciais; 8. Verificação de lotes e data de validade dos medicamentos padronizados; 9. Verificação de lotes, data de validade e contagem dos medicamentos não padronizados; 10. Verificação de lotes, data de validade e contagem dos medicamentos injetáveis; 11. Verificação de lotes, data de validade e contagem de medicamentos de processos judiciais; 12. Verificação de lotes, data de validade de medicamentos de requerimentos; 13. Verificação de lotes e data de validade dos suplementos alimentares; 14. Verificação de lotes e data de validade dos medicamentos controlados; 15. Verificação de lotes e data de validade dos estoques de medicamentos nas ilhas (pallets); 16. Recebimento e conferência de medicamentos e materiais médicos hospitalares, verificando lotes, data de validade e quantidade; 17. Guarda de Insulinas NPH e Regular em suas respectivas geladeiras; 18. Separação dos pedidos de medicamentos e materiais dos postos de ESFs, 19. Separação de pedido de medicamentos e materiais do CIS; 20. Separação de pedido de medicamentos e materiais odontológicos para o CEO; 21. Separação de medicamentos e materiais do ASILO; 22. Separação de medicamentos para a Farmácia Central; 23. Retirada de medicamentos com validade a expirar em 30 dias, armazenando-os na sala de quarentena. Vale ressaltar que os atendimentos realizados aos pacientes de processos judiciais e requerimentos, apenas foi observado pelo estagiário, sem auxílio nos respectivos atendimentos, os quais ficaram restritos aos funcionários do setor, pela supervisão dos farmacêuticos. Durante o período de estágio, foi observado que toda a logística e diretriz do funcionamento da Central de Abastecimento Farmacêutico, no âmbito de atendimento aos setores da Saúde, à atenção dada aos pacientes de requerimento e processos judiciais, o cuidado ao armazenamento dos medicamentos, o controle da temperatura das geladeiras, a climatização do espaço físico, a importância em se ter uma sala específica para a guarda e armazenamento de medicamentos controlados, etc., são seguidas com rigor e muita atenção. O Estágio Supervisionado foi de riquíssimo aprendizado norteando o curso de Farmácia, ampliando a aprendizagem com a prática exercida durante o período estagiado. Assistência Farmacêutica De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 14, disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/colec_progestores_livro7.pdf Um dos grandes desafios da humanidade sempre foi controlar, reduzir os efeitosou eliminar os sofrimentos causados pelas enfermidades. A saúde de uma população não depende apenas dos serviços de saúde e do uso dos medicamentos. Entretanto, é inegável sua contribuição e a importância do medicamento 1 no cuidado à saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/colec_progestores_livro7.pdf Como uma ação de saúde pública e parte integrante do sistema de saúde, a Assistência Farmacêutica é determinante para a resolubilidade da atenção e dos serviços em saúde e envolve a alocação de grandes volumes de recursos públicos. Em 1971 teve início a Assistência Farmacêutica como política pública, instituído pela Central de Medicamento (Ceme), cuja missão era de distribuir gratuitamente medicamentos à população (BRASIL, 1971) caracterizando-se como política centralizadora na aquisição e distribuição de medicamentos. Com a promulgação da Constituição Federal em 1988, estabelecendo a saúde como direito social (Art. 6º), cuja competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios (Art. 23). Artigo 196: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1988, p. 154) A Constituição Federal regulamentou especificamente para a área da saúde, através da Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080/90) no artigo 6º, “a formulação da política de medicamentos (...)”, atribuindo ao setor de saúde a responsabilidade de “execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive, farmacêutica.” (BRASIL, 1990). Em 1997, foi desativada a Central de Medicamentos, transferindo para diferentes órgãos e setores do Ministério da Saúde, suas atribuições. Politica Nacional de Medicamentos Em 1998, a Política Nacional de Medicamentos (PNM), através da Portaria GM/MS número 3916, foi publicada com a finalidade principal (BRASIL, 2002a): • Garantir a necessária segurança, a eficácia e a qualidade dos medicamentos. • A promoção do uso racional dos medicamentos. • O acesso da população àqueles medicamentos considerados essenciais. Para alcançar os objetivos propostos, a Política Nacional de Medicamentos apresenta o seguinte conjunto: • Adoção da Relação de Medicamentos Essenciais. • Regulação sanitária de medicamentos. • Reorientação da Assistência Farmacêutica. • Promoção do uso racional de medicamentos. • Desenvolvimento científico e tecnológico. • Promoção da produção de medicamentos. • Garantia da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos. • Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos. A revisão permanente da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), a reorientação da Assistência Farmacêutica, a organização das atividades de Vigilância Sanitária de medicamentos e a promoção do uso racional de medicamentos, são consideradas diretrizes de prioridades. A Política Nacional de Medicamentos é definida: Grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e o controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos. (BRASIL, 2002a, p.34). Politica Nacional de Assistência Farmacêutica Em 2003 foi aprovada a I Conferencia Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica. Em 2004, através da resolução número 388, o Conselho Nacional de Saúde aprovou a Politica Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF). A Politica Nacional de Assistência Farmacêutica é definida: Um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população. (BRASIL, 2004c) De acordo com a Política Nacional de Assistência Farmacêutica: A Assistência Farmacêutica deve ser entendida como política pública norteadora para a formulação de políticas setoriais, tendo como alguns dos seus eixos estratégicos, a manutenção, a qualificação dos serviços de assistência farmacêutica na rede pública de saúde e a qualificação de recursos humanos, bem como a descentralização das ações (BRASIL, 2004c). Gestão da Assistência Farmacêutica Planejar, executar, acompanhar e avaliar, tendo conhecimento, habilidade e atitude, é a forma de gerenciar com eficácia a gestão da Assistência Farmacêutica através de pessoas com recursos limitados. O Artigo 198 da Constituição Federal e o Artigo 7 da Lei Orgânica da Saúde fundamentam as ações da Assistência Farmacêutica, sendo destacados (BRASIL, 1988; BRASIL, 1990; MARIN et al., 2003): • Universalidade e equidade. • Integralidade. • Descentralização, com direção única em cada esfera de governo. • Regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde. • Multidisciplinaridade e intersetorialidade. • Garantia da qualidade. • Estruturação e organização dos serviços farmacêuticos, com capacidade de resolução. • Normalização dos serviços farmacêuticos. • Enfoque sistêmico, isto é, ações articuladas e sincronizadas. Estrutura da Assistência Farmacêutica A organização da Assistência Farmacêutica é estruturada pelas Secretarias Estaduais de Saúde, através de coordenação e gerenciamento, definindo gestão e atribuição para cada atividade realizada. Viabilizar coordenação e gerência é fundamental na efetivação das ações onde a competência deve beneficiar recursos físicos, humanos e tecnológicos adequados. Inserção da Assistência Farmacêutica Ter visibilidade e garantir a execução da função, a Secretaria Estadual de Saúde deve inserir e formalizar em seu cronograma, a Assistência Farmacêutica, visto que de forma informal, haverá dificuldade na concretização das ações da mesma. A coordenação e gerência podem estar subordinadas, de acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 21: a) Ao gabinete do Secretário - pode ser uma alternativa estratégica, em resposta a um cenário definido e por um período de tempo limitado, até a solução de uma situação especial. Dá importância ao setor, favorece a articulação inter-setorial e proporciona respostas políticas imediatas. Em contrapartida, há o risco da estrutura organizacional responsável pela Assistência Farmacêutica se distanciar de suas características técnico-operacionais. b) À estrutura responsável pela coordenação estadual das ações de saúde - favorece a articulação intra-setorial e torna mais visível o seu papel, inserindo-a como política de saúde. O risco, nesse caso, é de que as respostas políticas e administrativas não sejam tão imediatas. c) À estrutura administrativa - pode favorecer a tramitação dos processos de aquisição de medicamentos. Em contrapartida, a visão apenas administrativa do gerenciamento da Assistência Farmacêutica, em detrimento do seu caráter técnico, pode limitar as suas atribuições ao binômio aquisição / distribuição. De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 22: A Assistência Farmacêutica deve ser formada por uma equipe multidisciplinar, capazde responder pela operacionalização das atividades, pelo cumprimento das especificações técnicas e normas administrativas, pelo cumprimento da legislação vigente e análise dos aspectos jurídicos, administrativos e financeiros, pelo sistema de informações e pela gestão eficiente de estoque. Definição da Política de Assistência Farmacêutica no Estado De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 22 e 23: [...] “Devem ser contemplados os elementos-chave recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para as políticas de medicamentos (OMS, 2001)”: • Seleção de medicamentos essenciais. • Disponibilidade de medicamentos. • Financiamento dos medicamentos. • Sistema de suprimento. • Regulação e garantia da qualidade. • Uso Racional de Medicamentos (URM). • Pesquisa. • Desenvolvimento de recursos humanos. • Monitoramento e avaliação. Inclusão das ações de Assistência Farmacêutica no Planejamento da SES De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 23: Planejar é uma ferramenta de gestão e significa “orientar a ação do presente para que possamos organizar e estruturar um conjunto de atividades, conforme critérios previamente estabelecidos, visando modificar uma dada realidade” (MARIN et al., 2003, p. 56). Vários são os instrumentos de planejamento da SES: o Plano Estadual de Saúde (PES), o Plano Plurianual (PPA), a Lei Orçamentária Anual (LOA), a Programação Pactuada e Integrada (PPI), entre outros. A Assistência Farmacêutica, como ação de saúde, ainda não está totalmente inserida no planejamento da SES. É preciso buscar a necessária integração da Assistência Farmacêutica com o sistema de saúde, bem como sua inclusão nos instrumentos de gestão, de forma a produzir resultados efetivos na melhoria dos serviços farmacêuticos. Modernização da gestão De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 24 e 25: Existe um elo causal entre um bom processo de assistência à saúde e uma estrutura adequada para efetuá-la, possibilitando uma mudança que propicie melhoria na qualidade de saúde de uma população (PORTELA, 2000). O volume de gasto em saúde deve ter correlação com melhores resultados no impacto em saúde e na qualidade de vida. [...] É importante avaliar, de forma permanente, a estrutura física, a capacidade instalada, a modernização, a ampliação e os equipamentos necessários à estruturação da Assistência Farmacêutica. O armazenamento e a distribuição de medicamentos têm especial importância, devendo ser adequados às recomendações das Boas Práticas 3 (CONASS, 2004a). Além de uma estrutura adequada, é imprescindível a existência de um fluxo administrativo ágil, simplificado e racional dos processos, conhecido por todos os trabalhadores, tendo as competências e as atribuições de todas as atividades padronizadas, através da implantação de Procedimentos Operacionais Padrão (POP). A padronização de procedimentos tem o objetivo de qualificar a sua realização, orientar novos trabalhadores e uniformizar os resultados. A elaboração do POP é uma tarefa trabalhosa, uma vez que descreve todas as etapas do processo e deve ter a participação das pessoas envolvidas no mesmo, bem como o treinamento de todos os funcionários na sua execução. Essa medida evita conflitos desnecessários, pois cada processo na Assistência Farmacêutica depende de uma atividade anterior, que se mal conduzida, irá comprometer todos os processos posteriores, com conseqüências que podem vir a ser danosas nos resultados esperados (CONASS, 2004a). Financiamento De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 25 e 26: [..] O financiamento da Assistência Farmacêutica é de responsabilidade das três esferas de gestão do SUS e pactuado na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) 4 . Conforme estabelecido na Portaria GM/MS n. 204/2007, os recursos federais são repassados na forma de blocos de financiamento, entre os quais o Bloco de Financiamento da Assistência Farmacêutica, que é constituído por três componentes (BRASIL, 2007): • Componente Básico da Assistência Farmacêutica: destina-se à aquisição de medicamentos e insumos de Assistência Farmacêutica no âmbito da atenção básica em saúde e àquelas relacionadas a agravos e programas de saúde específicos, inseridos na rede de cuidados da atenção básica, sendo composto de: a) Parte financeira fixa: valor per capita transferido ao Distrito Federal, estados e/ou municípios, conforme pactuação nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB) 5 . Os estados e municípios devem compor o financiamento da parte fixa, como contrapartida. b) Parte financeira variável: consiste em valores per capita destinados à aquisição de medicamentos e insumos de Assistência Farmacêutica dos Programas de Hipertensão e Diabetes, Asma e Rinite, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Alimentação e Nutrição e Combate ao Tabagismo. Podem ser executados de forma centralizada ou descentralizada, conforme pactuações na CIT e CIB, mediante a implementação e a organização dos serviços previstos nestes programas. • Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica:- financiamento para o custeio de ações de assistência farmacêutica nos seguintes programas de saúde estratégicos: controle de endemias, tais como a tuberculose, hanseníase, malária, leishmaniose, doença de Chagas e outras doenças endêmicas de abrangência nacional ou regional; anti-retrovirais dos Programas de DST/Aids, Sangue e Hemoderivados e Imunobiológicos. • Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional:- financiamento do Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcional, para a aquisição e distribuição do grupo de medicamentos da tabela de procedimentos ambulatoriais. Gestão de pessoas De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 26 e 27: Gerenciar pessoas é uma tarefa complexa. O conhecimento acumulado, as habilidades e as atitudes de cada trabalhador são determinantes no desempenho de suas atividades. Trabalhadores que entendem o significado do seu trabalho e a finalidade das tarefas que lhes são delegadas têm a tendência de estar comprometidos e motivados para alcançar melhores resultados. É necessário manter um canal de comunicação permanente e incentivar a participação coletiva, inclusive nas decisões, influenciando assim positivamente a realização de tarefas pelos atores envolvidos. [...] É importante assinalar que a Assistência Farmacêutica é multidisciplinar, porém o farmacêutico, por ser legalmente o profissional responsável pelo medicamento, é imprescindível para o desenvolvimento das atividades relacionadas à área, tais como seleção, programação, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos. Também é estratégica a participação do farmacêutico no processo de aquisição de medicamentos, em especial na elaboração das especificações, estabelecimento de critérios técnicos e emissão de parecer no julgamento das propostas. Acompanhamento e avaliação De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 27, 27 e 29: O acompanhamento e a avaliação continuada das ações desenvolvidas na Assistência Farmacêutica é outra estratégia para solidificar o modelo da Assistência Farmacêutica, compartilhado entre União, estados e municípios. [...] A OMS sugere uma série de indicadores de avaliação e seus métodos de obtenção, com o objetivo de auxiliar o acompanhamento e a avaliação de uma política de medicamentos, que devem ser adaptados a cada contexto. (OMS, 1999) Os indicadores dos serviços farmacêuticos podem ser de estrutura, processos ou resultados. A seguir são apresentados alguns exemplos de indicadoresque podem ser utilizados (MARIN et al., 2003): • Organização do setor saúde: existência da Assistência Farmacêutica na estrutura organizacional, existência de Comissão/Comitê Estadual de Farmacologia e Terapêutica, número de farmacêuticos que atuam na Assistência Farmacêutica, etc. • Qualificação dos Recursos Humanos: existência de projeto/programa de qualificação dos trabalhadores, número de servidores em cada atividade, etc. • Seleção de medicamentos: existência de Relação Estadual de Medicamentos Essenciais (Reme), porcentagem de medicamentos da Reme em concordância com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), existência de Comissão/ Comitê Estadual de Farmacologia e Terapêutica estruturado e atuante. • Programação de medicamentos: porcentagem média da programação efetivada. • Aquisição de medicamentos: existência de restrição à aquisição de medicamentos que não pertencem à Reme, porcentagem de medicamentos adquiridos que não pertencem à Reme, recursos financeiros para aquisição por fonte de financiamento, recursos gastos por modalidade de aquisição de medicamentos, categoria profissional responsável pela definição das especificações técnicas, etc. • Armazenamento de medicamentos: adequação da área de armazenamento, existência de controle de estoque no almoxarifado, existência de procedimentos preventivos para evitar a perda de medicamentos por validade, porcentagem do registro de estoque que corresponde à contagem física dos medicamentos. • Distribuição de medicamentos: porcentagem de demanda não atendida. • Disponibilidade de acesso: porcentagem de medicamentos atendidos; porcentagem média de medicamentos disponíveis em estoque no almoxarifado. • Qualidade: porcentagem de medicamentos com prazo de validade vencido no almoxarifado. • Uso racional: número médio de medicamentos por prescrição, etc. [...] No âmbito do SUS, em especial na Assistência Farmacêutica, poucos são os indicadores de serviços de saúde propostos, implantados, avaliados e efetivamente sendo utilizados para a melhoria dos serviços prestados. Um amplo estudo, promovido pela OMS, coordenado pelo MS e pela Opas, apresentou a situação farmacêutica do Brasil em 2003. Foi avaliado um conjunto de indicadores organizados em dois níveis: estruturas e processos da situação farmacêutica nacional (nível I) e indicadores de dados de acesso e uso racional de medicamentos (nível II). Os resultados desse estudo podem ser acessados na publicação Avaliação da Assistência Farmacêutica no Brasil (OPAS, 2005). Ciclo da Assistência Farmacêutica De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 30: No Brasil, o medicamento ainda é considerado um bem de consumo e não um insumo básico de saúde, o que favorece a desarticulação dos serviços farmacêuticos. A organização da Assistência Farmacêutica, fundamentada no enfoque sistêmico, caracteriza-se por ações articuladas e sincronizadas entre as diversas partes que compõem o sistema, que influenciam e são influenciadas umas pelas outras (MARIN et al., 2003). As atividades do ciclo da Assistência Farmacêutica ocorrem numa seqüência ordenada. A execução de uma atividade de forma imprópria prejudica todas as outras, comprometendo seus objetivos e resultados. Como conseqüência, os serviços não serão prestados adequadamente, acarretando em insatisfação dos usuários e, apesar dos esforços despendidos, evidenciam uma má gestão (CONASS, 2004a). Basicamente, as gerências/coordenações estaduais têm a responsabilidade de coordenar as atividades do ciclo da Assistência Farmacêutica, que abrange a seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos, além do acompanhamento, da avaliação e da supervisão das ações. Seleção de medicamentos De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 30 e 31: A seleção de medicamentos é o eixo do ciclo da Assistência Farmacêutica, pois todas as outras atividades lhe são decorrentes (MARIN et al., 2003). É a atividade responsável pelo estabelecimento da relação de medicamentos, sendo uma medida decisiva para assegurar o acesso aos mesmos. Cada estado possui a prerrogativa de determinar quais medicamentos serão selecionados para compor o seu elenco, com base no perfil de morbi-mortalidade e nas prioridades estabelecidas, de modo a contribuir na resolubilidade terapêutica, no custo-benefício dos tratamentos, na racionalidade da prescrição, na correta utilização dos medicamentos, além de propiciar maior eficiência administrativa e financeira. Para tal, deverá fundamentar a seleção em critérios técnico- científicos, entre eles, a adoção de protocolos de tratamento e critérios administrativos e legais. A seleção deve ser realizada por uma Comissão/Comitê Estadual de Farmacologia e Terapêutica, com o objetivo de estabelecer a Relação Estadual de Medicamentos (Reme), definindo os medicamentos a serem disponibilizados pela SES para a atenção básica, média ou para a alta complexidade. Os trabalhos da comissão de padronização de medicamentos devem ser regulamentados, estabelecendo-se os critérios de inclusão e exclusão de medicamentos, metodologia aplicada, periodicidade de revisão, entre outros. A seleção de medicamentos deve ser formalizada por meio de portaria ou resolução específica, com a divulgação dos critérios técnicos utilizados para inclusão e exclusão dos medicamentos, dando a necessária transparência ao processo. Sempre que possível, a publicação da Reme deve vir acompanhada de um formulário terapêutico que oriente os prescritores e dispensadores acerca da indicação e utilização dos medicamentos. Programação de medicamentos De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 31 e 32: Atividade que tem como objetivo garantir a disponibilidade dos medicamentos previamente selecionados nas quantidades adequadas e no tempo oportuno para atender as necessidades da população (MARIN et al., 2003). A programação deve ser ascendente, levando em conta as necessidades locais de cada serviço de saúde. É imprescindível a implantação de um sistema de informações e gestão de estoque eficiente, para que a programação possa ser realizada com base em dados fidedignos, possibilitando a utilização concomitante de métodos de programação, tais como perfil epidemiológico, consumo histórico, consumo ajustado, oferta de serviços, entre outros. Aquisição de medicamentos De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 32: Consiste em um conjunto de procedimentos pelos quais se efetua o processo de compra dos medicamentos estabelecidos pela programação, com o objetivo de disponibilizar os mesmos em quantidade, qualidade e menor custo/efetividade, visando manter a regularidade e funcionamento do sistema. Deve ser permanentemente qualificada, considerando os aspectos jurídicos (cumprimento das formalidades legais), técnicos (cumprimento das especificações técnicas), administrativos (cumprimento dos prazos de entrega) e financeiros (disponibilidade orçamentária e financeira e avaliação do mercado). Várias são as alternativas estratégicas para que a aquisição pelas SES e pelos municípios venha a ser atrativa, com diminuição dos preços praticados e agilidade no processo, quer seja através de pregão eletrônico ou presencial, realização de compras anuais consolidadas e com entregas parceladas, formação de consórcios entre gestores, implantação de um Sistema de Registro de Preços, avaliação do desempenho dos fornecedores no cumprimento das exigências técnicas e administrativas, etc. Deve ser considerada a alternativa mais adequada a cada situação. Quanto mais forem levadas em consideração as observações e as experiências dos atores que executam asatividades, maior será a consistência das decisões (CONASS, 2004a). Armazenamento e distribuição de medicamentos De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 33: O armazenamento é caracterizado por um conjunto de procedimentos técnicos e administrativos que envolvem as atividades de recebimento, estocagem, segurança e conservação dos medicamentos, bem como o controle de estoque. O gerenciamento adequado dessa etapa do ciclo reduz perdas e deve abservar alguns procedimentos e ações, entre os quais se destacam: a) Cumprimento/adequação do almoxarifado às Boas Práticas de Armazenagem, tais como limpeza e higienização; delimitação dos espaços para adequada estocagem, recebimento e expedição de medicamentos, minimizando o risco de trocas; controle de temperatura e umidade; monitoramento da rede de frio; entre outros. b) Qualificação do recebimento de medicamentos, através da melhoria dos processos de conferência dos quantitativos na separação, diminuindo o número de erros no que se referem aos quantitativos, lotes, prazos de validade, etc. c) Elaboração de Procedimentos Operacionais Padrão (POP), que descrevam todas as atividades executadas. d) Existência de um sistema validado de controle de estoque de medicamentos, que disponibilize informações gerenciais como balancetes, relatórios e gráficos; e) Melhoria da capacidade administrativa e de recursos humanos para garantir que todas as atividades sejam desenvolvidas de forma adequada. A distribuição dos medicamentos, de acordo com as necessidades dos solicitantes, deve garantir a rapidez na entrega, segurança e eficiência no sistema de informações e controle. É necessária a formalização de um cronograma de distribuição, estabelecendo os fluxos, os prazos para a execução e a periodicidade das entregas de medicamentos. Dispensação de medicamentos De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 34: A dispensação de medicamentos tem como objetivo garantir a entrega do medicamento correto ao usuário, na dosagem e quantidade prescrita, com instruções suficientes para seu uso correto e seu acondicionamento, de modo a assegurar a qualidade do produto. É um dos elementos vitais para o uso racional de medicamentos. Cabe ao dispensador a responsabilidade pelo entendimento do usuário acerca do modo correto de uso do medicamento (MSH, 1997). A implantação da Atenção Farmacêutica é uma estratégia para assegurar a qualificação e a humanização do atendimento dos usuários. A Atenção Farmacêutica é um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde (OPAS, 2002). Uso racional de medicamentos De acordo com a Assistência Farmacêutica no SUS – Coleção Progestores | Para Entender a Gestão do SUS, p. 34 e 35: A Política Nacional de Medicamentos conceitua o uso racional de medicamentos como “o processo que compreende a prescrição apropriada; a disponibilidade oportuna e a preços acessíveis; a dispensação em condições adequadas; e o consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no período de tempo indicado de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade. (BRASIL, 2002a, p. 37)” Esse é um dos aspectos que merece atenção especial por parte dos gestores e responsáveis pelo gerenciamento da Assistência Farmacêutica, e somente será enfrentado por meio de um processo estruturante que extrapole os limites da aquisição e distribuição. Vários são os obstáculos para a promoção do uso racional de medicamentos no Brasil: número excessivo de produtos farmacêuticos, prática da automedicação, falta de informações aos usuários, problemas nas prescrições (sobreprescrição, prescrição incorreta, prescrição múltipla, subprescrição, etc.), informações e marketing das indústrias farmacêuticas, entre outros. Todas essas práticas de uso inadequado de medicamentos podem trazer conseqüências graves para a saúde da população, tais como: eventos adversos que podem vir a ser letais, eficácia limitada, resistência a antibióticos, fármaco-dependência, riscos de infecção, entre outros (MARIN et al., 2003). Algumas estratégias para o uso racional de medicamentos são acessíveis e passíveis de serem utilizadas: seleção de medicamentos, formulário terapêutico 6 , gerenciamento adequado dos serviços farmacêuticos, dispensação e uso apropriado de medicamentos, farmacovigilância 7 , educação dos usuários quanto aos riscos da automedicação, da interrupção e da troca da medicação prescrita (MARIN et al., 2003). Anexos: Relatório médico detalhado para solicitação de medicamento não padronizado Relatório médico detalhado para solicitação de medicamento não padronizado Declaração de perda Documentos para abertura de requerimento Termo de compromisso Referências: https://www.cff.org.br/pagina.php?id=169 https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=333716#:~:text=O%20farmac%C3%A Autico%20deve%20observar%20que,sob%20a%20supervis%C3%A3o%20e%20 acompanhamento http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12907:le gislacoes&catid=70:legislacoes http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232017002401181 https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/88093/rissi_nmn_me_botfm.pd f?sequence=1 https://www.paraty.rj.gov.br/API/Areas/Admin/Conteudo/Publicacoes/remumenova 2016a2017revisadafinalizadaentregueaoCMS.pdf https://brasilsus.com.br/wp-content/uploads/2019/12/res1939.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/colec_progestores_livro7.pdf https://www.cff.org.br/pagina.php?id=169 https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=333716#:~:text=O%20farmac%C3%AAutico%20deve%20observar%20que,sob%20a%20supervis%C3%A3o%20e%20acompanhamento https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=333716#:~:text=O%20farmac%C3%AAutico%20deve%20observar%20que,sob%20a%20supervis%C3%A3o%20e%20acompanhamento https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=333716#:~:text=O%20farmac%C3%AAutico%20deve%20observar%20que,sob%20a%20supervis%C3%A3o%20e%20acompanhamento http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12907:legislacoes&catid=70:legislacoes http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12907:legislacoes&catid=70:legislacoes http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017002401181 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017002401181 https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/88093/rissi_nmn_me_botfm.pdf?sequence=1 https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/88093/rissi_nmn_me_botfm.pdf?sequence=1 https://www.paraty.rj.gov.br/API/Areas/Admin/Conteudo/Publicacoes/remumenova2016a2017revisadafinalizadaentregueaoCMS.pdf https://www.paraty.rj.gov.br/API/Areas/Admin/Conteudo/Publicacoes/remumenova2016a2017revisadafinalizadaentregueaoCMS.pdf https://brasilsus.com.br/wp-content/uploads/2019/12/res1939.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/colec_progestores_livro7.pdf
Compartilhar