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Comportamento do Consumidor Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Vagner Novaes Tranche Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin A Satisfação do Consumidor • A Satisfação do Consumidor; • Tipos de Satisfação; • Respostas do Consumidor à Insatisfação; • Difusão de Inovação; • Influência da Comunicação na Adoção de Inovação; • Ética e Consumo; • Conceituando Consumerismo. • Conhecer os elementos que levam à satisfação do consumidor contemporâneo; • Estudar cases de sucesso que demonstram a importância da satisfação do consumi dor no processo de recompra e buzz marketing; • Discutir a importância da ética na relação com o consumidor contemporâneo e suas práticas de consumo consciente. OBJETIVOS DE APRENDIZADO A Satisfação do Consumidor Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE A Satisfação do Consumidor A Satisfação do Consumidor Na quarta e última Unidade da Disciplina “Comportamento do Consumidor”, vamos tratar de um assunto muito importante no processo de compra e venda de produtos e serviços, a satisfação do consumidor. Os pesquisadores contemporâneos da área de Marketing colocam a satisfação do consumidor como um dos pontos altos das Estratégias de Marketing. De acordo com Kotler (1998, p. 53) “satisfação é o sentimento de prazer ou de desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo produ- to (ou resultado) em relação às expectativas da pessoa”. Nas unidades anteriores, vimos que vários motivos levam o consumidor a se relacionar com certa marca ou produto, seja por influências culturais, sociais, seja simplesmente por efeito das ações comunicacionais persuasivas. Karsaklian (2004, p. 13) indica que: O consumidor é dotado de personalidade, o que faz com que alguns con- sumidores tenham maior atração por determinado tipo de produto do que outros. Para alguns, certos objetos são imprescindíveis, enquanto para outros eles são absolutamente dispensáveis. O consumidor tem suas pre- ferências, que não são as mesmas para todos, pois cada um prefere aquilo com o que se identifica, ou aquele produto que parece representar mais precisamente o que se quer aparentar. Apesar dessa característica, hoje se sabe que um consumidor insatisfeito pode romper a boa relação com o produto, marca e ainda fazer com que outros clientes reais e potenciais tenham dúvidas no momento de compra e optem por outras marcas e produtos. Por esse motivo, todos os esforços mercadológicos são voltados para a satis- fação dos clientes. Samara (2005, p. 204) afirma que: A pesquisa de Marketing, a concepção e o desenvolvimento de produtos, com sua definição de preço, distribuição e promoção, visam essencial- mente à satisfação de necessidades ou desejos dos compradores, auferin- do, como consequência da troca, o lucro almejado para a sustentabilidade do negócio. A autora completa o pensamento: O consumo ou uso, integrantes do comportamento pós-compra, inevita- velmente vão gerar outro elemento dentro desse estágio: a avaliação pós- -compra. Por meio dela, sentiremos satisfação ou insatisfação quanto à compra realizada, uso ou consumo. Se a sensação for de insatisfação, po- deremos promover o descarte do produto (...) Desse processo resultarão 8 9 duas opções: a decisão do consumidor de confirmar sua escolha e, pro- vavelmente, realizar novas compras, ou a conclusão de que tomou uma decisão insensata e a opção por não voltar a comprar mais o produto específico (marca e modelo) adquirido (SAMARA 2005; p. 204). Diante do exposto, é preciso entender que a compreensão do pós-compra é tão essencial quanto a compreensão dos hábitos de consumo dos clientes para estimulá-lo ao contato com o bem tangível ou intangível comercializado. A primeira tarefa de uma Empresa é criar uma satisfação maior em relação aos custos aplicados para a aquisição do produto comercializado. Figura 1 – A satisfação do consumidor deve ser um dos objetivos essenciais de uma Empresa Fonte: Getty Images Tipos de Satisfação Em estudos anteriores, já compreendemos que todo o consumidor busca em produtos e serviços a satisfação de suas necessidades e de seus desejos. Para a ob- tenção dos artigos que venham a suprir suas necessidades, os clientes empregam valores que são obtidos por seu esforço pessoal. Além do valor monetário, o consumidor leva em consideração outros fatores como: • Tempo: o tempo trabalhado e o tempo que levará para consumir o benefício adquirido (também podemos levar em consideração o tempo para aquisição, o tempo para entrega, etc.); • Risco: o risco de não se identificar com o artigo que acabou de adquirir, de se arrepender da compra ou de não ter condições de arcar com a dívida; 9 UNIDADE A Satisfação do Consumidor • Oportunidades: o consumidor pode deixar de aproveitar outras oportunida- des por ter escolhido a marca “x” em detrimento da marca “y”; • Arrependimento: todo e qualquer consumidor pode arrepender-se por ter adquirido um artigo por impulso ou ansiedade. Figura 2 – A satisfação tem um custo que pode ser alto Fonte: Getty Images Todos esses elementos são levados em consideração pelo consumidor no mo- mento da aquisição de um bem (mesmo de maneira inconsciente), em especial nas compras de alto valor monetário. O que o cliente espera no ato de consumo é um benefício positivo em detrimento do custo do produto. O benefício alcançado é o que configura a satisfação do consumidor, que pode ser classificada em funcional, emocional e de benefícios de uso. Vamos conhecê-las. Satisfação funcional A satisfação funcional é representada pelos elementos tangíveis de um produ- to, ou seja, tudo que é materializado na função de uso. Samara (2005, p. 221) apresenta alguns exemplos: São exemplos de atributos tangíveis a economia de combustível de um automóvel, a potência em watts de saída por canal de um receiver estéreo ou a pontualidade de uma companhia aérea. Preço, garantia e desem- penho são outras importantes características funcionais que podem ser consideradas como fatores avaliadores da satisfação do produto. Nos últimos tempos, a constante observação e a cobrança dos consumido- res por produtos que ofereçam resultados funcionaissuperiores levou grandes Empresas de diversos segmentos a investirem no controle de qualidade dos artigos comercializados. 10 11 Satisfação Emocional A satisfação emocional ou satisfação psicológica é a satisfação que atende aos anseios do topo da pirâmide de Maslow, que estudamos em capítulos anterio- res. Essa satisfação representa valores como prestígio, segurança, status e outros elementos não mensuráveis de maneira física, ou seja, benefícios intangíveis: Alguns atributos não físicos fornecem benefícios emocionais importan- tes para o consumidor, e, eventualmente, essa satisfação pode ser igual ou maior do que a funcional. A compra de uma bolsa feminina pode representar um alto grau de satisfação emocional em função do status e do prestígio que fornece a sua consumidora. No mercado automo- bilístico, os atributos emocionais fornecidos pelas marcas de automó- veis são usualmente explorados pela publicidade, juntamente com os outros atributos funcionais, uma vez que muitos consumidores avaliam fortemente as características intangíveis vinculadas ao carro (SAMARA 2005, p. 221). Um proprietário de um automóvel esportivo famoso pode observar vantagens no design, no conforto, no desempenho, mas, certamente, o maior valor agregado do seu veículo automotivo está relacionado ao status diante da cultura e do meio social em que o indivíduo está inserido. Figura 3 – A satisfação emocional ou psicológica atende anseios intangíveis Fonte: Getty Images Benefícios de Uso O benefício de uso é a satisfação que está relacionada ao valor de propriedade e usufruto do bem ou do serviço: Os benefícios de uso são predominantes, por exemplo, como fator motivador na compra de equipamentos de informática, especial mente os microcomputadores. Anúncios desses equipamentos normalmente 11 UNIDADE A Satisfação do Consumidor enfatizam suas características de desempenho, como potência do proces- sador, quantidade de memória, velocidade, aplicativos disponíveis, etc. Mas, eventualmente, pode-se valorizar suas características de uso – como a portabilidade e a capacidade da bateria de um notebook, por exemplo (SAMARA 2005, p. 221). Um professor pode ter um computador que permita desenvolver suas aulas com rapidez e facilidade; contudo, o docente pode precisar de um produto que seja leve, funcional e com bateria de alta duração para que se preocupe muito pouco com a necessidade de carregar o aparelho durante as suas aulas expositivas. Esse recurso que facilita a vida do docente em questão o torna um feliz proprie- tário de um aparelho que pode não ter sido barato, mas atende perfeitamente às suas necessidades profissionais diárias. Respostas do Consumidor à Insatisfação A insatisfação do consumidor perante a insuficiência dos resultados pretendidos de um produto ou serviço pode gerar efeitos negativos para a marca, sendo que algumas delas podem ganhar notoriedade internacional e até mesmo servir de exemplo negativo para o setor. Figura 4 – Reparação com o Lojista Fonte: Getty Images • Resposta expressiva ou verbal: trata-se do ressarcimento ou da reparação diretamente com o lojista. 12 13 Figura 5 – Evidencia o problema para todos Fonte: Getty Images • Resposta particular: o consumidor expressa sua insatisfação com a marca ou com a empresa para os amigos e em Redes Sociais. Inicia-se um processo de boicote à marca e/ou produto. Figura 6 – Cobra ressarcimento na justiça Fonte: Getty Images • Resposta de terceiros: a partir de instâncias jurídicas, o cliente toma provi- dências que podem ser danosas à marca e/ou à reputação do produto. Um consumidor insatisfeito pode gerar muitos problemas para a imagem da Empresa. É muito mais vantajoso investir na qualidade dos artigos comercializados e no relacionamento com o cliente. 13 UNIDADE A Satisfação do Consumidor Um músico canadense teve seu violão danificado durante um voo nos Estados Unidos e desenvolveu um hit protesto. Acesse: https://youtu.be/LvAN7wE_D5U e conheça a mani festação inusitada e original. Ex pl or Um cliente satisfeito agrega mais valor à marca e: • Estabelece laços de fidelidade; • Acredita na qualidade oferecida pela Empresa e adquire novos produtos à me- dida que são lançados; • Pratica o Buzz Marketing; • É menos susceptível às ofertas das marcas concorrentes; • Pelo fato de já ser cliente, seu atendimento se torna mais fácil. Difusão de Inovação O relacionamento com o cliente é uma das práticas mais importantes na busca da satisfação do consumidor. As Empresas modernas devem buscar constantemente construir e valorizar parcerias sólidas com os diversos públicos que envolvem seus produtos e serviços. Essa estratégia de fidelizar clientes demanda esforço contínuo para identificar os interesses de quem compra. Um consumidor potencial pode ser atraído por um diferencial do produto que, em dado momento, atenderá as suas necessidades. Contudo, não podemos deixar de lembrar que as influências culturais e sociais in- terferem nos gostos, criam tendências, estimulam novos desejos... o consumidor poderá mudar de opinião e querer diferenciais na relação com determinada marca. Uma das formas de controle desse tipo de informação é o CRM – Customer Relationship Management. Vejamos: Utilizando sistemas computadorizados de informações, a Empresa pode gerenciar eficazmente o relacionamento com seus clientes, conhecendo-os melhor e desenvolvendo um mix de marketing personalizado para cada perfil de consumidor. Conhecidos como CRM – Customer Relationship Manangement, esses sistemas inteligentes promovem a gestão do rela- cionamento, incluindo, entre outras atividades, a atualização de informa- ções sobre o cliente, segmentação e desenvolvimento dos compradores e programas de fidelidade para clientes leais. Esses programas de fidelidade são ações promocionais que a Empresa desenvolve para fortalecer o rela- cionamento, como os programas de milhagem oferecidos pelas compa- nhias aéreas para seus clientes mais leais e frequentes ( SAMARA 2005, p. 216). 14 15 A prática do CRM está presente em diversos tipos de negócios, desde as gran- des fabricantes de automóveis até a farmácia do bairro. Conhecer as informações de consumo dos clientes permite uma comunicação mais eficiente e o gerenciamento dos produtos e serviços na entrega de bens de consumo de qualidade superior, visando à satisfação do consumidor. A gestão eficiente do produto ou do serviço deve ser realizada durante todo o seu ciclo de vida, desde o estágio de introdução do produto ou serviço no Merca- do, passando pelo crescimento, maturidade até chegar, nos casos mais extremos no declínio. Fase 1 Introdução Fase 2 Crescimento Fase 3 Maturidade $ Fase 4 Declínio Figura 7 – A gestão efi ciente do produto/serviço deve acontecer durante todo o seu ciclo de vida Fonte: Adaptado de Getty Images Para que um produto ou serviço tenha sucesso no Mercado, é preciso que passe por um estágio de desenvolvimento que contemple valores tangíveis e intangíveis, emocionais e funcionais, reais e percebidos procurados pelo público consumidor. Pensando no crescimento e na maturidade, deve-se levar em consideração aquilo que estimula o interesse dos usuários (fatores como preço, ponto de venda, promoção). Na maturidade, o profissional de Marketing deve revisitar as práticas adotadas, a forma de comunicação e outras ferramentas de contato com o consumidor para sustentar o bem tangível ou intangível no Mercado e, por fim, até mesmo no declí- nio de vendas do artigo, o profissional deve zelar pela boa imagem do produto ou da marca que poderá ser retomado em uma oportunidade futura. Além da constante análise do ciclo de vida, é importante adotar o conceito de difusão de inovações. Samara (2005, p. 219) explica: Os consumidores preferem os produtos de melhor qualidade, desem- penho e aspectos inovadores. Portanto, os profissionais de marketing devem esforçar-se para a aprimorar seus produtos permanentemente. Oscompradores sempre estão procurando uma solução melhor para seus 15 UNIDADE A Satisfação do Consumidor problemas. O conceito de difusão de inovações fornece uma perspectiva especialmente valiosa para os gerentes (de marketing) porque interliga as tarefas de gerenciamento de produtos existentes e novos. Com a evolução do Mercado e com a facilidade de informações, o consumidor contemporâneo ficou mais exigente e sabe de seus direitos nas relações de consumo. Os produtos e as mensagens que o promovem apresentam diariamente um sem número de promessas de melhoria da qualidade de vida. Empresas que difundem inovações amparadas no reconhecimento das exigên- cias do público, impulsionam as suas vendas e alcançam maior retorno financeiro. Novos hábitos de consumo são incorporados diariamente na Sociedade. Um pro- duto pode ter uma história antiga no Mercado; contudo pode ser percebido como novo ou ser observado como inovação em outro Mercado. Você sabe como surgiu os famosos bloquinhos Post-it? Há muitos mitos e lendas sobre esse produto legendário. Clique no link e veja a história de inovação desse produto da 3m: https://youtu.be/7QZoxRl2Rmk. Ex pl or Na Tabela a seguir, encontramos as cinco características dos produtos que são associadas ao sucesso da inovação: Tabela 1 Complexidade Percebida Produtos que oferecem dificuldade de utilização podem ser recusados pelos consumidores. Em contrapartida, aqueles que facilitam a vida do consumidor possuem maior aceitação de mercado. Por exemplo: smartphones com Sistemas de operação pouco intuitivos. Compatibilidade Produtos que fogem aos padrões estabelecidos pela Sociedade tendem a ser recusados pelo público consumidor. Por exemplo: detergentes que não geram espuma podem dar a ideia de que são ineficazes no ato de lavar a louça. Vantagem relativa Os consumidores avaliam as vantagens do produto em relação aos concorrentes. Por exemplo: o sistema de aluguel de vídeos via streaming em detrimento das locadoras de vídeo em DVD e Blue Ray. Observabilidade Quando as vantagens da inovação são facilmente observadas pelos consumidores. Por exemplo: o Sistema de transporte por aplicativo, para muitos usuários, apresenta maior facilidade em relação ao Sistema tradicional de serviços de táxi. Base de Experiência Produtos duráveis como carros e computadores causam dúvidas no momento da aquisição. Empresas do segmento oferecem experiências de uso e demonstração para conquistar os clientes. Fonte: adaptado de SAMARA, 2005 Você conhece alguma marca ou produto muito antigo no Mercado e que faz parte do seu dia a dia? Quais as inovações aplicadas na imagem ou na qualidade que você consegue obser var? Como esta marca ou produto chama a atenção do público no momento atual? Ex pl or 16 17 Infl uência da Comunicação na Adoção de Inovação A comunicação persuasiva tem importante papel no processo de inovação. Apesar de importante influência na decisão de compra por parte dos clientes, as chamadas mídias tradicionais têm perdido espaço para a Comunicação digital e outras modalidades que criam pontos de contato com o público. Cada vez mais são utilizadas ferramentas como: Figura 8 – O contato com o produto aumenta as chances de compra Fonte: Getty Images De acordo com a Promoview, o live marketing abrange todas as ações ou campanhas nas quais o consumidor está numa relação direta com o produto, serviço ou marca, ao vivo, provocando experiências que os aproxime, gerando venda ou valor. Acesse: https://goo.gl/ZKyhiE. Ex pl or Ética e Consumo A Ética deve estar presente nas relações de consumo, assim como em outras re- lações sociais que desenvolvemos no dia a dia. Conceitos de certo e errado, bom ou mal, bonito ou feio são habitualmente discutidos nas práticas de consumo, regidas por padrões éticos e morais estabelecidos em cada cultura. De acordo com Samara (2005, p. 241) “Ética – do grego ethos – significa usos e costumes; o conjunto de princípios morais, estéticos e apreciativos é o ramo da filosofia que lida com os valores relativos à conduta humana; o estudo da obriga- ção moral”. • Redes Sociais; • Live Marketing; • Merchandising; • Product placement; • Promoções; • Promoções de venda; • Degustações; • Eventos • Etc. 17 UNIDADE A Satisfação do Consumidor Os profissionais de Marketing e Publicidade e Propaganda devem ficar aten- tos aos motivos que direcionam compradores reais e potenciais a consumirem determinado produto, marca ou serviço e, sobretudo, entender que nem tudo é válido na arte de persuadir. Princípios morais e éticos devem ser levados em consideração no momento de comunicar a existência do diferencial de um bem tangível ou intangível. Produtos com qualidade duvidosa, falsas promoções, preços abusivos, propa- ganda enganosa... Como vimos anteriormente, o consumidor que se sente lesado pode divulgar o produto ou marca da pior forma possível. Há um ditado que diz que “levamos uma vida para construir uma imagem, mas basta alguns segundos para destruí-la”. Essa máxima vale, especialmente, para a propaganda. Geralmente, fazemos uso de mensagens rápidas, em rádio e TV, 30 segun- dos em média. Uma informação nociva, preconceituosa ou com inverdades pode manchar a imagem da marca por anos.Os consumidores podem sentir-se traídos e quebrar a relação de confiança, além de lançar mão de recursos amparados pelo Código de Defesa do Consumidor. No que diz respeito à propaganda brasileira, desde a década de 1970, foi criado um conselho composto por agências, veículos e anunciantes para regu- lamentar a ação publicitária e evitar transtornos em relação ao abuso das men- sagens publicitárias. Segundo o próprio CONAR, o Conselho Nacional de Auto-regulamentação Pu- blicitária é “Uma instituição que fiscaliza a ética da propaganda comercial veiculada no Brasil, norteando-se pelas disposições contidas no Código Brasileiro de Auto- -regulamentação Publicitária”. Figura 9 – Propaganda CONAR – Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária Fonte: conar.org.br 18 19 Assista ao vídeo institucional produzido pelo CONAR – Conselho Nacional de Autoregula mentação Publicitária. Acesse: https://youtu.be/ZGzhpHKL178.Ex pl or Conceituando Consumerismo Por fim, vamos tratar sobre consumerismo. Você já ouviu algo sobre esse ter- mo? Então, vamos à contextualização. Embora as origens do consumerismo estejam alicerçadas na Idade Antiga (prá- ticas de propaganda enganosa já eram relatadas na Bíblia), foi na década de 1960 que o consumerismo gerou mudanças nas relações de troca. Nesse período, uma série de manifestações influenciou a sociedade americana a indagar os seus direitos como consumidores. Figura 10 – Consumerismo gerou mudanças nas relações comerciais americanas Fonte: Getty Images Segundo Giacomini Filho (1991, p. 18): Consumerismo – o termo é um anglicismo derivado de consumerism, que designa o movimento de consumidores e entidades americanas no início da segunda metade do século passado; teve repercussões marcantes não só na estrutura de consumo dos Estados Unidos como em diversos países capitalistas. Assim “consumerismo” é usado pra designar qualquer movi- mento de consumidores ou entidades afins em qualquer região ou época. Na obra Consumidor vês Propaganda (1991, p. 19), o professor Gino Giaco- mini Filho explica que alguns teóricos utilizaram o termo consumerismo para regis- trar, entre os anos 1940 e 1960, as diversas leis e decretos federais que versavam sobre saúde, proteção financeira e comunicações. 19 UNIDADE A Satisfação do Consumidor Nesse contexto, o termo significa “forças sociais que buscam um melhor trata- mento para o consumidor”: São forças agentes e pacientes do consumerismo: consumidores, pro- dutores, comerciantes, instituições públicas e privadas, enfim, qualquer elemento das relações de consumo que repercute na compra, usufruto e consumo de algo. Assim, um açougueiro (agente) pode deflagrar uma insatisfação no consumidor ou ser atingido(paciente) pela ação lesiva de um fornecedor (GIACOMINI FILHO, 1991; p. 19). O ponto de partida do consumerismo é a insatisfação em relação a uma Institui- ção, ideia, produto ou serviço, seja bem tangível, seja bem intangível. Como vimos no início desta Unidade, a insatisfação pode ser expressiva, particular ou chegar às instâncias jurídicas, mas em todas as formas encontraremos a presença do fenô- meno do consumo. O consumerismo pode ter origem na própria ação de Marketing que, inicial- mente, era mais voltado ao lucro e menos à satisfação do consumidor. Segundo Samara (2005, p. 243), o movimento ganhou força em nosso país apenas na década de 1990: No Brasil, apenas mais recentemente o movimento consumerista ga- nhou força. O Código de Defesa do Consumidor (lei nº 8.078/90), em vigor desde 11 de março de 1991, representou um grande passo na melhoria da qualidade nas relações de consumo e trouxe benefícios para toda a sociedade brasileira. Embora algumas Empresas já operassem orientadas para o consumidor, muitos produtores e vendedoras (agora denominados pelo CDC como fornecedores) precisaram se adaptar às novas regras. Estima-se que hoje sejam mais de 7 mil Empresas que oferecem aos seus consumidores o SAC - Serviço de Atendimento ao Consumidor -, um canal de relacionamento para esclarecimentos ou solução de problemas. É fato que o consumidor brasileiro evoluiu em sua forma de comprar: é mais exigente e está atento aos seus direitos. Também é fato que está igualmente mais ativo ao informar suas insatisfações em órgãos judiciais e não judiciais. O consumidor do século XXI é conhecedor do seu papel na Sociedade e por isso cobra qualidade em suas relações de consumo. É dever dos profissionais envolvidos nessas relações garantir este direito. 20 21 Buzz Marketing – É um tipo específi co de trabalho de marketing que visa à disseminação de propaganda de um produto ou serviço por meio de cadeias de consumidores. Propaganda “boca a boca”. Live marketing – É a atividade de comunicação em que se incluem todas as ações, campa nhas ou eventos que proporcionem experiência de marca. Merchandising – É uma ferramenta de Marketing, formada pelo conjunto de técnicas de informação e apresentação de produtos no ponto de venda. Product placement – Inserção de marcas, produtos ou serviços, seja por meios audiovisuais seja por citações, nas produções de entretenimento. Ex pl or 21 UNIDADE A Satisfação do Consumidor Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Comportamento do consumidor: conceitos e casos Capítulo 7 – Satisfação (p. 209-34). Para que você possa aprofundar-se nos conceitos de Satisfação do Consumidor, leia as páginas seleciondas do capítulo 7 da obra de Beatriz Santos Samara e Marco Aurélio Morsch. O livro está disponível eletronicamente na Biblioteca Virtual da Universidade Cruzeiro do Sul. Acesse Minha Biblioteca no menu lateral do Blackboard e digite o nome do livro no filtro de busca. Vídeos A história da Netflix Nilton Kleina, editor do canal TecMundo apresenta a história de inovação de uma das Empresas de streaming mais conhecidas na atualidade, a Netflix. https://youtu.be/uRfwKgm_hTM Leitura Explore novas oportunidades para inovar Aplicar conhecimentos existentes para desenvolver novas soluções em Mercados ainda não explorados pelas Empresas é uma fórmula essencial para inovar. A 3M apresenta um material interessante sobre o assunto. https://goo.gl/eWFLjW Lei nº 8.078, de 11 de Setembro de 1990 Lei Federal n. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Íntegra da Lei federal que dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. https://goo.gl/Fh5sU9 22 23 Referências CHETOCHINE, Georges. O blues do consumidor: por que seu cliente não está satisfeito. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. GIGLIO, Ernesto Michelangelo. O comportamento do consumidor. 4.ed. São Paulo Cengage Learning 2012 (Livro eletrônico) GIOIA, Ricardo Marcelo. Fundamentos de marketing: conceitos básicos. 3.ed. São Paulo Saraiva 2013 (Livro eletrônico) HELLER, Eva. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão. São Paulo: Gustavo Gili, 2013. HOYER, Wayne D. Comportamento do consumidor. São Paulo: Cengage Learning, 2012 (Livro eletrônico) KARSAKLIAN, E. Comportamento do Consumidor. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2004. MERLO, Edgard Monforte; CERIBELI, Harrison B. Comportamento do Consu- midor. Rio de Janeiro: LTC, 11/2013. SAMARA, B. S.; MORSCH, M, A. Comportamento do Consumidor: conceitos e casos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005 (Livro eletrônico) SANT’ANNA, Armando. Propaganda: teoria, técnica e prática. 9.ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016 (Livro eletrônico) SCHWERINER, Mário Ernesto Rene. Comportamento do consumidor: identifi- cando necejos e supérfluos essenciais. São Paulo: Saraiva, 2008. 23
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