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Toxoplasmose: O toxoplasma gondii é um parasita intracelular obrigatório de aves e mamíferos! Aspectos epidemiológicos: • É uma zoonose importante; • Possui distribuição mundial (doença parasitária negligenciada); • Possui uma prevalência de 30% a 50% da população mundial; • No Brasil, mais de 60% da população já teve contato com taxoplasma; • Os grupos de risco são: Fetos, transplantados e portadores de HIV; • Os fatores sócio-econômicos estão associados a essa doença; • Possuem vários modos de infecção: Alimentos ou bebidas contaminados com oocistos de toxoplasma gondii, carne crua contendo cistos, transplacentária, transplante de órgãos, inalação de oocistos (muitos livros não falam a respeito dessa inalação). Formas de vida: Taquizoítos: Possui um complexo apical com substâncias importantes para o taquizoíto invadir a célula, e quando ela é invadida ela muda sua conformação. • Forma infectante, proliferativa; • Semelhante a um pequeno arco; • Presente na fase aguda; • Encontrados no vacúolo parasitóforo (VP) de várias células; • Multiplicação: Endodiogenia. Bradizoítos: • Forma infectante; • Encontrados dentro do VP em células; • Multiplicação lenta (bradi); • É de fase crônica; • Presente no cérebro, retina, músculos (principalmente), entre outros locais. Oocistos: • Forma infectante; • Resistência (12 a 18 meses); • Contém 2 esporocistos e 4 esporozoítos; • Presente no ambiente (fezes de felídeos). **Cistos e oocistos são diferentes, sendo que oocisto é 1 indivíduo, e o cisto é um estrutura com um monte de bradizoitos. Faculdade Ciências Médicas MG // Parasitologia Luísa Trindade Vieira (@medstudydalu) - 72D Ciclo biológico: • Ciclo heteroxênico; • Felinos não imunes (hospedeiro definitivo), possui o ciclo completo nele (sexuado e assexuado); • Milhões de oocistos são liberados em 2 semanas! **Devemos saber principalmente os meios de transmissão, e a importância do gato para a reprodução do toxoplasma! Patogenia: É muito variável, que depende da cepa do toxoplasma, do sistema imune da pessoa que foi contaminada, e do modo de infecção, sendo que a congênita é a maias grave, pois gera má formacão fetal. Patogênese: • Ingestão de cistos contendo bradizoítos (carne crua ou mal passada); • Passagem pelo estômago; • Parede cística é degradada; • Bradizoítos interagem com células da mucosa intestinal; • Ocorre a transformação em taquizoíto; • Ocorre a invasão da célula, com a consequente formação do vacúolo parasitóforo; • Multiplicação do parasito; • Rompimento e evasão da célula, com novas infecções como consequência. **Muitas vezes o sistema imune consegue destruir o toxoplasma, e com isso não ocorre nova infecção Formas clínicas: A severidade dos sintomas dependem das linhagens do toxoplasma gondii: Tipo 1 (maior virulência): • Maior motilidade; • Habilidade para cruzar barreiras celulares - disseminação rápida; • Alta mortalidade. Tipo 2 (virulência intermediária) Tipo 3 (baixa virulência): • Linhagens 2 e 3 - estimulam alta resposta pró- inflamatória, o que reduz a disseminação do parasito e as alterações patológicas. **No Brasil há uma variabilidade no número de linhagens o que se relaciona a maior gravidade da infecção. ASSINTOMÁTICOS: 80% a 90% dos pacientes!; SINTOMÁTICOS: 10% a 20% dos casos em adultos e crianças, sendo que os sintomas aparecem cerca de 5 a 23 dias pós-exposição, e geralmente nos imunocompetentes. Os sintomas geralmente são: • Linfadenopatia cervical discreta; • Febre; • Mal-estar; • Sudorese noturna; • Mialgias; • Dor de garganta; • Retinocoroidite, podendo prejudicar a vista. SINTOMÁTICA CONGÊNITA: Extremamente grave sendo que a gestante deve estar em fase aguda ou reativacão da infecção por imunodepressão. • Cerca de 15% a 55% das crianças aos nascimentos e primeira infância, sem detecção de IgM anti- toxoplasma, ou seja, não necessariamente chegará na criança; • 67% dos pacientes sem sinais ou sintomas de infecção, às vezes, embora tendo o contato, não terão sintomas. • Tétrade de sabin, que é quando a criança apresenta retinocoroidite, calcificação intracraniana, hidrocefalia e distúrbios neurológicos após o contato com o toxoplasma; • Além dessa tétrade, a criança pode ter: Febre, anemia, trombocitopenia, icterícia, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, microcefalia, deficiência intelectual, convulsões, alterações visuais, espasticidade (aumento do tônus muscular), perda auditiva. FORMAS CLÍNICAS PÓS NATAL: Existem várias formas clínicas pós natal, sendo elas: Toxoplasmose ocular: A retinocoroidite, sendo que são 30% a 60% desses casos, relacionados ao toxoplasma, e são causadas por taquizoítos na fase aguda. Ganglionar ou febril aguda: É a forma mais comum, sendo que está presente um comprometimento ganglionar, febre alta, lesão na retina (uveíte, que é uma doença nos olhos decorrente da úvea, que é composta por íris, corpo ciliar e coróide) e coriorretinite. Cutânea: É rara, porém é fatal! Essa forma se apresenta com lesões generalizadas na pele. Cefaloespinal ou meningocefálica: Comum em imunodeprimidos e raro em pessoas imunocompetentes, podendo se ter várias alterações, como: Lesões no hemisfério cerebral, gânglio basal e cerebelo, cefaléia, febre, paralisia muscular, confusão mental, convulsões, letargia Generalizada: Ela é rara e mortal, mesmo em imunocompetentes! Nela ocorre o comprometimento meningocefálico, miocárdio, pulmonar, ocular, digestiva e testicular. Diagnóstico: Clínico: É difícil, pois ou é assintomático, ou é inespecífico (febre, cansaço, linfadenopatia), sendo que em grupos de risco, devemos considerar toxoplasmose, pois pode levar a óbito. Laboratorial: • Identificação dos taquizoítos (fase aguda é rápida); • Inoculação em camundongos (leva tempo para o resultado); • Biópsias geralmente não são recomendadas; • Imunodiagnóstico: ELISA para IgM e IgG anti- toxoplasma (mais utilizado, ou teste de avidez para IgG. DIAGNÓSTICO NO RECÉM NASCIDO: • Avaliação oftalmológica (fundoscopia ocular); • Avaliação neurológica; • Avaliação auditiva; • Ultrassonografia transfontanelar ou tomografia sem contraste; • Hemograma completo; • Análise de líquido cefalorraquidiano (bioquímica e celularidade); • Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM) da mãe e da criança; • Em crianças sintomáticas deve-se avaliar função hepática e descartar outras infecções congênitas (sífilis, citomegalovirose, rubéola). Tratamento: São drogas que atuam na forma livre, sem efeito nos cistos, e que possuem efeitos colaterais. Fase aguda: Pirimetamina + sulfadiazina + ácido folínico; Gestante: Infecção aguda ou soroconversão: - 1º trimestre: Espiramicina (pouco ativa no feto, e impede a reprodução do parasito) até o final. Infecção do feto: Espiramicina + sulfadiazina (taquizoítos do feto) até o final; - 3º trimestre: Sulfadiazina + piremetamina + ácido folínico.
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