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Vict�ria Kar�line Libório Card�so Puerpério Introdução Início do puerpério: após o nascimento do concepto e da saída da placenta. Final do puerpério: 6 a 8 semanas pós parto. No que consiste o puerpério: ● Período após o parto que tem uma gradual involução uterina, com regeneração endometrial. Pode-se didaticamente dividir o puerpério em 3 fases: ● Imediato (1º ao 10º dia) – domínio da crise genital; ocorrem os fenômenos catabólicos e involutivos das estruturas hipertrofiadas ou hiperplasiadas na gravidez, principalmente a genitália. ● Tardio (10º ao 45º dia) – continuação da recuperação genital, no entanto numa velocidade menor e nesse período a lactação começa a influenciar no organismo. ● Remoto (além do 45º dia) – é um período de duração imprecisa, dependente da amamentação. Modificações anatômicas e fisiológicas Exame físico: ● Verificação de sinais vitais (PA, frequência cardíaca, temperatura), avaliação de coloração da pele e mucosas. ● Palpação abdominal: importante que não ocorra manipulação voluntária do útero visando manutenção intra-cavitária dos coágulos e avaliação de peristalse. Vict�ria Kar�line Libório Card�so ● Perdas vaginais de relevância clínica: variações na duração dos lóquios (não deve exceder o final da 2* semanal) ou constatação de redução diária de seu volume e eventual evolução patológica para padrão odor fétido. ● Inspeção perineal (se pos-parto vaginal). ● Temperatura: fenômenos fisiológicos como ingurgitamento mamário (relacionado à apojadura) e proliferação com ascensão de bacterias vaginpis à cavidade uterina, são as causas de discreta elevação de temperatura por volta do 3° dia, cuja duração não excede 48 h. Útero: ● 12 horas após o parto: fundo uterino palpado a 12 cm de distância da sínfise púbica, quando a bexiga está vazia. ○ A cada 100 ml de urina eleva-se a 1 cm o fundo uterino. ● A partir do segundo dia pós-parto, a altura do fundo uterino diminui, em média, 0,7 cm cotidianamente. ● Até o 10º ou 14º dia o útero fica em região abdominal, depois ele retorna à pelve. ● Seu peso inicial é de 1000 g e passa para 700 g ao final do terceiro dia, reduzindo a 300 g no final da terceira semana. ● Há, ao mesmo tempo, uma progressiva anteversoflexão do útero, o que causa, em algumas mulheres, diástase da parede abdominal. ○ Consequência da anteversoflexão: a partir do 4º ou do 5º dia, a zona palpada como fundo uterino é na verdade parte da parede dorsal do útero. Vict�ria Kar�line Libório Card�so ● Na lactante, a involução uterina é mais rápida. Durante a amamentação, os estímulos aos mamilos na sucção provocam contrações uterinas (reflexo uteromamário ou de Ferguson) através da liberação de ocitocina. ○ Por isso é comum, as lactantes referirem cólicas uterinas durante o aleitamento. ○ Nas primíparas, o ritmo da involução uterina é mais rápido do que nas multíparas, que têm o útero mais volumoso. ● Lóquios: fluxo vaginal de origem uterina, sanguinolento e seroso liberado após o parto, durante aproximadamente um mês. ○ Isso é devido ao processo de involução uterina e da regeneração da ferida placentária. ○ Nos primeiros dias pós-parto os lóquios são basicamente sangue vivo; ○ Depois de 3 a 4 dias, tornam-se serossanguíneos de coloração acastanhada. ○ Por volta do 10º dia, apresenta-se seroso. Aleitamento: ● Manutenção das mamas limpas e elevadas, com sutiã apropriado. ● Em caso de ingurgitamento mamário na ocasião da apojadura: ○ Retirar o excesso de leite, após a amamentação, por esvaziamento manual. ○ Bombas de sucção devem ser evitadas. ○ Compressa de gelo, após amamentação, por no máximo, 10 minutos. Vict�ria Kar�line Libório Card�so Colo uterino: ● Com 12 horas de puerpério o útero já readquire sua conformação original, embora seu ori�ício externo fique aberto, possibilitando a passagem de dois a três dedos. ○ Em torno do 10º dia, o colo uterino estará completamente fechado. Vulva e Vagina: ● A vulva fica edemaciada, notando-se o apagamento dos pequenos lábios após o parto. ● As pequenas lacerações cicatrizam em quatro ou cinco dias. ● Crise vaginal: descamação do epitélio, reduzido às camadas profundas. ○ Tem regressão total em torno do 15º dia pós-parto; daí por diante começam a esboçar as primeiras manifestações regenerativas. ○ As lactantes apresentam um retardo da recuperação vaginal, mantendo a vagina atrófica por mais tempo e podem ter “dissociação útero-vaginal” (achado simultâneo de endométrio hiperplásico e vagina atrófica). Trato urinário: ● No puerpério, a bexiga tem a capacidade aumentada e é menos sensível ao aumento da pressão intravesical. ○ É comum: hiperdistensão, esvaziamento incompleto e resíduo urinário. ● A anestesia e analgésicos opióides podem ser as causas de retenção urinária no pós-parto imediato. ○ Concomitantemente, a bexiga pode estar traumatizada, pelo parto ou cesariana, uso frequente de sondas e ureteres dilatados, sofrendo algum grau de refluxo, o que pode causar infecções. ● A puérpera tem nos primeiros dias pós-parto um aumento do volume urinário. Sistema cardiovascular: ● Nas primeiras horas pós-parto, há aumento do volume circulante, Vict�ria Kar�line Libório Card�so podendo causar sopro sistólico de hiperfluxo. Sistema digestivo: ● A volta das vísceras abdominais à sua situação original, além da descompressão do estômago, promove um melhor esvaziamento gástrico. ● Os esforços no período expulsivo agravam as condições de hemorróidas já existentes, o que causa desconforto e impede o bom esvaziamento intestinal. ● Nas mulheres que tiveram parto por cesárea, soma-se ainda o íleo paralítico pela manipulação da cavidade abdominal. Alterações sanguíneas: ● Leucocitose: pode atingir 20.000 leucócitos/mm3. ○ Geralmente a leucocitose se reduz à metade nas primeiras 48 horas e acaba entre o 5º ou 6º dia pós parto. ● Ascensão dos niveis de hemoglobina e hematócrito em relação à gestação. ● A quantidade de plaquetas pode ficar aumentada nas primeiras semanas, assim como o nível de fibrinogênio, podendo causar imobilização prolongada no leito e tromboembolismo. ○ Verificar se a paciente possui sinal de Homan e de Bandeira. ● Sinal de Homans: caracterizada por dor ou desconforto na panturrilha após dorsiflexão passiva do pé. ● Sinal da Bandeira: menor mobilidade da panturrilha quando comparada com o outro membro. Tem-se como hipótese que a partir do exame �ísico no pós-parto dos membros inferiores. ● Esses sinais são importantes para detectar previamente fatores que indiquem doença tromboembólica no puerpério. Função ovulatória: ● Caso a mulher não amamente, a função ovariana retorna em cerca de 6 a 8 semanas, embora esse intervalo possa variar. Vict�ria Kar�line Libório Card�so ● A ovulação é menos frequente nas pacientes que amamentam à livre demanda, do que nas que não amamentam, porém a ovulação e a consequente gravidez podem ocorrer mesmo durante a lactação. Outras manifestações: ● Pele seca, acne, unhas quebradiças e queda dos cabelos. ● A hiperpigmentação, que pode ter ocorrido durante a gestação, na pele do rosto, e as estrias tendem a se tornar mais claras e a diminuírem, embora muitas permaneçam para sempre. Transtornos emocionais Alterações do humor, com labilidade emocional, são comuns no puerpério. O estado psicológico da mulher deve ser observado, uma vez que quadros de profunda apatia e sintomas de psicose puerperal devem ser identificados precocemente e deve-se iniciar um tratamento adequado rapidamente. Mulheres que tiveram óbito fetal a atenção é ainda maior, pois a perda do filho pode provocar um sentimento de luto que necessita de tempo e algumas vezes de ajuda para superação. ● Nesses casos, recomenda-se instalar essas mulheres em alojamentos sem a presença de crianças, para não provocar lembranças e comparações. Assistência pós-parto A mulher tem necessidade de atenção �ísica e psíquica. Ela deve ser tratada pelo nome, com respeito e atenção. Deambulação: Estimular o mais precoce possível. Dieta: há maior liberdadedas ingestas em pacientes com parto normal, já as com uso de fórceps e necessidade de cesária, recomenda-se maior ingestão de alimentos líquidos e pastosos nos primeiros dias. ● Para todas é importante boa ingesta de líquidos. Higiene: após iniciada a deambulação e estando bem, deve-se estimular o banho de chuveiro. Não há necessidade de utilizar substâncias antissépticas na região perineal, apenas lavagem com água. Vict�ria Kar�line Libório Card�so ● Nos casos de parto por cesariana, deve-se proteger o curativo e renová-lo no 1º dia; a partir do 2º dia a ferida cirúrgica deverá permanecer descoberta, o que inclusive permite melhor observação. Mamas: a utilização de sutiã confortável e de alças largas é muito importante, por proporcionar melhor conforto à mulher. ● O colostro já está presente no momento do parto. Já a descida do leite ocorre entre o 1º e 3º dia pós-parto. ● A colocação da criança ao peito deve ser feita logo após o nascimento para que ocorra liberação de prolactina e ocitocina, com consequente produção e liberação do leite. ● A identificação de deformidades nos mamilos, ou presença de fissuras, geralmente são causadas por pega inadequada ao peito. ● Mastites e abscessos necessitam de atenção especial, não sendo motivos para se desencorajar o aleitamento exclusivo. Abdome: identificação de vísceras aumentadas e/ou dolorosas; deve-se ter atenção especial à involução uterina e à ferida cirúrgica, se o parto ocorreu por cesariana. ● É necessário sempre realizar a ausculta dos ruídos hidroaéreos. Genitália: inspecionar sistematicamente a região perineal, com atenção especial aos lóquios. ● O cheiro dos lóquios é característico, mas quando é fétido pode significar quadro infeccioso. ● Quando houver edemas, equimoses e hematomas deve-se aplicar bolsa de gelo no local, durante no máximo 10 minutos, nas primeiras 24 horas. Membros inferiores: pesquisar sinais de trombose venosa profunda, principalmente ao relato de dores nos membros inferiores e edema súbito. ● Verificar sempre o aparecimento de sinais flogísticos. Exames laboratoriais: não se deve dar alta à puérpera sem conhecimento da classificação sanguínea da mãe. Vict�ria Kar�line Libório Card�so ● Mãe com fator Rh negativo, não sensibilizadas e com recém-nascido Rh positivo: verificar o Coombs indireto e se der negativo, utiliza-se imunoglobulina anti-Rh, nas primeiras 72 horas. ● Pedir sorologia para sífilis e HIV: caso positivo para sífilis, iniciar o tratamento para mãe e o bebê; se positivo para HIV, suspender a amamentação e começar o tratamento para mãe e para o bebê. Cefaléia pós-raquianestesia: pode ocorrer cefaléia com piora na postura ortostática, que pode ser acompanhada por tonturas, náuseas e vômitos, distúrbios visuais e rigidez de nuca. ● Medidas terapêuticas: repouso no leito, hidratação e analgesia adequada. ○ Quando não há resposta à terapêutica inicial, realiza-se injeção de pequena quantidade de sangue da própria paciente no espaço peridural, com o objetivo de que a formação do coágulo promova o fechamento do ori�ício da dura-máter por onde há o vazamento do líquor. Relações sexuais: liberada após 4 semanas do parto, respeitando o conforto e o desejo da paciente. Alta obstétrica: salvo intercorrências, pode ocorrer após 48 horas. No caso de parto vaginal, pode ocorrer antes quando a mãe não possui comorbidades e há evolução puerperal fisiológica em parto eutócico. ● Revisão: consulta obstétrica agendada para 30 a 40 dias após o parto, para avaliação ginecológica, verificação do andar da amamentação e para fornecer orientações individualizadas de contracepção. Medicamentos Ocitocina: de forma geral não se prescreve no pós-parto transvaginal, mas prescreve-se como profilaxia na dose de 5 a 10 UI (endovenosa) no pós operatório da cesariana, para reduzir a incidência de hemorragia puerperal, por atonia uterina. Sulfato ferroso: 300 mg/dia via oral por pelo menos até o 3° mês de puerpério. Vict�ria Kar�line Libório Card�so Condutas para distúrbios do puerpério 1. Hematomas de episiorrafia ou de pequena ferida operatória: ● Vigilância clínica com aplicação local de compressa gelada e analgesico sistémico. Deve-se realizar exploração digital da vagina em busca de hematoma no espaço pararretal. ○ Caso seja detectado hematomas e dor intensa, faz-se drenagem cirúrgica, pois pode ter instabilidade hemodinâmica. 2. Bexigoma - palpação da bexiga por via abdominal: ● Realiza-se cateterismo vesical, caso a paciente não consiga esvaziar a bexiga naturalmente. 3. Aparecimento ou agravamento de hemorróidas: ● Comum nos primeiros dias que se seguem ao parto, faz-se aplicação local de pomadas analgésicas e banhos de assento com água morna. 4. Blues puerperal: desordem psiquiátrica mais comum no período puerperal, afetando até 80% das mães. ● Suporte psicológico. 5. Distúrbios da amamentação: ● Adequação da pega, posição da mãe com o RN, prevenção de fissuras e higiene dos mamilos. 6. Distensão abdominal com timpanismo e íleo paralítico: ● Muito comum no pós-operatório de cesariana. Deve ser administrar antifiséticos, dieta laxativa e realizar deambulação estimulada. Infecção puerperal Se origina no aparelho genital após parto recente. Diagnóstico: ● Temperatura > 38*C, nos primeiros 10 dias pós-parto (excluídas as primeiras 24h), por mais de 48 hrs. Vict�ria Kar�line Libório Card�so ● Nesse caso não entram as puérperas com infecção limitada à ferida operatória (episiotomia ou cesariana). ● Identificação do agente etiológico: ○ Hemograma e hemocultura. ○ Cultura de urina e de secreções aparentes. ○ Raios X de tórax e de abdome. ○ Ultrassonografia: útil na suspeita de coleções e abscessos. Infecção da ferida operatória: ● Manifestações clínicas: ○ Sinais e sintomas flogísticos locais: dor, rubor, calor e edema. ○ Febre moderada ocasional. ○ Secreção, as vezes purulenta. ○ Contaminação por Clostridium perfringens: infecção com necrose dos tecidos afetados. ● Condutas: ○ Higiene local com soluções antissépticas. ○ Abscesso localizado sem indícios de infecção sistêmica com a paciente em bom estado geral, apenas se faz drenagem e cuidados locais. ○ Não ocorrendo melhora após 48 horas de terapêutica clínica, indicar: ■ Abertura e exploração da ferida operatória sob anestesia. ■ Bastante lavagem com soro fisiológico. ■ Desbridamento do tecido necrótico. ■ Drenagem da região afetada (dreno de Penrose). ● Medicação: ○ Diclofenaco sódico: 50 mg VO ou retal de 12/12 horas. Vict�ria Kar�line Libório Card�so ○ Paracetamol: 500 a 750 mg VO de 6/6 horas; ou Dipirona: 500 mg VO de 6/6 horas. ○ Antimicrobianos: apenas em casos de comprometimento extenso e/ou com sinais e sintomas de acometimento sistêmico. ○ Cefazolina 1g: IV de 8/8 hrs - 1* escolha em pacientes internados. ○ Cefalexina 500 mg: Vo de 6/6 horas (2a escolha). ○ Oxacilina 1 a 2g: IV de 4/4 horas (para casos mais graves) durante 7 a 10 dias. Endometrite: ● Manifestações clínicas: ○ Febre e lóquios purulentos com odor fétido. ○ Útero amolecido e doloroso, com secreção purulenta com a manipulação do colo. ● Conduta: ○ Curetagem apenas se houver restos ovulares, após iniciada a antibioticoterapia e com uso de ocitocina venosa. ■ Nas pacientes refratárias ao tratamento clínico, indica-se histerectomia. ○ Profilaxia antitetânica: antitoxina 10.000 UI IV, se a paciente não for adequadamente vacinada. ■ Teste de sensibilidade positivo ao SAT: a imunoglobulina humana antitetânica deverá ser utilizada na dose de 3.000 a 6.000 UI. ■ Se a paciente for imunizada, fazer dose de reforço com vacina. ● Antibioticoterapia: (conduta geral) ○ Clindamicina 900 mg IV 8/8 horas + Gentamicina 1,7 mg. ○ Ampicilina de 1.5 a 2 g IV de 6 em 6 horas. ○ Gentamicina de 3 a 5 mg/kg (máx 200 mg) uma vez ao dia IV ou IM + Metronidazol s00 Vict�ria Kar�line Libório Card�so mg IV a cada 8 horas OU o Amoxacilina/Ácido Clavulânico 1g IV 8/th. ○ Entre 7 e 10 dias, de forma geral, a paciente fica assintomática. Obs:interrompe-se o tratamento decorridos 3 dias do desaparecimento dos sintomas. ○ Depois de iniciado o tratamento, a presença de febre por mais de 48 horas indica insucesso terapêutico. ○ Reexaminar e considerar infecção por Enterococcus spp quando utilizado esquema que não oferece cobertura. ○ Infecção de parede necessitando de drenagem do abscesso pélvico: ■ Diclofenaco sódico: 50 mg VO ou retal de 12/12 horas. ■ Paracetamol: 500 a 750 mg Vo de 6/6 hrs, ou Dipirona: 500 mg Vo de 6/6 horas. Manejos em casos de Covid19 Protocolo de atendimento no parto, puerpério e abortamento durante a pandemia da covid-19: ● Caso suspeito: 1. Sindrome Gripal (SG): quadro respiratório agudo, com sensação febril ou febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta e coriza ou dificuldade respiratória; Na SG a febre pode não estar presente 2. SRAG: Síndrome Gripal que apresente dispneia/desconforto respiratório, pressão persistente na tórax, saturação de 02 menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios’rosto. ● Quadro suspeito de SG ou SRAG com diagnóstico laboratorial por teste de: RT-PCR ou Imunológico (teste rápido) com resultado positivo para anticorpos IgM e/ou lgG. ○ Verificar histórico de contato próximo ou domiciliar, nos últimos 7 dias antes do aparecimento dos sintomas. Vict�ria Kar�line Libório Card�so Protocolo de atendimento no parto, puerpério e abortamento durante a pandemia da covid-19: ● Amamentação: recomendada a manutenção do aleitamento materno, desde que a paciente esteja em boas condições clínicas. ● Precauções a serem adotadas: higienização correta das mãos, uso de máscara cirúrgica pela lactante durante todo o tempo, evitando falar e lavagem das mão entre as mamadas. ○ Caso a mãe esteja em UTI e decida amamentar, recomenda-se que o seu leite seja extraído e oferecido ao RN. ○ Em caso de condições maternas graves, o cuidado deve ser tomado para que não haja ingurgitamento mamário. Cuidados no alojamento e alta hospitalar: ● Mãe e filho ficam em sistema de alojamento conjunto até a alta hospitalar, tomando os devidos cuidados. ● Permanecer em leito isolado, com pelo menos 2 metros do berço, o tempo todo de máscara cirúrgica, trocada a cada 2 horas e’ou sempre que umedecer. Além de lavar as mãos com frequência e sempre antes de tocar o RN. ● A alta hospitalar deve ser o mais precoce possível, respeitando as condições clínicas do RN e da puérpera. Revisão importante Padrão de involução uterina esperado para o período pós-parto: ● Logo após a expulsão da placenta, o útero começa a se contrair intensamente, tornando-se endurecido e globoso, podendo ser palpado na linha média entre a cicatriz umbilical e a sínfise púbica. ● Após algumas horas, ele atinge a altura da cicatriz umbilical e permanece por 24 a 48 horas. ● Nos dias subsequentes, o útero sofre uma rápida redução de tamanho e de peso. Vict�ria Kar�line Libório Card�so ● Inicialmente mede 20cm de altura e 4cm de espessura. ● No 40* dia passa a ter de 7 a 8cm de altura e 1,5cm de espessura. ● Em geral, a altura do fundo uterino diminui em média 0,7 a 1,5cm por dia. Conduta a ser instituída após a sutura perineal: ● Sempre olhar para ver como está o local da sutura, para não deixar que haja foco infeccioso e se houver, começar o tratamento imediatamente. Fatores que dificultam a exoneração intestinal no puerpério e orientações’condutas que devem ser instituídos para prevenção e alívio dos sintomas dessa exoneração: ● A volta das vísceras abdominais à sua situação original, além da descompressão do estômago, promove um melhor esvaziamento gástrico. Os esforços desprendidos no período expulsivo agravam as condições de hemorróidas já existentes, o que causa desconforto e impede o bom esvaziamento intestinal. ● Nas mulheres que pariram por cesárea, soma-se ainda o íleo paralítico pela manipulação da cavidade abdominal. ● Orientar o aumento de ingestão de líquidos (pelo menos 1,5 L de água/dia) e de alimentos ricos em fibras (vegetais verdes e crus, fruta fresca com casca, cereais integrais) e a deambulação precoce. Tipos de ingurgitamento mamário, principais causas do ingurgitamento patológico e sintomas característicos das mamas com ingurgitamento patológico: ● O ingurgitamento pode ser classificado, de acordo com o local da mama acometido, em lobular, lobar, ampolar, glandular obstrutivo e glandular não obstrutivo. ● No tipo lobular, um ou mais lóbulos estão cheios de leite, sendo assim, a dor pode ser sentida em pontos espalhados da mama. ● No tipo lobar, a dor é sentida na região da aréola até a base da mama. ● No ingurgitamento ampolar, a dor é na região da aréola e ocorre edema. Vict�ria Kar�line Libório Card�so ● Já no ingurgitamento glandular, a dor é sentida em toda a mama, uma vez que todos os lobos estão cheios de leite. Nesse caso, pode ocorrer a ejeção do leite normalmente (não obstrutivo) ou não (obstrutivo). Principais hipóteses diagnósticasno período da amamentação em puérperas: ● Deformidades nos mamilos, presença de fissuras, mastites, abscessos, ingurgitamentos ou pega incorreta.
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