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414090002-ATENCAO-E-INTELIGENCIA-ALESSANDRA-pdf

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BASES NEUROBIOLÓGICAS DA APRENDIZAGEM:
 Atenção e Inteligência
 Alessandra Maria de Lima1
 RESUMO
O ato de aprender conta com vários fatores cognitivos com o intuito de cristalizar as
informações colhidas pelo cérebro, isto é, é utilizado um conjunto de ferramentas que
possibilitam usar os nossos recursos cognitivos ativos para atender diligentemente aos
estímulos que interessam, para um resgate de informações importantes na memória
posteriormente. Dentre eles, destacamos a Atenção e a Inteligência. Um das problemáticas
enfrentadas por professores em sala de aula, com relação a Atenção é o TDA(H) (com ou sem
‘H’ – Hiperatividade -, fator que causa ao adoecido uma série de constrangimentos e,
enquanto aluno, também é responsável por evasão escolar, entre outros. O presente artigo,
explanará acerca desses dois elementos (utilizando o exemplo do TDA(H) para ilustrar o que
faz a desatenção), e seu funcionamento dentro do contexto ensino-aprendizagem de maneira
geral, uma vez que, o cérebro está em uma constante assimilação de informações, bem como,
explanar também acerca do contexto social, onde também ocorre o “aprender” de maneira
livre, isto é, de forma não acadêmica.
Palavras-chave: Atenção; Inteligência; Aprendizagem.
 ABSTRACT
The act of learning counts on several cognitive factors in order to crystallize the information
collected by the brain, that is, a set of tools are used that allow us to use our active cognitive
resources to diligently attend to the stimuli that interest, for a rescue of information memory.
Among them, we highlight the Attention and the Intelligence. One of the problems faced by
teachers in the classroom in relation to Attention is ADD(H) (with or without 'H' -
Hyperactivity), a factor that causes the patient to suffer a series of constraints and, as a
student, is also responsible for (using the example of ADD(H) to illustrate what makes
inattention), and its functioning within the teaching-learning context in general, since, the
brain is in a constant assimilation of information, as well as explaining also about the social
context, where it also occurs to "learn" in a free way, that is, in a non-academic way.
Keywords: Attention; Intelligence; Learning.
1
 Graduada em Pedagogia pela Universidade Paulista;
Aluna de Pós-Graduação em Neuropsicopedagogia.
E-mail: allellima13@hotmail.com
�INTRODUÇÃO
ATENÇÃO
 Atenção é o fenômeno pelo qual processamos ativamente uma quantidade limitada de
informações do enorme montante de informações disponíveis através de nossos sentidos, de
nossas memórias armazenadas e de outros processos cognitivos, obscurecendo as luzes sobre
muitos estímulos externos (sensações) e internos (pensamentos e memórias), podemos realçar
os estímulos que nos interessam.
 Atenção – abrange toda a informação que uma pessoa está manipulando,
possibilitando utilizar os recursos cognitivos ativos para responder rápida e corretamente aos
estímulos que interessam e para lembrar informação importante.
 Assim, entendemos que a Atenção é o processo de selecionar algo, se concentrar num
certo momento dentre a variedade de possibilidades disponíveis por meio de nossos sentidos,
memórias armazenadas e outros processos cognitivos.
 A Atenção pode ser definida como um processo que envolve detecção, seleção,
discriminação e alocação de informações. Por apresentar a capacidade de selecionar certos
elementos no campo perceptivo geral do indivíduo, ela participa ativamente na interação
estabelecida com a realidade e consigo mesmo. Como consequência, ela tem uma participação
fundamental nos processos de percepção, aprendizagem e memória.
 O processo da Atenção se relaciona pontualmente com a capacidade perceptiva
relacionada os sentidos – tato, olfato, paladar, audição e visão. Ao longo do crescimento, a
percepção se torna possível posto que as sinapses neuronais se organizam e se firmam.
 Quando se tem dificuldade com o recurso da atenção, encontram-se problemas que
causam interferência para se compreender um texto, no planejamento de estudos, em
resolução de problemas e nas interações interpessoais.
 Diversas condições influenciam a Atenção, como as circunstâncias onde o sujeito
situa-se inserido, as peculiaridades dos estímulos, a instigação, a expectativa, a magnitude da
tarefa realizada, as emoções e as experiências acumuladas.
 Lent (2002, p. 631) relata que a criação de um estado geral de sensibilização,
conhecido atualmente como alerta, e a focalização desse estado de sensibilização sobre certos
processos mentais e neurobiológicos - a atenção propriamente dita.
 2
�Atenção Consciente
  Monitorizar nossas interações com o ambiente, mantendo nossa consciência de nossa
 adequada adaptação à situação;
  Ligar nosso passado (memória) e nosso presente (sensações) para dar-nos um sentido
 de continuidade da experiência;
  Controlar e planejar nossas futuras ações, com base na informação e monitorização e
 das ligações entre as memórias passadas e as sensações presentes.
Consciência
 É o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do
mundo exterior e as do mundo interior. Na consciência, destaca-se o fenômeno da percepção,
principalmente a percepção do mundo exterior, a atenção, o raciocínio.
 Compreende a variação da informação que ela (Consciência) está consciente de
manipular. O conhecimento consciente permite-nos monitorar nossas interações com o
ambiente, relacionar nossas experiências passadas e presentes e controlar e planejar as futuras
ações.
 “Basicamente, a consciência humana é uma percepção de si, uma consciência da
 própria consciência. Assim, ela se refere à nossa capacidade não apenas de
 experimentar o prazer e a dor, mas de prestar atenção a tais experiências e refletir
 sobre elas, e fazê-lo no contexto de nossas vidas imediatas e de nossa história de
 vida. A atenção consciente nos possibilita excluir experiências irrelevantes e
 focalizar o evento crucial diante de nós, seja ele um prazer ou uma dor, o azul do
 céu, a fria luz boreal de um quadro de Vermeer ou a beleza e a calma que
 experimentamos à beira-mar.”. (KANDEL, 2009. p.389).
Atenção Pré Consciente
 Informação disponível para o processamento cognitivo, mas que no momento,
encontra-se fora do conhecimento consciente e inclui memórias armazenadas que não estamos
usando em um dado tempo mas que poderíamos evocar, quando necessário.
 De acordo com JOU (2006), Se considerarmos o nível de consciência investido por
nossa mente no processamento da informação, pode-se distinguir, por um lado, a atenção
focalizada - que acompanha a experiência consciente e define o momento psicológico, ou
seja, presente psicológico do indivíduo e, por outro lado, a atenção subliminar ou pré-
consciente, abaixo de limiar da consciência, que influencia o futuro psicológico, já que, o
estímulo, embora não tenha sido percebido conscientemente poderá influenciar uma
experiência futura. Por exemplo, o desejo de tomar um sorvete pode ter sido determinado pela
percepção subliminar de uma propaganda de sorvete.
 3
�Percepção Subliminar
 É o processamento de informação que ocorre abaixo do limiar do conhecimento
consciente. Ex: quando anunciantes incorporam mensagens de marketing à novelas.
 O psicólogo canadiano Wilson Brian Key (citado em Calazans, 1999) explica o
mecanismo da imagem
subliminar como função da fisiologia do olho humano: este tem uma
morfologia celular dupla, constituídas pelas células que formam a visão periférica
(bastonetes) que correspondem ao “fundo” na psicologia da Gestalt, e pelas células que
formam o foco da visão consciente (cones) que constituem a fóvea, ou a “figura” nos termos
da Gestalt. Assim, prefigura-se o percebido pelas vias conscientes: foco – fóvea – cones –
figura, e o despercebido pelo subliminar: inconsciente – bastonetes – fundo.
Priming
 O priming é um método cognitivo intrínseco ao ser humano e seus processos são
acionados de forma que independe da expressividade ou da esfera de consciência abordada.
Efetivamente, o priming é um artificio para automatizar a compreensão de um ambiente e as
viabilidades de solução de adversidades cognitivas.
 “Ainda podemos dizer que este processo cognitivo não se restringe às palavras. Ele é
 uma rede sensorial e declarativa de sentidos associados sem uma hierarquia pré-
 definida. São vivências associadas em todos os níveis do vivido sensorial-
 intelectual. Então, qualquer estímulo no instrumento pode despertá-lo. Desde a
 apresentação do instrumento até à mídia utilizada.”. (MELO, 2013, p. 69).
 Em linhas gerais, priming é uma maneira automática e pré-consciente de processar
informações, bem como, o evento que dá-se na ocasião em que a manipulação de alguma
informação guardada na memória é facilitada por uma atuação de um estímulo prévio - o
prime.
 À vista disso, seu indício empírico é sempre obtido com a realização de uma tarefa da
qual, a facilitação seja evidenciada, envolvendo o processamento da percepção pré-consciente
e da memória implícita. A visibilidade empírica do fenômeno pode ser produzida por meio de
diversos tipos de procedimentos metodológicos.
 O termo priming diz respeito a um fenômeno normal e importante do processo de
 recordação ou evocação. Fragmentos de um conteúdo mnêmico amplo são evocados
 e, a partir deles, todo o resto é gradativamente recuperado. Assim, um músico toca
 ou ouve os primeiros dois ou três acordes de uma canção aparentemente esquecida,
 e, de forma gradativa, a canção toda (e sua seqüência de acordes e melodias) começa
 a surgir para o sujeito. O priming pode ser traduzido como dicas evocadoras de
 lembranças mais amplas. Ele sugere que a lembrança de alguns fragmentos da
 memória e conjuntos mnêmicos maiores seriam armazenados de forma parcialmente
 independente.O priming é um fenômeno predominantemente neocortical,
 participando dele as áreas pré-frontais e corticais associativas
 4
� temporoparietoccipitais (Izquierdo apud DALGALARRONDO, 2008. pp. 139-
 140,2002).
Fenômeno Ponta-da-Língua
 Sendo esse fenômeno um tipo de metacognição, as pessoas conhecem e sabem da
palavra, mas não conseguem pronunciá-la, por essa razão, tornou-se comum dizer: ‘Está na
ponta da língua’. (ANDRETTA et al, 2010) diz que no que se refere ao fenômeno ponta-da-
língua, mesmo não conseguindo lembrar a palavra exata, é possível lembrar a letra inicial, o
número de sílabas ou o gênero gramatical. O fenômeno ponta-da-língua se refere à
experiência de sentir-se certo de saber uma palavra, mas estar impossibilitado de recuperá-la
na memória.
 O acontecimento desse fenômeno habitualmente cresce com o tempo, sendo
esclarecido pela deterioração das conexões entre semântico e léxico. Abrange uma acentuada
impressão de saber a informação buscada e que essa informação surgirá na mente em algum
instante.
Processos Controlados X Automáticos
 Os processos automáticos acontecem em esferas relativamente baixas de
processamento cognitivo, abrangendo pouco ou nenhum esforço ou vontade e habitualmente
fora do conhecimento consciente, e assim, gastam poucos recursos de atenção. Essa maneira
de processar informações não necessita do controle ativo do indivíduo, assim sendo, pode
ocorrer simultaneamente a outros processamentos e ser estimulada por ações do ambiente,
sem a escolha espontânea do indivíduo e nem que este esteja prestando atenção à origem
desse estimulo. SIMÕES (2014, p.323) diz que nesse tipo de processamento a atenção é
denominada atenção automática ou atenção involuntária. Os processos controlados, por sua
vez, exigem grande esforço mental e completo conhecimento consciente.
 Assim, compreende-se que os processos automáticos são rápidos, de natureza paralela
e fora do controle consciente não exigindo esforço ou mesmo intenção. Ocultos da
consciência, involuntários e consomem poucos recursos de atenção.
 Para entender melhor, pode-se dizer que são tarefas que começaram com processos
controlados se tornaram automáticos após um tempo. Ex: dirigir um carro e falar uma língua
estrangeira.
 5
� “Como um exemplo clássico, podemos pensar na distinção entre um motorista
 experiente e um motorista novato: o motorista experiente realiza as manobras com
 maior segurança, maior controle, maior rapidez e também de forma mais automática
 – porque, para ele, o ato de dirigir já está sob controle de processos automáticos
 [...]Para o motorista novato do exemplo anterior, o ato de dirigir é tão complexo que
 ele sequer é capaz de manter uma conversa com um passageiro enquanto conduz o
 veículo: isso porque tanto uma conversa quanto o ato de dirigir seriam processos
 controlados e, como veremos a seguir, dificilmente conseguimos conciliar a
 execução de dois processos controlados ao mesmo tempo. O aprendizado lento e
 progressivo da leitura é outro exemplo que contempla as características de processos
 controlados (durante o letramento) e de processos automáticos (após a habilitação
 em leitura).”. (DECKER 2015. p.18)
Engano / Lapsos
 Engano – erros na escolha de um objetivo ou na especificação de um meio para atingi-
lo. Envolvem erros em processos controlados e voluntários. Ex: achar que não precisava
estudar para uma prova e ao chegar à prova perceber que precisava ter estudado.
 Lapso – são erros na realização de um meio intencional para alcançar um objetivo. Ex:
saber que tem que estudar para uma prova mas esquecer o material de estudo na escola.
 a) Quando devemos desviar-nos de uma rotina e os processos automáticos
 invadem impropriamente os processos controlados.
 b) Quando os processos automáticos são interrompidos.
 Evitar lapsos: feedback útil – envolve funções forçosas, ou seja, restrições físicas que
dificultam ou impossibilitam a execução de um comportamento automático. Ex: colocar
bilhetes que o lembrem.
 “Em geral, os lapsos têm mais probabilidades de acontecer quando ocorrem duas
 circunstâncias: em primeiro lugar, devemos nos desviar de uma rotina, e os
 processos automáticos inadequadamente dominam os processos intencionais e
 controlados; em segundo, nossos processos automáticos são interrompidos. Essas
 interrupções, em geral, são resultados de eventos ou dados externos, mas, às vezes,
 são resultados de eventos internos, como pensamentos que nos distraem muito.”.
(STERNBERG, 2008. p.80).
 Supressão do pensamento – inibe a ação pois impedimos um pensamento de tornar-se
consciente. Evitamos pensar em coisas indesejáveis, ex: uma pessoa em dieta evita pensar em
comidas calóricas. Difícil pois no momento em que estamos conscientemente concentrando a
atenção na procura de pensamentos desejáveis estamos automaticamente procurando os
pensamentos indesejáveis a fim de inibir o seu acesso à consciência.
 6
�Habituação e Desabituação
 O processo de Habituação faz com que “[...] à medida que nos tornamos acostumados
a um estímulo, gradualmente o observamos – e lhe prestamos atenção – cada vez menos”
(STERNBERG apud MELO, 2000, p. 86). Nós não percebemos mais aquilo a que estamos
habituados. Um exemplo seria o som da música do vizinho modulada em uma determinada
frequência constante, que some como fundo musical de um momento de estudos. A
habituação é a base do nosso sistema de atenção.
 (MELO, 2000) continua o pensamento dizendo que oo contrário da habituação, temos
a desabituação, onde os estímulos aos quais estávamos acostumados variam além de uma
faixa e retornam à consciência. A habituação ocorre no nível fisiológico da vigilância. O nível
de vigilância de um indivíduo é indicado pelo conjunto dos níveis de frequência cardíaca,
pressão sanguínea, eletro-estímulos cerebrais, etc. Esses níveis baixam com o passar de tempo
quando um estímulo se torna habituado. Ao passo que a alteração nos estímulos evoca a
vigilância novamente, com a desabituação.
 “[...]Quaisquer aspectos do estimulo que pareçam diferentes ou novos
 (desconhecidos) já levam a desabituação, ou tomam a ocorrência de. Habituação
 menos provável. Por exemplo, suponha que um rádio esteja tocando música
 instrumental enquanto você estuda seu livro-texto de psicologia cognitiva. A
 princípio, o som poderá distrai-lo, mas, após um tempo, você se habitua a ele e mal
 o nota. No entanto, se a altura do ruído mudasse muito de uma hora para outra, você
 de imediato desabituar-se-ia dele. O som que antes era familiar, ao qual você estava
 habituado, deixaria de ser familiar, entrando, assim, em sua consciência.
 (STERNBERG, 2008, p. 80-82).
Funções da atenção
  Atenção Seletiva: Quando se está dirigindo um carro, constantemente sofremos
 distratores por meio de vários estímulos externos e/ou internos, como por exemplo:
 outros carros, transeuntes, placas; bem como, estar preocupado em chegar no horário
 marcado para um compromisso.
 “A atenção seletiva é a capacidade de selecionar estímulos e objetos específicos,
 determinando uma orientação atencional focal; um estado de concentração das
 funções mentais, assim como o estabelecimento de prioridades da atividade
 consciente do indivíduo diante de um conjunto amplo de estímulos ambientais. Se
 não houvesse seletividade, a quantidade de informação seria tão grande e
 desordenada que seria impossível uma ação organizada do homem.”.
 (TANAKA,2007. p.64).
 A atenção sustentada refere-se à manutenção da atenção seletiva sobre determinado
estímulo ou objeto, permitindo a execução das tarefas especificas e obtenção de objetivos
fixados. Analisamos pré-atentamente as propriedades físicas de um estímulo que é conduzido
 7
�ao mesmo tempo que todos os estímulos sensoriais entrantes. Para os estímulos que
demonstram as propriedades do alvo, transmitimos o sinal para o próximo estágio, para os que
não, transmitimos apenas uma versão enfraquecida do estímulo. Analisamos se um dado
estímulo tem um padrão designado, no caso, transmitimos o sinal para o próximo estágio,
para os estímulos que não apresentam, transmitimos somente uma versão atenuada do
estímulo. Focalizamos a atenção nos estímulos que são bem-sucedidos até esse estágio e
avaliamos as mensagens e atribuímos significações apropriadas às mensagens do estímulo
selecionado.
 “O que selecionar e o que descartar dentre as diversas informações disponíveis no
 meio ambiente da atividade que realizamos, é um fator muito importante para
 obtermos sucesso. O mecanismo que atua na retenção ou descarte de informações é
 a atenção seletiva.”. (LADEWIG, 2000, p. 65).
  Atenção Auditiva: espia a informação apresentada. Ex: em uma conferência
 ignoramos um rádio tocando e pessoas entrando.
 A atenção seletiva auditiva (ASA) é a habilidade que permite a concentração em um
 estímulo sonoro de interesse enquanto ignora-se estímulos concorrentes. [...] A
 atenção seletiva auditiva (do inglês – Auditory Selective Attention - ASA) é a
 habilidade de focar a atenção em uma determinada fonte sonora de interesse e
 ignorar outras fontes sonoras oriundas de distrações. (SILVA. 2018. pp.08-20].
  Atenção Visual: mecanismo para selecionar informações do meio visual, consiste em
 olhar de um canta para o outro. Esse mecanismo é necessário para direcionar imagens
 à fóvea. Por ex: Tarefas que envolvam o Efeito Stroop.
  Vigilância: capacidade da pessoa para sintonizar um campo de estimulação durante
 um período prolongado de tempo, de maneira passiva. Podendo também mudar seu
 foco de um objeto para outro. Ex: em um avião ficamos atentos a barulhos diferentes,
 a movimentação do comissariado de bordo, entre outras coisas. A vigilância é
 necessária em ambientes onde um dado estímulo ocorre apenas raramente, mas exige
 imediata atenção assim que ocorre. Vigilância é considerada à luz da teoria da
 detecção de sinal: acertos – no qual identificamos a presença de um sinal, alarmes
 falsos – identificamos erroneamente a presença de um sinal ausente, erros – deixamos
 erroneamente de observar a presença de um sinal, rejeições corretas – identificamos
 corretamente a ausência de um sinal.
  Sondagem: a procura ativa de um estímulo. Ex: no avião procuramos a origem do
 barulho. A sondagem envolve ativamente a procura de um estímulo. Refere-se a um
 exame atento do ambiente quanto a aspectos específicos. Alarmes falsos surgem
 quando há distraidores (estímulos não-designados que desviam nossa atenção para
 8
� longe do estímulo alvo). O tamanho da apresentação refere-se ao número de itens em
 um dado arranjo visual. Efeito do tamanho da apresentação é o grau no qual o número
 de itens em uma apresentação atrapalha o processo de sondagem. Sondagem de
 conjunção – procuramos uma determinada combinação de características.
 Características únicas – itens com aspectos distintivos, parecem ressaltar da
 apresentação. Ainda nesta função, temos: Teoria da integração de características –
 facilidade de realizar sondagens de característica e a dificuldade de realizar sondagens de
 conjunção. Teoria da similaridade – à medida que a similaridade entre o estímulo
 distraidor aumenta, também aumenta a dificuldade em detectarem-se os estímulos-
 alvo. Sondagem orientada – todas as sondagens envolvem dois estágios consecutivos:
 1) estágio paralelo - pessoa ativa simultaneamente uma representação mental de todos
 os alvos potenciais, segundo a sua posse de cada uma das características
alvos.
 2) estágio em série – avalia seqüencialmente cada um dos elementos ativados e então
 escolhe os verdadeiros alvos dentre os elementos ativados.
  Atenção Dividida: pessoas tentam manipular mais de uma tarefa de uma só vez. Ex.
 Conversar enquanto dirige. Contudo, Pesquisadores descobriram que nossa atenção é
 extremamente limitada. Se ela estiver direcionada a processar a audição, ela
 efetivamente reduz a capacidade do cérebro de processar a visão. Isso significa que
 quando falamos ao celular enquanto dirigimos, mesmo que pelo vivavoz, alguma outra
 capacidade necessária para guiar acaba sendo prejudicada. É mais fácil manejar a
 realização simultânea de mais de uma tarefa automatizada do que a execução
 simultânea de mais de uma tarefa controlada. Com a prática – é possível manipular
 mais de uma tarefa controlada ao mesmo tempo. Ex: Conversar enquanto dirige, mas
 rapidamente volta a atenção para dirigir o carro quando outro entra a sua frente. Efeito
 do período psicológico refratário (PPR) – a lentidão devido ao envolvimento
 simultâneo em tarefas rápidas. Quando ambas as tarefas exigem desempenho de
 operações cognitivas, uma ou ambas as tarefas apresentarão o efeito PPR.
Efeito Stroop
 Esta tarefa de interferência clássica põe em evidência a capacidade do sujeito para
classificar a informação que o rodeia e reagir de modo selectivo a essa mesma informação, o
que se designa por efeito Stroop. Este efeito pode definir-se como um tipo de interferência
semântica, que surge devido ao facto de a leitura se processar a um nível de processamento
 9
�automático, que se verifica quando o significado da palavra interfere na tarefa de dizer, por
exemplo, a cor da palavra em que a mesma está escrita.
 Ex:
 1) Leia rapidamente as seguintes palavras: marrom, azul, verde, vermelho e roxo.
 2) Nomear a cor escrita onde a cor corresponde a palavra escrita.
 3) Nomear a cor escrita onde a cor não corresponde a palavra escrita.
 A palavra com o nome da cor ativa uma via cortical para dizê-la, enquanto o nome da
cor da tinta ativa uma via para nomear a cor, porém a primeira interfere na última.
 Dificuldade – prestar atenção seletivamente à cor da tinta e tentar ignorar a palavra
que está impressa junto à tinta daquela cor. É difícil abster-se de ler concentrando-se na
identificação da cor da tinta desconsiderando a palavra impressa.
 Teorias da Atenção
 As pessoas têm uma quantidade fixa de recursos atentivos que elas distribuem de
acordo com as exigências observadas na tarefa. Neisser (1967) diz que os processos pré-
atentivos – automáticos, são rápidos e ocorrem em paralelo, observando apenas as
características físicas sensoriais da mensagem sem discernirem suas significações e os
processos atentivos – controlados, ocorrem tardiamente, funcionam em série, consomem
tempo e recursos de atenção, observam as relações entre as características e sintetizam os
fragmentos em um objeto.
Teoria do Recurso da Atenção
 Explicam como realizamos mais de uma tarefa que exige atenção ao mesmo tempo. As
pessoas têm uma quantidade fixa de atenção que decidem distribuir de acordo com o que a
tarefa exige. Pessoas são muito melhores na divisão de sua atenção quando as tarefas são de
diferentes modalidades. Ex: escrever ao ouvir música.
 A partir do momento em que uma das tarefas complexas torna-se progressivamente
automatizada, a execução de cada tarefa faz menos exigências aos recursos de atenção de
capacidade limitada.
O que afeta a Atenção
  Ansiedade: O indivíduo tem milhões de coisas para fazer, mas a concentração não
 vem, o tempo passa e ansiedade e dispersão ficam cada vez maiores. O bloqueio em se
 10
� concentrar nos afazeres cotidianos e a insatisfação por não conseguir completá-las
 exasperam desde crianças até os adultos. Aquele que padece com esse ‘desconforto’
 percebe que focar em uma tarefa simples pode exigir um esforço desmedido. Emoção
 e concentração são irmãs e, em vista disso, se alguma coisa não vai bem na vida
 pessoal e/ou profissional, torna-se difícil focar a atenção em qualquer coisa.
 “Os modelos teóricos existentes podem ser simplistas e mecanicistas demais para
 explicar as complexidades da atenção. Por exemplo, já se demonstrou que tanto a
 ansiedade baseada em traços (uma característica pessoal) quanto a ansiedade
 relacionada a situação afetam a atenção[...]Os dois tipos de ansiedade tendem a
 restringir a atenção. Outras considerações também entram em jogo. Uma delas e a
 excitação geral. Pode-se estar cansado, tonto ou drogado, o que pode limitar a
 atenção. Estar excitado por vezes pode aumenta-la. Uma segunda consideração e o
 interesse especifico em uma tarefa-alvo e em um estimulo, com a falta de interesse
 nos fatores de distração. Uma terceira e a natureza da tarefa. Por exemplo, ela pode
 ser altamente difícil, complexa ou nova. Essas tarefas requerem mais recursos de
 atenção do que as fáceis, simples ou muito conhecidas. A dificuldade da tarefa
 influencia particularmente o desempenho durante a atenção dividida. Uma quarta
 consideração e a quantidade de pratica no desempenho de uma dada tarefa ou de um
 conjunto delas, o que está relacionado a habilidade no uso de recursos de atenção
 para essas tarefas [...] Uma quinta consideração e a etapa de processamento na qual a
 atenção e necessária. Essa etapa pode ser antes, durante e após algum grau de
 processamento perceptual.”. (STERNBERG, 2008. p.102)
 Vigília: Acumular o sono acarreta vários danos ao encéfalo. Funções cognitivas, a
 competência de planejamento e concentração; soluções de problemas lógicos,
 aprendizado, memória operacional e atenção são atingidos em consequência da
 abstinência do dormir, bem como os pontos de QI (Quociente de Inteligência) tendem
 a baixar.
 “[...] Uma pessoa em estado de vigília continua por 21 horas tem aptidões
 equivalentes às de alguém alcoolizado a ponto de ser legalmente impedido de
 dirigir”, diz o professor Sean Drummond, da Universidade da Califórnia em San
 Diego. Segundo ele, passar duas ou três noites seguidas dormindo tarde e acordando
 cedo pode provocar o mesmo efeito. Durante o sono o cérebro processa novas
 memórias, fixa e afia habilidades – e até resolve problemas. [...] O sono permite que
 o cérebro acesse memórias e estabeleça conexões capazes de produzir lampejos de
 conhecimento criativo. se uma pessoa não privada de sono cochilar por uma ou duas
 horas terá rendimento muito melhor que o normal em tarefas que exijam
 concentração – como uma prova ou um trabalho complexo. Ser capaz de manter a
 atenção direcionada para determinada tarefa traz benefícios para desempenho global.
 “A atenção é a base de pirâmide mental”, diz Drummond. Se você melhorá-la,
 tornará outros processos cognitivos mais eficientes”. (DOUGLAS, S/D. p.06).
 Interesse nos estímulos-alvo: (ROSEMBERG, 2008), nos diz que os achados de
 Treisman (1988) que possibilitaram o desenvolvimento da teoria do reconhecimento
 automático de características primitivas (forma, cor, orientação, etc.) mostraram-se
 fundamentais no estudo da atenção. Sua proposta foi que as diferentes características
11
� visuais dos objetos são analisadas por sistemas separados, o que supõe que tais
 sistemas processem informações em paralelo, utilizando a atenção, seletivamente, à
 determinada característica e bloqueando o processamento adicional de outras.
 Portanto, nas tarefas de busca visual elaboradas pela pesquisadora os participantes
 procuravam alvos que diferiam em somente uma característica, o que fazia com que
 tais alvos saltassem aos olhos imediatamente, independente do número de distratores
 presentes.
  A natureza da tarefa: A dificuldade da tarefa é que irá estabelecer a quantidade de
 prática relevante para que se possa exercer a atividade sem precisar pensar nela, isto é,
 efetuar a tarefa de maneira automática. O“processo automático” definido por
 Schneider & Shiffrin (1977) e Shiffrin & Schneider (1977) como sendo “rápido,
 paralelo, basicamente sem esforço e com possibilidades de não sofrer interferência de
 atividades paralelas”. (LADEWIG, 2000, p.63).
  Grau da prática na execução de uma tarefa: Quando se repete muito uma tarefa, ela
 passa a ser ‘automática’ não exigindo um alto grau de concentração e por conseguinte,
 de atenção, como por exemplo, trocar as marchas em um veículo.
  Estágio de processamento no qual as demandas de atenção são necessária: No
 meio de várias transformações que se sucedem ao tempo em que percorremos de uma
 fase à outra, situam-se as diminuições no volume dos recursos de atenção e a
 capacidade de compreender e assimilar informações pertinentes à atividade.
 “De acordo com diversos autores (Adams, 1971; Fitts & Posner, 1967; Magill, 1989;
 Schmidt, 1988; 1991), existe uma relação positiva entre a facilidade para
 realizarmos qualquer atividade e a quantidade de prática. [...] Com o tempo, as
 melhoras na “performance” decorrentes da prática ocorrerão naturalmente, porém
 existem situações em que não dispomos de todo o tempo necessário para
 aguardarmos que este processo ocorra normalmente. Em outras situações, caso
 tenhamos tempo para aguardar o curso natural e as consequências da prática, mesmo
 assim poderemos fazer uso de estratégias de atenção para facilitar a aprendizagem,
 fornecendo “dicas” sobre os aspectos relevantes, diminuindo as exigências nos
 processos de atenção.”. (LADEWIG, 2000, p.68-68)
Atenção e o Cérebro Humano
 Posner – coloca que há uma rede atentiva dentro do lobo frontal e um sistema atentivo
posterior dentro do lobo parietal. O sistema atentivo envolve regiões corticais, o tálamo, áreas
do mesencéfalo relacionadas com os movimentos oculares e algumas estruturas subcorticais.
Os processos atentivos podem resultar do aumento da ativação em algumas áreas cerebrais, da
atividade inibida em outras áreas do cérebro ou de alguma combinação de ativação e inibição.
 12
� Estudos mostram que mesmo quando uma pessoa está concentrada em uma tarefa
básica e não consciente do processamento de estímulos, seu cérebro responde
automaticamente aos estímulos desviantes raros. Utilizando várias abordagens ao estudo
cerebral pesquisadores vêm obtendo insights sobre os diversos aspectos cerebrais e são
capazes de explicar os fenômenos que eles observam.
 No entanto, o cérebro humano prega peças o tempo todo para trabalhar direito. Os 86
bilhões de neurônios gastam muita energia para enviar os impulsos elétricos, fornecendo todas
as informações e comandos para o organismo. Para não colapsar, o encéfalo é obrigado a não
processar racionalmente todas as informações que recebe.
 “O cérebro tem por objetivo sempre economizar energia, devido ao gasto excessivo
que ele possa vir a ter em determinadas situações. Por isso ele se deixa enganar”, explica o
neurocirurgião Fernando Gomes Pinto, professor do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O órgão simplifica a realidade para diminuir o trabalho dos neurônios, como destacar
informações ou inventar coisas que não existem. “Um exemplo disso é que ainda caímos em
truques de mágica”, afirma o médico, já que o cérebro não presta atenção em tudo para não se
cansar. Uma das imagens mais famosas que "cria movimento em uma imagem estática" é
esta. Uma edição do Jornal de Neurociência dos Estados Unidos fez uma homenagem à ilusão
criada pelo psicólogo Akiyoshi Kitaoka chamada de "cobras rotativa. Segundo o estudo
publicado pela revista em 2012, a sensação de movimento se dá por minúsculos e rápidos
movimentos dos olhos do que pela visão periférica, que geralmente é tida como a responsável
por esse tipo de ilusão.
TDAH
 Definição: É um transtorno neuropsiquiátrico, que se caracteriza pela presença de:
desatenção, hiperatividade e impulsividade.
 DSM-IV (1994) subdivide o TDAH em três tipos:
 *TDAH com predomínio de sintomas de desatenção;
 *TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade;
 *TDAH combinado
 COUTO, MELO-JUNIOR e GOMES (2010. p. 242) afirmam que o TDAH é um dos
distúrbios comportamentais comumente diagnosticados em crianças. Este transtorno tem
aparecido com variações na sua nomenclatura no decorrer da história, incluindo algumas
 13
�denominações como Lesão Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da Infância, Distúrbio do
Déficit de Atenção ou Distúrbio de Hiperatividade com Déficit de Atenção/Hiperatividade.
 O modelo classificatório contemporâneo aplicado na psiquiatria e afins são o CID-10
- Código Internacional de Doenças (transtornos hipercinéticos) e (DSM) - V Manual de
Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (transtorno do neurodesenvolvimento)
desatenção com ou sem hiperatividade.
 ”O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis
 prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade.
 Desatenção e desorganização envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa,
 aparência de não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou
 o nível de desenvolvimento. Hiperatividade-impulsividade implicam atividade
 excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado, intromissão em
 atividades de outros e incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos para
 a idade ou o nível de desenvolvimento.”. (DSM-V, 2014, p. 32)
 As manifestações do TDAH se principia anteriormente aos sete anos de idade, se bem
que, a maioria, seja detectado depois da manifestação destes por alguns anos, conseguindo
verificá-los em ocorrência em casa, bem como no trabalho e na escola. Frequentemente, o
transtorno apenas é identificado no momento em que a criança inicia sua vida escolar, visto
que é o período em que os problemas com a atenção e inquietação são percebidos com maior
repetição pelos professores, no momento em que é correlacionada às outras crianças com
igual faixa de idade e âmbito.
 “Dificuldade de aprendizagem, perturbações motoras (equilíbrio, noção de espaço e
 tempo, esquema corporal, etc.) e fracasso escolar são manifestações que
 acompanham o transtorno hiperativo. A variabilidade do comportam ento ou entre
 ambientes é outra característica dessas crianças. O TDAH representa, junto com a
 dislexia, a principal causa de fracasso escolar, sendo que a dificuldade de
 aprendizagem está
presente em 20% das crianças com este transtorno.”. (MATTOS
 apud COUTO, MELO-JUNIOR e GOMES, 2010, p. 242).
 O transtorno é visto partindo de três subtipos: os que indicam preeminentemente as
dificuldades de atenção, outro que perdura a impulsividade – com ou não a hiperatividade - e
o que mescla os dois.
 ”A característica essencial do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é um
 padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no
 funcionamento ou no desenvolvimento. A desatenção manifesta-se
 comportamentalmente no TDAH como divagação em tarefas, falta de persistência,
 dificuldade de manter o foco e desorganização – e não constitui consequência de
 desafio ou falta de compreensão. A hiperatividade refere-se a atividade motora
 excessiva (como uma criança que corre por tudo) quando não apropriado ou
 remexer, batucar ou conversar em excesso. Nos adultos, a hiperatividade pode se
 manifestar como inquietude extrema ou esgotamento dos outros com sua atividade.
 A impulsividade refere-se a ações precipitadas que ocorrem no momento sem
 14
� premeditação e com elevado potencial para dano à pessoa (p. ex., atravessar uma rua
 sem olhar).”. (DSM-V, 2014, p. 61)
 A característica do predomínio de sintomas de desatenção é mais predominante no
sexo feminino. Nos tipos que indicam, hegemonicamente, as dificuldades de atenção, são
exibidas peculiaridades significativas de falta de atenção e dificuldade para fixar-se aos
detalhes, ocasionando erros nas tarefas, sejam acadêmicas ou não.
 Apresenta ainda uma falta de organização o que dificulta ainda mais o cumprimento
de suas atividades. Parecem, ainda, não escutar o que se fala com ela diretamente (ROHDE et
al, apud COUTO, MELO-JUNIOR e GOMES, 2010, p. 243).
 No tipo misto, no qual juntamente exibe sintomas dos dois subtipos, as pessoas com
déficit de atenção perdem a concentração facilmente ante do menor distrator, suspendendo
constantemente suas atividades. Assim, a hiperatividade mostra-se não apenas como excitação
motora, mas também intelectual e verbal, bem como, se enfatiza os aspectos de impulsividade
por respostas aceleradas, problemas de autocontrole e de controle de seu temperamento; de
cumprir orientações de maneira continuada e pausada, assim como, não prever as
consequências de suas ações.
 Contudo, (CARDOSO et al, 2007) nos explica que Em relação ao sexo, o transtorno é
mais comum nos meninos que nas meninas. Segundo Kaplan et al, essa proporção pode variar
de 3:1 a 5:1. De acordo com Cantwell e Biederman et al, as meninas seriam sub-
diagnosticadas porque têm poucos sintomas de agressividade/impulsividade e baixas taxas de
transtorno de conduta, desse modo, a idade diagnóstica tende a ser mais avançada em relação
aos meninos. Segundo os mesmos autores, o tipo combinado em meninas seria o mais
frequente, enquanto o hiperativo/impulsivo seria o menos frequente.
 A prevalência em adultos é de 30 a 70% dos casos.
Transtorno de Déficit de Atenção do Tipo Predominantemente Desatento:
  Deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades
 escolares, de trabalho ou outras.
  Tem dificuldade para manter atenção em tarefas ou atividades lúdicas.
  Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra.
  Não segue e não termina seus deveres escolares, tarefa domestica ou deveres
 profissionais
  Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
 15
�  Reluta a envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante.
  Com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades.
  É facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa.
  Apresenta esquecimento em atividades diárias.
Transtorno de Déficit de Atenção do Tipo Predominantemente Hiperativo - Impulsivo:
  Frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira.
  Frequentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas
 quais se espera que permaneça sentado.
  Frequentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isto é
 inapropriado.
  Com frequência tem dificuldade em brincar ou se envolver silenciosamente em
 atividades de lazer.
  Está frequentemente “a todo Vapor”.
  Frequentemente fala em demasia.
  Frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido
 completadas.
  Com frequência tem dificuldade para aguardar a sua vez.
  Frequentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros.
Causas do TDAH
 Em (COUTO et al, 2010) vemos que a etiologia do transtorno é multifatorial, ou seja,
enquanto fenótipo o TDAH resulta da interação de vários fatores ambientais e genéticos que
atuam na manifestação de seus diversos quadros clínicos (Roman et al., 2003). Em relação à
imaturidade emocional, segundo Riesgo e Rohde (2004), alguns eventos pré ou perinatais
como, por exemplo, o baixo peso ao nascer, a exposição ao álcool ou cigarros durante a
gestação, aumentam o risco para o desenvolvimento do TDAH. Eles atestam também que
existem evidências de que o TDAH esteja associado a uma permanência de imaturidade, ou
melhor, de ilhas de imaturidade, em um curso maturacional normal e progressivo, mas um
pouco mais lento em determinados setores.
 Estudos realizados por Moreno (1995) avaliaram o comportamento das crianças por
meios de distintas etapas evolutivas deixando claro que as complicações pré e perinatais não
afetam igualmente todas as crianças prematuras ou com baixo peso, o que significa que esses
problemas não são suficientes para explicar a futura existência de um TDAH.
 16
� No que se refere aos estudos da genética do TDAH, estudos epidemiológicos mostram
a recorrência familiar e, conforme Todd (2000), o risco da recorrência do TDAH entre pais e
irmãos é cerca de cinco vezes maior que a prevalência na população. Estes dados foram
obtidos a partir de estudos com famílias com gêmeos e adotados. Embora estes trabalhos
demonstrem a existência de uma contribuição genética substancial para a ocorrência do
TDAH, não evidenciaram nenhum gene como necessário ou suficiente para o
desenvolvimento do transtorno, fato que segundo o autor pode ser explicado pela
complexidade clínica do transtorno.
 Em outro estudo, Faraone e colaboradores (1992) concluíram que 57% das crianças
com TDAH têm pais afetados com o transtorno, com um risco de 15% entre irmãos. Também
confirmaram esta teoria os estudos feitos com gêmeos monozigotos, nos quais se constatou a
concordância de 51%, enquanto em dizigotos a concordância é de 33% com maior incidência
de TDAH em familiares de primeiro grau do indivíduo afetado. Segenreich e Mattos (2007)
afirmam que trabalhos recentes encontram evidências de que o TDAH se trata de um distúrbio
neurobiológico. Dois grupos de pesquisas atuais têm resultados que atribuem a este transtorno
duas possíveis causas: uma relacionada ao déficit funcional do lobo frontal, mais
precisamente o córtex cerebral; e a outra ao déficit funcional de certos neurotransmissores.
 Pesquisadores como Barkley (2002) acreditam ainda que o TDAH se evidencia por um
déficit básico no comportamento inibitório. Uma deficiência em determinadas áreas nas quais
o cérebro deveria comandar. Ainda para este pesquisador,
um dos problemas preponderantes é
que a criança com este transtorno tem dificuldade em manter sua atenção focalizada por um
período mais longo.
O que acontece no TDAH
 No caso de alteração genética, ocorre um desequilíbrio nas substâncias que passam
informações entre as células nervosas, os neurotransmissores: Dopamina e a Noradrenalina
que estão deficitárias, causando uma disfunção na região do lobo pré-frontal, responsável pelo
comportamento e função executiva.
Para ser diagnosticado
 De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística nas Doenças mentais IV
(Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM IV) o diagnóstico é obtido
quando o paciente atende a pelo menos seis dos nove critérios de um ou de ambos os
domínios da síndrome (hiperatividade/impulsividade e desatenção) em pelo menos dois locais
 17
�de avaliação distintos, como por exemplo em casa e na escola. Confere-se assim a
classificação de tipo predominantemente Hiperativo/impulsivo (apenas presentes seis ou mais
dos critérios de impulsividade/hiperatividade), de tipo predominantemente "Desatento"
(apenas presentes seis ou mais dos critérios de desatenção), ou do tipo "Combinado".
  Quantidade: Ter seis dos nove sintomas descritos para cada subtipo;
  Duração: Ter por um período mínimo de seis meses na vida do individuo;
  Início: Antes dos sete anos de idade;
  Contexto: Acontecerem em 2 ambientes ou contextos diferentes – entrevista
 com pais, professores, questionário, etc;
  Exclusão: Os sintomas são devido a outras perturbações mentais.
TDAH na Vida Adulta
 Estudos recentes demonstram que o TDAH persiste em aproximadamente 50% a 70%
dos casos na idade adulta, sofrendo algumas modificações em seu quadro clínico com o passar
do tempo (WENDER, 1995).
 Adultos com TDAH apresentam dificuldades na sua vida diária indicando prejuízo
sutil e persistente, com impacto em seu cotidiano e na sua qualidade de vida. Esses adultos
também demonstram comprometimento na vida social, familiar, afetiva, acadêmica e
profissional (KESSLER et al., 2006). Além disso, algumas dificuldades cognitivas podem
estar presentes, em especial as alterações das funções executivas.
 De acordo com (MOTA, 2014), as funções executivas envolvem vários componentes:
memória operacional, planejamento, solução de problemas, tomada de decisão, controle
inibitório, fluência, flexibilidade cognitiva e categorização.
 Estudos recentes têm identificado alguns sintomas em adultos com diagnóstico de
TDAH, que no entendimento de Roizblatt, Bustamente e Bacigalupo (2003) são os seguintes:
 1. Hiperatividade motora (incapacidade de relaxar, dificuldade para realizar
 atividades sedentárias por muito tempo);
 2. Déficit de atenção (incapacidade para se concentrar em uma conversa ou
 leitura, Distrabilidade, constante perda de objetos);
 3. Labilidade emocional (variação de humor);
 4. Temperamento explosivo;
 5. Dificuldades com relações afetivas instáveis, instabilidade profissional que
 persiste ao longo da vida e rendimentos abaixo de suas reais capacidades no
 trabalho e na profissão;
 6. Desorganização, incapacidade de completar tarefas, cumprir o que promete e
 estabelecer metas;
 18
� 7. Impulsividade (tendência a atuar impulsivamente como falar antes de pensar,
 interromper a conversa dos outros, iniciar e terminar relacionamentos, manter
 comportamentos de risco como direção imprudente);
 8. Instabilidade no matrimônio, êxito acadêmico e profissional inferior ao
 esperado para o seu potencial intelectual, abuso de álcool e de outras
 substâncias ilícitas.
Como se Trata TDAH
 1- Intervenções psicoeducacionais:
  Com a família
  Com o paciente
  Com a escola
 2- Intervenções psicolterapêuicas, psicopedagógicas e de rehabilitação
 neuropsicológica;
 3- Intervenções psicofarmacológicas.
Medicação
  Multifenidato
  Efeitos colaterais:
  Perda do apetite;
  Irritabilidade;
  Alteração do sono;
  Dores de cabeça;
  Dores abdominais
Papel do Professor
  Receba e acolha o aluno;
  Organize o espaço;
  Procedimentos facilitadores;
  Integrando ao grupo;
  Preparo na realização de tarefas, testes e provas;
  Contato com a família, deveres e trabalho de casa.
 Durante o exercício profissional, todo professor que mantém uma reflexão acerca de
sua prática pedagógica já se sentiu inquieto quando um ou mais estudantes não demonstram
interesse por suas aulas ou, mesmo quando se percebe que há empenho, o aprendizado não
acontece. É comum encontrarmos docentes fazendo indagações do tipo: Por que meu aluno
não se interessa por minhas aulas? Por que não consegue aprender, apesar de fazer todas as
atividades solicitadas? Por que a maioria da turma aprendeu a matéria e apenas um não
conseguiu?
 19
� Na busca por possíveis respostas, muitos educadores acabam atribuindo a alguém a
culpa pelo fracasso: a si mesmos, por não conseguirem ensinar um conteúdo de sua área de
formação; ao aluno, por passar conversando durante a explicação; à escola, por não dar o
suporte necessário para a aprendizagem; à família, por transferir sua responsabilidade de
educar à instituição escolar.
 Nesse ponto, o educador deve refletir e perceber que o problema não está centrado
nele e sim no conjunto primeiro de uma sala de aula: a didática e a metodologia utilizada, pois
ao invés de nomear culpados, o professor não está considerando seu aluno como sujeito
singular e as diferentes inteligências que está em contato.
INTELIGÊNCIA
 Inteligência é a faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar.
A inteligência é uma das principais distinções entre o ser humano e os outros animais.
 O significado original deste termo faz referência a capacidade de escolha de um
indivíduo entre as várias possibilidades ou opções que lhe são apresentadas.
 A inteligência humana fundamenta-se numa de entre múltiplas concepções implícitas
da inteligência, as quais se ligam inevitavelmente ao contexto cultural e aos valores
dominantes numa sociedade e num momento histórico particular. Comprovam-no diversos
estudos (para uma revisão ver Sternberg, 2004b; Sternberg & Grigorenko, 2004) que
identificam as teorias implícitas da inteligência entre pessoas comuns ou leigos, em diversas
culturas: por exemplo, Sternberg, Conway, Ketron e Bernstein (1981; ver também Sternberg,
1985a, 2006a) nos EUA, identificaram três factores básicos nas teorias implícitas da
inteligência, a capacidade prática de resolução de problemas, a aptidão verbal e as
competências sociais; e, num outro estudo também nos EUA, Sternberg (1985c) verificou que
o indivíduo “inteligente” é percebido como capaz de resolver bem problemas, de raciocinar
com clareza, de pensar logicamente, de utilizar um vasto vocabulário e dominar um largo
espectro de informação mas também como capaz de balancear informação, de se orientar para
objetivos e metas pessoais e de mostrar eficácia na resolução de situações da vida prática, por
oposição a contextos estritamente académicos.
 Nesse pensamento, entende-se que para a escolha da melhor e mais adequada
oportunidade, entre as várias opções, uma pessoa precisa avaliar ao máximo todas as
vantagens e desvantagens das
hipóteses, necessitando para isso da capacidade de raciocinar,
pensar e compreender, ou seja, a base do que forma a inteligência. Entre as faculdades que
 20
�constituem a inteligência, também está o funcionamento e uso da memória, do juízo, da
abstração, da imaginação e da concepção.
Inteligências Multiplas
 O psicólogo Howard Gardner apresentou a Teoria das Inteligências Múltiplas, que
alegar ser a inteligência um conjunto de no mínimo 8 processos mentais diferentes existentes
dentro do cérebro.
 Para abarcar adequadamente o campo da cognição humana, Gardner considera que é
necessário " (. . .) incluir um conjunto muito mais amplo e mais universal de competências do
que comumente se considerou". Nesta direção, o autor define inteligência como "a capacidade
de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais
cenários culturais."
 Gardner diz no início de seu livro (1994, p. 7):
 "(. . .) existem evidências persuasivas para a existência de diversas
 competências intelectuais humanas relativamente autônomas
 abreviadas daqui em diante como 'inteligências humanas'. Estas são as
 'estruturas da mente' do meu título. A exata natureza e extensão de
 cada 'estrutura' individual não é até o momento satisfatoriamente
 determinada, nem o número preciso de inteligências foi estabelecido.
 Parece-me, porém, estar cada vez mais difícil negar a convicção de
 que há pelo menos algumas inteligências, que estas são relativamente
 independentes umas das outras e que podem ser modeladas e
 combinadas numa multiplicidade de maneirasadaptativas por
 indivíduos e culturas."
Inteligência Linguística
 Inteligência linguística: pessoas com facilidade em se expressar, oralmente e através
da escrita. Pessoas com este tipo de inteligência mais desenvolvido têm tendência a aprender
outros idiomas com mais facilidade, além de possuir um alto grau de atenção.
 Por ser a competência mais compartilhada na espécie humana, é a inteligência que
mais tem sido estudada. Pode ser classificada como a habilidade de usar a linguagem para
expressar opiniões, convencer e transmitir ideias.
 21
� Em Estruturas da Mente, Gardner, ao citar a poesia, exemplifica a manifestação dessa
capacidade conceituando-a como a aptidão para trabalhar com a linguagem e seus
mecanismos:
 No poeta, então, vê se em funcionamento com especial clareza as operações centrais
 da linguagem. Uma sensibilidade ao significado das palavras, por meio da qual o
 indivíduo aprecia as sutis nuances de diferença entre derramar tinta
 “intencionalmente”, “deliberadamente” e “de propósito”. Uma sensibilidade à ordem
 entre as palavras – a capacidade de seguir regras gramaticais e, em ocasiões
 cuidadosamente selecionadas, violá-las. Num nível um tanto mais sensorial – uma
 sensibilidade aos sons, ritmos, inflexões e metros das palavras – aquela habilidade
 que pode tornar belo de ouvir até mesmo um poeta numa língua estrangeira.
 (GARDNER, 1994, p.60).
 Entretanto, engana-se quem pensa que a inteligência linguística é privilégio apenas de
poetas e escritores. De fato, pode-se dizer que nesses indivíduos é a competência dominante,
todavia convém lembrar que a faculdade da linguagem é inerente a todos os seres humanos,
daí ser possível reconhecê-la tanto na modalidade escrita quanto na oral. Dessa maneira, é
possível afirmar que palestrantes, advogado s, vendedores e líderes religiosos também
possuem essa habilidade como predominante.
 Para Antunes (2001, p.22), as pessoas que possuem essa inteligência bem
desenvolvida costumam gostar – além de ler e escrever – de línguas estrangeiras, de ouvir
histórias, de fazer analogias e de palavras cruzadas, bem como são dotadas de uma facilidade
para a oratória ou criação de pequenos discursos. Quanto ao aprendizado, preferem o uso de
sínteses e aprendem melhor quando gravam sua fala ou o que foi ouvido.
Inteligência Lógica
 Esta inteligência é considerada como uma das inteligências de maior prestígio na
sociedade. Esta assenta na habilidade para a resolução de problemas que envolvam números
ou outros elementos matemáticos. Esta inteligência está ainda ligada à capacidade para
explorar padrões, através da manipulação controlada de objetos, e à habilidade para lidar com
diversos raciocínios a fim de resolver problemas. A pessoa que manifesta aptidão nesta
inteligência revela facilidade para contar, para realizar cálculos matemáticos ou para perceber
a geometria nos espaços
 Em resumo, são pessoas com facilidade em trabalhar com a lógica em geral, como
operações matemáticas ou trabalhos científicos, por exemplo.
 22
�Normalmente, possuem uma boa memória e conseguem solucionar problemas complexos
facilmente. Podem ainda ser consideradas mais organizadas e disciplinadas.
Inteligência Visual-Espacial
 Pessoas com este estilo serão capazes de se lembrar do que vêem e preferem
instruções escritas. Estas pessoas são leitores visuais, que gostam de ler em silêncio. Melhor
ainda, gostam de receber informações por meios visuais como, por exemplo, fitas de vídeo,
DVD.
 São bem desenvolvidos por arquitetos e profissionais ligados à arte gráfica. Eles
aprendem melhor quando têm oportunidades para trabalharem com:
  Gráficos de computação;
  Mapas, gráficos, tabelas;
  Histórias em quadrinhos;
  Cartazes;
  Diagramas, desenhos;
  Recursos para organizar gráficos;
  Textos com muitas figuras
Inteligência Motora
 Pessoas que conseguem realizar movimentos complexos com o próprio corpo, tendo
para isso uma espantosa noção de espaço, distância e profundidade dos ambientes. Exemplos
de profissões associadas a esta inteligência são: bailarino, coreógrafo, atletas, ator, modelo,
dentre outras.
 “A competência motora implica a utilização de um tipo de inteligência que na teoria
 das Inteligências Múltiplas de GARDNER (1985) apud GAMA (2004) é
 denominada de corporal cinestésica, a qual consiste na habilidade de controlar o
 corpo de diferentes maneiras, manipular objetos e resolver problemas [...] Esta
 competência, segundo PERES (1995) apud SOTO (2000), refere-se à capacidade do
 indivíduo de resolver problemas, enfrentar situações, organizar, planejar,
 transformar o meio, sentir-se competente, ter conhecimento dos processos e atitudes
 adaptando-os a situação presente”. (CAMPOS, 2004, p.18).
Inteligência Musical
 Pessoas com facilidade em identificar e reproduzir diferentes tipos de padrões sonoros,
além de criar músicas ou harmonias inéditas. Este é um dos tipos raros de inteligência
presentes entre as pessoas.
 23
� A inteligência musical é descrita como a competência para apreciar uma peça musical.
Abrange a identificação dos sons, d destreza para compreender temas musicais, percepção
para timbres, ritmos e texturas, bem como argúcia para criar e reproduzir música.
Inteligência interpessoal
 Pessoas com facilidade
de liderar, a partir do entendimento do ponto de vista e
intenções dos outros. São considerados indivíduos muito ativos, que gostam de
responsabilidades e que têm facilidade em conseguir convencer os demais a fazer aquilo que
desejam.
 A Inteligência Interpessoal é a competência da qual o individuo se relaciona bem com
outras pessoas, distinguindo sentimentos (intenções, motivações, estados de ânimo)
pertencentes ao outro, buscando reagir em função destes sentimentos. Esta capacidade permite
a descentralização do sujeito para interagir com o outro. Mostra a capacidade de uma pessoa
para entender as intenções, as motivações e os desejos alheios e, em consequência, sua
capacidade para trabalhar eficazmente com outras pessoas. Esta inteligência se manifesta em
terapeutas, professores, médicos, líderes religiosos, enfermeiros, etc.
Inteligência intrapessoal
 Pessoas com facilidade em observar, analisar e compreender a si próprias. Também
podem exercer influência sobre as pessoas, mas de maneira mais subjetiva, utilizando ideias e
não ações.
 Esta competência caracteriza-se como a habilidade para acessar os próprios
sentimentos e emoções e utilizá-los na resolução de problemas pessoais. Para que tal feito seja
possível, o indivíduo dotado dessa inteligência necessita conhecer-se a si próprio, ou seja,
“reconhecer os próprios limites, aspirações e medos e utilizar esse conhecimento par ser
eficiente no mundo”. (SMOLE, 1999. p.13).
 Em (MORAES, 2013), vemos que os indivíduos dotados desta capacidade intrapessoal
são capazes de lidar com seus próprios sentimentos (como romancistas) ou com os de outra
pessoa (terapeutas, por exemplo). Além disso, um velho sábio de um povoado também possui
essa inteligência bem desenvolvida, já que, para ajudar os moradores de sua comunidade,
consegue lançar mão de suas experiências internas, acumuladas durante toda a sua vida.
 24
�Inteligência Naturalista
 São as pessoas com facilidade de identificar e diferenciar diferentes padrões presentes
na natureza.
 Esta competência pode ser descrita como a capacidade de reconhecer, relacionar e
distinguir os membros de uma espécie no campo da natureza. Pessoas com esse perfil
intelectual bem desenvolvido costumam manifestar grande empatia e solidariedade com
causas ambientais, como mostra Nogueira:
 Como exemplo, podemos mostrar o caso dos vazamentos de óleo provocados
 constantemente por dutos e navios. Alguns voluntários se deslocam até as áreas
 atingidas e juntam-se ao grupo para, por exemplo, lavar e retirar o óleo das aves.
 Muitos de nós, ao assistirmos essas cenas pela televisão, ficamos impressionados e
 até revoltados, porém não o suficiente para nos mobilizarmos e também ser um dos
 voluntários da tarefa mencionada. Com a desculpa de termos nossas atividades,
 nosso emprego e tantos outros compromissos nos eximimos desta responsabilidade.
 Mas, vale lembrar que aqueles voluntários que lá estão também possuem os mesmos
 afazeres cotidianos que nós, mas largaram tudo para auxiliar na sobrevivência, por
 exemplo, das aves, isso tudo pelo fato de possuírem uma inteligência naturalista
 mais aguçada e desenvolvida. (NOGUEIRA, 2007, p.44).
Inteligência Emocional
 O conceito de inteligência emocional está presente dentro da psicologia e foi criado
pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman.
 Um indivíduo considerado emocionalmente inteligente é aquele que consegue
identificar as suas emoções, motivando a si mesmo a persistir em situações de frustração, por
exemplo.
 Entre as outras características da inteligência emocional está a capacidade de controlar
impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, motivar as pessoas, praticar a gratidão,
entre outras qualidades que podem ajudar a encorajar os outros.
 A inteligência emocional é definida pela capacidade de identificar e perceber emoções,
de usá-las para facilitar o pensamento, usar o conhecimento emocional e de regular as
emoções em si e nos outros. A inteligência emocional está associada ao uso destes processos
em nosso benefício na adaptação aos desafios impostos pelos eventos de nossa vida.
 25
�Testes de Inteligência
 O pai da Psicologia Experimental foi Francis Galton, e o pai dos testes psicométricos
foi Alfred Binet. Galton, a partir de 1884, projetou os primeiros testes destinados a medir a
inteligência, no entanto seus resultados não chegaram a ser satisfatórios. Ele acreditava que a
inteligência poderia ser o resultado de um conjunto de características simples, como diâmetro
da cabeça, velocidade dos reflexos, acuidade visual etc. Ele tinha alguma razão nisso, mas as
correlações não eram tão boas como ele esperava. A correlação entre QI e tamanho da cabeça,
por exemplo, é cerca de 0,4, enquanto a correlação entre QI e velocidade dos reflexos para
tarefas elementares é cerca de 0,3, portanto ambas muito baixas para que possam corroborar
sua hipótese.
 Os primeiros testes de inteligência propriamente ditos, que deram origemaos
modernos testes de QI, foram desenvolvidos por Alfred Binet, no início do século XX, e
começaram a ser
utilizados em 1904. Em princípio, Binet pretendia criar um instrumento que possibilitasse o
diagnóstico objetivo de deficiências mentais, além de medir a gravidade da deficiência. Para
tanto, Binet formulou vários questionários, que foram aplicados em grupos de crianças de
diversas faixas etárias, e com isso nasceu o conceito de “idade mental”. Segundo Anastasi,
reportando-se a T. H. Wolf, Binet não gostava do termo “idade mental” e preferia usar a
expressão “nível mental”. Isso demonstra a refinada percepção de Binet, porque
objetivamente
o termo “nível mental” teria evitado diversas confusões que ocorrem em virtude do uso
inadequado da expressão “idade mental”. Pela comparação entre idade mental (medida pelo
teste) e idade cronológica (ou biológica), era possível saber se uma criança tinha
desenvolvimento atrasado ou acelerado, e era possível ainda saber o quão avançada ou
atrasada ela estava em comparação às outras crianças de mesma idade. Binet e seu colega
nesse trabalho, Theodor Simon, compreenderam claramente as limitações do método que
usavam, e não ousaram ir além desse ponto, sem antes desenvolver uma metodologia mais
apropriada e ter uma compreensão melhor do assunto. No entanto, em 1906, na universidade
de Stanford, Lewis Madison Terman publicou uma versão aprimorada dos testes de Binet, que
prontamente foi reconhecida como a melhor bateria de testes de inteligência da época, e, em
1916, por sugestão de William Stern (em 1912), foi introduzido o conceito de “quociente de
inteligência”, representando a idade mental multiplicada por 100 e dividida pela idade
cronológica. Foi assim que nasceu o termo “QI”.
 26
� Sendo a inteligência um conjunto de habilidades comportamentais do ser humano,
pode ser medida pelos conhecidos testes psicológicos de inteligência. Criados em 1904 pelo
Frances Alfred Binet, os testes de inteligência buscam examinar se o desenvolvimento
intelectual da criança acompanha ou não o das outras crianças de sua mesma idade. O
resultado desses processos avaliativos denominou-se Quociente Intelectual (Q I) que relaciona
a idade da criança com o seu desempenho no teste, verificando assim, se ela está no nível
intelectual considerado normal para a sua idade.
 Os testes de inteligência agrupam as crianças em classificações de desenvolvimento
cognitivo diferentes, existindo assim as ditas deficientes,
as normais e as superdotadas,
cabendo a sociedade agir em função das expectativas criadas por cada uma destas. Assim
esses testes estariam sendo construídos em função dos fatores valorizados pelos grupos
sociais dominantes, saber falar bem, ter boa capacidade de resolver problemas, facilidade de
aprendizagem, entre outros.
 Já os testes de inteligência não devem ser tratados como evolução imediata de
expressão do intelecto infantil, mas sim ser usados como instrumentos na identificação de
dificuldades que podem ajudar e iniciar um trabalho recuperativo, ou seja, auxiliando a
identificar as dificuldades e depois se tornando instrumento para o seu trabalho na
recuperação.
CONCLUSÃO
 A ‘desatenção’ é ponto determinante de como se dará a aprendizagem do ser, seja
humano ou não. Sem essa ferramenta, outro elemento da aprendizagem - A memória -
também é prejudicada, uma vez que as informações não passam da ‘memória de curto prazo’
sendo após isso, descartadas.
 Em uma sala d aula, o professor - de qualquer nível - precisa ter a sensibilidade de
observar se seu aluno apresenta ou não déficit de atenção, que não necessita propriamente
estar ligado ao TDAH.
 Quando alguém sofre com esse transtorno, torna-se difícil até mesmo sua interação
interpessoal, isto é, por sofrer ‘brincadeiras’ de seus amigos, vai se tornando mais recluso, por
vergonha de si mesmo. Essa atitude, irá refletir-se também no ambiente escolar, dificultando
ainda mais seu aprendizado, acarretando, em primeiro momento, um distanciamento
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�emocional da escola - enquanto espaço físico - e pouco depois, das pessoas - colegas e
professores.
 No momento em que o professor detecte o problema de atenção em seu aluno, deve
aconselhá-lo para um acompanhamento com profissionais especializados, para que assim, o
cerne do transtorno seja qualificado e, dessa maneira, possa-se traçar ‘caminhos’ específicos
para a solução.
 Uma das opções de aprendizagem que o professor pode optar para alguém com déficit
de atenção está em encontrar o tipo de inteligência que a pessoa desenvolveu, isto é, se é
Inteligência Linguística, Inteligência Lógica, Inteligência Visual-Espacial, Inteligência
Motora, Inteligência Musical, Inteligência interpessoal, Inteligência intrapessoal, Inteligência
Naturalista, Inteligência Emocional ou Inteligências Múltiplas, pois dentro da perspectiva de
trabalho/ação, é possível desenvolver métodos de ensino-aprendizagem seguindo os
parâmetros característicos da inteligência específica, sem que com isso, prejudique o
desenvolvimento do restante de seus alunos, isto é, englobar dentro desse método, todos os
seus alunos, sem que eles percebam que isto está ocorrendo por causa de apenas um aluno.
 Posteriormente, de posse do diagnóstico fornecido pelo profissional especializado, seja
psicológico, neurológico e/ou psiquiátrico, o professor conseguirá alinhar melhor sua
metodologia, abrangendo as especificações necessárias para, mais satisfatoriamente,
contribuir com a evolução intelectual de seus alunos.
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