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Escola Fazendária do
Estado de São Paulo
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4 cm
85 px
2 cm
56 px
PREGÃO ELETRÔNICO
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EQUIPE RESPONSÁVEL PELO PROJETO
Designers Instrucionais CTec
Andrea Côrrea Silva
Vera Helena Grellet
Centro de Capacitação
Cecília Bezerra da Silva Fonseca
Gestor de Capacitação
Paula Almeida Melo
Área demandante
CCE
Responsável pela demanda
Rita Joyanovic
Conteudista(s)
Sheila dos Santos Silva
DIREÇÃO
Escola Fazendária
Rodrigo Bezerra da Silva
Centro de Tecnologia Educacional
Marissol David
SUMÁRIO
Pregão 
Unidade 1 - Modalidade licitatória pregão: Legislação,
conceito e peculiaridades 
 Legislação do pregão 13
 Conceito de pregão 15
 Peculiaridades do pregão 19
Unidade 2 - Procedimento licitatório na modalidade pregão - 
fase interna ou preparatória 
 Instrução do procedimento 30
 Autoridade competente e atribuições 31
 Pregoeiro e equipe de apoio 35
Unidade 3 - Procedimento licitatório na modalidade pregão: 
fase externa 
 Publicação do aviso de licitação 40
 Impugnação ao edital 41
 Sessão pública do pregão na forma presencial e seus 
 atos procedimentais 42
	 Conclusão	e	atos	finais	do	pregão	na	forma	
 presencial 53
Unidade 4 - Pregão na forma eletrônica 
eletrônica 
 Conceito 63
	 Características	específicas 64
	 Especifidades	da	fase	interna 66
 Pregão na forma eletrônica: fase externa 67
 Publicação do aviso e impugnação ao edital 67
 Envio das propostas 68
 Sessão pública e seus atos procedimentais 69
	 Conclusão	e	atos	finais	do	pregão	na	forma	eletrônica 81
 Pregão na forma eletrônica: Desconexão 81
PREGÃO ELETRÔNICO
7
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Olá, bem-vindo(a) ao curso Pregão Eletrônico que tem como objetivo 
fazer com que você, caro(a) cursista, seja capaz de expandir e aprimorar a 
gestão de processo de contratações eletrônicas.
Vamos começar? Bom curso!
Nosso curso é dividido em quatro unidades:
 ● Unidade 01: Modalidade licitatória pregão: legislação, conceito e 
peculiaridades.
 ● Unidade 02: Procedimento licitatório na modalidade pregão: fase 
interna ou preparatória.
 ● Unidade 03: Procedimento licitatório na modalidade pregão: fase 
externa.
 ● Unidade 04: Pregão na forma eletrônica.
Agora, que sabemos quais são as unidades do curso, podemos começar, 
aqui na apresentação a falar das licitações no Brasil que têm suas raízes 
na Constituição da República, mais precisamente em seu artigo 37, inciso 
XXI, escrito nos seguintes termos:
A citação constitucional do Artigo 37 estabelece o denominado princípio 
da obrigatoriedade da licitação.
Conforme o princípio da obrigatoriedade da licitação, todas as vezes 
que a administração direta (administração centralizada, ministérios, 
secretarias e todos os órgãos que os integram) e a administração indireta 
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações 
etc.) de todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e de todas 
as esferas de governo (União, Estados membros da Federação, Distrito 
Federal e Municípios), pretenderem realizar contratações, em regra, essas 
contratações devem ser precedidas de licitação. 
A licitação, segundo Justen Filho (2014, p. 15-16) é:
“Artigo 37. A administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios da legalidade, 
impessoalidade,	moralidade,	publicidade	e	eficiência	e,	também,	ao	seguinte:
XXI	 -	 Ressalvados	 os	 casos	 especificados	 na	 legislação,	 as	 obras,	 serviços,	 compras	
e alienações, serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure 
a igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam 
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da Lei, 
o	qual	somente	permitirá	as	exigências	de	qualificação	técnica	e	econômica	indispensáveis	
à garantia do cumprimento das obrigações”.
8
PREGÃO ELETR Ô N ICO
O pregão tem sua origem diretamente atrelada ao princípio da 
obrigatoriedade da licitação por se constituir em uma nova modalidade 
licitatória, que veio a ser integrada ao ordenamento jurídico brasileiro 
ao lado das demais modalidades licitatórias instituídas e disciplinadas 
pela Lei n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993, a saber: leilão, concurso, 
concorrência, tomada de preços e convite.
Essa Lei regulamenta o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, 
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá 
outras providências.
O pregão foi introduzido na legislação brasileira pela Lei n° 9.472 F, 
de 16/07/1997, a denominada Lei Geral das Telecomunicações (LGT), 
que criou a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), autarquia 
federal de regime especial, encarregada de organizar a exploração de 
serviços de telecomunicações no país. Essa Lei dispõe sobre a organização 
dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um 
órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda 
Constitucional n° 8 F, de 1995.
Essa Lei ainda, em seus artigos 54 a 59, estabeleceu um regime próprio 
de contratações para a ANATEL, desobrigando-a, em grande medida, da 
submissão ao regime jurídico da Lei Geral das Licitações, a já mencionada 
Lei n° 8.666/1993 F.
Os mencionados artigos estabeleceram o pregão como nova 
modalidade licitatória a ser utilizada pela ANATEL em suas contratações, 
sendo que o Conselho Diretor dessa Agência, por meio da Resolução nº 
5, de 15/01/1998 F, editada com base na competência outorgada pelo 
inciso II do artigo 22 da Lei Geral das Telecomunicações, regulamentou o 
procedimento da referida modalidade licitatória. No artigo 22: “Compete ao 
Conselho Diretor: II - aprovar normas próprias de licitação e contratação”.
Para tanto, Resolução nº 5, de 15/01/1998 F aprova o regulamento 
de contratações da ANATEL.
“[...] um procedimento administrativo que visa à seleção, de acordo com critérios objetivos 
predeterminados, da proposta mais vantajosa a ser contratada pela administração pública 
e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, assegurada a ampla participação 
de interessados e a isonomia entre eles, com a observância de todos os requisitos legais 
exigidos.”
Lei Geral das Telecomunicações 
Lei n° 9.472 F, de 16/07/1997.
9
APRESENTAÇÃO
Acompanhe abaixo a trajetória pela qual a modalidade pregão passou 
de Medida Provisória à Lei Federal:
O pregão é, portanto, uma nova modalidade licitatória, com procedimento 
e	especificidades	próprios	estabelecidos	na	Lei n° 10.520/2002 F, que 
a distinguem, em grande medida, das modalidades licitatórias tradicionais 
previstas na Lei n° 8.666/1993 F (leilão, concurso, concorrência, tomada 
de preços e convite), sendo, atualmente, a modalidade licitatória mais 
amplamente utilizada para a realização das contratações em que é 
possível a utilização do pregão.
Antes de iniciarmos a primeira unidade do curso, vamos ver a linha do 
tempo com as Leis e os decretos que se referem à modalidade licitatória 
pregão.
 ● Lei n° 6.544 E, de 22 de novembro de 1989 - é criada a Lei 
Estadual de licitações e contratos administrativos.
 ● Lei n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993 - institui normas para 
licitações e contratos da Administração Pública e dá outras 
providências.
 ● Emenda Constitucional n° 8 F, de 15 de agosto de 1995 - 
A experiência de utilização do pregão no âmbito da ANATEL foi extremamente bem-
sucedida. Os resultados mostraram que o pregão propiciava aobtenção de preços melhores, 
bem	 como	 a	 simplificação	 do	 procedimento	 competitivo,	 com	 a	 redução	 da	 burocracia	
inerente à participação dos licitantes e ao próprio processamento das licitações.
SAIBA MAIS
10
PREGÃO ELETR Ô N ICO
dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a 
criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos 
institucionais, nos termos dessa emenda.
 ● Lei n° 9.472 F, de 16 de julho de 1997 - pregão foi introduzido na 
legislação brasileira.
 ● Resolução nº 5 F, de 15 de janeiro de 1998 - aprova o Regulamento 
de Contratações da Agência Nacional de Telecomunicações.
 ● Medida Provisória nº 2.026 F, de 04 de maio de 2000 - institui, no 
âmbito da União, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição 
Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para 
aquisição de bens e serviços comuns.
 ● Lei n° 10.520 F, de 17 de julho de 2002 - instituiu a modalidade 
de licitação denominada pregão.
 ● Decreto n° 47.297 F, de 06 de novembro de 2002 - criação da 
modalidade pregão na forma eletrônica.
 ● Resolução CEGP-10 E, de 19 de novembro de 2002 - aprova o 
regulamento para a modalidade de licitação denominada Pregão 
na forma presencial.
 ● Decreto n° 49.722 E, de 24 de junho de 2005 - dispõe sobre o 
pregão, realizado por meio da utilização de recursos de tecnologia 
da informação.
 ● Resolução CC-27 F, de 25 de maio de 2006 - aprova o regulamento 
do pregão na forma eletrônica para a administração direta, 
autárquica e fundacional do Estado de São Paulo.
 ● Decreto n° 51.469 E, de 02 de janeiro de 2007 - dispõe sobre a 
obrigatoriedade da adoção da modalidade pregão e em sua forma 
eletrônica para aquisição de bens e serviços comuns.
 ● Resolução SF-15 E, de 19 de março de 2007 - dispõe sobre 
a obrigatoriedade da utilização do Pregão Eletrônico para 
administração direta, autarquias, inclusive as de regime especial, 
fundações e sociedades de economia mista.
 ● Resolução CC-52 E, de 26 de novembro de 2009 - altera a 
redação	dos	dispositivos	que	especifica	do	Regulamento	do	Pregão	
Eletrônico para a administração direta, autárquica e fundacional do 
Estado.
Após esse resumo das Leis e decretos, vamos estudar nessas quatro 
unidades	 questões	 inerentes	 ao	 procedimento	 e	 as	 especificidades	 do	
pregão, que é a modalidade licitatória mais utilizada no Brasil.
Começaremos pela Unidade 01 que tratará sobre legislação, conceito e 
11
APRESENTAÇÃO
peculiaridades da Modalidade licitatória pregão.
Boa aula. 
Até mais.
PREGÃO ELETRÔNICO
UNIDADE 01 - MODALIDADE 
LICITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, 
CONCEITO E PECULIARIDADES
13
MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES
Olá, seja bem-vindo(a) à Unidade 01 do nosso curso.
Na apresentação do curso, mostramos um breve histórico da criação e 
da instituição da modalidade licitatória pregão no Brasil.
Agora, vamos nos aprofundar nas leis, conceitos e características da 
modalidade licitatória pregão.
Vamos começar? 
Caro(a) cursista, na apresentação do curso, mostramos a linha do 
tempo de leis, e lá você viu que o pregão enquanto modalidade licitatória 
utilizável por toda Administração Pública brasileira foi instituído e criado 
pela Lei n° 10.520 F,	de	17/07/2002,	sendo	essa	Lei	produto	final	de	
conversão da Medida Provisória nº 2.026 F, de 04/05/2000 e suas 
sucessivas reedições.
A mencionada Lei veicula as normas gerais da modalidade licitatória 
pregão,	 com	 todas	 as	 suas	 características	 e	 especificidades,	 as	 quais,	
em grande medida, diferenciam essa modalidade das três modalidades 
denominadas “comuns” estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F, a 
Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite. Veja o esquema abaixo 
que explicita com mais detalhes:
É interessante e merecedor de destaque nesta oportunidade é que 
a Lei n° 10.520/2002 F, em seus treze artigos, reservou apenas um 
trecho	para	tratar	especificamente	do	pregão	na	forma	eletrônica	(pregão	
eletrônico), o artigo 2°, § 1°, e este dispositivo, absteve-se de estabelecer 
LEGISLAÇÃO DO PREGÃO
A Lei do Pregão – Lei n° 10.520 F, de 17/07/2002 – institui, no âmbito da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do artigo 37, inciso XXI, da 
Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição 
de bens e serviços comuns, e dá outras providências.
NOTA:
14
PREGÃO ELETR Ô N ICO
disciplina	específica	para	a	forma	eletrônica	de	processamento	do	pregão,	
limitando-se a transferir tal tarefa à regulamentação dos entes realizadores 
de licitação. Eis o teor literal da referida citação:
No Estado de São Paulo, por exemplo, a realização do pregão e sua 
utilização como modalidade licitatória foram regulamentadas pelos 
seguintes atos normativos, que permanecem em pleno vigor:
 ● Decreto n° 47.297, de 06/11/2002 E, que dispõe sobre o 
pregão a que se refere à Lei n° 10.520/2002 F e dá providências 
correlatas.Esse ato normativo regulamentar disciplina o pregão 
na forma presencial (pregão presencial), já que o seu artigo 10 
estabelece, expressamente, que o pregão na forma eletrônica 
(pregão	eletrônico)	será	objeto	de	regulamentação	específica.
 ● Resolução CEGP-10, de 19/11/2002 E, que aprova o regulamento 
para a modalidade de licitação denominada Pregão na forma 
presencial, destinada à aquisição de bens e serviços comuns pela 
administração direta e autárquica do Estado.
 ● Decreto n° 49.722, de 24/06/2005 E, que dispõe sobre o 
pregão, realizado por meio da utilização de recursos de tecnologia 
da informação, a que se refere o § 1° do artigo 2° da Lei 
n° 10.520/2002 F e o artigo 10 do Decreto n° 47.297/2002 E 
(pregão na forma eletrônica), e dá providências correlatas.
 ● Regulamento anexo à Resolução CC-27, de 25/05/2006 E 
(alterado pela Resolução CC-52, de 26/11/2009 E), que aprova 
o regulamento do pregão na forma eletrônica para a administração 
direta, autárquica e fundacional do Estado.
 ● Decreto n° 51.469, de 02/01/2007 E, que dispõe sobre a 
obrigatoriedade da adoção da modalidade pregão e em sua forma 
eletrônica para aquisição de bens e serviços comuns.
 ● Resolução SF-15, de 19/03/2007 E, que, nos termos do artigo 
2° do Decreto n° 51.469/2007 E, dispõe sobre a obrigatoriedade 
de adoção do pregão em sua forma eletrônica, pela administração 
direta, autarquias, inclusive as de regime especial, fundações e 
sociedades de economia mista, para aquisição de bens e serviços 
comuns.
É importante ressaltar que no caso da modalidade licitatória 
pregão, regida pela Lei n° 10.520 F e no Estado de São Paulo 
pelos atos normativos regulamentares antes indicados, aplica-se 
“Artigo 2° (Vetado). § 1° Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos 
de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica” (grifo meu).
15
MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES
subsidiariamente, as normas da Lei n° 8.666/93 F (Lei geral federal 
de licitações e contratos administrativos) e da Lei n° 6.544/89 E 
(Lei Estadual de licitações e contratos administrativos).
A aplicação subsidiária das Leis n° 8.666/1993 F e n° 6.544/1989 E 
ao	pregão	ocorrerá	naquelas	situações	em	que	a	Lei	específica	do	pregão	
(Lei n° 10.520/2002 F) e seus atos regulamentares acima elencados 
não	contiverem	disciplina	específica	para	as	referidas	situações	e	desde	
que as normas a serem aplicadas subsidiariamente sejam compatíveis 
com a Lei nº 10.520/2002 F e suas normas regulamentares.
Pelas mesmas razões, ao pregão em sua forma eletrônica aplicam-
se subsidiariamente as normas do Decreto n° 47.297/2002 E e do 
Regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E.
O que é o Pregão?
Pregão é uma modalidade de licitação do tipo menor preço, em que 
a disputa é feita por meio de propostas e lances sucessivos, em sessão 
pública. É destinada à aquisição de bens e de serviços comuns, qualquer 
que seja o valor estimado para a contratação.
A simplicidade e a objetividade das palavras utilizadasno conceito 
da modalidade licitatória pregão não oferecem efetivamente maiores 
dificuldades	à	sua	compreensão.	Todavia,	independentemente	da	análise	
dos atos que compõem e integram o procedimento do pregão, análise 
que será feita em unidades decorrentes deste curso, uma leitura atenta 
do	conceito	do	pregão	já	nos	mostra,	em	parte,	especificidades	e	traços	
distintivos dessa modalidade licitatória, em relação às três modalidades 
“comuns” estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F, ou seja, a Concorrência, 
a Tomada de Preços e o Convite.
Tais	especificidades	e	traços	distintivos	são	os	seguintes:
I. Como se sabe, a Lei n° 8.666/1993 F prevê quatro “tipos”, 
ou seja, quatro critérios de julgamento distintos para a 
classificação	e	seleção	da	melhor	proposta	a	ser	contratada	pela	
Administração: a) o tipo menor preço; b) o tipo melhor técnica; 
c) o tipo técnica e preço; e d) o tipo maior lance ou oferta. A Lei 
n° 10.520/2002 F, que veicula as normas gerais da modalidade 
pregão, estabeleceu em seu artigo 4°, inciso X, a utilização 
exclusiva	do	“tipo	menor	preço”	para	a	classificação	e	o	julgamento	
CONCEITO DE PREGÃO
16
PREGÃO ELETR Ô N ICO
das propostas nesta modalidade licitatória. Por outro lado, no 
regime da Lei n° 8.666/1993 F, o “tipo de licitação” a ser 
adotado, compreendidos neste termo “menor preço”, “melhor 
técnica”, ou “técnica e preço”, não impede a utilização de qualquer 
das modalidades comuns de licitação (a Concorrência, a Tomada 
de Preços ou Convite). Nesse regime, o fator que leva à eleição 
de uma das três modalidades é o valor estimado da contratação, 
independentemente do tipo de licitação a ser adotado para a 
classificação	e	o	julgamento	das	propostas.
II. No pregão, diferentemente do que ocorre nas modalidades comuns 
da Lei n° 8.666/1993 F, o que leva à sua adoção não é o valor 
estimado da contratação e sim o seu objeto. Se o objeto licitado 
se	 enquadrar	 na	 definição	 de	 bem	 ou	 serviço	 comum	 para	 fins	
de utilização do pregão, adota-se esta modalidade licitatória, 
independentemente do valor estimado para a contratação. Na 
sequência deste curso serão indicados os critérios a serem utilizados 
para	a	definição	do	que	se	considera	como	bem	ou	serviço	comum,	
com vistas à utilização do pregão.
III. Nas modalidades comuns da Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, 
a Tomada de Preços e o Convite) a etapa competitiva entre os 
licitantes se esgota com a apresentação de propostas escritas. 
Essas	 propostas	 são	 analisadas	 e	 classificadas	 pelos	 critérios	
estabelecidos no edital e conforme o tipo de licitação adotado 
(menor preço, melhor técnica, ou técnica e preço), sagrando-se 
vencedor	do	certame	o	detentor	da	proposta	melhor	classificada,	
sem que haja qualquer outro tipo de disputa entre os licitantes.
Já	 no	 pregão,	 depois	 da	 análise	 e	 classificação	 das	 propostas	
escritas apresentadas, há uma segunda etapa de disputa, em que 
se possibilita aos licitantes selecionados a apresentação de novos 
lances, com preços inferiores aos ofertados nas propostas escritas, 
sagrando-se vencedor do certame aquele que oferecer o melhor 
lance.
Uma vez conhecido o conceito do pregão, cabe ressaltar, que a 
modalidade licitatória pregão é única, comportando duas formas de 
processamento, a forma “presencial”, comumente chamada de pregão 
presencial e a forma “eletrônica”, usualmente denominada de pregão 
eletrônico.
Referente ao artigo 4°, inciso X: A fase externa do pregão será iniciada com a 
convocação dos interessados e observará as seguintes regras: [...] X - para julgamento 
e	classificação	das	propostas	será	adotado	o	critério	de	menor	preço,	observados	
os	 prazos	máximos	 para	 fornecimento,	 as	 especificações	 técnicas	 e	 parâmetros	
mínimos	de	desempenho	e	qualidade	definidos	no	edital.
NOTA:
17
MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES
“Portanto, as expressões popularmente utilizadas e difundidas “pregão 
presencial” e “pregão eletrônico”, absolutamente destituídas de rigor 
técnico/jurídico, não nos devem induzir ao erro de considerar a existência 
de duas modalidades licitatórias distintas entre si, pregão presencial e 
pregão eletrônico. O que existe são formas de processamento distintas 
da mesma modalidade licitatória pregão, ou seja, a “forma presencial” e 
a “forma eletrônica” de processamento da modalidade licitatória pregão.”
De qualquer modo, cumpre registrar que estas poucas diferenças 
decorrem	de	duas	características	distintas	e	específicas	de	processamento	
nas formas presencial e eletrônica. 
Mas que características são essas?
Espaço físico:
NOTA:
18
PREGÃO ELETR Ô N ICO
Na sequência, vamos ver como funciona a Forma de processamento 
de documentos.
19
MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES
Depois de vermos as diferenças que acontecem nas formas presencial 
e eletrônica, quanto ao espaço físico e documentação, podemos ter como 
exemplo, o Estado de São Paulo, em razão das normas regulamentares, 
a saber o Decreto n° 51.469 E, de 02/01/2007 c.c. a Resolução SF-15 
E, de 19/03/2007, nos casos em que cabe a utilização da modalidade 
pregão, qual seja para aquisição de bens e serviços comuns, sua adoção 
é obrigatória (artigo 1°, II, do Decreto n° 51.469/2007 E) e em sua 
forma eletrônica (artigo 2º, Decreto n° 51.469/2007 E, c.c. artigo 1°, I, 
II e III, da Resolução SF-15/2007 E).
A impossibilidade da adoção da modalidade pregão ou de sua forma 
eletrônica deve ser justificada nos autos da respectiva licitação, no 
momento de sua abertura (artigo 1°, § 1°, do Decreto n° 51.469/2007 
E, c.c. artigo 3° da Resolução SF-15/2007 E).
Caro(a) cursista, conforme demonstrado anteriormente, o pregão foi 
concebido com peculiaridades que o diferenciam em grande medida das 
modalidades licitatórias “comuns” estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 
F (a Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite).
Independentemente de outras que serão assinaladas adiante neste 
curso, por ocasião das abordagens relativas às fases interna e externa 
do pregão, cumpre destacar as seguintes peculiaridades inerentes a 
modalidade licitatória pregão:
I. A adoção do pregão está relacionada ao objeto da licitação (aquisição 
de bens e serviços comuns), independentemente do valor estimado 
para a contratação;
II. O tipo de licitação (critério de julgamento) a ser adotado para o 
julgamento das propostas e seleção do vencedor do certame é 
exclusivamente o “menor preço”;
III. Há a inversão das etapas de habilitação e propostas, ocorrendo 
em primeiro lugar análise e julgamento das propostas e só depois 
análise e julgamento da habilitação apenas do licitante cuja 
proposta for aceita;
O Decreto n° 51.469 E, de 02/01/2007: dispõe sobre a obrigatoriedade da 
modalidade pregão para aquisição de bens e serviços comuns.
E a Resolução SF-15 E, de 19/03/2007: dispõe sobre a obrigatoriedade da 
utilização do Pregão Eletrônico para administração direta, autarquias, inclusive as 
de regime especial, fundações e sociedades de economia mista.
NOTA:
PECULIARIDADES DO PREGÃO
20
PREGÃO ELETR Ô N ICO
IV. Possibilidade de saneamento de falhas relativas aos documentos 
de habilitação;
V. Recurso único;
VI. Penalidade	específica;
VII. Celeridade;
VIII. Concentração;
IX. Oralidade.
Na sequência, você verá com mais detalhes cada uma dessas nove 
peculiaridades.
A adoção do pregão é referente ao objeto da licitação, que é a 
aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do valor 
estimado para a contratação. 
Diferentemente do que ocorre em relação às modalidades comuns da 
Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite), 
em que a adoção de uma determinada modalidade, nos termos do artigo 
23 da respectiva Lei, dá-se em função do valor estimado da contratação, 
a adoção da modalidade licitatória pregão independe deste valor e se dá 
unicamente em razão do objeto da licitação.
É que nos termos do artigo 1° da Lei n° 10.520/2002 F, para aquisiçãode bens e serviços comuns, sem qualquer restrição relativa ao valor 
da contratação, poderá ser adotado o pregão. Portanto, se o objeto da 
licitação puder ser considerado um bem ou um serviço comum, poderá 
ser adotada a modalidade licitatória pregão, qualquer que seja o valor 
estimado para a contratação. Eis o teor literal do mencionado artigo 1°, 
caput:
Pois bem, tendo em conta que a modalidade pregão, nos termos do 
transcrito artigo 1°, “caput”, da Lei n° 10.520/2002 F, é adotável apenas 
nas licitações em que o respectivo objeto se constitua em aquisição de 
bens ou serviços comuns, para a correta adoção da referida modalidade 
em cada caso concreto, é indispensável que se tenha a noção exata do 
que deve ser considerado bens comuns e serviços comuns.
Nesse sentido, o mesmo artigo 1°, em seu parágrafo único, explicita o 
I - A ADOÇÃO DO PREGÃO ESTÁ RELACIONADA 
AO OBJETO DA LICITAÇÃO
“Artigo 1°. Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na 
modalidade pregão, que será regida por esta Lei”.
21
MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES
que pode ser considerado “bem ou serviço comum”, para efeito da adoção 
da modalidade pregão:
A	partir	da	definição	legal	oferecida,	conclui-se	que	para	efeito	de	adoção	
do pregão, é preciso que, no caso concreto, dois fatores se evidenciem 
conjugados em relação ao objeto da licitação, a saber:
I. É	preciso	que	a	Administração	possa	definir	objetivamente	no	edital	
as características e os padrões de desempenho e qualidade do bem 
ou do serviço que pretende contratar, e, ainda, indissoluvelmente 
ligado a esse primeiro fator;
II. É	preciso	que	as	especificações	das	características	e	dos	padrões	de	
desempenho	e	qualidade	do	bem	ou	do	serviço,	definidas	no	edital	
pela Administração, sejam conhecidas no mercado produtor dos 
bens ou prestador dos serviços, havendo neste mercado produtores 
ou prestadores de serviços em condições de oferecer os bens ou 
os	serviços	com	as	especificações	pretendidas	pela	Administração.
Cumpre	registrar,	finalmente,	as	exceções	à	utilização	da	modalidade	
pregão, ou seja, aqueles casos em que mesmo o objeto sendo considerado 
comum, há impedimento de ordem normativa à adoção da referida 
modalidade.
A primeira exceção decorre do já mencionado artigo 1°, “caput”, da Lei 
n° 10.520/2002 F, que, ao omitir menção expressa à realização de obras, 
restringiu a utilização do pregão à aquisição de bens e serviços comuns. 
Do ponto de vista da Lei n° 10.520/2002 F, então, não é possível a 
utilização de pregão para a contratação de obras. Todavia, jurisprudência 
formada a partir de decisões do Poder Judiciário, e, sobretudo de decisões 
dos Tribunais de Contas, especialmente o da União, vem sistematicamente 
“Parágrafo	único.	Consideram-se	bens	e	serviços	comuns,	para	os	fins	e	efeitos	deste	
artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente 
definidos	no	edital,	por	meio	de	especificações	usuais	no	mercado”.
A presença conjugada desses dois fatores permite que o bem ou o serviço seja considerado 
comum	para	efeito	da	adoção	da	modalidade	pregão.	Portanto,	a	partir	dessa	afirmação,	
outra conclusão importantíssima a ser assimilada e compreendida é que, para efeito da 
adoção	do	pregão,	o	grau	de	eventual	sofisticação	do	bem	ou	do	serviço	não	lhe	retira	a	
condição de comum.	Essa	condição	independe	do	maior	ou	menor	grau	de	sofisticação	do	
objeto, de tal maneira que, se no caso concreto estiverem presentes conjugadamente os 
dois fatores antes indicados, o bem ou o serviço é considerado comum, ainda que do ponto 
de	vista	técnico	apresente	alto	grau	de	sofisticação.	Satisfeita	a	condição	de	comum,	será	
possível adotar a modalidade pregão na licitação para sua contratação.
IMPORTANTE
22
PREGÃO ELETR Ô N ICO
admitindo a contratação de obras por meio de pregão, quando estas 
puderem ser consideradas comuns, nos moldes antes apresentados.
As demais exceções, no âmbito do Estado de São Paulo, decorrem de 
disposições regulamentares. As disposições regulamentares que veiculam 
tais exceções vedam a adoção do pregão para as seguintes contratações:
 ● Locações imobiliárias e alienações em geral (artigo 2°, § 2°, n°s 
2 e 3, do Decreto n° 47.297/2002 E, com a redação que lhe foi 
atribuída pelo artigo 4° do Decreto n° 56.565/2010 E);
 ● Os diversos serviços de engenharia e arquitetura listados no artigo 
2°, § 2°, n° 4, do Decreto n° 47.297/2002 E, com a redação que 
lhe foi atribuída pelo artigo 4° do Decreto n° 56.565/2010 E.
O tipo de licitação, que é o critério de julgamento, a ser adotado 
para o julgamento das propostas e seleção do vencedor do certame é 
exclusivamente o “menor preço”.
Tal circunstância decorre do texto expresso no inciso X do artigo 4° da 
Lei n° 10.520/2002 F, moldado nos seguintes termos:
Existe a inversão das etapas de habilitação e propostas, ocorrendo 
em primeiro lugar análise e julgamento das propostas e só depois 
análise e julgamento da habilitação apenas do licitante cuja proposta 
for aceita. 
É importante salientar que no transcurso do procedimento licitatório, 
a Administração promove a prática de todos os atos e providências 
indispensáveis à realização de todas as análises e julgamentos necessários 
II - O TIPO DE LICITAÇÃO
“[...]	para	 julgamento	e	classificação	das	propostas,	será	adotado	o	critério	de	menor	
preço,	 observados	 os	 prazos	máximos	 para	 fornecimento,	 as	 especificações	 técnicas	 e	
parâmetros	mínimos	de	desempenho	e	qualidade	definidos	no	edital”.
Em razão dessa prescrição legal, se o caso concreto demandar a adoção de um dos 
outros tipos de licitação estabelecidos na Lei n° 8.666/1993 F (equivale dizer “melhor 
técnica” ou “técnica e preço”) para o julgamento das propostas e seleção do vencedor do 
certame, não caberá a adoção da modalidade pregão e sim uma das modalidades comuns 
da mesma Lei (a Concorrência, a Tomada de Preços ou o Convite), de acordo com o valor 
estimado da contratação, conforme previsto no artigo 23 daquela Lei.
IMPORTANTE
III - INVERSÃO DAS ETAPAS DE HABILITAÇÃO E 
PROPOSTAS
23
MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES
ao alcance do principal objetivo da licitação, que é a seleção da proposta 
mais vantajosa para ser contratada.
Essas análises e julgamentos se dão em relação a duas etapas distintas 
entre si, quais sejam, a de habilitação e a de propostas. Conheça-as a 
seguir:
Etapa de Propostas:	envolve	a	análise,	a	classificação	e	o	julgamento	
das propostas apresentadas pelos licitantes, em face do objeto contratual 
e	das	condições	e	especificações	estabelecidas	para	o	próprio	julgamento	
e para a prestação desse objeto.
Etapa de Habilitação: envolve o preenchimento de determinadas 
condições por parte dos licitantes, reputadas necessárias para que eles 
assumam a condição de contratado junto à Administração e possam 
bem executar o objeto contratual, independentemente das propostas 
que apresentarem. Em regra, as análises e o julgamento a respeito do 
atendimento dessas condições são feitos com base em documentos.
Com a falta de atendimento das condições estipuladas para a 
habilitação dos licitantes gera a inabilitação deles, enquanto que a 
desconformidade das propostas em relação às condições estabelecidas 
para o julgamento e para a prestação do objeto dão ensejo à 
desclassificação das propostas desconformes.
A seleção da proposta mais vantajosa a ser contratada pela 
Administração que é o principal objetivo da licitação, pressupõe que o 
respectivo licitante detentor da tal proposta tenha sido habilitado, ou 
seja, preencheu todos os requisitos de habilitação estabelecidos para 
a licitação, e também que a sua proposta tenha atendido todas as 
especificações	e	condições	fixadas	para	o	 julgamento	e	a	prestação	do	
objeto, sagrando-se a vencedora de acordo com as regras estabelecidas 
para o julgamento.
Agora em relação às etapas de habilitação e de propostas, a Lei n° 
8.666/1993F estabeleceu que:
 ● Em primeiro lugar, devem ocorrer as análises e o julgamento da 
habilitação de todos os licitantes participantes;
 ● Em	segundo	lugar,	as	análises,	a	classificação	e	o	julgamento	das	
propostas.
Os licitantes reprovados no julgamento da habilitação (os inabilitados) 
sequer terão suas propostas examinadas e julgadas, sendo desde logo, 
em face da inabilitação, alijados da disputa. Dessa forma, quando adotada 
uma das modalidades licitatórias comuns previstas na Lei n° 8.666/1993 
F, ou seja, a Concorrência, a Tomada de Preços ou o Convite, primeiro 
ocorrem as análises e o julgamento da habilitação de todos os licitantes 
e	só	depois	as	análises,	a	classificação	e	o	julgamento	das	propostas	dos	
licitantes habilitados.
24
PREGÃO ELETR Ô N ICO
O pregão adotou a denominada “inversão destas etapas”. Nele se 
processa em primeiro lugar a etapa das propostas, com as análises e 
classificação	que	conduzem	à	seleção	da	melhor	proposta,	ocorrendo	só	
depois disso, em segundo lugar, a etapa de habilitação, com as análises 
e o julgamento apenas em relação ao detentor da proposta aceita pela 
Administração e não em relação aos detentores das demais propostas 
classificadas.
Já a possibilidade de saneamento de falhas relativas aos documentos 
de habilitação, o artigo 43, § 3°, da Lei n° 8.666/1993 F, estabelece 
que:
Por conta desse trecho legal que veda expressamente a inclusão de 
documento ou informação posteriormente à apresentação da proposta, 
não é possível promover o saneamento de falhas relativas aos documentos 
de habilitação nos procedimentos licitatórios em que são adotadas as 
modalidades licitatórias da Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a 
Tomada de Preços ou o Convite).
Atualmente, não há qualquer oposição ao saneamento de falhas 
relativas aos documentos de habilitação no pregão, seja no âmbito da 
doutrina seja no âmbito da jurisprudência, inclusive dos Tribunais de 
Contas.	 A	 única	 dificuldade	 com	 a	 qual	 se	 pode	 defrontar	 em	 relação	
ao referido saneamento decorre do fato da Lei n° 10.520/2002 F não 
dispor expressamente a esse respeito e, consequentemente, não conter 
disposições estabelecendo os limites e as condições para a realização do 
saneamento.
Tal omissão, contudo, não impede a Administração de utilizar a 
possibilidade desse saneamento, demandando apenas que haja regras 
regulamentares	específicas	para	a	utilização,	previstas	em	ato	normativo	
IV - POSSIBILIDADE DE SANEAMENTO DE FALHAS 
RELATIVAS AOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO
“[...] é facultada à Comissão de Licitação ou autoridade superior, em qualquer fase da 
licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou complementar a instrução do 
processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar 
originariamente da proposta”.
No âmbito do pregão, pela Lei n° 10.520/2002 F não conter a disposição proibitiva 
similar a do artigo 43, § 3°, da Lei n° 8.666/1993 F, é possível o saneamento de falhas 
relativas aos documentos de habilitação com vistas a que, se o licitante efetivamente 
preencher aquela condição passível de saneamento, a Administração possa contratar a 
sua proposta selecionada como a mais vantajosa no certame.
IMPORTANTE
25
MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES
ou no próprio edital da licitação, estabelecendo expressamente as 
condições e os limites para que o saneamento ocorra.
No Estado de São Paulo, desde a implantação do pregão, utiliza-se 
a faculdade de sanear falhas relativas aos documentos de habilitação, 
tanto no caso do processamento na forma presencial quanto na forma 
eletrônica, mediante regras expressas inseridas nos respectivos editais 
dos certames, observados os seguintes limites e condições (selecione as 
abas para saber sobre esses limites e condições):
I. Possibilidade de apresentação de documentos que não foram 
apresentados originariamente;
II. Possibilidade de substituição de documentos defeituosos 
apresentados originariamente;
III. Possibilidade	de	verificação	por	meios	eletrônicos,	notadamente	a	
Internet, por parte do pregoeiro e da equipe de apoio;
IV. O saneamento há de ser realizado obrigatoriamente na sessão 
pública.
No recurso único, as licitações processadas nas modalidades 
estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a Tomada de 
Preços ou o Convite) há a possibilidade de interposição de dois recursos: 
um, em um primeiro momento, em face do julgamento da habilitação 
e outro, posteriormente, em face da classificação e julgamento das 
propostas.
Em ambos os casos, você percebe que os recursos têm efeito suspensivo 
porque ocasiona a suspensão da continuidade do procedimento licitatório 
até a decisão acerca dos recursos interpostos, em dois momentos distintos 
do mesmo procedimento: a primeira suspensão após o julgamento da 
habilitação, por conta de eventuais recursos em face desse julgamento, e 
a	segunda	suspensão	após	a	classificação	e	o	julgamento	das	propostas,	
em razão de eventuais recursos direcionados a tais atos.
É importante você entender que no pregão, o recurso é único, por 
disposição expressa do artigo 4°, inciso XVIII, e deve ser interposto 
mediante manifestação motivada, na própria sessão pública, logo após, o 
pregoeiro declarar o vencedor do certame. Para tanto, o recurso pode se 
dirigir tanto à análise e o julgamento das propostas, quanto ao julgamento 
Veja alguns editais com as minutas padrões disponibilizadas na Bolsa Eletrônica de 
Compras (BEC) disponível no site: www.bec.sp.gov.br e no site do pregão disponível em: 
www.pregao.sp.gov.br.
SAIBA MAIS
V - RECURSO ÚNICO
26
PREGÃO ELETR Ô N ICO
da habilitação, mas é único e é interposto em momento único.
Já a Lei n° 10.520/2002 F criou um regime próprio de penalidades 
aplicáveis às licitações na modalidade pregão e aos contratos 
celebrados a partir de licitações na modalidade em tela. 
Dispõe o artigo 7° da referida Lei:
O	 transcrito	 dispositivo	 legal	 criou	 penalidade	 específica,	 distinta	
daquelas previstas no artigo 87, incisos I, III e IV da Lei n° 8.666/1993 
F, a saber, o “impedimento de licitar e contratar por até 5 (cinco) anos”, 
permitindo ainda a aplicação de penalidade de multa, caso o edital e o 
contrato contenham previsão expressa nesse sentido.
De acordo com o Artigo 4°, a fase externa do pregão será iniciada com a 
convocação dos interessados e observará as seguintes regras: [...] XVIII - declarado o 
vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção 
de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação 
das	 razões	 de	 recurso,	 ficando	 os	 demais	 licitantes	 desde	 logo	 intimados	 para	
apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do 
término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos.
NOTA:
VI - PENALIDADE ESPECÍFICA
“Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, 
deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o 
retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na 
execução	 do	 contrato,	 comportar-se	 de	modo	 inidôneo	 ou	 cometer	 fraude	 fiscal,	 ficará	
impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e será 
descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se 
refere o inciso XIV do artigo 4° desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das 
multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais”.
De acordo com o Artigo 87 pela inexecução total ou parcial do contrato a 
Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes 
sanções: I - Advertência; II - Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou 
contrato; III - Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de 
contratar com a Administração por prazo não superior a 2 (dois)anos; IV - Declaração 
de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública [...].
NOTA:
27
MODALIDADE L IC ITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO, CONCEITO E PECULIARIDADES
O que é celeridade? Celeridade é característico daquilo que é rápido, 
que é feito de prontidão.
A celeridade alcançada pelo pregão decorre da simplificação de 
suas regras procedimentais, em relação às regras procedimentais das 
modalidades da Lei nº 8.666/1993 F.
Nesse sentido, pode-se destacar peculiaridades já indicadas, por 
exemplo, a análise e julgamento da habilitação apenas do licitante que 
tiver o preço aceito e não de todos os licitantes. 
Assim como, a interposição de recurso único, direcionado tanto ao 
julgamento da habilitação, quanto ao julgamento das propostas. E, 
também, a peculiaridade da concentração da realização dos atos mais 
importantes da fase externa da licitação, em sessão pública sob a direção 
do pregoeiro, peculiaridade esta que será abordada na sequência desta 
unidade.
Concentração trata-se aqui da realização dos atos mais importantes 
da fase externa da licitação, ou seja, todos aqueles relativos à 
apresentação, a análise e o julgamento das propostas e da habilitação, 
em sessão pública única, sob a direção do pregoeiro.
Nessa sessão previamente designada, cujo passo a passo com todos 
os atos que a integram encontra-se detalhado nas Unidades 03 e 04 
deste curso. Bom, o procedimento acontece da seguinte forma:
1. Comparecem os interessados em participar, apresentam suas 
propostas e seus documentos de habilitação.
2. E, nesse momento se estabelece entre eles a disputa por meio da 
oferta de lances.
3. Na sequência, os documentos apresentados são analisados pelo 
pregoeiro e pela equipe de apoio, ocorre o julgamento das propostas 
e da habilitação.
4. Logo, é selecionada a proposta mais vantajosa a ser contratada 
pela Administração.
5. Acontece então a interposição de recursos e, se não houver 
interposição, ocorre, inclusive, a adjudicação do respectivo objeto 
ao licitante vencedor por ato do pregoeiro.
VII - CELERIDADE
VIII - CONCENTRAÇÃO
28
PREGÃO ELETR Ô N ICO
A oralidade é uma característica marcante do pregão processado na 
forma presencial.
Na sessão pública em que, como se viu, estão concentrados os atos 
mais importantes da fase externa da licitação, todo o relacionamento entre 
pregoeiro, membros da equipe de apoio e licitantes é feito oralmente. Todas 
as deliberações do pregoeiro são comunicadas oralmente. Na disputa 
por lances, as ofertas são apresentadas oralmente pelos licitantes. A 
interposição de recursos é feita oralmente.
Já no pregão processado na forma eletrônica não há manifestação 
oral, na medida em que a sessão pública é processada “virtualmente”, com 
todos os licitantes, pregoeiro e membros de equipe de apoio, interagindo 
via Internet, no sistema eletrônico que apresenta o processamento do 
pregão. A única forma válida de comunicação entre o pregoeiro e os 
licitantes durante a sessão se dá por intermédio de “chat” ou “sala de 
comunicação” disponibilizada pelo próprio sistema eletrônico, conforme 
explicitado na Unidade 04 deste curso.
Bom,	 chegamos	 ao	 final	 da	 primeira	 unidade,	 e	 aqui,	
conhecemos melhor as leis que conduzem a modalidade 
licitatória pregão. E na sequência, vimos seu conceito e 
suas peculiaridades.
Na Unidade 02, discorreremos sobre a fase interna ou preparatória do 
processo licitatório na modalidade pregão.
Até lá.
IX - ORALIDADE
PREGÃO ELETRÔNICO
UNIDADE 02 - PROCEDIMENTO 
LICITATÓRIO NA MODALIDADE 
PREGÃO - FASE INTERNA OU 
PREPARATÓRIA
30
PREGÃO ELETR Ô N ICO
Olá, bem-vindo(a) à Unidade 02 do nosso curso!
Antes de iniciarmos esta unidade, vamos relembrar o que falamos na 
Unidade 01. Lá, conhecemos os atos normativos que regulamentam a 
realização do pregão e sua utilização como modalidade licitatória no estado 
de São Paulo. Abordamos também, os conceitos e as peculiaridades do 
pregão.
Agora, na Unidade 02, abordaremos a fase interna, também conhecida 
como fase preparatória, do procedimento licitatório na modalidade pregão 
e	veremos	como	é	definida	a	autoridade	competente	para	a	realização	e	o	
processamento dos pregões.
Bons estudos!
A fase interna ou preparatória é aquela em que a tomada das 
providências necessárias ao processamento do procedimento licitatório 
compete à Administração. Com isso, a atuação da Administração nessa 
fase destina-se, especialmente, ao planejamento da contratação e da 
licitação, a busca das melhores soluções que atendam aos seus interesses 
e	 ao	 interesse	 público,	 com	a	 definição	 dos	modelos	 da	 contratação	 e	
da licitação, inclusive da modalidade licitatória a ser adotada. Envolve a 
tomada de deliberações, aprovações e elaboração de documentos.
I. Deliberação da autoridade competente contendo os elementos 
previstos no artigo 3°, incisos I, III e IV da Lei n° 10.520/2002 F 
no artigo 6°, incisos I, II, III e IV do regulamento anexo à Resolução 
CEGP -10/2002 E e no artigo 13, incisos I, II, III e IV do regulamento 
anexo à Resolução CC - 27/2006 E. Tais elementos estão indicados 
expressamente mais adiante nesta unidade, no tópico relativo à 
autoridade competente e suas atribuições;
II. Termo	de	 referência,	ou	seja,	 o	documento	que	deve	definir	 com	
nível de precisão adequado o objeto da contratação, com todas 
as regras, condições e prazos de sua execução, bem como deve 
possibilitar a avaliação do seu custo;
III. Planilha de orçamento com os quantitativos e valores unitários e 
total da contratação, elaborada a partir da composição de todos os 
custos unitários, no caso de serviços, e pesquisa de preços, no caso 
de compras;
IV. Cronograma	 físico-financeiro,	 quando	 for	 o	 caso.	Será	necessário	
quando o modelo da contratação previr a execução do objeto 
contratual em etapas e o pagamento do preço em parcelas, 
condicionando o pagamento de cada parcela do preço à execução, 
conclusão e entrega de cada etapa executada;
INSTRUÇÃO DO PROCEDIMENTO
31
PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO - FASE INTERNA OU PREPARATÓRIA
V. Manifestação indicando a existência de recursos orçamentários na 
Lei	 orçamentária	do	exercício	em	curso,	disponíveis	e	 suficientes	
para custear a futura contratação;
VI. Minutas de edital e de termo de contrato previamente aprovadas 
pelo órgão jurídico que serve o órgão ou entidade promotor da 
licitação.
Por	envolver	a	definição	de	regras	que	dizem	respeito	à	participação	
nos certames e, por isso, estão relacionadas à fase interna ou preparatória 
dela, cumpre registrar que por força de disposição expressa contida no 
artigo 5° da Lei n° 10.520/2002 F, no pregão é vedado à Administração 
formular as seguintes exigências:
I. Garantia de proposta. Esse tipo de garantia, nos casos em que 
admitida, é exigível de todos os licitantes, unicamente como condição 
de participação no certame e não se confunde com a garantia de boa 
execução do contrato, prevista no artigo 56 da Lei n° 8.666/1993 
F, exigível apenas do licitante vencedor por ocasião da assinatura 
do contrato. No pregão, a vedação se aplica unicamente à garantia 
de proposta e não à garantia de boa execução contratual;
II. Aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participar 
do certame;
III. Pagamento de taxas e emolumentos para fornecimento do edital, 
salvo valores não superiores ao custo de reprodução das cópias 
das peças que compõe o edital e seus anexos, ou valores relativos 
a custos de utilização de recursos de tecnologia da informação.
Muito bem, vimos até então os elementos que instruem 
o expediente da licitação durante a fase interna e quais as 
exigências vedadas à Administração durante esse processo. 
A	partir	deste	tópico,	veremos	como	é	definida	a	autoridade	competente	
para realizar o processamento dos pregões no âmbito da Administração 
direta e autárquica do Estado de São Paulo.
No âmbito da Administração direta e autárquica do Estado de São 
Paulo, é o artigo 3° do Decreto n° 47.297/2002E	que	define	a	autoridade	
competente para a realização e o processamento dos pregões, bem como 
suas atribuições, nos seguintes termos:
AUTORIDADE COMPETENTE E ATRIBUIÇÕES
O edital da licitação deve conter todos os elementos indicados no inciso V do 
artigo 7° do Decreto n° 47.297/2002 E – que trata da fase preparatória do pregão 
– e no artigo 9° do Decreto n° 49.722/2005 E. 
NOTA:
32
PREGÃO ELETR Ô N ICO
I. Autorizar	 a	 abertura	 da	 licitação,	 justificando	 a	 necessidade	 da	
contratação.
II. Definir	o	objeto	do	certame,	estabelecendo:
a) As exigências de habilitação;
b) Sanções por inadimplemento;
c) Os prazos e condições da contratação;
d) O prazo de validade das propostas;
e) Os critérios de aceitabilidade dos preços;
f) O critério para encerramento dos lances.
III. Justificar	as	 condições	de	prestação	de	garantia	de	execução	do	
contrato.
IV. Designar o pregoeiro e os membros de sua equipe de apoio.
V. Decidir os recursos interpostos contra ato do pregoeiro.
VI. Adjudicar o objeto da licitação, após a decisão dos recursos.
VII. Revogar, anular ou homologar o procedimento licitatório. Parágrafo 
único. Nos pregões cujos valores estimados sejam inferiores ao 
limite	fixado	no	caput	deste	artigo,	a	competência	é	dos	dirigentes	
das unidades de despesa.
Como se vê pelo teor do dispositivo regulamentar transcrito 
anteriormente,	 a	 definição	 da	 autoridade	 competente	 se	 dá	 em	 razão	
do	valor	estimado	da	contratação.	Dessa	 forma,	define-se	a	autoridade	
competente de acordo com o valor estimado:
33
PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO - FASE INTERNA OU PREPARATÓRIA
Agora que já apresentamos todas as atribuições da autoridade 
competente, cumpre registrar que a sua deliberação no pregão, elemento 
obrigatório de instrução do expediente na fase interna ou preparatória do 
certame, conforme mencionado no item (I) do tópico anterior (Instrução do 
Procedimento), deve conter os seguintes atos, de acordo com a previsão 
contida no artigo 6°, incisos I a IV do regulamento anexo à Resolução 
CEGP-10/2002 E e no artigo 13, incisos I a IV do regulamento anexo à 
Resolução CC-27/2006 E:
I. Autorização	para	a	abertura	da	licitação	e	as	justificativas	a	respeito	
da necessidade da contratação;
II. Definição	do	objeto	do	certame	de	forma	clara,	concisa	e	objetiva,	
estabelecendo:
a) As exigências de habilitação;
b) Os critérios de aceitabilidade dos preços, observado o inciso X 
do artigo 40 da Lei n° 8.666/1993;
c) As sanções por inadimplemento previstas nos atos 
regulamentares	 antes	 indicados	 e	 em	 atos	 específicos	 dos	
dirigentes dos órgãos ou entidades promotores do certame;
d) Os prazos e condições da contratação;
e) O prazo de validade das propostas;
f) O valor de redução mínima admissível entre os lances sucessivos 
e o critério de encerramento da etapa de lances (critérios de 
As atribuições da autoridade competente são aquelas indicadas nos incisos I 
a	VII	do	transcrito	artigo	3°,	mais	a	fixação	do	valor	de	redução	mínima	entre	os	
lances, atribuição essa expressamente prevista no artigo 6°, inciso II, alínea “f” do 
regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E e no artigo 13, inciso II, alínea “f” 
do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006 E.
NOTA:
34
PREGÃO ELETR Ô N ICO
encerramento só para o pregão na forma presencial);
III. Fixação das condições de prestação de garantia de execução do 
contrato ou a dispensa da garantia;
IV. Designação do pregoeiro e dos membros da equipe de apoio. No 
caso do pregão na forma eletrônica, também o subscritor do edital.
É importante ressaltar também, quais atos devem conter a cogitada 
deliberação da autoridade competente.
I. A Lei n° 10.520/2002 F não contém regras próprias estabelecendo 
quais	documentos	podem	ser	exigidos	para	fins	de	habilitação	no	
certame. Dessa forma, aplicam-se subsidiariamente ao pregão, no 
que diz a respeito a exigência de habilitação, as disposições da Lei nº 
8.666/1993 F, de maneira que, para estabelecer tais exigências, 
a autoridade competente deverá levar em consideração a situação 
concreta da contratação e observar as prescrições contidas nos 
artigos 27 a 31 da Lei n° 8.666/1993 F;
II. Conforme anotado anteriormente, a Lei n° 10.520/2002 F criou 
regime próprio de penalidades, de maneira que no pregão, aplica-se 
a	penalidade	específica	estabelecida	no	artigo	7°	da	mencionada	
Lei, ou seja, impedimento de licitar e contratar por até 5 (cinco) anos, 
com a possibilidade de se aplicar também penalidade de multa, 
desde que expressamente previsto no edital e no contrato. Portanto, 
no momento de baixar a deliberação, a autoridade competente 
definirá	se	será	aplicada	apenas	a	penalidade	específica	ou	também	
a penalidade de multa;
III. No que tange ao prazo de validade das propostas, o artigo 6º da Lei 
n° 10.520/2002 F estabelece que tal prazo será de 60 (sessenta) 
dias,	se	outro	não	estiver	fixado	no	edital.	Portanto,	se	a	autoridade	
entender	conveniente,	pode	fixar	outro	prazo	de	validade;
IV. Há	 competência	 da	 autoridade	 para	 fixação	 do	 critério	 de	
encerramento da etapa de lances somente no caso do pregão na 
forma presencial. Na forma eletrônica, o critério de encerramento 
leva em conta determinado tempo de duração e é estabelecido pelo 
sistema eletrônico e não pela autoridade;
V. O valor de redução mínima entre os lances tem por objetivo motivar 
a competição entre os licitantes, com vistas à obtenção de preço 
menor a ser contratado. Não há regras legais ou regulamentares que 
estabeleçam	parâmetros	para	a	fixação	desse	valor.	A	experiência	
com a realização de pregões mostra que valores muito altos 
ou	muito	 baixos	 em	 relação	 ao	 valor	 de	 referência	 fixado	 para	 a	
contratação normalmente prejudicam a competição esperada entre 
os licitantes, frustrando assim o alcance do objetivo esperado com 
a	 fixação.	 A	mesma	experiência	mostra	que	bons	 valores	 fixados	
35
PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO - FASE INTERNA OU PREPARATÓRIA
para redução mínima são aqueles compreendidos entre meio a um 
por cento do valor de referência estabelecido para a contratação.
Vimos	até	então,	que	a	definição	da	autoridade	competente	se	dá	em	
razão	do	valor	estimado	da	contratação	no	processo	 licitatório.	Por	fim,	
neste tópico, elencamos quais atos contêm a deliberação da autoridade 
competente e suas atribuições. 
No	entanto,	você	pode	estar	se	perguntando:	o	que	define	o	responsável	
por conduzir as licitações? Bom, a partir do próximo tópico, esclareceremos 
quais as características do papel do pregoeiro e sua equipe de apoio.
O pregoeiro, auxiliado pela equipe de apoio, é o responsável pela 
condução da sessão pública do pregão, bem como por todas as análises e 
julgamentos que conduzirão à seleção da melhor proposta a ser contratada 
pela Administração. Há disposições normativas estabelecendo condições 
para que alguém possa atuar como pregoeiro e como membro de equipe 
de apoio.
No Estado de São Paulo, por exemplo, as regras regulamentares 
estabelecem ainda outras condições para a atuação como pregoeiro: o 
respectivo servidor deve ter realizado curso de capacitação específica 
e, no caso do pregão na forma eletrônica, também treinamento 
específico para atuar nesta forma, promovido por órgão ou entidade da 
Administração estadual (artigo 4° do Decreto n° 47.297/200 E e artigo 
7° do regulamento anexo à Resolução CEGP - 10/2002 E, c.c artigo 7° 
do Decreto n° 49.722/2005 E e artigo 7°, inciso II do regulamento anexo 
à Resolução CC - 27/2006 E).
Em relação à equipe de apoio, o mesmo artigo 3°, § 1° da Lei n° 
10.520/2002 F obriga que a maioria dos integrantes sejam ocupantes 
de cargo efetivo ou emprego da Administração, preferencialmente 
pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora da 
licitação.
Aqui também se divisa nítida distinção entre o pregão e as modalidades 
comuns da Lei n° 8.666/1993 F: concorrência, tomada de preços e 
convite.
Nessas modalidades (Concorrência, Tomada dePreços e Convite) 
PREGOEIRO E EQUIPE DE APOIO
De acordo com o artigo 3°, “caput”, da Lei n° 10.520/2002 F, o pregoeiro, 
obrigatoriamente, deve ser servidor do órgão ou entidade promotora da licitação. Não 
importa o tipo de vínculo empregatício (estatutário, celetista, comissionado etc.), mas a 
existência deste vínculo é imprescindível, o que inviabiliza a arregimentação de pessoas de 
fora dos quadros da Administração. 
IMPORTANTE
36
PREGÃO ELETR Ô N ICO
não	existem	as	figuras	do	pregoeiro	e	da	equipe	de	apoio.	Mas,	sim,	da	
comissão de licitação, ou, excepcionalmente no caso da modalidade 
convite, o responsável pelo seu processamento.
Veja a seguir quais atos competem ao pregoeiro.
No Estado de São Paulo, pelo teor do disposto no artigo 3°, “caput”, da 
Lei n° 10.520/2002 F, c.c. o artigo 6° do Decreto n° 47.297/2002 E, 
artigo 9° do regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 e artigo 14 
do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006, compete ao pregoeiro:
Apenas na forma eletrônica:
 ● Agendar o pregão no sistema eletrônico;
Apenas na forma presencial:
 ● Promover o credenciamento dos licitantes para participar do 
certame;
 ● Receber dos licitantes a declaração de que cumprem todos os 
requisitos de habilitação e os envelopes contendo as propostas e 
os documentos de habilitação; 
 ● Selecionar e ordenar as propostas que participarão da etapa de 
lances; 
 ● Promover	a	classificação	das	propostas	e	ofertas.
Em ambas as formas:
 ● Realizar	 a	abertura,	 análise	e	a	 classificação	ou	desclassificação	
das propostas;
 ● Conduzir a etapa de lances;
 ● Coordenar os trabalhos na sessão pública;
 ● Conduzir o exercício do direito de preferência por parte das 
microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas;
 ● Promover a negociação do preço;
 ● Decidir sobre a aceitabilidade do preço; 
Analisar os documentos de habilitação e julgá-la;
 ● Dar parecer sobre eventuais recursos interpostos;
 ● Adjudicar o objeto ao licitante vencedor, não havendo interposição 
de Recursos;
 ● Elaborar a ata da sessão pública;
 ● Formular proposta de revogação ou anulação da licitação, se 
37
PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO - FASE INTERNA OU PREPARATÓRIA
entender cabível.
Por	fim,	em	relação	à	equipe	de	apoio,	embora	não	haja	disposições	
legais ou regulamentares dispondo expressamente sobre as tarefas que 
lhe	compete,	pode-se	afirmar,	dada	a	sua	natureza	de	colegiado	de	apoio,	
que aos seus membros cabe auxiliar o pregoeiro em todas as atribuições 
que lhe competem, sem, contudo, possuir qualquer poder de decisão.
Caro(a)	aluno(a),	chegamos	ao	final	desta	unidade!	E	vimos	aqui,	que	a	
fase	interna	do	processo	licitatório	define-se	no	processo	de	planejamento	
da	 contratação.	 Abordamos	 como	 é	 definida	 a	 autoridade	 competente	
para realizar o processamento dos pregões, e também, os aspectos do 
pregoeiro e sua equipe de apoio. 
Na próxima unidade, você verá as características da fase externa do 
procedimento licitatório na modalidade pregão. 
Até lá!
PREGÃO ELETRÔNICO
UNIDADE 03 - PROCEDIMENTO 
LICITATÓRIO NA MODALIDADE 
PREGÃO: FASE EXTERNA
39
PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA
Olá, bem-vindo(a) à Unidade 03 do nosso curso!
Antes de iniciarmos essa unidade, vamos relembrar o que falamos 
na Unidade 02. Lá, abordamos a fase interna, também conhecida como 
fase preparatória, do procedimento licitatório na modalidade pregão e 
vimos	 como	 é	 definida	 a	 autoridade	 competente	 para	 a	 realização	 e	 o	
processamento dos pregões.
Agora, nesta unidade, abordaremos a fase externa do pregão, veremos 
como se dá o início desse processo, passando pela fase de impugnação 
ao edital e também da sessão pública do pregão na forma presencial e 
seus atos procedimentais. 
Bons estudos!
A fase externa do pregão se inicia com a divulgação (publicidade) 
do aviso de licitação e propicia a intervenção e a participação dos 
futuros licitantes e da sociedade em geral no procedimento licitatório. Seu 
encerramento ocorre com a homologação ou a revogação da licitação, 
ou, ainda, com o reconhecimento de que se trata de licitação deserta 
ou fracassada. Trata-se, portanto, da fase em que os licitantes têm a 
oportunidade de agir e praticar todos os atos necessários e pertinentes à 
participação na licitação, com vistas a que a proposta de um deles seja a 
selecionada para ser contratada pela Administração.
Para a Administração, por outro lado, essa fase ocasiona a realização 
de todas as análises e julgamentos necessários ao alcance do principal 
objetivo da licitação que é a seleção da proposta mais vantajosa para 
ser contratada.
Veja abaixo as etapas que a fase externa do pregão compreende e, em 
seguida, abordaremos o processo de publicação do aviso da licitação:
40
PREGÃO ELETR Ô N ICO
O que é o aviso de licitação?
É um instrumento (documento físico ou eletrônico) utilizado pela 
Administração para divulgar de modo amplo a realização da licitação.
A partir de sua publicação, a licitação que até então se encontrava em 
processamento no âmbito interno do órgão licitante “ganha o mundo” e a 
sua realização passa a ser de conhecimento público.
De acordo com o inciso I do artigo 3° da Lei n° 10.520/2002 F 
estabelece os meios de divulgação dos avisos de licitação são:
I. Os	Diários	Oficiais	do	 respectivo	ente	 federado	ou,	não	existindo,	
jornal de grande circulação local; e, facultativamente
II. Meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de 
grande circulação, nos termos de regulamento.
No Estado de São Paulo, as normas regulamentares (artigo 8° do 
Decreto n° 47.297/2002 E e artigo 12, incisos I e II do regulamento anexo 
à Resolução CEGP-10/2002 E, c.c artigo 10 do Decreto n° 49.722/2005 
E e artigo 11, incisos I e II do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006 
E) dispõem sobre a divulgação do aviso de licitação, da seguinte forma:
1. Em licitações cujo valor estimado da contratação seja inferior a R$ 
650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), o aviso deve ser 
divulgado	no	Diário	Oficial	do	Estado	(DOE)	-	e	na	Internet,	no	site	
da	Imprensa	Oficial	do	Estado,	www.imprensaoficial.com.br	(opção	
e-negociospúblicos). Em se tratando de pregão na forma eletrônica, 
a realização é divulgada também no site da Bolsa Eletrônica de 
Compras: www.bec.sp.gov.br.
2. Em licitações cujo valor estimado da contratação seja igual ou 
superior a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), o 
aviso deve ser divulgado nos mesmos meios indicados no item (1) e 
também em jornal de grande circulação local.
O prazo entre a data de divulgação do aviso de licitação (a data da 
última divulgação) e a realização da sessão pública não pode ser inferior 
a 8 (oito) dias úteis (artigo 4°, inciso V da Lei n° 10.520/2002 F).
O	 aviso	 deve	 conter	 a	 definição	 do	 objeto	 da	 licitação,	 a	 indicação	
do local, dias, horários em que poderá ser obtida a íntegra do edital, a 
modalidade licitatória, o dia, o horário e o local da realização da sessão. 
E, no caso de pregão na forma eletrônica, a informação de que será 
realizado por meio eletrônico, a indicação do site onde será realizado 
o certame e a indicação do endereço eletrônico onde está disponível a 
íntegra do edital (artigo 4°, inciso II da Lei n° 10.520/2002 F, c.c artigo 
12, inciso III do Regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E, artigo 
PUBLICAÇÃO DO AVISO DE LICITAÇÃO
41
PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA
10, § 1°, n°s 1 a 4 do Decreto n° 49.722/2005 E e artigo 10, incisos I a 
IV do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006 E).
A impugnação ao edital da licitação constitui-se em instrumento pelo 
qual qualquer pessoa natural ou jurídica pode se opor à manutenção de 
cláusulas e condições do edital que reputem ilegais, pleiteando a sua 
modificação	ou		exclusão.
No entanto, a Lei n° 10.520/2002 F não tratou expressamente da 
impugnação ao edital. Tal matéria é objeto de disciplina apenas nas 
normas regulamentarespor duas razões:
As regras regulamentares, veiculadas no artigo 14, §§ 1° e 2° do 
regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E, são as seguintes:
1. Até	2	 (dois)	 dias	úteis	 anteriores	à	 data	 fixada	para	a	 realização	
pública, qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos, 
providências ou impugnar o edital;
2. A autoridade competente para decidir a impugnação é o subscritor 
do edital e o prazo para a decisão é de 1 (um) dia útil. Se não for 
possível a decisão nesse prazo, deve ser designada nova data para 
a realização da sessão, a qual não poderá ocorrer com impugnação 
pendente de decisão;
3. Se a impugnação for acolhida e o edital alterado, designa-se nova 
data para a realização da sessão pública. Em razão do disposto 
no artigo 21, § 4° da Lei n° 8.666/1993 F, aplicável ao pregão 
subsidiariamente à Lei n° 10.520/2002 F, caso a alteração 
promovida no edital impacte a formulação das propostas, a nova 
sessão pública não poderá ocorrer em prazo inferior a 8 (oito) dias 
úteis, contado da divulgação da referida alteração.
IMPUGNAÇÃO AO EDITAL
De	 acordo	 com	 o	 13	 Artigo	 21,	 §	 4°:	 Qualquer	 modificação	 no	 edital	 exige	
divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo 
inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não 
afetar a formulação das propostas.
NOTA:
42
PREGÃO ELETR Ô N ICO
Veja abaixo algumas situações a respeito da impugnação ao edital que 
independem das disposições regulamentares do pregão:
I. Todas as pessoas naturais ou jurídicas podem apresentar 
impugnação ao edital com fundamento no artigo 5°, XXXIV, 
alínea “a” da Constituição da República (trata-se do exercício do 
denominado “direito constitucional de petição”);
II. Qualquer pessoa natural ou jurídica, independentemente de 
promover a impugnação do edital perante o órgão licitante com 
fundamento nas normas regulamentares indicadas, pode também 
representar ao Tribunal de Contas em face de irregularidades 
verificadas	 nos	 pregões,	 inclusive	 aquelas	 que	 foram	 objeto	 de	
impugnação junto ao órgão licitante, com fundamento no artigo 
113, § 1° da mesma Lei n° 8.666/1993 F;
III. A Administração tem o poder/dever de invalidar seus atos 
praticados com nulidade ou ilegalidade. Trata-se da aplicação do 
princípio da autotutela a que se submete a Administração, princípio 
esse consagrado nas súmulas n° 346, “a administração pública 
pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”, e n° 473, “[...] a 
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornem ilegais, porque dele não se originam direitos; ou 
revogá-los, por motivos de conveniência e oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação 
judicial”, ambas do Supremo Tribunal Federal. Portanto, em razão 
do princípio da autotutela, independentemente de impugnações 
apresentadas por terceiros, toda vez que a administração constatar 
nos editais a existência de cláusulas ou condições ilegais ou nulas, 
ela própria deve sanear tais defeitos, promovendo a alteração ou a 
exclusão das respectivas disposições defeituosas.
Eventuais esclarecimentos prestados pela Administração no curso da 
licitação, que contenham interpretação em relação a disposições do edital, 
vinculam a sua atuação, de maneira que futuras análises e decisões que 
vierem a ser tomadas deverão estar de acordo com as interpretações 
veiculadas nas respostas aos pedidos de esclarecimentos formulados.
Conforme frisamos anteriormente, a fase externa da licitação 
ocasiona para a Administração a prática de todos os atos e providências 
indispensáveis à realização de todas as análises e julgamentos necessários 
ao alcance do principal objetivo da licitação, que é a seleção da proposta 
mais vantajosa para ser contratada.
A sessão pública do pregão na forma presencial, por assim dizer, pode 
ser entendida como o que há de mais importante na fase externa da 
SESSÃO PÚBLICA DO PREGÃO NA FORMA 
PRESENCIAL E SEUS ATOS PROCEDIMENTAIS
43
PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA
licitação, porque nela se concentram e são praticados os principais atos 
para a seleção da proposta vencedora do certame, desde o recebimento 
dos documentos - e sua subsequente análise - exigidos dos participantes, 
até a interposição de recursos contra decisões tomadas pelo pregoeiro, 
ou até a adjudicação do objeto ao licitante vencedor, por ato do pregoeiro, 
quando não há interposição de recursos.
Independentemente de outras que serão assinaladas adiante neste 
curso, por ocasião das abordagens relativas às fases interna e externa 
do pregão, cumpre destacar as seguintes peculiaridades inerentes a 
modalidade licitatória pregão:
I. Credenciamento;
II. Recebimento dos demais documentos relativos à participação dos 
licitantes;
III. Abertura e análise das propostas;
IV. Seleção das propostas que poderão participar da disputa por lances;
V. Disputa por lances
VI. Exercício do direito de preferência por parte de microempresas, 
empresas de pequeno porte e cooperativas;
VII. Negociação;
VIII. Análise e aceitabilidade do melhor (menor) preço ofertado;
IX. IX - Análise dos respectivos documentos e julgamento da habilitação, 
apenas do licitante detentor da proposta aceita.
X. Interposição de recursos e da adjudicação do objeto ao licitante 
vencedor.
Na sequência, você verá com mais detalhes cada um destes atos 
procedimentais que integram a sessão pública.
O	credenciamento	é	o	ato	que	define	o	universo	de	participantes	do	
pregão, de forma que os interessados em participar, que comparecerem 
na sessão e forem credenciados, adquirirão a condição de licitantes, e os 
que não forem credenciados, não adquirirão tal condição e, portanto, não 
participarão do certame, podendo apenas permanecer na sessão, assim 
como quaisquer outras pessoas, posto que a sessão é pública.
O credenciamento ocasiona três tipos de análises distintas entre si, 
por parte do pregoeiro e da equipe de apoio, com vistas a que os licitantes 
possam ou não participar do certame.
A primeira análise diz respeito à compatibilidade entre o segmento de 
I - CREDENCIAMENTO
44
PREGÃO ELETR Ô N ICO
mercado de atuação do interessado e o objeto da licitação. Só estarão 
autorizados a participar do pregão aqueles interessados cujo segmento 
de mercado de atuação seja compatível com o objeto do certame. Assim, 
por exemplo, só poderão participar de um pregão para aquisição de 
medicamentos os interessados cujo mercado de atuação seja venda 
de medicamentos e não prestação de serviços de limpeza ou venda de 
material de escritório. Essa análise é feita com o exame do ato constitutivo 
da empresa interessada, ou seja, o seu instrumento de registro empresarial, 
o estatuto social ou o contrato social, conforme a forma societária adotada 
(sociedade anônima, sociedade por cotas de responsabilidade limitada 
etc.). O referido ato constitutivo, obrigatoriamente, possui uma cláusula 
explicitando o objeto social, ramo, ou o segmento de atuação da empresa 
no mercado. Ali estará indicado qual o seu ramo de negócio ou os seus 
ramos de negócios, já que é usual as empresas atuarem em mais de um 
ramo. Pelo menos um deles há de ser compatível com o objeto da licitação.
A segunda espécie de análise está relacionada à regularidade de 
representação da empresa interessada na sessão pública. Em outras 
palavras, a pessoa que comparecer à sessão para representar a empresa 
deverá ter os poderes necessários para tanto. Essa segunda análise 
é	 feita	 com	a	 exibição	 de	 um	documento	 oficial	 do	 representante,	 que	
contenha	sua	foto	e	os	seus	dados	de	identificação	(nome	e	números	de	
documentos), acompanhado do respectivo documento que registre os seus 
poderes de representação. Nesse sentido, duas são as possibilidades. 
Quando o representante é um procurador (esta é a situação mais comum), 
deverá apresentar a procuração contendo os poderes necessários para a 
representação, bemcomo o ato constitutivo da empresa. No exame da 
procuração,	o	pregoeiro	e	a	equipe	de	apoio	verificarão	se	os	necessários	
poderes foram efetivamente outorgados ao representante pela empresa 
(prestar	 declarações,	 firmar	 documentos,	 ofertar	 lances,	 interpor	 ou	
desistir da interposição de recursos etc.). No ato constitutivo da empresa, 
a partir do exame da cláusula que explicita quais são os diretores ou 
sócios	com	poderes	para	representar	a	empresa,	será	verificado	se	quem	
outorgou a procuração em nome da empresa tinha poderes para tanto. 
Por outro lado, quando o representante já é um sócio ou um diretor, deve 
ser	verificado	na	respectiva	cláusula	do	ato	constitutivo	da	empresa,	que	
trata de sua representação perante terceiros, se tal sócio ou diretor tem, 
efetivamente, os necessários poderes para representá-la.
A	 terceira	 (e	 última)	 análise	 tem	 por	 objetivo	 verificar	 se	 a	 empresa	
interessada está impossibilitada de licitar com a Administração do Estado 
de São Paulo, em razão da aplicação de uma ou mais penalidades previstas 
nas diversas Leis que estabelecem penalidades desta espécie (Lei geral 
de licitações – n° 8.666/1993, Lei do pregão, Lei do RDC, entre outras). 
O efeito decorrente da aplicação de qualquer destas penalidades é, 
justamente, impedir que o apenado participe de licitações e contrate com 
a	Administração	Pública.	A	verificação	para	tanto,	atualmente,	pode	ser	
feita via Internet consultando o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas 
45
PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA
e Suspensas (CEIS), no Portal da Transparência do Governo Federal (www.
portaltransparencia.gov.br) e o site “esancoes” do Estado de São Paulo 
(www.esancoes.sp.gov.br). O primeiro site veicula informações em caráter 
nacional, contendo informações das sanções aplicadas por todos os entes 
federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e o segundo 
contém informações sobre as sanções aplicadas por órgãos e entidades 
do Estado de São Paulo (administração direta e indireta).
A empresa interessada que for aprovada nas três análises deverá ser 
credenciada e como tal adquirirá a condição de licitante.
Uma só reprovação resultará na impossibilidade de credenciamento e 
inviabilizará a sua participação na licitação.
Depois de encerrado o credenciamento, o pregoeiro solicitará aos 
licitantes, àqueles interessados que foram credenciados, a apresentação 
da declaração, sob as penas da Lei, de que cumprem todos os requisitos 
de habilitação exigidos no edital, bem como os respectivos envelopes, um 
contendo as suas propostas (envelope n° 1) e o outro os seus documentos 
de habilitação (envelope n° 2).
A apresentação da referida declaração é determinada 
expressamente pelo artigo 4°, inciso VII da Lei 
n° 10.520/2002 F. Tal declaração, cuja apresentação é obrigatória, 
constitui-se em condição de participação no certame. Se o licitante não a 
apresentar, será excluído da licitação. 
O objetivo dessa declaração é chamar a atenção do licitante para a 
inovação introduzida pelo pregão, a inversão das etapas, em que primeiro 
ocorre a análise e julgamento das propostas e só depois a análise e 
julgamento da habilitação, e esta última, só do detentor da proposta 
aceita, evitando a participação daqueles licitantes que, efetivamente, não 
preenchem os requisitos de habilitação. A formulação de declaração falsa 
constitui hipótese que autoriza o desencadeamento de procedimento 
próprio, com vistas à aplicação de penalidades ao declarante.
II - RECEBIMENTO DOS DEMAIS DOCUMENTOS 
RELATIVOS À PARTICIPAÇÃO DOS LICITANTES
De acordo com o artigo 4° a fase externa do pregão será iniciada com a 
convocação dos interessados e observará as seguintes regras: [...] VII - aberta a 
sessão, os interessados ou seus representantes apresentarão declaração dando 
ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os 
envelopes contendo [...].
NOTA:
46
PREGÃO ELETR Ô N ICO
Na sequência, tendo em conta a já comentada inovação criada pelo 
pregão, que consiste na “inversão das etapas habilitação/proposta”, o 
pregoeiro e os membros da equipe de apoio devem proceder à abertura 
dos envelopes n° 1, contendo as propostas de todos os licitantes, 
procedendo às respectivas análises de acordo com as condições e regras 
estabelecidas no edital.
Em um primeiro momento, regra geral, as propostas serão analisadas 
para	se	verificar	se	estão	de	acordo	com	objeto,	as	especificações,	os	prazos	
e demais condições exigidos no edital. As propostas que apresentarem 
conformidade	serão	classificadas	e	as	que	não,	serão	desclassificadas.
Se	o	edital	contiver	cláusula	expressa	que	fixe	o	preço	máximo	a	ser	
aceito, com base no permissivo legal do artigo 40, inciso X da Lei n° 
8.666/1993 F, todas as propostas que apresentarem valor superior ao 
máximo	fixado	serão	desclassificadas.
Em um segundo momento e apenas em relação às propostas 
classificadas,	 serão	 analisados	 os	 preços	 apresentados,	 com	 vistas	
à realização de uma seleção, para se saber quais propostas poderão 
participar da disputa por lances, que deverá ocorrer na sequência.
As regras para essa seleção, estabelecidas nos incisos VIII e IX do artigo 
4° da Lei n° 10.520/2002 F, são:
III - ABERTURA E ANÁLISE DAS PROPOSTAS
IV - SELEÇÃO DAS PROPOSTAS QUE PODERÃO 
PARTICIPAR DA DISPUTA POR LANCES
47
PROCEDIMENTO L IC ITATÓRIO NA MODALIDADE PREGÃO: FASE EXTERNA
De acordo com a Lei nº 10.520 F:
Concluída a seleção nos moldes indicados, o pregoeiro elaborará uma 
grade	 de	 classificação	 em	 ordem	 decrescente	 de	 preços	 selecionados,	
com o objetivo de estabelecer a posição de cada licitante na disputa por 
lances.
A disputa por lances, como já se disse, ocorre de acordo com a grade 
de	classificação	aludida	no	item	abordado	anteriormente	(IV).	
Um a um, respeitada a ordem daquela grade, os selecionados são 
chamados pelo pregoeiro para, verbalmente, oferecer os seus lances 
(novos valores). Aqueles que oferecerem um novo valor permanecerão na 
disputa para uma nova rodada de lances. Aqueles que não quiserem ou 
Artigo 4. [...] VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das 
ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances 
verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos; IX - não havendo pelo 
menos	 três	 ofertas	 nas	 condições	 definidas	 no	 inciso	 anterior,	 poderão	 os	 autores	 das	
melhores propostas, até o máximo de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos, 
quaisquer que sejam os preços oferecidos.
A	grade	de	classificação	aqui	cogitada	é	estabelecida	em	ordem	decrescente	(do	
maior para o menor preço), porque, na disputa por lances, o detentor do maior preço 
será o primeiro a ser chamado para apresentar nova oferta, e assim, sucessivamente, 
serão chamados os demais selecionados, cada um na sua vez, de acordo com esta 
ordem	de	classificação.
NOTA:
V - DISPUTA POR LANCES
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PREGÃO ELETR Ô N ICO
não tiverem condições de oferecer novo valor, declinarão (desistirão) de 
continuar na disputa por lances e, automaticamente, não participarão da 
próxima rodada.
Os lances considerados válidos e que permitem a continuidade na 
disputa são aqueles de valor inferior ao do menor preço ofertado até 
então, menos o valor de redução mínima entre os lances estabelecidos 
no edital.
Essa	é	a	sistemática	da	disputa:	obedecida	a	ordem	de	classificação,	um	
a um, os novos lances são oferecidos verbalmente ao pregoeiro; à medida 
que a disputa evolui, os licitantes que não quiserem ou não puderem 
oferecer novos lances saem da disputa que se encerra automaticamente 
quando remanescer o único licitante que não declinou de continuar na 
competição.
Com o encerramento automático da etapa de lances, nos moldes antes 
explicitados,	o	pregoeiro	estabelece	nova	grade	classificatória,	agora em 
ordem crescente de valores (do menor para o maior preço). Nessa nova 
grade	entram	todos	os	licitantes