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Resumo Inquérito Policial - Passei Direto

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02/04/2021 OneNote
https://onedrive.live.com/redir?resid=CC7BC6AEDC9872A5%21200&page=Edit&wd=target%28processo penal.one%7C62e9a402-c728-40de-b2… 1/5
 
quinta-feira, 3 de outubro de 2019 15:14 
Inquérito Policial 
1. Conceito: 
 Inquérito é um procedimento via de regra elaborado pela polícia judiciária, cujo
objetivo é levantar elementos informativos relativos à prática de um crime e sua
autoria, para que o legitimado possa propor a ação penal. 
 O inquérito é um procedimento administrativo, pois ao final dele jamais haverá a
imposição de uma sanção, como nos processos. 
 
OBS: O Inquérito Policial não é fase da ação penal, ele é um procedimento pré-
processual. 
2. Natureza Jurídica: 
 O inquérito é um procedimento administrativo. Procedimento é um conjunto de
atos encadeados e ordenados logicamente tendentes a uma finalidade. Ex: art.6º do
CPP. 
Art.6º, CPP: Logo que tiver conhecimento da prática infracional, a autoridade policial deverá: 
 (...) 
3. Titularidade: 
 O titular do inquérito é o Estado, o delegado de polícia é o representante do
Estado que preside o inquérito. 
4. Investigação Diretamente pelo Ministério Público: 
 A doutrina diverge quanto a possiblidade do Ministério Público fazer a
investigação penal diretamente. 
1ª Posição: O MP não pode fazer a investigação penal porque essa
função foi reservada para as polícias judiciárias no art. 114 da CRFB/88.
Não havendo previsão expressa de investigação pelo MP no art. 129 da
CRFB/88. 
2ª Posição: O art.129 da CRFB/88 não prevê expressamente a função de
investigação pelo MP, porém o inciso VIII do art.129 da CRFB/88
permite ao MP requisitar a realização de inquérito. Requerer significa
pedir, requisitar significa ordenar, dessa maneira pela Teoria dos
Poderes Implícitos, se o MP pode ordenar a realização de diligências e a
instauração de inquérito, ele pode investigar diretamente. 
OBS: O STF já se manifestou pela possiblidade do MP investigar
em situações excepcionais. 
02/04/2021 OneNote
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5. Características: (É IDOSO + ID) 
A) Escrito: O inquérito é escrito porque seus atos devem ser colocados a termo,
ou seja, tudo o que for apurado deve ser documentado. (art. 9º do CPP) 
B) Inquisitivo: No inquérito Policial não há observância do contraditório. 
No entanto, o defensor do investigado deve ter amplo acesso aos elementos já
documentados, em respeito ao exercício ao direito de defesa. 
C) Dispensável: O inquérito policial não será necessário se o titular da ação penal
dispuser dos elementos probatórios. (art. 39, §5º do CPP) 
D) Oficial: O inquérito policial é conduzido por um órgão oficial, a polícia
judiciária. 
E) Sigiloso: O inquérito é sigiloso porque seus atos não estão franqueados para a
população em geral, porém ser sigiloso não significa ser secreto, algumas pessoas
como o Ministério Público e os advogados podem ter acesso aos atos já
concluídos e documentados, conforme se observa no art.7º da lei 8.906/94 e da
súmula vinculante nº14 do STF. 
F) Oficioso: No inquérito policial os atos são praticados de ofício. 
G) Indisponível: O delegado (autoridade policial), não pode arquivar o Inquérito
Policial, apenas sugerir o seu arquivamento em relatório. 
H) Discricionário: O inquérito não é restrito a um rito específico. (art. 6º e 7º do
CPP - rol não taxativo). 
OBS: A doutrina já a algum tempo defende a necessidade de haver um início de
contraditório ainda durante o inquérito, especialmente para os atos que não podem
ser repetidos com eficácia durante o processo, atualmente o art. 7º, inciso XXI da
lei 8.906/94 reforça essa posição ao possibilitar aos advogados assistirem os seus
clientes, formularem quesitos e fazerem alegações durante o inquérito. (Ex: exame
pericial). 
 Nesse sentido, tem-se que o MP não possui atribuição para presidir o
Inquérito Policial, no entanto, ele pode realizar diligências paralelas e
outras investigações, inclusive por meio de Inquérito Civil. 
 
6. Formas para a instauração do inquérito: 
 
A) Cognição Imediata (art.5º, I, CPP) ---> Portaria: 
 Na cognição imediata a autoridade de polícia, ou seja, o delegado de polícia toma
ciência da prática de uma infração penal em razão das suas atividades normais de
trabalho. O delegado irá instaurar o inquérito por meio de um ato administrativo
chamado portaria. 
 
B) Cognição Coercitiva (art.5º, I, CPP) ---> A.P.F (Auto de Prisão em Flagrante): 
 Na cognição coercitiva, a autoridade policial toma ciência da prática de uma
infração penal em razão da apresentação de uma pessoa presa em flagrante na
delegacia. O delegado mandará instaurar o inquérito por meio da lavratura do
A.P.F. 
 
C) Cognição Mediata (art.5º, II, CPP) ---> Requerimento do Ofendido/Requisição
do MP e Juiz? 
 Na cognição mediata a autoridade policial toma ciência da prática de uma
infração penal em razão de informações prestadas pela vítima, seu representante
legal ou sucessor, ou pelo MP, o delegado irá instaurar o inquérito por
requerimento da vítima ou requisição do MP. 
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 O requerimento que a vítima faz na delegacia se chama Notitia Criminis (notícia
crime). 
OBS1: Há uma divergência com relação a requisição do juiz para instauração de
inquérito, uma parte da doutrina entende ser possível porque o art.5º, II do CPP
autoriza. Atualmente, predomina o entendimento de que a função de requisitar a
instauração de inquérito foi conferida somente ao MP no art. 129, VIII da
CRFB/88, não havendo igual previsão para a magistratura, razão pela qual não
pode o juiz requisitar a instauração de inquérito. 
OBS2: No que tange à requisição feita pelo MP, o seu não atendimento não
importará em crime de desobediência, pois não há relação hierárquica entre o
Ministério Público e Autoridade Policial (Delegado de Polícia). 
 
D) Termo Circunstanciado: 
 É a denominação dada para o procedimento investigatório nas infrações de menor
potencial ofensivo (contravenções penais e crimes com pena máxima em abstrato
não superior a 2 anos), conforme arts. 61 e 69 da lei 9.099/95. 
7. Delatio Criminis: 
 A delatio criminis, popularmente conhecida como denúncia anônima, é a informação que
qualquer pessoa do povo, que não seja a vítima, faz na delegacia com relação a prática de
um crime de ação penal pública. 
 
É importante ressaltar que a delatio criminis, por si só, não constituí elemento suficiente
para a instauração do inquérito policial, portanto, o delegado antes de instaurar o inquérito
deve determinar a realização de V.P.I (Verificação da procedência das informações),
conforme art.5º, §3º do CPP. Com isso, pode-se dizer que ela é válida para iniciar as
investigações. 
 
OBS: A delatio criminis via de regra é facultativa porque o legislador utilizou o termo
"poderá" no art.5º, §3º do CPP, porém a lei em algumas hipóteses obrigará determinadas
pessoas a fazer a comunicação de crimes, nessas hipóteses a delatio é obrigatória. 
Ex: art.66 do decreto lei nº 3.688/41 (lei de contravenções penais). 
8. Justa Causa para a Instauração do Inquérito: 
 A justa causa está sempre relacionada com a existência de uma infração penal e
sua autoria, dessa maneira, a justa causa para a instauração de inquérito consiste em
indícios de autoria e indícios da existência de infração penal. 
 
9. Atos para instauração do inquérito: 
A) Ação Penal Pública Incondicionada: 
 O delegado deve instaurar o inquérito assim que tiver ciência da prática do crime,
não necessitando de manifestação da vítima. 
B) Ação Penal Pública Condicionada à Representação: 
 O delegado só pode instaurar o inquérito se o legitimado fizer a representação
conforme o art.5º, §4 do CPP. 
C) Ação Penal Privada: 
 O inquérito só pode ser instaurado se houverrequerimento da vítima, conforme o
art.5º, §5 do CPP. 
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11. Habeas Corpus para Excluir o Indiciamento: 
 A instauração de um inquérito exige justa causa, caso ele venha a ser indiciado
sem esta, o indiciado pode impetrar um HC pedindo ao juiz para excluir o
indiciamento (HC para trancar o inquérito). 
10. Prazos para Conclusão do Inquérito Policial: 
 
 Indiciado Preso Indiciado Solto 
Regra geral 
(art. 10, CPP) 
10 dias
(prorrogáveis por
mais 15 dias) 
30 dias
(prorrogáveis) 
Inquérito Policial
Federal 
(art.66 da lei
5.010/66) 
15 dias
(prorrogável por
mais 15 dias) 
30 dias 
Inquérito Policial
Militar 
20 dias 40 dias (prorrogável
por mais 20 dias) 
Lei de Drogas 
(art.51, lei
11.343/06) 
30 dias
(prorrogável por
igual período) 
90 dias (prorrogável
por igual período) 
Crimes Contra a
Economia Popular 
10 dias 10 dias 
12. Reconstituição do Crime: (art. 7º, CPP) 
 
 A reconstituição do crime não é obrigatória, é faculdade do delegado decidir pela
sua ocorrência ou não. Porém, será vedada quando contrariar a moralidade ou a
ordem pública. 
 
13. Arquivamento do Inquérito Policial: 
 
 
 
• Ao receber a comunicação do arquivamento, a vítima possui o prazo de 30 dias para pedir revisão
da decisão que ensejou o arquivamento; 
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• A instância de revisão do MP procede um reexame obrigatório; 
• Não é mais necessária a concordância do juiz para o arquivamento do Inquérito Policial, pois a
decisão de arquivamento é reavaliada pela instância de revisão. Portanto, com a homologação do
arquivamento o juiz não poderá mais discordar. 
14. Vícios no Inquérito Policial: 
 
Os vícios no inquérito policial não contaminam a futura ação penal, isso porque
trata-se de um procedimento dispensável. (Informativo 824 do STF) 
 
É incabível a anulação do processo penal em razão de irregularidade verificada em
inquérito policial. (Entendimento da 2ª Turma do STF)

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