Buscar

CRISTOLOGIA SOTEROLOGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 214 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 214 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 214 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CRISTOLOGIA
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Cristologia - Prof. Dr. Pe. Hélcion Ribeiro
Vivo e moro em Curitiba. Tenho três amores: sou professor, 
padre e escritor. Dou aulas de Teologia Sistemática. Lecionei em 
Florianópolis, São Paulo e Curitiba. Como padre, trabalhei em 
Lages (SC), Florianópolis e atualmente em Curitiba (Paróquia 
Sagrados Corações de Jesus e Maria). Como autor, publiquei 
vários livros quase todos de antropologia teológica. Os principais 
são: Ensaio de antropologia cristã (Vozes); Condição humana e 
solidariedade cristã (Vozes); Quem somos? Donde viemos? Para 
onde vamos (Vozes); A realização de nosso Deus e a do homem 
(Loyola); Teologia da religiosidade popular latino-americana 
(Paulus). Também tenho escrito muitos artigos de teologia. No momento estou 
escrevendo outro livro versando sobre o tema antropologia teológica. Como estudo, 
fiz graduação de filosofia, pedagogia e teologia. Fiz também mestrado e doutorado em 
missiologia, e pós-doutorado em antropologia teológica. Lecionei cristologia, escatologia 
e antropologia teológica no Studium Theologicum (Curitiba) e na Pontificia Universidade 
Católica do Paraná, por muitos anos.
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
CRISTOLOGIA
Helcion Ribeiro
Batatais
Claretiano
2014
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Clare ana, 2014 – Batatais (SP)
Versão: ago./2014
232 R367c 
 Ribeiro, Hélcion 
 Cristologia / Hélcion Ribeiro – Batatais, SP : Claretiano, 2014. 
 214 p. 
 ISBN: 978-85-8377-158-6 
 
 1. Cristologia. 2. Jesus. 3. Morte. 4. Ressurreição. 5. Dogmas. 
 I. Cristologia. 
 
 
 CDD 232
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didá co Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cá a Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Mar ns
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Patrícia Alves Veronez Montera
Raquel Baptista Meneses Frata
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rafael Antonio Morotti
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO ......................................................................... 10
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CRISTOLOGIA 
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 31
2 CONTEÚDOS .................................................................................................... 31
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 31
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 32
5 PONTO DE PARTIDA E CONCEITO DE CRISTOLOGIA ...................................... 33
6 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA CRISTOLOGIA ...................................... 34
7 OPORTUNIDADE E DIFICULDADES EM CRISTOLOGIA ................................... 39
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 41
9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 42
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 43
UNIDADE 2 JESUS, DESDE A HISTÓRIA BÍBLICA DA SALVAÇÃO
1 OBJETIVOS ....................................................................................................... 45
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 45
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 46
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 47
5 ANTIGO TESTAMENTO COMO BASE E FUNDAMENTO DA CRISTOLOGIA 
NEOTESTAMENTÁRIA ....................................................................................... 48
6 EXPERIÊNCIAS SALVÍFICAS NO ANTIGO TESTAMENTO ................................. 49
7 JESUS DE NAZARÉ, SUA HISTÓRIA E SUA ATUAÇÃO ...................................... 57
8 A HISTÓRIA DO HOMEM JESUS ....................................................................... 58
9 A ATUAÇÃO DE JESUS DIANTE DOS OUTROS ................................................. 69
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 77
11 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 79
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 80
UNIDADE 3 O DESTINO DE JESUS: MORTE E RESSUREIÇÃO
1 OBJETIVOS ....................................................................................................... 81
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 81
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 82
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 82
5 A MORTE DE JESUS .......................................................................................... 84
6 A RESSURREIÇÃO DE JESUS O TESTEMUNHO NEOTESTAMENTÁRIO ....... 89
7 QUEM É JESUS? A REFLEXÃO TEOLÓGICA NEOTESTAMENTÁRIA ............ 96
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 102
9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 104
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 105
UNIDADE 4 REFLEXÃO HISTÓRICO DOGMÁTICA: A CRISTOLOGIA DOS 
DOGMAS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 107
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 108
3 ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................. 108
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 108
5 NOVO TESTAMENTO COMO NORMATIVO PARA A CRISTOLOGIA ............... 109
6 EVOLUÇÃO DOGMÁTICA NOS CONCÍLIOS CRISTOLÓGICOS ........................ 110
7 TRÊS GRANDESRESPOSTAS E AS CONCLUSÕES DOS CONCÍLIOS ................ 123
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 126
9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 128
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 129
UNIDADE 5 CRISTOLOGIA SISTEMÁTICA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 131
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 132
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 132
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 134
5 AS CRISTOLOGIAS HOJE ................................................................................... 136
6 O HOMEM JESUS .............................................................................................. 139
7 O DESTINO DE JESUS: A MORTE ...................................................................... 154
8 O RESSUSCITADO: AUTORREVELAÇÃO DE DEUS E DO HOMEM .................. 168
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 180
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 182
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 183
UNIDADE 6 O LUGAR E O PAPEL DE CRISTO NO PLANO DE DEUS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 185
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 185
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 186
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 187
5 O LUGAR DO SALVADOR NO PLANO DE DEUS ............................................... 188
6 TEOLOGIA DA SALVAÇÃO SOTEREOLOGIA ................................................... 191
7 CRISTO SALVADOR ATUANDO ENTRE NÓS ..................................................... 196
8 JESUS, O EMANUEL E SALVADOR NOSSO ...................................................... 200
9 SEGUIR JESUS ................................................................................................... 208
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 210
11 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 212
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 212
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 213
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO 
Seja bem-vindo! Você iniciará o estudo de Cristologia, que 
compõe os cursos de graduação oferecidos na modalidade EaD do 
Claretiano. 
A Cristologia é a base dos estudos teológicos. Com base 
na visão cristológica que se constrói toda a teologia. Dizia Jesus: 
"Quem me vê, vê o Pai". Ele é o revelador do Pai e do próprio ser 
humano. A grande “novidade” do Vaticano II foi recentralizar tudo 
em Cristo e, a partir dele, repensar todas as questões da fé. Se as-
sim não fosse, que sentido teria em sermos "cristãos"?
Conhecer Jesus Cristo para amá-lo e segui-lo, enquanto cris-
tãos, é o caminho a que a Cristologia remete. Sem dúvida, o conhe-
cer Jesus não é uma mera questão de saber quem é o biografado, 
nem do conhecimento de sua atuação e influência na história. Nós 
cremos em Jesus Cristo vivo e atuante hoje, no passado e sempre 
(cf. Hebr. 13, 8.).
© Cristologia10
Como teologizar é estabelecer as razões da própria fé, espe-
ro que você esteja bem motivado para aprofundar os conhecimen-
tos sobre Jesus Cristo. Para isso, você deverá ler e estudar os textos 
indicados e complementares.
Observar a sua maneira (e a dos outros) de se relacionar com 
Cristo e crescentemente responder: "E para você, quem sou?" (Mt. 
16, 15).
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO 
Abordagem Geral 
Você estudou anteriormente Antropologia Teológica. E isto 
tem certa vantagem, apesar de cada uma delas serem autônomas. 
Mas, se você lembra: lá, na Antropologia, dizia-se que hoje se faz 
uma antropologia cristológica. Aqui, pelas novas tendências, qua-
se seria possível dizer: faz-se uma cristologia antropológica – tal é 
a ênfase na pessoa de Jesus. 
É certo que Jesus Cristo é o fundamento de nossa fé. E é 
também, sem dúvida, o fundamento de toda a teologia cristã. A 
partir do Concílio Vaticano II, das orientações da Igreja e da teo-
logia contemporânea, nenhum cristão se aproxima de Deus sem 
passar por ele. Não é em vão que Jesus mesmo disse ser “o cami-
nho”. Ainda acrescentou: só conhece ao Pai, aquele a quem o Filho 
quiser revelar. 
Estudar cristologia é encontrar-se com Jesus Cristo. É um 
encontro de estudos. Porém, é mais que isto. É um encontro de 
fé. Não poucos teólogos insistem que este estudo/encontro se faz 
ajoelhado, pois vamos nos encontrar com o mistério de Deus que 
se dignou fazer-se um de nós, um conosco, a fim de participarmos 
também de seu mistério divino.
Quanto mais se estuda, lê-se ou se escreve cristologia mais 
se sente que se deve rezar, o u melhor, silenciar diante deste misté-
rio tão divino e tão humano. É importante perceber que a cristolo-
11
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
gia se faz com estudo e oração. Quem se adentrar em Cristologia 
precisa estudá-la muito. Mas sem rezar, sem contemplar o Senhor 
Jesus Cristo, não será possível aprendê-la.
Alguém já teria se perguntado se é possível estudar cristolo-
gia sem a fé? – decididamente não. Sem fé, alguém até pode estu-
dar, pesquisar muita coisa sobre Jesus, até fazer grandes estudos 
científicos sobre ele. Porém, não faria cristologia. Ela é, é necessá-
rio reafirmar, feita desde a fé, com o coração e com a razão. 
Então, sugiro no início de seu curso, ao ler e estudar Cristolo-
gia você diga rezando, muitas vezes a si mesmo: estou estudando 
sobre aquele que é nosso Deus e nosso irmão. É ele meu senhor e 
salvador.
No caso, como você é cristão, então já sabe empírica e/ou 
aleatoriamente muitas coisas sobre Jesus Cristo. Talvez até já te-
nha feito algum outro curso sobre a questão. Mas, vamos fazer 
aqui um caminho para aprofundar e sistematizar conceitos que 
dão as razões de nossa fé em Cristo Jesus.
Antigamente, a cristologia era uma ciência que tratava prati-
camente de dogmatização sobre Cristo. A preocupação era com-
provar que ele era verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Aí surgia 
uma série de interrogações, cujas respostas iam sendo formula-
das - desde a razão - para compreender quem era Jesus. Estas dis-
cussões se tornariam válidas à medida que ficasse claro ser ele o 
salvador da humanidade toda. Este estudo, que caracterizou por 
muito tempo a cristologia (praticamente do século 3º à primeira 
metade do século 20), não perdeu seu valor. Porém, houve uma 
nova interpretação neste estudo.
Desse modo, ao menos no universo católico, a cristologia é 
divida didaticamente em três grandes temas: 
• cristologia bíblica;
• cristologia histórico-dogmática;
• cristologia sistemática. 
© Cristologia12
Comentemos, introdutoriamente, um pouco mais sobre 
cada uma delas. 
Cristologia bíblica
Se você perguntar às pessoas mais velhas se elas, quando 
crianças, liam a bíblia, a resposta imediatamente será mais ou me-
nos assim: "Não. Não só não líamos como era proibido lê-la". Qua-
se assim procedia também a cristologia: não se utilizava da bíblia.
As coisas mudaram. Hoje sem a bíblia não se pode fazer cris-
tologia. Afinal, ondeencontrar Jesus se não a partir dela? Fora dela 
não se encontra Jesus Cristo. Aliás, não é só questão de encontrá-
-lo. É preciso compreendê-lo também.
 A própria bíblia é critério para este estudo. É por isso que 
dizemos: a bíblia é normativa para a cristologia. Inclusive é só nela 
que encontramos as mais antigas referências sobre Jesus Cristo. 
Todas as outras referências antigas quase nada acrescentam de 
modo objetivo. Os tão falados evangelhos apócrifos foram escri-
tos, no mínimo, 150 anos depois da morte dele. 
Mais ainda: os textos bíblicos sobre Jesus não são reportagem 
nem narrativas históricas ou fatos jornalísticos como se pensa hoje.
A cristologia bíblica é uma interpretação pela ótica dos evan-
gelistas inspirados por Deus, de quem foi Jesus. Esta ótica é feita 
à luz pascal. Quer dizer, os textos interpretam Jesus a partir da 
ressurreição. Isto cria um sentido diferente: aquele Jesus da Gali-
leia, da Palestina, é redescoberto pelos próprios seguidores que o 
conheceram de uma forma nova. Agora, iluminados pela ressurrei-
ção, o percebem num outro sentido, inclusive, muito mais profun-
do... Desse modo, textos dos evangelhos são escritos de fé.
No entanto, é preciso observar: temos quatro evangelhos. 
Cada um deles apresenta Jesus de uma forma – o que não significa 
negar a outra. Além disso, encontramos também a cristologia pau-
lina. Portanto, a Bíblia sagrada não oferece uma, mas cinco cristo-
logias ao menos. 
13
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
 A fé da Igreja compreende a inesgotabilidade de quem seja 
Jesus Cristo. Desse modo, nenhum escrito neo-testamentário se 
basta por si só. Antes cada um enriquece o outro e todos juntos é 
que mostram maximamente – apesar de não dizerem tudo – quem 
é aquele em que acreditamos.
Dizemos que a Bíblia é normativa em suas cinco interpreta-
ções conjuntas. Ora, a riqueza plural de interpretações também 
cria para todos os intérpretes posteriores várias possibilidades de 
enfoque. São Marcos enfatizou o Filho de Deus; São Mateus apro-
fundou o messianismo de Jesus; São Lucas ressaltou a misericórdia 
de Deus em Jesus; São João faz predominar a divindade no homem 
Jesus; São Paulo acentuou o sacrifício do crucificado ressuscitado.
As cinco cristologias bíblicas têm em comum a perspectiva 
da ressurreição para abordar o sentido da vida daquele judeu nas-
cido seis ou sete anos antes da era cristã e que foi crucificado pelo 
ano trinta da nossa era. 
Ele passou pelo mundo fazendo o bem. Curou a muitos. 
Reintegrou excluídos. Abriu espaço para mulheres e crianças. Mul-
tiplicou pão. Fez muitos milagres. Anunciou o Reino de Deus para 
todos. Foi crucificado e morto pelos romanos, instigados pelo Si-
nédrio judeu. Depois foi ressuscitado e glorificado pelo Pai.
Jesus – do NT – é compreendido, após a páscoa, como o 
messias prometido e esperado desde o AT. Por causa das circuns-
tâncias concretas e históricas, Jesus não se enquadrou no modelo 
sócio-político do messias esperado. Isto contribuiu para sua con-
denação. 
Da mesma forma, os judeus de então tinham certas expecta-
tivas salvíficas, mas elas não foram satisfeitas por Jesus. A salvação 
que ele trouxe de Deus tinha critérios mais profundos que ques-
tões econômicas e políticas.
 Como estamos vendo nestas questões de messianismo e 
expectativas salvíficas, Jesus também deve ser explicado a partir 
© Cristologia14
do AT. Isto quer dizer: para compreender Jesus Cristo é preciso re-
ler o AT numa ótica cristológica. 
Assim, nossa primeira unidade "Fundamentos bíblicos da 
cristologia" será dividida em duas partes: a primeira "O AT como 
base e fonte da cristologia e da sotereologia néo-testamentária" e 
a segunda: "Jesus de Nazaré, sua atuação e sua história". 
 Na primeira parte, procuraremos entender, a partir do AT, 
as experiências de salvação do povo hebreu, a questão da aliança 
e das expectativas messiânicas. Além disso, é interessante perce-
ber na "Sabedoria" vétero-testamentária uma indicação cristológi-
ca muito importante: a sabedoria de Deus é o Verbo, que se encar-
nou entre nós.
 Na segunda parte da cristologia do NT, iremos estudar so-
bre este homem extraordinário chamado Jesus. Enfocaremos sua 
vida. Nela iremos nos deter na orientação de sua vida, de seu agir, 
de sua pregação e modo de ser. Destacaremos a relação dele com 
os marginalizados, com as mulheres e com os diferentes grupos de 
influência de seu tempo.
 Depois, estudaremos o destino humano de Jesus, ressal-
tando sua morte e ressurreição. 
Para concluir, vamos aprofundar a resposta do NT acerca de 
Jesus. A mesma pergunta que Jesus fizera aos seus: "quem dizem 
os homens que eu sou?" se estende pela história toda e continua a 
ser feita. É preciso respondê-la. E o NT é sempre uma norma segu-
ra, apesar de não ser uma resposta unívoca. É por isto que se per-
cebe duas grandes orientações no NT: uma chamada "cristologia 
da exaltação e da eleição" (que alguns chamam de "cristologia de 
baixo") e "cristologia da pré-existência e da encarnação" (outros 
a chamam de "cristologia do alto"). A partir destas perspectivas, 
temos uma chave para compreender como padres, bispos, cate-
quistas, teólogos e familiares falam sobre Jesus.
15
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
A cristologia histórico-dogmática
A segunda unidade de nosso estudo volta-se para o desen-
volvimento do dogma, ou seja: de como a Igreja foi compreenden-
do quem era Jesus por meio de uma nova linguagem (a filosófica, 
de corte helênico) – centrada, sobretudo, entre os séculos 4º e 7º. 
São os chamados "séculos de ouro da cristologia".
O que aconteceu? O cristianismo foi saindo de suas raízes 
e limites judaicos. Os cristãos foram se espalhando pelo Império 
Romano e encontravam outras culturas, especialmente a cultura 
helênica, dos filósofos gregos. 
Começaram a adaptar a mensagem evangélica a estes povos 
e culturas. Na linguagem de hoje se diria: começaram a inculturar 
o evangelho. 
Como há muito tempo não existia mais quem tivesse co-
nhecido Jesus, começaram a multiplicar perguntas: ele é verda-
deiramente Deus? – É, então, um homem verdadeiro como nós? 
– Como poderia ser Deus e homem ao mesmo tempo? – Seria uma 
pessoa em duas? – Ele sabia as coisas porque era Deus? – Enfim, 
como explicar quem era aquele Jesus a quem todos amavam?
As perguntas multiplicavam-se. As discussões tornavam-se 
acaloradas. Chegava-se a discutir nos botequins, nas esquinas e 
praças. Todo mundo ia tomando partido. Pior ainda. Como esta-
vam se misturando interesses políticos e econômicos aos religio-
sos. O próprio imperador romano interferia constantemente não 
só para apaziguar os exaltados, como também para acirrar ânimos. 
Aí muita gente foi presa. Outros, torturados. Houve perseguição e 
até assassinatos. Por causa das cristologias, bispos, teólogos, po-
líticos e o povo começaram a criar inúmeras polêmicas. Uns expli-
cavam de um jeito. Outros não aceitavam o jeito e propunham ex-
plicações diferentes. Um era de um partido; outro, doutro. Houve 
até muita vontade de acertar. E isto era o que a Igreja, por meio 
de sua gente, definia. Foram uns 400 anos de lutas teológicas até 
a Igreja definir os mais importantes dogmas – não só - mas, sobre-
tudo - cristológicos.
© Cristologia16
 Esta unidade – que será apresentada de forma sintética em 
nosso curso – destacará uma série de concílios ecumênicos (os 7 
grandes concílios ecumênicos), com muitos nomes e muitas ideias. 
Aí se estabeleceram uma série de termos técnicos – de ordem filo-
sófica - para definir Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro ho-
mem, ao mesmo tempo, como uma única pessoa, mas portadora 
de duas vontades e duas reações, por causa de sua divindade e de 
sua humanidade – que devem ser integrais, totais, a fim de que se 
reconheça nela o verdadeiro mediador entre Deus e os homens e 
nosso salvador.
 Lembro ao estudante que a cristologia antiga considerou 
esta parte como "a cristologia",como se ela fosse a cristologia em 
sua totalidade. Hoje nós a estudamos como parte integrativa da fé, 
mesmo que muito importante na cristologia. 
 Se a Bíblia é normativa, a dogmática é integrativa. Ela deve 
ser conhecida e compreendida para não serem repetidas inverda-
des e/ou exageros na fé.
A cristologia sistemática
A terceira unidade será chamada "Cristologia sistemática". Ela 
quer ser uma retomada da reflexão bíblica e histórico-dogmática, 
com linguagem atual, como resposta às nossas atuais questões de 
fé.
Vamos sub-dividí-las em quatro temas. "As cristologias atu-
ais", "O homem Jesus", "Seu destino (morte e ressurreição)" e, por 
fim, "O papel e o lugar de Cristo no plano de Deus". 
Será uma reflexão teológica, em que vamos procurar fazer 
leituras globais sobre Jesus Cristo. No tema "As cristologias atu-
ais", a partir do esquema "cristologia de baixo" e "cristologia de 
cima", vamos procurar compreender esta atual e tão rica forma 
de fazer cristologia. Inclusive, vamos perceber a validade atual das 
chamadas "cristologias contextuais ou de contexto", como por 
exemplo: a cristologia negra ou africana, a cristologia feminista, a 
17
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
cristologia indígena, a cristologia da libertação e a atual cristologia 
europeia – de cunho mais dogmatizado. 
Todas estas cristologias são respostas circunstanciadas, que 
as pessoas e as comunidades precisam. Elas são sempre respostas 
parciais – não universalizadoras, como se pretendeu no passado. 
Mas, sua validade se confirma a partir da normatividade e diversi-
dade do próprio NT, que respondia aos anseios de fé daqueles que 
queriam seguir Jesus. 
No tema "O homem Jesus", procuraremos entender a origi-
nalidade dele e como ele mesmo se compreendeu diante de Deus. 
Convém ter claro que ele existiu entre nós, por nós. Mas, ao mes-
mo tempo, deve-se compreendê-lo como homem por Deus e por 
nós, simultaneamente. Assim, ele não é só um deus e nem só um 
personagem humano que viveu só para Deus ou só para a história 
humana.
O "destino de Jesus" será o terceiro tema da unidade. 
Explicações antigas sobre a morte de Jesus necessitam de 
novos horizontes. As respostas clássicas parecem insuficientes, 
mesmo mantendo a validade. Então se começa a entender a ne-
cessidade de novas e convincentes respostas. Aí surgem as teolo-
gias da solidariedade e da representação. Encontramos a resposta 
do amor total de Jesus que se entrega por nós, até o extremo da 
cruz. Nunca um homem amou tanto assim a seus irmãos e a Deus.
Como ressuscitado, Jesus revela Deus e o próprio ser huma-
no. A recuperação do valor da ressurreição, na cristologia, abriu 
novas perspectivas de fé para clarear quem somos, qual o nosso 
futuro, como o ressuscitado garante a nossa ressurreição futura. 
Enfim, a ressurreição de Jesus – como diz S. Paulo – é o mistério 
central de nossa fé. Sem ela, tudo quanto cremos seria em vão.
O quarto tema abordará "O lugar e o papel de Cristo no plano 
de Deus". Nossa fé ensina que o filho de Maria, filho da humanida-
de, foi unido de tal modo com o Filho eterno de Deus – o que sempre 
© Cristologia18
existiu. Ele tornou-se, desde seu nascimento humano, a imagem 
visível de Deus invisível. E nele, nós reconhecemos nosso Salvador. 
Se pela cruz ele nos redime de nossos pecados, pela ressurreição 
sabemos que ele agora vive e, ao mesmo tempo, nos vivifica, nos dá 
vida nova e plena, pelo seu Espírito. Por isto é nosso salvador. .
Deveremos aprofundar aqui a questão da "Teologia da salvação" 
oportunizada por Cristo. Pela cruz ele salva os pecadores. Mas, sua 
obra salvífica é bem maior que isto. Nossa salvação, por meio dele, 
consiste na realização plena e total do ser humano e de qualquer 
ser humano. Nossa humanização completa consistirá em poder 
ver e viver em Deus. Isto pertence ao serviço de salvação que o 
Filho eterno de Deus, nosso irmão, faz por nós.
 Eis aí, prezado estudante, a caminhada que faremos: uma 
cristologia que passa pela bíblia, vai à história do dogma e conclui 
com uma reflexão sistematizada sobre Jesus Cristo.
S. João evangelista conta que, em certa ocasião, André, ir-
mão de Simão Pedro, perguntou a Jesus: "Mestre, onde moras?". E 
Jesus respondeu: "Vinde ver". André foi, passou à tarde com Jesus 
e nunca mais o abandonou. 
Gostaria que seu estudo de cristologia tivesse como inquie-
tação e resposta esta atitude do apóstolo André: que você en-
contre Jesus, e permaneça com ele, como discípulo e missionário 
evangelizador.
Bons estudos! 
E que Jesus, o Senhor, esteja presente neles enquanto você 
estuda. 
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados em Cristologia. Veja, a seguir, a 
definição dos principais conceitos: 
19
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
1) Adocianismo: doutrina do 2º século que afirmava ter 
Jesus sido adotado por Deus (Pai) como Filho especial, 
dadas suas qualidades morais. O principal autor desta 
teoria foi Paulo de Samósata.
2) Amartiocentrismo: teoria teológica que compreende 
toda a relidade da salvação a partir do pecado. Jesus é 
nosso salvador por causa do pecado. Sua encarnação se 
deve a este fato.
3) Antropomorfismo: forma de compreender Deus como 
homem ou atribuir a Deus sentimentos (ira, ódio, rancor, 
alegria etc.) ou imagens humanizadas de Deus (boca, 
olhos, dedos etc.).
4) Antropos: o ser humano considerado em sua realidade 
completa. Para indicar o homem, no sentido masculino, 
usa-se a expressão "andros", como o equivalente femini-
no "gineos"- daí: ginecologia. É importante a expressão 
"antropos" porque, na história da cristologia, alguns qui-
seram afirmar que Jesus era apenas um "corpo" (sarx) 
emprestado para Deus e não um verdadeiro "antropos".
5) Apocalíptico: gênero literário muito usual no judaísmo 
pré e pós-cristão, por meio de parábolas, visões e nú-
meros simbólicos, cuja característica consiste em "reve-
lações" sobre o fim dos tempos e os sinais que o prece-
dem.
6) Apócrifos: são textos de antiga tradição que se preten-
diam ser revelados, mas foram excluídos do cânon bíblico.
7) Apolinarismo: doutrina, cujo principal defensor foi o 
bispo Apolinário de Laodiceia (séc. 4º), que negava a 
existência de uma alma humana em Jesus. Jesus seria 
portador apenas de uma alma divina. Em consequência, 
Jesus não seria verdadeiramente humano.
8) Arianismo: doutrina do século 4º, cujo principal defensor, 
ARIO, defendia que o Verbo fora criado por Deus e era 
inferior a ele, mesmo sendo superior a toda criatura, pois 
fora gerado antes da criação do mundo. O arianismo foi 
condenado como heresia no Concílio de Niceia, em 325.
9) Calcedonia (Concílio): convocado pelo imperador Mar-
ciano, em 451, condenou a heresia de Eutiques afirman-
© Cristologia20
do que Jesus Cristo, o Verbo Encarnado, é uma pessoa 
(divina) em duas naturezas (humana e divina) unidas 
sem se confundir ou mudar, sem se separar nem se divi-
dir. O Verbo Encarnado é ao mesmo tempo um e o mes-
mo homem e Deus Jesus Cristo.
10) Carisma: na linguagem do NT, designa o dom gratuito e 
irrevogável concedido pelo Espírito Santo a uma pessoa 
em vista do bem da comunidade.
11) Concílio: assembleia dos bispos seja regional ou univer-
sal. Nos tempos antigos podia ser convocado pelo im-
perador; hoje este poder pertence ao papa. Um concílio 
ecumênico, convocado e presidido pelo papa, é a mais 
alta autoridade da Igreja Católica e pode decidir impor-
tantes realidades da fé, da moral e da vida da Igreja.
12) Consubstancial: termo não bíblico, proveniente da filo-
sofia, adotado no Concílio de Niceia (325) para designar 
a perfeita unidade e a perfeita identidade entre Deus Pai 
e Filho. Ambos têm a mesma natureza e a mesma subs-
tância. Mais tarde tambémse atribui o conceito ao Espí-
rito Santo. Assim o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm a 
mesma natureza e a igual substância. Também se utiliza 
a expressão grega "homoousios" ou "homousios", algo 
bem diferente de "homoiousios" (ver à frente).
13) Cristo: expressão grega latinizada que significa "ungido" 
equivale à expressão hebraica "messias" (mashiaj). Ex-
pressa a realização das expectativas messiânicas em Je-
sus, dada nela a plenitude do Espírito Santo.
14) Cristocentrismo: gira em torno de Jesus Cristo como 
centro da teologia e da fé. 
A revelação de Deus se faz pelo Cristo Jesus para a nossa 
salvação. Nem por isto pode-se ignorar o significado da 
Trindade Santa, em que Cristo é a segunda Pessoa Divina 
e que se fez um de nós.
15) Cristomonismo: compreensão equivocada do lugar de 
Jesus Cristo na fé, como se ele fosse o centro único do 
próprio cristianismo, ignorando o lugar da Santíssima 
Trindade.
21
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
16) Cristologia: doutrina teológica que estuda a pessoa, a 
mensagem e a obra de Jesus Cristo. Sua razão de ser está 
em compreender Jesus e sua obra como Aquele Um da 
Trindade que se encarnou e se fez humano como nós, 
para a nossa salvação. Cristológico: referente a Cristo.
17) Cristo da Fé: teoria histórico-religiosa que se contrapõe 
ao Jesus histórico, na tentativa de diferenciar os atos e 
fatos pertinentes ao mesmo Jesus, homem e Deus, inse-
paravelmente. Tal teoria, no fundo, chega quase, senão 
totalmente, à realidade histórica de Jesus de Nazaré.
18) Cristologia do alto ou do descenso: é a cristologia que 
tem como ponto de partida de sua reflexão a preexistên-
cia do Verbo que existe junto do Pai desde toda a eter-
nidade e daí parte para encarnar-se na história. A cristo-
logia de Baixo ou da Ascensão, ao contrário da anterior, 
afirma a realidade de Jesus a partir da sua encarnação 
histórica. São dois pontos de partidas que não podem se 
excluir mutuamente. Ambas devem, ao final, conseguir 
o mesmo resultado. A questão está em partir analitica-
mente da humanidade ou da divindade de Jesus Cristo.
19) Docetismo: teoria teológica primitiva, rejeitada pela 
Igreja, que negava a real encarnação de Cristo, atribuin-
do a ele apenas uma aparência humana – para não "con-
taminar" sua realidade divina.
20) Dogma: verdade de um aspecto da fé, definido pela au-
toridade da Igreja como revelado por Deus. O dogma é 
uma afirmação definitiva sobre uma verdade da fé, que 
não se pode mudar. Isto não quer dizer que o dogma 
seja algo que não possa ser expresso em novas lingua-
gens que visem expressar exatamente o que a Igreja 
quer ensinar. É muito comum confundir "dogma" com 
"dogmatismo"; este último consiste numa atitude de 
fechamento, de conservadorismo, que em geral não ex-
pressa a própria atitude de fé.
21) Emanuel: expressão atribuída a Jesus para significar 
"Deus conosco". É, antes, uma expressão antigo-testa-
mentária usada pelos profetas para designar a futura 
presença de Deus entre os homens.
© Cristologia22
22) Éfeso: nesta cidade da antiga Ásia Menor (atual Turquia), 
no ano de 431, foi realizado o terceiro concílio ecumê-
nico, por causa das controvérsias de Nestório, que afir-
mava existirem em Cristo duas pessoas simultâneas. A 
primeira sendo Deus mesmo e a segunda “o filho de 
Maria”. Por isso ela não poderia ser chamada "mãe de 
Deus", mas apenas "mãe do homem Jesus, ou quando 
mundo "Mãe de Cristo". O Concílio de Éfeso, presidido 
por Cirilo, patriarca de Alexandria, condenou Nestório e 
declarou "Maria, mãe de Deus".
23) Economia da salvação ou divina, também plano de 
Deus: economia, do grego, administração da casa. Teo-
logicamente se refere à vontade salvífica de Deus, por 
meio da história, cuja culminância acontece pela encar-
nação do Verbo.
24) Escatologia: doutrina referente às questões últimas. 
Este tratado teológico estuda as questões referentes ao 
tempo da presença plena e definitiva de Deus na histó-
ria, cujo evento Jesus Cristo é a antecipação e a garantia 
antecipada do tempo da salvação definitiva em Deus.
25) Escola alexandrina e escola antioquena: duas grandes 
escolas teológico-catequéticas, surgidas no final do sé-
culo 2º que tiveram grande importância na interpretação 
da fé. A primeira tinha um acentuado caráter metafísico-
-filosófico na pregação da fé, com pressupostos platô-
nicos e orientação intelectual idealista, com método 
alegórico para a interpretação das Sagradas Escrituras. 
A outra (em oposição à Alexandrina) fazia uma interpre-
tação mais lógico-gramatical das Escrituras, ressaltando 
assim mais o dimensão histórico-terrena de Jesus.
26) Filho do Homem: expressão antigo-testamentária, para 
indicar uma figura celeste, que aos poucos foi assumin-
do um caráter de figura pessoal e ao mesmo tempo di-
vina. No NT, Jesus provavelmente a utilizou para indicar 
a si mesmo.
27) Gnosticismo ou Gnose: movimento religioso anterior ao 
cristianismo, com que rivalizou em algumas cidades, in-
clusive chegando a infiltrar-se em algumas comunidades 
cristãs. Afirma uma dualidade radical entre matéria e es-
23
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
pírito, bem e mal; afirma também a salvação como um 
processo de libertação por meio do conhecimento e não 
pela encarnação e morte do Filho de Deus. 
28) Heresia: palavra grega que indica "escolha". É a escolha 
arbitrária de uma parte da verdade de fé, em detrimento 
do todo, inclusive negação de alguns aspectos da pró-
pria fé.
29) Hipostase: (termo grego) correspondente ao latino subs-
tância: é utilizado para indicar "o que está por detrás". 
No caso da cristologia, refere-se ao sujeito das opera-
ções, a pessoa.
30) Homoi-Ousios: termo cuja tradução indica semelhança. 
Para afirmação da unicidade de Deus (uma só pessoa), 
dizia-se que Jesus não seria igual (homousios), mas se-
melhante (homoi-ousios. Pela doutrina da "homoouo-
sia" (ou homousia") afirma-se que Jesus é igual ao Pai, 
em natureza ou substância.
31) Jesus: termo hebraico (Jeho-shuah), encontrado diver-
sas vezes no AT e significa “Aquele que salva”. Para dis-
tingui-lo dos outros, chama-se ao filho de Maria: Jesus 
de Nazaré.
32) Kerigma: (ou querigma): a expressão teológica designa o 
anúncio da Boa Nova do Evangelho, feito pelos apóstolos 
para anunciar aos crentes quem era Jesus e por que eles 
eram chamados à conversão e ao batismo. O kerigma 
indica o conteúdo primeiro da pregação de nossa fé, o 
anúncio do fato de nossa salvação, anunciado por Jesus.
33) Logos: “palavra” ou “verbo”, em grego. Aplicado a Jesus, 
indica o que pré-existia junto a Deus, encarnou-se no 
seio de Maria, está glorificado à direita do Pai e o Senhor 
e Salvador nosso.
34) Messias: (em hebraico), Cristo (em grego) foi o termo 
usado normalmente para indicar o "ungido" esperado 
escatologicamente como salvador. Depois foi atribuído 
a Jesus.
35) Monofisismo: doutrina do monge Eutiques que afirma-
va uma única natureza em Cristo. Tal doutrina foi conde-
nada no Concílio de Calcedonia.
© Cristologia24
36) Monotelismo: heresia condenada no III Concílio de 
Constantinopla (seculo 8º), que afirmava existir apenas 
uma vontade em Cristo, a divina, anulando assim a von-
tade humana de Jesus – o que caracterizaria uma falsa 
humanidade em Jesus.
37) Pessoa Divina: considera-se que a Trindade Santa é for-
mada pelas três pessoas divinas, Pai, Filho e Espírito San-
to. Cada uma dessas Pessoas Divinas está relacionada às 
outras duas, mas tem a mesma substância divina, mas 
mantém uma relação quer como Pai, quer como Filho 
etc. O conceito de pessoa divina tem analogia, mas não 
se identifica com o conceito de pessoa humana.
38) Preexistência: (de Jesus): referência que se faz à pessoa 
divina de Jesus, que existia desde toda a eternidade, jun-
to com o Pai e o Espírito Santo, e que se encarnou como 
humano no seio de Maria. A preexistência não significa 
nenhuma possibilidade de Jesus ter sido criado antes dealgo ou de alguém. Sua vida é eterna como a do Pai e do 
Espírito.
39) Redenção: (redentor) ação salvadora e libertadora atri-
buída a Jesus. Alguns autores enfatizam a "redenção" 
como a dimensão própria auferida pela morte de Jesus 
na cruz – o que enfatizaria o aspecto negativo da sal-
vação (salvação dos pecados). A salvação, em sua di-
mensão positiva, seria a conquista da vida eterna feliz 
em Deus, para o que Jesus é o "caminho, a verdade e a 
vida"). A contraposição desses dois conceitos, para mui-
tos, está em que a redenção é pertinente à questão dos 
pecados, enquanto a salvação se refere à plena realiza-
ção da pessoa.
40) Sinótico(s): referente aos evangelhos de Marcos, Ma-
teus e Lucas, que mantêm entre si uma visão capaz de 
criar uma visão de conjunto sobre Jesus, o mais aproxi-
mado possível da realidade por ele vivida.
41) Sotereologia: doutrina que enfatiza o papel salvífico de 
Jesus no Plano divino da criação. Jesus veio para nos con-
duzir à vida plena, ensinando-nos o caminho de Deus.
42) Substância (em grego "ousia"): aquilo que existe em si, 
o suporte para a existência pessoal e que não depende 
25
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
de outra pessoa ou objeto. O que lhe é próprio e não 
acidental. É a essência do ser.
43) Subordinacionismo: teologia rejeitada pela Igreja, por 
afirmar a subordinação de natureza e não a igualdade 
entre o Filho e o Pai.
44) União Hispostática: conceito cristológico que afirma a 
plena e total unidade das naturezas divina e humana 
em Jesus – sem divisão e nem separação, sem mistura e 
nem confusão. Jesus, por causa da união hipostática, é 
um e o mesmo Deus e homem. É um conceito importan-
te porque privilegiar demais a dimensão divina sobre a 
humana, ou vice-versa, descaracteriza a pessoa de Jesus. 
O único sujeito, Jesus Cristo, tem em si e ao mesmo tem-
po as naturezas divina e humana.
45) Verbo: aplicado a Jesus, significa ser ele preexistente 
como a “Palavra do Pai”, o Logos.
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você 
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o 
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o 
seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas 
próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre 
os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais com-
plexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na or-
denação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em es-
quemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhe-
cimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos peda-
gógicos significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. 
© Cristologia26
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
 Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é 
você o principal agente da construção do próprio conhecimento, 
por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações in-
ternas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por ob-
jetivo tornar significativa a sua aprendizagem, transformando o 
seu conhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, 
estabelecendo uma relação entre aquilo que você acabou de co-
nhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo 
(adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/eduto-
ols/mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 
11 mar. 2010). 
27
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
 
 
JESUS, VERBO 
ENCARNADO 
Preexistente 
Um da 
Trindade: 
O Verbo 
Eleito para 
ser o 
Salvador 
Humanidade: 
Criada para a 
Glória de Deus 
Históricas de: 
- aliança 
- Reino de Deus 
- messianismo 
Escatológicas de: 
- criação 
 - santificação 
- consumação 
Relações salvíficas 
Desde a origem 
à plenitude dos 
tempos (Maria) 
A história 
humana de Jesus 
“Pro Deo” 
“Pro Nobis” 
Obediente e fiel 
Orante 
Pelos outros 
Morte 
Ressurreição 
Jesus Exaltado à 
direita do Pai 
Verdadeiro Deus Verdadeiro Homem 
Um e o Mesmo 
Dois modos de agir Duas vontades 
LOGOS ANTROPOS 
(União hipostática) 
No plano de Deus 
Primogênito 
dentre os mortos 
Consumador da 
criação 
Modelo de “adão” 
(homem) perfeito 
Realizador das 
aspirações humanas 
EMANUEL 
Deus conosco e para nós 
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Cristologia. 
Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre 
© Cristologia28
um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, o conceito cen-
tral da cristologia é o próprio Jesus, Verbo encarnado donde pro-
cedem todos os demais conceitos, como a preexistência e a con-
sumação do ser humano e do cosmos, que passa pelos conceitos 
de homem perfeito e Deus perfeitos, que por sua vez se unem no 
conceito de união. 
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EAD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser 
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. 
 Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a fé e a pastoral pode ser uma forma de você 
avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução de ques-
tões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando 
para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma 
maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir 
uma formação sólida para a sua prática profissional. 
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões 
autoavaliativas de múltipla escolha.
As questões de múltipla escolha são as que têm como respos-
ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
29
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res-
posta uma interpretação pessoal sobreo tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos estudados, pois relacionar aquilo que está no campo visual 
com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, 
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É 
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e 
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se 
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a 
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, 
uma capacidade que nos impele à maturidade. 
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade 
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
© Cristologia30
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.
EA
D
Introdução à Cristologia 
1
1. OBJETIVOS
• Analisar o âmbito e o conceito de cristologia. 
• Identificar as grandes etapas do estudo cristológico.
• Caracterizar as dificuldades e oportunidades atuais da 
cristologia.
2. CONTEÚDOS 
• Ponto de partida e conceito de cristologia.
• Desenvolvimento histórico da cristologia. 
• Oportunidades e dificuldades em cristologia. 
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
© Cristologia32
1) Leia os livros da bibliografia indicada, para que você am-
plie e aprofunde seus horizontes teóricos. Esteja sempre 
com o material didático em mãos e discuta a unidade 
com seus colegas e com o tutor. 
2) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli-
citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de 
Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades 
deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu 
desempenho.
3) Para saber mais, leia os quatro discursos de Pedro nos 
Atos dos Apóstolos.
4) Revistas semanais como Veja, Superinteressante, Isto é, 
em geral trazem informações baseadas no "Jesus Semi-
nar" – cuja única preocupação é com o Jesus da história, 
não com o Cristo da fé nem mesmo com Jesus Cristo cri-
do pelas Igrejas. 
5) Entre os teólogos que afirmam a continuidade de Je-
sus no judaísmo encontram-se John D. Crossan e Marcos 
Borg. No grupo que privilegia a descontinuidade com a 
tradição judaica estão E. P. Sanders, Geza Vermes, John 
P. Méier.
6) Independentemente desta terceira fase (Thrid Quest 
sobre o Jesus histórico), na cristologia contemporânea 
surgem novos e fascinantes temas, como o Cristo Cósmi-
co e a cristologia pluralista. Veja sobre este assunto o in-
teressante número 326 – 2008/3 da CONCILIUM, Revista 
Internacional de Teologia, intitulado: Jesus como Cristo: 
o que está em jogo na cristologia?
7) Para aprofundar o estudo da história da cristologia, leia 
o verbete “história da cristologia” in: LACOSTE, Jean-
-Yves. Dicionário crítico de teologia. São Paulo: Paulinas 
- Loyola, 2004, p. 480-491.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, você terá a oportunidade de conhecer a 
história da cristologia, seu ponto de partida e seu conceito, bem 
como as dificuldades e oportunidades que ela propõe. 
33
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Cristologia
Vale ressaltar que a cristologia, como todas as outras discipli-
nas teológicas, pressupõe e exige a fé. Estudar Jesus Cristo, aqui, 
não quer dizer encontrá-lo como um líder (político ou religioso), 
fundador de religião ou personalidade mais conhecida do mundo. 
Tão pouco, vamos encontrá-lo a partir da piedade devocional. Ele 
é o Messias, Filho de Deus vivo que viveu na Palestina, passou fa-
zendo o bem e hoje continua sendo irmão e Senhor de todos os 
homens e mulheres. 
Bom estudo! 
5. PONTO DE PARTIDA E CONCEITO DE CRISTOLOGIA
A cristologia é o tema central da teologia. A comunidade e 
a fé cristã não se constituem por meio de uma religião ou de uma 
moral, nem mesmo de um conjunto de doutrinas. O centro do cris-
tianismo e, por consequência, da cristologia, está na pessoa de Je-
sus Cristo. Uma pessoa viva, que é o revelador definitivo de Deus e 
do ser humano. Ele é o fundamento e o conteúdo da fé, a origem 
e o sentido da existência humana. É o Filho do Altíssimo que assu-
miu, em si, a carne humana, vivendo como um de nós. 
Desse modo, toda a teologia, a fé e a comunidade eclesial são 
determinadas pela compreensão de "quem é Ele, para Deus e para 
nós". Não há nenhum outro fundamento (cf. 1Cor 3,11; Mc 12,10ss) 
e orientação de fé, senão Ele. Assim, para compreender Deus, o ser 
humano, o mundo, a igreja, a revelação, a fé, a graça, a salvação, a 
eternidade etc., Ele é o "caminho", o mediador radical, mesmo que 
não seja a meta final (que é o Reino de Deus ou Deus mesmo).
Para tanto, salientamos que a cristologia é o centro da teolo-
gia. É ela o ponto de partida, sem ser a totalidade da teologia. Ela 
é como o centro donde partem os raios de uma roda de bicicleta.
A palavra “cristologia” foi usada pela primeira vez, em 1624, como 
título do livro de B. Messneir, Christologiae sacrae disputationes. 
© Cristologia34
A história pessoal de Jesus Cristo é a referência permanente 
e o ponto de partida da cristologia. Ela abrange a vida, a mensa-
gem, as ações e o destino (morte e ressurreição) de Jesus, conta-
dos à luz da páscoa. Não é a pura biografia de Jesus que dá origem 
à cristologia, mas, a sua vida à luz da ressurreição – aliás, é como 
fazem os evangelhos. Dessa forma, ela passa da história dos fa-
tos para captar a consciência e o significado destes na totalidade 
de quem é Jesus, aquele que nasceu de Maria, mas veio de Deus, 
como nosso salvador. 
6. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA CRISTOLOGIA 
Como reflexão a respeito de Jesus Cristo, a cristologia tem 
início no Novo Testamento. Implicitamente, pode-se dizer que o 
próprio Jesus Cristo seria seu iniciador. Mas, as questões sobre Ele 
começaram a surgir logo após sua ressurreição, quando os discípu-
los precisaram compreender e explicar que o crucificado não era 
um fracassado, mas Deus o havia ressuscitado. 
Quantomais se propagou a vida, a mensagem e o destino 
de Jesus, mais os cristãos foram chamados a "dar as razões de sua 
fé". Assim, logo no início surgiu uma reflexão entre os judeus con-
vertidos e outra reflexão entre os cristãos de origem grega. Ambas 
queriam saber quem era Jesus, diante do crescente contato com 
o mundo greco-romano, a fim de continuarem crendo nele como 
Deus encarnado.
A expansão de Igreja levou-a a um terceiro período, que tam-
bém é conhecido como o "período de ouro da cristologia" (século 
3º ao século 7º), com os grandes Concílios de Niceia (325), Cons-
tantinopla I (381), Éfeso (431), Calcedônia (451), Constantinopla II 
(553) e III (681). Neste período se discutiriam questões de trans-
cendental importância, num período de inculturação da fé, saída 
do mundo semita para o helenismo: Jesus é verdadeiro Deus? É 
verdadeiro homem? É, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus e ver-
dadeiro homem? Como? 
35
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Cristologia
O período posterior é o da cristologia medieval. Entre os te-
mas, destacam-se: o significado (o porquê) da encarnação e a ciên-
cia (conhecimento, vontade e consciência) de Jesus. 
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
A história da cristologia medieval é bem mais desenvolvida, nesta unidade, como 
informação. E não será retomado o tema noutras unidades deste Caderno de 
Referência de Conteúdo, ao contrário dos outros. De modo geral, ela está muito 
presente no atual cotidiano das igrejas cristãs.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O período subsequente é o da cristologia escolática, em que 
se destacam duas grandes figuras: santo Anselmo (+ 1109) e santo 
Tomás de Aquino (+ 1274). 
A importância cristológica de Anselmo está em sua obra Por 
que Deus se fez homem? (Cur Deus homo?). Este livro foi traduzido 
para o português pela editora evangélica Novo Século, em 2003. 
Nesta obra e em alguns outros discursos, Anselmo faz a mais 
influente leitura ocidental da cristologia sotereológica. Esta cris-
tologia marcou todo o segundo milênio e permanece muito forte 
ainda hoje.
Anselmo propusera-se a dialogar com os judeus e muçulma-
nos sobre quem era Jesus por meio de uma lógica racional e socio-
lógica, sem apelar às Escrituras Sagradas (NT). Judeus e mulçuma-
nos não acreditam nelas.
O autor parte do contexto sociocultural de seus pretensos 
interlocutores. Vejamos: 
Assim como é, não só indigno, mas é injusto, um senhor feu-
dal perdoar a um servo que o tenha ofendido gravemente, também 
não só é injusto é indigno da parte de Deus, perdoar ao homem 
pecador. Pois, se o senhor feudal o perdoa, se tornará injusto para 
com os outros servos, além de abrir possibilidade para que eles o 
ofendam também. Por outra razão, como e com que "moral" um 
ofensor se dignará aproximar-se de seu senhor para suplicar-lhe 
o perdão? Somente um terceiro, que possa fazer a intermediação 
© Cristologia36
e ao mesmo tempo esteja comprometido com os dois lados, sem 
dever a nenhum, teria a possibilidade deste gesto de sacrifício e 
compaixão. 
Contudo, segundo Anselmo, é deste modo que Jesus se en-
carnou para poder, morrendo na cruz, restituir a honra ofendida 
de Deus e obter o perdão de Deus ao pecador.
Se desde Tertuliano (+ depois de 220) vinha se afirmando 
a dimensão sotereológica (de salvação) pela cruz, agora Anselmo 
elabora critérios teológicos suficientes para justificar a encarnação 
de Jesus.
Note-se que desde a bíblia e da patrística, há várias interpre-
tações possíveis sobre o significado "encarnatório". O predomínio 
do significado de "morte na cruz pelos pecados" avultou-se no se-
gundo milênio, o que oportunizou a artistas, dramaturgos, poe-
tas e "místicos" medievais desenvolverem tanto a espiritualidade 
quanto a devoção e a literatura centradas na cruz.
Santo Tomás de Aquino aceitou a "teoria da satisfação" de 
Anselmo, mas, propôs-se a corrigi-la num ponto fundamental. Não 
era o direito do ofendido (Deus) que se deveria levar em conta. O 
importante era a bondade de Deus, que nos amou tanto a ponto 
de nos dar seu Filho único. Deus poderia nos perdoar de diversos 
modos, mas escolheu este. A teoria de santo Tomás, mesmo acei-
ta, nem sempre foi mais utilizada que a "dramática" de Anselmo. 
É bem verdade, que antes de Tomás de Aquino, Pedro Abe-
lardo (+ 1142) já havia proposto o amor de Deus como critério da 
encarnação. Como, porém, Abelardo se fundamentou nas ideias 
de santo Irineu e a igreja no ocidente, que estava tão imbuída do 
helenismo, teve dificuldades de recepção. Tomás capitalizou a ex-
plicação mantendo a relação amor-cruz-morte.
A teoria da satisfação (anselmiana) foi a que os reformado-
res encontraram e que se tornou fundamento, não só na cristolo-
gia, mas em toda a teologia decorrente da Reforma e, até os dias 
atuais, esta teoria é muito frequente.
37
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Cristologia
Note que, na Igreja Católica, a teoria anselmiana é muito frequen-
te. Contudo, não há uma interpretação unívoca. 
Merece atenção, aqui, a cristologia da Reforma com dois 
grandes teólogos:
Lutero (+ 1504), influenciado por questões pessoais e pelo 
pessimismo agostiniano, afirmava que a ira de Deus só poderia ser 
satisfeita ou Deus só deixaria de punir, mediante o sacrifício de 
seu Filho morrendo em nosso lugar. Jesus carregou nosso pecado, 
sofreu as consequências, satisfez a Deus e obteve para nós a justi-
ficação. É assim o nosso salvador, porque é o único que pode nos 
justificar.
Calvino (+ 1504), inclusive por sua formação jurídica, enten-
deu que Cristo, oferecendo-se em sacrifício ao Pai em nosso lugar, 
como substituto nosso, obtém do Pai o perdão, pois nós nascemos 
maus e depravados. Nós nascemos da carne e por isso somos car-
ne (cf. Jo 3,6). Esta corrupção é irregenerável, mas Deus, pelos mé-
ritos de Cristo, pode salvar aqueles a que predestinou esta graça. 
Nem todos serão salvos, apenas os que Deus escolhe ou predes-
tina. Calvino também insistiu na ideia de tríplice função de Cristo: 
sacerdote, profeta e rei. 
O Concílio de Trento (1545 – 1563) não elaborou uma cris-
tologia própria. Aceitou diversas correntes da época, mas afirmou 
certas verdades de fé: a universalidade do pecado de Adão, a ne-
cessidade do batismo para a salvação, o enfraquecimento da von-
tade por causa do pecado e, sobretudo, a necessidade de Cristo 
para a salvação. 
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Por causa da cultura amartiocêntrica, nos tempos do Concílio de Trento, parece 
que a salvação era apenas questão de salvar dos pecados. 
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 
© Cristologia38
A partir do século 19, novas questões contextuais e univer-
sais oportunizaram e continuam oportunizando criativas reflexões 
teológicas sobre o significado de Jesus para todos os homens e/ou 
desde as culturas. 
Uma nova e radical questão cristológica surgiu nesse período 
e é conhecida como a questão do “Cristo da fé e o Jesus histórico”. 
A grande influência do "período de ouro da cristologia" (séculos 4º e 
8º) fazia parecer que tudo estava resolvido partindo da ontologiza-
ção de Cristo. Mas, a re-descoberta do Novo Testamento, de modo 
crescente, obrigou uma volta ao Jesus da história. Não que se en-
tendessem duas realidades distintas. Mas, a do Cristo da fé era, de 
tal modo, hegemônica que o Jesus da história "quase" desaparecia. 
A questão surgiu com o pesquisador alemão Hermann Sa-
muel Reimarus, com seu livro, não traduzido, Sobre a intenção de 
Jesus e seus discípulos e se estende até hoje. Inúmeros historiado-
res dividem três períodos desta pesquisa: 
1) Na primeira fase (de 1779 a 1913), pesquisas históricas 
começam a descobrir a história de Jesus. Descobre-se 
um Jesus "liberal", pois querem se afastar de toda "ide-
ologia" e "mistificações", seja dos textos do NT, seja do 
ensino da Igreja. Albert Schweitzer, em 1913, fez uma 
grande síntese deste período e qualificou osestudos 
como "filhos culturais" daqueles tempos em que emer-
gia uma figura que satisfizesse mais os ideais moralizan-
tes ou moralistas da humanidade.
2) A segunda fase (1913...) atém-se, até hoje, ao chama-
do método histórico-crítico. Martin Kähler cunhou as 
expressões "Cristo da fé" e "Jesus histórico", num livro 
seu de 1896, em que afirmava a necessidade de não 
separar o chamado Jesus histórico do autêntico Cristo 
bíblico. Outros autores como Rudolf Bultmann, Paul Tilli-
ch, Günther Bornkamm, Ernest Fuchs, Gerhard Ebeling e 
Joachim Jeremias também aprofundaram a questão do 
Cristo da fé e do Jesus histórico. Eles, mesmo fazendo 
suas distinções, afirmavam a necessidade de manter a 
unidade para compreender Aquele que é apresentado 
pela nossa fé.
39
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Cristologia
3) Já na terceira fase, desde 1954, continua-se a pesquisa 
histórica e procura-se desenvolver a compreensão de 
Jesus Cristo, a partir de elementos culturais paralelos 
como a influência dos documentos de Qumran, a desco-
berta de evangelhos apócrifos, o contexto sociocultural, 
político e religoso dos tempos de Jesus. Um grupo de 
estudiosos do "Jesus Seminar" (Califórnia EUA) tende a 
privilegiar, no tempo de Jesus, a descontinuidade dele 
em relação ao seu tempo. O outro grupo prefere vê-lo 
inserido em seu contexto hebraico. 
7. OPORTUNIDADE E DIFICULDADES EM CRISTOLOGIA
As históricas e grandes questões cristológicas podem ser re-
sumidas em três: a humanidade de Jesus, sua divindade e a si-
multaneidade divina e humana. No entanto, há outra questão im-
portante: o lugar da compreensão de Jesus. Neste sentido, fala-se 
muito, hoje, de Jesus histórico e do Cristo da fé, da cristologia de 
cima ou de baixo, da cristologia cósmica e da exaltação. 
Esta discussão surge partindo ora da dimensão divina que 
pré-existe e se encarna na terra, ora da história de Jesus nascido 
de Maria, na Galileia. Uma faz o caminho inverso da outra. Seus 
autores constroem inúmeros argumentos para demonstrar a cer-
teza de seu ponto de vista. A verdade cristológica exige que as 
duas se completem. Uma não é completa sem a outra. 
A grande tensão na cristologia e na fé cristã em geral é con-
ciliar a humanidade e a divindade de Jesus. Por causa do ponto 
de partida, há excessos e/ou insuficiências que levam a considerar 
demais a humanidade, esquecendo a divindade ou vice-versa. Esta 
dificuldade – natural, por sinal – só é real porque estudar, conhe-
cer, amar e seguir Jesus têm muitas faces. 
Jesus Cristo não é uma pessoa linear, de um esquema só. Sua 
riqueza sempre ultrapassa um ponto de vista. Não é em vão que 
no NT aparecem vários modelos de análise cristológica. Nenhum 
© Cristologia40
deles é completo sem os outros. Esta sabedoria bíblica com frequ-
ência é esquecida ou desvalorizada entre os teólogos.
Outra dificuldade foi a grande ontologização de Jesus. Quer 
dizer, os "séculos de ouro" produziram uma riquíssima e feliz re-
flexão sobre o "ser de Jesus em si". Ao procurar compreender 
"quem é Jesus", responderam muito mais "o que é Jesus". Então, 
por meio de uma linguagem altamente sofisticada, muitas vezes 
só compreendida por especialistas, estabeleceram diversas expli-
cações, donde se originaram os dogmas cristológicos.
A modificação do modo de viver, sobretudo a partir da re-
volução industrial, do avanço da tecnologia e das ciências, atingiu 
o modo medieval de compreender quem é Jesus. Novas culturas, 
que não só as europeias, também pedem novos estudos, exigem 
novas apresentações eclesiais e teológicas sobre Jesus. 
Mas, sobretudo, com a descristianização dos povos e a perda 
da hegemonia dos cristãos, tem sido mais difícil "dar as razões da 
fé" em Jesus Cristo. 
Os tempos atuais urgem novas maneiras de seguir a Jesus 
e relacionar-se com Ele. A experiência pessoal, grupal e da comu-
nidade de fé procura nova abertura para o mistério de Deus, do 
mundo, dos seres humanos etc. Esta renovação passa pela com-
preensão de quem é Jesus. Ele é o caminho. A cristologia tradi-
cional, mesmo sem perder seu valor, vai dando à luz cristologias 
plurais, capazes de sustentar a fé dos crentes nas novas situações 
humanas e culturais. 
É importante perceber que Jesus Cristo é o mesmo sempre. Mu-
dam-se os tempos, as culturas e os modos de compreendê-lo.
A reflexão teológica sobre Jesus tem, então, a tarefa de co-
municar, de modo construtivo, o significado da história e da pessoa 
de Jesus, sem nunca perder de vista as cristologias neotestamen-
tárias. Todavia, deve-ser ter presente, também, a longa história da 
dogmatização como fonte e certeza da verdade da fé.
41
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Cristologia
Na história dos dogmas encontra-se uma adequada escola 
para evitar concepções erradas sobre o Filho de Deus, que se fez 
nosso irmão para nossa salvação. Ele, o Senhor dos vivos e dos 
mortos, é, contudo, uma pessoa viva e histórica e só Nele está a 
nossa salvação. Por isso, a cristologia, que tem como normativo o 
NT e é guarda do patrimônio da tradição e do dogma, atualiza-se, 
ao mesmo tempo, como ciência (conhecimento) e como vivência 
(experiência) da fé. 
A tarefa e as novas possibilidades da cristologia permane-
cem, ao clarificar, hoje: 
a) o significado da história do crucificado/ressuscitado;
b) a relação singular de Jesus com Deus, como seu Pai;
c) a unidade com o Pai e o Espírito Santo;
d) a relação de Cristo com todos os homens;
e) o sentido da história e do mal;
f) a salvação para todos os seres humanos, conforme o 
plano de Deus. 
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos, neste tópico, que você procure responder às 
questões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta uni-
dade, bem como que as discuta e as comente.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
testar seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder 
a essas questões, procure revisar os conteúdos estudados para 
sanar suas dúvidas. Este é o momento ideal para você fazer uma 
revisão do estudo desta unidade. Lembre-se de que, na Educação 
a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma coo-
perativa e colaborativa. Portanto, compartilhe com seus colegas 
de curso suas descobertas.
Confira, na sequência, as questões propostas para verificar 
seu desempenho no estudo desta unidade:
© Cristologia42
1) Por que entender que Jesus Cristo é o ponto de partida de toda a teologia 
cristã, particularmente da cristologia? 
2) Quais são os grandes períodos da história da cristologia?
3) Qual a ideia básica de Santo Anselmo para compreender quem é Jesus Cris-
to?
4) Por que a cristologia continua apresentando novas ideias teológicas sobre 
quem é Jesus Cristo?
5) Cite alguns novos temas da cristologia.
6) A partir do que você estudou, como conceitua “cristologia”?
Elabore suas respostas em seu caderno para verificar sua com-
preensão, e depois confira com o texto.
9. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, você se deparou com a problemática não de 
Jesus, mas da cristologia. Entre as questões, surgiu a diversidade 
de cristologias, já no NT, as tensões entre as teorias sobre Deus 
e o homem, o lugar da cristologia, bem como o papel do dogma 
cristológico, suas dificuldades e possibilidades atuais. 
A grande transformação da(s) cristologia(s) atual(ais) é o seu 
reencontro com a soteriologia, a qual é o estudo da ação e signifi-
cado salvíficos de Cristo para nós. Verbo de Deus que se fez huma-
no, entre nós e conosco, é enviado do Pai para nos mostrar quem 
somos (você deve recordar, aqui, seus estudos de Antropologia 
Teológica) e nos levar à salvação, à realização plena. Para anun-
ciar isso, Jesus falou da Boa Nova do Reino de Deus, “passou pelo 
mundo fazendo o bem” (At 10,38), mas foi morto na cruz. O Pai o 
ressuscitou e o constituiu Senhor nosso, colocando-o à sua direita. 
Contudo, a cristologia re-descobre a soteriologia e faz o dis-
curso sobre Aquele nosso irmão que foi constituído como nosso 
salvador.43
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Cristologia
Já na próxima unidade, iremos aprender sobre o AT como 
base e fundamento da cristologia neotestamentária, as experiên-
cias salvíficas, Jesus de Nazaré, sua história e sua atuação, e, tam-
bém, o homem Jesus e a atuação de Jesus diante dos outros.
Até lá! 
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KESSLER, H. Cristologia. In: SCHNEIDER, T. (Org.). Manual de dogmática. Petrópolis: 
Vozes, 2002, v. I.
MARTIN, R. Jesus, relato histórico de Deus. Cristologia para viver e rezar. São Paulo: 
Paulinas, 1997. 
RAUSCH, T. Quem é Jesus? São Paulo: Santuário, 2006.
SERENTHA, M. Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre. Ensaio de cristologia. São Paulo: 
Salesiana, 1986.
LACOSTE, J.Y. Cristo/cristologia. In: Dicionário crítico de Teologia. São Paulo: Paulinas - 
Loyola, 2004. 
Claretiano - Centro Universitário
EA
D
Jesus, desde a História 
Bíblica da Salvação
2
1. OBJETIVOS 
• Identificar ideias, fatos e pessoas como fundamento e ori-
gem no Antigo Testamento, para a cristologia e a sotereo-
logia neotestamentária.
• Situar e compreender Jesus, filho de Maria e de Deus, a 
partir da Bíblia.
• Analisar a atuação de Jesus no contexto histórico, para 
melhor identificá-lo.
2. CONTEÚDOS
• O Antigo Testamento como base e fundamento da cristo-
logia neotestamentária. 
• As experiências salvíficas, no Antigo Testamento.
• Jesus de Nazaré: sua história e sua atuação. 
• O homem Jesus. 
• A atuação de Jesus diante dos outros.
© Cristologia46
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Para você saber mais sobre o que estamos estudando 
nesta unidade, leia: Is 42,1-9; 49,1-6; 50, 4-9; 52,13; 
53,12. 
2) Entre os inúmeros autores atuais que descrevem o Jesus 
histórico, você pode consultar mais diretamente: MAG-
NANI, G. Jesus construtor e mestre: novas perspectivas 
sobre seu ambiente de vida. Aparecida: Santuário, 1998, 
p. 180-185
3) Para se aprofundar mais, leia a concepção de Reino de 
Deus, em MOLTMANN, Jürgen. Quem é Jesus para nós 
Hoje? Petrópolis: Vozes, 1997. 
4) Você pode aprofundar o tema dos milagres de Jesus em 
diversas obras de teologia e/ou de bíblia neotestamen-
tária. Recomendamos, porém, um texto bem interessan-
te: RAUSCH, Thomas. Quem é Jesus? Uma introdução à 
cristologia. Aparecida: Santuário, 2006, p. 151-154.
5) Sugerimos que você leia o capítulo “Uma história de li-
berdade”, em FORTE, Bruno. Jesus de Nazaré, a história 
de Deus, o Deus da história. São Paulo: Paulinas, 1985, 
p. 242-274. 
6) Para saber mais sobre os fariseus, leia: As sete espécies 
de fariseus, em SAUNIER, Christiane; ROLLAND, Bernard. 
Palestina no tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, 
p. 80. 
7) Veja as inúmeras informações sobre o "sinédrio", no 
Índice de nomes, assuntos e obras fundamentais, em 
THEISEN, Gerd; MERZ, Annette. O Jesus histórico: um 
manual. São Paulo: Loyola, 2002, p. 650.
8) O tema da família de Jesus, em interessante abordagem, 
você encontra em MAGNANI, Giovanni. Jesus, constru-
tor e mestre: novas perspectivas sobre seu ambiente de 
vida. Aparecida: Santuário, 1998, p. 241-257.
47
Claretiano - Centro Universitário
© U2 - Jesus, desde a História Bíblica da Salvação
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Esta unidade quer aproximar você, criticamente, dos textos 
bíblicos para perceber os profundos significados cristológicos sub-
jacentes. Jesus de Nazaré é um ser humano, datado e localizado 
no povo e na tradição judaicos e, fora disto, não pode ser com-
preendido. Imagine se Ele tivesse nascido na Espanha, durante a 
inquisição. 
O AT, além do próprio significado histórico-salvífico em si, 
prepara a vinda de Jesus e vai confirmá-la. Aliás, o próprio Jesus 
fez isto para que os discípulos de Emaús o reconhecessem (cf. Lc 
24,36ss).
Mesmo não sendo os evangelhos uma história de Jesus, é 
possível, hoje, identificá-la a partir daqueles textos e reconstruir 
sua vida, paixão e morte. Ao mesmo tempo, pode-se descobrir 
como Jesus situou-se diante de Deus, da sociedade e da religião 
judaica.
É, porém, só à luz da ressurreição que se pode identificar 
o significado de Jesus diante de Deus e da humanidade, como 
"Aquele maldito que foi aceito e glorificado por Deus". É a ressur-
reição que dá o sentido da fé cristã e lança luzes para a compreen-
são de quem foi e é Jesus. 
Os sinóticos apresentam uma cristologia desde a história de 
Jesus, o homem que foi exaltado por Deus. João e Paulo acentuam 
a origem cósmica de Jesus (mesmo não esquecendo sua história 
terrena). Estes cinco textos elaboram cristologias fundadas no es-
pírito pascal, mas com características tão peculiares que as tornam 
distintas umas das outras. 
Neste momento é importante que você reflita sobre se o que você 
sabe em relação a Jesus está realmente fundamentado na Bíblia 
ou a Igreja descobriu “a posteriori”:
a) Alguns escritores dizem que a Igreja transformou o Jesus his-
tórico em Deus. Outros afirmam que o judeu Jesus foi romani-
zado e/ou ocidentalizado. Isto tem algum fundamento?
© Cristologia48
b) Você consegue descobrir, nos evangelhos, diferentes identida-
des de Jesus?
c) Com os evangelhos, pode-se escrever uma biografia de Jesus?
Temos certeza de que conhecer Jesus, a partir da Bíblia, é 
uma aventura apaixonante e inesgotável e que, após o estudo des-
ta unidade, você será mais apaixonado por Ele e sua fé vai apare-
cer mais fundamentada. 
Bom estudo! Aproveite e aprofunde seus conhecimentos.
5. ANTIGO TESTAMENTO COMO BASE E FUNDAMEN
TO DA CRISTOLOGIA NEOTESTAMENTÁRIA
Para compreender Jesus, você deve introduzir-se na pers-
pectiva vivida pelos hebreus do Antigo Testamento. É necessário 
entender valores existenciais por eles vividos, que pertencem aos 
mistérios de Deus e do ser humano, mas vão se tornar mais claro 
à medida que entendemos quem é Jesus. Uma leitura temática 
do Antigo Testamento, mesmo sem ser exaustiva, abrirá caminhos 
para a percepção do contexto espiritual em que Jesus nasceu, vi-
veu, morreu e ressuscitou. 
Jesus creu em Deus como um judeu, não como um grego ou 
brasileiro. É desde a longa tradição de seu povo onde nasceu, que 
Ele viveu, creu e morreu. O momento histórico de sua vida não era 
o melhor da história do Povo Eleito. Todavia, este tempo estava 
"carregado" pela longa tradição de bênçãos divinas: alianças e li-
bertações, de pecados humanos e de expectativas messiânicas. No 
Novo Testamento chamou a tal tempo de “plenitude dos tempos” 
(cf. Gal 4,4).
O judaísmo bíblico sempre interpretou os fatos presentes à 
luz do passado. Por isto foi capaz de aliar-se com Deus, corrigir-
-se de seus erros e ter só em Deus sua confiança. Neste contexto, 
nasceu e viveu Jesus. É preciso buscar algumas características da 
história judaica para compreendê-lo mais corretamente. 
49
Claretiano - Centro Universitário
© U2 - Jesus, desde a História Bíblica da Salvação
O judeu Jesus de Nazaré foi alguém profundamente imbuído 
de religiosidade de seu povo. Sua história está moldada por cos-
tumes, leis, profecias, orações e tradições em que até o nome de 
Deus se evitava pronunciar, por reverência. Jesus respeitou a Torá, 
não veio para modificá-la (cf. Mt 5,17). O que não significa que 
não tenha tido uma postura crítica diante das leis e costumes de 
seus contemporâneos. Afinal, grande parte deles criou tradições e 
costumes, a Halaká que atentava contra o espírito das Escrituras. 
Halaká: Em hebreu, “caminhos, proceder, norma”. Entre os judeus, 
a interpretação da escritura, particularmente da Lei, com múltiplas 
e detalhadas normas de proceder. Estavam afixadas na Halaká. 
Na Torá, encontrava-se a própria Palavra de Deus. 
Foi Jesus mesmo quem indicou o método de interpretar 
sua história "segundo as Escrituras" (cf. Mc 14,49; Lc 24,44; 1Cor 
15,3ss), quer dizer: na tradição da fé e da esperança de Israel. In-
terpretar Jesus "segundo as Escrituras" não significa encontrar tex-
tos óbvios e cronologicamente

Continue navegando