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Resenha - A Servidão Voluntária - La Boetie-parte 3

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Resenha sobre a obra “Discurso 
Sobre a Servidão Voluntária” de La 
Boétie 
PARTE 3 
 
 
Para engrandecer o argumento sobre a natureza da liberdade, 
La Boétie cita o temperamento dos animais, cuja virtude maior 
seria a de serem livres e sentirem a necessidade de estarem livres, 
já que esses seres manifestam em suas ações o valor que tem de 
serem livres e, tendo sido retirada sua liberdade entram em 
profunda tristeza e estado de desgraça. Daí questiona-se se por 
acaso o homem não haveria então perdido sua memória da sua 
condição de liberdade, o que poderia ter feito com que seu desejo 
fosse apagado. 
 
O tirano possui, segundo o autor, três espécies. Aqueles que 
chegam ao governo pela eleição do povo; os que sucedem por 
hereditariedade e, por fim, os que chegam ao poder pelo uso das 
armas (guerra). E, embora suas origens sejam distintas a sua forma 
de governar não é. 
 
Aqueles que chegam ao poder por meio da guerra, sentem 
que possuem o governo de que conquistou por direito. Os que 
nascem reis, reproduzem a governança daqueles que vieram antes 
e prosseguem com a linhagem, conservando-a. Já os que são eleitos 
pelo povo, devendo até serem suportáveis ou os melhores entre os 
que foram mencionados anteriormente, acostumam-se logo com a 
sensação de grandeza, e, tão depressa pensam em passar todo o seu 
poder aos filhos que são capazes até, segundo La Boétie, 
ultrapassar as outras espécies de tirano em crueldade e vício. 
 
Os motivos pelos quais os homens perdem a sua liberdade 
podem variar da força ao engano feito por si mesmos. Mas, apesar 
de muitos inicialmente começarem a servidão com 
constrangimento e maior dor, os que irão suceder tais povos serão 
habituados e educados a viver sem a liberdade que lhes é natural. 
O hábito constitui grande força na mente dos indivíduos e, 
dependendo de que hábito e educação esses indivíduos levam 
durante a vida, mesmo embora sua natureza seja aquela que instala 
neles a liberdade. E o poder do tirano apenas se engrandece do 
costume daqueles que crescem sem saber do gosto de serem livres 
e cuja culpa lhes antecede. Só poderiam esses homens, depois de 
provarem da liberdade, passarem a desejá-la, para assim terem o 
desgosto de repudiar um estilo de vida degradante sob a tirania.

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