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MATERIAL DIREITO DAS OBRIGAÇÕES COMPLETO - 1 BIMESTRE - 2020 1

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PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO CIVIL
LIVRO I
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
DO ARTIGO 233 AO 420 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO 
DE 2002.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Conceito: PLURÍVICO –vários sentidos.
É a relação jurídica pessoal e transitória que existe entre
devedor e credor, onde este pode exigir daquele o
cumprimento de uma prestação/comportamento, que pode
consistir em um dar, um fazer ou um não fazer.
Exemplos. 
• Realizar um pagamento (obrigação de dar dinheiro);
• Construir uma casa (obrigação de fazer um serviço);
• Na construção de um prédio, não fazer mais de dois 
andares (obrigação de não fazer).
OBRIGAÇÕES DECORREM:
• DA LEI – pagamentos de tributos
• DA VONTADE – casamento, testamento, contratos
MODALIDADES OBRIGACIONAIS
• Obrigações propter rem (próprias da coisa): são aquelas
que aderem à coisa, e não à pessoa, transmitindo-se
automaticamente ao seu novo titular, com a transferência
proprietária.
Ex. IPTU, IPVA, taxas condominiais
• Obrigações de ônus real: é aquela que limita o uso e o
gozo da propriedade, consistindo em um gravame, um
ônus.
Ex. João doa uma fazenda para Maria, obrigando esta
(Maria) a destinar 50% da safra colhida, todo ano, para
Caio.
Outros exemplos: penhor, hipoteca.
• Obrigações de eficácia real: sem perder o caráter do
direito a uma prestação, ganha oponibilidade contra
terceiros, que adquiram direitos sobre determinado bem.
São obrigações erga omnes, ou seja, as obrigações se
transmitem.
Ex. João alugou um imóvel de Pedro e, dentro do prazo
de locação, João subloca esse imóvel para Paulo. As
obrigações do contrato primitivo atingirão até mesmo o
terceiro que sublocou o imóvel.
ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO
• Subjetivo: Devedor e credor
• Material: prestação
• Imaterial: vínculo jurídico.
O vínculo jurídico é a ligação que existe entre o
devedor e o credor, que é composta por dois elementos:
débito e responsabilidade.
Significa que há duas questões ligando devedor e credor:
• a existência de uma dívida (débito);
• a possibilidade de cobrança judicial em caso de
inadimplemento (responsabilidade).
Exemplo: Tício contratou Mévio para prestar serviços de
marceneiro pelo valor de R$ 20.000,00. Tício já pagou o
valor integral à Mévio.
Mévio tem a obrigação de fazer o serviço para Tício.
ATENÇÃO!
Dois sujeitos em uma relação obrigacional significa dizer que
existem 2 lados e não apenas 2 pessoas.
O QUE ACONTECE SE O DEVEDOR NÃO 
CUMPRIR COM A OBRIGAÇÃO?
R. O Credor poderá exigir judicialmente o cumprimento
da obrigação inadimplente.
Isso só é possível por que a relação jurídica entre credor e
devedor é integrada por um Direito Subjetivo.
O que é Direito Subjetivo?
R. É o DIREITO QUE A PESSOA TEM de exigir de OUTRA
uma prestação. Um DEVER de prestar algo em seu favor.
COMO O JUIZ PODERÁ OBRIGAR O DEVEDOR A
CUMPRIR COM A OBRIGAÇÃO?
Exemplos:
• Se for obrigação de pagar (dar dinheiro), o juiz poderá 
penhorar valores na conta bancária do devedor ou 
penhorar bens.
• Se for uma obrigação de fazer, o Juiz poderá fixar 
multa diária (astreintes) pelo descumprimento.
• Se for uma obrigação de não fazer uma construção, o
Juiz poderá mandar demolir a obra ou embargá-la.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
As obrigações podem ser classificadas em 2 grupos: básico
(dar; fazer e não fazer) e especial (alternativa, divisível e
indivisível).
Obrigações Positivas
• Dar: coisa certa ou incerta
• Fazer: fungível ou infungível
Obrigações Negativas
• Não fazer
BÁSICA
• Obrigação de dar
A obrigação de dar é aquela em que a prestação do devedor
consiste na entrega de um bem.
A obrigação de dar pode ser de dois tipos: dar coisa certa ou dar 
coisa incerta. 
Devedor: dono da coisa
Credor: aquele que comprou a coisa
Obrigação de dar coisa certa: o devedor tem a prestação de
entregar um bem específico – bem individualizado.
“Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios
dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do
título ou das circunstancias do caso”.
Ex. João vende uma BMW, placa BMW2424, 2017, cor
vermelha para Pedro. Junto com o carro, João terá que
entregar a câmera de ré instalada no carro. (acessórios)
A ideia de que o acessório segue o principal é decorrente do
princípio da gravitação jurídica.
Atenção!
Pertenças são diferentes de acessórios.
Os acessórios:
“Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou
concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do
principal”.
“Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem
principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário
resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das
circunstâncias do caso”.
“Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes
integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao
serviço ou ao aformoseamento de outro”.
Pertenças: são bens que foram feitos para utilizar no bem
principal, mas não é parte integrante dele. Por este motivo, a
pertença não acompanha o bem principal, salve se estiver
determinado por lei ou por convenção das partes.
Ex. João vende o seu carro para Maria mas não está
obrigado a entregar junto com o veículo o suporte para
celular que comprou para ajuda-lo na localização via
gps.
• Prestação de dar, perda total do bem, sem culpa do 
devedor
“Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se
perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou
pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação
para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do
devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e
danos”.
Como ainda não houve a tradição, a coisa pertence ao
devedor (dono da coisa), que estará obrigado a devolver ao
credor o que já houver recebido pelo negócio.
Ex. João (devedor) vende seu carro para José (credor), mas
antes da entrega o carro cai em uma ribanceira por ser
levado pela correnteza da inundação provocada por violenta
tempestade.
Consequência: não há responsabilidade para nenhuma das
partes, resolve-se a obrigação, mas os danos no veículo
serão suportados pelo devedor. (“res perit domino”) – a
coisa perece para o dono.
Prestação de dar, perda total do bem com culpa do
devedor (art. 234):
Havendo culpa do devedor, o credor que já houver pago o
preço tem o direito de receber o equivalente do objeto
perecido, sempre em dinheiro, que é a moeda universal das
sub-rogações, além, é claro, das perdas e danos, também
em dinheiro, pelos prejuízos material e imaterial sofridos.
Ex. João (devedor) vende um carro para José, mas antes
da entrega o destrói porque provoca um acidente com
perda total do carro por dirigir embriagado. Será
devedor no equivalente.
Consequência: devolve o valor recebido ou não o
recebe (caso não tenha ainda recebido) acrescido de
perdas e danos.
• Prestação de dar, deterioração do bem sem culpa do 
devedor: perda parcial da coisa certa
“Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado,
poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa,
abatido de seu preço o valor que perdeu”.
Ocorrendo antes da tradição, o prejuízo será, novamente,
suportado pelo dono ou devedor. Nesse caso, o credor
poderá:
• Não aceitar a coisa deteriorada e considerar extinta a
obrigação;
• Aceitar a coisa deteriorada, abatido (ou receber) o valor
que perdeu com a depreciação do bem.
Ex. João vende seu carro para José, mas antes da
entrega o carro é amassado por bater em um poste ao
ser levado pela correnteza da inundação provocada por
violenta tempestade.
Consequência: José poderá optar em desfazer o
negócio ou aceitar o carro amassado, abatendo do seu
preço o valor perdido pela deterioração. É o dono que
sofre a perda, pois ficou sem dinheiro e com o carro
amassado ou sem o carro pagando pela deterioração.
• Prestação de dar, deterioração do bem, com culpa do 
devedor:
“Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o
equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha,
com direito a reclamar, em um ou em outro caso,
indenização das perdas e danos”.Nessa hipótese, o credor poderá:
• Não aceitar a coisa deteriorada e pretender receber o valor
equivalente já pago + perdas e danos;
• Aceitar a coisa deteriorada + o valor da depreciação + perdas e
danos.
A indenização, no caso, deve se basear na diferença entre o
valor da coisa, antes e depois da deterioração.
• Prestação de dar, melhora do bem:
“Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor (dono) a coisa,
com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá
exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o
devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo
ao credor os pendentes”.
Melhoramento é tudo aquilo que aumenta a qualidade do bem.
Acréscimo é tudo aquilo que se acrescenta ao bem, aumenta o
bem em sí.
Até a tradição, se o devedor realizar ou aumento ou
acréscimo no bem, o devedor (dono do bem) poderá exigir
um acréscimo no preço e se o credor não aceitar, o devedor
poderá por fim à obrigação.
Ex. João assinou um contrato de promessa de compra e
venda comprometendo-se a transferir sua fazenda para
Rafael no prazo de 1 ano, quando Rafael pagará a
quantia de 500 mil reais.
Nesse meio tempo, formou-se uma ilha no rio que passa
em frente a fazenda de João. João entendeu que houve
um acréscimo em seu imóvel, tendo em vista que a ilha
passou a pertencer à fazenda.
Diante desse acréscimo, João pretende exigir um aumento
no preço , para que Rafael pague a quantia de 600 mil reais.
Caso Rafael não aceite pagar o acréscimo no preço, João
poderá dar por extinta a obrigação.
Consequências: O vendedor poderá pedir aumento de
preço, pois é o dono e ele se beneficia com a vantagem.
Se o comprador não aceitar pagar o acréscimo, poderá o
vendedor resolver a obrigação, ou seja, desfazer a venda.
E se, ao invés de melhoramento ou acrescido, o bem deu
frutos?
Os frutos percebidos ou colhidos antes da tradição são do
devedor, pois ele ainda é dono do bem, mas se pendente
quando da tradição, será do credor, pois o bem acessório
segue a sorte do bem principal.
Ex. Ana vende uma cadela da raça buldogue francês para
entregar tempo depois à Maria, e antes da entrega o animal
engravida.
Se na época da entrega o filhote já nasceu será de Ana, mas
se estiver na barriga da cadela na época da entrega, será de
Maria.
• Prestação de restituir, perda do bem sem culpa do 
devedor: 
“Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem
culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a
perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos
até o dia da perda”.
Na obrigação de restituir:
Devedor: aquele que está em posse da coisa
Credor: dono da coisa - proprietário
Caso haja a perda da coisa, sem culpa do devedor, o dono da
coisa (credor) sofre a perda.
Ex. João alugou seu carro por 10 dias para seu vizinho
Rafael.
Ao término do prazo de 10 dias, Rafael terá a obrigação de
devolver (restituir) o carro para João.
Entretanto, no quinto dia do aluguel do carro, o veículo foi
furtado dentro da garagem de Rafael.
Levando em consideração que o carro de João se
perdeu sem culpa de Rafael, ele não será obrigado a
devolver o carro ou indenizar João, sendo que a
obrigação de restituir o carro será extinta.
Utilizando a última parte do artigo 238, temos:
“[...] ressalvados os seus direitos até o dia da perda”.
Utilizando o mesmo exemplo de Aluguel, Rafael não terá
obrigação de restituir o carro para João, mas, terá que
pagar o valor do aluguel até o dia do furto.
• Prestação de restituir, perda do bem, com culpa do devedor:
“Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este
pelo equivalente, mais perdas e danos”.
Havendo culpa do devedor no perecimento, o credor não suportará
prejuízo algum.
O devedor, além de restituir o equivalente em dinheiro, indenizará o
credor pelos danos materiais e imateriais eventualmente suportados.
Ex. João alugou seu carro para Rafael. No quinto dia
Rafael perdeu a direção do carro e colidiu contra um
poste, vindo a causar a perda total do veículo de João.
Tendo em vista a culpa de Rafael, ele terá que pagar a
João o valor equivalente do bem, mais perdas e danos
eventualmente sofridos por João
• Prestação de restituir, deterioração do bem com culpa do 
devedor
“Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor,
recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se
por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no Art. 239”.
Havendo culpa do devedor, o credor receberá a coisa danificada,
acrescida do valor referente à depreciação e ainda as perdas e
danos.
Ex. Tício vende seu carro para Mévio, mas antes da entrega
o amassa ao bater por dirigir embriagado. O credor poderá
escolher entre receber o equivalente pago mais perdas e
danos ou aceitar o bem no estado em que se acha acrescido
de perdas e danos, incluindo o abatimento do valor em
razão da deterioração.
• Prestação de restituir, deterioração do bem sem culpa do
devedor:
“Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do
devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a
indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto
no Art. 239”.
Ex. Tício vende seu carro para Mévio, mas antes da
entrega o carro é amassado por bater em um poste ao
ser levado pela correnteza da inundação provocada por
violenta tempestade. O dono é o credor, que sofrerá a
perda, pois a lei diz que ele receberá o bem deteriorado
sem direito de indenização.
• Prestação de restituir, melhora do bem (sem despesa 
do devedor):
“Art. 241. Se, no caso do Art. 238, sobrevier melhoramento
ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor,
lucrará o credor, desobrigado de indenização”.
Os acréscimos e a valorização ocorridos antes da tradição e
decorrentes de fatos naturais para os quais não contribuiu o
devedor pertencem ao dono da coisa, que aqui vem a ser o
credor.
Se os melhoramentos tiverem resultado do trabalho ou de
despesa do devedor, aplicar-se-á a regra do artigo seguinte.
Ex. Devedor de uma fazenda por tê-la recebida emprestada
do credor, mas antes da entrega o bem se valoriza em razão
do acréscimo de terra trazido pela correnteza das águas
(fenômeno chamado de avulsão).
Por evidente, será do credor o ganho, pois ele é o dono do bem,
recebendo-o de volta valorizado, desobrigado de indenizar.
• Considerando que o devedor não contribuiu para o
melhoramento ou acréscimo do bem, não trabalhou ou pagou
para que ocorresse o melhoramento, ele não terá direito a
indenização.
• E pelo fato do credor ser o proprietário da coisa, ele terá direito
de receber o bem com melhoramento ou acréscimo, sem
indenizar o devedor.
Ex. João emprestou sua fazenda para seu primo Rafael para
o cultivo de milho pelo prazo de 2 anos. Durante esse
período, o rio que margeava a fazenda de João secou,
aumentando em 10% a área da fazenda. Acessão natural.
Por evidente, será do credor o ganho, pois ele é o dono do bem,
recebendo-o de volta valorizado, desobrigado de indenizar.
• Prestação de restituir, melhora do bem (com despesa 
do devedor):
“Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o
devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas
normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas
pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-
á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do
possuidor de boa-fé ou de má-fé”.
As disposições acerca das benfeitorias do possuidor de 
boa-fé e má-fé estão disciplinadas no artigo 1.219 ao 
1.221 do c.c.
• Melhoramentos ou acréscimos feitos pelo devedor de
boa-fé na coisa a ser restituída ao credor:
1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das
benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às
voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando
o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito
de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
• Benfeitorias necessárias:São aquelas que se destinam à
conservação do imóvel ou que evitem que ele se deteriore,
portanto são lançados diretamente em Despesas de
Manutenção.
Exemplos: reparos de um telhado, reparo na parede para
evitar a infiltração de água ou a substituição dos sistemas
elétricos e hidráulico danificados.
• Benfeitorias úteis: As obras que aumentam ou facilitam o uso 
do imóvel.
Ex. a construção de uma garagem, a instalação de grades
protetoras nas janelas ou fechamento de uma varanda,
porque tornam o imóvel mais confortável, seguro ou
ampliam sua utilidade.
• Benfeitorias voluptuárias: As que não aumentam ou
facilitam o uso do imóvel, mas podem torná-lo mais bonito
ou mais agradável.
Ex. obras de jardinagem, de decoração ou alteração
meramente estética como cerca viva, Colocação de
Coluna Romanas no Hall de Entrada, Construção de
Lago para embelezamento do local.
Em relação às benfeitorias necessárias e úteis, enquanto o
credor não pagar o valor da indenização pelas benfeitorias
realizadas, o devedor poderá continuar em posse do bem.
Já em relação às benfeitorias voluptuárias:
1- Se puderem ser levantadas sem detrimento do bem
principal o credor poderá optar:
• Ficar com as benfeitorias e indenizar o devedor;
• Permitir que o devedor levante as benfeitorias.
2- Caso as benfeitorias não puderem ser levantadas sem
detrimento do bem principal, existem as seguintes possibilidades
de resoluções:
• O devedor não terá direito a levantar as benfeitorias;
• O devedor não terá direito à indenização.
• Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente 
as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de 
retenção pela importância destas, nem o de levantar as 
voluptuárias.
O devedor de boa-fé que houver contribuído para o acréscimo
tem direito à indenização pelos melhoramentos considerados
úteis e necessários e a levantar os voluptuários, bem como de
exercer o direito de retenção, até que o credor venha a indenizá-
lo.
Se estiver de má-fé, terá direito apenas à indenização pelas 
benfeitorias necessárias, desde que existentes ao tempo da 
restituição, mas não poderá levantar as voluptuárias, nem 
poderá exercer o direito de retenção.
Quanto aos frutos percebidos, vide arts. 1.214 a 1.216.
Obrigação de dar coisa incerta: é aquela em que o devedor
assume a obrigação de dar um gênero em certa quantidade.
“Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo 
gênero e pela quantidade”.
O art. 104 diz que a validade do negócio jurídico requer um
objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
Objeto determinado: coisa certa (quantidade, qualidade e
gênero);
Objeto determinável: coisa incerta (quantidade e gênero).
Sendo assim, o objeto determinável não acarretará em
invalidade do negócio jurídico.
Exemplos de coisa certa, incerta e indeterminável:
Certa: Carro Uno, Fiat, branco, 2018, placa BMV-0000, Renavan
000000000, chassi 9BD1234567899.
Quantidade: 1
Gênero: CARRO
Qualidade: Uno, Fiat, branco, 2018, placa BMV-0000, Renavan
000000000, chassi 9BD1234567899. Negócio jurídico válido!
Incerta: João fica obrigado a entregar, no dia 28 de agosto de 
2019, 1.000 (mil) camisetas à Pedro.
Quantidade: 1.000
Gênero: camisetas
Negócio Jurídico válido!
Indeterminada: João fica obrigado a entregar camisetas à 
Pedro no dia 28 de agosto de 2019.
Negócio jurídico inválido!
Ex (coisa incerta): João vende três cavalos de sua fazenda.
Em dado momento, os bens a serem entregues deverão ser
escolhidos, o que chamamos de concentração da prestação.
A quem cabe a escolha? Arts. 244 e 245 do c.c.
Se nada for dito no contrato, a escolha caberá ao devedor, que
não poderá escolher o pior nem ser obrigado a escolher o
melhor.
Feita a escolha, a obrigação de dar coisa incerta se
transforma em obrigação de dar coisa certa, aplicando-se as
regras que lhe são próprias.
Se antes da escolha o bem se perder ou se deteriorar,
mesmo que por caso fortuito ou motivo de força maior, o
devedor não se exime de cumprir a prestação, pois o gênero
não perece, podendo o bem ser substituído por outro da
mesma espécie para ser entregue ao credor.
“Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela
quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não
resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior,
nem será obrigado a prestar a melhor”.
O devedor, nesse caso, deverá dar uma coisa de qualidade
média. Também chamado de critério da qualidade média.
Ex. João comprou 200 kg de feijão do produtor da Fazenda 
Esmeralda.
Quantidade (200 kg) e gênero (feijão) = coisa incerta.
3 qualidades de feijão: A, B e C. Pergunta-se:
Qual qualidade de feijão deverá ser entregue a João, já que 
o contrato não prevê nada nesse sentido?
O devedor (produtor) é quem escolherá o tipo de feijão a ser
entregue ao credor (João). Entretanto, não é obrigado a entregar
o melhor tipo (A) e nem poderá entregar o pior (C), restando o de
qualidade média: TIPO B.
Aplicação do artigo 244 do c.c.
É preciso que, após o devedor fazer a escolha de qual coisa
será entregue ao credor, aquele dê ciência a este acerca da sua
escolha. Isso pode ser feito por notificação, e-mail, carta, etc.).
Art. 245 do c.c.
Feita a escolha e notificação, a obrigação de dar coisa incerta
se transforma em obrigação de dar coisa certa (regida pelos
artigos 233 ao 242 do c.c.), aplicando-se as regras que lhe são
próprias.
Perda ou deterioração da coisa incerta: art. 246 do c.c.
Se antes da escolha o bem se perder ou se deteriorar,
mesmo que por caso fortuito ou motivo de força maior, o
devedor não se exime de cumprir a prestação, pois o gênero
não perece, podendo o bem ser substituído por outro da
mesma espécie para ser entregue ao credor.
Por que o devedor não poderá alegar a 
perda ou deterioração da coisa incerta?
Pois, antes da escolha, não se sabe o que será entregue ao 
credor, já que a coisa é incerta.
O gênero não perece (genus nunquam perit)!
Ex. Cooperativa Andrade comprou e pagou para o
fazendeiro Francisco Alves a quantia de 4.000 kg
(quantidade) de gado bovino (gênero) vivo ou abatido que
seria entregue posteriormente. Coisa incerta.
Quando da data da entrega do gado, o fazendeiro alegou
perecimento da coisa, sendo que o Tribunal não aceitou,
fundamentado na expressão de que a coisa não perece e por
fundamentação legal do artigo 246 do c.c.
OBRIGAÇÃO DE FAZER
Conceito: Obrigação de fazer é aquela em que a prestação do
devedor consiste na realização de uma atividade, como na
contratação da prestação de um serviço.
“Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o
devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele
exequível”.
A obrigação de fazer pode ser de dois tipos: personalíssima
(infungível) ou não personalíssima (fungível).
• Personalíssima: quando só o devedor puder cumprir a
prestação.
Ex. contratação de um pintor famoso para pintura do retrato
do credor em um quadro.
• Não personalíssima: quando não só o devedor, mas outra
pessoa também puder cumprir a prestação.
Ex. contratação de um pintor para pintura das paredes de
uma casa.
Por que diferenciar?
Se for obrigação personalíssima e o devedor se recusa a
cumpri-la ou por sua culpa se tornou impossível, responde por
perdas e danos.
Se for obrigação não personalíssima, poderá o credor optar
em reclamar indenização por perdas e danos ou mandar
executar às custas do devedor.
Como isso é feito?
Ajuizamento de ação com orçamento do serviço, pedindo
condenação do devedor do fazer a pagar.
Todavia, se for urgente, poderá o credor mandar executar o fato
independente de prévia autorização judicial, buscando em juízo
depois o ressarcimento do que foi gasto.
Classificação das obrigações de fazer: podem ser classificadas em 
obrigação de meio e de resultado ou de fim.
Nas obrigações de resultado, o devedor se vincula a atingir
determinado resultado, sob pena de inadimplemento e,
consequentemente, dever de indenizar perdas e danos.
Ex. segundo a jurisprudência do STJ,o cirurgião plástico,
embora seja um médico, tem obrigação de resultado, quando se
tratar de intervenção meramente estética ou embelezadora.
Já na obrigação de meio, o devedor não se vincula a atingir
determinado resultado, mas sim a corresponder no meio para
atingi-lo, ou seja, a empregar a diligência na busca do resultado.
Não responde se o resultado não for atingido, apenas se não
empregou a diligência necessária.
Ex. Um advogado ou um médico tem obrigação de meio.
OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER
Conceito: A obrigação de não fazer é uma obrigação a uma
abstenção.
Ex. advogado que, em razão de seu ofício, toma
conhecimento de certos fatos relacionados ao seu cliente,
fica impedido, pelo Código de Ética da categoria, de divulgá-
los.
Se o devedor descumprir a obrigação, fazendo o que se obrigou
a não fazer, deverá indenizar o credor em perdas e danos?
Nem sempre, pois às vezes se tornou impossível, sem culpa
do devedor, abster-se do ato.
“Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem
culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que
se obrigou a não praticar”.
A obrigação de não fazer pode resultar da lei (relações de
vizinhança, servidões etc.), de sentença ou de convenção
das partes.
Em qualquer dessas hipóteses, se o ato é praticado
inexistindo culpa do devedor, resolve-se a obrigação,
retornando-se ao statu quo ante. Se houver culpa, o credor
fará jus a perdas e danos.
Nesse caso, apenas se resolve a obrigação (volta ao estado
anterior do negócio), não tendo que indenizar perdas e
danos.
Exemplo: a pessoa se viu obrigada a levantar o muro
para impedir que a água invadisse sua casa.
A obrigação de não fazer também compreende obrigação do
devedor permitir ou tolerar algo.
Exemplo:
O dono do imóvel deve permitir a passagem de fiação
elétrica pública em seu terreno.
O que acontece se o devedor fizer o que se obrigou a 
não fazer?
“Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se
obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de
se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos”.
Nessa hipótese, o credor poderá exigir judicialmente:
• que o devedor desfaça o ato
• desfaça o ato a custa do devedor
• requerer perdas e danos.
Caso não seja mais possível desfazer o ato a obrigação de
não fazer será convertida em perdas e danos. É o que
disciplina o artigo 823 do c.c.
Ex. João comprou um terreno em um condomínio
fechado. A passagem para o campo de futebol se dá
pelo terreno de João. Ao comprar o imóvel, João se
obrigou a não fechar essa passagem.
Com o tempo, João foi se irritando com o barulho e
construiu uma cerca, impedindo os demais condôminos
de acessar o campo de futebol.
Consequência:
O condomínio poderá requerer judicialmente que João
desfaça a cerca, ou que se desfaça a custa de João, além
de perdas e danos.
Exemplo:
João alugou uma sala comercial. Constava no contrato
de locação que João deveria pagar e manter acesas as
luzes do estacionamento do prédio (obrigação de não
apagar/ desligar as luzes) que estavam no relógio da sua
sala.
No primeiro mês da locação, João desfez as ligações de luz
deixando todo o estacionamento do prédio no escuro.
Consequência:
Pelo fato da urgência (estacionamento todo no escuro –
seguranças dos demais condôminos), o condomínio, por
conta própria, poderá providenciar a ligação da luz e
requerer judicialmente de João as despesas que teve, mais
perdas e danos.
Parágrafo único do artigo 251: “Em caso de urgência, poderá o
credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de
autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido”.
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
Previstas do artigo 252 ao 256 do Código Civil. Essas
obrigações alternativas poderão ser:
• Quanto ao modo de execução:
Simples ou composta.
• Obrigação Simples:
É aquela em que possui apenas 1 prestação.
Exemplos:
Construir uma casa;
Entregar 10 celulares;
Desmatar 1 terreno.
Extingue-se a obrigação após o cumprimento dessa única
prestação.
• Obrigação Composta/complexa:
É aquela que possui 2 ou mais prestações.
Exemplos:
• Construir uma casa e reformar um depósito;
• Entregar um celular ou um computador;
• Desmatar um terreno e fazer um jardim em outro 
terreno.
Quando irá se extinguir a obrigação composta, que tem 
mais de 1 prestação?
Depende:
Se a obrigação composta for cumulativa, todas as demais
prestações devem ser cumpridas para que o devedor fique
desobrigado, ou seja, para que a obrigação seja extinta.
Exemplo:
João assumiu a obrigação de entregar um carro e
entregar um trator a Rafael. Como a obrigação é
cumulativa, ele deverá entregar tanto o carro quanto o
trator para se desonerar da obrigação.
Obrigação alternativa
Existem 2 ou mais obrigações, mas o devedor se desonera
da obrigação cumprindo apenas 1 das prestações.
Exemplo:
João assumiu a obrigação de entregar a Pedro um carro 
ou um trator.
A entrega de um carro OU de um trator. Desobriga o devedor
da obrigação.
Quem irá escolher qual das prestações deverá ser 
cumprida?
“Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao
devedor, se outra coisa não se estipulou”.
Ou seja, se no contrato não constar que a escolha da
prestação cabe ao credor (ou a um terceiro), a escolha
caberá ao devedor.
“§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte
em uma prestação e parte em outra”.
A obrigação escolhida deverá ser cumprida na sua
integralidade.
“§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a
faculdade de opção poderá ser exercida em cada período”.
O que é prestação periódica?
Prestação que é cumprida de tempos em tempos.
Por exemplo: semanalmente, mês a mês, ano a ano.
Para as prestações periódicas, caso não conste no contrato
que é o credor que irá escolher, o devedor escolherá a
prestação que irá cumprir em cada período.
Exemplo:
Tício obrigou-se a entregar semanalmente a merenda
escolar de uma creche. No contrato havia disciplinado
que João poderia entregar frutas ou sanduíches.
Toda semana (período), João poderá escolher se irá
entregar frutas ou sanduíches.
Obrigação divisível e indivisível –
ARTS. 257 A 263
• Conceito
Obrigações divisíveis são aquelas cujo objeto pode ser
dividido entre os sujeitos, ou seja, as que admitem o
cumprimento fracionado ou parcial da prestação. (art. 257)
As indivisíveis são as obrigações que só podem ser
cumpridas por inteiro (art. 258, CC).
Exemplo: A e B devem a C 20 sacos de café. Cada um
pode pagar dez. Obrigação divisível.
Porém, se A e B devem a C um caminhão, então é coisa
indivisível. Obrigação indivisível.
Vale lembrar que o art. 88 do Código Civil estabelece que a
indivisibilidade, quanto aos bens, decorre:
i) da natureza das coisas (material) – quando decorre da
própria natureza a prestação.
Exemplo: a entrega de um animal reprodutor;
ii) de determinação legal (jurídica) – quando decorre de
norma legal.
Exemplo: a pequena propriedade agrícola (Módulo
rural); as servidões prediais, nos termos dos art. 1.386,
do CC;
iii) por vontade das partes (convencional) – quando
estipulado em contrato.
Divisibilidade e indivisibilidade nas obrigações de dar,
fazer e não fazer:
• A obrigação de dar e fazer, dependendo da possibilidade
de fracionamento do objeto de sua prestação, tanto pode
ser divisível quanto indivisível.
• A obrigação de não fazer, em princípio, é indivisível, pois
não tem como dividir uma abstenção. Mesmo que tal
abstenção seja parcial, implicará em descumprimento
obrigacional.
• Efeitos da divisibilidade e da indivisibilidade:
• Divisibilidade:
• a) Um credor e um devedor: Mesmo o objeto sendo
divisível, quando há apenas um credor e um devedor a
obrigação é indivisível (art. 314 , CC).
• b) Pluralidade de devedores ou credores :
Divide-se a obrigação por partes. “Concursu partes fiunt” (As
partes se satisfazem pelo rateio) (art. 257, CC).
Há presunção, no caso da obrigação divisível, de que está
repartida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantosos credores ou devedores.
• Indivisibilidade:
a) Pluralidade de devedores (concurso passivo):
Cada um é obrigado pela dívida toda e aquele que paga
fica com o direito de cobrar dos demais (art. 259, CC).
• b) Pluralidade de credores (concurso ativo):
Cada credor pode exigir a dívida por inteiro, mas o
devedor se desobrigará do total, ou pagando a todos ou a
um dos credores, que dará caução de ratificação (quitação
de um com o reconhecimento dos direitos dos demais,
registrada no Cartório de Notas).
Art. 260, do Código Civil de 2002:
“Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um
destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores
se desobrigarão, pagando:
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros
Credores”.
Ex. Se dois credores tem o direito de receber 1 carro,
cada credor poderá exigir o carro por inteiro.
Se somente 1 credor receber a obrigação indivisível, esse
deverá entregar a parte equivalente para os demais
credores. Conforme o que disciplina o artigo 261.
• Remissão da dívida por um dos credores:
Se um dos credores perdoar sua parte na dívida, continua
valendo para os demais credores, descontando o valor daquele
que perdoou.
Se o bem não for divisível, os demais credores pagarão a
diferença da cota daquele que perdoou.
Se não tiver como, vende o bem e resolve a obrigação (art. 262,
CC).
• Perecimento da obrigação por culpa do devedor
Em caso de culpa do devedor, resolve -se a obrigação mais
perdas e danos. Pagam-se as perdas e danos apenas o
culpado, ou divide -se entre os culpados.
Por isso, perde a qualidade de indivisível a obrigação que se
resolver em perdas e danos, em caso de perecimento com
culpa do devedor (art. 263, CC).
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS - ARTS. 264 A 
285, DO CC/2002
• Conceito 
O conceito de obrigação solidária está explicitado no art. 264
do Código Civil e afirma que existe solidariedade quando na
mesma relação jurídica obrigacional, concorre mais de um
credor (solidariedade ativa), ou mais de devedor
(solidariedade passiva), sendo cada um, com direito, ou
obrigado, à dívida toda.
Desta forma, a obrigação é solidária quando há vários
devedores e cada um responde pela dívida inteira, como
se fosse o único devedor.
Se a pluralidade for de credores, pela exegese do art. 264,
CC, pode qualquer deles exigir a prestação integral,
como se fosse o único credor.
Atenção:
• A solidariedade não se presume. Pode a obrigação solidária
resultar da lei ou da vontade das partes (contrato) (art. 265,
CC/2002).
• Na solidariedade de relação jurídica obrigacional, seja ela
prevista no contrato ou em lei, excepciona-se o princípio da
divisibilidade das obrigações estipulado pelo art. 257, do
Código Civil de 2002.
Exemplos de obrigações solidárias previstas em lei:
• Solidariedade entre representante e representado (art. 149,
CC/2002);
• Cedente e cessionário (art. 1.146, CC/2002);
• Fiadores (art. 829, CC/2002);
• Gestores (art. 867, parágrafo único, CC/2002);
• Autores da ofensa (art. 942, CC/2002);
• Sócios (arts. 990, 993, 1.039, 1.045 seg., CC/2002);
• Administradores de sociedade (arts. 1.009, 1.012, 1.016
seg., CC/2002);
• Cônjuges (art. 1.6 44, CC/2002);
• Testamenteiros (art. 1.986, CC/2002) etc.
• Características das obrigações solidárias:
a) Pluralidade de credores, de devedores ou de uns e de
outros;
b) Integralidade da prestação;
c) Corresponsabilidade dos interessados.
• Espécies de obrigações solidárias:
a) Obrigação solidária ativa: se existe mais de um credor;
b) Obrigação solidária passiva: quando há pluralidade de
devedores.
• Diferenças entre solidariedade e indivisibilidade:
a) Na obrigação solidária, a indivisibilidade do objeto é
condição de sua própria existência, seja ou não,
naturalmente divisível esse objeto.
b) Na obrigação indivisível (indivisibilidade) a coisa não
pode ser dividida, ou porque apresenta natureza
insusceptível de divisão, ou porque a vontade das partes a
torna indivisível, ou porque a lei cria a indivisibilidade em
face do objeto.
c) Na obrigação indivisível, perde a qualidade de indivisível
a obrigação que se resolver em perdas e danos (art. 263,
CC).
d) Na solidariedade, isto não ocorre, pois cada devedor
continuará responsável pelo pagamento integral do
equivalente em dinheiro do objeto perecido. Vale dizer, na
obrigação solidária, convertendo -se a obrigação em perdas
e danos, subsiste a solidariedade continuando indivisível o
objeto (arts. 271 e 279, CC/2002)
c) A solidariedade origina-se de uma relação jurídica
subjetiva, com base na nas pessoas, nos sujeitos dessa
mesma relação – credores e devedores.
A indivisibilidade surge de uma relação objetiva,
relacionando-se com a unidade do objeto, que integra a
prestação.
Solidariedade ativa
Conceito: Solidariedade ativa é a relação jurídica por meio
da qual concorrem dois ou mais credores, podendo qualquer
deles receber integralmente a prestação devida (art. 267,
CC/2002).
Preleciona Fábio Ulhoa Coelho, que nesta espécie de
solidariedade “o polo credor da relação obrigacional é
ocupado por vários sujeitos, sendo que cada um deles tem o
direito de exigir do devedor o cumprimento da obrigação por
inteiro”.
• Efeitos: 
a) O devedor libera -se pagando a qualquer dos credores, que,
por sua vez, pagará aos demais a quota de cada um.
b) Enquanto algum dos credores solidários não demandar o
devedor comum, a qualquer deles poderá este pagar (art. 268,
CC). Cessa esse direito, porém, se um deles já ingressou em
juízo com ação de cobrança, pois só a ele o pagamento pode ser
efetuado.
c) O pagamento feito a um dos credores solidários extingue
a dívida até o montante do que foi pago (art. 269, CC).
d) Convertendo-se a prestação em perdas e da nos,
subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade (art. 271,
CC).
e) O credor que tiver remitido a dívida, ou recebido o
pagamento, responderá aos outros pela parte que lhe s
caiba (art. 272, CC), podendo ser convencido em ação
regressiva por estes movida.
• Solidariedade passiva
Conceito: A solidariedade passiva ocorre quando há dois ou
mais devedores, na mesma relação jurídica, cada um com
dever de prestar a dívida toda, ou seja, todo o objeto da
prestação.
Os devedores são solidários. Dois ou mais devedores são
obrigado s pela inteira prestação, isto é, por toda a dívida,
ainda que seja ela divisível.
O art. 275, do Código Civil, estabelece que, na solidariedade
passiva, o credor tem o direito de exigir e receber de um, de
alguns ou de todos o s devedores, parcial ou totalmente, a
dívida comum.
A solidariedade passiva não se presume, ela te m que estar
expressa, ou pela vontade das partes ou pela lei (art. 275,
CC).
• Efeitos:
a) Alteração posterior de contrato – Qualquer alteração
posterior do contrato, estipulada entre um dos devedores
solidários e o credor, que venha a agravar a situação dos
demais, só terá validade se for efetivada com a
concordância destes (art. 278, CC).
b) Impossibilidade da prestação – no caso de a p restação
se tornar impossível por culpa de um dos devedores solidá
rios, o credor terá direito a o equivalente mais perdas e
danos, como em qualquer obrigação. Pelo equivalente,
responderão todos os devedores solidários, mas pelas
perdas e danos, apenas o devedor culpado pela perda da
prestação (art. 279, CC). Se for sem culpa resolve-se a
obrigação.
Exemplo:
Sebastião e Maria Helena venderam a Geraldo o último
frasco de sêmen disponível de um famoso touro
reprodutor já falecido e obrigaram-se solidariamente
pela entrega. O preço foi totalmente pago de forma
antecipada. Porém, a coisa se perdeu antes da execução
da obrigação por culpa exclusiva de Sebastião.
Neste caso, Geraldo poderá cobrar o valor da prestação
perdida (valor pago pelo sêmen) de qualquer um dos
devedores solidários, mas só poderá cobrar a indenização
de Sebastião.
Ainda, vale lembrar, que se Sebastião pagar a Geraldo,
poderá, em regresso, cobrar a metade do valor da prestação
de Maria Helena,mas nada do que tiver pago a título de
perdas e danos.
Observação:
Se a prestação não restou impossível, mas houve mora na
entrega ao credor, todos são responsáveis pela prestação,
mas somente o responsável pelo atraso responde pelos
juros de mora (art. 280, CC).
• c) Falecimento de um dos devedores solidários – o espólio
é responsável pela parte do devedor falecido, sendo que a
obrigação passa a ser divisível pelos herdeiros (credores
do espólio) (art. 276, CC).
• d) Defesas do devedor solidário –em caso de demanda
(ação judicial), o devedor só pode utilizar para se defender
matéria relativa a ele ou a todos, não podendo utilizar-se
de defesa de outro (art. 281, CC).
e) Extinção da solidariedade pela renúncia – É permitido ao
credor, sem abrir mão de seu crédito, “renunciar à
solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os
devedores” (art. 282, CC).
f) Quota do insolvente – O devedor que satisfaz a dívida por
inteiro tem direito a exigir de ca da um dos codevedores a
sua quota, dividindo -se igualmente por todos a do
insolvente, se houver, presumindo -se iguais, no débito, as
partes de todos os codevedores (art. 283, CC). Vide art. 284,
CC
Em outros termos, o devedor que cumpre (voluntária ou
forçadamente) a obrigação tem direito de cobrar, em
regresso, dos demais devedores solidários.
Exemplo: Se A, B e C são de vedores solidários de R$
300,00 a D, aquele que pagar o credor pode
regressivamente cobrar R$ 100,00 de cada um dos
outros (codevedores).
Desta forma, perante o credor os devedores respondem
sempre pela totalidade da dívida, em razão da solidariedade,
mas, entre eles, dá -se o rateio (relação interna da
solidariedade).
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
Haverá transmissão da obrigação quando houver uma
substituição subjetiva em seus polos, ou seja, uma troca de
devedor ou de credor.
As modalidades de transmissão das obrigações estão
sistematizadas nos artigos 286 ao 303 do código civil.
São modalidades de transmissão das obrigações:
• Cessão de crédito (artigo 286 ao 298): 
Há uma substituição no polo ativo, ou seja, há uma troca de 
credores, pois o credor cede a um terceiro o seu crédito.
• Assunção de dívida (artigo 299 ao 303):
Na assunção de dívida há uma substituição no polo passivo,
ou seja, uma troca de devedores, pois um terceiro assume a
obrigação do Devedor.
• Cessão de crédito
A cessão de crédito se caracteriza pela substituição no
polo ativo da obrigação, havendo uma troca de credores
em razão da alienação, gratuita ou onerosa, de um
crédito a um terceiro, que se tornará o novo credor da
obrigação.
A lei permite a cessão do crédito quando a isso não se
opuser a natureza da obrigação, a lei ou o acordo das
partes.
Quem cede o crédito é chamado de cedente e quem o
recebe é chamado de cessionário.
A cessão do crédito independe da concordância do
devedor.
A lei exige apenas a notificação da cessão, para que ele
não pague à pessoa errada.
E se não houver notificação do devedor?
Caso o devedor não seja notificado e pague de boa-fé ao
antigo credor, ele estará desobrigado, só restando ao
verdadeiro credor cobrar do cedente, que indevidamente
recebeu o pagamento.
Em regra, o cedente não responde pela solvência do
devedor, ou seja, caso o cessionário não consiga receber o
crédito em razão da insolvência do devedor, não
poderá cobrar a dívida do cedente.
• No entanto, responderá se vier expresso no contrato.
Quando o cedente não responde pela solvência do devedor, 
a cessão é chamada de cessão de crédito pro soluto;
Quando o cedente responde pela solvência do devedor, é 
chamada de cessão de crédito pro solvendo.
Embora o cedente, em regra, não responda pela solvência
do devedor, ele responde pela existência do crédito, ou
seja, se ceder um crédito que não existe, aí sim poderá
ser cobrado pelo cessionário.
O cedente responderá pela existência do crédito tendo o
cedido gratuita ou onerosamente.
Se ceder de forma onerosa, responderá tendo agido de má-
fé ou até mesmo de boa-fé, pois recebeu pela cessão,
devolvendo o valor auferido.
No entanto, na cessão gratuita, como nada recebeu em
troca, só responderá se tiver procedido de má-fé, ou
seja, se sabia da inexistência do credito que cedeu.
Na cessão de crédito vigora o princípio da oponibilidade 
das exceções pessoais contra terceiros. 
O que significa isso?
Significa que, quando o cessionário cobrar a dívida do
devedor, este poderá se defender alegando as defesas
pessoais que cabiam contra o cedente (art. 294 do CC).
Exemplo: o devedor comprou um carro usado do credor,
mas não vai pagar porque apresentou vício redibitório.
Só que o credor cedeu o crédito a um terceiro, que é
quem cobra a dívida.
O devedor poderá se defender contra o cessionário
alegando o vício redibitório, mesmo sendo uma defesa
pessoal contra o cedente.
• Assunção de dívida
A assunção de dívida se caracteriza pela substituição no
polo passivo da obrigação, havendo uma troca de
devedores.
A lei permite que terceiro assuma a dívida do devedor, mas 
exige a concordância expressa do credor.
No entanto, independe de consentimento do devedor,
podendo a assunção de dívida ser por delegação (com
consentimento do devedor) ou por expromissão (sem
consentimento do devedor).
O terceiro que assume a obrigação é chamado de assuntor.
Quando o terceiro assume a obrigação, o devedor primitivo
está exonerado, pois deixou de ser o devedor.
Todavia, há um caso em que o devedor primitivo não
estará exonerado, podendo ser cobrado pelo credor:
Se a cessão foi feita a quem insolvente e o credor a aceitou
por não saber do fato.
Com a assunção de dívida, salvo consentimento expresso
do devedor primitivo, estarão extintas as garantias
dadas por ele, afinal ele não é mais o devedor.
Se a substituição vier a ser anulada, restaura-se o débito do
devedor primitivo, com todas as garantias que existiam.
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS 
OBRIGAÇÕES
O meio normal de extinção da obrigação é o devedor
cumprir a prestação, o que chamamos de pagamento.
Pagamento em sentido técnico é cumprir a prestação, seja
um dar (dinheiro ou qualquer outro bem), um fazer ou
até um não fazer.
No entanto, a obrigação pode ser extinta por meios
anormais, havendo extinção da obrigação de uma forma
alternativa, de uma forma diferente do que o cumprimento da
prestação.
São formas anormais de extinção da obrigação:
• pagamento em consignação;
• pagamento com sub-rogação;
• imputação de pagamento;
• dação em pagamento;
• Novação;
• Compensação;
• Confusão;
• remissão.
• Da forma normal: Pagamento
Pagamento é o meio normal de extinção da obrigação, ou
seja, o cumprimento da prestação (dar, fazer ou não fazer).
O CC inicia o tema abordando quem deve pagar (chamado
de solvens) e a quem se deve pagar (chamado de
accipiens).
O CC trata de quem deve pagar, mas, na verdade, o que se
estabelece são regras sobre quem pode pagar.
A obrigação pode ser paga por qualquer pessoa que tenha
algum tipo de interesse, ou seja, pelo devedor ou por um
terceiro.
A lei, no entanto, estabelece consequências diferentes para
o pagamento sendo feito pelo devedor, por terceiro
interessado ou por terceiro não interessado.
Quando se fala em interessado ou terceiro interessado,
fala-se em interesse jurídico, pois, se o terceiro paga,
algum tipo de interesse ele tem.
O terceiro será interessado quando puder ser cobrado pela
dívida.
Exemplos: um fiador que paga a dívida do afiançado é
um terceiro interessado, mas o pai que paga a dívida de
um filho maior de idade, embora tenha um interesse
sentimental, é considerado um terceiro não interessado.
Se o devedor efetuar o pagamento, extinta estará a
obrigação e ele estará exonerado.
Se um terceiro pagar, também estará extinta, mas ele
poderá reaver o valor pago, embora de forma diferente a
depender de quem pagou:
Se terceiro interessado, sub-roga-se nos direitos do credor;
Se terceiro não interessado, apenas tem direito de
reembolso, não se sub-rogando nos direitos do credor.
Emambos os casos, o terceiro cobra do devedor o que
pagou por ele, mas diferem porque, ao se sub-rogar nos
direitos do credor, terá as garantias especiais dadas a ele, o
que não ocorre no mero direito de reembolso.
Detalhe:
Isso ocorrerá se o terceiro pagar em seu nome, pois se
pagar em nome do devedor, é considerado uma mera
ajuda, não tendo direito de reaver o que pagou.
ASSUNÇÃO/ CESSÃO DE DÍVIDA
A assunção de dívida se caracteriza pela substituição no polo
passivo da obrigação, havendo uma troca de devedores.
A lei permite que terceiro assuma a dívida do devedor, mas 
exige a concordância expressa do credor.
Ex. A possui uma dívida com B. C (assuntor) assume a dívida de A 
(devedor primitivo) e se torna o devedor principal de B (beneficiário)
• Anuências – art. 299
A lei permite que terceiro assuma a dívida do devedor, mas exige a 
concordância expressa do credor.
“Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com
o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor
primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o
credor o ignorava”.
Ou seja, se o credor não manifestar expressamente seu aceite, não 
tem validade a assunção de dívida.
Atenção!
Em caso de silêncio do credor, não há de se falar em anuência.
Ex. Pedro quer ceder uma dívida para Paulo. Pedro notifica seu 
credor e este não responde. Isso significa que o credor recusou a 
cessão de dívida.
CONDIÇÕES SUBJETIVAS/ESPECIAIS 
DO PAGAMENTO
• Quem paga?
A regra geral é que seja o devedor principal que adimpla a
obrigação, mas nada impede que um terceiro realize o
pagamento.
Sujeito ativo: devedor
Sujeito passivo: credor
Existem dois tipos de terceiros: o interessado e o
desinteressado.
• Interessado: Aquele que, se não pagar, será penalizado
juntamente com o devedor principal em razão do
inadimplemento. Art. 304.
Ex. fiador, avalista
Se sub-roga nos direitos do credor
• Desinteressado que paga em nome próprio: interesse moral
ou econômico simples. Art. 305
Ex. Pai que paga a dívida do filho
O terceiro não interessado tem direito ao reembolso, mas não
se sub-roga nos direitos do credor.
Atenção!
O pagamento feito por terceiro desinteressado e com protesto
do devedor não autoriza o reembolso ao terceiro, se o devedor
provar que tinha meios de adimplir a obrigação.
Ex. o devedor tinha meios de pagar a dívida e o terceiro não
interessado pagou a obrigação com protesto do devedor.
Uma vez comprovado o protesto do devedor, o terceiro não
terá direito ao reembolso.
• A quem se deve pagar?
Ao credor ou seu representante. Art. 308
A um terceiro – só será válido se tiver a ratificação do credor 
ou se ficar provado que o credor se beneficiou do que foi pago 
a terceiro.
CONDIÇÕES OBJETIVAS DO 
PAGAMENTO
• Objeto do pagamento
O credor não é obrigado a receber objeto ou prestação diversa
daquela pactuada em contrato. Arts. 313 e 314
Se no momento do adimplemento, por razões imprevisíveis,
sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação -
momento em que foi ajustado e momento do pagamento, o juiz
pode corrigir. Art. 317.
Se forem prestações em quotas periódicas, a quitação da
última torna presumível que as outras foram quitadas.
• Lugar do pagamento
Em regra, o domicílio do devedor (podendo ser convencionado
entre as partes). Art. 327
Designado dois ou mais lugares, caberá ao credor a escolha.
Se bem imóvel – lugar onde o bem está localizado, podendo 
ser alterado se houver motivo grave e sem prejuízo do credor. 
Arts. 328 e 329.
• Tempo do pagamento
Em regra, na data do seu próprio vencimento ou se não havia
data convencionada, imediatamente. Arts. 331 e 332.
“Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de
vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste
Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados
em execução por outro credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias
do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar
a reforçá-las;
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito,
solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos
outros devedores solventes”.
OUTRAS MODALIDADES DE 
PAGAMENTOS
Existem pagamentos diretos, ou seja, aqueles que
acontecem diretamente ao credor e que extinguem a
obrigação.
Em contrapartida, existem outras modalidades de
pagamentos, também chamadas de indiretos, em que não
são feitas diretamente ao credor, mas, quando realizadas,
também extinguem a obrigação.
Exemplos desses pagamentos indiretos, são:
• Em consignação
• Sub-rogação
• Imputação ao pagamento
• Dação em pagamento
DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Art 334 c.c.
• Conceito:
É um modo indireto extintivo de uma obrigação, onde o
devedor, voluntariamente, realiza um depósito, satisfazendo
o interesse do credor. Sempre será pela forma de depósito.
“Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, 
o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa 
devida, nos casos e forma legais”.
• Natureza
Material, ou seja, tratado pelo direito civil, e ainda
processual, ou seja, para que alguém deixe em depósito
um pagamento (dinheiro, bem móvel ou imóvel), é preciso
uma AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO DE PAGAMENTO.
É um ato do devedor!
• Objeto
É somente uma modalidade da obrigação de dar.
• Anuência do credor
Do mesmo modo que o devedor tem o direito de se ver livre
da obrigação, pagando os seus débitos, o credor tem o
direito de não anuir, caso o devedor queira pagar valor
que está em desacordo com o entendimento entre as
partes. Daí nasce o pagamento em consignação para o
devedor não incorrer em mora.
• Hipóteses de pagamento em consignação
Previstas no artigo 335 do código civil:
“Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o 
pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no 
lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, 
declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso 
perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente 
receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento”.
• Levantamento em depósito
Enquanto o credor não for citado para se manifestar em
relação ao depósito ou não impugná-lo, o devedor pode se
retratar sobre o valor que ele consignou.
“Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, 
ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, 
pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação 
para todas as consequências de direito”.
• O depósito poderá ser:
• Extrajudicial – valor em espécie depositado no banco oficial
que fica instalado no prédio do fórum. Art. 539, § 1º do
NCPC.
• Judicial – por meio de ação de consignação em
pagamento. Art. 334 C.C
• Despesas quanto ao depósito
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado 
procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, 
à conta do devedor.
• Aceite do depósito
Aceitando o credor o depósito consignado, ocorrerá então o
pagamento, exonerando o devedor da obrigação.
Ex. João alugou sua casa para Antônio. Na data do
recebimento do aluguel João recusou o recebimento por
discordar do valor pago. Antônio, para não incorrer em mora
e não sofrer ação de despejo por acumulação de prestações,
poderá pagar em consignação.
IMPUTAÇÃO AO PAGAMENTO
ARTS. 352
• Conceito
Ocorre quando há mais de uma dívida, de igual natureza,
entre os mesmos credores e devedores.
Esse direito de imputar (especificar o pagamento) é do
devedor.
Ex. Joana deve ao Banco X.
Ela de 2 mil reais de cheque especial; deve 2 mil reais de
financiamento e deve também 2 mil reais de crédito
consignado, totalizando 6 mil reais que serão cobrados
todos no dia 15 de novembro.
Joana percebe que sóterá 2 mil reais para saldar suas
dívidas.
Pergunta-se:
Qual das contas Joana irá pagar?
Joana terá a faculdade de escolher qual conta irá pagar.
Joana irá imputar o pagamento à dívida que mais lhe for 
vantajosa quitar.
Nesse caso, será necessário que o devedor, ao oferecer a
prestação em pagamento, identifique qual dívida está
sendo paga naquele momento.
Entretanto, se o devedor não exercer o seu direito de
imputar, passará a ser do credor, que o exercerá por meio de
declaração na quitação.
E se o credor não escolher? Art. 335
“Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a 
quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas 
dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas 
forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a 
imputação far-se-á na mais onerosa”.
DAÇÃO EM PAGAMENTO
ARTS. 356
• Conceito
É quando o credor e o devedor acordam que a prestação
do pagamento será aquela diferente do que foi pactuado
quando da criação do negócio jurídico entre as partes
A dação em pagamento é uma exceção ao que está
disposto no artigo 313 do código civil, vejamos:
“Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa 
da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”.
Efeito
A dação em pagamento tem efeito liberatório em relação
ao devedor, ou seja, extingue a obrigação igualmente na
forma do pagamento direto.
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação 
diversa da que lhe é devida.
• O que pode ser dado em pagamento?
Qualquer bem ou serviço que seja equivalente ao valor da
obrigação.
Ex. João deve a quantia de 3 mil reais a Pedro para
pagar no dia 10 de setembro de 2019. Na data
combinada, João oferece sua moto como forma de
pagamento.
• Elementos para a constituição da dação em pagamento
Que exista uma dívida
O credor tem que dar a anuência ( de todas as formas)
Diversidade de prestação (objetos diferentes)
• Defeito da coisa dada
Havendo defeito da coisa dada em pagamento, a quitação 
ficará sem efeito nenhum.
“Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em 
pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem 
efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros”.
DA NOVAÇÃO
ART. 360 DO CÓDIGO CIVIL
• Conceito
Criação de uma nova obrigação para extinguir uma outra
obrigação anterior.
• Efeitos
Cria uma nova obrigação
Extingue obrigação já existente
Natureza:
Contratual. Depende da manifestação das partes – animus
novandi.
O credor adquiri um outro direito de crédito, mas não há a
satisfação da obrigação, ou seja, o pagamento!
• Espécies de novação
Objetiva:
Há novação no objeto da obrigação.
Ex. A realiza um negócio jurídico com B e firmam contrato
no valor de 5 mil reais e a forma de pagamento nesse
contrato primitivo é em espécie (dinheiro) para 90 dias.
A não consegue vender sua motocicleta que é avaliada
também em 5 mil reais e pede para B para realizarem
um novo contrato com forma de pagamento diferente,
por meio da motocicleta. B aceita e cria-se, então, uma
nova obrigação (em relação ao objeto).
• Subjetiva:
Mudança das partes, podendo ser ativa ou passiva (cessão 
de crédito ou assunção de dívida).
Realiza-se um novo contrato com partes diferentes.
• Mista
Quando ocorre novação tanto em relação ao objeto quanto em 
relação às partes.
COMPENSAÇÃO – art. 368
• Conceito
Ocorre quando as partes são credoras e devedoras mútuas. 
As dívidas devem ser líquidas, vencidas e fungíveis.
Ex. A deve para B a quantia de 1.000 reais. B deve para A 
a quantia de 800 reais.
• Espécies
compensação legal: ocorre por força da lei, mesmo que
uma das partes se oponha, sempre que as dívidas forem
líquidas ( = valor certo), vencidas e homogêneas (= mesma
espécie e qualidade, 369);
compensação judicial: determinada pelo juiz no caso
concreto, ao decidir que deve haver compensação por uma
questão de economia processual, por uma questão de
praticidade, justificando o magistrado na sentença;
Ex. Se o autor cobra do réu a importância de R$
100.000,00, e este cobra, na reconvenção, R$ 110.000,00,
e ambas são julgadas procedentes, o juiz condenará o
autor a pagar somente R$ 10.000,00, fazendo a
compensação.
c) compensação convencional: decorre do acordo de
vontades, decorre da transação entre as partes, e no direito
civil a liberdade das partes é grande, as partes podem dispor
de seus bens com ampla liberdade, é a chamada autonomia
privada.
Efeitos
Os mesmos do pagamento: extingue a obrigação, satisfaz o
credor e libera o devedor.
DA CONFUSÃO
ARTS. 381
• Conceito
É mais um modo de extinção das obrigações semelhante ao
pagamento por impossibilidade lógica de permanecer o
vínculo.
Ex. A é inquilino de seu pai B, mas o pai morre e A
herda o apartamento, extinguindo a obrigação de pagar
o aluguel face à confusão, pois A vai reunir as
qualidades de credor e devedor, afinal ninguém pode ser
devedor ou credor de si mesmo.
DA REMISSÃO DE DÍVIDAS
ARTS. 385
• Conceito
É a liberação do devedor pela autoridade do credor que,
voluntariamente, dispensa o crédito, perdoa o débito e
extingue a obrigação (385).
Pode ser total ou parcial. É um ato bilateral, ou seja, deve ter
anuência do credor e devedor.
INADIMPLEMENTO DAS 
OBRIGAÇÕES
• Conceito
A regra nos negócios jurídicos é o adimplemento das
obrigações, ficando como exceção o inadimplemento.
“Ter-se-á o inadimplemento da obrigação quando faltar a
prestação devida, isto é, quando o devedor não a cumprir,
voluntária ou involuntariamente”. Maria Helena Diniz.
• Espécies de inadimplementos
Absoluto: Quando o devedor não cumpre a obrigação e não é
mais útil que ele cumpra - descumprimento. (Inadimplemento)
Ex. Cantor A foi contratado por um casal de noivos para
cantar no casamento deles. Na data da cerimônia o cantor
não aparece. Ele inadimpliu o contrato e o casal não se
casará em outra data para que o cantor possa adimplir a
obrigação. A consequência é perdas e danos.
• Relativo: Houve o inadimplemento, mais ainda é útil para o
credor que o devedor cumpra - atraso. (mora)
Ex. Pedro tem uma dívida que irá vencer no dia 10 de
novembro de 2019. No dia datado, ele não adimple/paga.
Nesse caso, mesmo estando inadimplente, é útil para o
credor que Pedro pague a sua dívida.
• Purga-se a mora: Pagamento do principal e seus
acessórios
• Cumprindo depois do vencimento, acrescido dos encargos
moratórios (correção monetária, juros de mora, perdas e
danos e honorários advocatícios).
• Cláusula Penal – art. 408
Uma multa que é uma prefixação de perdas e danos
Preestabelecer perdas e danos.
• Espécies
Compensatória (descumprimento total): pré-fixada já para perdas 
e danos.
Moratória (descumprimento (relativo): prefixação de perdas e 
danos (juros de mora) e multa. 
Arras: art 417 c.c.
É um sinal/garantia de um pagamento.
Ex. João reserva um hotel em Angra dos Reis, para 5 
diárias (sendo cada uma 2 mil reais), totalizando 10 mil 
reais. O hotel pede a João um sinal de 20%, ou seja, 2 
mil reais para garantia das diárias.
Atenção para 2 situações! Art. 418
1ª Se João arras e não compareceu, ele descumpriu o
contrato, o hotel terá direito ao valor dado em garantia.
2ª Se João compareceu ao hotel e o estabelecimento não
cumpriu o contrato (deixou reservado o quarto), João terá
direito à devolução das arras (2 mil) mais o equivalente
(2 mil). Totalizando a devolução de 4 mil reais.
Se João comprovar que teve maiores prejuízos, poderá pedir
perdas e danos com as arras como valor de taxa mínima.
Art. 419
Se no contrato entre João e o Hotel estiver estipulado
cláusula de arrependimento (penitência), o cliente não terá
direito ao valor de indenização. Art. 420.

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