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1 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Puerpério Fisiológico e patológico O puerpério é o período que sucede o parto e tem seu término indeterminado, sob o ponto de vista fisiológico, compreende os processos involutivos e de recuperação do organismo materno após a gestação. No geral ele é o período entre: a saída da placenta e a data da primeira ovulação pós o parto. O puerpério tem 3 classificações: IMEDIATO: até 2 horas após a dequitação; MEDIATO: de 2 horas ao 10° dia após dequitação; TARDIO: 11° ao 45° dia; REMOTO: a partir do 46° dia. Alterações Locais Útero Logo após a dequitação inicia-se a involução uterina. Contrações uterinas estimuladas pela ocitocina garantem a redução do sangramento da área cruenta da dequitação. Um processo de trombose de grandes veias locais também começa a ocorrer. Espera-se que ao final do primeiro dia o útero involua até próximo à cicatriz umbilical. Em uma semana o útero deve estar entre a cicatriz umbilical e a sínfise púbica; ao final da segunda semana pós-parto, o útero não deve mais ser palpável pelo exame físico do abdome. A ocitocina é liberada pela sucção das mamas. A puérpera sente cólicas nos primeiros dias pós gestação pelas contrações uterinas. Com o passar dos dias o útero libera conteúdo intrauterino: loquiação ou lóquios. Esse processo é a cicatrização da ferida placentária e regeneração endometrial ocorrendo. Há 4 tipos de lóquias: Lochia rubra: primeiros três a quatro dias pós-parto. É composta de sangue e células da decídua superficial e é eliminada sob a forma de sangramento mais vivo; Lochia fulva: do quarto ao 10º dia de puerpério. Sangramento mais escuro, de um vermelho amarronzado; Lochia flava: até a terceira semana. A loquiação inclui maior número de leucócitos e exsudatos, mantendo a coloração amarelada; Lochia alba: é quando a composição da lochia flava se torna cada vez mais clara até tornar-se esbranquiçada. Colo Uterino Com o processo de cicatrização pós-parto o colo uterino apresenta dilatação de apenas 1 cm ao final da primeira semana. Todo o processo demora de 2 a 3 meses para finalizar-se por completo. Partos cesárea não apresentam alterações no colo uterino! Em nulíparas ou parto cesárea o colo uterino é puntiforme; mulheres que passaram pelo trabalho de parto com dilatação do colo uterino apresentam orifício externo em fenda. 2 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Vagina e Vulva Logo após o parto normal, a vagina e a vulva se encontram edemaciadas e hipervascularizadas. A distensão do períneo pode levar a microtraumas musculares com consequente relaxamento do diafragma pélvico e urogenital, levando à flacidez local que não retorna ao estado pré-gravídico. Alterações Sistêmicas Nas primeiras 24 horas após o parto, é possível observar um aumento da temperatura corpórea, deflagrado pelo processo de contaminação materna através de microlesões no canal de parto - aferições acima de 38 °C podem ser comuns nas primeiras 24 horas pós-parto. Pode haver também tremores (resposta à anestesia), hemorragia ou embolia microamniótica. Aumento da temperatura por duas ocasiões, acima de 38 °C, medida pela boca, nos primeiros 10 dias pós-parto, excetuando-se as primeiras 24 horas, devem ser investigadas. Durante a gestação há aumento da volemia materna, chegando a 40% do volume total. No puerpério o organismo fará o caminho contrário eliminando o excesso de volemia, através do aumento da diurese. Durante o exame físico, é possível observar pulso de 50 a 60 bpm na primeira semana pós-parto, retornando à frequência cardíaca de base em seguida. A série branca apresenta aumento de leucócitos, granulócitos e plaquetas, com linfopenia e eosinopenia relativas. Nos dois primeiros dias após o parto, observa-se queda no número de plaquetas e nos níveis de fibrinogênio, muito por conta do consumo no processo de trombose da ferida placentária. Após o 3° dia de puerpério há aumento da capacidade adesiva das plaquetas. Entre 12 e 24 semanas pós-parto pode haver incontinência urinária. Há aumento dos níveis de prolactina que inibem a liberação de GnRH – isso inibe o ciclo menstrual e consequentemente, a ovulação e menstruação. Observa-se o surgimento de cloasmas e estrias, que são frequentes na região do abdome e quadris, em razão do excesso de hormônios corticosteroides produzidos pela placenta, assim como pela distensão da pele. Exame Físico da Puérpera Avaliação dos sinais vitais: temperatura, pulso, pressão arterial e frequência respiratória. Avaliação das mamas: produção de colostro — nos primeiros três dias — ou leite, se as mamas estão túrgidas, flácidas ou ingurgitadas e a presença de lesões mamilares, como fissuras. Avaliar a cicatrização da ferida operatória em casos de cesárea e avaliação do períneo e cicatrização da episiorrafia, se existente. Nos primeiros dias pós-parto é comum episódios de cólica; se necessário, receitar o uso de AINEs. Deve-se perguntar a respeito das micções, se indolores, em quantidade e coloração normais, e sobre o trânsito intestinal, que deve ocorrer dentro das primeiras 24 horas com flatos e até três dias para evacuações normais. Nos casos de retenção urinária, recomenda-se a tentativa de esvaziamento vesical espontaneamente e, na impossibilidade do mesmo, a sondagem vesical de alívio. A doença hemorroidária pode apresentar piora do quadro, inclusive com trombose. A deambulação precoce é medida efetiva e deve ser iniciada precocemente. Hemorragia Pós-Parto - HPP É conceituada como uma perda sanguínea após o parto maior ou igual a 500 ml se parto normal e maior ou igual a 1000 ml se cesariana ou qualquer perda que cause sinais/sintomas de instabilidade hemodinâmica. É classificada em: 3 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Primária: aquela que ocorre dentro das primeiras 24 horas pós-parto; Secundária: aquela que ocorre após 24 horas até 6 a 12 semanas após o parto. Os principais fatores de risco são: descolamento prematuro da placenta (DPP), placenta prévia/acreta, retenção placentária, gravidez gemelar, pré-eclâmpsia, história de hemorragia pós-parto, obesidade, anemia, idade materna avançada, macrossomia fetal, cesárea, episiotomia mediolateral, parto vaginal operatório, parto prolongado, febre intraparto. As principais causas de hemorragia puerperal são descritas como os 4 T’s. Como proceder numa HPP? Associa as seguintes medidas: profilaxia medicamentosa com ocitocina clampeamento oportuno do cordão umbilical e tração controlada do cordão umbilical. Pode-se recorrer ao uso de um uterotônicos para prevenção: ocitocina (10 UI - IM) após o desprendimento dos ombros. Se for feito de forma EV: esquema de manutenção (5UI de ocitocina em infusão lenta por 3 minutos, seguido de dose de manutenção com 20 UI de ocitocina diluídas em 500 mL de SF0,9% à 125ml/h por 4 a 12 horas). Essa conduta acima é geral, não específica de cada possível causa de hemorragia pós-parto. As condutas específicas segunda a causa identificada são: TÔNUS: 1. Massagem uterina bimanual; 2. Ocitocina: 5 ui EV lento (3 minutos) seguido de 500 ml SF0,9% com 20- 40 UI ocitócito a 250ml\h; Manutenção: 125 mL/h por 4h. 3. Metilergometrina: 1 ampola, 0,2mg IM, repetir em 20 min se necessário. 4. Misoprostol: 600 - 1000mcg (800 mcg), via retal; ÁCIDO TRANEXÂMICO - 1g, intravenoso lento, em 10 minutos. Se nada surtiu efeito: balão detamponamento intrauterino, suturas hemostáticas, compressivas e/ou vasculares. TECIDO: retenção placentária; 1. ÓCITÓCITO INJETADO NO CORDÃO UMBILICAL - Solução com 20 UI ocitócito em 20ml de soro fisiológico (SF) 0,9%; 2. EXTRAÇÃO MANUAL PLACENTA; 3. CURETAGEM; 4. Placenta acreta? Persiste a complicação? Histerectomia OU Cesariana eletiva. TRAJETO: revisar o canal de parto; 1. Suturar as lacerações; 2. Avaliar hematomas; 3. Avaliar se há inversão uterina: manobra de Taxe; 4. Avaliar se há rotura uterina: laparotomia. TROMBINA: 1. Avaliar se há sangramento excessivo com plaquetopenia, TAP, TTPA e fibrinogênio alterados; 2. Avaliar histórico de uso de anticoagulantes; 4 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 3. Tratamento específico: transfusão de hemoderivados; Concentrado de hemácias, Plaquetas, Plasma Fresco, Crioprecipitado, Fator VIIa; 4. Tratamento adjuvante: Balão tamponamento intrauterino; Histerectomia. Vacinação As vacinas da influenza e dTpa podem ser administradas se não tiverem sido administradas durante a gestação. A vacina contra hepatite B deverá ser oferecida caso a paciente não tenha completado o esquema de 3 doses. A vacina da dengue é contraindicada na gestação e no puerpério; Vacinas contra varicela, HPV e SCR são contraindicadas na gestação, mas podem ser administradas no puerpério e lactação. A imunização contra SARS-CoV-2 está indicada para todas as gestantes e puérperas. Nos casos de puérperas com tipo sanguíneo Rh negativo e recém-nascido Rh positivo, estas devem receber imunoglobina anti-D até três dias após o parto, antes da alta hospitalar. Realizar suplementação de ferro com sulfato ferroso – incluir 40mg de ferro livre adicionais. Aspecto Emocional Podem haver transtornos depressivos, ansiosos, estresse pós-traumático, psicose pós- parto, transtorno de pânico e fobias. Blues puerperal: alterações transitórias do humor, consistentes com um quadro leve de depressão, no qual se observa tristeza, ansiedade, insônia, irritabilidade e alterações cognitivas, que podem surgir do terceiro ao 10º dia após o parto e são decorrentes de alterações hormonais. OBS.: se após os 10 primeiros dias pós gestação a genitora permanecer com os sintomas depressivos, investigar a fundo e realizar o diagnóstico diferencial!! O blues puerperal só deve durar os 10 primeiros dias pós-parto!!! Amamentação É um importante fortalecedor do vínculo mãe e filho. Também atua na promoção da imunidade da criança: há a passagem de imunoglobulinas maternas pelo leite e interferência na constituição do microbioma intestinal. 5 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Para a mulher, amamentar ainda estimula a contratilidade uterina no puerpério imediato e recente, atua no bloqueio do eixo hipotalâmico- hipofisário-ovariano diminuindo as chances de uma nova gravidez nesse período. Nos primeiros três dias após o parto, as mamas produzem colostro, um líquido rico em proteínas e imunoglobulinas. Após esse período, com a apojadura do leite, as mamas passam a produzir leite maduro, com alto teor de macronutrientes, como carboidratos e lipídios, além de proteínas e todas as vitaminas necessárias para o recém-nascido, com exceção da vitamina K. Os tipos de amamentação são: EXCLUSIVO: só leite da mãe até 6 meses; PREDOMINANTE: leite + outros líquidos; COMPLEMENTADO: COM sólidos MISTO OU PARCIAL: leite materno + outros leites Pontos importantes para posicionamento e pega adequada na amamentação: Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo Corpo do bebê próximo ao da mãe Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido) Bebê bem apoiado Mais aréola visível acima da boca do bebê que abaixo Boca bem aberta Lábio inferior virado para fora Queixo tocando a mama A lactante deve segurar a mama apoiando os quatro dedos da mão na base da mesma e o polegar acima do mamilo, formando um “C”. Lembrar de oferecer sempre a segunda mama da última mamada para garantir o esvaziamento adequado de ambas. O aleitamento deve ser iniciado o quanto antes, de preferência nos primeiros 40 minutos pós-parto. A amamentação deve ser de livre demanda, sem duração ou frequência estabelecidas, de acordo com a necessidade do lactente. Fissuras Mamilares Fissuras e escoriações são comuns durante o processo de amamentação. No caso de dor e/ou lesões mamilares devemos orientar a mãe a iniciar a mamada do lado menos afetado, ordenhar o próprio leite no mamilo, pois possuem propriedades anti-infecciosas, prescrever analgésicos e anti-inflamatórios se necessário, bem como uso de cremes que auxiliem a cicatrização. Infecções Puerperais É um termo genérico que representa qualquer infecção bacteriana do trato genital feminino associada à temperatura de pelo menos 38°C, durante dois dias consecutivos, em pelo menos quatro tomadas diárias (por via oral ou termômetro infravermelho) nos 10 dias iniciais de pós-parto, excluídas as primeiras 24 horas. 6 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Os principais sítios de infecções puerperais são: mastite, endometrite, infecção de foco da cesariana, infecção da episiotomia/ lacerações, infecção urinária, pneumonia puerperal. Mastites É um processo inflamatório das mamas. O principal fator de risco é o ingurgitamento mamário. O diagnóstico de mastite é clínico, apresentando hiperemia, dor, edema e espessamento da pele, em geral bem delimitado, localizado e unilateral. Nos casos de mastite intersticial, a porta de entrada são soluções de continuidade da pele das mamas ou mamilos e os principais agentes são as bactérias que habitam a pele como o Staphylococcus aureus. Esse último tipo de mastite apresenta quadro clínico mais exuberante nas camadas mais superficiais da pele e é muito mais comum. O tratamento é realizado ambulatorialmente, na maioria dos casos, e é constituído de esvaziamento sistemático das mamas, e antibioticoterapia oral. O aleitamento materno deve ser mantido, exceto nos casos de saída de pus pelo mamilo. O objetivo é que a terapia antibiótica seja de amplo espectro, erradicando especialmente o Staphylococcus aureus, mas também bactérias Gram negativas, aeróbicas e anaeróbios. Drenagem cirúrgica e remoção de áreas necróticas estão indicadas nos quadros mais extensos, sendo recomendada colocação de dreno por período de pelo menos 24 horas. 7 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! A suspeita de abscesso existe quando se encontra pontos de flutuação à palpação da lesão. Nesses casos, a ultrassonografia será de grande importância. O esvaziamento do abscesso tem por objetivo obter material para bacterioscopia e cultura, além de proporcionar alívio da dor e maior eficácia do tratamento com antibióticos. Resumindo. . . Tratamento: esvaziamento regular da mama, orientação sobre a amamentação, antibioticoterapia, analgésicos e drenagem de abcesso, se presente. Esquemas preferenciais: 1. Sem necessidade de drenagem: Amoxicilina/Clavulanato 500mg/125mg de 8/8h por 7 dias ou Clindamicina 300mg de 6/6h por 7 dias 2. Com necessidade de drenagem ou internação: Oxacilina 2g, EV, de 4/4h por pelo menos 72h afebril, alta com Amoxicilina/Clavulanato por 7 dias. Candidíase Mamária Acandidíase pode acometer os mamilos e os ductos lactíferos. Pode coexistir com candidíase vaginal. A paciente geralmente refere dor, prurido e fisgadas nos mamilos e no interior das mamas, principalmente durante as mamadas. O mamilo e aréola podem ficar vermelhos e brilhantes. O lactante pode desenvolver monilíase oral e assaduras. O tratamento deve ser simultâneo em mãe e filho, utilizando-se antifúngicos tópicos (nistatina, miconazol, clotrimazol, cetoconazol) após cada mamada, por duas semanas. QUANDO SUSPENDER A LACTAÇÃO? CA de mama; HIV+; HTLV1+; Usuária de drogas como: cocaína, heroína, maconha, LSD, heroína, ópio; Quimioterapia oncológica; Mulheres submetidas à radiofármacos; As contraindicações neonatais são: Galactosemia; Fenilcetonúria; Intolerância à glicose; Malformações fetais (orofaringe, esôfago, traqueia); Enfermidades graves (cardiopatia, pneumonia, hiperbilirrubinemia); Intolerância a algum componente do leite. SE PREENCHIDO ALGUM DOS CRITÉRIOS DE SUSPENSÃO DA AMAMENTAÇÃO, COMO PROCEDER? Cabergolina: 2 comprimidos de 0,5 mg em dose única ou meio comprimido (0,25 mg) a cada 12 horas por dois dias; Bromocriptina: 1 comprimido (2,5 mg) ao dia, por duas semanas ou meio 8 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! comprimido a cada 12 horas, por duas semanas. As contraindicações a estas medicações, inibidoras da síntese de prolactina são: pré-eclâmpsia, hipertensão arterial ou sensibilidade aos componentes da fórmula. Além de, obviamente, interromper os estímulos nas mamas e mamilos, pode-se recorrer ao enfaixamento mamário. ITU São fatores de risco para infecção urinária puerperal a sondagem vesical, cesariana ou parto operatório, anestesia peridural e IMC elevado. Os agentes etiológicos mais comuns são: Escherichia coli, Klebsiella sp, Proteus sp. O quadro clínico cursa com disúria, polaciúria, mudanças no aspecto da urina. O primeiro sinal de infecção renal pode ser febre, seguido por dor no ângulo costovertebral, náuseas e vômitos. O esquema terapêutico inclui: 1. ITU baixa: Nitrofurantoína 100 mg de 6 em 6 horas por cinco a sete dias, ou Sulfametazol-trimetropima 800 mg/160mg de 12 em 12 horas por cinco dias. Para pacientes com condições de comprar a medicação: Fosfomicina 1 sachê VO e repetir outro sachê em 48 h. 2. Pielonefrite aguda no puerpério: O tratamento inicial deve ser intravenoso e durar por 72 horas após a paciente não ter mais febre. As drogas empregadas são: Ceftriaxona 2g ou um aminoglicosídeo (gentamicina, 3-5mg/kg), ambos em dose única por dia. Endometrite Puerperal Refere-se à infecção da decídua (endométrio gestacional). Endometrite puerperal é a infecção do trato genital ocorrendo em qualquer momento entre o início da ruptura das membranas ou o parto até o 42º dia pós-parto, em que a febre e um ou mais dos seguintes sintomas estão presentes: Dor pélvica; Secreção vaginal anormal; Odor anormal dos lóquios; Atraso na redução do tamanho do útero; Os calafrios que acompanham a febre sugerem bacteremia ou endotoxemia. Tratamento: Gentamicina 3-5 mg/kg, IV, dose única diária, associada à clindamicina 600 mg, IV, de 6 em 6 horas. Manter por 72h afebril. Alta com: Amoxicilina/Clavulanato 500mg/125mg de 8/8h por 7 dias. Contracepção em Mulheres Lactantes Durante as seis primeiras semanas pós- parto, o processo de involução uterina, de cicatrização do colo uterino e de reconstituição do canal cervical precisam ser completados para garantir a boa saúde materna, evitando infecções ou complicações. Por esse motivo, orienta-se a abstinência sexual nesse período. Durante a lactação ocorre inibição do eixo hipotalâmico- hipofisário-ovariano, o que reflete na inibição da ovulação. Métodos não hormonais: LAM: é o método contraceptivo mais natural em mulheres que amamentam de forma exclusiva. Para garantir sua eficácia é necessário que a amamentação materna seja exclusiva, outros líquidos devem ocupar no máximo 10% das mamadas. A eficácia do método é de 95% nos primeiros 3 meses e 85% até os 6 meses OU até a primeira menstruação; Métodos de barreira: é o outro método contraceptivo que não tem interferência 9 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! hormonal e oferece boa margem de segurança. O mais utilizado é a camisinha masculina; DIU de cobre: está entre os métodos contraceptivos não hormonais mais escolhidos entre as puérperas. O DIU pode ser inserido no período que vai do pós- parto imediato até 48 horas pós-parto — mesma internação. Outra opção é a inserção do DIU a partir de quatro semanas após o parto, quando as taxas de expulsão são bem menores. Métodos hormonais: Pílulas de progestogênio: uso diário e contínuo, ingerido uma vez ao dia em horário de preferência. Não deve ser indicado para pacientes com história atual ou pregressa de câncer de mama, tumores hepáticos e doença cardiovascular estabelecida com evento prévio. Pode ocorrer sangramentos de escape - spottings; Injetável trimestral: composto de medroxiprogesterona, 150 mg, uma aplicação a cada três meses. Pode ser iniciado a partir da sexta semana pós- parto. Podem haver sangramentos de escape – spottings. As contraindicações para seu uso incluem as mesmas para as pílulas com base em progestogênios, acrescido de diabetes mellitus, hipertensão arterial, história atual ou prévia de tromboembolismo; ACO combinados: em geral não são recomendados a mulheres que estão amamentando. Está indicado apenas para mulheres que não estão amamentando a partir de seis semanas pós-parto OU após o 6 mês pós-parto. Há ainda a esterilização voluntária: a laqueadura tubária! A esterilização só pode ser voluntária, cabendo somente ao indivíduo que será submetido ao procedimento o poder de escolha e decisão respeitando o tempo de 60 dias entre a vontade e o procedimento, pelo menos 2 filhos vivos ou idade maior que 25 anos. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo: Assistência ao Puerpério. UFTM, SUS, 2021. LIMA, Mariana Luisa Vieira; SAPIENZA, Andréia David. Capítulo de livro – PUERPÉRIO.
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