Buscar

TCC Planejamento Tributário Dhulia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

20
UNIJALES - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JALES
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
	
Dhulia Gomes Sposito
Gabriel de Souza Bonfim
Planejamento Tributário: Simples Nacional x Lucro Presumido para as empresas de comércio de hortifrúti
JALES, SP
2020
Dhulia Gomes Sposito
Gabriel de Souza Bonfim
Planejamento Tributário: Simples Nacional x Lucro Presumido para as empresas de comércio de hortifrúti
Trabalho apresentado a Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do 4º Ano do Curso de Ciências Contábeis da UNIJALES - Centro Universitário de Jales, como requisito parcial e obrigatório para aprovação nesta disciplina, ministrada pelo Professor Rafael Antônio dos Reis.
JALES, SP
2020
Sumário
1. INTRODUÇÃO	4
2. PROBLEMA	5
3. OBJETIVO	5
3.1. Objetivo Geral	5
3.2. Objetivo Específico	6
4. METODOLOGIA	6
5. REFERENCIAL TEÓRICO	7
5.1. Planejamento tributário	7
5.2. Simples Nacional	9
5.3. Anexo I	12
5.4. Lucro presumido	13
5.5 Comércio atacadista de hortifrutigranjeiros	17
5.6. CNAE	18
5.7. Cálculos do regime de tributação Simples Nacional	19
5.8. Cálculos no regime de tributação Lucro Presumido	20
5.9. Comparativo entre Simples Nacional e Lucro Presumido	21
6. CONCLUSÃO	22
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA	24
RESUMO
Este presente artigo trata-se de um planejamento tributário do simples nacional em comparação com o lucro presumido para empresas de comércio de hortifrúti. O estudo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, utilizando os métodos quantitativos e comparativo. Demonstrou-se a partir de exemplos práticos a maneira de como deve ser feito o planejamento dos regimes escolhidos. Este trabalho teve como objetivo demonstrar qual tributação é mais favorável. Estudou-se sobre as vantagens e desvantagens dos dois regimes de tributação e qual foi o mais viável para o comércio de frutas, que é isento de PIS e COFINS. Foi possível concluir que a melhor tributação depende também da quantidade de funcionários que a empresa irá contratar, o valor da folha de pagamento é um fator importante na análise do planejamento tributário. Os resultados alcançados afirmaram que ao definir pela melhor forma de tributação, é possível reduzir o pagamento de tributos e que o planejamento tributário poderá ser um meio de estratégia adversária, como uma maneira da empresa cumprir sua missão e pagar menos impostos e consequentemente ter o lucro desejado em um prazo menor. 
Palavras-chave: Planejamento tributário, Simples Nacional, Lucro Presumido. 
1. INTRODUÇÃO
O Planejamento tributário é uma ferramenta de gestão onde se estuda qual é a melhor opção tributária para a empresa, e seu principal objetivo é recolher menos impostos, fazendo com que consequentemente o empresário tenha um lucro maior. De acordo com o IBGE, 21% das empresas quebram após o primeiro ano em atividade por falta de um planejamento adequado.
O intuito desse trabalho é fazer o planejamento tributário no ramo do comércio de frutas utilizando o regime do simples nacional comparado ao lucro presumido analisando qual dos dois regimes tributários recolhe menos impostos, levando em consideração que o comércio atacadista de hortifrúti é isento de PIS, COFINS e ICMS.
A busca por redução nos impostos é constante, e quando não se tem um planejamento tributário fica ainda mais difícil. O contribuinte procura a qualquer custo pagar menos impostos e sem o conhecimento tributário pode acabar sonegando impostos e se prejudicando futuramente.
O simples Nacional é o regime mais utilizado pelas pequenas e médias empresas atualmente por ser uma tributação simplificada. A elisão fiscal ajuda na análise da tributação, mostrando se realmente está compensando optar pelo regime do simples nacional ou por outro, como por exemplo o lucro presumido.
O lucro presumido é um dos regimes com mais empresas enquadradas no Brasil, por ter seu modo simplificado de se calcular. Ele tem esse nome baseado na presunção do lucro da empresa em determinado período. O recolhimento das guias de impostos é individualizado, ou seja, cada tributo é calculado e pago separadamente. 
O recolhimento das guias de PIS e COFINS são feitos mensalmente, enquanto do IRPJ e CSLL trimestralmente. É incluído também o imposto de circulação de mercadorias e serviços (ICMS) e imposto sobre serviço (ISS). As regras desses impostos são de responsabilidade dos municípios e estados.
O CNAE utilizado para a realização do presente estudo é 4633-8/01 Comércio atacadista de frutas, verduras, raízes, tubérculos, hortaliças e legumes frescos.
O ramo de hortifrúti é responsável por 10% dos faturamentos dos supermercados. Para investir neste campo são necessários alguns cuidados que fazem toda a diferença. Por se tratar de produtos frescos, ele precisa ser vendido num curto espaço de tempo, visto que é mais fácil de estragar, a conservação das mercadorias tem que ser de extrema importância, assim como a exposição do mesmo para a venda.
De acordo com o Art. 36, no anexo I do RICMS/SP, fala sobre a isenção do ICMS para os produtos hortifrutigranjeiros, e específica cada produto nos incisos. A isenção só é válida para produto in natura, ou seja, esteja no seu estado natural.
2. PROBLEMA
A problematização é uma das fases do projeto de pesquisa, resultante da observação dos fatos, no contexto de uma particularidade do assunto, objeto de discussão e de muito estudo.
O problema deste trabalho é: qual regime de tributação é mais vantajoso para uma empresa de comércio de hortifrúti, comparando entre o Simples Nacional e Lucro Presumido?
3. OBJETIVO
Para Marconi & Lakatos (2002, p.24) “toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar”. De acordo com o dicionário da língua portuguesa, objetivo significa aquilo que se pretende alcançar quando se realiza uma ação; propósito.
O objetivo é indicado para definir qual será a meta a ser atingida, qual a finalidade da pesquisa. É necessário ser claro, estar coerente e preciso com o tema estudado, ele direciona a leitura e permite entender o que o pesquisador fez em seu estudo.
3.1. Objetivo Geral
De acordo com Marconi & Lakatos (2003, p. 219) o objetivo geral “está ligado a uma visão global e abrangente do tema”. O objetivo geral é mais amplo, elaborado em uma única frase, onde permite o pesquisador compreender o todo da pesquisa.
Este trabalho tem como objetivo demonstrar qual tributação é mais favorável para o comércio atacadista de hortifrutigranjeiros.
3.2. Objetivo Específico
Segundo Marconi & Lakatos (2003, p. 219) os objetivos específicos “apresentam caráter mais concreto. [...], permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicá-lo situações particulares”. São a fragmentação do objetivo geral, facilitando o itinerário do estudo. 
Para Andrade (2009) os objetivos específicos referem-se ao tema ou assunto propriamente dito e definem as etapas que devem ser alcançadas para alcançar o objetivo geral de pesquisa.
· Demonstrar quais são os impostos incidentes sobre as pessoas jurídicas enquadradas no regime de tributação do lucro presumido.
· Demonstrar quais são os impostos incidentes sobre as pessoas jurídicas enquadradas no regime de tributação do simples nacional.
· Demonstrar quais impostos incidentes sobre as empresas que tenham como a seguinte atividade econômica: comércio de hortifrutigranjeiros.
· Efetuar o planejamento tributário através da elisão fiscal.
· Verificar quais as obrigações dos regimes tributários: simples nacional e lucro presumido.
4. METODOLOGIA
Segundo Marconi e Lakatos (1996, p. 19), a pesquisa aplicada “caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, permite que os resultados sejam aplicados ou utilizados, imediatamente na solução de problemas que ocorrem na realidade”.
A pesquisa será realizada por meio do método quantitativo. E do método comparativo.
Segundo Oliveira (2001, p.320), o método quantitativo:
“Significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticasdesde a mais simples, como percentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até as de uso mais complexo, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. [...] O levantamento de dados será realizado através de pesquisas bibliográficas, que servirão para gerar informações, auxiliando na resolução do trabalho”.
5. REFERENCIAL TEÓRICO
Para Lakatos e Marconi (2003, p.219), o referencial teórico permite verificar o estado do problema a ser pesquisado, sob o aspecto teórico e de outros estudos e pesquisas já realizados.
É nessa fase da pesquisa que se concretiza o objetivo, procura responder a problematização do estudo e se aplica a metodologia escolhida. Esse item consiste em uma revisão de artigos já existentes sobre o tema abordado. Sua função é conduzir a pesquisa, apresentando uma solução para o problema apresentado.
5.1. Planejamento tributário
A busca por redução de cargas tributárias, impostos, e encargos tributários que cabe ao contribuinte, motivou ao início do planejamento tributário. Possibilitando favorecer o empresário de forma lícita, na apuração dos impostos. 
“A Contabilidade tributária é a disciplina ou ramo da contabilidade que dedica ao estudo dos princípios, conceitos, técnicas, métodos e procedimentos aplicáveis a apuração dos tributos devidos pelas empresas e entidades em geral, à busca e análise de alternativas para redução da carga tributária e ao cumprimento das obrigações acessórias estabelecidas pelo fisco”. (Pohlmann, 2010, p.14)
É uma ferramenta de gestão pouco utilizada, principalmente em pequenas e microempresas. É um meio contábil que auxilia a encontrar maneiras para melhorar a carga de tributos, aplicando formas medidas legais. Toda empresa, independentemente da atividade precisa pagar impostos e nem sempre o regime que é bom para uma atividade é ideal para outra.
Segundo Latorraca (2000 p. 58):
“Costuma-se denominar de planejamento tributário a atividade empresarial que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma das opções legais disponíveis. O objeto do planejamento tributário é, em última análise, a economia tributária. Cotejando as várias opções legais, o administrador obviamente procura orientar os seus passos de forma a evitar, sempre que possível, o procedimento mais oneroso do ponto de vista fiscal”.
O planejamento tributário serve para organizar tributariamente as empresas, mostrando formas de pagar menos impostos, de acordo com o regime tributário recomendado de acordo com a atividade escolhida. Em muitos casos pode ajudar a evitar o pagamento de impostos indevidos, ou seja, usar a isenção de impostos, caso ela exista na atividade e reduzir valores retidos pelo fisco. Em algumas situações tem a possibilidade de adiar pagamentos de tributos. 
De acordo com Fabretti (2006, p. 32) ao definir planejamento tributário coloca que: “O estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributário [...] exige antes de tudo, bom senso do planejador”.
Existem dois tipos de planejamento, que podem ser classificados como estratégico e operacional. O estratégico visa a importância da projeção do futuro da gestão como definição do regime tributário ideal, profissionais contratados e terceirizados que participarão das tomadas de decisões financeiras. 
O operacional é focado nas obrigações fiscais das empresas no dia a dia no período de 3 a 6 meses. Esse tipo de planejamento organiza todas as datas e valores que devem ser respeitados. É de grande importância determinar as ordens e responsáveis pelas atividades.
Conforme Fabretti (2005, p. 153):
“A economia tributária resultante da adoção da alternativa legal menos onerosa ou lacuna da lei denomina-se Elisão Fiscal. A elisão fiscal é legítima e lícita, pois é alcançada por escolha feita de acordo com o ordenamento jurídico, adotando-se a alternativa legal menos onerosa ou utilizando-se de lacunas da lei”.
Um plano de qualidade é preciso de um bom contador para auxiliar na gestão da empresa. A projeção de faturamento é um fator importante no planejamento, é um dado que possibilita o enquadramento no regime tributário ideal. 
Conforme Marins (2001, p. 30):
“A evasão tributária é a economia ilícita ou fraudulenta de tributos porque sua realização passa necessariamente pelo incumprimento de regras de conduta tributária ou pela utilização de fraudes. A transgressão às regras tributárias caracteriza a evasão”.
Planejamento tributário e evasão fiscal são escolhas totalmente distintas. Evasão fiscal é sonegar, buscar meios ilegais, para pagar menos impostos, como por exemplos deixar de emitir notas fiscais, não recolher tributos que foram descontados de terceiros, ou seja, a empresa não envia ao fisco impostos retidos de seus colaboradores.
Conforme Cassone (1997, p.191), “Elidir é evitar, reduzir o montante ou retardar o pagamento do tributo por atos ou omissões lícitas do sujeito passivo, anteriores à ocorrência do fato gerador”.
A finalidade do presente estudo é fazer um planejamento tributário para examinar os regimes do simples nacional e lucro presumido para averiguar qual é o melhor a ser escolhido para o comércio de hortifrúti.
5.2. Simples Nacional
De acordo com a Receita Federal, o Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Sua vigência foi a partir de 1 de julho de 2007 e foi criado com o objetivo de regularizar e otimizar o crescimento das empresas, o regime instituído pela Lei Complementar nº123/06 envolve todos os entes federados que são União, Estados, Distrito federal e Municípios. É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil, dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.
Segundo a Lei Complementar 123/2006 são requisitos para o enquadramento no regime tributário do Simples Nacional: “Enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; e formalizar a opção pelo Simples Nacional”.
Ele permite o recolhimento de vários tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia. A alíquota muda de acordo com o faturamento, que são separados em faixas até o limite máximo da receita bruta. A guia de arrecadação do simples nacional é chamada de DAS que significa documento de arrecadação do simples nacional, e tem como prazo seu recolhimento até o dia 20 do mês subsequente da apuração da receita bruta.
Segundo a Lei Complementar 123/2006, para os efeitos desta Lei, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Os impostos pagos no regime Simples Nacional são: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição para o PIS/Pasep; Contribuição Patronal Previdenciária (CPP); Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
De acordo com o Jornal Contábil (2019), as obrigações acessórias são declarações mensais, trimestrais e anuais que contêm informações sobre a empresa que devem ser enviadas ao governo. As empresas que optam pelo Simples Nacional devem prestar atenção em nas obrigações acessórias a que estão sujeitas, afinal, o descumprimento de entregaou o preenchimento de forma equivocada dessas declarações põem a organização na mira dos órgãos de fiscalização. Desobedecer às obrigações acessórias pode gerar multas e outras penalidades que prejudiquem a saúde do negócio.
Assim como nos demais regimes de tributação, o Simples Nacional possui obrigações a serem entregues, e a primeira é o DEFIS, que significa declaração de informações socioeconômicas e fiscais. A data limite da sua entrega é até o último dia útil de março, e nela precisa conter todas as informações referente ao ano anterior. Outra declaração é a do imposto retido na fonte (DIRF), nela é informado todas as retenções de imposto de renda ocorridas em seus pagamentos e recebimentos do ano que passou. Existe também o SEFIP, que precisa ser enviada mensalmente de acordo com as informações da folha de pagamento. 
O CAGED é o cadastro geral de empregados e desempregados, e também precisa ser feito todos os meses. A RAIS é a relação anual de informações sociais, ela é entregue anual sobre as informações da folha de pagamento do ano anterior. A DeSTDA é uma declaração onde são informados valores os valores de substituição tributária em notas de compras e vendas, e o diferencial de alíquota de ICMS paga. A escrituração contábil também é considerada uma obrigação a ser cumprida, para evitar problemas futuros. 
Segundo a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006:
“Não poderá ser beneficiado pelo tratamento diferenciado previsto na Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar para nenhum efeito legal a pessoa jurídica que cujo capital participe de outra pessoa jurídica; que seja filial no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; que tenha participação de sócio inscrito em outra empresa desde que ultrapasse 10% do capital e ou seja administrador ou equiparado em outra pessoa física com fins lucrativos, beneficiada pelos tratamento desta lei complementar que a receita global ultrapasse os limites previstos; que seja constituída sob forma de cooperativas ou sociedade por ações ; seja resultado de cisão ou outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido no período dos 5 anos calendário anteriores; que exerça atividade de banco comercial , de investimento ou distribuidora de títulos e valores mobiliários”.
Para optar pelo simples nacional, as empresas devem estar isentas de débitos da dívida ativa ou INSS, e precisa ter um limite de receita bruta anual de R$ 4,8 milhões. É preciso verificar se o CNAE (código que indica a classificação nacional de atividades econômicas) é compatível com esse regime.
Segundo a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006:
“A microempresa que no ano-calendário exceder o limite de recita bruta anual, no ano calendário seguinte passara à condição de empresa de pequeno porte. Enquanto a empresa de pequeno porte que exceder em até 20% do limite, terá no mês subsequente excluído a ocorrência do excesso o tratamento jurídico diferenciado previsto pela Lei Complementar”.
A tabela do simples nacional possui seis anexos com a alíquota por receita bruta total de acordo com cada ramo de atividade das empresas. Com a nova legislação de 2018 a lei trouxe o cálculo do fator R, que é utilizado para determinar se uma empresa enquadrada no Anexo V pode se enquadrar no anexo III de acordo com sua fórmula existente. É importante lembrar que é preciso retirar um pró-labore de 28% ou mais em relação ao seu faturamento.
Conforme a Lei Complementar 123/2006 as principais características do Simples Nacional são: “Ser um regime de caráter facultativo, a opção do enquadramento do regime tributário deve ser feita no início do ano-calendário e não podendo ser alterado em seu decorrer, somente poderá ser alterado o regime no início do ano subsequente”.
O simples nacional é desobrigado de entregar e apresentar a DCTF (Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais), o SPED (sistema público de escrituração digital), ICMS/IPI (imposto sobre circulação de mercadorias e imposto sobre produtos industrializados). Para empresas sem movimentos há mais de três anos poderá ser dado baixa nos registros dos órgãos públicos independentemente do pagamento dos débitos tributários, taxas ou multas devidas ao atraso da entrada das declarações nesses períodos.
5.3. Anexo I
O Anexo I da tabela do Simples Nacional é destinado às empresas do Comércio em geral. Os impostos são calculados com base em percentual destinado a cada Tributo de acordo com a sua respectiva Faixa.
Tabela 1 – Anexo I Simples Nacional:
	Faixa
	Alíquota
	Valor a deduzir (em R$)
	Receita Bruta em 12 Meses (em R$)
	1ª Faixa
	4,00%
	–
	Até 180.000,00
	2ª Faixa
	7,30%
	5.940,00
	De 180.000,01 a 360.000,00
	3ª Faixa
	9,50%
	13.860,00
	De 360.000,01 a 720.000,00
	4ª Faixa
	10,70%
	22.500,00
	De 720.000,01 a 1.800.000,00
	5ª Faixa
	14,30%
	87.300,00
	De 1.800.000,01 a 3.600.000,00
	6ª Faixa
	19,00%
	378.000,00
	De 3.600.000,01 a 4.800.000,00
Fonte: LC 155/2016 (2016)
Tabela 2 – Percentual de repartição dos tributos:
	Faixas
	CPP
	CSLL
	ICMS
	IRPJ
	COFINS
	PIS/Pasep
	1ª Faixa
	41,50%
	3,50%
	34,00%
	5,50%
	12,74%
	2,76%
	2ª Faixa
	41,50%
	3,50%
	34,00%
	5,50%
	12,74%
	2,76%
	3ª Faixa
	42,00%
	3,50%
	33,50%
	5,50%
	12,74%
	2,76%
	4ª Faixa
	42,00%
	3,50%
	33,50%
	5,50%
	12,74%
	2,76%
	5ª Faixa
	42,00%
	3,50%
	33,50%
	5,50%
	12,74%
	2,76%
	6ª Faixa
	42,10%
	10,00%
	–
	13,50%
	28,27%
	6,13%
Fonte: LC 155/2016 (2016)
O cálculo do Simples nacional 2018 é um processo de diversas etapas que consistem em iniciar-se a partir do cálculo da alíquota efetiva que é representado pela fórmula:
RBT12 x Alq. - PD / RBT12 
Em que RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração; Alíquota: alíquota nominal constante no Anexo; PD: parcela a deduzir constante no Anexo.
Utilizando um exemplo a seguir, será demonstrado qual a alíquota real para uma empresa de comércio que acumulou nos últimos 12 meses uma receita bruta de R$2.000.000,00 enquadrada no anexo I, na 5ª faixa.
Alíquota real = (RBT12 x Alíquota - PD) / RBT12
Alíquota real = 2.000.000,00 * 14,30%
Alíquota real = 286.000,00 – 87.300,00
Alíquota real = 198.700,00 / 2.000.000,00
Alíquota real = 0,0993 ou 9,93%
Após as alterações da lei complementar 123/2006 será considerado o acúmulo do período e não a alíquota fixa determinada por faixa de faturamento como era feito. A alíquota utilizada para calcular o imposto mensal será 9,93% multiplicado pelo valor da receita bruta mensal. 
Desta forma de cálculo dependendo das movimentações do faturamento, a alíquota da empresa pode variar na tributação de um mês para o outro. Antes da mudança, uma empresa com o faturamento de R$ 360.000,00 e outra com o faturamento de R$ 180.000,00 que tivesse a mesma receita no mês, teriam de pagar o mesmo valor de imposto. 
5.4. Lucro presumido
O lucro presumido é um dos regimes com mais empresas enquadradas no Brasil por ter seu modo simplificado de se calcular. Ele tem esse nome baseado na presunção do lucro da empresa em determinado período. O faturamento anual deve ser de até R$ 78.000.000,00. O recolhimento das guias de impostos é feito trimestral e individualizado, ou seja, cada tributo é calculado e pago separadamente.
“É uma modalidade optativa de apurar o lucro e, consequentemente, o imposto de renda das pessoas jurídicas que, observando determinados limites e condições, dispensam a escrituração contábil, exceto a do Livro de Registro de Inventário e do Livro Caixa, e que está baseado em valores globais da receita para assumir o lucro a ser tributado”. (Sá,1995, p. 301)
Depois de enquadrar a empresa na base de cálculo da tabela do lucro presumido, é aplicado a alíquota dos impostos. Para o IRPJ, a alíquota é de 15% para todo lucro sobre a parcela de presunção do lucro, mais 10% do que superar R$ 60.000,00 de presunção no trimestre. Para a CSLL, a alíquota é sempre 9%. O PIS é 0,65% sobre a receita bruta do mês e o COFINS 3%.
O recolhimento das guias de PIS e COFINS são feitos mensalmente, enquanto do IRPJe CSLL trimestralmente. É incluído também o imposto de circulação de mercadorias e serviços (ICMS) e imposto sobre serviço (ISS). As regras desses impostos são de responsabilidade dos municípios e estados.
Tabela 3 – Tributos referente à opção do Lucro Presumido:
	Tributos
	Alíquota
	PIS/PASEP
	0,65%
	COFINS
	3,00%
	IRPJ
	15,00%
	CSLL
	9,00%
	INSS
	20,00%
	INSS Terceiros
	5,80%
	FGTS
	8,00%
	RAT
	1% a 3%
Fonte: dos autores
De acordo com a Receita Federal, RAT (riscos ambientais de trabalho) representa a contribuição da empresa, prevista no inciso II do artigo 22 da Lei 8212/91, e consiste em percentual que mede o risco da atividade econômica, com base no qual é cobrada a contribuição para financiar os benefícios previdenciários decorrentes do grau de incidência de incapacidade laborativa (GIIL-RAT). A alíquota de contribuição para o RAT será de 1% se a atividade é de risco mínimo; 2% se de risco médio e de 3% se de risco grave, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos. Havendo exposição do trabalhador a agentes nocivos que permitam a concessão de aposentadoria especial, há acréscimo das alíquotas na forma da legislação em vigor.
Assim como os demais regimes, o lucro presumido tem suas vantagens e desvantagens, e antes de decidir qual regime escolher é preciso compará-lo para ver qual compensa mais na hora de recolher os impostos.
“Lucro presumido é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social das pessoas jurídicas que não estiveram obrigadas no ano-calendário, à apuração do lucro real” (RODRIGUES, 2007, p. 292).
O lucro presumido pode ser proveitoso para empresas que possuam margens de lucro elevado às da presunção, que tenham poucos custos operacionais, e que tenham uma folha de pagamento baixa.
O cálculo do PIS e COFINS são os mais simples, basta identificar qual será o faturamento da empresa no mês e aplicar as porcentagens das alíquotas informadas acima.
Utilizando o exemplo de uma empresa da categoria de comércio, e teve um faturamento aproximado de R$ 400.000,00 no primeiro trimestre, os impostos serão calculados da seguinte forma:
IRPJ = Presunção x Alíquota da atividade de comércio x Alíquota do IRPJ
IRPJ = 400.000 x 8%
IRPJ = 32.000 x 15% 
IRPJ = 4.800,00
CSLL = Presunção x Alíquota da atividade de comércio x Alíquota da CSLL
CSLL = 400.000 x 12%
CSLL = 48.000 x 9%
CSLL = 4.320,00
PIS = Faturamento x Alíquota
PIS = 400.000 x 0,65%
PIS = 2.600,00
COFINS = Faturamento x Alíquota
COFINS = 400.000 x 3%
COFINS = 12.000,00
O valor total do recolhimento nesse trimestre seria de R$ 23.720,00 sem considerar a folha de pagamento.
Todo regime tributário existe obrigações que tem que ser entregues, e com o lucro presumido não é diferente. Segundo Nogueira (2018, Sped Brasil), “a obrigação tributária é uma relação jurídica que cria um vínculo tributário entre o credor ou sujeito ativo, “fisco” e o devedor ou sujeito passivo, “contribuinte”. O objeto dessa relação é uma obrigação de dar, de fazer ou de não fazer”.
Existe a obrigação principal e acessória. A obrigação tributária principal se refere ao pagamento de tributo ou multa pecuniária, nela envolve pagamento de dinheiro ao sujeito ativo. A obrigação acessória está ligada a prestação a ser feita, fazer ou não fazer algo. Ela auxilia a fiscalização e arrecadação de tributos. Um exemplo de obrigação acessória é a emissão de notas fiscais.
As obrigações principais do lucro presumido no nível federal são as mais conhecidas como PIS, COFINS, IRPJ e CSLL. Na posição estadual as obrigações têm o ICMS que vale para as atividades de mercadorias ou de prestação de serviços de transportes interestadual e intermunicipal ou serviços de comunicação. E ICMS-ST, quando as mercadorias produzidas ou comercializadas pela empresa são sujeitas ao regime da substituição tributária. Na esfera municipal, as obrigações tributárias estão relacionadas ao ISSQN que é o imposto sobre serviços de qualquer natureza.
As obrigações acessórias em nível federal são Nota Fiscal Eletrônica, DCTF, EFD, ECD, ECF, EFD-Reinf, eSocial. No nível estadual as obrigações são Escrituração Fiscal Digital, Guia de informação e apuração do ICMS e Guia de apuração de informação e apuração do ICMS substituição tributária. Na esfera municipal são Nota fiscal de serviço eletrônica e Declaração eletrônica de serviço. É importante saber que cada tipo de atividade tem suas obrigações específicas para ser recolhidas. 
5.5 Comércio atacadista de hortifrutigranjeiros
Hortifrúti ou hortifrutigranjeiros podem ser considerados como produtos procedentes da horta, como legumes, hortaliças e frutas. O ramo de hortifrúti é responsável por 10% dos faturamentos dos supermercados. Para investir no campo de hortifrutigranjeiros são necessários alguns cuidados que fazem toda a diferença. 
Por se tratar de produtos frescos, ele precisa ser vendido num curto espaço de tempo, visto que é mais fácil de estragar, a conservação das mercadorias tem que ser de extrema importância, assim como a exposição do mesmo para a venda. É interessante analisar as mercadorias e não deixar um produto apodrecido junto com os demais, pois isso pode ser prejudicial. 
Os alimentos precisam estar sempre limpos e frescos para agradar o cliente e ter um bom retorno em vendas. Mas só isso não é suficiente para que o empresário tenha um bom lucro. Antes de todo cuidado com os legumes e frutas é necessária uma atenção especial no planejamento da empresa. Explorar o planejamento tributário pode prevenir que o empresário pague impostos indevidos ou a mais do que poderia estar sendo arrecadado.
De acordo com a Lei nº 10.865 de 30 de abril de 2004, dispõe sobre a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social incidentes sobre a importação de bens e serviços e dá outras providências.
O Art. 28 cita que ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da contribuição para o PIS /PASEP e da COFINS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda, no mercado interno. Sendo mais específico no inciso III que são produtos hortícolas e frutas, classificados nos Capítulos 7 e 8.
 Os produtos relacionados acima, somente poderão aplicar o benefício da isenção com os produtos que estiverem em condições de estado natural, ou seja, tal como se encontram na natureza, sem ser submetido a nenhum processo de industrialização.
De acordo com o Art. 36, no anexo I do RICMS/SP, fala sobre a isenção do ICMS para os produtos hortifrutigranjeiros, e específica cada produto nos incisos. A isenção só é válida para produto in natura, ou seja, esteja no seu estado natural. 
O § 4º, cita que nas operações com os produtos relacionados nos incisos I a VIII e X a XII, aplica-se a isenção ainda que tenham sido ralados, cortados, picados, fatiados, torneados, descascados, desfolhados, lavados, higienizados, embalados ou resfriados, desde que não cozidos e não haja adição de quaisquer outros produtos que não os relacionados, mesmo que simplesmente para conservação, observado o disposto no § 5º diz que tratando-se de produtos resfriados, o benefício somente se aplica nas operações internas.
5.6. CNAE
A CNAE significa Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Seu objetivo é classificar empresas, instituições públicas, organizações sem fins lucrativos e profissionais autônomos em códigos de identificação. É com a classificação do CNAE que os órgãos administrativos podem associar a cada empresa uma regulação tributária, que pode ser aplicada para empresas privadas e públicas.
“A adoção de um Código CNAE inadequado coloca a empresa sob uma série de riscos. Por exemplo, a empresa pode perder o acesso a benefícios tributários. Como o que vem substituindo a contribuição social sobre a folha de pagamento por aquela que se relaciona ao faturamento da empresa. Afinal, a atividade econômicaexercida pela empresa, que é identificada pelo Código CNAE, é um dos critérios que definem a permissão para o novo enquadramento”. (Bling, 2017)
De acordo com o IBGE, cada segmento tem um CNAE específico que pode ser verificado através do site. A pesquisa pode ser feita por palavra-chave ou código referente ao ramo do comércio. É necessário escolher a seção, a divisão, o grupo e a classe que melhor se encaixam ao exercício da sua empresa, ela é composta por 7 (sete) números.
Divisão: 46 – Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas.
Grupo: 46.3 - Comércio atacadista especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo.
Classe: 46.33-8 - Comércio atacadista de hortifrutigranjeiros.
Subclasse: 4633-8/01 - Comércio atacadista de frutas, verduras, raízes, tubérculos, hortaliças e legumes frescos.
Esta subclasse não compreende: O comércio atacadista de frutas e legumes em conservas e congelados (4637-1/99).
Tabela 4 – Classificação Nacional de Atividades Econômicas
	4633-8/01
	Verduras, hortaliças, legumes frescos; comércio atacadista de
	4633-8/01
	Raízes, tubérculos; comércio atacadista de
	4633-8/01
	Laranja; comércio atacadista de
	4633-8/01
	Hortigranjeiros; comércio atacadista de
	4633-8/01
	Hortifrutigranjeiros; comércio atacadista de
	4633-8/01
	Frutas; comércio atacadista de
	4633-8/01
	Frutas, verduras, raízes, tubérculos, hortaliças e legumes frescos; comércio atacadista de
	4633-8/01
	Coco; comércio atacadista de
	4633-8/01
	Cascas de frutas; comércio atacadista de
	4633-8/01
	Banana; comércio atacadista de
	4633-8/01
	Alho (hortícola); comércio atacadista de
Fonte: IBGE (2020)
5.7. Cálculos do regime de tributação Simples Nacional
A partir das informações utilizadas para o cálculo do Simples Nacional, sabendo que a atividade de comércio atacadista de hortifrutigranjeiros está enquadrada na 5ª faixa do anexo I, da Lei Complementar nº 123/2006, calculou-se uma suposição de imposto devido, caso a mesma estivesse inclusa nesse regime de tributação, com um faturamento acumulado nos últimos doze meses de R$ 3.200.000,00.
Alíquota real = (RBT12 x Alíquota - PD) / RBT12
Alíquota real = 3.200.000,00 * 14,30%
Alíquota real = 457.600,00 – 87.300,00
Alíquota real = 370.300,00 / 3.200.000,00 = 11,57%
Segue cálculos dos impostos do regime Simples Nacional:
Tabela 5 – Impostos Simples Nacional
	 
	Janeiro
	Fevereiro
	Março
	Faturamento
	 R$ 266.666,67 
	 R$ 266.666,67 
	 R$ 266.666,67 
	Alíquota Mensal
	11,57%
	11,57%
	11,57%
	Total DAS Mensal
	 R$ 30.853,33 
	 R$ 30.853,33
	 R$ 30.853,33 
Fonte: Elaborado pelos autores
Considerando que na empresa tenha uma quantidade de 4 (quatro) funcionários registrados com valor de R$ 1.900,00 cada, trabalhando em horário normal, sem hora extras, calculou-se:
Tabela 6 – Folha de pagamento simples nacional
	 
	Janeiro
	Fevereiro
	Março
	Folha de pagamento Mensal
	 R$ 7.600,00 
	 R$ 7.600,00 
	 R$ 7.600,00 
	FGTS
	8,00%
	8,00%
	8,00%
	Total
	 R$ 8.208,00 
	 R$ 8.208,00 
	 R$ 8.208,00 
Fonte: Elaborado pelos autores
No final do primeiro trimestre, supondo-se que a empresa está enquadrada no Simples Nacional, o empregador terá uma despesa no total de R$ 117.183,99 com impostos e folha de pagamento.
5.8. Cálculos no regime de tributação Lucro Presumido
Tendo em vista as informações analisadas e estudas pela forma de tributação Lucro Presumido, fez-se um cálculo demonstrando os valores supostos devidos de tributos. Como informado anteriormente, o comércio atacadista de hortifrutigranjeiros é isento de PIS e COFINS, dessa forma, será calculado somente o IRPJ e CSLL.
O valor das vendas utilizado será o mesmo que foi calculado no regime do Simples Nacional. Como o lucro presumido é calculado trimestralmente, será feito a soma dos faturamentos que deu um total de R$ 800.000,00 no primeiro trimestre.
Tabela 7 – Impostos Lucro Presumido
	IRPJ
	 
	 
	 
	 
	Faturamento
	% Presunção
	Base de cálculo
	%
	IRPJ
	 R$ 800.000,00 
	8%
	 R$ 64.000,00 
	15%
	 R$ 9.600,00 
	CSLL
	 
	 
	 
	 
	Faturamento
	% Presunção
	Base de cálculo
	%
	CSLL
	 R$ 800.000,00 
	12%
	 R$ 96.000,00 
	9%
	 R$ 8.640,00 
Fonte: Elaborado pelos autores
Considerando que na empresa tenha uma quantidade de 4 (quatro) funcionários registrados com valor de R$ 1.900,00 cada, trabalhando em horário normal, sem hora extras, calculou-se:
Tabela 8 – Folha de pagamento lucro presumido
	 
	Janeiro
	Fevereiro
	Março
	Folha de pagamento
	 R$ 7.600,00
	 R$ 7.600,00 
	 R$ 7.600,00 
	FGTS
	8,00%
	8,00%
	8,00%
	INSS patronal
	20,00%
	20,00%
	20,00%
	INSS outras entidades
	5,80%
	5,80%
	5,80%
	RAT
	3,00%
	3,00%
	3,00%
	Total
	 R$ 10.396,80 
	 R$ 10.396,80 
	 R$ 10.396,80 
Fonte: Elaborado pelos autores
No final do primeiro trimestre, supondo-se que a empresa está enquadrada no Lucro Presumido, o empregador terá uma despesa no total de R$ 46.460,40 com impostos e folha de pagamento.
5.9. Comparativo entre Simples Nacional e Lucro Presumido
Após analisar os cálculos das duas formas de tributação expostas, pode-se optar pelo Simples Nacional ou pelo Lucro Presumido, compreendendo os resultados obtidos, verificando qual foi o mais vantajoso para a atividade em questão:
Tabela 9 – Comparativo de cálculos
	1º Trimestre
	Simples Nacional
	Lucro Presumido
	Diferença %
	Faturamento
	 R$ 800.000,00 
	 R$ 800.000,00 
	-
	Impostos
	 R$ 92.560,00 
	 R$ 18.240,00 
	- 80,29%
	Folha de pagamento
	 R$ 24.624,00 
	 R$ 31.190,40 
	21,05%
	Total
	 R$ 117.184,00 
	 R$ 49.430,40 
	- 57,82%
Fonte: Elaborado pelos autores
Mediante a tabela comparativa, foi possível observar que apesar de a folha de pagamento no regime de tributação do Lucro Presumido ter ficado superior ao Simples Nacional, devido os recolhimentos da alíquota RAT e INSS patronal e outras entidades, no montante geral, é mais vantajoso para a empresa se enquadrar nesse regime de tributação.
Como o CNAE de comércio atacadista de hortifrutigranjeiros é isento de PIS, COFINS e ICMS, o Lucro Presumido acabou se destacando no planejamento tributário em questão. É importante observar que o resultado pode variar de acordo com a quantidade de funcionários. Se a empresa tiver muitos funcionários registrados, pode acontecer de não compensar optar por esse regime de tributação, pois os tributos recolhidos na folha de pagamento são maiores em relação ao Simples Nacional.
Fazendo um comparativo dos impostos, o Lucro Presumido foi o mais vantajoso, visto que, o valor é R$ 74.320,00 menor do que o Simples Nacional, equivalente a 57,82%. Portanto, na folha de pagamento, o mais favorável foi o Simples, ficando R$ 6.566,40 menor que o outro regime. Porém, fazendo uma análise geral das duas opções de tributação, o Lucro Presumido foi o mais benéfico, ficando no total de R$ 67.753,60 menor que o Simples Nacional.
No desenvolver da pesquisa observa-se o quanto a carga tributária se minimiza quando se opta pelo planejamento tributário possibilitando a empresa analisar o mais adequado regime de tributação.
6. CONCLUSÃO
Com base nos fundamentos teóricos sobre o Simples nacional e Lucro Presumido foi possível realizar o planejamento tributário de uma empresa de comércio atacadista de hortifrúti através de suas principais características e requisitos.
Pode-se observar que há duas formas de reduzir a carga tributárias das empresas. Uma delas é a evasão fiscal que não é indicada por ser um meio ilícito, envolvendo a sonegação fiscal, e a elisão fiscal, um método coerente, conhecido também como planejamento tributário.
Foram realizados cálculos comparativos para demostrar qual regime de tributação é mais vantajoso para uma empresa que possui o CNAE 4633-08/01 como sua principal atividade econômica. Nesses cálculos possibilitou-se confrontamento de dados para enquadramento do anexo I da tabela do Simples Nacional e apuração do IRPJ e CSLL no Lucro Presumido.
É necessário que os profissionais contábeis e empreendedores tenham um amplo conhecimento dos regimes de tributação para se obter um bom planejamento tributário, para identificar onde a empresapode se enquadrar melhor, além de saber sobre as alíquotas aplicáveis.
Portanto, foi realizado um estudo sobre o tema, a princípio, dando noções introdutórias, mostrando que o planejamento tributário auxilia no desenvolvimento da empresa, proporcionando a mesma obter uma economia tributária, e com isso possibilitando que a empresa tenha um retorno melhor de lucro, onde poderá investir em diversos aspectos, buscando a melhoria da empresa.
Dessa forma, o trabalho realizado teve como objetivo efetuar um estudo sobre o planejamento tributário, realizando um estudo comparativo do melhor regime de tributação para uma empresa do comércio de hortifrutigranjeiros.
Foi possível concluir que o objetivo do trabalho foi alcançado, tendo em vista que o planejamento tributário é fundamental para a tomada de decisão e tem grande importância para as empresas, apesar de algumas ainda não tem o conhecimento da elisão fiscal e como ela pode trazer um diferencial para seu negócio. O planejamento tributário faz uma análise detalhada sobre a atividade econômica, podendo ser observada o melhor regime de tributação, e com isso a empresa poderá ser enquadrada na forma tributação mais vantajosa.
Por falta de conhecimento tributário, muitos acreditam que o Simples Nacional é o regime mais vantajoso para micro e pequenas empresas, por isso a realização de um planejamento tributário é de grande importância para mostrar qual é a forma que a empresa consegue pagar menos impostos de forma coerente com a Receita Federal.
O planejamento tributário é uma ferramenta única, que precisa ser feita específica para cada empresa, independente se ambas têm a mesma atividade econômica ou não, outros fatores são variáveis, dessa forma, alterando o resultado obtido no estudo.
Por fim, o presente estudo buscou e analisou que para uma empresa de comércio atacadista de hortifrutigranjeiros, cuja o CNAE de sua atividade é 4633-08/01, com a quantidade de quatro funcionários registrados no valor médio de R$ 1.900,00, e tenha um faturamento aproximado de R$ 800.000,00 por trimestre, o regime de tributação mais benéfico explorado no planejamento tributário em questão foi o Lucro Presumido.
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BLING. Qual a importância do CNAE na classificação da empresa? Gestão Empresarial, Sistema Tributário Nacional, 2017. Disponível em: <https://blog.bling.com.br/importancia-do-cnae/>. Acesso em 07 nov. 2020.
BRASIL. Lei complementar nº123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 18 jul. 2020.
BRASIL. Lei complementar nº155, de 27 de outubro de 2016. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por optantes pelo Simples Nacional; altera as Leis nos 9.613, de 3 de março de 1998, 12.512, de 14 de outubro de 2011, e 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e revoga dispositivo da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp155.htm>. Acesso em: 18 jul. 2018.
CASSONE, Vittorio. Direito tributário. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
DICIO. Dicionário Online Língua Portuguesa, 2009 – 2020. Disponível em <https://www.dicio.com.br/>. Acesso em 18 jul. 2020.
FABRETTI, Láudio Camargo. Normas antielisão, 2005. Disponível em: <http://www.tributarista.org.br>. Acesso em 25 out. 2020.
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 10. ed. São Paulo, Atlas, 2006.
IBGE. Comissão Nacional de Classificação, 2020. Disponível em: <https://concla.ibge.gov.br/busca-online-cnae.html>. Acesso em 25 out. 2020.
JORNAL CONTÁBIL. Obrigações acessórias para empresas do Simples Nacional, 2019. Disponível em: <https://www.jornalcontabil.com.br/obrigacoes-acessorias-para-empresas-do-simples-nacional>. Acesso em 25 out. 2020.
LATORRACA, Nilton. Direito tributário: imposto de renda das empresas. 15.ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARCONI, Marina Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
MARCONI, Marina Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento, execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARCONI, Marina Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica. 5 ed. SP: Atlas, 2003.
MARINS, James. Elisão tributária e sua regulação. São Paulo: Dialética, 2002.
NOGUEIRA, Gisele. Lucro Presumido: Veja como funciona suas obrigações tributárias. Sped Brasil, 2018. Disponível em: <https://www.spedbrasil.com.br/lucro-presumido-obrigacoes-tributarias>. Acesso em 24 out. 2020.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 2.ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
POHLMANN, Marcelo Coletto. Contabilidade Tributária. IESD Brasil S. A, 2010.
PORTAL TRIBUTÁRIO. Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, 2020. Disponível em <http://www.portaltributario.com.br/legislacao/lei10865.htm>. Acesso em 18 jul. 2020.
RECEITA FEDERAL. FAP - Fator Acidentário de Prevenção, 2015. Disponível em: <https://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/gfip-sefip-guia-do-fgts-e-informacoes-a-previdencia-social-1/fap-fator-acidentario-de-prevencao-legislacao-perguntas-frequentes-dados-da-empresa>. Acesso em 25 out. 2020.
RECEITA FEDERAL. O que é o Simples Nacional, 2020. Disponível em: <http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/default.aspx>. Acesso em 18 jul. 2020.
RODRIGUES, Aldenir Ortiz, et al. IRPJ e CSLL 2016. Manual do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. São Paulo: IOB Folhamatic, 2016.
SÁ, Antônio Lopes de; SÁ, Ana Maria Lopes de. Dicionário de Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1995.

Outros materiais