Buscar

AÇÃO PENAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ação Penal 
Instrumento que deflagra o processo penal, quando se tem indícios de autoria e 
materialidade da infração. Existem duas formas de ação, no Processo Penal: a ação 
pública e a privada. 
 
a) Ação Penal Pública (art. 24, CPP): é a ação que é proposta pelo Ministério Público, 
através da denúncia. 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por 
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei 
o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de 
representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para 
representá-lo. 
 
A ação penal pública ainda se divide em incondicionada e condicionada: 
 
• INCONDICIONADA: quando o MP não precisa obedecer a condição nenhuma, 
para intentar a ação. 
• CONDICIONADA: quando é necessária a autorização do ofendido (ou de seu 
representante) ou quando é preciso que haja requisição do Ministro da justiça 
para o oferecimento da denúncia. 
 
 
b) Ação Penal Privada (art. 30, CPP): é a ação que só pode ser proposta pelo ofendido 
(ou seu representante), através da queixa crime. 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para 
representá-lo caberá intentar a ação privada. 
 
1. Condições Da Ação No Processo Penal 
Para que uma ação seja deflagrada, é necessário que se preencha alguns requisitos: 
as condições da ação, tendo em vista que, conforme o art. 395, II do CPP, a falta de 
um desses requisitos implica em rejeição da ação: 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
II - Faltar pressuposto processual ou condição para o 
exercício da ação penal; 
São condições da ação: 
 
a) Legitimidade da Parte: 
 
• Ação Penal Pública: pode ser intentada por: membro do MP 
 
 
• Ação Penal Privada: pode ser proposta: pelo ofendido (ou seu representante), 
por meio da queixa crime, através de advogado. 
 
 
b) Interesse de agir: existe interesse de agir quando não há extinção de punibilidade e 
quando houver indícios de autoria e materialidade da infração penal. 
 
c) Possibilidade Jurídica do Pedido: para que alguém seja processado por uma infração 
penal, o fato descrito tem de ter a sua conduta tipificada, ou seja, deve existir 
previsão legal da conduta, como crime. No processo penal, a ação deve ser motivada 
para aplicação de uma pena ou medida de segurança, pois são as únicas 
possibilidades de execução penal. 
 
 
Promotor de Justiça 
(Estadual) 
Procurador da 
República (Federal) 
 
2. Ação Penal Pública 
 
Pode ser proposta pelo Ministério Público, e pode ser: 
 
Tem fundamento constitucional: 
 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma 
da lei; 
 
Segundo o Código de Processo Penal, o que torna uma ação penal pública, é todo 
crime cometido contra: patrimônio ou interesses da União, Estados ou Municípios, 
conforme prevê o art. 24, §2º, CPP: 
§ 2o - Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento 
do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a 
ação penal será pública 
 
2.1 - Princípios Da Ação Penal Pública 
 
A ação Penal Pública possui princípios próprios. 
• Obrigatoriedade: diante do cometimento de um crime, o MP não pode deixar de 
propor uma ação penal, não pode abster-se de seu papel. O MP só poderá deixar de 
propor ação penal quando o crime que foi cometido, tiver pena abstrata inferior a 
dois anos, quando deverá propor a transação penal, conforme o art. 76 da Lei 
n°9.099/95 (Lei dos juizados Especiais Cíveis e Criminais): 
Incondicionada 
Condicionada 
 
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de 
ação penal pública incondicionada, não sendo caso de 
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a 
ser especificada na proposta. 
 
• Indisponibilidade: uma vez que a ação penal pública foi proposta, não se pode mais 
desistir dela, porque o membro do MP não pode mais dispor dela, 
discricionariamente, de modo que a ação deverá ser apreciada pelo juiz, que deverá 
condenar ou absolver o acusado. 
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação 
penal. 
 
✓ EXCEÇÃO: (art. 89 da Lei 9.099/95): permite-se a suspensão condicional do processo, 
quando o acusado estiver respondendo crime cuja pena mínima em abstratamente 
cominada foi igual ou inferior a um ano. Assim sendo, se o acusado aceitar as 
condições impostas pelo MP, o processo fica suspenso por um prazo determinado e 
ao final desse prazo, se as condições tiverem sido cumpridas corretamente, extingue-
se a punibilidade do acusado. 
 Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada 
for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por 
esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, 
poderá propor a suspensão do processo, por dois a 
quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo 
processado ou não tenha sido condenado por outro 
crime, presentes os demais requisitos que autorizariam 
a suspensão condicional da pena: 
 § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, 
na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, 
poderá suspender o processo, submetendo o acusado 
a período de prova, sob as seguintes condições: 
 I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-
lo; 
 II - proibição de freqüentar determinados lugares; 
Art. 77, CP 
Condições 
suspensão da 
pena 
 III - proibição de ausentar-se da comarca onde 
reside, sem autorização do Juiz; 
 IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, 
mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 
 § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a 
que fica subordinada a suspensão, desde que 
adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. 
 § 3º A suspensão será revogada se, no curso do 
prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro 
crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a 
reparação do dano. 
 § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado 
vier a ser processado, no curso do prazo, por 
contravenção, ou descumprir qualquer outra condição 
imposta. 
 § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz 
declarará extinta a punibilidade. 
 § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de 
suspensão do processo. 
 § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista 
neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores 
termos. 
 
• Oficialidade: como somente o MP pode oferecer a denúncia, posto que o seu titular 
tem de ser, necessariamente, um integrante dos poderes do Estado. 
 
 
2.1.2 - Prazo Para Oferecimento De Denúncia 
Para o oferecimento da denúncia, o CPP estabeleceu, especificamente, uma 
diferença quanto ao fato de o réu estar preso ou solto. 
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o 
réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do 
Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 
15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se 
houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), 
contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério 
Público receber novamente os autos 
✓ LEI DE DROGAS (Lei n° 11.343/06): não há diferenças nos prazos, se o réu está preso 
ou solto. O prazo é comum e fixado em 10 dias, conforme art. 54. 
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de 
Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, 
dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) 
dias, adotar uma das seguintes providências: 
I - requerer o arquivamento; 
II - requisitar as diligências que entender necessárias; 
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e 
requerer as demais provas que entender pertinentes. 
 
CPP LEI DE DROGAS 
.5 dias (preso) 
. 15 dias (solto) 
 
. 10 dias (preso ou solto) 
 
 
2.1.3 Titularidade Da Ação Penal Pública 
 
O MP é o titular exclusivo daAção Penal Pública, tanto na forma condicionada, 
quando na incondicionada. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art16
✓ Ação Penal Privada Subsidiária Da Pública (art. 29, CPP): quando o MP não cumprir o 
prazo estipulado pela lei, para o oferecimento da denúncia, e quedar-se inerte, o 
ofendido, através de advogado, poderá intentar a ação penal privada, por meio da 
queixa crime. O MP perde a titularidade exclusiva de propor a ação penal pública, em 
virtude da sua inércia. 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação 
pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao 
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer 
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do 
processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a 
todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a 
ação como parte principal. 
 
2.2 Ação Penal Pública Condicionada (À Representação) 
A representação do ofendido é a condição de procedibilidade para o MP propor a 
ação penal. 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por 
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei 
o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de 
representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para 
representá-lo. 
Entretanto, em caso de falecimento do ofendido, a representação será de 
responsabilidade de seus familiares : cônjuge, ascendentes, descendentes ou irmãos, 
conforme o § 1º do mesmo artigo. 
Uma vez que o ofendido oferte a denúncia, não poderá mais desistir da ação 
(irretratabilidade), posto que a mesma passará a ser responsabilidade do estado, 
conforme apregoa o princípio da indisponibilidade da ação penal 
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida 
a denúncia. 
O prazo para o ofendido oferecer a queixa crime é de 6 meses (decadencial), contado 
da ciência da autoria da infração, conforme o CPP: 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou 
seu representante legal, decairá no direito de queixa ou 
de representação, se não o exercer dentro do prazo de 
seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o 
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se 
esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia 
Ocorrendo o não oferecimento da queixa crime no prazo estipulado pela lei, opera-
se a decadência, resultando na extinção de punibilidade do agente, conforme o art. 
107, IV, do Código Penal 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade 
 IV - Pela prescrição, decadência ou perempção; 
 
A forma de apresentar essa queixa crime pode ser oral ou escrita, sempre dirigida ao 
MP, Delegado de polícia ou juiz, pessoalmente ou através de advogado (com poderes 
especiais). A representação deve conter informações que servirão para a apuração 
do fato e da autoria da infração. 
Havendo elementos suficientes para a propositura da ação, o MP poderá dispensar o 
inquérito policial e ofertar a denúncia no prazo de 15 dias. 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, 
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, 
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do 
Ministério Público, ou à autoridade policial. 
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem 
assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu 
representante legal ou procurador, será reduzida a termo, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art29
perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do 
Ministério Público, quando a este houver sido dirigida. 
§ 2o A representação conterá todas as informações que 
possam servir à apuração do fato e da autoria. 
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a 
autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo 
competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. 
§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este 
reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que 
esta proceda a inquérito. 
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se 
com a representação forem oferecidos elementos que o 
habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a 
denúncia no prazo de quinze dias. 
 
2.3 - Ação Penal Pública Incondicionada 
 
Essa ação pública incondicionada é a regra. Quando a lei não disse como a infração 
deve ser processada, ela deverá ser pública incondicionada. Ou seja, quando a ação 
for pública condicionada ou movida por queixa crime, a lei demonstrará 
expressamente qual a forma deverá ser utilizada. 
Art. 100, CP - A ação penal é pública, salvo quando a lei 
expressamente a declara privativa do ofendido. 
✓ CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: para esses crimes, passa a ser regra, a 
necessidade de representação do indivíduo, conforme o art. 225, do Código Penal: 
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, 
procede-se mediante ação penal pública condicionada à 
representação 
 
 
3. Ação Penal Privada 
Essa forma de ação, cabe somente ao ofendido (ou representante), conforme o CPP: 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para 
representá-lo caberá intentar a ação privada. 
Em caso de falecimento do ofendido, a titularidade da ação passara a seus familiares: 
cônjuge, ascendentes, descendentes, irmãos. 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado 
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou 
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão. 
Essa ação será proposta mediante o oferecimento de queixa crime, através de 
advogado (ou defensor público – hipossuficientes). 
 
✓ MENOR DE 18 ANOS: caso o ofendido seja menor de 18 anos, ou apresentar alguma 
doença mental e não tiver representante, ou quando os interesses do ofendido se 
chocarem com os interesses do representante legal, o juiz poderá nomear um 
curador, de ofício ou a requerimento do MP, para que se possa propor a ação penal. 
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente 
enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante 
legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o 
direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, 
nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, 
pelo juiz competente para o processo penal. 
 
3.1 Princípios Da Ação Penal Privada 
Assim como a ação penal pública, as ações penais privadas obedecem seus próprios 
princípios. 
• Oportunidade: (também chamado de Princ. Da Conveniência) segundo esse 
princípio, o ofendido poderá escolher oferecer a denúncia contra o acusado ou não, 
ainda que existam provas suficientes para comprovar autoria e materialidade da 
infração. 
 
• Disponibilidade: uma vez intentada a ação, o ofendido poderá desistir dela, através 
da renúncia ou do perdão, conforme o CPP. Ambos os institutos, constituem causas 
de extinção de punibilidade (art. 107, CP) 
Art. 49, CPP. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em 
relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. 
Art. 51, CPP. O perdão concedido a um dos querelados 
aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em 
relação ao que o recusar. 
• Indivisibilidade: esse princípio prevê a impossibilidade da chamada vingança privada, 
por parte do ofendido. Ou seja, em se tratando de uma infração que envolve vários 
infratores, o ofendido não pode oferecer a denúncia contra apenas um deles, por 
motivos de vingança. Assim, caso ofereça denúncia contra apenas um dos réus, o MP 
oficia no processo penal que a denúncia deve atingir a todos, sob pena de caracterizar 
a renúncia, e, consequentemente, a extinção de punibilidade para todos os réus. 
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime 
obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará 
pela sua indivisibilidade. 
 
3.2 Prazo Para Oferecimento Da Queixa Crime 
 
O ofendido tem o prazo de 6 meses (decadencial)para oferecer a queixa crime, sob 
pena de extinção de punibilidade para o agente. Contado a partir do dia da ciência da 
autoria do crime, conforme art. 38, CPP 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu 
representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis 
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do 
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo 
para o oferecimento da denúncia. 
 
3.3 Titularidade Da Ação Penal Privada 
 
O titular da ação penal privada é o ofendido (ou seu representante legal), através da 
queixa crime. 
 
Para fins técnicos: 
 
 
A queixa crime deverá ser guarnecida de uma procuração com poderes especiais 
(para o advogado), devendo conter também o nome do querelante, do querelado, 
bem como a descrição do fato criminoso. Sem esse último quesito, o juiz não 
apreciará a queixa crime. 
 
 
 
 
AUTOR: querelante 
 
RÉU: querelado 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com 
poderes especiais, devendo constar do instrumento do 
mandato o nome do querelante e a menção do fato 
criminoso, salvo quando tais esclarecimentos 
dependerem de diligências que devem ser previamente 
requeridas no juízo criminal. 
Procuração com poderes especiais: 
receber citação inicial, confessar, 
reconhecer a procedência do pedido, 
transigir, desistir, renunciar ao direito 
sobre que se funda a ação, receber, dar 
quitação e firmar compromisso. 
A procuração com poderes gerais, 
normalmente utilizada por advogados, 
não menciona o fato penal em relação ao 
qual será feita a defesa. Lhe somente 
poderes para o foro, habilita o advogado 
à prática de todos os atos do processo, 
exceto dos que correspondem aos 
denominados poderes especiais 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art29
3.4 Aditamento Da Queixa Crime 
 
Como quem irá propor a queixa crime é o advogado, sem a necessidade de 
interferência do MP, a lei obriga que o Parquet atue, ao menos, como fiscal da lei, 
podendo aditar a queixa crime, se houver necessidade. 
Dessa forma, o Promotor de justiça ou Procurador da República, atuando como 
custos legis, vão, ao fim do processo, posicionar-se pela condenação ou absolvição do 
réu. 
 
3.5 Extinção De Punibilidade Na Ação Penal Privada 
 
O querelante (autor) deve ficar atento às causas de extinção de punibilidade. Os 
casos legais são: 
 
 
 
 
A decadência tira do autor o seu direito de oferecer a queixa crime, se ele não a fizer 
no prazo de 6 meses, contados da ciência da autoria do crime. 
A renúncia ocorre quando o autor (querelante), de forma expressa ou tácita, desiste 
de processa o réu. 
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração 
assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou 
procurador com poderes especiais. 
. Decadência 
. Renúncia 
. Perdão 
. Perempção – somente para ações privadas 
Art. 107, IV, Código Penal 
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão 
todos os meios de prova. 
O perdão do ofendido, é ato do querelante, mas depende de aceitação expressa do 
réu (querelado), sem o qual, não é válido. 
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará 
a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que 
o recusar. 
Caso não seja aceito pelo querelante, mas o foi pelos eu advogado (com poderes 
especiais), o ato é válido. a aceitação expressa tem de ser feita no prazo de 3 dias. Se 
dentro desse prazo não houver manifestação do querelado, entende-se o ato como 
aceitação tácita. 
A perempção acontece quando o querelante deixar de movimentar o processo pelo 
prazo de 30 dias seguidos, ou quando o mesmo falecer, seu representante legal 
deixar de comparecer em juízo no prazo de 60 dias, ou ainda deixar de comparecer, 
sem motivo justificado a qualquer ato do processo, conforme art. 60 do CPP: 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante 
queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o 
andamento do processo durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua 
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no 
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das 
pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 
36; 
 III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo 
justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar 
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas 
alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se 
extinguir sem deixar sucessor. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art36
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art36
✓ PEREMPÇÃO: aplica-se apenas às ações privadas. Não se aplica à ação penal privada 
subsidiária da pública, por que se houver a inércia do querelante, nas formas dos 
incisos I e IV, o MP retoma a ação penal, não havendo assim a extinção de punibilidade 
para o agente. 
✓ PEREMPÇÃO: dentre as causas de perempção, aquela que consta o inciso III, em que 
o querelante deve fazer expressamente o pedido de condenação, nas alegações 
finais, elas serão feitas, via de regra, da forma oral, exceto quando o juiz conceder 
prazo para que sejam escritas. 
 
Todas as causas de extinção de punibilidade podem ser reconhecidas pelo juiz, de 
ofício e a qualquer tempo, posto que são matérias de ordem pública. 
A morte do agente também é causa de extinção de punibilidade e deve ser conhecida 
pelo juiz após a juntada de atestado de óbito e manifestação do MP, conforme o CPP: 
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista 
da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, 
declarará extinta a punibilidade. 
 
 
4. Ação Civil Ex-Delicto 
 
Essa ação é proposta no juízo cível, para que o ofendido tenha seu prejuízo 
ressarcido, em razão do que o réu possa ter auferido com o cometimento da infração. 
Ela pode ser movida pelo ofendido (ou representante) e, no caso de morte, pelos 
seus herdeiros. 
Existem duas possibilidades de propor ação civil ex-delicto: 
• Quando ainda estiver pendente a decisão na seara penal: caso em que o juízo cível 
suspende a ação até o trânsito em julgado da ação criminal. 
 
• Quando ao proferir sentença condenatório, o juiz fixar valor mínimo para reparação 
dos danos, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido (art. 387, IV, CPP) 
 
nesse caso, cabe ao ofendido apenas requerer a execução da sentença criminal, no 
juízo cível, pelo valor q foi fixado em sede de condenação criminal. 
A sentença criminal fará coisa julgada o juízo cível, não podendo ser novamente 
questionada, nas seguintes hipóteses: 
 
• Sentença Condenatória: 
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, 
poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito 
da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou 
seus herdeiros. 
 
• Sentença Absolutória (absolvição), em que reconhece a inexistência do fato: 
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo 
criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver 
sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do 
fato. 
• Sentença Absolutória que reconhece estar provado que p réu não cometeu a 
infração penal 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na 
parte dispositiva, desde que reconheça: 
IV – Estar provado que o réu não concorreu para a infração 
penal; 
• Sentença Absolutória que reconhece a inexistência de causa excludente de ilicitude 
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que 
reconhecer ter sido o ato praticado em estado de 
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de 
dever legal ou no exercício regular de direito. 
 
 
De outra banda, NÃO FAZ COISAJULGADA, NO JUIZO CÍVEL as seguintes hipóteses: 
 
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo 
criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver 
sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do 
fato. 
 
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil: 
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de 
informação; 
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade; 
III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado 
não constitui crime.

Continue navegando