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Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo 4 cm 85 px 2 cm 56 px PREGÃO ELETRÔNICO Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo 4 cm 85 px 2 cm 56 px EQUIPE RESPONSÁVEL PELO PROJETO Designers Instrucionais CTec Andrea Côrrea Silva Vera Helena Grellet Centro de Capacitação Cecília Bezerra da Silva Fonseca Gestor de Capacitação Paula Almeida Melo Área demandante CCE Responsável pela demanda Rita Joyanovic Conteudista(s) Sheila dos Santos Silva DIREÇÃO Escola Fazendária Rodrigo Bezerra da Silva Centro de Tecnologia Educacional Marissol David SUMÁRIO Pregão Unidade 1 - Modalidade licitatória pregão: Legislação, conceito e peculiaridades Legislação do pregão 13 Conceito de pregão 15 Peculiaridades do pregão 19 Unidade 2 - Procedimento licitatório na modalidade pregão - fase interna ou preparatória Instrução do procedimento 30 Autoridade competente e atribuições 31 Pregoeiro e equipe de apoio 35 Unidade 3 - Procedimento licitatório na modalidade pregão: fase externa Publicação do aviso de licitação 40 Impugnação ao edital 41 Sessão pública do pregão na forma presencial e seus atos procedimentais 42 Conclusão e atos finais do pregão na forma presencial 53 Unidade 4 - Pregão na forma eletrônica eletrônica Conceito 63 Características específicas 64 Especifidades da fase interna 66 Pregão na forma eletrônica: fase externa 67 Publicação do aviso e impugnação ao edital 67 Envio das propostas 68 Sessão pública e seus atos procedimentais 69 Conclusão e atos finais do pregão na forma eletrônica 81 Pregão na forma eletrônica: Desconexão 81 PREGÃO ELETRÔNICO 7 APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO Olá, bem-vindo(a) ao curso Pregão Eletrônico que tem como objetivo fazer com que você, caro(a) cursista, seja capaz de expandir e aprimorar a gestão de processo de contratações eletrônicas. Vamos começar? Bom curso! Nosso curso é dividido em quatro unidades: ● Unidade 01: Modalidade licitatória pregão: legislação, conceito e peculiaridades. ● Unidade 02: Procedimento licitatório na modalidade pregão: fase interna ou preparatória. ● Unidade 03: Procedimento licitatório na modalidade pregão: fase externa. ● Unidade 04: Pregão na forma eletrônica. Agora, que sabemos quais são as unidades do curso, podemos começar, aqui na apresentação a falar das licitações no Brasil que têm suas raízes na Constituição da República, mais precisamente em seu artigo 37, inciso XXI, escrito nos seguintes termos: A citação constitucional do Artigo 37 estabelece o denominado princípio da obrigatoriedade da licitação. Conforme o princípio da obrigatoriedade da licitação, todas as vezes que a administração direta (administração centralizada, ministérios, secretarias e todos os órgãos que os integram) e a administração indireta (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações etc.) de todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e de todas as esferas de governo (União, Estados membros da Federação, Distrito Federal e Municípios), pretenderem realizar contratações, em regra, essas contratações devem ser precedidas de licitação. A licitação, segundo Justen Filho (2014, p. 15-16) é: “Artigo 37. A administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XXI - Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações, serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure a igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da Lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”. 8 PREGÃO ELETR Ô N ICO O pregão tem sua origem diretamente atrelada ao princípio da obrigatoriedade da licitação por se constituir em uma nova modalidade licitatória, que veio a ser integrada ao ordenamento jurídico brasileiro ao lado das demais modalidades licitatórias instituídas e disciplinadas pela Lei n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993, a saber: leilão, concurso, concorrência, tomada de preços e convite. Essa Lei regulamenta o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. O pregão foi introduzido na legislação brasileira pela Lei n° 9.472 F, de 16/07/1997, a denominada Lei Geral das Telecomunicações (LGT), que criou a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), autarquia federal de regime especial, encarregada de organizar a exploração de serviços de telecomunicações no país. Essa Lei dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional n° 8 F, de 1995. Essa Lei ainda, em seus artigos 54 a 59, estabeleceu um regime próprio de contratações para a ANATEL, desobrigando-a, em grande medida, da submissão ao regime jurídico da Lei Geral das Licitações, a já mencionada Lei n° 8.666/1993 F. Os mencionados artigos estabeleceram o pregão como nova modalidade licitatória a ser utilizada pela ANATEL em suas contratações, sendo que o Conselho Diretor dessa Agência, por meio da Resolução nº 5, de 15/01/1998 F, editada com base na competência outorgada pelo inciso II do artigo 22 da Lei Geral das Telecomunicações, regulamentou o procedimento da referida modalidade licitatória. No artigo 22: “Compete ao Conselho Diretor: II - aprovar normas próprias de licitação e contratação”. Para tanto, Resolução nº 5, de 15/01/1998 F aprova o regulamento de contratações da ANATEL. “[...] um procedimento administrativo que visa à seleção, de acordo com critérios objetivos predeterminados, da proposta mais vantajosa a ser contratada pela administração pública e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, assegurada a ampla participação de interessados e a isonomia entre eles, com a observância de todos os requisitos legais exigidos.” Lei Geral das Telecomunicações Lei n° 9.472 F, de 16/07/1997. 9 APRESENTAÇÃO Acompanhe abaixo a trajetória pela qual a modalidade pregão passou de Medida Provisória à Lei Federal: O pregão é, portanto, uma nova modalidade licitatória, com procedimento e especificidades próprios estabelecidos na Lei n° 10.520/2002 F, que a distinguem, em grande medida, das modalidades licitatórias tradicionais previstas na Lei n° 8.666/1993 F (leilão, concurso, concorrência, tomada de preços e convite), sendo, atualmente, a modalidade licitatória mais amplamente utilizada para a realização das contratações em que é possível a utilização do pregão. Antes de iniciarmos a primeira unidade do curso, vamos ver a linha do tempo com as Leis e os decretos que se referem à modalidade licitatória pregão. ● Lei n° 6.544 E, de 22 de novembro de 1989 - é criada a Lei Estadual de licitações e contratos administrativos. ● Lei n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993 - institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. ● Emenda Constitucional n° 8 F, de 15 de agosto de 1995 - A experiência de utilização do pregão no âmbito da ANATEL foi extremamente bem- sucedida. Os resultados mostraram que o pregão propiciava aobtenção de preços melhores, bem como a simplificação do procedimento competitivo, com a redução da burocracia inerente à participação dos licitantes e ao próprio processamento das licitações. SAIBA MAIS 10 PREGÃO ELETR Ô N ICO dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos dessa emenda. ● Lei n° 9.472 F, de 16 de julho de 1997 - pregão foi introduzido na legislação brasileira. ● Resolução nº 5 F, de 15 de janeiro de 1998 - aprova o Regulamento de Contratações da Agência Nacional de Telecomunicações. ● Medida Provisória nº 2.026 F, de 04 de maio de 2000 - institui, no âmbito da União, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. ● Lei n° 10.520 F, de 17 de julho de 2002 - instituiu a modalidade de licitação denominada pregão. ● Decreto n° 47.297 F, de 06 de novembro de 2002 - criação da modalidade pregão na forma eletrônica. ● Resolução CEGP-10 E, de 19 de novembro de 2002 - aprova o regulamento para a modalidade de licitação denominada Pregão na forma presencial. ● Decreto n° 49.722 E, de 24 de junho de 2005 - dispõe sobre o pregão, realizado por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação. ● Resolução CC-27 F, de 25 de maio de 2006 - aprova o regulamento do pregão na forma eletrônica para a administração direta, autárquica e fundacional do Estado de São Paulo. ● Decreto n° 51.469 E, de 02 de janeiro de 2007 - dispõe sobre a obrigatoriedade da adoção da modalidade pregão e em sua forma eletrônica para aquisição de bens e serviços comuns. ● Resolução SF-15 E, de 19 de março de 2007 - dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização do Pregão Eletrônico para administração direta, autarquias, inclusive as de regime especial, fundações e sociedades de economia mista. ● Resolução CC-52 E, de 26 de novembro de 2009 - altera a redação dos dispositivos que especifica do Regulamento do Pregão Eletrônico para a administração direta, autárquica e fundacional do Estado. Após esse resumo das Leis e decretos, vamos estudar nessas quatro unidades questões inerentes ao procedimento e as especificidades do pregão, que é a modalidade licitatória mais utilizada no Brasil. Começaremos pela Unidade 01 que tratará sobre legislação, conceito e 11 APRESENTAÇÃO peculiaridades da Modalidade licitatória pregão. Boa aula. Até mais. PREGÃO ELETRÔNICO UNIDADE 01 - MODALIDADE LICITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES 13 MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES Olá, seja bem-vindo(a) à Unidade 01 do nosso curso. Na apresentação do curso, mostramos um breve histórico da criação e da instituição da modalidade licitatória pregão no Brasil. Agora, vamos nos aprofundar nas leis, conceitos e características da modalidade licitatória pregão. Vamos começar? Caro(a) cursista, na apresentação do curso, mostramos a linha do tempo de leis, e lá você viu que o pregão enquanto modalidade licitatória utilizável por toda Administração Pública brasileira foi instituído e criado pela Lei n° 10.520 F, de 17/07/2002, sendo essa Lei produto final de conversão da Medida Provisória nº 2.026 F, de 04/05/2000 e suas sucessivas reedições. A mencionada Lei veicula as normas gerais da modalidade licitatória pregão, com todas as suas características e especificidades, as quais, em grande medida, diferenciam essa modalidade das três modalidades denominadas “comuns” estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F, a Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite. Veja o esquema abaixo que explicita com mais detalhes: É interessante e merecedor de destaque nesta oportunidade é que a Lei n° 10.520/2002 F, em seus treze artigos, reservou apenas um trecho para tratar especificamente do pregão na forma eletrônica (pregão eletrônico), o artigo 2°, § 1°, e este dispositivo, absteve-se de estabelecer LEGISLAÇÃO DO PREGÃO A Lei do Pregão – Lei n° 10.520 F, de 17/07/2002 – institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. NOTA: 14 PREGÃO ELETR Ô N ICO disciplina específica para a forma eletrônica de processamento do pregão, limitando-se a transferir tal tarefa à regulamentação dos entes realizadores de licitação. Eis o teor literal da referida citação: No Estado de São Paulo, por exemplo, a realização do pregão e sua utilização como modalidade licitatória foram regulamentadas pelos seguintes atos normativos, que permanecem em pleno vigor: ● Decreto n° 47.297, de 06/11/2002 E, que dispõe sobre o pregão a que se refere à Lei n° 10.520/2002 F e dá providências correlatas.Esse ato normativo regulamentar disciplina o pregão na forma presencial (pregão presencial), já que o seu artigo 10 estabelece, expressamente, que o pregão na forma eletrônica (pregão eletrônico) será objeto de regulamentação específica. ● Resolução CEGP-10, de 19/11/2002 E, que aprova o regulamento para a modalidade de licitação denominada Pregão na forma presencial, destinada à aquisição de bens e serviços comuns pela administração direta e autárquica do Estado. ● Decreto n° 49.722, de 24/06/2005 E, que dispõe sobre o pregão, realizado por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, a que se refere o § 1° do artigo 2° da Lei n° 10.520/2002 F e o artigo 10 do Decreto n° 47.297/2002 E (pregão na forma eletrônica), e dá providências correlatas. ● Regulamento anexo à Resolução CC-27, de 25/05/2006 E (alterado pela Resolução CC-52, de 26/11/2009 E), que aprova o regulamento do pregão na forma eletrônica para a administração direta, autárquica e fundacional do Estado. ● Decreto n° 51.469, de 02/01/2007 E, que dispõe sobre a obrigatoriedade da adoção da modalidade pregão e em sua forma eletrônica para aquisição de bens e serviços comuns. ● Resolução SF-15, de 19/03/2007 E, que, nos termos do artigo 2° do Decreto n° 51.469/2007 E, dispõe sobre a obrigatoriedade de adoção do pregão em sua forma eletrônica, pela administração direta, autarquias, inclusive as de regime especial, fundações e sociedades de economia mista, para aquisição de bens e serviços comuns. É importante ressaltar que no caso da modalidade licitatória pregão, regida pela Lei n° 10.520 F e no Estado de São Paulo pelos atos normativos regulamentares antes indicados, aplica-se “Artigo 2° (Vetado). § 1° Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica” (grifo meu). 15 MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES subsidiariamente, as normas da Lei n° 8.666/93 F (Lei geral federal de licitações e contratos administrativos) e da Lei n° 6.544/89 E (Lei Estadual de licitações e contratos administrativos). A aplicação subsidiária das Leis n° 8.666/1993 F e n° 6.544/1989 E ao pregão ocorrerá naquelas situações em que a Lei específica do pregão (Lei n° 10.520/2002 F) e seus atos regulamentares acima elencados não contiverem disciplina específica para as referidas situações e desde que as normas a serem aplicadas subsidiariamente sejam compatíveis com a Lei nº 10.520/2002 F e suas normas regulamentares. Pelas mesmas razões, ao pregão em sua forma eletrônica aplicam- se subsidiariamente as normas do Decreto n° 47.297/2002 E e do Regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E. O que é o Pregão? Pregão é uma modalidade de licitação do tipo menor preço, em que a disputa é feita por meio de propostas e lances sucessivos, em sessão pública. É destinada à aquisição de bens e de serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado para a contratação. A simplicidade e a objetividade das palavras utilizadasno conceito da modalidade licitatória pregão não oferecem efetivamente maiores dificuldades à sua compreensão. Todavia, independentemente da análise dos atos que compõem e integram o procedimento do pregão, análise que será feita em unidades decorrentes deste curso, uma leitura atenta do conceito do pregão já nos mostra, em parte, especificidades e traços distintivos dessa modalidade licitatória, em relação às três modalidades “comuns” estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F, ou seja, a Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite. Tais especificidades e traços distintivos são os seguintes: I. Como se sabe, a Lei n° 8.666/1993 F prevê quatro “tipos”, ou seja, quatro critérios de julgamento distintos para a classificação e seleção da melhor proposta a ser contratada pela Administração: a) o tipo menor preço; b) o tipo melhor técnica; c) o tipo técnica e preço; e d) o tipo maior lance ou oferta. A Lei n° 10.520/2002 F, que veicula as normas gerais da modalidade pregão, estabeleceu em seu artigo 4°, inciso X, a utilização exclusiva do “tipo menor preço” para a classificação e o julgamento CONCEITO DE PREGÃO 16 PREGÃO ELETR Ô N ICO das propostas nesta modalidade licitatória. Por outro lado, no regime da Lei n° 8.666/1993 F, o “tipo de licitação” a ser adotado, compreendidos neste termo “menor preço”, “melhor técnica”, ou “técnica e preço”, não impede a utilização de qualquer das modalidades comuns de licitação (a Concorrência, a Tomada de Preços ou Convite). Nesse regime, o fator que leva à eleição de uma das três modalidades é o valor estimado da contratação, independentemente do tipo de licitação a ser adotado para a classificação e o julgamento das propostas. II. No pregão, diferentemente do que ocorre nas modalidades comuns da Lei n° 8.666/1993 F, o que leva à sua adoção não é o valor estimado da contratação e sim o seu objeto. Se o objeto licitado se enquadrar na definição de bem ou serviço comum para fins de utilização do pregão, adota-se esta modalidade licitatória, independentemente do valor estimado para a contratação. Na sequência deste curso serão indicados os critérios a serem utilizados para a definição do que se considera como bem ou serviço comum, com vistas à utilização do pregão. III. Nas modalidades comuns da Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite) a etapa competitiva entre os licitantes se esgota com a apresentação de propostas escritas. Essas propostas são analisadas e classificadas pelos critérios estabelecidos no edital e conforme o tipo de licitação adotado (menor preço, melhor técnica, ou técnica e preço), sagrando-se vencedor do certame o detentor da proposta melhor classificada, sem que haja qualquer outro tipo de disputa entre os licitantes. Já no pregão, depois da análise e classificação das propostas escritas apresentadas, há uma segunda etapa de disputa, em que se possibilita aos licitantes selecionados a apresentação de novos lances, com preços inferiores aos ofertados nas propostas escritas, sagrando-se vencedor do certame aquele que oferecer o melhor lance. Uma vez conhecido o conceito do pregão, cabe ressaltar, que a modalidade licitatória pregão é única, comportando duas formas de processamento, a forma “presencial”, comumente chamada de pregão presencial e a forma “eletrônica”, usualmente denominada de pregão eletrônico. Referente ao artigo 4°, inciso X: A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: [...] X - para julgamento e classificação das propostas será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital. NOTA: 17 MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES “Portanto, as expressões popularmente utilizadas e difundidas “pregão presencial” e “pregão eletrônico”, absolutamente destituídas de rigor técnico/jurídico, não nos devem induzir ao erro de considerar a existência de duas modalidades licitatórias distintas entre si, pregão presencial e pregão eletrônico. O que existe são formas de processamento distintas da mesma modalidade licitatória pregão, ou seja, a “forma presencial” e a “forma eletrônica” de processamento da modalidade licitatória pregão.” De qualquer modo, cumpre registrar que estas poucas diferenças decorrem de duas características distintas e específicas de processamento nas formas presencial e eletrônica. Mas que características são essas? Espaço físico: NOTA: 18 PREGÃO ELETR Ô N ICO Na sequência, vamos ver como funciona a Forma de processamento de documentos. 19 MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES Depois de vermos as diferenças que acontecem nas formas presencial e eletrônica, quanto ao espaço físico e documentação, podemos ter como exemplo, o Estado de São Paulo, em razão das normas regulamentares, a saber o Decreto n° 51.469 E, de 02/01/2007 c.c. a Resolução SF-15 E, de 19/03/2007, nos casos em que cabe a utilização da modalidade pregão, qual seja para aquisição de bens e serviços comuns, sua adoção é obrigatória (artigo 1°, II, do Decreto n° 51.469/2007 E) e em sua forma eletrônica (artigo 2º, Decreto n° 51.469/2007 E, c.c. artigo 1°, I, II e III, da Resolução SF-15/2007 E). A impossibilidade da adoção da modalidade pregão ou de sua forma eletrônica deve ser justificada nos autos da respectiva licitação, no momento de sua abertura (artigo 1°, § 1°, do Decreto n° 51.469/2007 E, c.c. artigo 3° da Resolução SF-15/2007 E). Caro(a) cursista, conforme demonstrado anteriormente, o pregão foi concebido com peculiaridades que o diferenciam em grande medida das modalidades licitatórias “comuns” estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite). Independentemente de outras que serão assinaladas adiante neste curso, por ocasião das abordagens relativas às fases interna e externa do pregão, cumpre destacar as seguintes peculiaridades inerentes a modalidade licitatória pregão: I. A adoção do pregão está relacionada ao objeto da licitação (aquisição de bens e serviços comuns), independentemente do valor estimado para a contratação; II. O tipo de licitação (critério de julgamento) a ser adotado para o julgamento das propostas e seleção do vencedor do certame é exclusivamente o “menor preço”; III. Há a inversão das etapas de habilitação e propostas, ocorrendo em primeiro lugar análise e julgamento das propostas e só depois análise e julgamento da habilitação apenas do licitante cuja proposta for aceita; O Decreto n° 51.469 E, de 02/01/2007: dispõe sobre a obrigatoriedade da modalidade pregão para aquisição de bens e serviços comuns. E a Resolução SF-15 E, de 19/03/2007: dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização do Pregão Eletrônico para administração direta, autarquias, inclusive as de regime especial, fundações e sociedades de economia mista. NOTA: PECULIARIDADES DO PREGÃO 20 PREGÃO ELETR Ô N ICO IV. Possibilidade de saneamento de falhas relativas aos documentos de habilitação; V. Recurso único; VI. Penalidade específica; VII. Celeridade; VIII. Concentração; IX. Oralidade. Na sequência, você verá com mais detalhes cada uma dessas nove peculiaridades. A adoção do pregão é referente ao objeto da licitação, que é a aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do valor estimado para a contratação. Diferentemente do que ocorre em relação às modalidades comuns da Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite), em que a adoção de uma determinada modalidade, nos termos do artigo 23 da respectiva Lei, dá-se em função do valor estimado da contratação, a adoção da modalidade licitatória pregão independe deste valor e se dá unicamente em razão do objeto da licitação. É que nos termos do artigo 1° da Lei n° 10.520/2002 F, para aquisiçãode bens e serviços comuns, sem qualquer restrição relativa ao valor da contratação, poderá ser adotado o pregão. Portanto, se o objeto da licitação puder ser considerado um bem ou um serviço comum, poderá ser adotada a modalidade licitatória pregão, qualquer que seja o valor estimado para a contratação. Eis o teor literal do mencionado artigo 1°, caput: Pois bem, tendo em conta que a modalidade pregão, nos termos do transcrito artigo 1°, “caput”, da Lei n° 10.520/2002 F, é adotável apenas nas licitações em que o respectivo objeto se constitua em aquisição de bens ou serviços comuns, para a correta adoção da referida modalidade em cada caso concreto, é indispensável que se tenha a noção exata do que deve ser considerado bens comuns e serviços comuns. Nesse sentido, o mesmo artigo 1°, em seu parágrafo único, explicita o I - A ADOÇÃO DO PREGÃO ESTÁ RELACIONADA AO OBJETO DA LICITAÇÃO “Artigo 1°. Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade pregão, que será regida por esta Lei”. 21 MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES que pode ser considerado “bem ou serviço comum”, para efeito da adoção da modalidade pregão: A partir da definição legal oferecida, conclui-se que para efeito de adoção do pregão, é preciso que, no caso concreto, dois fatores se evidenciem conjugados em relação ao objeto da licitação, a saber: I. É preciso que a Administração possa definir objetivamente no edital as características e os padrões de desempenho e qualidade do bem ou do serviço que pretende contratar, e, ainda, indissoluvelmente ligado a esse primeiro fator; II. É preciso que as especificações das características e dos padrões de desempenho e qualidade do bem ou do serviço, definidas no edital pela Administração, sejam conhecidas no mercado produtor dos bens ou prestador dos serviços, havendo neste mercado produtores ou prestadores de serviços em condições de oferecer os bens ou os serviços com as especificações pretendidas pela Administração. Cumpre registrar, finalmente, as exceções à utilização da modalidade pregão, ou seja, aqueles casos em que mesmo o objeto sendo considerado comum, há impedimento de ordem normativa à adoção da referida modalidade. A primeira exceção decorre do já mencionado artigo 1°, “caput”, da Lei n° 10.520/2002 F, que, ao omitir menção expressa à realização de obras, restringiu a utilização do pregão à aquisição de bens e serviços comuns. Do ponto de vista da Lei n° 10.520/2002 F, então, não é possível a utilização de pregão para a contratação de obras. Todavia, jurisprudência formada a partir de decisões do Poder Judiciário, e, sobretudo de decisões dos Tribunais de Contas, especialmente o da União, vem sistematicamente “Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de especificações usuais no mercado”. A presença conjugada desses dois fatores permite que o bem ou o serviço seja considerado comum para efeito da adoção da modalidade pregão. Portanto, a partir dessa afirmação, outra conclusão importantíssima a ser assimilada e compreendida é que, para efeito da adoção do pregão, o grau de eventual sofisticação do bem ou do serviço não lhe retira a condição de comum. Essa condição independe do maior ou menor grau de sofisticação do objeto, de tal maneira que, se no caso concreto estiverem presentes conjugadamente os dois fatores antes indicados, o bem ou o serviço é considerado comum, ainda que do ponto de vista técnico apresente alto grau de sofisticação. Satisfeita a condição de comum, será possível adotar a modalidade pregão na licitação para sua contratação. IMPORTANTE 22 PREGÃO ELETR Ô N ICO admitindo a contratação de obras por meio de pregão, quando estas puderem ser consideradas comuns, nos moldes antes apresentados. As demais exceções, no âmbito do Estado de São Paulo, decorrem de disposições regulamentares. As disposições regulamentares que veiculam tais exceções vedam a adoção do pregão para as seguintes contratações: ● Locações imobiliárias e alienações em geral (artigo 2°, § 2°, n°s 2 e 3, do Decreto n° 47.297/2002 E, com a redação que lhe foi atribuída pelo artigo 4° do Decreto n° 56.565/2010 E); ● Os diversos serviços de engenharia e arquitetura listados no artigo 2°, § 2°, n° 4, do Decreto n° 47.297/2002 E, com a redação que lhe foi atribuída pelo artigo 4° do Decreto n° 56.565/2010 E. O tipo de licitação, que é o critério de julgamento, a ser adotado para o julgamento das propostas e seleção do vencedor do certame é exclusivamente o “menor preço”. Tal circunstância decorre do texto expresso no inciso X do artigo 4° da Lei n° 10.520/2002 F, moldado nos seguintes termos: Existe a inversão das etapas de habilitação e propostas, ocorrendo em primeiro lugar análise e julgamento das propostas e só depois análise e julgamento da habilitação apenas do licitante cuja proposta for aceita. É importante salientar que no transcurso do procedimento licitatório, a Administração promove a prática de todos os atos e providências indispensáveis à realização de todas as análises e julgamentos necessários II - O TIPO DE LICITAÇÃO “[...] para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital”. Em razão dessa prescrição legal, se o caso concreto demandar a adoção de um dos outros tipos de licitação estabelecidos na Lei n° 8.666/1993 F (equivale dizer “melhor técnica” ou “técnica e preço”) para o julgamento das propostas e seleção do vencedor do certame, não caberá a adoção da modalidade pregão e sim uma das modalidades comuns da mesma Lei (a Concorrência, a Tomada de Preços ou o Convite), de acordo com o valor estimado da contratação, conforme previsto no artigo 23 daquela Lei. IMPORTANTE III - INVERSÃO DAS ETAPAS DE HABILITAÇÃO E PROPOSTAS 23 MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES ao alcance do principal objetivo da licitação, que é a seleção da proposta mais vantajosa para ser contratada. Essas análises e julgamentos se dão em relação a duas etapas distintas entre si, quais sejam, a de habilitação e a de propostas. Conheça-as a seguir: Etapa de Propostas: envolve a análise, a classificação e o julgamento das propostas apresentadas pelos licitantes, em face do objeto contratual e das condições e especificações estabelecidas para o próprio julgamento e para a prestação desse objeto. Etapa de Habilitação: envolve o preenchimento de determinadas condições por parte dos licitantes, reputadas necessárias para que eles assumam a condição de contratado junto à Administração e possam bem executar o objeto contratual, independentemente das propostas que apresentarem. Em regra, as análises e o julgamento a respeito do atendimento dessas condições são feitos com base em documentos. Com a falta de atendimento das condições estipuladas para a habilitação dos licitantes gera a inabilitação deles, enquanto que a desconformidade das propostas em relação às condições estabelecidas para o julgamento e para a prestação do objeto dão ensejo à desclassificação das propostas desconformes. A seleção da proposta mais vantajosa a ser contratada pela Administração que é o principal objetivo da licitação, pressupõe que o respectivo licitante detentor da tal proposta tenha sido habilitado, ou seja, preencheu todos os requisitos de habilitação estabelecidos para a licitação, e também que a sua proposta tenha atendido todas as especificações e condições fixadas para o julgamento e a prestação do objeto, sagrando-se a vencedora de acordo com as regras estabelecidas para o julgamento. Agora em relação às etapas de habilitação e de propostas, a Lei n° 8.666/1993F estabeleceu que: ● Em primeiro lugar, devem ocorrer as análises e o julgamento da habilitação de todos os licitantes participantes; ● Em segundo lugar, as análises, a classificação e o julgamento das propostas. Os licitantes reprovados no julgamento da habilitação (os inabilitados) sequer terão suas propostas examinadas e julgadas, sendo desde logo, em face da inabilitação, alijados da disputa. Dessa forma, quando adotada uma das modalidades licitatórias comuns previstas na Lei n° 8.666/1993 F, ou seja, a Concorrência, a Tomada de Preços ou o Convite, primeiro ocorrem as análises e o julgamento da habilitação de todos os licitantes e só depois as análises, a classificação e o julgamento das propostas dos licitantes habilitados. 24 PREGÃO ELETR Ô N ICO O pregão adotou a denominada “inversão destas etapas”. Nele se processa em primeiro lugar a etapa das propostas, com as análises e classificação que conduzem à seleção da melhor proposta, ocorrendo só depois disso, em segundo lugar, a etapa de habilitação, com as análises e o julgamento apenas em relação ao detentor da proposta aceita pela Administração e não em relação aos detentores das demais propostas classificadas. Já a possibilidade de saneamento de falhas relativas aos documentos de habilitação, o artigo 43, § 3°, da Lei n° 8.666/1993 F, estabelece que: Por conta desse trecho legal que veda expressamente a inclusão de documento ou informação posteriormente à apresentação da proposta, não é possível promover o saneamento de falhas relativas aos documentos de habilitação nos procedimentos licitatórios em que são adotadas as modalidades licitatórias da Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a Tomada de Preços ou o Convite). Atualmente, não há qualquer oposição ao saneamento de falhas relativas aos documentos de habilitação no pregão, seja no âmbito da doutrina seja no âmbito da jurisprudência, inclusive dos Tribunais de Contas. A única dificuldade com a qual se pode defrontar em relação ao referido saneamento decorre do fato da Lei n° 10.520/2002 F não dispor expressamente a esse respeito e, consequentemente, não conter disposições estabelecendo os limites e as condições para a realização do saneamento. Tal omissão, contudo, não impede a Administração de utilizar a possibilidade desse saneamento, demandando apenas que haja regras regulamentares específicas para a utilização, previstas em ato normativo IV - POSSIBILIDADE DE SANEAMENTO DE FALHAS RELATIVAS AOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO “[...] é facultada à Comissão de Licitação ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta”. No âmbito do pregão, pela Lei n° 10.520/2002 F não conter a disposição proibitiva similar a do artigo 43, § 3°, da Lei n° 8.666/1993 F, é possível o saneamento de falhas relativas aos documentos de habilitação com vistas a que, se o licitante efetivamente preencher aquela condição passível de saneamento, a Administração possa contratar a sua proposta selecionada como a mais vantajosa no certame. IMPORTANTE 25 MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES ou no próprio edital da licitação, estabelecendo expressamente as condições e os limites para que o saneamento ocorra. No Estado de São Paulo, desde a implantação do pregão, utiliza-se a faculdade de sanear falhas relativas aos documentos de habilitação, tanto no caso do processamento na forma presencial quanto na forma eletrônica, mediante regras expressas inseridas nos respectivos editais dos certames, observados os seguintes limites e condições (selecione as abas para saber sobre esses limites e condições): I. Possibilidade de apresentação de documentos que não foram apresentados originariamente; II. Possibilidade de substituição de documentos defeituosos apresentados originariamente; III. Possibilidade de verificação por meios eletrônicos, notadamente a Internet, por parte do pregoeiro e da equipe de apoio; IV. O saneamento há de ser realizado obrigatoriamente na sessão pública. No recurso único, as licitações processadas nas modalidades estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a Tomada de Preços ou o Convite) há a possibilidade de interposição de dois recursos: um, em um primeiro momento, em face do julgamento da habilitação e outro, posteriormente, em face da classificação e julgamento das propostas. Em ambos os casos, você percebe que os recursos têm efeito suspensivo porque ocasiona a suspensão da continuidade do procedimento licitatório até a decisão acerca dos recursos interpostos, em dois momentos distintos do mesmo procedimento: a primeira suspensão após o julgamento da habilitação, por conta de eventuais recursos em face desse julgamento, e a segunda suspensão após a classificação e o julgamento das propostas, em razão de eventuais recursos direcionados a tais atos. É importante você entender que no pregão, o recurso é único, por disposição expressa do artigo 4°, inciso XVIII, e deve ser interposto mediante manifestação motivada, na própria sessão pública, logo após, o pregoeiro declarar o vencedor do certame. Para tanto, o recurso pode se dirigir tanto à análise e o julgamento das propostas, quanto ao julgamento Veja alguns editais com as minutas padrões disponibilizadas na Bolsa Eletrônica de Compras (BEC) disponível no site: www.bec.sp.gov.br e no site do pregão disponível em: www.pregao.sp.gov.br. SAIBA MAIS V - RECURSO ÚNICO 26 PREGÃO ELETR Ô N ICO da habilitação, mas é único e é interposto em momento único. Já a Lei n° 10.520/2002 F criou um regime próprio de penalidades aplicáveis às licitações na modalidade pregão e aos contratos celebrados a partir de licitações na modalidade em tela. Dispõe o artigo 7° da referida Lei: O transcrito dispositivo legal criou penalidade específica, distinta daquelas previstas no artigo 87, incisos I, III e IV da Lei n° 8.666/1993 F, a saber, o “impedimento de licitar e contratar por até 5 (cinco) anos”, permitindo ainda a aplicação de penalidade de multa, caso o edital e o contrato contenham previsão expressa nesse sentido. De acordo com o Artigo 4°, a fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: [...] XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões de recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos. NOTA: VI - PENALIDADE ESPECÍFICA “Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do artigo 4° desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais”. De acordo com o Artigo 87 pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: I - Advertência; II - Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou contrato; III - Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração por prazo não superior a 2 (dois)anos; IV - Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública [...]. NOTA: 27 MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES O que é celeridade? Celeridade é característico daquilo que é rápido, que é feito de prontidão. A celeridade alcançada pelo pregão decorre da simplificação de suas regras procedimentais, em relação às regras procedimentais das modalidades da Lei nº 8.666/1993 F. Nesse sentido, pode-se destacar peculiaridades já indicadas, por exemplo, a análise e julgamento da habilitação apenas do licitante que tiver o preço aceito e não de todos os licitantes. Assim como, a interposição de recurso único, direcionado tanto ao julgamento da habilitação, quanto ao julgamento das propostas. E, também, a peculiaridade da concentração da realização dos atos mais importantes da fase externa da licitação, em sessão pública sob a direção do pregoeiro, peculiaridade esta que será abordada na sequência desta unidade. Concentração trata-se aqui da realização dos atos mais importantes da fase externa da licitação, ou seja, todos aqueles relativos à apresentação, a análise e o julgamento das propostas e da habilitação, em sessão pública única, sob a direção do pregoeiro. Nessa sessão previamente designada, cujo passo a passo com todos os atos que a integram encontra-se detalhado nas Unidades 03 e 04 deste curso. Bom, o procedimento acontece da seguinte forma: 1. Comparecem os interessados em participar, apresentam suas propostas e seus documentos de habilitação. 2. E, nesse momento se estabelece entre eles a disputa por meio da oferta de lances. 3. Na sequência, os documentos apresentados são analisados pelo pregoeiro e pela equipe de apoio, ocorre o julgamento das propostas e da habilitação. 4. Logo, é selecionada a proposta mais vantajosa a ser contratada pela Administração. 5. Acontece então a interposição de recursos e, se não houver interposição, ocorre, inclusive, a adjudicação do respectivo objeto ao licitante vencedor por ato do pregoeiro. VII - CELERIDADE VIII - CONCENTRAÇÃO 28 PREGÃO ELETR Ô N ICO A oralidade é uma característica marcante do pregão processado na forma presencial. Na sessão pública em que, como se viu, estão concentrados os atos mais importantes da fase externa da licitação, todo o relacionamento entre pregoeiro, membros da equipe de apoio e licitantes é feito oralmente. Todas as deliberações do pregoeiro são comunicadas oralmente. Na disputa por lances, as ofertas são apresentadas oralmente pelos licitantes. A interposição de recursos é feita oralmente. Já no pregão processado na forma eletrônica não há manifestação oral, na medida em que a sessão pública é processada “virtualmente”, com todos os licitantes, pregoeiro e membros de equipe de apoio, interagindo via Internet, no sistema eletrônico que apresenta o processamento do pregão. A única forma válida de comunicação entre o pregoeiro e os licitantes durante a sessão se dá por intermédio de “chat” ou “sala de comunicação” disponibilizada pelo próprio sistema eletrônico, conforme explicitado na Unidade 04 deste curso. Bom, chegamos ao final da primeira unidade, e aqui, conhecemos melhor as leis que conduzem a modalidade licitatória pregão. E na sequência, vimos seu conceito e suas peculiaridades. Na Unidade 02, discorreremos sobre a fase interna ou preparatória do processo licitatório na modalidade pregão. Até lá. IX - ORALIDADE PREGÃO ELETRÔNICO UNIDADE 02 - PROCEDIMENTO LICITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO - FASE INTERNA OU PREPARATÓRIA 30 PREGÃO ELETR Ô N ICO Olá, bem-vindo(a) à Unidade 02 do nosso curso! Antes de iniciarmos esta unidade, vamos relembrar o que falamos na Unidade 01. Lá, conhecemos os atos normativos que regulamentam a realização do pregão e sua utilização como modalidade licitatória no estado de São Paulo. Abordamos também, os conceitos e as peculiaridades do pregão. Agora, na Unidade 02, abordaremos a fase interna, também conhecida como fase preparatória, do procedimento licitatório na modalidade pregão e veremos como é definida a autoridade competente para a realização e o processamento dos pregões. Bons estudos! A fase interna ou preparatória é aquela em que a tomada das providências necessárias ao processamento do procedimento licitatório compete à Administração. Com isso, a atuação da Administração nessa fase destina-se, especialmente, ao planejamento da contratação e da licitação, a busca das melhores soluções que atendam aos seus interesses e ao interesse público, com a definição dos modelos da contratação e da licitação, inclusive da modalidade licitatória a ser adotada. Envolve a tomada de deliberações, aprovações e elaboração de documentos. I. Deliberação da autoridade competente contendo os elementos previstos no artigo 3°, incisos I, III e IV da Lei n° 10.520/2002 F no artigo 6°, incisos I, II, III e IV do regulamento anexo à Resolução CEGP -10/2002 E e no artigo 13, incisos I, II, III e IV do regulamento anexo à Resolução CC - 27/2006 E. Tais elementos estão indicados expressamente mais adiante nesta unidade, no tópico relativo à autoridade competente e suas atribuições; II. Termo de referência, ou seja, o documento que deve definir com nível de precisão adequado o objeto da contratação, com todas as regras, condições e prazos de sua execução, bem como deve possibilitar a avaliação do seu custo; III. Planilha de orçamento com os quantitativos e valores unitários e total da contratação, elaborada a partir da composição de todos os custos unitários, no caso de serviços, e pesquisa de preços, no caso de compras; IV. Cronograma físico-financeiro, quando for o caso. Será necessário quando o modelo da contratação previr a execução do objeto contratual em etapas e o pagamento do preço em parcelas, condicionando o pagamento de cada parcela do preço à execução, conclusão e entrega de cada etapa executada; INSTRUÇÃO DO PROCEDIMENTO 31 PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO - FASE INTERNA OU PREPARATÓRIA V. Manifestação indicando a existência de recursos orçamentários na Lei orçamentária do exercício em curso, disponíveis e suficientes para custear a futura contratação; VI. Minutas de edital e de termo de contrato previamente aprovadas pelo órgão jurídico que serve o órgão ou entidade promotor da licitação. Por envolver a definição de regras que dizem respeito à participação nos certames e, por isso, estão relacionadas à fase interna ou preparatória dela, cumpre registrar que por força de disposição expressa contida no artigo 5° da Lei n° 10.520/2002 F, no pregão é vedado à Administração formular as seguintes exigências: I. Garantia de proposta. Esse tipo de garantia, nos casos em que admitida, é exigível de todos os licitantes, unicamente como condição de participação no certame e não se confunde com a garantia de boa execução do contrato, prevista no artigo 56 da Lei n° 8.666/1993 F, exigível apenas do licitante vencedor por ocasião da assinatura do contrato. No pregão, a vedação se aplica unicamente à garantia de proposta e não à garantia de boa execução contratual; II. Aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participar do certame; III. Pagamento de taxas e emolumentos para fornecimento do edital, salvo valores não superiores ao custo de reprodução das cópias das peças que compõe o edital e seus anexos, ou valores relativos a custos de utilização de recursos de tecnologia da informação. Muito bem, vimos até então os elementos que instruem o expediente da licitação durante a fase interna e quais as exigências vedadas à Administração durante esse processo. A partir deste tópico, veremos como é definida a autoridade competente para realizar o processamento dos pregões no âmbito da Administração direta e autárquica do Estado de São Paulo. No âmbito da Administração direta e autárquica do Estado de São Paulo, é o artigo 3° do Decreto n° 47.297/2002E que define a autoridade competente para a realização e o processamento dos pregões, bem como suas atribuições, nos seguintes termos: AUTORIDADE COMPETENTE E ATRIBUIÇÕES O edital da licitação deve conter todos os elementos indicados no inciso V do artigo 7° do Decreto n° 47.297/2002 E – que trata da fase preparatória do pregão – e no artigo 9° do Decreto n° 49.722/2005 E. NOTA: 32 PREGÃO ELETR Ô N ICO I. Autorizar a abertura da licitação, justificando a necessidade da contratação. II. Definir o objeto do certame, estabelecendo: a) As exigências de habilitação; b) Sanções por inadimplemento; c) Os prazos e condições da contratação; d) O prazo de validade das propostas; e) Os critérios de aceitabilidade dos preços; f) O critério para encerramento dos lances. III. Justificar as condições de prestação de garantia de execução do contrato. IV. Designar o pregoeiro e os membros de sua equipe de apoio. V. Decidir os recursos interpostos contra ato do pregoeiro. VI. Adjudicar o objeto da licitação, após a decisão dos recursos. VII. Revogar, anular ou homologar o procedimento licitatório. Parágrafo único. Nos pregões cujos valores estimados sejam inferiores ao limite fixado no caput deste artigo, a competência é dos dirigentes das unidades de despesa. Como se vê pelo teor do dispositivo regulamentar transcrito anteriormente, a definição da autoridade competente se dá em razão do valor estimado da contratação. Dessa forma, define-se a autoridade competente de acordo com o valor estimado: 33 PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO - FASE INTERNA OU PREPARATÓRIA Agora que já apresentamos todas as atribuições da autoridade competente, cumpre registrar que a sua deliberação no pregão, elemento obrigatório de instrução do expediente na fase interna ou preparatória do certame, conforme mencionado no item (I) do tópico anterior (Instrução do Procedimento), deve conter os seguintes atos, de acordo com a previsão contida no artigo 6°, incisos I a IV do regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E e no artigo 13, incisos I a IV do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006 E: I. Autorização para a abertura da licitação e as justificativas a respeito da necessidade da contratação; II. Definição do objeto do certame de forma clara, concisa e objetiva, estabelecendo: a) As exigências de habilitação; b) Os critérios de aceitabilidade dos preços, observado o inciso X do artigo 40 da Lei n° 8.666/1993; c) As sanções por inadimplemento previstas nos atos regulamentares antes indicados e em atos específicos dos dirigentes dos órgãos ou entidades promotores do certame; d) Os prazos e condições da contratação; e) O prazo de validade das propostas; f) O valor de redução mínima admissível entre os lances sucessivos e o critério de encerramento da etapa de lances (critérios de As atribuições da autoridade competente são aquelas indicadas nos incisos I a VII do transcrito artigo 3°, mais a fixação do valor de redução mínima entre os lances, atribuição essa expressamente prevista no artigo 6°, inciso II, alínea “f” do regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E e no artigo 13, inciso II, alínea “f” do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006 E. NOTA: 34 PREGÃO ELETR Ô N ICO encerramento só para o pregão na forma presencial); III. Fixação das condições de prestação de garantia de execução do contrato ou a dispensa da garantia; IV. Designação do pregoeiro e dos membros da equipe de apoio. No caso do pregão na forma eletrônica, também o subscritor do edital. É importante ressaltar também, quais atos devem conter a cogitada deliberação da autoridade competente. I. A Lei n° 10.520/2002 F não contém regras próprias estabelecendo quais documentos podem ser exigidos para fins de habilitação no certame. Dessa forma, aplicam-se subsidiariamente ao pregão, no que diz a respeito a exigência de habilitação, as disposições da Lei nº 8.666/1993 F, de maneira que, para estabelecer tais exigências, a autoridade competente deverá levar em consideração a situação concreta da contratação e observar as prescrições contidas nos artigos 27 a 31 da Lei n° 8.666/1993 F; II. Conforme anotado anteriormente, a Lei n° 10.520/2002 F criou regime próprio de penalidades, de maneira que no pregão, aplica-se a penalidade específica estabelecida no artigo 7° da mencionada Lei, ou seja, impedimento de licitar e contratar por até 5 (cinco) anos, com a possibilidade de se aplicar também penalidade de multa, desde que expressamente previsto no edital e no contrato. Portanto, no momento de baixar a deliberação, a autoridade competente definirá se será aplicada apenas a penalidade específica ou também a penalidade de multa; III. No que tange ao prazo de validade das propostas, o artigo 6º da Lei n° 10.520/2002 F estabelece que tal prazo será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital. Portanto, se a autoridade entender conveniente, pode fixar outro prazo de validade; IV. Há competência da autoridade para fixação do critério de encerramento da etapa de lances somente no caso do pregão na forma presencial. Na forma eletrônica, o critério de encerramento leva em conta determinado tempo de duração e é estabelecido pelo sistema eletrônico e não pela autoridade; V. O valor de redução mínima entre os lances tem por objetivo motivar a competição entre os licitantes, com vistas à obtenção de preço menor a ser contratado. Não há regras legais ou regulamentares que estabeleçam parâmetros para a fixação desse valor. A experiência com a realização de pregões mostra que valores muito altos ou muito baixos em relação ao valor de referência fixado para a contratação normalmente prejudicam a competição esperada entre os licitantes, frustrando assim o alcance do objetivo esperado com a fixação. A mesma experiência mostra que bons valores fixados 35 PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO - FASE INTERNA OU PREPARATÓRIA para redução mínima são aqueles compreendidos entre meio a um por cento do valor de referência estabelecido para a contratação. Vimos até então, que a definição da autoridade competente se dá em razão do valor estimado da contratação no processo licitatório. Por fim, neste tópico, elencamos quais atos contêm a deliberação da autoridade competente e suas atribuições. No entanto, você pode estar se perguntando: o que define o responsável por conduzir as licitações? Bom, a partir do próximo tópico, esclareceremos quais as características do papel do pregoeiro e sua equipe de apoio. O pregoeiro, auxiliado pela equipe de apoio, é o responsável pela condução da sessão pública do pregão, bem como por todas as análises e julgamentos que conduzirão à seleção da melhor proposta a ser contratada pela Administração. Há disposições normativas estabelecendo condições para que alguém possa atuar como pregoeiro e como membro de equipe de apoio. No Estado de São Paulo, por exemplo, as regras regulamentares estabelecem ainda outras condições para a atuação como pregoeiro: o respectivo servidor deve ter realizado curso de capacitação específica e, no caso do pregão na forma eletrônica, também treinamento específico para atuar nesta forma, promovido por órgão ou entidade da Administração estadual (artigo 4° do Decreto n° 47.297/200 E e artigo 7° do regulamento anexo à Resolução CEGP - 10/2002 E, c.c artigo 7° do Decreto n° 49.722/2005 E e artigo 7°, inciso II do regulamento anexo à Resolução CC - 27/2006 E). Em relação à equipe de apoio, o mesmo artigo 3°, § 1° da Lei n° 10.520/2002 F obriga que a maioria dos integrantes sejam ocupantes de cargo efetivo ou emprego da Administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora da licitação. Aqui também se divisa nítida distinção entre o pregão e as modalidades comuns da Lei n° 8.666/1993 F: concorrência, tomada de preços e convite. Nessas modalidades (Concorrência, Tomada dePreços e Convite) PREGOEIRO E EQUIPE DE APOIO De acordo com o artigo 3°, “caput”, da Lei n° 10.520/2002 F, o pregoeiro, obrigatoriamente, deve ser servidor do órgão ou entidade promotora da licitação. Não importa o tipo de vínculo empregatício (estatutário, celetista, comissionado etc.), mas a existência deste vínculo é imprescindível, o que inviabiliza a arregimentação de pessoas de fora dos quadros da Administração. IMPORTANTE 36 PREGÃO ELETR Ô N ICO não existem as figuras do pregoeiro e da equipe de apoio. Mas, sim, da comissão de licitação, ou, excepcionalmente no caso da modalidade convite, o responsável pelo seu processamento. Veja a seguir quais atos competem ao pregoeiro. No Estado de São Paulo, pelo teor do disposto no artigo 3°, “caput”, da Lei n° 10.520/2002 F, c.c. o artigo 6° do Decreto n° 47.297/2002 E, artigo 9° do regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 e artigo 14 do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006, compete ao pregoeiro: Apenas na forma eletrônica: ● Agendar o pregão no sistema eletrônico; Apenas na forma presencial: ● Promover o credenciamento dos licitantes para participar do certame; ● Receber dos licitantes a declaração de que cumprem todos os requisitos de habilitação e os envelopes contendo as propostas e os documentos de habilitação; ● Selecionar e ordenar as propostas que participarão da etapa de lances; ● Promover a classificação das propostas e ofertas. Em ambas as formas: ● Realizar a abertura, análise e a classificação ou desclassificação das propostas; ● Conduzir a etapa de lances; ● Coordenar os trabalhos na sessão pública; ● Conduzir o exercício do direito de preferência por parte das microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas; ● Promover a negociação do preço; ● Decidir sobre a aceitabilidade do preço; Analisar os documentos de habilitação e julgá-la; ● Dar parecer sobre eventuais recursos interpostos; ● Adjudicar o objeto ao licitante vencedor, não havendo interposição de Recursos; ● Elaborar a ata da sessão pública; ● Formular proposta de revogação ou anulação da licitação, se 37 PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO - FASE INTERNA OU PREPARATÓRIA entender cabível. Por fim, em relação à equipe de apoio, embora não haja disposições legais ou regulamentares dispondo expressamente sobre as tarefas que lhe compete, pode-se afirmar, dada a sua natureza de colegiado de apoio, que aos seus membros cabe auxiliar o pregoeiro em todas as atribuições que lhe competem, sem, contudo, possuir qualquer poder de decisão. Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade! E vimos aqui, que a fase interna do processo licitatório define-se no processo de planejamento da contratação. Abordamos como é definida a autoridade competente para realizar o processamento dos pregões, e também, os aspectos do pregoeiro e sua equipe de apoio. Na próxima unidade, você verá as características da fase externa do procedimento licitatório na modalidade pregão. Até lá! PREGÃO ELETRÔNICO UNIDADE 03 - PROCEDIMENTO LICITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA 39 PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA Olá, bem-vindo(a) à Unidade 03 do nosso curso! Antes de iniciarmos essa unidade, vamos relembrar o que falamos na Unidade 02. Lá, abordamos a fase interna, também conhecida como fase preparatória, do procedimento licitatório na modalidade pregão e vimos como é definida a autoridade competente para a realização e o processamento dos pregões. Agora, nesta unidade, abordaremos a fase externa do pregão, veremos como se dá o início desse processo, passando pela fase de impugnação ao edital e também da sessão pública do pregão na forma presencial e seus atos procedimentais. Bons estudos! A fase externa do pregão se inicia com a divulgação (publicidade) do aviso de licitação e propicia a intervenção e a participação dos futuros licitantes e da sociedade em geral no procedimento licitatório. Seu encerramento ocorre com a homologação ou a revogação da licitação, ou, ainda, com o reconhecimento de que se trata de licitação deserta ou fracassada. Trata-se, portanto, da fase em que os licitantes têm a oportunidade de agir e praticar todos os atos necessários e pertinentes à participação na licitação, com vistas a que a proposta de um deles seja a selecionada para ser contratada pela Administração. Para a Administração, por outro lado, essa fase ocasiona a realização de todas as análises e julgamentos necessários ao alcance do principal objetivo da licitação que é a seleção da proposta mais vantajosa para ser contratada. Veja abaixo as etapas que a fase externa do pregão compreende e, em seguida, abordaremos o processo de publicação do aviso da licitação: 40 PREGÃO ELETR Ô N ICO O que é o aviso de licitação? É um instrumento (documento físico ou eletrônico) utilizado pela Administração para divulgar de modo amplo a realização da licitação. A partir de sua publicação, a licitação que até então se encontrava em processamento no âmbito interno do órgão licitante “ganha o mundo” e a sua realização passa a ser de conhecimento público. De acordo com o inciso I do artigo 3° da Lei n° 10.520/2002 F estabelece os meios de divulgação dos avisos de licitação são: I. Os Diários Oficiais do respectivo ente federado ou, não existindo, jornal de grande circulação local; e, facultativamente II. Meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos de regulamento. No Estado de São Paulo, as normas regulamentares (artigo 8° do Decreto n° 47.297/2002 E e artigo 12, incisos I e II do regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E, c.c artigo 10 do Decreto n° 49.722/2005 E e artigo 11, incisos I e II do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006 E) dispõem sobre a divulgação do aviso de licitação, da seguinte forma: 1. Em licitações cujo valor estimado da contratação seja inferior a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), o aviso deve ser divulgado no Diário Oficial do Estado (DOE) - e na Internet, no site da Imprensa Oficial do Estado, www.imprensaoficial.com.br (opção e-negociospúblicos). Em se tratando de pregão na forma eletrônica, a realização é divulgada também no site da Bolsa Eletrônica de Compras: www.bec.sp.gov.br. 2. Em licitações cujo valor estimado da contratação seja igual ou superior a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), o aviso deve ser divulgado nos mesmos meios indicados no item (1) e também em jornal de grande circulação local. O prazo entre a data de divulgação do aviso de licitação (a data da última divulgação) e a realização da sessão pública não pode ser inferior a 8 (oito) dias úteis (artigo 4°, inciso V da Lei n° 10.520/2002 F). O aviso deve conter a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias, horários em que poderá ser obtida a íntegra do edital, a modalidade licitatória, o dia, o horário e o local da realização da sessão. E, no caso de pregão na forma eletrônica, a informação de que será realizado por meio eletrônico, a indicação do site onde será realizado o certame e a indicação do endereço eletrônico onde está disponível a íntegra do edital (artigo 4°, inciso II da Lei n° 10.520/2002 F, c.c artigo 12, inciso III do Regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E, artigo PUBLICAÇÃO DO AVISO DE LICITAÇÃO 41 PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA 10, § 1°, n°s 1 a 4 do Decreto n° 49.722/2005 E e artigo 10, incisos I a IV do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006 E). A impugnação ao edital da licitação constitui-se em instrumento pelo qual qualquer pessoa natural ou jurídica pode se opor à manutenção de cláusulas e condições do edital que reputem ilegais, pleiteando a sua modificação ou exclusão. No entanto, a Lei n° 10.520/2002 F não tratou expressamente da impugnação ao edital. Tal matéria é objeto de disciplina apenas nas normas regulamentarespor duas razões: As regras regulamentares, veiculadas no artigo 14, §§ 1° e 2° do regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E, são as seguintes: 1. Até 2 (dois) dias úteis anteriores à data fixada para a realização pública, qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos, providências ou impugnar o edital; 2. A autoridade competente para decidir a impugnação é o subscritor do edital e o prazo para a decisão é de 1 (um) dia útil. Se não for possível a decisão nesse prazo, deve ser designada nova data para a realização da sessão, a qual não poderá ocorrer com impugnação pendente de decisão; 3. Se a impugnação for acolhida e o edital alterado, designa-se nova data para a realização da sessão pública. Em razão do disposto no artigo 21, § 4° da Lei n° 8.666/1993 F, aplicável ao pregão subsidiariamente à Lei n° 10.520/2002 F, caso a alteração promovida no edital impacte a formulação das propostas, a nova sessão pública não poderá ocorrer em prazo inferior a 8 (oito) dias úteis, contado da divulgação da referida alteração. IMPUGNAÇÃO AO EDITAL De acordo com o 13 Artigo 21, § 4°: Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas. NOTA: 42 PREGÃO ELETR Ô N ICO Veja abaixo algumas situações a respeito da impugnação ao edital que independem das disposições regulamentares do pregão: I. Todas as pessoas naturais ou jurídicas podem apresentar impugnação ao edital com fundamento no artigo 5°, XXXIV, alínea “a” da Constituição da República (trata-se do exercício do denominado “direito constitucional de petição”); II. Qualquer pessoa natural ou jurídica, independentemente de promover a impugnação do edital perante o órgão licitante com fundamento nas normas regulamentares indicadas, pode também representar ao Tribunal de Contas em face de irregularidades verificadas nos pregões, inclusive aquelas que foram objeto de impugnação junto ao órgão licitante, com fundamento no artigo 113, § 1° da mesma Lei n° 8.666/1993 F; III. A Administração tem o poder/dever de invalidar seus atos praticados com nulidade ou ilegalidade. Trata-se da aplicação do princípio da autotutela a que se submete a Administração, princípio esse consagrado nas súmulas n° 346, “a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”, e n° 473, “[...] a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque dele não se originam direitos; ou revogá-los, por motivos de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”, ambas do Supremo Tribunal Federal. Portanto, em razão do princípio da autotutela, independentemente de impugnações apresentadas por terceiros, toda vez que a administração constatar nos editais a existência de cláusulas ou condições ilegais ou nulas, ela própria deve sanear tais defeitos, promovendo a alteração ou a exclusão das respectivas disposições defeituosas. Eventuais esclarecimentos prestados pela Administração no curso da licitação, que contenham interpretação em relação a disposições do edital, vinculam a sua atuação, de maneira que futuras análises e decisões que vierem a ser tomadas deverão estar de acordo com as interpretações veiculadas nas respostas aos pedidos de esclarecimentos formulados. Conforme frisamos anteriormente, a fase externa da licitação ocasiona para a Administração a prática de todos os atos e providências indispensáveis à realização de todas as análises e julgamentos necessários ao alcance do principal objetivo da licitação, que é a seleção da proposta mais vantajosa para ser contratada. A sessão pública do pregão na forma presencial, por assim dizer, pode ser entendida como o que há de mais importante na fase externa da SESSÃO PÚBLICA DO PREGÃO NA FORMA PRESENCIAL E SEUS ATOS PROCEDIMENTAIS 43 PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA licitação, porque nela se concentram e são praticados os principais atos para a seleção da proposta vencedora do certame, desde o recebimento dos documentos - e sua subsequente análise - exigidos dos participantes, até a interposição de recursos contra decisões tomadas pelo pregoeiro, ou até a adjudicação do objeto ao licitante vencedor, por ato do pregoeiro, quando não há interposição de recursos. Independentemente de outras que serão assinaladas adiante neste curso, por ocasião das abordagens relativas às fases interna e externa do pregão, cumpre destacar as seguintes peculiaridades inerentes a modalidade licitatória pregão: I. Credenciamento; II. Recebimento dos demais documentos relativos à participação dos licitantes; III. Abertura e análise das propostas; IV. Seleção das propostas que poderão participar da disputa por lances; V. Disputa por lances VI. Exercício do direito de preferência por parte de microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas; VII. Negociação; VIII. Análise e aceitabilidade do melhor (menor) preço ofertado; IX. IX - Análise dos respectivos documentos e julgamento da habilitação, apenas do licitante detentor da proposta aceita. X. Interposição de recursos e da adjudicação do objeto ao licitante vencedor. Na sequência, você verá com mais detalhes cada um destes atos procedimentais que integram a sessão pública. O credenciamento é o ato que define o universo de participantes do pregão, de forma que os interessados em participar, que comparecerem na sessão e forem credenciados, adquirirão a condição de licitantes, e os que não forem credenciados, não adquirirão tal condição e, portanto, não participarão do certame, podendo apenas permanecer na sessão, assim como quaisquer outras pessoas, posto que a sessão é pública. O credenciamento ocasiona três tipos de análises distintas entre si, por parte do pregoeiro e da equipe de apoio, com vistas a que os licitantes possam ou não participar do certame. A primeira análise diz respeito à compatibilidade entre o segmento de I - CREDENCIAMENTO 44 PREGÃO ELETR Ô N ICO mercado de atuação do interessado e o objeto da licitação. Só estarão autorizados a participar do pregão aqueles interessados cujo segmento de mercado de atuação seja compatível com o objeto do certame. Assim, por exemplo, só poderão participar de um pregão para aquisição de medicamentos os interessados cujo mercado de atuação seja venda de medicamentos e não prestação de serviços de limpeza ou venda de material de escritório. Essa análise é feita com o exame do ato constitutivo da empresa interessada, ou seja, o seu instrumento de registro empresarial, o estatuto social ou o contrato social, conforme a forma societária adotada (sociedade anônima, sociedade por cotas de responsabilidade limitada etc.). O referido ato constitutivo, obrigatoriamente, possui uma cláusula explicitando o objeto social, ramo, ou o segmento de atuação da empresa no mercado. Ali estará indicado qual o seu ramo de negócio ou os seus ramos de negócios, já que é usual as empresas atuarem em mais de um ramo. Pelo menos um deles há de ser compatível com o objeto da licitação. A segunda espécie de análise está relacionada à regularidade de representação da empresa interessada na sessão pública. Em outras palavras, a pessoa que comparecer à sessão para representar a empresa deverá ter os poderes necessários para tanto. Essa segunda análise é feita com a exibição de um documento oficial do representante, que contenha sua foto e os seus dados de identificação (nome e números de documentos), acompanhado do respectivo documento que registre os seus poderes de representação. Nesse sentido, duas são as possibilidades. Quando o representante é um procurador (esta é a situação mais comum), deverá apresentar a procuração contendo os poderes necessários para a representação, bemcomo o ato constitutivo da empresa. No exame da procuração, o pregoeiro e a equipe de apoio verificarão se os necessários poderes foram efetivamente outorgados ao representante pela empresa (prestar declarações, firmar documentos, ofertar lances, interpor ou desistir da interposição de recursos etc.). No ato constitutivo da empresa, a partir do exame da cláusula que explicita quais são os diretores ou sócios com poderes para representar a empresa, será verificado se quem outorgou a procuração em nome da empresa tinha poderes para tanto. Por outro lado, quando o representante já é um sócio ou um diretor, deve ser verificado na respectiva cláusula do ato constitutivo da empresa, que trata de sua representação perante terceiros, se tal sócio ou diretor tem, efetivamente, os necessários poderes para representá-la. A terceira (e última) análise tem por objetivo verificar se a empresa interessada está impossibilitada de licitar com a Administração do Estado de São Paulo, em razão da aplicação de uma ou mais penalidades previstas nas diversas Leis que estabelecem penalidades desta espécie (Lei geral de licitações – n° 8.666/1993, Lei do pregão, Lei do RDC, entre outras). O efeito decorrente da aplicação de qualquer destas penalidades é, justamente, impedir que o apenado participe de licitações e contrate com a Administração Pública. A verificação para tanto, atualmente, pode ser feita via Internet consultando o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas 45 PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA e Suspensas (CEIS), no Portal da Transparência do Governo Federal (www. portaltransparencia.gov.br) e o site “esancoes” do Estado de São Paulo (www.esancoes.sp.gov.br). O primeiro site veicula informações em caráter nacional, contendo informações das sanções aplicadas por todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e o segundo contém informações sobre as sanções aplicadas por órgãos e entidades do Estado de São Paulo (administração direta e indireta). A empresa interessada que for aprovada nas três análises deverá ser credenciada e como tal adquirirá a condição de licitante. Uma só reprovação resultará na impossibilidade de credenciamento e inviabilizará a sua participação na licitação. Depois de encerrado o credenciamento, o pregoeiro solicitará aos licitantes, àqueles interessados que foram credenciados, a apresentação da declaração, sob as penas da Lei, de que cumprem todos os requisitos de habilitação exigidos no edital, bem como os respectivos envelopes, um contendo as suas propostas (envelope n° 1) e o outro os seus documentos de habilitação (envelope n° 2). A apresentação da referida declaração é determinada expressamente pelo artigo 4°, inciso VII da Lei n° 10.520/2002 F. Tal declaração, cuja apresentação é obrigatória, constitui-se em condição de participação no certame. Se o licitante não a apresentar, será excluído da licitação. O objetivo dessa declaração é chamar a atenção do licitante para a inovação introduzida pelo pregão, a inversão das etapas, em que primeiro ocorre a análise e julgamento das propostas e só depois a análise e julgamento da habilitação, e esta última, só do detentor da proposta aceita, evitando a participação daqueles licitantes que, efetivamente, não preenchem os requisitos de habilitação. A formulação de declaração falsa constitui hipótese que autoriza o desencadeamento de procedimento próprio, com vistas à aplicação de penalidades ao declarante. II - RECEBIMENTO DOS DEMAIS DOCUMENTOS RELATIVOS À PARTICIPAÇÃO DOS LICITANTES De acordo com o artigo 4° a fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: [...] VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo [...]. NOTA: 46 PREGÃO ELETR Ô N ICO Na sequência, tendo em conta a já comentada inovação criada pelo pregão, que consiste na “inversão das etapas habilitação/proposta”, o pregoeiro e os membros da equipe de apoio devem proceder à abertura dos envelopes n° 1, contendo as propostas de todos os licitantes, procedendo às respectivas análises de acordo com as condições e regras estabelecidas no edital. Em um primeiro momento, regra geral, as propostas serão analisadas para se verificar se estão de acordo com objeto, as especificações, os prazos e demais condições exigidos no edital. As propostas que apresentarem conformidade serão classificadas e as que não, serão desclassificadas. Se o edital contiver cláusula expressa que fixe o preço máximo a ser aceito, com base no permissivo legal do artigo 40, inciso X da Lei n° 8.666/1993 F, todas as propostas que apresentarem valor superior ao máximo fixado serão desclassificadas. Em um segundo momento e apenas em relação às propostas classificadas, serão analisados os preços apresentados, com vistas à realização de uma seleção, para se saber quais propostas poderão participar da disputa por lances, que deverá ocorrer na sequência. As regras para essa seleção, estabelecidas nos incisos VIII e IX do artigo 4° da Lei n° 10.520/2002 F, são: III - ABERTURA E ANÁLISE DAS PROPOSTAS IV - SELEÇÃO DAS PROPOSTAS QUE PODERÃO PARTICIPAR DA DISPUTA POR LANCES 47 PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA De acordo com a Lei nº 10.520 F: Concluída a seleção nos moldes indicados, o pregoeiro elaborará uma grade de classificação em ordem decrescente de preços selecionados, com o objetivo de estabelecer a posição de cada licitante na disputa por lances. A disputa por lances, como já se disse, ocorre de acordo com a grade de classificação aludida no item abordado anteriormente (IV). Um a um, respeitada a ordem daquela grade, os selecionados são chamados pelo pregoeiro para, verbalmente, oferecer os seus lances (novos valores). Aqueles que oferecerem um novo valor permanecerão na disputa para uma nova rodada de lances. Aqueles que não quiserem ou Artigo 4. [...] VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos; IX - não havendo pelo menos três ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos. A grade de classificação aqui cogitada é estabelecida em ordem decrescente (do maior para o menor preço), porque, na disputa por lances, o detentor do maior preço será o primeiro a ser chamado para apresentar nova oferta, e assim, sucessivamente, serão chamados os demais selecionados, cada um na sua vez, de acordo com esta ordem de classificação. NOTA: V - DISPUTA POR LANCES 48 PREGÃO ELETR Ô N ICO não tiverem condições de oferecer novo valor, declinarão (desistirão) de continuar na disputa por lances e, automaticamente, não participarão da próxima rodada. Os lances considerados válidos e que permitem a continuidade na disputa são aqueles de valor inferior ao do menor preço ofertado até então, menos o valor de redução mínima entre os lances estabelecidos no edital. Essa é a sistemática da disputa: obedecida a ordem de classificação, um a um, os novos lances são oferecidos verbalmente ao pregoeiro; à medida que a disputa evolui, os licitantes que não quiserem ou não puderem oferecer novos lances saem da disputa que se encerra automaticamente quando remanescer o único licitante que não declinou de continuar na competição. Com o encerramento automático da etapa de lances, nos moldes antes explicitados, o pregoeiro estabelece nova grade classificatória, agora em ordem crescente de valores (do menor para o maior preço). Nessa nova grade entram todos os licitantes