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A APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS A aprendizagem baseada em problemas tem como objetivo mesclar a teoria e a prática, tornando o aprendizado mais dinâmico e de forma simultânea, o aluno tendo a base teórica e os testes ao mesmo tempo.Segundo HARGREAVES (2011) apud Borochovicius: “As informações são transmitidas e conhecidas de maneira quase instantânea e passaram a fazer parte do ambiente escolar, causando preocupação nos professores sobre o seu papel nessa nova realidade” Essa estratégia faz com que os alunos estejam bem mais engajados, e a organização pedagógica está voltada para a resolução de problemas, não estando voltada apenas para uma disciplina específica. Tendo a preocupação com a aplicação dos conceitos de forma imediata e exploração dos mesmos. Figura 1.0 PBL em sala de aula Fonte:Eli Borochovicius e Jussara Cristina Barboza Tortella (2014) HISTÓRICO E AUTORES A ABP tem como início o desafio de John Evans, que ao assumir a reitoria da escola de medicina em McMaster em 1965, e que queria mudar a forma em que era ensinada. Um dos casos em que serviu como inspiração foi o método de estudos de caso da Harvard Business School, que envolvia pequenos grupos pesquisando casos práticos. Schmidt (1993) apud Borochovicius acredita que a ABP é baseada em Bruner, para quem “a motivação impulsiona o indivíduo a conhecer melhor o mundo” e também baseado na aprendizagem autônoma de Dewey com o “ uso de problemas antecedendo o conceito”. Jerome Seymour Bruner foi o principal proponente do modelo da aprendizagem pela descoberta (APD) que segundo Borochovicius consistia na “utilização de problemas com discussão em grupos para desenvolver habilidades de raciocínio e motivar os discentes em aprender com situações da realidade”, facilitando assim a assimilação e retenção. Bruner pode ser considerado precursor imediato da ABP, e segundo ele: a aprendizagem se dá em três processos, que ocorrem quase de maneira simultânea: I - Aquisição de uma nova informação, que confirma ou contradiz uma informação anterior, II-Transformação da informação, III - Avaliação da adequação da informação. PRÁTICAS EDUCATIVAS E O ENSINO MÉDIO Segundo RIBEIRO apud HARGREAVES: A ABP possui objetivos educacionais mais amplos, com uma base de conhecimentos estruturada em torno de problemas reais e integrada com o desenvolvimento de habilidades de aprendizagem autônoma e de trabalho em equipe, favorecendo a adaptabilidade a mudanças, habilidade na solução de problemas em situações não rotineiras, pensamento crítico e criativo, trabalho em equipe e o compromisso com o aprendizado e aperfeiçoamento contínuo (RIBEIRO, 2008). ABP permite satisfazer uma formação que integre teoria à prática, promovendo o domínio do conhecimento específico e o desenvolvimento de habilidades e atitudes profissionais e cidadãs. Facilmente podemos encontrar quaisquer destas habilidades, em documentos oficiais como por exemplo a BNCC: I – linguagens e suas tecnologias: aprofundamento de conhecimentos estruturantes para aplicação de diferentes linguagens em contextos sociais e de trabalho [...] É então uma metodologia que atende as necessidades dos discentes, pois permite que eles resolvam problemas relacionados a suas futuras profissões, ainda os tornando mais críticos e prepará-los para tomar decisões, segundo a LDB: “ A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.” Na ABP é essencial a autoavaliação e a avaliação de seus pares, e o feedback, segundo Bridges apud Hargreaves é importante que o “ docente busque apontar as forças e fraquezas do trabalho realizado, sugerir melhorias, discutir as sugestões e colocar questões para que os estudantes possam refletir.” A transformação é essência da realidade e que a educação está em constante desenvolvimento, logo o professor então é um orientador e não uma figura autoritária. Faz-se necessário o aprendizado autodirecionado e o desenvolvimento autônomo do aluno, cabendo ao professor apenas intervir quando necessário e criar pontes. A elaboração de material didático é feita pelo docente, assim como o planejamento do curso e os recursos de aprendizagem, e ainda cabe avaliar os alunos e o próprio curso. Nesta metodologia, a aprendizagem está centrada no aluno. REFERÊNCIAS BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Título 1 §2. BOROCHOVICIUS, Eli; TORTELLA, Jussara Cristina Barboza. Problem-Based Learning: a method of teaching and learning and their educational practices. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 22, n. 83, p. 263-294, 2014. BRASIL, Base Nacional Comum Curricular. RIBEIRO, L. R. C. A aprendizagem baseada em problemas (PBL): uma implementação na educação em engenharia na voz dos atores. 2005. 209f. Tese (Doutorado em Educação), Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2005. RIBEIRO, L. R. C. Aprendizado baseado em problemas. São Carlos: UFSCAR; Fundação de Apoio Institucional, 2008.
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