Buscar

Trabalho de Atencao e Memoria

Prévia do material em texto

Fernando Francisco Martins
Tema: Atenção e Memória 
· Tipos e Níveis de Atenção 
· Determinantes Atenção 
· Alteração da Memória 
Licenciatura em Psicologia
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE
Pemba, Fevereiro de 2021
Fernando Francisco Martins
Tema: Atenção e Memória 
· Tipos e Níveis de Atenção 
· Determinantes Atenção 
· Alteração da Memória 
 
Licenciatura em Psicologia
Trabalho a ser apresentado ao Instituto Superior de Ciências e Tecnologia Alberto Chipande, na Faculdade de Ciências Políticas e Sociais como requisito para avaliação na cadeira de Psicopatologia do Ciclo Vital I.
Docente
Msc Viaze Maera 
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE
Pemba, Fevereiro de 2021
Índice
CAPITULO I - INTRODUÇÃO	1
1.1. Contextualização	2
1.2. Objectivos	3
1.2.1. Objectivo Geral	3
1.2.2. Objectivos Específicos……………………………………..……………………………3
1.3. Metodologia	3
CAPITULO II - REVISÃO DA LITERATURA OU REFERENCIAL TEÓRICO	4
2. Conceitos básicos	4 - 5
2.1. Tipos de Atenção	6 - 7
2.1.1. Determinantes de Atenção	.....................8
2.2. Alteração da Memória	8
2.2.1. Alterações Quantitativas	8
2.2.1.1. Tipos de Amnésia	9
2.2.2. Alterações Qualitativas…….............................................................................................9
CAPITULO III - CONCLUSÃO E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................10
3.1. Conclusão	10
3.2. Referências Bibliográficas	11
CAPITULO I – INTRODUÇÃO 
O presente trabalho aborda acerca da atenção e a memória, atenção diz respeito à capacidade que um indivíduo tem de responder a um determinado estímulo, focalizando-se apenas nele em detrimento de outros estímulos presentes (Lima, 2005). Já a memória diz respeito à função mental que permite ao indivíduo registar, codificar, consolidar, reter, armazenar, recuperar e evocar informação previamente armazenada (Portellano, 2005). Só é possível existir aprendizagem devido à existência da memória, pois este possibilita o armazenamento e integração dos novos dados provenientes da informação recebida (Manning, 2005). Estas duas importantes funções executivas humanas encontram-se seriamente comprometidas nas crianças e jovens, sendo que para estes indivíduos, manter o foco de atenção numa determinada tarefa, por exemplo, é algo extremamente complicado, passando de tarefas inacabadas para outras tarefas e a sua memória a curto prazo também pode encontrar-se seriamente comprometida, sendo, na maior parte das vezes, incapazes de repetir o que lhes foi dito.
Contextualização
Prestar atenção em algo significa dar foco a determinados aspectos e, ao mesmo tempo, eliminar (ou ignorar) vários outros que estão ao redor. Kandel (2009, p.339) afirma que “a atenção é como um filtro”, a partir do qual alguns itens ganham maior destaque, em detrimento de outros: A todo momento, os animais são inundados por um vasto número de estímulos sensoriais e, apesar disso, eles prestam atenção a apenas um estímulo ou a um número muito reduzido dele, ignorando ou suprimindo os demais. A capacidade do cérebro de processar a informação sensorial é mais limitada do que a capacidade de seus receptores para mensurar o ambiente. A atenção, portanto, funciona como um filtro, selecionando alguns objetos para processamento adicional. [...] Em nossa experiência momentânea nos concentramos em informações sensoriais específicas e excluímos (mais ou menos) as demais (KANDEL, 2009, p.339).
Myers (2012, p.68) afirma que atenção é um feixe de luz: “Por meio da atenção selectiva, sua atenção consciente focaliza, como um feixe de luz, apenas um aspecto muito limitado de tudo aquilo que você vivencia”.
Todo mundo sabe o que é a atenção. É a tomada de posse pela mente de forma clara e vívida, de um entre os muitos objectos ou cadeias de pensamento simultaneamente possíveis. A focalização, a concentração da consciência, fazem parte da sua essência. Ela implica o afastamento de algumas coisas de modo a que se possa lidar efetivamente com outras (JAMES apud KANDEL, 2009, p.340).
O que memorizamos de nosso encontro com determinado objecto não é só sua estrutura visual mapeada nas imagens ópticas da retina. Os aspectos a seguir também são necessários: primeiro, os padrões sensitivo-motores associados à visão do objecto (como os movimentos dos olhos e pescoço ou o movimento do corpo inteiro, quando for o caso); segundo, o padrão sensitivo-motor associado a tocar e manipular o objecto (se for o caso); terceiro, o padrão sensitivo-motor resultante da evocação de memórias previamente adquiridas relacionadas ao objecto; quarto, os padrões sensitivo-motores relacionados ao desencadeamento de emoções e sentimentos associados ao objecto (DAMÁSIO, 2011, p.169).
Myers (2012, p.249) define memória como “a aprendizagem que persiste através do tempo, informações que foram armazenadas e que podem ser recuperadas”. Brandão (1995, apud PÉREZ-NEBRA; SANTANA, 2008) complementa que acumulamos experiência para que esta possa ser utilizada durante nossa vida, promovendo o significado dos factos do quotidiano por meio da aprendizagem e da memória.
1.2. Objectivos 
1.2.1. Objectivo Geral
· Identificar os tipos de atenção e alteração da memória.
1.2.2. Objectivos Específicos 
· Descrever os tipos e níveis de atenção,
· Identificar os determinantes atenção 
· Descrever a alteração da memória 
1.3. Metodologia 
Para FERRER (2012:24) ʺna metodologia é onde o pesquisador faz opção pela modalidade da pesquisa mais adequada à consecução de seus objectivos e indica os meios (métodos e procedimentos) que poderá adoptar para operar com o seu objecto. ʺ
O método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se devem empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa. Os métodos que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico (Lakatos e Marconi, 1991).
A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes electrónicas, isto é, material acessível ao público em geral (VERGARA, 2006, p. 48).
Para a realização da presente pesquisa foi usada a seguinte técnica de recolha de dados:
Técnica Documental: esta técnica consiste na recolha de dados sobre o tema de pesquisa. Para Lakatos e Marconi (1991:29), esta técnica consiste na recolha e revisão das fontes primárias e secundárias. A técnica ajudou a fazer a busca e a selecção de fontes secundárias que tornaram possível o desenvolvimento do trabalho tais como: obras, revistas e artigos científicos que versam sobre a atenção e a memória.
CAPITULO II - REVISÃO DA LITERATURA OU REFERENCIAL TEÓRICO 
2. Conceitos básicos 
A atenção está relacionada com o aprendizado que o indivíduo tem ao longo da vida. Segundo (FONSECA, 2011) a atenção exige concentração e esforço mental para a manutenção deste estado para poder ignorar estímulos externos. Outros autores também dão o conceito sobre a atenção. Para (LURIA, 1981) a atenção é um processo mental que possui um grau de direção e de seletividade, responsável pela escolha de elementos importantes para a atividade mental, permite a receptividade de estímulos internos e externos. 
Á atenção atua no aprendizado através do processamento de informações, no exato momento em que as informações captadas sensorialmente, são transmitidas para a memória de curta duração, neste ponto quando essa informação recebe uma atenção, passa para a memória de longo prazo, na qual fica armazenada e consolidando o aprendizado (SPRINTHALL e SPRINTHALL, 1993).
Atenção é o processo que controla o fluxo do processamento de informações (KAPLAN, 1999).
Segundo MATTOS (2000), o que se entende por atenção na verdade é umconjunto de mecanismos hipotéticos interligados. A atenção interfere comos processos de sensopercepção e também com a memória. Os limites do que se denomina “atenção” se confundem com os conceitos de consciência, motivação, interesse e afeto. A atenção seriaa capacidade de selecionar e manter o controle sobre a entrada de informações externas necessárias numdado momento. A atenção também diz respeito ao controle de informações geradas internamente. Sem esta capacidade de “seleção”, a quantidade de informações externas e/ou internas seria enorme, a tal ponto de inviabilizar qualquer atividade mental.
A atenção se define como a capacidade para selecionar do ambiente a informação necessária para realizar um adequado processo perceptivo e inclui a capacidade para centrar, fixar, manter o trocar o foco de atenção, de acordo com as circunstâncias afetivas ou ambientais (TÉLLEZ-VARGAS, 2001).
Segundo LENT (2001), a atenção tem dois aspectos principais: (1) a criação de um estado geral de sensibilização, conhecido atualmente como alerta, e (2) a focalização desse estado de sensibilização sobre certos processos mentais e neurobiológicos – a atenção propriamente dita.
Segundo GIL (2002), a atenção está na origem do conhecimento e da ação. A condição básica para se fazer uso da atenção é a vigília, subentendida no sistema ativador reticular ascendente que, graças às relações com os núcleos intralaminares do tálamo, exerce uma influência excitadora em todo o cérebro e, sobretudo, no córtex cerebral. Portanto, a reação de vigília está na base dos processos de atenção que permitem ao organismo executar uma reação de orientação em vista de estímulos recebidos. Nessa reação de orientação intervêm a amígdala, o hipocampo e o lobo frontal: essa vigília põe o cérebro em condições ideais para tratar a informação.
A Memória é a retenção da informação aprendida. Aprendemos e lembramos de muitas coisas e é importante notar que essas várias coisas podem não ser processadas ou armazenadas pela mesma maquinaria neural. Não existe uma estrutura ou mecanismo cerebral que, sozinhos, sejam encarregados de todo o aprendizado. Além disto, a forma como determinado tipo de informação é armazenado pode mudar com o tempo (BEAR, 2002).
Para Gil (2002), a memória é múltipla, e a ação da mesma supõe: a recepção, a seleção (consciente ou inconsciente) e, de um modo mais geral, o tratamento de informações recebidas pelos órgãos dos sentidos; a codificação e a estocagem dessas informações sob a forma de “engramas” que seriam, no seio do conjunto de neurônios, as redes que representam o suporte das informações estocadas; e a capacidade de acesso a essas informações.
Para LENT (2001), o primeiro dos processos mnemônicos é a aquisição, que consiste na entrada de um evento qualquer nos sistemas neurais ligados à memória. Durante a aquisição ocorre uma selecção: como os eventos são geralmente múltiplos e complexos, os sistemas de memória só permitem a aquisição de alguns aspectos mais relevantes para a cognição, mais marcantes para a emoção, mais focalizados pela nossa atenção, mais forte sensorialmente, ou simplesmente priorizados por critérios desconhecidos. Após a aquisição dos aspectos selecionados de um evento, estes são armazenados por algum tempo: às vezes por muitos anos, às vezes não mais que alguns segundos. Esse é o processo de retenção da memória, durante o qual os aspectos selecionados de cada evento ficam, de algum modo, disponíveis para ser lembrados. Com o passar do tempo, alguns destes aspectos ou mesmo todos eles podemdesaparecerda memória: é o esquecimento.
2.1. Tipos de atenção
Existem quatro tipos de atenção reconhecidos, uns classificados quanto aos mecanismos utilizados pelos indivíduos e outros classificados quanto ao nível de controlo. 
Atenção selectiva: Este tipo de atenção diz respeito à capacidade que um indivíduo tem para dar resposta a questões específicas que exigem toda a focalização e concentração de forma a alcançar certos objectivos, abandonando o foco em tarefas que não são necessárias para a realização do objectivo pretendido.
Atenção sustentada, que consiste na atenção que é dada quando uma pessoa precisa de se manter consciente sobre os requisitos para realizar determinada actividade e para a realizar por um longo período de tempo.
Atenção dividida, como o nome indica, refere-se à capacidade de uma pessoa para atender a pelo menos dois estímulos simultaneamente.
Atenção flutuante, foi desenvolvida por Freud (1912/1969) (Fernàndez, 2001). Resumidamente este tipo de atenção vai fazer com que o indivíduo consiga atender várias situações ao mesmo tempo, sendo por isso um estado artificial de atenção que é cultivado devido à necessidade sentida no momento.
Além desta divisão pode-se ainda considerar os seguintes tipos de atenção: atenção voluntária e a atenção involuntária (Lima, 2005). 
A atenção voluntária, envolve uma selecção deliberada e consciente do indivíduo numa determinada acção, estando por isso, directamente relacionada com as expectativas, motivações e interesses deste. Este tipo de atenção é mediado por um controlo do processamento de informações, no qual são desencadeados efeitos facilitadores para desempenhar a tarefa com interesse, sendo acompanhados por efeitos inibidores sobre outras tarefas que possam interferir na tarefa principal (Lima, 2005).
A atenção involuntária, diz respeito à que é despertada devido às características peculiares de determinados estímulos, ou seja, acontecem quando ocorrem eventos inesperados no ambiente onde o indivíduo se encontra inserido. Este tipo de atenção vai ser mediado pelo processamento automático das informações não requerendo assim o controlo consciente do indivíduo (Lima, 2005).
Vários autores têm descrito a variável atenção como um processo cognitivo básico no que respeita ao processamento de informação, tendo uma importante função para a análise e exploração do ambiente em que o indivíduo se encontra inserido, uma vez que vai permitir a manutenção do foco no que respeita à utilização dos recursos cognitivos e também percetivos em determinado estímulo, ou seja, vai permitir selecionar diferentes estímulos presentes no ambiente circundante, determinando quais são os relevantes de entre todos aqueles que são recebidos (Das, 2002; Ramalho, 2009).
A atenção está estreitamente relacionada com a perceção devido ao facto de o ser humano possuir limitações no que respeita à capacidade de processamento de informações, ou seja, o ser humano não é capaz de perceber tudo o que lhe rodeia, sendo que assim selecionamos alguns estímulos para ser processados, ignorando assim outros (Nuñez-Pérez, González-Pienda, Martín & Sierra, 2002).
Relativamente à atenção contínua, destacam-se os contributos de autores como Levitt e Johnston (2001), que referem que este tipo de atenção diz respeito à capacidade para se conseguir manter a atenção quando se está perante estímulos muito extensos no que concerne ao tempo, sendo assim a actividade que vai acionar os mecanismos através dos quais o sujeito é capaz de manter o foco de atenção e também permanecer em alerta perante a presença de alguns estímulos durante esse longo período de tempo.
A atenção pode ser influenciada pelo contexto em que o indivíduo está inserido, pelas caraterísticas dos estímulos, pelas expetativas, pela motivação, pela relevância da tarefa desempenhada, pelo estado emocional e pelas experiências anteriores (Davidoff, 1983; Cortese et al., 1999).
De acordo com Cortese e colaboradores (1999), os factores seguintes estão presentes em todas as modalidades de testes de atenção: 
a) vigilância: capacidade de selecionar e focar os estímulos; 
b) amplitude: quantidade de estímulos que deverão ser processados na realização do teste; 
c) tracking: rastreio do material em foco envolvendo processos de memória de curta duração; d) tempo de reacção: tempo necessário para a realização da tarefa e 
e) alternância: flexibilidade e velocidade no deslocamento da atenção de um foco para outro.
James (1997, cit. in Lima, 2005) refere três importantes caraterísticas da atenção: 
1) A possibilidade de se exercer um controlo voluntário da atenção; 
2) A incapacidade em atender vários estímulos ao mesmo tempo, ou seja, existe um carácter selectivo e também uma focalização; 
3)A capacidade limitada do processamento atencional.
2.1.1. Determinantes de atenção
Os psicólogos estabelecem dois tipos de determinantes da atenção: 
Determinantes internos - aqueles que são próprios do indivíduo e que dependem dele;
Determinantes externos - que resultam do meio que o rodeia.
Nos determinantes internos, podemos mencionar o estado orgânico (as pulsões que a pessoa sente ser estimulada), os interesses (relacionado com aquilo que atrai a pessoa. Por exemplo: um adepto de desporto irá prestar muita atenção/dar muito valor a um jogo de futebol), a sugestão social e os cursos do pensamento.
Nos determinantes externos, destacaremos a potência do estímulo (por exemplo, um som alto), a modificação (uma alteração no campo de percepção), o tamanho (uma imagem imponente), a repetição (um estímulo débil que ganha força/intensidade ao ser repetido de forma constante), o movimento (um deslocamento que dá origem a uma reacção), o contraste (um estímulo que contrasta com o meio envolvente) e a organização estrutural.
Voltando a falar no âmbito da psicologia, a atenção é estudada pela psicologia cognitiva que refere-se ao modo como o ser humano processa as informações que estão inseridas activamente em nosso ambiente específico.
Um exemplo seria uma pessoa que esteja lendo uma revista ou um livro e várias coisas estão acontecendo ao seu redor, tais como o movimento da mão ao passar a página do livro, os seus pés no chão, uma pessoa caminhando por perto, entre outras.
Conseguimos nos manter concentrados na leitura e, ao mesmo tempo, experimentar essas sensações. E isso é possível por meio da atenção. 
2.2. Alteração da memória
As alterações da memória podem ser classificadas em quantitativas e qualitativas; 
2.2.1. Alterações Quantitativas: 
Hipermnésia: quando se evocam lembranças casuais com mais vivacidade e exactidão que ordinariamente, ou quando se recordam particularidades que comummente não surgem. Na hipermnésia não existe, na realidade, aumento da memória; verifica-se, apenas, maior facilidade na evocação, limitada habitualmente a períodos específicos, a eventualidades específicas ou a experiencias realizadas com afectos particularmente intensos. 
Hipomnesia: é a diminuição do número de lembranças evocáveis na unidade de tempo. 
Amnésia: é a desaparição completa das representações mnêmicas correspondentes a um determinado tempo da vida do indivíduo.
2.2.1.1. Tipos de Amnésia 
Amnésia anterógrada: refere aos factos transcorridos depois da causa determinante do distúrbio, como sinónimo de perturbação da fixação. 
Amnésia retrógrada: refere-se à perda da memória dos factos ocorridos antes de um insulto cerebral (traumatismos cranianos, apoplexia, ictus paralítico, eclâmpsia, tentativas de enforcamento, intoxicação por oxido de carbono, embriagues grave) e que se estende a dias ou semanas para trás da lesão. 
Amnésia retroanterógrada ou total: É a que se refere aos factos ocorridos antes e depois da causa determinante. Trata-se de uma alteração simultânea da fixação e da evocação. 
Amnésia transitória: caracteriza-se pela incapacidade de fixar os acontecimentos recentes. Os pacientes conservam a capacidade de evocação, porém revelam transtornos da orientação têmporo- espacial, fabulações e preservação. 
Amnésia lacunar: observa-se, em geral, nos casos de traumatismos crânio-encefálicos. Os casos mais típicos e mais comuns de amnésia lacunar encontram-se na epilepsia, especialmente nos acessos tónico-clônicos e nas ausências. 
2.2.2. Alterações Qualitativas: 
Ilusões mnêmicas: são constituídas pela formação das lembranças em virtude do acréscimo de elementos falsos ao núcleo da imagem mnêmica, razão pela qual esta adquire o carácter de lembrança fictícia. 
Alucinações mnêmicas: são criações imaginativas com aparência e reminiscências, que não correspondem a nenhuma imagem de épocas passadas. 
Fabulações: consistem no relato de coisas fantásticas que, na realidade, nunca aconteceram. Em grande parte, resultam de uma alteração da fixação e de uma incapacidade para reconhecer como falsas as imagens produzidas pela fantasia.
Fenómeno do já visto: consiste no facto do indivíduo ter a impressão de que a vivência actual já foi experimentada no passado. 
Criptomnesia: é um falseamento da memória em virtude do qual as lembranças perdem as suas qualidades e aparecem ao paciente como factos novos. 
Ecmnesia: consiste na revivescência muito intensa, às vezes de duração breve de lembranças anteriores que pareciam esquecidas.
CAPITULO III - CONCLUSÃO E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
3.1. Conclusão 
Neste trabalho aborda-se da atenção e a memória, conclui-se que, a atenção, nesse sentido, é quando a mente apodera-se de um entre os tantos elementos de pensamentos presentes num ambiente. Ou seja, removem-se alguns elementos para se focar em outros. A atenção também é indispensável para qualquer trabalho. Desde os trabalhos de escritório onde necessitamos ler e preencher documentos, passando pelos controladores aéreos, desportistas, caixa de supermercado, transportadores, médicos, varredores, até grandes executivos. Todas as profissões requerem o uso de vários tipos de memória.
No nosso dia-a-dia também aplicamos constantemente a atenção. Desde que nos levantamos até que voltamos a dormir, usamos os diferentes tipos de atenção para ser eficazes. A falta de atenção pode fazer com que confundamos e tiremos a colher no lixo e o como do yogurt no lava-loiças. Para evitar isto, para ler um livro, ver um filme, fazer a comida, limpar-nos ou ir ter com os nossos amigo, necessitamos a atenção.
Didaticamente, a actividade da memória é dividida em três fases: fixação (ou aquisição, ou codificação), conservação (ou retenção, ou armazenamento) e evocação (ou rememoração, ou recuperação), sem a memória não saberiamos quem somos nem conseguiriamos resolver desde problemas simples aos mais complexos. A memória é compreendida como um conjunto de sistemas que permite conter informação de forma perpétua ou mais esporádica, que utilizamos no nosso dia-a-dia, e também define o nosso comportamento e conduta.
3.2. Referências Bibliográficas 
1. BEAR, MARK F. Neurociências: desenvolvendo o sistema nervoso -2.ed. - Porto Alegre: Artmed, 2002.
2. DAMÁSIO, A.R. E o cérebro criou o homem. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
3. FERNÀNDEZ, A. A sociedade hipercinética e desatenta medica o que produz. Porto Alegre: Artes Médicas. 2001.
4. GIL, ROGER. Elementos de uma propedêutica de neuropsicologia. In: _______. Neuropsicologia. São Paulo: Santos Livraria Editora Ltda., 2002.
5. KANDEL, E. R. Em busca da memória. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 
6. LENT, ROBERTO. Cem Bilhões de Neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001.
7. LEVITT, T. & JOHNSTONE, B. The assessment and rehabilitation of attention disorders. In B. Jonhstone & M. Stonnington (Eds.). Rehabilitation ofNeuropsychological disorders: a practical guide for rehabilitation professionals Philadelphia: Psychology Press. 2001. pp. 27-52.
8. LIMA, R. Compreendendo os mecanismos atencionais. Ciências & Cognição, 2005. pp6, 113-122.
9. LUCAS, J. A. (2002). Memory, overview. In V. S. Ramachandran (Ed.), Encyclopedia of the Human Brain. San Dirego, CA: Academic Press
10. LURIA AR. Fundamentos de Neuropsicologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; São Paulo: Editora da USP, 1981.
11. MANNING, L. A neuropsicologia clínica: uma abordagem cognitiva. Lisboa: Instituto Piaget. 2005.
12. MATTOS, PAULO. Documed Neuropsicologia - Rio de Janeiro: Editora Científica Nacional Ltda 1993; 3(1): pp 1-5
13. MYERS, David G. Psicologia. 9ª ed. São Paulo: LTC, 2012.
14. PORTELLANO, J. Introducción a la neuropsicologia. Madrid: McGraw-Hill. 2005
15. SPRINTHALL, N.A; SPRINTHALL, R.C. Psicologia Educacional uma abordagem desenvolvimentista. Portugal: MC Graw Hill, 1993
16. TÉLLEZ-VARGAS, JORGE. Dimensiones clínicas y cognitivas de la esquizofrenia. In: TÉLLEZ-VARGAS, JORGE; MATO ANDREA LÓPEZ (comp.). Aspectos neurocognitivos de la esquizofrenia,Bogotá: Nuevo Milenio Edtores, 2001.
1

Continue navegando