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ANATOMIA DO SISTEMA MUSCULAR ANATOMIA DA PELVE E PERÍNEO ANATOMIA DO SISTEMA ARTICULAR MOD. 2 CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO JÚLIA CAPPI AGUIAR │SISTEMA MUSCULAR I. Conceito ........................................................................................................................................ 21 II. Funções ...................................................................................................................................... 21 III. Estruturas de Revestimento ....................................................................................................... 21 IV. Classificação .............................................................................................................................. 22 V. Contrações ................................................................................................................................. 22 J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 21 A n a t o m i a I Músculos: são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica. → Produção dos Movimentos Corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr. → Estabilização das Posições Corporais: As contrações dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar. → Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco. → Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração. → Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal. O tecido conjuntivo circunda e protege o tecido muscular. • Tela subcutânea / Hipoderme: separa o músculo da pele; composta por tecido conjuntivo areolar e tecido adiposo; consiste em uma via para a entrada e saída de nervos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos dos músculos. O tecido adiposo da tela subcutânea armazena a maioria dos triglicerídeos do corpo, serve de camada de isolamento que reduz a perda de calor e protege os músculos do trauma físico. • Fáscia: é uma lâmina densa ou faixa larga de tecido conjuntivo denso não modelado que reveste a parede corporal e os membros, além de sustentar e envolver músculos e outros órgãos do corpo; une músculos com funções similares; possibilita o movimento livre dos músculos, aloja nervos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos e preenche os espaços entre os músculos. o Fáscia Superficial separa os músculos da pele. o Fáscia Muscular é uma lâmina ou faixa larga de tecido conjuntivo fibroso, que, abaixo da pele, circunda os músculos e outros órgãos do corpo. Três camadas de tecido conjuntivo se estendem a partir da fáscia para proteger e reforçar o músculo J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 22 A n a t o m i a I esquelético: • Epimísio é a camada mais externa de tecido conjuntivo, circunda todo o músculo. • Perimísio circunda grupos de 10 a 100 ou mais fibras musculares individuais, separando-as em feixes chamados fascículos. Os fascículos podem ser vistos a olho nu. • Endomísio é um fino revestimento de tecido conjuntivo que penetra no interior de cada fascículo e separa as fibras musculares individuais de seus vizinhos. De acordo com o tipo de tecido muscular que contêm, os músculos são classificados em três tipos. Os tipos de músculos são ainda classificados com base na sua aparência histológica, assim, os músculos esquelético e cardíaco são classificados de estriados e o músculo liso é classificado como não estriado. • Músculos Estriados Esqueléticos: forma, juntamente com os ossos, o sistema musculoesquelético, responsável pelo movimento voluntário. Contraem-se por influência da nossa vontade, ou seja, são voluntários. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico; o Reto: Paralelo à linha média; o Transverso: Perpendicular à linha média; o Oblíquo: Diagonal à linha média • Músculos Lisos: Localizado nos vasos sanguíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da cavidade abdômino-pélvica. Ação involuntária controlada pelo sistema nervoso autônomo; • Músculo Estriado Cardíaco: Representa a arquitetura cardíaca. É um músculo estriado, porém involuntário – auto ritmicidade. • Concêntrica: o músculo se encurta e traciona outra estrutura, como um tendão, reduzindo o ângulo de uma articulação. Ex: Trazer um livro que estava sobre a mesa ao encontro da cabeça. • Excêntrica: quando aumenta o comprimento total do músculo durante a contração. Ex: idem anterior, porém quando recolocamos o livro sobre mesa. • Isométrica (metria = comprimento; iso = igual ou constante) A contração isométrica é aquela onde o músculo desenvolve tensão, porém não há alteração em seu comprimento externo. Em outras palavras, a contração isométrica é aquela em que o músculo se contrai e produz força sem nenhuma alteração macroscópica no ângulo da articulação. Parece que o mecanismo desta contração reside no fato de que a energia que normalmente seria exibida como trabalho mecânico externo é utilizada no rearranjo estrutural das fibras, ou seja, as fibras se encurtam e o tendão se alonga, e parte da energia se dissipa em calor. Outros estudos sobre a biomecânica da contração isométrica relatam que a mesma acontece pois permite um deslizamento das miofibrilas mais externas enquanto que aquelas que se encontram mais internamente permaneceriam estáticas. J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 23 A n a t o m i a I • Isotônica (que pode ser dividida em excêntrica e concêntrica): aquela que acontece quando há uma desigualdade de forças entre a potência muscular e a resistência provocando, assim, o deslocamento do segmento. Ela pode ser dividida em concêntrica, que é aquela onde a potência é maior que a resistência e a fibra muscular sofre uma diminuição de seu tamanho (encurta-se), isto é, a origem se aproxima da inserção e excêntrica que é aquela onde a resistência é maior que a potência onde as fibras, por possuírem características elásticas, se ampliam fazendo com que o ponto de origem do músculo se afaste da inserção. Outra maneira de se pensar em contração muscular excêntrica é pensar que esta é uma modalidade onde o músculo se alonga durante o tempo em que está exercendo tensão. • Isocinética (cinética = velocidade; iso = igual ou constante): aquela em a tensão desenvolvida pelo músculo é máxima em todos os ângulos articulares durante toda a amplitude de movimento porque ela é realizada em uma velocidade constante. A velocidade é controlada e a resistência é variada ao longo do arco de movimento. As vantagens da contração isocinética são que: a) é capaz de obter contração máxima ao longo da amplitude total de movimento, oferecendo maior eficiência do rendimento muscular; b) a sobrecarga nas articulações é, pois, é a força produzida pelo pacienteque controla a sobrecarga imposta pelo aparelho; c) é capaz de realizar uma gama de testes musculares através das diferentes velocidades aplicadas e de diferentes posturas. │PELVE E PERÍNEO I. Pelve .............................................................................................................................................. 25 A. Definição ................................................................................................................................ 25 B. Divisão da pelve .................................................................................................................... 25 C. Diferenças entre a pelve óssea masculina da feminina. ......................................................... 25 D. Vísceras Pélvicas ................................................................................................................... 26 E. Eixo Pélvico .............................................................................................................................. 26 F. Paredes da Pelve ........................................................................................................................ 27 G. Assoalho Pélvico / Diafragma da Pelve ................................................................................. 27 H. Músculos da Região Pélvica .................................................................................................. 27 II. Cíngulo do Membro Inferior ..................................................................................................... 28 III. Períneo ....................................................................................................................................... 28 A. Definição ................................................................................................................................ 28 B. Estruturas Osteofibrosas ........................................................................................................ 29 IV. Quadril ....................................................................................................................................... 29 V. Sacro .......................................................................................................................................... 30 VI. Cóccix ........................................................................................................................................ 30 VII. Trígono Anal e o Trígono Urogenital. ................................................................................... 30 J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 25 A n a t o m i a I A. Definição A pelve é a parte mais inferior do tronco, sendo constituída por um anel ósseo, formado pelos ossos do quadril (íleo, púbis e ísquio), sacro e cóccix. Este anel proporciona abrigo aos órgãos do sistema reprodutor, urinário e também a porção final do canal alimentar (reto e canal anal). Na pelve existe uma estrutura, denominada linha arqueada ou linha terminal ou ainda abertura superior da pelve, que divide a pelve em maior, que é superior a linha e menor, que é inferior a linha. B. Divisão da pelve A pelve é dividida em pelve maior (falsa) e menor (verdadeira) pelo plano oblíquo da abertura superior da pelve, cuja delimitação se faz por um traçado na borda da pelve que é definida pelas porções superiores à sínfise púbica e o sacro, anterior e posteriormente respectivamente. Isto se dá porque a pelve maior é considerada parte da cavidade abdominal. • Pelve Maior (Falsa): é considerada parte da cavidade abdominal e existirem nela órgãos abdominais, como as partes iniciais e terminais do cólon. Ela abre-se em sua extremidade superior e sustenta o conteúdo abdominal, sendo que, após o terceiro mês de gravidez ajuda a sustentar o útero e, durante os estágios iniciais no parto, orienta a descida do feto para a pelve menor. A margem (orla) óssea que circunda e define a abertura superior da pelve é a margem da pelve, formada por: o Promontório e asa do sacro; o As linhas terminais direita e esquerda formam juntas uma estria oblíqua, composta por : → Linha arqueada na face interna do ílio; → Linha pectínea do púbis e crista púbica, formando a margem superior do ramo superior e corpo dor púbis. • Pelve Menor (Verdadeira): observa-se a parte inferior do canal alimentar, bexiga, parte do útero e do sistema genital. É a porção inferior ao plano da borda pélvica, sendo este um plano oblíquo que recebe o nome de abertura superior ou entrada da pelve. Também possui uma abertura inferior ou saída, compreendendo a área das duas tuberosidades isquiáticas até a extremidade do cóccix, e promovendo a ligação dessas estruturas entre si por uma linha imaginária, adquire a forma de um triângulo. A região entre a entrada e a saída da pelve é a cavidade da pelve verdadeira e todo esse conjunto, no sexo feminino, forma o canal pelo qual, durante o parto, o bebê deverá passar. C. Diferenças entre a pelve óssea masculina da feminina. Algumas alterações morfológicas podem ser percebidas entre a pelve feminina e masculina, cujas diferenças podem ser percebidas desde o J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 26 A n a t o m i a I quarto mês de vida fetal. De forma geral, a pelve no homem é mais espessa e pesada, se comparada a da mulher, que é mais fina e delicada, sendo que esta variação de tamanho e forma não se deve somente ao sexo, mas também em pessoas do mesmo sexo. A pelve masculina, geralmente, apresenta-se estreita, com cavidade profunda e um formato mais afunilado, com abertura superior em forma de coração e estreita e abertura inferior pequena, com as impressões musculares bem marcadas. Já a pelve na mulher, de forma geral, é mais superficial e larga, com a pelve menor assumindo formato cilíndrico. A abertura superior da pelve é mais extensa e arredondada, possuindo uma obliquidade maior, e sua abertura inferior maior se comparada à masculina. O sacro no sexo feminino é mais curto, largo e com curvatura menor, com o cóccix possuindo maior mobilidade. O acetábulo é pequeno e as incisuras isquiáticas maiores formam um ângulo de quase 90o, enquanto as incisuras isquiáticas menores apresentam-se na forma da letra V invertido. Há quatro tipos básicos de variações anatômicas de pelve, sendo eles: androide, antropoide, ginecoide e platipeloide. No formato androide, tipo mais comum em homens, a pelve é pequena e estreita, em formato de coração. O tipo mais comum em mulheres é o ginecoide, possuindo um formato mais arredondado, favorecendo o deslizamento do feto no momento do parto. O formato antropoide possui cavidade rasa, com pelve mais ampla e achatada. O formato platipeloide é oval, estreito, com cavidade profunda e mais alongada. D. Vísceras Pélvicas A cavidade pélvica contém as partes terminais dos ureteres, bexiga urinária, reto, órgãos genitais pélvicos, vasos sanguíneos linfáticos e nervos. Além dessas vísceras pélvicas distintas, contém o que poderia ser considerado um transbordamento de vísceras abdominais: alça do intestino delgado e, muitas vezes, intestino grosso. A cavidade pélvica é limitada inferiormente pelo diafragma da pelve musculofascial, que está suspenso mais acima da abertura inferior da pelve, formando um assoalho pélvico semelhante a uma tigela. A cavidade pélvica é limitada posteriormente pelo cóccix e a parte inferior do sacro, e a parte superior do sacro forma um teto sobre a metade posterior da cavidade. E. Eixo Pélvico Eixo pélvico é uma linha curva do plano mediano definida pelo ponto central da cavidade pélvica a J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8F A M E R V | P á g i n a | 27 A n a t o m i a I cada nível, desde a sínfise púbica até a face pélvica do sacro. A forma curva do eixo e a desigualdade na profundidade entre as paredes anterior e posterior da cavidade são fatores importantes no mecanismo de passagem fecal através do canal pélvico. F. Paredes da Pelve • Parede Anteroinferior: formada pelos corpos e ramos do púbis e pela sínfise púbica. Participa na sustentação do peso da bexiga urinária. • Paredes Laterais: formadas pelos ossos do quadril direito e esquerdo, cada um destes tem um forame obturado fechado por uma membrana obturadora. As fixações carnosas dos músculos obturados internos cobrem e, assim, protegem a maior parte das paredes laterais da pelve. • Parede Posterior: consiste em uma parede e um teto ósseo na linha mediana (formado pelo sacro e cóccix), já as paredes posterolaterais lisas são formadas pelos ligamentos associados às articulações sacroilíacas e músculos piriformes. G. Assoalho Pélvico / Diafragma da Pelve O assoalho pélvico é formado pelo diafragma da pelve, em forma de tigela ou funil, que consiste nos músculos coccígeo e levantador do ânus e nas fáscias que recobrem as faces superior e inferior desses músculos. O diafragma da pelve situa-se na pelve menor, separando a cavidade pélvica do períneo, ao qual serve como teto. A fixação do diafragma à fáscia obturadora divide o músculo obturador interno em uma porção pélvica superior e uma porção perineal inferior. Situados medialmente às partes pélvicas dos músculos obturadores internos estão os nervos e vasos obturatórios e outros ramos dos vasos ilíacos internos. H. Músculos da Região Pélvica Podem ser separados em músculos da região glútea (m. dos membros inferiores com origem na pelve) e músculos pélvicos verdadeiros (assoalho pélvico). → Músculo ilíaco: flexão do quadril. → Músculo glúteo máximo: extensão, rotação lateral, abdução no quadril e auxiliar na extensão do joelho. → Músculo glúteo médio: flexão, abdução e rotação medial. → Músculo glúteo mínimo: abdução, flexão e rotação medial. → Músculo piriforme: extensão, abdução e rotação lateral da coxa. - Músculo gêmeo superior: rotação Lateral da Coxa. → Músculo obturador interno: rotação lateral da coxa. → Músculo gêmeo inferior: rotação Lateral da Coxa. J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 28 A n a t o m i a I → Músculo obturador externo: rotação lateral da coxa → Músculo quadrado femoral: rotação lateral e adução da coxa. → Músculo isquiococcígeo: traciona o cóccix ventralmente, suportando a pressão intra- abdominal provocada contra o assoalho pélvico. → Músculos levantadores do ânus: forma pequena parte do diafragma da pelve e sustenta as vísceras pélvicas. Traciona o cóccix ventralmente, suportando a pressão intra- abdominal provocada contra o assoalho pélvico. → Músculo puboccígeo: estabilidade dos órgãos abdominais e pélvicos, abertura e fecho do hiato do elevador. → Músculo ileococcígeo: estabilidade dos órgãos abdominais e pélvicos, abertura e fecho do hiato do elevador. → Músculo coccígeo: sustentação de vísceras pélvicas. → Músculo longitudinal do ânus: contribui tanto para os mecanismos de continência, quanto para os de micção/evacuação. → Músculo isquiocavernoso: auxiliar a manutenção da ereção do clitóris e pênis. → Músculo bulboesponjoso: constrição da vagina. → Músculo transverso superficial: estabiliza o centro tendíneo. → Músculo transverso profundo do períneo: Sustenta e fixa o corpo do períneo. → Músculo esfincter anal externo: constringe o canalanaldurante a peristalse, resistindo à defecação, além de sustentar e fixar o corpo do períneo e o assoalho pélvico. → Músculo pulborretal: estabilidade dos órgãos abdominais e pélvicos, abertura e fecho do hiato do elevador. O cíngulo do membro inferior é um anel ósseo, em forma de bacia, que une a coluna vertebral aos dois fêmures. É composto pelos ossos do quadril (ílio, ísquio e púbis) e sacro. Suas principais funções são: → Sustentar o peso da parte superior do corpo na posição sentada e em pé; → Transferir o peso do esqueleto axial para o esqueleto apendicular inferior, visando ficar em pé e/ou caminhar; → Proporcionar fixação aos fortes músculos de locomoção e postura, bem como àqueles da parede abdominal, resistindo às forças geradas por suas ações. A. Definição Períneo refere-se tanto à área da superfície do tronco entre as coxas e as nádegas, que se estende do cóccix até o púbis, quanto o compartimento de pequena profundidade situado profundamente J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 29 A n a t o m i a I (superior) a essa área, mas inferior ao diafragma da pelve. O períneo inclui o ânus e os órgãos genitais externos: pênis e escroto do homem e vagina da mulher. O períneo é um compartimento pouco profundo do corpo (compartimento do períneo) limitado pela abertura inferior da pelve e separado da cavidade pélvica pela fáscia que reveste a face inferior do diafragma da pelve, formado pelos músculos levantador do ânus e isquiococcígeo. Na posição anatômica, a superfície do períneo - a região perineal - é a região estreita entre as partes proximais das coxas; entretanto, quando os membros inferiores são abduzidos, é uma área rombóide que se estende do monte do púbis anteriormente em mulheres, das faces mediais (internas) das coxas lateralmente, e as pregas glúteas e a extremidade superior da fenda interglútea posteriormente. B. Estruturas Osteofibrosas As estruturas osteofibrosas que marcam os limites do períneo (compartimento do períneo) são: → Anteriormente: Sínfise púbia; → Anterolateralmente: Ramos isquiopúbicos (ramos inferiores do púbis e ramos do ísquio associados); → Lateralmente: Túberes isquiáticos; → Posterolateralmente: Ligamentos sacrotuberais; → Posteriormente: Parte inferior do sacro e cóccix. • Ílio: é a parte superior, em forma de leque, do osso do quadril. A asa do ílio corresponde à abertura do leque e o corpo do ílio, ao cabo. Em sua face externa, o corpo do ílio participa da formação do acetábulo. A crista ilíaca, borda do leque, tem uma curva que segue o contorno da asa entre as espinhas ilíacas posterosuperior e posteroinferior. A parte côncava anteromedial da asa forma a fossa ilíaca. Posteriormente, a face sacropélvica do ílio tem uma face auricular e uma tuberosidade ilíaca, para a articulação sinovial e sindesmótica com o sacro, respectivamente. • Ísquio: tem um corpo e um ramo. O corpo do ísquio ajuda a formar o acetábulo e o ramo do ísquio forma parte do forame obturado. A grande protuberância posteroinferior do ísquio é o túber isquiático. A pequena projeção posteromedial pontiaguda perto da junção do ramo e do corpo é a espinha isquiática. A concavidade entre a espinha isquiática e o túber isquiático é a incisura isquiática menor. A concavidade maior, a incisura isquiática maior, J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 30 A n a t o m i a I é superior à espinha isquiática e parcialmente formada pelo ílio. • Púbis: é o osso angulado que tem um ramo superior, o que ajuda a formar o acetábulo, e um ramo inferior, que ajuda a formar o forame obturado. Um espessamento na parte anterior do corpo do púbis é a crista púbica, que termina lateralmente como uma elevação proeminente, o tubérculo púbico. A parte lateral do púbis tem uma estria oblíqua, a linha pectínea do púbis. Uma linha imaginária conectando as tuberosidades isquiáticas divide o períneo em um trígono urogenital (TUG) anteriormente, e um trígono anal posteriormente. Uma massa de tecidos conjuntivo,esquelético e muscular liso, chamada de corpo perineal, é encontrada entre os trígonos, responsável por ancorar a maior parte dos músculos perineais. O trígono anal inclui o reto e as duas fossas isquioanais. Essas fossas são preenchidas por tecido adiposo, que sustenta os movimentos do diafragma pélvico, comunicando-se com o TUG através de seus recessos anteriores. O trígono urogenital, por sua vez, contém a membrana perineal e a fáscia superficial de Colles. Elas ligam dois espaços anatômicos dentro do TUG: a bolsa perineal superficial e a bolsa perineal profunda. Esse trígono contém a genitália externa do indivíduo, logo, entre os sexos, ele é a única região com diferenças anatômicas mais claras e evidentes. │SISTEMA ARTICULAR I. Definição ....................................................................................................................................... 32 II. Classificação .............................................................................................................................. 32 A. Classificação das art. sinoviais (diartroses) quanto sua forma (superfícies de contato): ....... 32 B. Classificação das art. sinoviais (diartroses) do ponto de vista funcional: ............................. 33 C. Particularidades da articulação sinovial ................................................................................. 34 D. Componentes da art. Sinovial ................................................................................................ 34 III. Congruência Articular ............................................................................................................... 36 J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 32 A n a t o m i a I Articulação ou junturas são as uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto. São constituídas por superfícies que estabelecem a junção de 2 ou mais ossos e por uma série de estruturas periarticulares que garantem a união. As articulações são classificadas estruturalmente, com base nas características anatômicas, e funcionalmente de acordo com o tipo de movimento que possibilitam. A classificação estrutural das articulações é baseada em dois critérios: (1) existência ou não de espaço entre os ossos integrantes da articulação, chamado de cavidade articular, e (2) tipo de tecido conjuntivo que une os ossos. • Articulações Fibrosas: não há cavidade articular e os ossos são mantidos unidos por tecido conjuntivo denso não modelado e rico em fibras de colágeno; • Articulações Cartilagíneas: não há cavidade articular e os ossos são mantidos juntos por cartilagem; • Articulações Sinoviais: os ossos que formam a articulação apresentam cavidade articular e são unidos pelo tecido conjuntivo denso não modelado de uma cápsula articular e, muitas vezes, por ligamentos acessórios. A classificação funcional das articulações tem relação com o grau de movimento que permitem. • Sinartrose: uma articulação imóvel; • Anfiartrose: uma articulação discretamente móvel; • Diartrose: uma articulação livremente móvel. Todas as diartroses são articulações sinoviais. Elas apresentam várias formas e possibilitam diversos tipos diferentes de movimentos. A. Classificação das art. sinoviais (diartroses) quanto sua forma (superfícies de contato): • Articulações planas: são aposições de superfícies quase chatas, por exemplo, articulações intermetatarsais e algumas articulações intercarpais. • Articulações de dobradiça ou Gínglimo: as superfícies dessas dobradiças biológicas diferem de cilindros mecânicos regulares porque os seus perfis não são arcos, mas variavelmente espirais, o que significa que o movimento não ocorre verdadeiramente em torno de um único eixo. Assemelham-se a dobradiças porque o movimento é em grande parte restrito a um plano, o que significa que elas são uniaxiais, por exemplo, articulações interfalângicas e umeroulnar. • Articulações de pivô: são articulações uniaxiais nas quais um pivô ósseo em um anel osteoligamentar permite rotação somente em torno do eixo do pivô. • Articulações bicondilares: são assim denominadas por serem formadas de dois côndilos (“nós”) convexos que se articulam com superfícies côncavas ou planas (às vezes inapropriadamente também chamadas de côndilos). • Articulações elipsoides: são biaxiais e consistem em uma superfície convexa oval J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 33 A n a t o m i a I aposta a uma concavidade elíptica, por exemplo, articulações radiocarpais e metacarpofalângicas. • Articulações em sela: são biaxiais e possuem superfícies concavoconvexas. • Articulação de bola e soquete: são multiaxiais e formadas pela recepção de uma “cabeça” globoide dentro de uma cavidade oposta, por exemplo, as articulações do quadril e do ombro. Suas superfícies, embora se assemelhando a partes de esferas, não são estritamente esféricas, mas ligeiramente ovoides e, consequentemente, a congruência não é perfeita na maioria das posições. Resumindo: Tipos de diartroses: → Articulação plana: Superfície se move em deslizamento, sendo estes de frente para trás, de um lado para o outro, sem que haja movimento angular ou rotatório (ex: ossos do carpo, ossos do tarso) → Articulação gínglimo: a superfície convexa de um osso ajusta-se à superfície côncava de outro osso. Os movimentos são de flexão (reduz o ângulo entre os ossos) e extensão (aumenta o → ângulo entre os ossos). Algumas articulações podem realizar a hiperextensão (ex: cabeça → inclinada para trás). → ➢ Articulação trocóide: também chamada de pivotante, a superfície arredondada ou pontiaguda do → osso articula-se dentro de um anel formado parcialmente por osso e ligamento, realizando a → rotação. Realizam movimentos de pronação e supinação. → Articulação elipsóide: também chamada de condilar, uma superfície oval ajusta-se em uma depressão de outro osso. Os movimentos realizados são flexão, extensão, adução, abdução e circundução. (ex: articulação do punho e rádio, ossos do carpo). → Articulação selar: a superfície de um osso tem forma de sela e a superfície articular da outra estrutura tem forma dos membros inferiores de um cavaleiro sentado. Os movimentos são látero-lateral, deslizamento ântero - posterior e circundução. (ex: trapézio e base metacarpal). → Articulação esferóide: também chamada de cotiloide, caracteriza-se por uma estrutura óssea redonda ajustada a uma depressão semelhante a um copo no outro osso. Realiza movimentos de flexão-extensão, abduçãoadução, rotação-circundução. B. Classificação das art. sinoviais (diartroses) do ponto de vista funcional: • Monoaxial: realiza movimento apenas em 1 eixo (1 grau de liberdade), permitindo apenas flexão e extensão. o Gínglimo ou Articulação em Dobradiça: a superfície articular movimenta-se em um só plano e são fortemente unidas por ligamentos colaterais. Ex: articulações interfalangeanas e úmero-ulnar. o Trocoide ou Articulação em Pivo: realiza movimento exclusivo de rotação. É formada por um processo em forma de pivô rodando dentro de um anel. Ex: atlanto- axial e radio-ulnar proximal. J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 34 A n a t o m i a I • Biaxial: realiza movimentos em torno de 2 eixos (2 graus de liberdade), permitindo flexão, extensão, abdução e adução. o Condilar: uma superfície articular ovoide é recebida em uma cavidade elíptica. Ex: articulação do punho. o Selar: as faces ósseas são reciprocamente côncavo-convexas. Ex: carpometacárpicas do dedão. • Poliaxial/Triaxial: realiza movimentos em torno de 3 eixos (3 graus de liberdade), permitindoflexão, extensão, adução, abdução e rotação. o Esferoide ou Enartrose: o osso distal é capaz de movimentar-se em torno dos 3 eixos, como ocorre nas articulações do ombro (glenoumeral) e quadril (coxofemoral). • Plana: permite movimentos deslizantes, já que as faces são planas ou levemente encurvadas. Estão presentes no carpo e tarso. C. Particularidades da articulação sinovial A característica que diferencia a articulação sinovial é a cavidade articular entre os ossos que participam da articulação. A característica única da articulação sinovial é a presença de um espaço chamado de cavidade articular ou cavidade sinovial entre os ossos integrantes da articulação. Uma vez que a cavidade articular possibilita movimento considerável na articulação, todas as articulações sinoviais são classificadas do ponto de vista funcional como livremente móveis (diartroses). Os ossos na articulação sinovial são cobertos por uma camada de cartilagem hialina chamada de cartilagem articular. A cartilagem cobre as faces articulares dos ossos com uma superfície lisa e deslizante, porém não as une. A cartilagem articular reduz o atrito entre os ossos na articulação durante o movimento e ajuda a absorver impactos. D. Componentes da art. Sinovial • LÍQUIDO SINOVIAL : Esse líquido também denominado sinóvia é encontrado entre as peças que se articulam para que haja movimento. A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra, e isto é impossível quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso ou cartilaginoso. Esse líquido é viscoso, claro ou amarelo-claro, composto por ácido hialurônico secretado por células sinoviais na membrana sinovial e líquido intersticial filtrado do plasma sanguíneo. Forma uma película fina sobre as superfícies dentro da cápsula articular. o Funções: ▪ redução do atrito pela lubrificação da articulação; ▪ absorção de impactos; ▪ fornecimento de oxigênio e nutrientes; ▪ remoção de dióxido de carbono e resíduos metabólicos dos condrócitos dentro da cavidade articular; ▪ Contém células fagocíticas que removem micróbios e resíduos resultantes do uso e desgaste da articulação. Um dos benefícios do aquecimento antes da prática de exercícios é a estimulação da produção e secreção de líquido sinovial (quanto J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 35 A n a t o m i a I maior a quantidade de líquido, menor é o estresse nas articulações durante a prática de exercícios). • CARTILAGEM ARTICULAR: É a cartilagem do tipo hialina que reveste as superfícies em contato numa determinada articulação (superfícies articulares), ou seja, a cartilagem articular é a porção do osso que não foi invadida pela ossificação. Em virtude deste revestimento as superfícies articulares se apresentam lisas, polidas e de cor esbranquiçada, facilitando o deslizamento entre as superfícies ósseas. A cartilagem articular é avascular, ou seja, não possui irrigação sanguínea. Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta. Não possui também inervação, fato este que não permite a geração de dor quando há um desgaste dessa cartilagem. A dor, neste caso, só aparece quando a cartilagem articular já foi profundamente danificada e atingiu a parte óssea subcondral, que é inervada. • CÁPSULA ARTICULAR: É uma membrana conjuntiva que envolve a articulação sinovial como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna). A primeira é mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos, por ligamentos, destinados a aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais, todavia, existem ligamentos independentes da cápsula articular e em algumas, como na do joelho, aparecem também ligamentos intra- articulares. • CAVIDADE ARTICULAR: É o espaço existente entre as superfícies articulares, estando preenchido pelo líquido sinovial. Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos mas, além disto, impedem movimentação em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais. A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É abundantemente vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção do líquido sinovial, o qual tem consistência similar à clara do ovo e tem por funções lubrificar e nutrir as cartilagens articulares, além de reduzir o atrito durante a movimentação. O volume de líquido sinovial presente em uma articulação é mínimo, somente o suficiente para revestir delgadamente as superfícies articulares e localiza-se na cavidade articular. • LIGAMENTOS ACESSÓRIOS: o Ligamentos extracapsulares: se encontram fora da cápsula articular. Exemplos: ligamentos colaterais tibial e fibular da articulação do joelho o Ligamentos intracapsulares: ocorrem dentro da cápsula articular, porém são excluídos da cavidade articular por dobras da membrana sinovial. J ú l i a C a p p i A g u i a r – T u r m a 1 8 F A M E R V | P á g i n a | 36 A n a t o m i a I Exemplos: ligamentos cruzados anterior e posterior da articulação do joelho. • DISCOS ARTICULARES OU MENISCOS: estão fortemente ligados à parte interna da membrana fibrosa e normalmente subdividem a cavidade articular em dois espaços, possibilitando que movimentos separados ocorram em cada espaço. o Funções: ▪ absorção de impactos; ▪ melhor encaixe entre as superfícies ósseas da articulação; ▪ oferecimento de superfícies adaptáveis para movimentos combinados; ▪ distribuição de peso sobre uma superfície de contato maior; ▪ alastramento do lubrificante sinovial pelas faces articulares da articulação . • LÁBIO: é a margem fibrocartilagínea que se estende a partir da borda do soquete articular. Ajuda a aprofundar o soquete da articulação e aumenta a área de contato entre o soquete e a superfície esferóidea da cabeça do úmero ou do fêmur. A congruência articular se refere ao ajuste das superfícies articulares de uma articulação. Uma articulação é congruente quando suas superfícies se ajustam perfeitamente. Movimentos fora da congruência concentra estresse sobre uma pequena área de superfície. Uma grande força concentrada sobre uma pequena área articular da cartilagem pode lesioná-la, causando eventualmente mudanças degenerativas. Assim, a congruência articular é o melhor encaixe que podemos proporcionar às nossas articulações seja em situação de repouso como deitados ou descansando, quanto em situações de movimento
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