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Correção do teste Cat

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Correção do teste CAT - Fábulas:
1)Dados do sujeito:
Nome: Catarina( pegar o nome completo)
Idade: 6 anos ( confirmar)
Escolaridade: Confirmar
Constelação familiar : Pegar o nome do pai e nome da mãe. Perguntar a professora Elisa se tem mais algum dado referente a esta constelação que é importante colocar e solicitar aos pais.
Profissão: Estudante? Professora no caso de criança é necessário colocar?
2)Dados da aplicação
A aplicação do teste CAT-fábulas ocorreu no dia 03 de abril de 2014 às dez horas da manhã com a participação da cliente Catarina.
Iniciei o teste explicando para Catarina que faríamos uma atividade com histórias e figuras para que eu pudesse conhecê-la melhor. Expliquei que mostraria uma imagem e que a partir desta ela ficaria livre para criar uma história. Falei com ela que não existem histórias certas e erradas, o que era mais importante é que ela criasse uma historia para cada figura. 
Falei com ela que o que interessava era criar uma história de faz de conta com começo, meio e fim conforme sua própria imaginação segundo a indicação contida no teste Cat. E disse que eu iria anotar a história para que eu não esquecesse nenhum detalhe.
Ela reagiu com bastante disponibilidade, disse que havia entendido o que era para fazer e me explicou o que foi pedido. Outro fator a se destacar é que ela ficou bem curiosa enquanto eu pegava as lâminas, tentando já ir vendo o que seria. E assim que eu mostrei a primeira lâmina antes mesmo de realmente ter uma visão total da imagem, pois esta ainda estava em minhas mãos já foi começando a dizer a história e depois quando viu a imagem modificou a história, pois viu que a imagem era outra e me disse: “ Ah! Não é chá! Eu estava vendo ao contrário.
Nossa interação transcorreu de uma forma bastante positiva, só que durante o processo notei que em alguns momentos ela estava bastante ansiosa o que a levava a terminar rapidamente as histórias para ver as outras. Percebi que ela olhava apenas de relance para as imagens, não estabelecendo nenhum contato mais profundo com os detalhes. Em algumas cenas ela descreve somente uma parte do que está acontecendo, faltando alguns itens a serem falados. 
Outra observação é que ela comparava as histórias através da folha que eu estava escrevendo para ver qual delas havia ficado maior, de acordo com o tamanho da escrita no papel. Verificar com a Professora Elisa o sentido disto.
No meio do teste ela me pede se ela mesma pode ficar segurando as imagens e eu digo que sim, porém a oriento a pegar somente uma de cada vez e então ela concorda, entendo este movimento como uma necessidade de Catarina passar a ter o controle da situação, ela mesma é quem está comandando as imagens.
A partir disto na lâmina sete ela me diz que tirou todas as lâminas da ordem, que está desorganizado e que terei que arrumar tudo. Digo para ela que não tem problema que elas são numeradas e que é fácil reorganizá-las. Mostra-se aí um comportamento bastante apreensivo com relação à desorganização e o que está pode causar nela e no outro. Percebo este ato como uma tentativa de entender se ela pode desorganizar as “coisas” (sua psique- acho que o termo correto não é este professora, mas não consigo achar outro) comigo ou não.
Outro movimento observado é a aceleração do ritmo que foi acontecendo no decorrer das histórias, Catarina foi se expressando mais e mais rápido. Acredito que isto se deve ao fato de que foi ocorrendo uma liberação da agressividade e da angústia reprimida. Ela começa as histórias de uma forma mais “bonitinha”, mais organizada, mais menininha com jeito de bonequinha e sinto que esta persona não se sustenta durante todo o teste e que mais para o final é como se fosse aparecendo outros traços que Catarina não gosta de mostrá-los, traços estes que causam grande desconforto e dificuldade para ela em expressá-los, mas que com a construção das histórias tiveram oportunidade de aparecer.
Com relação a mim percebi que faltou eu desenvolver mais o inquérito nas histórias, algumas eu poderia ter perguntado mais, pedido a ela que desenvolvesse mais o meio, ou o final ou o início. Acredito que me preocupei muito em anotar a história e acabei não prestando muita atenção ao sentido da história, que só quando reli é que fui verificar que algumas precisavam de uma maior investigação. Inclusive a segunda história eu peço a ela na sessão seguinte para revermos o final.
3) Discussão dos dados obtidos no rapport – Professora, acho que já incluí esta discussão no tema anterior, o que você acha?
4) Transcrição das histórias do CAT uma a uma com as respectivas análises: história+ título+inquérito+descrição do comportamento não verbal
1° Lâmina: O almoço das galinhas:
História: Antes as galinhas brincavam no galinheiro ai elas foram almoçar e enquanto a mãe fazia o almoço elas fugiam para brincar e ai a mãe foi procurar elas e esqueceu-se da comida no fogo. E ai achou as galinhas. Quando elas voltaram aconteceu uma catástrofe: a casa pegou fogo. Foram na casa do parente, o primo da galinha que é mãe dos pintinhos. E ai eles ficaram na fogueirinha quentinha, escovaram o bico e ficaram pedindo água sem parar.
Comportamento não verbal: 
Olhou de relance a figura no início e já foi criando.
2° Lâmina: O cabo de guerra:
História: Tinha uma ursa (me mostra que parece uma mulher) e o filhotinho dela ai apareceu outro urso e ai a mãe do filhotinho achou uma corda e ai o urso achou ela e ai quando eles chegaram perto do outro brincaram de cabo guerra.
Comportamento não verbal: 
Observou-me bastante enquanto eu escrevia. 
OBS: Professora, na sessão posterior pedi a ela que refizesse a história, pois estava faltando o final, como faremos? Qual história colocar?
História: A mamãe urso encontrou o outro urso e eles ficavam brigando muito, que um queria a corda e ou outro também e assim por diante e ai a mamãe deu a corda para proteger o filhotinho e ai ela foi para casa e o urso ficou feliz . 
Inquérito: Perguntei a ela como eles se sentiram e ela me disse que todos se sentiram bem e eu enfatizei que havia tido uma briga antes e perguntei novamente como eles se sentiram e ela me disse: É, mas depois estava bem.
Lâmina 3: Catarina:
História:Era uma vez um filhotinho de um leão e tinha uma família com os pais e os parentes. Era aniversário do leãozinho e ai deu uma festa. E o leãozinho estava engatinhando e ninguém estava vendo ele e ai o leãozinho foi para fora da casa e alguém pegou ele e cuidou dele. E o leãozinho nem sabia que tinha pai leão, só sabia da mulher: Monet. O leãozinho chamava ar condicionado e virou rei da floresta.
Comportamento não verbal: 
Se movimentou bastante.
Lâmina 4: O piquenique:
História: Monet a mãe queria ter um filhote e acabou tendo e ela não esperava ter dois. Depois de um tempo Monet II a filha completou 12 anos e ai a mãe não pode ver o aniversário dela porque ela teve outro filhote a Monet 3 que ficou no bolso da mãe. Aí a Monet II foi de bicicleta e a outra foi pulando com a outra.
Comportamento: Olhou bastante para o espaço físico da sala.
Lâmina 5: O bercinho do caminho:
História: Era páscoa e ai uma mãe teve um filho bem no dia da páscoa que significa vida nova e ai ele ficou chorando, berrando e fazendo estripulias e ai a mãe deu bronca e ai nunca mais ele fez isto. A Monalisa (mãe) e o Roberto (pai) e ai eles se separaram. A mãe pegou o bebê e abandonou ele na rua porque não podia cuidar e ai veio uma fadinha adotou ele no orfanato e eles viveram felizes para sempre.
Comportamento não verbal: 
Mudou aonde estava sentada para a mesa.
Lâmina 6: Linguagem portuguesa:
História: Antes o urso foi para o inverno porque ele não tinha comido ainda e ai apareceu um bichinho que cantou uma música: vai embora para o inverno que eu te odeio seu ursão seu barrigão, sem noção de que eu não gosto de você. Ninguém suporta mais o ursão cara de melão. Acaba na música com a ofensa.
Comportamento não verbal: Andou bastante
Lâmina 7: Vida na selva:
História: Era uma vez uma selva africana que todos os bichos eram bacanas. Um jogava lixo no lixoe outro atacava de abraço. O tigre era infeliz, morava em uma caverna, era tudo de ruim e atacava o macaquinho, odiava música e desejava mal a todo mundo. Ele só gostava de crianças, de humanos e de golfinhos. Ele tinha uma namorada que falava para ele se comportar e gostar dos outros bichos também. Ai ele ficou nervoso e começou a atacar todo mundo na floresta, os humanos também.
Comportamento não verbal: 
Observando minhas reações.
Lâmina 8: Macaquinho Eca Melequinha! Que nojinho! :
História: Era uma vez dois macaquinhos que adoravam soltar perfuminho (punzinho) só que de uma maneira bem violenta. Eles ficaram com sono que nem eu tô agora e ai eles dormiram.
Comportamento não verbal:
Demonstrando preguiça e sono.
Lâmina 9: Parte II:O bercinho do caminho:
História: Era uma vez um coelhinho de ponta cabeça que estou vendo agora e que adorava brincar de mansinho e ele nunca foi à escola. Ele era surdo e cego. Coitado do coelhinho que nunca podia fazer o que queria. Ele tinha que ser muito sabido, aprendia com a família. Ele foi feliz e nunca foi à escola.
Comportamento não verbal:
Agitado, andou pela sala e acelerou a fala.
Lâmina 10: Sem título (esqueci de perguntar)
História: Era uma vez dois cachorrinhos que moravam em uma família e eles não podiam mais fazer bagunça. Eles tinham que fazer xixi no lugar, lavar as mãos, eles tomaram banho e foram para escola e quando voltaram fizeram uma bagunça e tomaram uma bronca do dono. Ai ficaram tristinhos e vão deitar no bercinho. Três aranhas famintas aparecem o cachorro fica com medinho, mas ele salva a dona. Ele fala no telefone com a família cão : au, au, au, e diz que ele quebrou a pata e precisa ir ao médico. Ele teve que tomar uma injeção e ele fica tristonho e pinta. 
Comportamento não verbal:
Anda pela sala e utiliza os brinquedos no armário.
5) Análise parcial ( para cada prancha):
Formal:
1° Lâmina: O almoço das galinhas:
Tempo e estrutura da história: Construiu a história em um bom tempo com início, meio e final. Ao olhar para a figura já começou a contação. Utilizou uma linguagem diversificada, com aspectos intelectuais preservados, com um vocabulário bem expressivo e desenvolvido, chega até a utilizar a palavra catástrofe.
Comportamento: Conforme citado anteriormente no texto, Catarina antes mesmo de ver a lâmina totalmente já foi criando a história e quando a viu acabou modificando devido à constatação de que estava vendo ao contrário. A partir disto passou a contar a história com uma velocidade mais lenta.
2° Lâmina: O cabo de guerra:
Tempo e estrutura da história: Contou muito rápido.História um pouco confusa e sem chegar ao final. Pouca variação do tema e pouca diversidade no vocabulário.
Comportamento: Durante a contação da história eu estava anotando e em determinado momento risquei, pois ela mudou a frase que havia dito e então ao perceber o rabisco em minha folha ela se corrigiu imediatamente dizendo que havia feito errado. E depois disto falou mais um pouquinho e acabou a história.
Lâmina 3: Catarina:
Tempo e estrutura da história: História bem construída com vários detalhes e com bastante nexo. 
Comportamento: Ao ver a figura já foi me dizendo que a história iria se chamar Catarina porque ela é leão. Outro fato é que ela me mostra o ratinho no início, mas não o utiliza na história. E ainda percebo que ela olha muito o espaço físico externo.
Lâmina 4: O piquenique:
Tempo e estrutura da história: O enredo da história se perde, pois um dos personagens ( um dos filhos) acaba sendo citado somente no início, o desenvolvimento da história é bastante confuso e o final não tem a ver com a história que estava sendo narrada. É um final inusitado.
Comportamento: Logo ao olhar para a figura ela indaga onde a mãe canguru está sentada e depois ela mesma me diz que ela está pulando. Neste também olha bastante para o espaço físico externo e chega a utilizar um dos quadros que estão na parede como nomes para a história.
Lâmina 5: O bercinho do caminho:
Tempo e estrutura da história: O enredo começa a se desenvolver bem, com continuidade, até que ela coloca uma situação diferente (separação dos pais) e não coloca uma relação causal com o pensamento que ela vinha desenvolvendo. O fato ficou isolado do contexto da história. Após isto a relação de continuidade volta a acontecer e ela chega a um final coerente. O título também não faz referência com a história.
Comportamento: Neste momento ela me pede para que ela mesma segure as figuras dizendo que assim seria mais fácil. Eu concordo, porém a oriento que pegue somente uma de cada vez. Ela fecha os olhos para pegar para não ver as outras.
Lâmina 6: Linguagem portuguesa:
Tempo e estrutura da história: A história é curta, com a narrativa pouco desenvolvida. Mas aparece outro personagem que estabelece uma relação com o personagem chegando a ter um diálogo. Porém não se chega a nenhum final para o personagem principal, não sabemos como ele reage com a ofensa. Fica um vácuo na história.
Comportamento: Enquanto pegava a figura para ver me disse que depois ela iria fazer isto comigo também, e repete novamente: “Depois vou fazer as perguntas com você.”
 Ao olhar para a figura me disse um pouco assustada que parece um ciclone, aos poucos vai descobrindo mais coisas na figura, me diz que tem um urso deitado e outro bicho que não o identifica como urso, apenas outro bicho.
Lâmina 7: Vida na selva:
Tempo e estrutura da história: A história começa a se desenvolver com um vocabulário bem detalhado, ela define aonde é a selva dizendo ser africana, define que moram personagens bons só que ao continuar a história ela não continua este enredo, já logo introduz outro personagem distinto de tudo e não mais fala sobre este lugar paradisíaco que apareceu no começo. Percebo um grande corte na história. Noto que o título é bastante coerente com o final da história.
Comportamento: Antes de começar a história me perguntou se eu não iria me sentar na cadeira, tendo em vista que eu estava sentada no chão e eu respondi que poderia me sentar. Enquanto me sento ela começa a história pelo título. E ao longo da história me diz que gosta de altura só não gosta de pular de um penhasco. Porque isto é coisa de gente louca. Me pergunta o que estou escrevendo e começa a contar a história com bastante calma e depois vai aumentando o ritmo e começa a se expressar mais fortemente. Ao terminar a história me mostra que esta conseguiu empatar no tamanho com a história da galinha.
Lâmina 8: Macaquinho Eca Melequinha! Que nojinho!:
Tempo e estrutura da história: A história não é desenvolvida, após o início ela não continua mais. 
Comportamento: Começa a história dando uma risadinha e diz que eles adoravam soltar punzinho.E depois me pergunta se prefiro punzinho ou perfuminho. Eu digo que não sei e pergunto o que ela prefere, e ela responde perfuminho e continua a história. Após me diz que vai fazer tudo rápido para terminar logo e me pergunta como está o nosso tempo. Algum tempo depois me diz que está com sono e termina a história. Depois me diz que macacos são nojentos.
Lâmina 9: Parte II:O bercinho do caminho:
Tempo e estrutura da história: Na história notamos uma incoerência, o começo apresenta uma situação mais trágica que não chega a ser desenvolvida.
Comportamento: Quando olha para figura me diz: ”Ih tem um bercinho!” E comenta que esta história a lembra da outra história (da 5°). E me diz que esta será a parte II. Começa a contar e vai aumentando muito a velocidade até ficar muito rápido. Anda pela sala, vai para o armário e enquanto fala começa a colocar na história os brinquedos que estão dentro. Usa o bercinho, as aranhas e o telefone. Obs: Já havia usado estes brinquedos antes na hora lúdica, exatamente estes menos o telefone.
Lâmina 10: Sem título
Tempo e estrutura da história: A história está bem construída, apresenta uma sequência bem definida e um vocabulário extenso. 
Comportamento: Termina a história me dizendo sobre um cachorro tristonho pintando e me pede para pintar. Enquanto pinta, me questiona se atendo outras pessoas, quaissão os nomes, quem chegou primeiro se ela ou os outros. Eu digo que no Ipiranga só atendo ela, mas que em outro lugar atendo outras pessoas. Ela me pergunta se são só crianças e eu digo que não e ela me diz que pensou que eu era pediatra somente de crianças. Explico a ela que não sou pediatra. Durante o desenho procura a cor amarela (cor que faltou na semana passada) e não acha em lápis de cor, mas acha em glitter e em tinta e começa a usar. E me diz que dá vontade de comer o amarelo de tão amarelo que é. Passa tinta para colar o glitter ao invés da cola e me diz vamos ver se cola. Professora, nesta lâmina coloquei estes comentários porque mesmo não sendo diretamente ligados a construção da história falam sobre a emoção que a história despertou. Tristeza e vontade de comer as tintas que ela está usando. Devo colocar ou não?
Análise do conteúdo:
1° Lâmina: O almoço das galinhas:
Herói: Galinhas
Concepção do ambiente: O ambiente não oferece suporte, não supre as necessidades do herói.
Outras figuras e relações: Estabelece uma relação de ataque a mãe fugindo dela logo no início. Nota-se também uma relação de ambivalência devido a mãe fazer a comida,mas não conseguir alimentá-la devido a traquinagem da filha. A mãe precisa do apoio do primo que representa uma figura masculina forte e positiva. Ela está identificada com a figura da mãe frágil e que necessita de uma figura forte para socorré-las.
Desenvolvimento e desfecho: Observa-se que a ação( o impulso) da personagem desencadeia uma catástrofe e aumenta ainda mais suas necessidades, gerando uma sensação de falta bem grande. E o desfecho da história depende de ajuda exterior e não do herói.
Conflito principal: A incapacidade e a fragilidade da figura materna.
Ansiedade: Depressiva. Auto-imagem identificada com a mãe frágil.
Defesas: Regressão. 
Adequação do ego: Rígido, punitivo. Há castigo frente ao impulso.
2° Lâmina: O cabo de guerra:
Herói: Figura materna 
Concepção do ambiente: A figura materna resolve o problema e consegue proteger o filhotinho e deixar a figura masculina ameaçadora feliz.
Outras figuras e relações: Figura materna protetora e figura masculina ameaçadora
Desenvolvimento e desfecho: Desenvolvimento não é muito explicitado e no final não fala como o filhotinho e a mãe se sentem, apenas cita a felicidade da figura masculina que estava ameaçando-as.
Conflito principal: Ameaça da figura masculina.
Ansiedade: Paranóide- males ou danos físicos
Defesas: Negação
Adequação do ego: Ego frágil que teve que ceder a ameaça masculina.
Lâmina 3: Catarina:
Herói: O leão – ela mesma
Concepção do ambiente: Obtém ajuda externa no desenvolvimento da história,mas não consegue resolver o problema, age de forma maníaca.
Outras figuras e relações: Relações de abandono, nega a existência do pai e identifica sua mãe como incapaz.
Desenvolvimento e desfecho: O desfecho aparentemente positivo, mas não há a solução do conflito. Demonstra uma situação que não foi elaborado, o sofrimento foi transformado em algo glorioso para poder lidar com ele.
Conflito principal: Angústia de abandono.
Ansiedade: abandono, perda do objeto de amor e solidão
Defesas: Negação do sofrimento
Adequação do ego: Não houve integração do ego.
Lâmina 4: O piquenique:
Herói: A ursinha filha, Monet I
Concepção do ambiente: Não favorável às necessidades do herói. Ele é abandonado.
Outras figuras e relações: Figura materna não confiável. Ela substitui a primeira filha.
Desenvolvimento e desfecho: Desfecho auto-punitivo, indicando o fracasso. Monet mais uma vez fica sem o carinho da mãe e é abandonada por esta no dia de seu aniversário o que a leva a reagir maniacamente sair pulando.
Conflito principal: abandono
Ansiedade: Depressiva- Medo da perda do objeto de amor – a mãe
Defesas: Negação
Adequação do ego: Não houve integração do ego. Um ego rígido.
Lâmina 5: O bercinho do caminho:
Herói: O bebê
Concepção do ambiente: Um ambiente tão desprovido que foi necessário um passe de mágica para tentar mostrar uma solução, tenta buscar ajuda externa, pois o ambiente não a supre.
Outras figuras e relações: Figuras parentais relação de abandono e exclusão e a relação intrapessoal é colocada de uma forma bastante negativa, existe algo dentro dela que sempre ocasiona o mal, causando mal a ela e aos outros, um impulso negativo, quando ela diz que o bebê chorou tanto até levar uma bronca e depois já fala sobre a separação dos pais.
Desenvolvimento e desfecho: desfecho ligado ao fracasso que suas ações ocasionam.
Conflito principal: Sua má atuação na situação 
Ansiedade: Persecutória- ser a causadora do abandono
Defesas: Negação
Adequação do ego: Não houve integração do ego, foi um final idealizado. Um ego rígido, extremamente punitivo levando-a ao abandono.
Lâmina 6: Linguagem portuguesa:
Herói: Urso
Concepção do ambiente: Não supre as necessidades do herói e é extremamente carente, é inverno e ele tem que sair para buscar comida e ameaçador através do bicho que o ofende e rejeita.
Outras figuras e relações: A relação com o bicho ameaçador é vivida através da exclusão que o bicho pode provocar ao ursinho, dizendo a ele que não é suficientemente bom para ser incluso. Há uma projeção do seu ódio neste bicho, que é uma figura masculina ameaçadora.
Desenvolvimento e desfecho: Desfecho punitivo e que a leva ao fracasso. 
Conflito principal: Culpa
Ansiedade: Persecutória
Defesas: Racionalização- cisão entre o bom e o mau para não entrar em contato com as perdas e o sentimento de culpa.
Adequação do ego: Um ego extremamente punitivo que a leva uma consequência de rejeição.
Lâmina 7: Vida na selva:
Herói: Tigre
Concepção do ambiente: Existia um ambiente perfeito até o tigre destruir tudo, pois ele ficou muito nervoso e atingiu a todos. O ambiente não satisfez as necessidades do tigre e além disto o obrigava a se comportar de uma forma que ele não desejava, podemos ver isto na fala: a namorada pedia a ele para se comportar e gostar dos outros bichos também.
Outras figuras e relações: Figura feminina que dita às regras, que tem um lado mais preservado mas que não dá conta e ele acaba expressando sua fúria. Outros bichos que ele não gostava. Relação positiva com alguns até o momento em que não se exige dele que se comporte de outra forma, porque ai ele não poupará nem estes que ele tem uma relação positiva e que ele detém afeto.
Desenvolvimento e desfecho: Desfecho destrutivo em que ele satisfaz seus impulsos violentos.
Conflito principal: Se adequar a regras impostas.
Ansiedade: Confusional - agressividade
Defesas: Isolamento
Adequação do ego: Não houve integração do ego, se aparecer os impulsos agressivos tudo será estragado. Não há elaboração.
Lâmina 8: Macaquinho Eca Melequinha! Que nojinho!:
Herói: Os macaquinhos
Concepção do ambiente: Um ambiente ameaçador em que ela necessita se defender atacando –o com seus gases venenosos.
Outras figuras e relações: Figura da avó é citada logo após ela dizer sobre o ataque dos puns. Figura ameaçadora e que ela necessita reagir com ataque.
Desenvolvimento e desfecho: Ela nega o desfecho evitando-o dizendo que está com sono.
Conflito principal: Necessidade de atacar para se defender.
Ansiedade: Persecutória- males ou danos físicos
Defesas: Negação
Adequação do ego: Não houve. Um ego frágil que necessita atacar.
Lâmina 9: Parte II:O bercinho do caminho:
Herói: Coelhinho
Concepção do ambiente: Um ambiente desprovido e aonde ele não satisfaz nenhuma de suas necessidades e o que o deixa de ponta cabeça
Outras figuras e relações: Uma relação de ambivalência com a família aonde ele tem que ser sabido para suprir suas faltas e inadequações como ser surdo e cego.
Desenvolvimento e desfecho: Não há um desfecho e um desenvolvimento da história o coelhinho que estava em falta repentinamente passa a ser feliz, não explicita o como isto aconteceu, é a expressão de uma fantasia
Conflito principal: Falta do coelhinho, ele é surdo e cego e nunca pode fazer o que quer.
Ansiedade: Privação
Defesas: Sublimação- ele teve que aprender a ser sabido com afamília
Adequação do ego: Não houve a solução do problema, o ego foi punido com a privação de seus desejos.
Lâmina 10: Sem título
Herói: Cachorrinho
Concepção do ambiente: Ambiente com restrições, punitivo, ameaçador e que provoca tristeza. Precisa recorrer a ajuda externa- telefonema para a família a u, au e pedir ajuda com sua pata quebrada.
Outras figuras e relações: Relação com a família que vive de confronto e revolta. Relação com a família cão de ajuda- precisa ir ao médico e suprir sua dor.
Desenvolvimento e desfecho: Para suprir as necessidades – a pata quebrada teve que recorrer a ajuda externa, porém mesmo assim esta não trouxe alegria- o cachorrinho fica tristonho e precisa pintar para liberar. Há uma desorganização. Uma tentativa de reparação que não se sustenta.
Conflito principal: Quando ela desobedece é punida com aranhas e fica muito triste. Ação que leva à catástrofe.
Ansiedade: Punição, desaprovação
Defesas: Projeção 
Adequação do ego: Ego frágil e dependente do externo
Síntese ou interpretação parcial:
1° Lâmina: O almoço das galinhas:
Observamos que há uma fantasia de que sua ação leva à catástrofe familiar. O que a deixa bastante angustiada e com uma falta permanente mesmo depois de conseguir aquecimento com figura masculina positiva.
2° Lâmina: O cabo de guerra:
Nesta presenciamos que há uma fantasia ligada a seus pais estarem sempre brigando e assumindo posições diversas. A figura masculina é considerada ameaçadora e a feminina como aquela que desiste de seus desejos para fazer o masculino feliz e proteger sua filha.
Lâmina 3: Catarina:
Há uma angústia de abandono e C vive culpa por perdas, mas defende-se de forma a negá-las, o que gera grande controle e agitação. Ela não elabora as perdas, transforma-as em algo glorioso, defesa maníaca.
Lâmina 4: O piquenique:
A história nos mostra a não fusão de C com sua mãe B, esta separação implica em sentimentos de abandono. Ela não entra em contato com estes sentimentos então reage maniacamente evitando-os.
Lâmina 5: O bercinho do caminho:
Novamente através desta história vemos C recusando o drama que ela se propôs a falar no ínicio, tem em mente que não pode deprimir. Mas os sentidos de exclusão são fortíssimos. E ainda percebemos que há o sentido de que há algo muito ruim dentro dela que causa dano a si e aos outros.
Lâmina 6: Linguagem portuguesa:
A história revela a fantasia de uma cisão entre o bom e o mau e é utilizada como recurso para não entrar em contato com as perdas e os sentimentos de abandono e culpa. Os sentimentos de exclusão , desamparo e culpa são intensos. C projeta seu lado ruim em um objeto, este agora fonte de ameaça ( figura masculina).
Lâmina 7: Vida na selva:
Nesta história percebemos que o controle sobre os impulsos odiosos de C começa a perder força e C é invadida pelas fantasias odiosas e agressivas. Seu lado preservado ( namorada) não dá conta.
Lâmina 8: Macaquinho Eca Melequinha! Que nojinho!:
Nesta observamos que se os sentimentos hostis aparecerem tudo será estragado e advirá culpa. Não suporta esta ideia e fica agitada, utilizando o sono como uma defesa, não elabora.
Lâmina 9: Parte II:O bercinho do caminho:
Nesta história presenciamos C revelando-nos sua fantasia de incapacidade e fragilidade,mas evitando o contato através um final repentinamente feliz mesmo com a falta tão básica, como a escola, por exemplo.
Lâmina 10: Sem título
Outra vez C traz em seu discurso a repressão que sente com o cumprimento de ordens e ao mesmo tempo uma grande força capaz de salvar até aquela mesma que a feriu. Aparece também o uso da ajuda externa, mas que não a satisfaz.
Síntese Final:
Através do Teste CAT, percebemos que as características cognitivas e intelectuais de C estão preservadas ela utiliza um vocabulário extenso e em alguns momentos faz uso de palavras que estão acima do nível esperado por sua faixa-etária.
Já a sua auto-imagem está associada a sentimentos fortíssimos de abandono e de exclusão levando-a a construir uma imagem de si-própria frágil e dependente de ajuda exterior, porém para se defender desta imagem que traz sofrimento ela reage maniacamente, na maioria de suas histórias notamos que apesar de todo o sofrimento o herói sempre tinha um final grandioso e eloquente mas que não passava por elaboração para chegar a este, ele acontecia repentinamente.
A concepção do ambiente para C é construído a partir de uma fantasia de que ele não é suficiente para prover as suas necessidades, ela sente sempre uma grande falta e a partir da evolução das histórias ela vai revelando que este ambiente também é hostil e que necessita que ela o ataque e o confronte para sobreviver.
Suas necessidades e conflitos giram em torno da temática de que há uma falta gigantesca, e que esta foi provocada de algum modo por ela mesma e sendo assim ela não atua espontaneamente no mundo, o que a faz tentar controlar todas as suas emoções para que estas não sejam eliminadas através da agressividade e causem ainda mais rejeição, criando assim um círculo vicioso de: repressão- controle- explosão – danos- perda de amor- culpa e sentimentos de abandono.
Suas ansiedades em sua maioria são de cunho persecutório e medo de ser abandonada e rejeitada mais uma vez.
 A elaboração dos conflitos não está acontecendo, pois C não entra em contato com eles, tenta a todo custo e a todo controle evitá-los e negá-los buscando através da mania a possibilidade de não deprimir-se e encarar toda dor que a cerca.
Acredito que C está se sentindo muito angustiada e suas tentativas de controle geram uma grande agitação, e que estas tentativas não estão sendo mais suficientes para aplacar sua angústia, o que vem gerando cada vez mais desorganização e uma auto imagem cada vez mais frágil.

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