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A1 Conceitos Básicos - Estado e Nação

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Direito Constitucional II
Definição
Objeto de Estudo 
Evolução Histórica
Conceito de Nação
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 29/30
 Conceitos de Nação e Estado
Nação e Estado são duas realidades distintas e inconfundíveis. 
A Nação é uma realidade sociológica; o Estado, uma realidade jurídica. 
O conceito de Nação é essencialmente de ordem subjetiva, enquanto o conceito de Estado é objetivo. 
Nação é uma entidade de direito Natural e histórico. Conceitua-se como um conjunto homogêneo de pessoas ligadas entre si por vínculos permanentes de sangue, idioma, religião, cultura e ideais. 
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 30/31
7 A unificação da Itália se deu em 1870, sendo ultimada com o tratado de Latrão em 1929, sendo criado o Estado do Vaticano. 
 Nação e Estado
A nação é anterior ao Estado, é de fato a substância humana do Estado. 
A nação pode existir sem o Estado. 
A distinção entre as duas realidades mais se evidencia quando se tem em vista que várias nações podem reunir-se em um só Estado, assim como uma Nação pode dividir-se em vários Estados. 
Exemplos: A Escócia, a Irlanda e a Inglaterra são nações diversas que se reuniram num só Estado, a Grã-Bretanha. 
A Nação italiana, no passado, chegou a dividir-se em vários Estados (Roma, Nápoles, Veneza, Piemonte etc.)7
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 31
8 As teorias bioantropológicas investigam os processos evolutivos, adaptativos bioculturais e a relação com o ambiente natural
Para a conceituação de Estado, é necessário conceituar população, povo e raça.
População é expressão que envolve um conceito aritmético, quantitativo, demográfico, designa a massa total dos indivíduos que vivem dentro das fronteiras e sob o império das leis de um determinado país. Não se excluem do conceito os estrangeiros, os apátridas, dos súditos coloniais. 
Povo no sentido amplo, genérico, equivale a população, no entanto, no sentido estrito, qualificado, condiz com o conceito de Nação.
Raça também difere do conceito de Nação, pois, raça é uma unidade bioantropológica8. Uma nação pode ser formada de várias raças. Exemplo a Nação Brasileira, formada por três grupos étnicos (lusitano (europeu), africano e Ameríndios).
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 31
9 Carré de Malberg apud Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 32
10 Queiroz Lima apud Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 32
Apesar de o conceito de Nação contemplar um fator natural que é o vínculo de sangue, predominam os fatores históricos e psicológicos.
A Nação é um dos elementos formadores do Estado, é a substância humana do Estado9. 
O Estado é a Nação politicamente Organizada10. 
Dito isto, são três os elementos constitutivos do Estado
População
Território
Governo.
Direito Constitucional II
Bibliografia Fonte
1Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 26
O que é o Estado?
O estado, genericamente, é uma organização destinada a manter, pela aplicação do Direito, as condições universais de ordem social.
Para o estudo do Fenômeno Estatal, o primeiro problema a ser enfrentado é o das relações entre Estado e Direito; isto é, entender se o Estado e o Direito representam ambos uma realidade única, ou se o Estado e o Direito são duas realidades distintas e independentes.
Sobre tais aspectos, divergem as opiniões em três grupos doutrinários, quais sejam:
Teoria Monística
Teoria Dualística
Teoria do Paralelismo 
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
1Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 15
1. Em tradução livre significa que : São a mesma coisa 
Teoria Monística
A teoria monística também é chamada de estatismo jurídico, segundo a qual o Estado e o Direito confundem-se em uma só realidade, isto é, os dois fenômenos sunt unum et idem1, segundo Kelsen.
Para os monistas só existe o Direito estatal, pois, não é admitido qualquer regra jurídica fora do Estado. 
O Estado é a fonte única do Direito, porque quem dá vida ao Direito é o Estado através da “força coativa” de que só ele dispõe. Segundo Ihering, regra sem coação é uma contradição em si, um fogo que não queima, uma luz que não ilumina. 
Desta forma, só existe o Direito emanado do Estado, ambos se confundem em uma só realidade. 
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
1Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 16
Ver LINDB (LICC) 
Teoria Dualística
A teoria dualística, também chamada pluralística, que sustenta serem o Estado e o Direito duas realidades distintas, independentes e inconfundíveis. 
O que provém do Estado é uma categoria especial do Direito, notadamente o Direito Positivo. 
Além do direito positivo, existem também os princípios de direito natural, as normas de direito costumeiro e as regras que firmam na consciência coletiva, que tendem a adquirir positividade e que, nos casos omissos, o Estado deve acolher para lhes dar juridicidade. 
Para esta corrente, o Direito é criação social, não estatal. 
O Direito é um fato social em contínua transformação. 
A função do Estado é a de positivar o Direito
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
1Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pags. 16/17
Ver LINDB (LICC) 
Teoria do Paralelismo
Para a teoria do paralelismo, o Estado e o Direito são realidades distintas, porém necessariamente interdependente. 
Esta terceira corrente adotou a concepção racional da graduação da positividade jurídica.
Reconhece a teoria do paralelismo a existência do direito não estatal, sustentando que vários centros de determinação jurídica surgem e se desenvolvem fora do Estado, obedecendo a uma graduação de positividade. Sobre todos estes centros particulares do ordenamento jurídico, prepondera o Estado como centro de irradiação da positividade. 
Direito constitucional ii
Bibligrafia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 19 /20
2 apud Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 19
Teoria Tridimensional do Estado e do Direito
A teoria do paralelismo prende-se a concepção institucional do Estado, que atinge sua maior expressão na concepção culturalista do Estado e do Direito.
O culturalismo, segundo Miguel Reale2, integra-se no historicismo contemporâneo e aplica, no estudo do Estado e do Direito, os princípios fundamentais da axiologia, ou seja, da teoria dos valores em função dos graus da evolução social. 
Nesta linha de raciocínio se desenvolve a teoria tridimensional do Estado e do Direito. A realidade estatal, como do Direito, é uma síntese, ou integração do “ser” e do “dever ser”; é fato e é norma, pois é o FATO integrado na NORMA exigida pelo valor a realizar, sintetizado na expressão FATO-VALOR-NORMA 
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 21
Divisão Geral do Direito
O direito divide-se primeiramente em Natural e Positivo.
O direito Naturalé o que emana da própria natureza, independente da vontade do homem (Cícero). É invariável no espaço e no tempo, insuscetível de variação pelas opiniões individuais e pela vontade do Estado (Aristóteles). Ele reflete a natureza como foi criada. É anterior e superior ao Estado, conceituado como de origem divina. 
O direito Positivo é o conjunto orgânico das condições de vida e desenvolvimento do indivíduo em sociedade, depende da vontade humana e das garantias dadas pela força coercitiva do Estado (Pedro Lessa). É o direito escrito, consubstanciado em leis, decretos, regulamentos, decisões judiciárias, tratados internacionais etc., variando no espaço e no tempo. 
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 23
Esquematização dos Ramos do Direito:
Direito Natural
Direito Positivo
Publico
Internacional
Interno
Constitucional
Geral (teoria Geral do Estado)
Especial
Administrativo
Penal
Processual
Trabalhista
Financeiro
Privado
Internacional
Interno
Civil
Comercial
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 24
3Estudo dos Valores Morais.
4 Definição dada por Gropalli
Direito Constitucional e a Teoria Geral do Estado
A Teoria Geral do Estado é a parte Geral do Direito Constitucional, é a sua estrutura teórica.
A TGE abrange os princípios comuns e essenciais que regem a formação a organização de todos os Estados e Nações, nas suas três dimensões: 
Sociológica
Axiológica3 ou Política
Normativa ou Jurídica
“A doutrina do Estado é a ciência que, enquanto resume e integra, em uma síntese superior, os princípios fundamentais de várias ciências sociais, jurídicas e políticas, as quais têm por objetivo o Estado considerado em relação a determinados momentos históricos, estuda o Estado de um ponto de vista unitário na sua evolução, na sua organização, nas suas formas mais típicas com a intenção de determinar suas leis formativas, seus fundamentos e seus fins”.4
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 23
Direito Constitucional e a Teoria Geral do Estado
A Teoria Geral do Estado é uma disciplina surgida no século XIX, é uma ciência cultural, de fundo sociológico, tem como aspiração compreender o Estado, sua estrutura e funções, o seu dever histórico e as tendências da sua evolução.
Dessa forma, pode-se dizer que a primeira manifestação da disciplina, enquanto conteúdo sistematizado e autônomo, é devida ao autor George Jellinek, por volta do ano de 1900, na Alemanha, com a publicação da obra "Teoria Geral do Estado", que trazia concretizado o objeto da disciplina, visando um estudo mais aprofundado do Estado e seus aspectos sociais.
No Direito Brasileiro, a disciplina era ministrada nos cursos de Direito como parte do Direito Público e Direito Constitucional. A partir dos anos de 1940, a disciplina Teoria Geral do Estado, foi destacada do Direito Constitucional, tendo, pois, autonomia.
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 26
Estas três dimensões do Estado se consubstanciam na:
Teoria Social do Estado, que analisa a sua gênese e o desenvolvimento do fenômeno estatal, em função dos fatores históricos, sociais e econômicos; 
Teoria Política do Estado, que justifica as finalidades do governo em razão dos diversos sistemas de cultura;
Teoria Jurídica do Estado, que estuda a estrutura, a personificação e o ordenamento legal do Estado. 
Direito constitucional ii
Bibliografia Fonte
Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva, 2016,pag. 27
5 Ciência que tem como objetivo entender a história da vida na terra através do estudo de vistígios preservados de seres vivos. 
6Ciência que estuda as raças humanas pré-histórica
https://arqueologiaeprehistoria.com/paleontologia-o-que-e-onde-estuda/
http://www.dicio.com.br/paleoetnologia/
As fontes de estudo da Teoria Geral do Estado se classificam em direta e indireta.
As fontes diretas, segundo Gropalli, compreendem a paleontologia5 e da paleoetnologia6,os dados da história e as instituições políticas passadas e vigentes. 
Os mais antigos documentos que esclarecem o estudo da matéria são o “código de Hamurabi”(2300 a.c.), as leis de Manu (Século XII), o “código da china” (Século XI), as leis de Zaleuco, Charondas e Sólon (Século VII), as leis de Gortina (Século V) e a “Lei das XII Tábuas” (541 a.c.). 
As fontes indiretas ou subsidiárias compreendem:
O estudo das sociedades animais;
O estudo das sociedades selvagens contemporâneas;
O estudo das sobrevivências.
Direito constitucional ii
Detalhes desta Aula vide: Maluf, Sahid: Teoria Geral do Estado; atualizador Prof. Miguel Alfredo Maluf Neto – 32 ed. – São Paulo, Saraiva.
Dallari, D. de A., Elementos da Teoria Geral do Estado, 32 ed., São Paulo, Saraiva, 2013.
Bibliografia Complementar
Acquaviva, M. C. Teoria Geral do Estado, 3ª. ed., São Paulo, Manole, 2010.
Ccico, C.; Gonzaga, A. A., Teoria Geral do Estado e Ciência Política, 5ª. ed., São Paulo, Revista dos Tribunais, 2013.
Dallari, D. de A., Elementos da Teoria Geral do Estado, 32 ed., São Paulo, Saraiva, 2013.
Cunha, A. S. Teoria Geral do Estado, São Paulo, Saraiva, 2012.(e-book)
Maluf, S., Teoria Geral do Estado, 30ª. ed., São Paulo, Saraiva, 2009. (e-book)
Pinto, K. C., Curso de Teoria Geral do Estado: fundamento do direito constitucional positivo, São Paulo, Atlas, 2013. (e-book)
Riccitelli, A., Direito Constitucional: teoria do estado e da constituição, 4ª. ed., São Paulo, Manole, 2007. (e-book)
Torres, H. T. (coord.), Direito e poder nas instituições e nos valores do público e do privado contemporâneo, São Paulo, Manole, 2005. (e-book).

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