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Ação Penal Instrumento que deflagra o processo penal, quando se tem indícios de autoria e materialidade da infração. Existem duas formas de ação, no Processo Penal: a ação pública e a privada. a) Ação Penal Pública (art. 24, CPP): é a ação que é proposta pelo Ministério Público, através da denúncia. Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. A ação penal pública ainda se divide em incondicionada e condicionada: • INCONDICIONADA: quando o MP não precisa obedecer a condição nenhuma, para intentar a ação. • CONDICIONADA: quando é necessária a autorização do ofendido (ou de seu representante) ou quando é preciso que haja requisição do Ministro da justiça para o oferecimento da denúncia. b) Ação Penal Privada (art. 30, CPP): é a ação que só pode ser proposta pelo ofendido (ou seu representante), através da queixa crime. Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. 1. Condições Da Ação No Processo Penal Para que uma ação seja deflagrada, é necessário que se preencha alguns requisitos: as condições da ação, tendo em vista que, conforme o art. 395, II do CPP, a falta de um desses requisitos implica em rejeição da ação: Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: II - Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; São condições da ação: a) Legitimidade da Parte: • Ação Penal Pública: pode ser intentada por: membro do MP • Ação Penal Privada: pode ser proposta: pelo ofendido (ou seu representante), por meio da queixa crime, através de advogado. b) Interesse de agir: existe interesse de agir quando não há extinção de punibilidade e quando houver indícios de autoria e materialidade da infração penal. c) Possibilidade Jurídica do Pedido: para que alguém seja processado por uma infração penal, o fato descrito tem de ter a sua conduta tipificada, ou seja, deve existir previsão legal da conduta, como crime. No processo penal, a ação deve ser motivada para aplicação de uma pena ou medida de segurança, pois são as únicas possibilidades de execução penal. Promotor de Justiça (Estadual) Procurador da República (Federal) 2. Ação Penal Pública Pode ser proposta pelo Ministério Público, e pode ser: Tem fundamento constitucional: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; Segundo o Código de Processo Penal, o que torna uma ação penal pública, é todo crime cometido contra: patrimônio ou interesses da União, Estados ou Municípios, conforme prevê o art. 24, §2º, CPP: § 2o - Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública 2.1 - Princípios Da Ação Penal Pública A ação Penal Pública possui princípios próprios. • Obrigatoriedade: diante do cometimento de um crime, o MP não pode deixar de propor uma ação penal, não pode abster-se de seu papel. O MP só poderá deixar de propor ação penal quando o crime que foi cometido, tiver pena abstrata inferior a dois anos, quando deverá propor a transação penal, conforme o art. 76 da Lei n°9.099/95 (Lei dos juizados Especiais Cíveis e Criminais): Incondicionada Condicionada Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. • Indisponibilidade: uma vez que a ação penal pública foi proposta, não se pode mais desistir dela, porque o membro do MP não pode mais dispor dela, discricionariamente, de modo que a ação deverá ser apreciada pelo juiz, que deverá condenar ou absolver o acusado. Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. ✓ EXCEÇÃO: (art. 89 da Lei 9.099/95): permite-se a suspensão condicional do processo, quando o acusado estiver respondendo crime cuja pena mínima em abstratamente cominada foi igual ou inferior a um ano. Assim sendo, se o acusado aceitar as condições impostas pelo MP, o processo fica suspenso por um prazo determinado e ao final desse prazo, se as condições tiverem sido cumpridas corretamente, extingue- se a punibilidade do acusado. Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena: § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê- lo; II - proibição de freqüentar determinados lugares; Art. 77, CP Condições suspensão da pena III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano. § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta. § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. • Oficialidade: como somente o MP pode oferecer a denúncia, posto que o seu titular tem de ser, necessariamente, um integrante dos poderes do Estado. 2.1.2 - Prazo Para Oferecimento De Denúncia Para o oferecimento da denúncia, o CPP estabeleceu, especificamente, uma diferença quanto ao fato de o réu estar preso ou solto. Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos ✓ LEI DE DROGAS (Lei n° 11.343/06): não há diferenças nos prazos, se o réu está preso ou solto. O prazo é comum e fixado em 10 dias, conforme art. 54. Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências: I - requerer o arquivamento; II - requisitar as diligências que entender necessárias; III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes. CPP LEI DE DROGAS .5 dias (preso) . 15 dias (solto) . 10 dias (preso ou solto) 2.1.3 Titularidade Da Ação Penal Pública O MP é o titular exclusivo daAção Penal Pública, tanto na forma condicionada, quando na incondicionada. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art16 ✓ Ação Penal Privada Subsidiária Da Pública (art. 29, CPP): quando o MP não cumprir o prazo estipulado pela lei, para o oferecimento da denúncia, e quedar-se inerte, o ofendido, através de advogado, poderá intentar a ação penal privada, por meio da queixa crime. O MP perde a titularidade exclusiva de propor a ação penal pública, em virtude da sua inércia. Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 2.2 Ação Penal Pública Condicionada (À Representação) A representação do ofendido é a condição de procedibilidade para o MP propor a ação penal. Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. Entretanto, em caso de falecimento do ofendido, a representação será de responsabilidade de seus familiares : cônjuge, ascendentes, descendentes ou irmãos, conforme o § 1º do mesmo artigo. Uma vez que o ofendido oferte a denúncia, não poderá mais desistir da ação (irretratabilidade), posto que a mesma passará a ser responsabilidade do estado, conforme apregoa o princípio da indisponibilidade da ação penal Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. O prazo para o ofendido oferecer a queixa crime é de 6 meses (decadencial), contado da ciência da autoria da infração, conforme o CPP: Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia Ocorrendo o não oferecimento da queixa crime no prazo estipulado pela lei, opera- se a decadência, resultando na extinção de punibilidade do agente, conforme o art. 107, IV, do Código Penal Art. 107 - Extingue-se a punibilidade IV - Pela prescrição, decadência ou perempção; A forma de apresentar essa queixa crime pode ser oral ou escrita, sempre dirigida ao MP, Delegado de polícia ou juiz, pessoalmente ou através de advogado (com poderes especiais). A representação deve conter informações que servirão para a apuração do fato e da autoria da infração. Havendo elementos suficientes para a propositura da ação, o MP poderá dispensar o inquérito policial e ofertar a denúncia no prazo de 15 dias. Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. § 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art29 perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida. § 2o A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria. § 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. § 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito. § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. 2.3 - Ação Penal Pública Incondicionada Essa ação pública incondicionada é a regra. Quando a lei não disse como a infração deve ser processada, ela deverá ser pública incondicionada. Ou seja, quando a ação for pública condicionada ou movida por queixa crime, a lei demonstrará expressamente qual a forma deverá ser utilizada. Art. 100, CP - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. ✓ CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: para esses crimes, passa a ser regra, a necessidade de representação do indivíduo, conforme o art. 225, do Código Penal: Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação 3. Ação Penal Privada Essa forma de ação, cabe somente ao ofendido (ou representante), conforme o CPP: Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. Em caso de falecimento do ofendido, a titularidade da ação passara a seus familiares: cônjuge, ascendentes, descendentes, irmãos. Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Essa ação será proposta mediante o oferecimento de queixa crime, através de advogado (ou defensor público – hipossuficientes). ✓ MENOR DE 18 ANOS: caso o ofendido seja menor de 18 anos, ou apresentar alguma doença mental e não tiver representante, ou quando os interesses do ofendido se chocarem com os interesses do representante legal, o juiz poderá nomear um curador, de ofício ou a requerimento do MP, para que se possa propor a ação penal. Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal. 3.1 Princípios Da Ação Penal Privada Assim como a ação penal pública, as ações penais privadas obedecem seus próprios princípios. • Oportunidade: (também chamado de Princ. Da Conveniência) segundo esse princípio, o ofendido poderá escolher oferecer a denúncia contra o acusado ou não, ainda que existam provas suficientes para comprovar autoria e materialidade da infração. • Disponibilidade: uma vez intentada a ação, o ofendido poderá desistir dela, através da renúncia ou do perdão, conforme o CPP. Ambos os institutos, constituem causas de extinção de punibilidade (art. 107, CP) Art. 49, CPP. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. Art. 51, CPP. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. • Indivisibilidade: esse princípio prevê a impossibilidade da chamada vingança privada, por parte do ofendido. Ou seja, em se tratando de uma infração que envolve vários infratores, o ofendido não pode oferecer a denúncia contra apenas um deles, por motivos de vingança. Assim, caso ofereça denúncia contra apenas um dos réus, o MP oficia no processo penal que a denúncia deve atingir a todos, sob pena de caracterizar a renúncia, e, consequentemente, a extinção de punibilidade para todos os réus. Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade. 3.2 Prazo Para Oferecimento Da Queixa Crime O ofendido tem o prazo de 6 meses (decadencial)para oferecer a queixa crime, sob pena de extinção de punibilidade para o agente. Contado a partir do dia da ciência da autoria do crime, conforme art. 38, CPP Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 3.3 Titularidade Da Ação Penal Privada O titular da ação penal privada é o ofendido (ou seu representante legal), através da queixa crime. Para fins técnicos: A queixa crime deverá ser guarnecida de uma procuração com poderes especiais (para o advogado), devendo conter também o nome do querelante, do querelado, bem como a descrição do fato criminoso. Sem esse último quesito, o juiz não apreciará a queixa crime. AUTOR: querelante RÉU: querelado Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. Procuração com poderes especiais: receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso. A procuração com poderes gerais, normalmente utilizada por advogados, não menciona o fato penal em relação ao qual será feita a defesa. Lhe somente poderes para o foro, habilita o advogado à prática de todos os atos do processo, exceto dos que correspondem aos denominados poderes especiais http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art29 3.4 Aditamento Da Queixa Crime Como quem irá propor a queixa crime é o advogado, sem a necessidade de interferência do MP, a lei obriga que o Parquet atue, ao menos, como fiscal da lei, podendo aditar a queixa crime, se houver necessidade. Dessa forma, o Promotor de justiça ou Procurador da República, atuando como custos legis, vão, ao fim do processo, posicionar-se pela condenação ou absolvição do réu. 3.5 Extinção De Punibilidade Na Ação Penal Privada O querelante (autor) deve ficar atento às causas de extinção de punibilidade. Os casos legais são: A decadência tira do autor o seu direito de oferecer a queixa crime, se ele não a fizer no prazo de 6 meses, contados da ciência da autoria do crime. A renúncia ocorre quando o autor (querelante), de forma expressa ou tácita, desiste de processa o réu. Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. . Decadência . Renúncia . Perdão . Perempção – somente para ações privadas Art. 107, IV, Código Penal Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova. O perdão do ofendido, é ato do querelante, mas depende de aceitação expressa do réu (querelado), sem o qual, não é válido. Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. Caso não seja aceito pelo querelante, mas o foi pelos eu advogado (com poderes especiais), o ato é válido. a aceitação expressa tem de ser feita no prazo de 3 dias. Se dentro desse prazo não houver manifestação do querelado, entende-se o ato como aceitação tácita. A perempção acontece quando o querelante deixar de movimentar o processo pelo prazo de 30 dias seguidos, ou quando o mesmo falecer, seu representante legal deixar de comparecer em juízo no prazo de 60 dias, ou ainda deixar de comparecer, sem motivo justificado a qualquer ato do processo, conforme art. 60 do CPP: Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art36 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art36 ✓ PEREMPÇÃO: aplica-se apenas às ações privadas. Não se aplica à ação penal privada subsidiária da pública, por que se houver a inércia do querelante, nas formas dos incisos I e IV, o MP retoma a ação penal, não havendo assim a extinção de punibilidade para o agente. ✓ PEREMPÇÃO: dentre as causas de perempção, aquela que consta o inciso III, em que o querelante deve fazer expressamente o pedido de condenação, nas alegações finais, elas serão feitas, via de regra, da forma oral, exceto quando o juiz conceder prazo para que sejam escritas. Todas as causas de extinção de punibilidade podem ser reconhecidas pelo juiz, de ofício e a qualquer tempo, posto que são matérias de ordem pública. A morte do agente também é causa de extinção de punibilidade e deve ser conhecida pelo juiz após a juntada de atestado de óbito e manifestação do MP, conforme o CPP: Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade. 4. Ação Civil Ex-Delicto Essa ação é proposta no juízo cível, para que o ofendido tenha seu prejuízo ressarcido, em razão do que o réu possa ter auferido com o cometimento da infração. Ela pode ser movida pelo ofendido (ou representante) e, no caso de morte, pelos seus herdeiros. Existem duas possibilidades de propor ação civil ex-delicto: • Quando ainda estiver pendente a decisão na seara penal: caso em que o juízo cível suspende a ação até o trânsito em julgado da ação criminal. • Quando ao proferir sentença condenatório, o juiz fixar valor mínimo para reparação dos danos, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido (art. 387, IV, CPP) nesse caso, cabe ao ofendido apenas requerer a execução da sentença criminal, no juízo cível, pelo valor q foi fixado em sede de condenação criminal. A sentença criminal fará coisa julgada o juízo cível, não podendo ser novamente questionada, nas seguintes hipóteses: • Sentença Condenatória: Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. • Sentença Absolutória (absolvição), em que reconhece a inexistência do fato: Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato. • Sentença Absolutória que reconhece estar provado que p réu não cometeu a infração penal Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: IV – Estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; • Sentença Absolutória que reconhece a inexistência de causa excludente de ilicitude Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. De outra banda, NÃO FAZ COISAJULGADA, NO JUIZO CÍVEL as seguintes hipóteses: Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato. Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil: I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação; II - a decisão que julgar extinta a punibilidade; III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.
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