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Questão 1/10 - Análise de Texto Literário: Prosa Atente para a seguinte afirmação: “O conto foi, em sua primitiva forma, uma narrativa oral, frequentando as noites de lua em que antigos povos se reuniam e, para matar o tempo, narravam ingênuas estórias de bichos. Reminiscências desse tempo são as figuras, ainda próximas de nós, de Tio Remus, recriada em filme por Walt Disney, Pai João, dos serões coloniais, ou Dona Benta, registrada por Monteiro Lobato”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: REIS, Luzia de Maria R. O que é conto. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984. p. 8. Conforme essa afirmação e os conteúdos do livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a gênese do conto, analise as assertivas e indique a alternativa correta: Nota: 10.0 A O conto surgiu no século X, a partir das sucessivas narrativas de Sherazade, em As mil e uma noites. B O surgimento do conto ocorre em 1353, com a publicação da obra Decameron, de Giovanni Boccaccio. C A origem do conto é desconhecida, mas sabe-se que ele já existia centenas de anos antes de Cristo. Você acertou! Comentário: A alternativa (c) está correta, uma vez que: “Massaud Moises, no Dicionário de termos literários [...], apresenta longo percurso dessa forma, iniciando por apontar-lhe a ‘gênese desconhecida’. O autor afirma que ‘exemplares podem ser localizados centenas de anos antes do nascimento de Cristo’ e se detém no cultivo do conto nos ‘últimos séculos da era medieval’ [...], considerando que o estado desse período perdurou até o século XVIII. Nesse momento, o pesquisador situa a autonomização em relação ao romance e à novela e localiza ‘época de esplendor’ no século XIX [...]” (livro-base, p. 48). D O conto surgiu com as grandes navegações do século XVI, quando os marinheiros retornavam cheios de histórias para contar. E Os primeiros contos surgiram na Idade Média, com a publicação de uma coletânea de histórias curtas de autoria desconhecida. Questão 2/10 - Análise de Texto Literário: Prosa Observe a passagem de texto: “[...] no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária [...]. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CULLER, Jonathan. Teoria literária: uma introdução. Trad. de Sandra Vasconcelos. São Paulo: Beca Produções Culturais Ltda., 1999. p. 84. Considerando a passagem de texto e os conteúdos do livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre o gênero narrativo, sabe-se que, durante muito tempo, ele recebeu um tratamento diferenciado em relação aos chamados “gêneros clássicos”. Sendo assim, leia as afirmativas abaixo e sinalize a alternativa que aponta corretamente essa distinção: Nota: 10.0 A O romance foi considerado, desde a Antiguidade, um gênero nobre, diferentemente do gênero lírico, que passou a ser valorizado somente após a era vitoriana. B No século XVIII, as teorias sobre o gênero épico valorizaram qualitativamente o romance, já os estudos sobre os demais gêneros foram superiores em quantidade. C Na Grécia Antiga, o romance era considerado um gênero nobre, pois, além de ser produzido e consumido pela nobreza, apresentava reis e rainhas como protagonistas. D Ao contrário dos gêneros clássicos, lírico, épico e dramático, o gênero narrativo não foi objeto de reflexão teórica desde a Antiguidade. Você acertou! Comentário: A alternativa (d) está certa, pois: “Voltemos à origem do gênero narrativo, que não é nobre, ao contrário dos gêneros clássicos, o lírico, o épico e o dramático, entendendo-se por nobreza, nesta passagem, o fato de ter sido produzido e ter sido objeto de reflexão teórica desde a Antiguidade” (livro-base, p. 38). Além disso, Wellek e Warren afirmam que: “‘A teoria e a crítica literárias concernentes ao romance são muito inferiores, tanto em quantidade como em qualidade, à teoria e à crítica sobre poesia’ [...]. Lembremos que essa afirmação é datada de pouco antes da metade do século passado” (livro-base, p. 39). E Até o classicismo, a teoria e crítica literárias sobre o romance eram superiores em quantidade e qualidade, se comparadas às que existiam sobre os demais gêneros. Questão 3/10 - Análise de Texto Literário: Prosa Examine o excerto textual: “[...] o narrador do romance [...] perde a distância, torna-se íntimo, ou porque se dirige diretamente ao leitor, ou porque nos aproxima intimamente das personagens e dos fatos narrados. Essa proximidade pode nos dar a ilusão de que estamos diante de uma pessoa nos expondo diretamente seus pensamentos, quando, na verdade, tanto o NARRADOR como o leitor ao qual ele se dirige são seres ficcionais que se relacionam com os reais, através das convenções narrativas [...]”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: LEITE, Ligia Chiappini Moraes. O foco narrativo. 4. ed. São Paulo: Ática, 1989. p. 11,12. Considerando o excerto de texto e os conteúdos do livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre reflexões sistemáticas pioneiras quanto à constituição do “narrador”, relacione corretamente os autores às suas respectivas intervenções: 1. Walter Benjamin 2. Henry James 3. Percy Lubbock 4. Wayne Booth ( ) Defende que o narrador do romance tem que parecer impessoal, não deve intervir, bem como não deve fazer digressões que desviem o foco da história. ( ) Um de seus objetos de estudo é a obra de Nikolai Leskov. Tal escolha decorre da percepção do crítico “de que a arte de narrar está em vias de extinção”. ( ) Superando de vez o risco de se compreender autor como a pessoa do escritor, deve-se a esse crítico a expressão autor implícito, a qual até hoje permanece eficaz. ( ) Defende que a complexa questão do método, no fazer ficcional, é guiada pelo questão do ponto de vista, isto é, da relação estabelecida entre o narrador e a história. Agora, selecione a sequência correta: Nota: 0.0 A 2 – 1 – 4 – 3 Comentário: A alternativa correta é a letra (a), pois a sequência correta é 2 – 1 – 4 – 3. 2. “Na opinião de James, o narrador do romance deve parecer impessoal, sem interferências e sem digressões que desviem a atenção da história” (livro-base, p. 112). 1. “Um dos textos mais citados a respeito do assunto [...] é o ensaio intitulado justamente ‘O narrador’, de Walter Benjamin [...]. A motivação do ensaísta para abordar esse autor [Nikolai Leskov] decorre da percepção ‘de que a arte de narrar está em vias de extinção’, arte da qual Leskov é um remanescente, na avaliação de Benjamin [...]” (p. 108,109). 4. “A complementaridade está em expressão cunhada por Booth, autor implícito, que supera definitivamente o risco de se entender autor como a pessoa do escritor, expressão que não perdeu sua eficácia ainda hoje” (p. 116). Por fim, 3. Percy Lubbock “Depois de fazer o percurso analítico, centrando-se em obras específicas e eventualmente evocando outros autores para comparação, sempre atento aos procedimentos do narrador, o primeiro parágrafo do capítulo final não poderia ser mais claro quanto à importância deste: ‘Tenho para mim que toda a intrincada questão do método, no ofício da ficção, é governada pelo problema do ponto de vista – o problema da relação que se estabelece entre o narrador e a história [...]” (p. 115). B 1 – 3 – 2 – 4 C 4 – 2 – 3 – 1 D 4 – 3 – 1 – 2 E 3 – 4 – 2 – 1 Questão 4/10 - Análise de Texto Literário: Prosa Leia o excerto de texto abaixo: “Durante vários séculos, só os ricos se podiam oferecer livros; o público de leitores era limitado por salários que apenas permitiam uma estrita subsistência, pela ausência de lazeres das classes sociais mais numerosas, pela deficiência de luz à noite, pela impossibilidade de isolamento nas habitações superpovoadas, pelafalta de bibliotecas de empréstimo”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: BOURNEUF, Roland; OULLET, Réal. O universo do romance. Trad. de José Carlos Seabra Pereira. Coimbra: Almedina, 1976. p. 9. Segundo o excerto textual e os conteúdos abordados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre os fatores que contribuíram significativamente para incrementar a produção ficcional europeia ao longo da Idade Moderna, considere as proposições e assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A A difusão da imprensa e a redução do analfabetismo. Você acertou! Comentário: A alternativa correta é a letra (a), tendo em vista que: “Com a difusão da imprensa e a diminuição do número de analfabetos, fenômenos que ficam aqui registrados em uma linha, mas de fato se estendem por mais de século, a produção ficcional passou por significativo incremento [...]. ‘No meio do século XVII, um amante de ficção que vivesse na França, na Espanha ou na Inglaterra tinha à sua disposição um repertório de romances heroicos inspirados pelo romance helenístico [...]’” (livro-base, p. 43, 44). B A valorização da literatura nas Universidades e a criação de bibliotecas públicas. C O surgimento da tipografia e a profissionalização do ofício de escritor. D A publicação de obras populares e a luta dos intelectuais pelo fim da censura. E O aparecimento dos primeiros computadores e a redução no custo dos livros. Questão 5/10 - Análise de Texto Literário: Prosa Atente para a citação: “[...] o contrato da ficção não exige um corte radical e irreversível com o mundo real, podendo (devendo, até, de acordo com concepções teórico-epistemológicas de índole sociológica) o texto ficcional remeter ao mundo real, numa perspectiva de elucidação que pode chegar a traduzir-se num registro de natureza didática”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: REIS, Carlos; LOPES, Ana Cristina M. Dicionário de narratologia. Coimbra: Livraria Almedina, 1990. p. 154. Em conformidade com a citação e com os conteúdos apresentados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a distinção entre narrativa ficcional e narrativa não ficcional, analise as assertivas que seguem e indique a alternativa que aponta corretamente uma das condições determinantes para tal distinção: Nota: 10.0 A O que determina a diferença entre os dois tipos de narrativa é a possibilidade de comprovação sobre a existência concreta de um determinado lugar. B Na prosa de ficção, as personagens são criadas pelo autor, isto é, não é possível encontrar registros documentais sobre elas fora do universo ficcional. C A intencionalidade do autor é determinante para a distinção entre a narrativa ficcional e a narrativa não ficcional. Você acertou! Comentário: A alternativa (c) está correta, tendo em vista que: “A primeira condição apontada como determinante da ficcionalidade é a intencionalidade. Algumas vezes, na prática analítica, dizemos que as intenções do autor pouco ou nada devem contar. Não é o caso quando se trata de qualificar uma obra como ficcional ou negar-lhe esse caráter: ‘entende-se que o fator primeiro da ficcionalidade é a colocação ilocutória do autor e o seu intuito de construir um texto na base de uma atitude de fingimento’ [...]. Mais uma vez, não podemos transportar o que é do cotidiano para a discussão sobre a criação artística. Nesse caso, não podemos transferir um juízo que é de um padrão de comportamento. Sempre nos ensinaram que o fingimento é uma atitude moralmente condenável, mas tal não vale para o ficcionista, que adota ou deve adotar deliberadamente o fingimento” (livro-base, p. 31). As demais alternativas estão incorretas, uma vez que tais assertivas não determinam o caráter ficcional ou não de uma narrativa. D A sequência cronológica dos fatos é determinante para que o leitor saiba se uma obra é ficcional ou não. E A biografia, bem como qualquer narrativa sobre uma ou mais personalidades históricas, não admite ficcionalidade, pois tratam de pessoas do mundo referencial que existiram em determinada época. Questão 6/10 - Análise de Texto Literário: Prosa Atente para a citação: “Consciente da natureza intrincada e fluida destes problemas – o erro de Nomi Tamir decorre, em última instância, da sua análise estritamente linguística de um fenômeno dependente de um sistema semiótico de segundo grau –, Genette considera que a persona do narrador não deve ser caracterizada e definida em função de formas gramaticais, mas em função do seu estatuto narrativo”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SILVA, Vitor Manuel de Aguiar e. Teoria da Literatura. Coimbra: Livraria Almedina, 1999. p. 761. Em conformidade com a citação e com os conteúdos tratados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a classificação do narrador segundo Gérard Genette, relacione corretamente os elementos às suas respectivas características: 1. Heterodiegético 2. Homodiegético 3. Autodiegégico ( ) É um narrador estranho à história que narra. ( ) É ao mesmo tempo narrador e protagonista da história narrada. ( ) É o narrador que narra sua própria experiência sem ocupar o centro da narrativa. ( ) É um narrador que se vale predominantemente da 3ª pessoa para contar a história. Agora, selecione a alternativa que apresenta a sequência correta: Nota: 10.0 A 2 – 1 – 3 – 2 B 3 – 3 – 2 – 1 C 1 – 2 – 3 – 2 D 1 – 3 – 2 – 1 Você acertou! Comentário: A alternativa (d) está certa, tendo em vista que a sequência 1 – 3 – 2 – 1 está correta: “A herança deixada pelos ventos estruturalistas, especialmente quanto à especialização do vocabulário, é bem aproveitada pela narratologia. [...] falta comentar uma distinção rentável para a análise literária, estabelecida pelo teórico francês Gérard Genette [...]. Trata-se da distinção entre narrador heterodiegético, homodiegético e autodiegético. Lembre-se que diegese é a história narrada. O [1] narrador heterodiegético ‘relata uma história à qual é estranho, uma vez que não integra nem integrou, como personagem, o universo diegético em questão’, ou seja, não participa do enredo [...]. Este é o tipo de narrador mais corrente na tradição ocidental. Exprime-se predominantemente em terceira pessoa, ainda que a primeira pessoa possa aparecer na narrativa uma ou outra vez. [2] Homodiegético é o narrador que narra sua própria experiência, ou seja, é também personagem, mas personagem secundário. [3] Se aparecer na narrativa como protagonista, o narrador será autodiegégico” (livro-base, p. 145,146). E 3 – 2 – 1 – 3 Questão 7/10 - Análise de Texto Literário: Prosa Considere a citação: “[...] os teorizadores do novo romance acentuam a complementaridade tempo/espaço, resolvida no interior da narrativa a partir do ato da leitura, independentemente desse exterior assim neutralizado – neutralização que de certo modo traduz a negação de uma racionalidade reclamada sobretudo pela literatura realista”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: REIS, Carlos; LOPES, Ana Cristina M. Dicionário de narratologia. Coimbra: Livraria Almedina, 1990. p. 134. Tendo em conta a citação e os conteúdos do livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre o conceito de “cronotopo” artístico-literário, sabe-se que ele se refere à interligação das relações temporais e espaciais. Sendo assim, verifique as seguintes opções e marque a alternativa que aponta corretamente o teórico que formulou tal conceito: Nota: 10.0 A Gaston Bachelard, em A poética do espaço. B Mikhail Bakhtin, no texto “Formas de tempo e de cronotopo no romance”, reunido em Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Você acertou! Comentário: A alternativa (b) está correta, pois: “Mikhail Bakhtin, no texto ‘Formas de tempo e de cronotopo no romance’, produzido em 1937-1938 e publicado comoum capítulo do volume Questões de literatura e de estética: a teoria do romance, [...] propõe chamar cronotopo ‘à interligação fundamental das relações temporais e espaciais, artisticamente assimiladas na literatura [...]; nele é importante a expressão da indissolubilidade de espaço e de tempo (tempo como a quarta dimensão do espaço)’ [...]” (livro-base, p. 193). C Michel Butor, no ensaio “O espaço no romance”, que integra o livro Repertório. D Antonio Dimas, em Espaço e romance. E Luis Alberto Brandão, em Teorias do espaço literário. Questão 8/10 - Análise de Texto Literário: Prosa Atente para a afirmação: “A tipologia da ficção em prosa é muito vasta. Temos, por exemplo, o romance picaresco [...], cavaleiresco [...], de aventura [...], sentimental [...], histórico [...], autobiográfico [...], de capa e espada [...], psicológico [...], romântico [...], gótico ou de terror [...], realista [...], de formação [...], naturalista [...], existencialista [...] de realismo crítico [...], de realismo fantástico [...], psicanalítico [...], de experimentalismo formal [...]. Outras classificações são feitas não em função do aspecto temático, mas tendo em conta a predominância de um dos elementos constitutivos do gênero narrativo”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: D’ONÓFRIO, Salvatore. Teoria do texto: prolegômenos e teoria da narrativa. São Paulo: Ática, 1995. p. 117. Considerando a afirmação e os conteúdos apresentados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a tipologia romanesca, relacione corretamente os tipos de romance às suas respectivas características: 1. Romance pastoral ou sentimental 2. Romance picaresco 3. Romance de aventura 4. Romance psicológico ( ) É o tipo de romance em que o narrador se ocupa primordialmente dos estados emocionais de suas personagens. ( ) Nesse tipo de romance, o herói de origem humilde e caráter duvidoso, valendo-se de astúcia e de artimanhas, engana a todos se fazendo passar por um autêntico herói. ( ) Esse tipo de romance tem como característica prender a atenção do leitor em virtude da sequência frenética de ações. ( ) Nesse tipo de romance, a trama é tecida em torno de uma história amorosa. É a modalidade que o público leigo mais identifica como romance. Agora, selecione a alternativa que menciona a sequência correta: Nota: 10.0 A 2 – 1 – 4 – 3 B 1 – 3 – 2 – 4 C 4 – 2 – 3 – 1 Você acertou! Comentário: A alternativa correta é a letra (c), uma vez que a sequência correta é 4 – 2 – 3 – 1. “[1] O romance pastoral ou sentimental, tipo praticamente desaparecido, gira em torno de uma história de amor, um idílio preferencialmente em cena bucólica. É a modalidade popularmente mais identificada como romance pelo público leigo. Por extensão, é comum fazer referência a uma relação amorosa entre personagens referenciais, até pessoas de nosso convívio, como romance. [...] [2] O herói do romance picaresco é a contraface da figura heroica anteriormente descrita [heróis de epopeia], uma vez que o pícaro é justamente aquele que tem origem humilde e caráter duvidoso, mas consegue, com astúcia e artimanhas, enganar a todos e se fazer passar por herói autêntico. [...] Se é a sequência frenética de ações que prende a atenção do leitor, temos um [3] romance de aventuras, que pode ser, ao mesmo tempo, épico ou picaresco, e também histórico. [...] Se o narrador se ocupa, acima de tudo, dos estados emocionais da personagem, temos um [4] romance psicológico” (livro-base, p. 46,47). D 4 – 3 – 1 – 2 E 3 – 4 – 2 – 1 Questão 9/10 - Análise de Texto Literário: Prosa Leia o excerto do conto A Cartomante, de Machado de Assis: “Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura e nenhuma explicação das origens. Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos de infância. Vilela seguiu a carreira de magistrado. Camilo entrou no funcionalismo, contra a vontade do pai, que queria vê-lo médico; mas o pai morreu, e Camilo preferiu não ser nada, até que a mãe lhe arranjou um emprego público.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ASSIS, Machado. A cartomante. Disponível em: <http://docente.ifrn.edu.br/paulomartins/livros-classicos-de-literatura/a-cartomante-de-machado-de-assis-pdf>. Acesso em 06 set. 2019. Considerando o fragmento e os conteúdos da Videoaula 4 – Machado de Assis, é correto afirmar sobre o projeto ficcional machadiano: Nota: 10.0 A trata-se de um conjunto representativo para estudar a produção literária barroca. B representa o ponto mais alto e equilibrado da prosa realista brasileira. Você acertou! Comentário: De acordo com a Rota de Aprendizagem, Aula 4, Tema 1 (Machado de Assis - 9’ a 10’), o crítico brasileiro Antonio Bosi irá destacar o fato de que a produção de Machado de Assis representará o ponto mais alto e equilibrado da prosa realista brasileira. C dá continuidade ao preceito indigenista da primeira geração romântica. D rompe com as fronteiras entre lírica e prosa, demarcando o início do Modernismo. E transforma-se no grande representante da expressão simbolista nacional. Questão 10/10 - Análise de Texto Literário: Prosa Leia o fragmento de texto: “Embora a expressão ‘ponto de vista’ (‘point de vue’) seja de uso comum em francês, mesmo como termo técnico da crítica literária, Jean Pouillon, ao tratar do assunto em obra publicada em 1946 – Temps et le Roman –, preferiu usar, nesse sentido, a palavra vision”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CARVALHO, Alfredo Leme Coelho de. Foco narrativo e fluxo da consciência: questões de teoria literária. São Paulo: Pioneira, 1981. p. 15. Partindo do fragmento textual e dos conteúdos abordados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a tipologia proposta por Jean Pouillon a respeito do narrador, relacione corretamente os elementos às suas respectivas características: 1. A visão “com” 2. A visão “por detrás” 3. A visão “de fora” ( ) Nesse modo de visão, uma personagem é eleita para ocupar o centro da narrativa e identifica-se com o narrador. ( ) Por meio dessa visão, o que o leitor sabe das personagens do romance é dado pelo personagem central. ( ) Nesse modo de visão, a apresentação da personagem se dá pelo que se pode observar dela, sua conduta, seus predicados, como ela vive, enfim. ( ) Nesse modo de visão, a narrativa é caracterizada pela onisciência do narrador, o qual é capaz de penetrar até mesmo na mente das personagens. ( ) Esse modo de visão corresponde a uma narrativa baseada na observação de fatos externos. É o procedimento dominante nos romances “realistas” do século XIX. Agora, selecione a sequência correta: Nota: 10.0 A 3 – 2 – 1 – 3 – 2 B 1 – 1 – 3 – 2 – 3 Você acertou! Comentário: A alternativa certa é a letra (b), pois a sequência 1 – 1 – 3 – 2 – 3 está correta: “Na [1] visão ‘com’, uma personagem é escolhida como centro da narrativa, recebendo atenção maior, ou pelo menos diferente da atribuída às demais. A preposição com é referente à identificação da personagem com o narrador, embora o termo não apareça nessa passagem. A centralidade não decorre de a personagem ser vista no centro, mas do fato de todas as demais personagens serem vistas da perspectiva dela e de as ações serem percebidas por ela. Daí que o reconhecimento desse tipo de romance não se dá pela maneira como é vista a personagem central, que não é vista efetivamente, mas pela maneira como vê as outras. De seu modo de ser depende o que o leitor sabe dos outros” (livro-base, p. 118). De acordo com a referida tipologia, a “[2] visão ‘por detrás’ significa visão do psiquismo da personagem. O autor distancia-se para vê-la por dentro. Nos termos psicanalíticos que adota, Pouillon marca a diferença entendendo a visão ‘com’ como consciência pura e simples, enquanto a visão ‘por detrás’ comporta o conhecimento refletido. ‘O romancista [...] não se encontra em seu personagem, mas sim distanciadodele; [...] a finalidade desse distanciamento é a compreensão imediata dos móveis mais íntimos que o fazem agir e pensar; [...] ele vê os fios que sustentam o fantoche e desmonta o homem’ [...]. Atento às possibilidades narrativas, o teórico marca os riscos e as fragilidades da posição, lembrando que o autor sabe tudo de antemão, mas precisa encontrar uma ordem que garanta a eficácia da narrativa e a atenção do leitor [...]” (p. 119,120). Por último, “a [3] visão ‘de fora’ é a apresentação da personagem pelo que se pode observar dela, incluindo aspecto físico, meio em que vive e também conduta, na medida em que esta é perceptível nas ações, no relacionamento com o mundo que a cerca, cabendo ao leitor concluir sobre seu modo de ser. O procedimento não é exclusivo de um estilo de época específico, mas é o dominante nos romances chamados realistas, cuja época áurea situa-se na segunda metade do século passado” (p. 121). C 2 – 2 – 3 – 1 – 1 D 1 – 3 – 3 – 2 – 1 E 2 – 1 – 2 – 1 – 3