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NEM TUDO 
O QUE RELUZ 
ÉOURO
As heresias históricas não morreram ou desapare­
ceram. Cada geração possui sua própria cota delas. 
As versões modernas continuam a atormentar as 
igrejas e a minar as boas novas de Jesus.
Heresias como pelagianismo, semipelagianismo e 
teologia da prosperidade, estão presentes até hoje, 
muitas vezes disfarçadas com novas roupagens, tra­
zendo confusão e engando para muitas igrejas.
Para proteger nossas congregações de suas nefas­
tas influências, nada melhor do que educá-las sobre 
as verdades bíblicas e teológicas acerca da pessoa 
de Jesus, de Deus e acerca da salvação.
Para mais informações
J Ç O E 5
SÍBUCAS
Aluno I 1° Trimestre de 2025 
Comentarista: Esequias Soares
SUMARIO
Em Defesa da Fé Cristã
Combatendo as Antigas Heresias 
que se Apresentam com Nova Aparência
Lição 1 - Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja 3
Lição 2 - Somos Cristãos 8
Lição 3 - A Encarnação do Verbo 1 3
Lição 4 - Deus É Triúno 18
Lição 5 - Jesus é Deus 23
Lição 6 - 0 Filho É igual com o Pai 27
Lição 7 -A s Naturezas Humana e Divina de Jesus 3i
Lição 8 - Jesus Viveu a Experiência Humana 36
Lição 9 - Quem É o Espírito Santo 41
Lição 10 - 0 Pecado Corrompeu a Natureza Humana 46
Lição 1 1 - A Salvação não É Obra Humana 50
Lição 1 2 - A Igreja Tem uma Natureza Organizacional 55
Lição 13 - Perseverando na Fé em Cristo 60
CPAD
Presidente da Convenção Geral 
das Assembléias de Deus no Brasil
José Wellington Costa Junior
Presidente do Conselho Administrativo
José Wellington Bezerra da Costa
Diretor Executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza
Gerente de Publicações
Alexandre Claudino Coelho
Consultor Doutrinário e Teológico
Elienai Cabral
Gerente Financeiro
Josafá Franklin Santos Bomfim
Gerente de Produção
Jarbas Ramires Silva
Gerente Comercial
Cícero da Silva
Gerente da Rede de Lojas
João Batista Guilherme da Silva
Gerente de TI
Rodrigo Sobral Fernandes
Gerente de Comunicação
Leandro Souza da Silva
Chefe do Setor de Educação Cristã
Marcelo Oliveira
Chefe do Setor de Arte & Design
Wagner de Almeida
Editor
Marcelo Oliveira
Revisora
Verônica Araújo
Projeto Gráfico
Leonardo Engel I Marlon Soares
Diagramação e Capa
Leonardo Engel
Av. Brasil, 34-401 - Bangu 
Rio de Janeiro - RJ - Cep 21852-002 
Tel.: (21) 2406-7373 
www.cpad.com.br
Prezado(a) aluno(a),
0 propósito deste trim estre traz uma 
natureza apologética. Na revista Lições 
Bíblicas Adultos que você tem em mãos, 
estudaremos as mais importantes afir­
mações da nossa fé, abordaremos os 
movimentos heréticos e históricos que 
procuraram negar essas afirmações, os 
responderemos do ponto de vista bíblico 
e mostraremos como esses falsos ensi­
nos se mostram hoje para perturbar a 
fé dos santos.
As heresias atuais nem sempre se apre­
sentam como um Movimento Sistemático 
em que seus erros podem ser reconhecidos 
de maneira clara. Hoje, elas se apresentam 
de maneira sutil e, até mesmo, simpática.
Contudo, os estudantes sérios da Bíblia, 
bem como da história da Igreja, sabem 
que esses movimentos heréticos contem­
porâneos repetem as mesmas heresias 
da antiguidade, porém, a partir de um 
método novo, de uma roupagem nova. De 
fato, não “há nada novo debaixo do sol”.
Que neste trimestre o Espírito Santo nos 
faça discernir os ensinos heréticos contra 
o depósito de nossa fé!
Deus te abençoe!
José Wellington Bezerra da Costa 
Presidente do Conselho 
Administrativo
Ronaldo Rodrigues de Souza
Diretor Executivo
http://www.cpad.com.br
LIÇAO 1
5 de Janeiro de 2025
QUANDO AS HERESIAS 
AMEAÇAM A UNIDADE 
DA IGREJA
TEXTO ÁUREO
“Amados, procurando eu VERDADE PRÁTICA
escrever-vos com toda a Heresias são crenças e
diligência acerca da comum práticas contrárias ao
salvação, tive por necessidade pensamento bíblico que
escrever-vos e exortar-vos a distorcem os pontos principais
batalhar pela fé que uma vez foi 
dada aos santos.” (Jd 3)
da doutrina bíblica.
L E IT U R A D IÁ R IA
Segunda - Mt 7.15
0 cuidado para não ser 
enganado(a) pela aparência 
Terça - 1 Co 11.19 
As heresias podem ser internas, 
causando divisão na igreja 
Quarta - Fp 1.16 
O apóstolo Paulo foi chamado 
para defender o Evangelho
Quinta - Tt 1.9
Admoestando com a sã doutrina
para convencer os contradizentes
Sexta - Tt 3.10
Não insistir com 0 herege
contumaz
Sábado - Hb 6.1, 2
Nunca deixar de observar os
fundamentos da fé cristã
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS * ALUNO 3
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 20 .28 -31; l Pedro 3.15,16; 2 Pedro 2 .1-3
Atos 20
28 - Olhai, pois, por vós e por todo 0 rebanho 
sobre que 0 Espírito Santo vos constituiu 
bispos, para apascentardes a igreja de Deus, 
que ele resgatou com seu próprio sangue.
29 - Porque eu sei isto: que, depois da 
minha partida, entrarão no meio de vós 
lobos cruéis, que não perdoarão 0 rebanho.
30 - £ que, dentre vós mesmos, se levan­
tarão homens que falarão coisas perversas, 
para atraírem os discípulos após si.
31 - Portanto, vigiai, lembrando-vos de 
que, durante três anos, não cessei, noite e 
dia, de admoestar, com lágrimas, a cada 
um de vós.
l Pedro 3
15 - antes, santificai a Cristo, como Se­
nhor, em vosso coração; e estai sempre 
preparados para responder com mansidão 
e temor a qualquer que vos pedir a razão 
da esperança que há em vós,
16 - tendo uma boa consciência, para que, 
naquilo em que falam mal de vós, como 
de malfeitores, fiquem confundidos os que 
blasfemam do vosso bom procedimento 
em Cristo.
2 Pedro 2
1 - £ também houve entre 0 povo falsos 
profetas, como entre vós haverá também 
falsos doutores, que introduzirão encober­
tamente heresias de perdição e negarão 
0 Senhor que os resgatou, trazendo sobre 
si mesmos repentina perdição.
2 - £ muitos seguirão as suas dissoluções, 
pelos quais será blasfemado 0 caminho 
da verdade;
3 - e, por avareza, farão de vós negócio 
com palavras fingidas; sobre os quais já 
de largo tempo não será tardia a sentença, 
e a sua perdição não dormita.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
H eresias são crenças e práticas 
contrárias ao pensamento bíblico, pois 
elas distorcem os pontos principais da 
doutrina cristã, confrontam 0 Cristia­
nismo Histórico e criam um problema 
para as igrejas e as famílias. As heresias 
da atualidade são as mesmas da anti­
guidade, mas com uma roupagem nova, 
que foram rejeitadas pelos apóstolos e 
primeiros cristãos, pois “ nada há novo 
debaixo do sol” (Ec 1.9). O presente 
trim estre tem por objetivo m ostrar 
0 referencial doutrinário da fé cristã,
4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
levando-o(a) a reconhecer de longe 
as heresias. Esta primeira lição é um 
estudo sobre o problema das heresias 
nas igrejas e a nossa responsabilidade 
na defesa da fé.
I - AS AMEAÇAS DOS LOBOS 
VORAZES
l. Os cuidados pastorais (At 20.28). Os 
“anciãos” mencionados no versículo 17 
são chamados de bispos nessa passagem 
e, ao dizer que eles foram constituídos 
pelo Espírito Santo para “apascentardes 
a igreja de Deus” , mostra que eles são
JANEIRO ■ FEVEREIRO ■ MARÇO 2025
pastores. A função primordial do pastor 
é alimentar, guiar e proteger o rebanho 
(Lc 15.4-6). O Novo Testamento emprega 
essa metáfora ao tratar 0 relacionamen­
to entre pastor e rebanho na igreja. A 
exortação apostólica aos líderes da igreja 
visa proteger os irmãos e as irmãs das 
heresias e guiar todos na verdade do 
Evangelho. Esse cuidado aparece nos 
ensinos de Jesus (Mt 7.15-20).
2. “Depois da minha partida” (v.29). 
Essa expressão é uma palavra proféti­
ca, pois 0 apóstolo não está apenas se 
referindo à sua morte, mas também ao 
avanço dos hereges no seio da igreja 
depois do período apostólico, no futuro. 
Paulo usa uma linguagem metafórica 
para identificar os falsos doutrinadores, 
“ lobos cruéis” ou “ lobos vorazes” (v. 
29 - Nova Almeida Atualizada - NAA). 
O apóstolo Pedro, depois de ensinar que 
o Espírito Santo inspirou os profetas do 
Antigo Testamento (2 Pe 1.19-21), mostrou 
que a presença do verdadeiro ensino 
nem sempre é suficiente para impedir 
a manifestação do falso. Tanto que,fosse
bíblica e teologicam ente correta, a 
popularidade do termo “ mãe de Deus” 
de Cirilo impediu 0 êxito do termo e da 
explicação de Nestório. A preocupação 
dele era menos com a Mariolatria e mais 
com as idéias do Arianismo.
2. Nestorianismo. Nestório defendia 
a formulação dos pais nicenos, a divin­
dade de Cristo e a humanidade definida 
no Credo Niceno-constantinopolitano em 
381. Segundo 0 pensamento nestoriano, 
as duas naturezas de Cristo, a humana 
e a divina, eram duas pessoas. Essa foi 
a acusação contra ele. A ilustração nes- 
toriana era a comparação de marido e 
mulher serem uma “uma só carne” (Gn 
2.4). Essa alegada afirmação nestoriana 
foi considerada heresia pelo Concilio 
de Éfeso em 431, ele foi condenado por 
esse concilio que 0 declarou herege e 
0 imperador o exilou.
3. Monofisismo. O termo vem de 
duas palavras gregas monos, “ único” , 
e physis, “ natureza”. Seu principal ex­
poente foi Êutico, também conhecido 
como Eutique. Essa doutrina afirm a 
que as duas naturezas de Cristo são 
fundidas em uma só natureza am al- 
gamada. O sentido de “ am algam ar” , 
não 0 de unir, não se trata de união, 
mas mistura, fusão, assim, seria uma 
só natureza híbrida, nem totalmente 
Deus e nem totalmente homem. Essa 
doutrina foi condenada no Concilio da 
Calcedônia, em 451.
a) Ilustração. O bronze é uma liga 
de cobre e estanho, de modo que nem 
é cobre e nem estanho, mas outro me­
tal; quanto a cor verde, é uma mistura 
das cores azul e amarela. Assim como 
bronze não é cobre e nem estanho; e, 
0 verde não é azul e nem amarelo, da 
mesma forma, de acordo com Êutico, 
as naturezas de Cristo não são divina 
nem humana.
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 3
b) Resposta bíblica. Segundo a Bíblia, 
o Senhor Jesus é perfeito quanto à di­
vindade e perfeito quanto à humanidade 
(Rm 9-5; Fp 2.5-11).
4. O Concilio de Calcedônia. Essa 
form ulação teológica fala das duas 
naturezas de Cristo em uma só pessoa: 
“ as propriedades de cada natureza per­
manecem intactas, concorrendo para 
formar uma só Pessoa e subsistência; 
não dividido ou separado em duas 
Pessoas, mas um só e mesmo Filho 
Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo 
Senhor” . A encarnação do Verbo não 
é uma conversão ou transmutação de 
Deus em homem e nem de homem 
em Deus. A distinção é precisa entre 
natureza e pessoa, diz 0 documento. A 
união dessas duas naturezas é perma­
nente como resultado da encarnação. O 
documento é uma interpretação precisa 
das Escrituras (Is 9.5; Jo 10.30-37).
III - O PERIGO DESSAS HERE­
SIAS NA ATUALIDADE
1. Os monofisitas. Quando a doutrina 
monofisista foi rejeitada juntamente 
com 0 nestorianismo, houve reação. 
Jacob Baradeus (500-578), um monge 
sírio, liderou 0 grupo ,monofisista e 
preservou a tradição siro-monofisista, 
conhecida como tradição jacobita. Ele e 
seus seguidores rejeitaram a decisão do 
Concilio de Calcedônia. Quem são eles 
hoje? São as igrejas ortodoxas, cóptica, 
armênia, abissínia e jacobitas. É im ­
portante conhecer a cristologia dessa 
tradição cristã e saber como responder 
seus questionamentos, e, sobretudo, 
conservar a fé no Jesus, 0 Deus que se 
fez homem 0 Emanuel, “Deus Conosco” 
(Mt 1.23); 0 Deus “ que se manifestou 
em carne” (1 Tm 3.16).
2. O kenoticismo. Do verbo grego 
kenoõ, significa “ esvaziar” (Fp 2.7). A
doutrina kenótica afirm a que Jesus, 
enquanto esteve na Terra, esvaziou 
a si m esm a dos atributos divinos. 
São duas linhas principais, o Verbo 
possu ía os atributos d ivin os, mas 
escolheu não os usar; e, as prerroga­
tivas da deidade foram usadas, mas 
na submissão do Pai e na direção do 
Espírito Santo. Entendemos que, sem 
atributos divinos, Jesus é menos que 
Deus. O kenosis é 0 “esvaziamento” de 
Cristo. Isso foi uma condição para o 
seu messiado e por isso Ele abriu mão 
de sua glória celeste (Jo 17.5). Jesus 
revelou sua natureza divina quando 
esteve na Terra, Ele agiu como Deus, 
pois perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 
7.48), recebeu adoração (Mt 8.2; 9.18; 
15.25; Jo 9.38), repreendeu a fúria do 
mar (Mt 8.26, 27; Mc 4.39). Somente 
Deus tem esse poder (Sl 65.7; 89.9).
3. Mariolatria. O catolicismo romano 
adotou 0 termo “ mãe de Deus” de Cirilo, 
ou seja, um pensamento antibíblico 
que se desenvolveu numa teologia e 
permanece até hoje por conta da sua 
popularidade. Com isso aprendemos que 
o que parece certo e a escolha popular 
nem sempre representam a verdade 
(At 8.9-11).
CONCLUSÃO
O Concilio de Calcedônia em 451 
reafirma os dois concílios anteriores, 0 
de Niceia, em 325, e 0 de Constantinopla, 
em 381, ratificando os credos produzidos 
por esses conclaves gerais e estabeleceu 
definitivamente as duas naturezas de 
Cristo. A melhor maneira de se proteger 
dessas, e de outras heresias, é conhecer 
bem no que acreditamos, os ensinos 
oficiais de nossa igreja e seus respectivos 
fundamentos bíblicos. Isso serve como 
nosso referencial quando nos deparamos 
com doutrinas inadequadas.
34 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Cite três passagens bíblicas que mostram diretamente as duas natu­
rezas de Cristo, em uma só Pessoa.
2. Qual o pensamento nestoriano sobre as duas naturezas de Cristo?
3. O que ensina o monofisismo de Êutico?
4. Quais ramos do cristianismo não reconhecem o Credo de Calcedônia e 
mantêm ainda o monofismo de Êutico?
5. Mostre como Jesus agiu como Deus, estando na Terra.
r i
VOCABULÁRIO
Conclave: reunião sacra para se discutir algo; congresso, seminário, encontro. 
^
LEITURAS PARA APROFUNDAR
JESUS
O SENHOR
segundo
O APÓSTOLO
PAULO
Uma Síntese Teológica
GORDON D. FEE
Comentário Bíblico - João
Aproveitando sua experiência no 
Judaísmo, o pastor Myer Pearlman 
empresta um sabor todo especial a 
este comentário. É um judeu falando 
daquele “que veio para o que era 
seu, e os seus não o receberam”.
Jesus o Senhor segundo o 
Apóstolo Paulo
Exegeticamente embasado e 
teologicamente sintético, este 
trabalho do reverenciado acadêmico 
pentecostal Gordon Fee fornece uma 
clara, concisa e acessível síntese dos 
ensinos de Paulo sobre Jesus.
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 35
LIÇAO 8
23 de Fevereiro de 20'Íp
JESUS VIVEU A 
EXPERIÊNCIA HUM ANA
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 4.23-25 Quinta - Lc 5.27-30
Jesus caminhava por toda a Jesus tinha vida social como
Galileia, pregando, ensinado e qualquer pessoa de sua época
curando enfermos Sexta - Jo 2.1,2
Terça - Mc 6.2,3 Jesus participou de um casamento
Jesus e sua família eram em Caná da Galileia, uma
conhecidos na cidade onde viviam celebração comum da época
Quarta - Lc 4.16 Sábado - Jo 4.7-10
A participação de Jesus no culto Jesus procurava interagir com as
nas sinagogas pessoas
j
TEXTO AUREO
“E percorria Jesus toda a Galileia, 
ensinando nas suas sinagogas, e 
pregando 0 evangelho do Reino, e 
curando todas as enfermidades e 
moléstias entre 0 povo.” (Mt 4.23)
VERDADE PRÁTICA
O Senhor Jesus Cristo teve vida 
social — amigos, parentes —, 
interagia com as pessoas, e era 
conhecido dos vizinhos e moradores 
de Nazaré, onde fora criado.
3 6 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 1.4 3 -5 1; Mateus 26.37,38 ,42
João 1
43 - No dia seguinte, quis Jesus ir àGa- 
lileia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Se­
gue-me.
44 - E Filipe era de Betsaida, cidade de 
André e de Pedro.
45 - Filipe achou Natanael e disse-lhe: 
Havemos achado aquele de quem Moisés 
escreveu na Lei e de quem escreveram os 
Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
46 - Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma 
coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: 
Vem e vê.
47 - Jesus viu Natanael vir ter com ele e 
disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, 
em quem não há dolo.
48 - Disse-lhe Natanael: De onde me 
conheces tu? Jesus respondeu e disse-lhe: 
Antes que Filipe te chamasse, te vi eu 
estando tu debaixo da figueira.
49 - Natanael respondeu e disse-lhe: Rabi, 
tu és 0 Filho de Deus, tu és 0 Rei de Israel.
50 - Jesus respondeue disse-lhe: Porque 
te disse: vi-te debaixo da figueira, crês? 
Coisas maiores do que estas verás.
51 - £ disse-lhe: Na verdade, na verdade 
vos digo que, daqui em diante, vereis 0 
céu aberto e os anjos de Deus subirem e 
descerem sobre 0 Filho do Homem.
Mateus 26
37 - E, levando consigo Pedro e os dois 
filhos de Zebedeu, começou a entriste­
cer-se e a angustiar-se muito.
38 - Então, lhes disse: A minha alma está 
cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e 
vigiai comigo.
42 - E, indo segunda vez, orou, dizendo: 
Meu Pai, se este cálice não pode passar de 
mim sem eu 0 beber, faça-se a tua vontade.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O Senhor Jesus não viveu como ana- 
coreta, ou seja, como monge ou eremita 
em retiro solitariamente, isolado da 
sociedade, e nem ensinou essa prática 
aos seus discípulos. Pelo contrário, a 
narrativa bíblica descreve que Ele teve 
vida social e religiosa. A presente lição 
pretende mostrar alguns aspectos da 
experiência humana de Cristo.
I - A EXPERIÊNCIA HUMANA 
NO MINISTÉRIO DE JESUS
1. Os debates com as autoridades 
religiosas. Os principais opositores de
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
Jesus foram os fariseus, os saduceus e 
os herodianos. Esses debates revelam o 
ensino de Jesus sobre a ética, os prin­
cípios morais e as responsabilidades 
civis que temos.
a) Os fariseus. 0 nome vem do hebraico 
prushim que significa “ separados”, porque 
não concordavam com os saduceus. De­
fendiam a tradição acima das Escrituras 
(Mt 15.3, 6) e a separação do Estado da 
religião. Eram membros do sinédrio e 
tornaram-se alvo das críticas de Jesus 
(Mt 22.15). 0 apóstolo Paulo declara que 
0 grupo dos fariseus, ao qual pertencia 
antes de sua conversão, era a mais severa 
seita do judaísmo (At 26.5; G11.14; Fp 3.5).
LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 7
b) Os saduceus. O nome vem de Za- 
doque, família que detinha o cargo de 
Sumo Sacerdote desde Salomão (lRs 2.35) 
até pouco antes do surgimento desses 
grupos. Eram, como os fariseus, uma 
facção dentro do judaísmo (At 5.17), 
alegavam aceitar apenas os cinco livros 
de Moisés, 0 Pentateuco, com certa re­
serva, pois não acreditavam em anjos, 
espíritos e nem na ressurreição (At 
23.8) e rejeitavam os demais livros do 
Antigo Testamento. Muitos deles eram 
sacerdotes, e exerciam fortes influências 
no sinédrio. Eram inimigos mortais de 
Jesus. Uniram-se aos fariseus, superando 
todos os obstáculos ideológicos a fim 
de somar as forças e matarem a Jesus.
c) Os herodianos. Eram os apoiadores 
da dinastia de Herodes, uma espécie de 
marqueteiros, buscando convencer 0 
povo para impedir um governo direto 
de Roma. Foram instituídos com inte­
resses nacionalistas e eram a favor dos 
impostos. O discurso de Jesus também 
os incomodava. Formaram conselho com 
os fariseus com o propósito de matar 
Jesus e, assim, livrar-se dEle (Mc 3.6). 
Estavam associados aos fariseus na 
questão do tributo (Mt 22.16; Mc 12.13).
2. A vida social e religiosa de Jesus. 
O Mestre participava de uma vida social 
intensa. A escolha dos seus discípulos 
como Filipe, André, Pedro e Natanael 
aconteceu num ambiente entre amigos
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
“A ENCARNAÇÃO: DEUS PÔDE SE 
TORNAR HOMEM, SEM DEIXAR DE 
SER DEUS?
A resposta a esta pergunta é ‘sim’. 
Não apenas é possível, como aconteceu, 
no tempo e no espaço. Teólogos neo- 
-ortodoxos (pensadores do século XX, 
fortemente influenciados por Karl Barth) 
dissram que a pergunta é impossível de 
responder logicamente, porque a fé é um 
paradoxo ilógico e pode ser vista somen­
te pelos olhos da fé. Em anos recentes, 
teólogos liberais negaram a realidade da 
encarnação, alegando que é um mito e não 
é verdadeira, em nenhum sentido objetivo. 
[...] Deste modo, eles consideraram um 
absurdo a declaração de que Jesus Cristo 
era plenamente Deus e plenamente hu­
mano (como tanto a Bíblia como confis­
sões históricas de cristãos afirmaram).” 
Amplie mais 0 seu conhecimento, lendo 
a Bíblia de Estudo Apologética Cristã, 
editada pela CPAD, p.1892.
3 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
(Jo 1.43-46). Os dois primeiros capítulos 
de Lucas apresentam um começo muito 
humano de Cristo, apresentando ami­
gos, vizinhos, parentes, como Zacarias, 
Isabel. Os “ filhos de Zebedeu” , João e 
Tiago (Mt 26.37), eram primos de Jesus; 
Zebedeu era um pescador da Galileia 
(Mc 1.19, 20) e marido de Salomé (Mt 
27.56; Mc 15.40), irmã de Maria, mãe 
de Jesus (Jo 19.25). Lucas descreve 0 
desenvolvimento físico e mental de 
Jesus que crescia em estatura e em sa­
bedoria (Lc 2.40, 52). Ele interagia com 
as pessoas independentemente de sua 
condição social e espiritual, “publicanos 
e pecadores” (Mt 9.10,11), “ fariseus” e 
“ a mulher pecadora” (Lc 7.37-39) e a 
mulher samaritana (Jo 4.9-15).
3. Características próprias do ser 
humano. Jesus nasceu de uma mulher, 
embora gerado pela ação sobrenatural 
do Espírito Santo. Seu nascim ento, 
contudo, foi normal e comum como 0 
de qualquer bebê (Lc 2.6-7). Ele sofreu, 
chorou e sentiu angústia (Hb 13.12; Lc 
19 .41; Mt 26.37); sentiu sono, fome, 
sede e cansaço (Mt 8.24; Jo 4.6; 19.28); 
Jesus morreu. A diferença é que, não 
ficou morto como qualquer pessoa, mas 
ressuscitou ao terceiro dia, passando 
pelo ardor da morte (1 Co 15.3-4). Ainda 
como homem, Ele dependia tanto da 
oração como também do Espírito Santo 
(Lc 4.1, 14; 5.16; 6.12). O Senhor Jesus 
Cristo, em sua experiência humana, 
participou de nossa fraqueza física e 
emocional, mas não de nossa fraqueza 
moral e espiritual (Jo 8.46; Hb 4.15).
II - HERESIAS QUE NEGAM A 
HUMANIDADE DE JESUS 
l. Apolinarismo. Apolinário foi bispo 
de Laodiceia, nasceu provavelmente em 
310 d.C. e morreu em 392. O Apolina­
rismo é a doutrina que nega que Jesus
encarnado teve espírito humano. Usando 
a linguagem teológica de Apolinário, os 
elementos constitutivos do ser humano 
são sõma, “ carne ou corpo” ; a psychê, 
“ alm a an im al” , a sede dos desejos, 
paixões, apetites; e, pneuma, “ alma 
racional”. Em relação a Jesus, dizia que 
Ele possuía um sõma humano e uma 
psychê humana, mas não um pneuma 
humano. Segundo Apolinário, 0 Verbo 
(Jo 1.1,14) teria ocupado 0 lugar da alma 
na encarnação, com isso negando que 
Jesus tivesse espírito humano.
2. Reação da igreja. A humanida­
de plena de Jesus está clara no Novo 
Testamento, que fala do corpo físico de 
Cristo (Lc 24.36-40; Jo 2.21; Hb 10.10) e 
também da alma e do espírito (Mt 26.38; 
Lc 23.46). Essa humanidade de Jesus 
é igual à nossa (Hb 2.14,17 — NTLH). 
A diferença é a sua impecabilidade. 
De modo que Ele é o verdadeiro ho­
mem (1 Tm 2.5). O Apolinarianism o 
foi declarado heresia no Concilio da 
Calcedônia em 451.
3. Monotelismo. É a doutrina cris- 
tológica do patriarca Sérgio de Constan- 
tinopla, que ensinava haver em Cristo 
uma só vontade. O termo vem de duas 
palavras gregas, monos, único”, e thelè- 
ma, “vontade, desejo”. Era uma tentativa 
de conciliar a teologia monofisita com 
o Credo de Calcedônia, que reafirmava 
as duas naturezas intactas, separadas e 
inconfundíveis em uma só pessoa, em 
Jesus. O Terceiro Concilio de Constanti- 
nopla em 681 considerou 0 monotelismo 
heresia. Reconhecemos as vontades de 
Cristo (Mc 14.36). É evidente que as ações 
de Cristo como caminhar, comer, beber, 
interagir com as pessoas são puramente 
humanas, mas são produzidas pela na­
tureza humana sob a direção divina. Ao 
perdoar pecados, era a manifestação da 
vontade de Cristo na natureza divina (Lc
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 9
5.20-22). Sofrônio, patriarca de Jerusalém, 
em 633, refutou 0 monotelismo dizendo 
que existe em Jesus duas vontades sendo 
a humana submissa à divina.
III - COMO ESSAS HERESIAS 
SE APRESENTAM NOS DIAS 
ATUAIS
1. Quais países Jesus visitou quando 
esteve entre nós? Podemos afirmar que 
Jesus visitou, durante sua vida terrena, 
três países, Egito (Mt 2.14-15), Israel, 0 
centro de suas atividades, e Fenícia, atual 
Líbano. Mas, não faltam crenças bizarras 
sobre a vida de Jesus. Não somente0 
Movimento Nova Era, mas vários grupos 
ocultistas costumam ensinar que Jesus 
esteve na índia, e os mórmons declaram 
que Ele esteve nos Estados Unidos. A 
Bíblia, porém, nada disso menciona e 
ensina-nos a rejeitarmos as fábulas (1 
Tm 4.7). Os Evangelhos não mostram 
um Jesus estranho em sua comunidade 
e muito menos um forasteiro (Mt 13.55- 
57; Jo 7.15, 27, 41, 42).
2. Jesu s era v isto como alguém 
da comunidade. Essa invenção desses
esotéricos contraria 0 relato dos Evan­
gelhos (Lc 4 .22-24), onde 0 Senhor 
Jesus é apresentado como alguém que 
era natural na comunidade de seu povo, 
Israel, e não como um estrangeiro. Sua 
maneira de viver e 0 seus ensinos refle­
tem a cultura judaica, e nada há que se 
pareça com a cultura hindu: “Não é este 
0 carpinteiro, filho de Maria e irmão de 
Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? 
E não estão aqui conosco suas irmãs? E 
escandalizavam-se nele” (Mc 6.2,3). Ora, 
tal atitude do povo não se justificaria se 
Jesus fosse um recém-chegado da índia.
CONCLUSÃO
É nosso compromisso seguir 0 exem­
plo de Jesus no relacionamento com 
as pessoas. É importante que nunca 
nos esqueçamos os pontos essenciais 
da presente lição sobre a verdadeira 
identidade do Senhor Jesus. Ele é 0 Deus 
verdadeiro em toda a sua plenitude 
igual ao Pai. E como homem, em toda 
a sua plenitude, viveu e andou entre 
nós, seres humanos.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Quais os principais opositores de Jesus com quem Ele debatia?
2. Como sabemos que 0 Senhor Jesus teve vida social e religiosa?
3. O que ensinam as doutrinas apolinarianista e monotelista?
4. Quais concílios declararam heresias o Apolinarianismo e o Monote­
lismo?
5. Como os Evangelhos apresentam Jesus?
4 0 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
LIÇAO 9
2 de Março de 2025
QUEM E O 
ESPÍRITO SANTO?
TEXTO ÁUREO
“ Ora, este Senhor é 0 Espírito; e 
onde está 0 Espírito do Senhor, 
aí há liberdade.” (2 Co 3.17- 
NAA)
V__________________________________
VERDADE PRÁTICA
É necessário primeiro conhecer 
a verdadeira identidade do 
Espírito Santo, à luz da Bíblia, 
para então poder defendê-la.
_________ J
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 104.30 Quinta - 1 Co 3.16
0 Espírito Santo preserva e 0 Espírito Santo é Deus, esse
mantém todas as coisas criadas mesmo Espírito habita em nós
Terça - Mt 28.19 Sexta - Tt 3-5
0 Espírito Santo é igual ao Pai e 0 Espírito Santo regenera 0
ao Filho pecador
Quarta - l Co 2.10 Sábado - 2 Pe 1.21
0 Espírito Santo penetra todas as 0 Espírito Santo falou por meio
coisas até as profundezas de Deus 
L__________________________________
dos profetas e apóstolos
JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 4 1
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 14 .16 ,17 , 26; 16 .7 -14
João 14
16 - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará 
outro Consolador, para que fique convosco 
para sempre,
1 7 - 0 Espírito da verdade, que 0 mundo 
não pode receber, porque não 0 vê, nem 
0 conhece; mas vós 0 conheceis, porque 
habita convosco e estará em vós.
26 - Mas aquele Consolador, 0 Espírito 
Santo, que 0 Pai enviará em meu nome, 
vos ensinará todas as coisas e vos fará 
lembrar de tudo quanto vos tenho dito. 
João 16
7 - Todavia, digo-vos a verdade: que vos 
convém que eu vá, porque, se eu não for, 
0 Consolador não virá a vós; mas, se eu 
for, enviar-vo-lo-ei.
8 - E, quando ele vier, convencerá 0 mundo 
do pecado, e da justiça, e do juízo:
9 -do pecado, porque não creem em mim;
10 - da justiça, porque vou para meu Pai, 
e não me vereis mais;
1 1 - e do juízo, porque já 0 príncipe deste 
mundo está julgado.
12 - Ainda tenho muito que vos dizer, mas 
vós não 0 podeis suportar agora.
13 - Mas, quando vier aquele Espírito da 
verdade, ele vos guiará em toda a verdade, 
porque não falará de si mesmo, mas dirá 
tudo 0 que tiver ouvido e vos anunciará 
0 que há de vir.
14 - Ele me glorificará, porque há de rece­
ber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A identidade do Espírito Santo é revela­
da nas Escrituras desde 0 livro de Gênesis 
até o Apocalipse. É fato que a Igreja desde 
os dias apostólicos 0 reconhecia como 
Deus igual ao Pai e ao Filho. Essa deidade 
absoluta do Espírito Santo é revelada de 
maneira direta, nos seus atributos divinos 
e nas suas obras e funções pertencentes 
a Deus. Todos nós precisamos estudar e 
conhecer essa verdade bíblica, pois desde 
a antiguidade existem heresias sobre 
a Terceira Pessoa da Trindade. É sobre 
isso que vamos estudar na presente lição.
I - O CONSOLADOR
1. O outro Consolador (14.16). Jesus 
disse aos seus discípulos que estava 
voltando para o Pai, mas que continuaria
cuidando da Igreja, pelo seu Espírito San­
to, seu Paracleto, alguém como Ele, que 
teria 0 mesmo poder para preservar 0 seu 
povo. A palavra “outro”, nesta passagem 
é, no grego, allos, e significa “ outro” , 
da mesma natureza, mesma espécie e 
mesma qualidade. Se 0 Espírito fosse 
uma força ativa, impessoal, conforme 
o ensino equivocado das Testemunhas 
de Jeová, a palavra correta para “outro” 
seria heteros, que significa: “ outro do 
usual, diferente” . O Dicionário Vine 
afirma: “ O termo allos expressa uma 
diferença numérica e denota ‘outro do 
mesmo tipo’; o termo heteros expressa 
uma diferença qualitativa e denota ‘outro 
de tipo diferente’. Cristo prometeu enviar 
‘outro Consolador’ — allos, ‘outro como 
Ele’, não heteros (Jo 14.16)”.
4 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
2. O Paracleto (16.7). O termo se 
refere ao Espírito Santo, mas os dicio­
nários da língua portuguesa afirmam 
que se trata de uma pessoa que defende 
e protege alguém. O termo grego para- 
klètos vem da preposição pará, “ ao lado 
de, próximo”, e do verbo kaléõ, “chamar, 
convocar” , de modo que essa palavra 
significa “ defensor, advogado, inter- 
cessor, auxiliador, ajudador. Paracleto, 
então, é 0 Consolador. O Consolador é 
enviado pelo Pai em nome de Jesus para 
ensinar os discípulos e fazer lembrar 
de tudo o que 0 Filho ensinou e para 
testificar dEle (Jo 15.26).
3. Seu uso no Novo Testamento. O 
termo “paracleto” aparece apenas cinco 
vezes no Novo Testamento, nos escritos 
joaninos, quatro vezes no Evangelho, 
referindo-se ao Espírito Santo (Jo 14.16, 
26; 15.26; 16.7). Além dEle o nome é 
aplicado ao Senhor Jesus e traduzido 
por “Advogado” (1 Jo 2.1).
II - SUA DEIDADE, ATRIBUTOS 
E OBRAS
1. Sua deidade. A divindade do 
Espírito Santo é revelada na Bíblia de 
maneira que os nomes Deus e Espírito 
Santo aparecem sempre de forma al­
ternada, tanto no Antigo Testamento 
como no Novo. O Espírito Santo é Javé 
na vida de Sansão: “ 0 Espírito do Se­
nhor possantemente se apossou dele” 
(Jz 15.14); no entanto, na sequência, 
lemos que depois de traído por Dalila, 
Sansão “ (...) não sabia que já 0 Senhor 
se tinha retirado dele” (Jz 16.20). Assim, 
tanto o Espírito de Javé e Javé, ou seja, 
o Espírito do Senhor e 0 Senhor são 
nomes divinos usados alternadamente. 
Fica claro, no Antigo Testamento, que 
o Espírito Santo é 0 próprio Deus. Esse 
tipo de linguagem na Bíblia mostra que 
Ele é Javé. Compare Êxodo 17.7 com
A divindade do Espírito 
Santo é revelada na Bíblia 
também nos seus atributos 
divinos, como acontece 
com o Senhor Jesus. Ele é 
onipotente, as Escrituras 
Sagradas ensinam ser o 
Espírito a fonte de poder e 
milagres.”
Hebreus 3.7-9; Deus de Israel (2 Sm 
23.2,3). Essa forma de apresentação é 
frequente na Bíblia (At 5.3, 4 ; 1 Co 3.16; 
2 Co 3.16-18).
2. Seus atributos. A divindade do 
Espírito Santo é revelada na Bíblia 
também nos seus atributos divinos, 
como acontece com 0 Senhor Jesus 
Cristo. Ele é onipotente (Rm 15.19), e 
as Escrituras Sagradas ensinam ser o 
Espírito a fonte de poder e milagres (Mt 
12.28; At 2.4; l Co 12.9-11). A onipre­
sença é outro atributo incomunicável 
de Deus presente na Terceira Pessoa 
da Trindade, o que m ostra ser Ele 
onipresente (Sl 139.7-10). Ele conhece 
todas as coisas, até as profundezas de 
Deus (1 Co 2.10,11); conhece 0 coração 
dos seres humanos(Ez 11.5; At 5-3- 9 ; 
Rm 8.26,27) e é conhecedor do futuro 
(Lc 2.26; Jo 16.13; At 20.23), isso por 
ser Ele onisciente. Possui o atributo 
da eternidade, pois é cham ado de 
“ Espírito eterno” (Hb 9.14).
3. Suas obras. São inúm eras as 
obras de Deus efetuadas pelo Espírito 
Santo. Ele gerou Jesus Cristo (Lc 1.35),
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 43
vvdá a vida eterna (G1 6.8), guia o seu 
povo (SI 143.10; Is 63.14; Rm 8.14; Gl. 
5.18), é 0 Senhor da Igreja (At 20.28) e 
santificador dos fiéis (Rm 15.16; 1 Pe 1.2). 
O Espírito habita nos crentes (Jo 14.17; 
Rm 8.11; l Co 3.16), é o autor do Novo 
Nascimento (Jo 3.5,6; Tt 3.5), da vida 
(Ez 37-14; Rm 8.11-13) e 0 distribuidor 
dos dons espirituais (1 Co 12.7-11). Essas 
obras são exclusivas de Deus, realizadas 
pelo Pai, Filho e o Espírito Santo. Essas 
obras divinas evidenciam que o Espírito 
Santo é Deus igual ao Pai.
III - HERESIAS ANTIGAS E 
NOVAS
1. As primeiras heresias. Não havia 
consenso sobre 0 Espírito Santo no 
Oriente nas primeiras décadas depois 
do Concilio de Niceia. Havia diversas 
interpretações.
a) Os arianistas. Ário considerava 
também 0 Espírito Santo como cria­
tura, embora esse tema tivesse fora 
das discussões na época, pois 0 foco 
dos debates estava no Filho. Eunô- 
mio, um dos arianistas mais radicais, 
considerava 0 Espírito Santo como a 
m ais nobre das criaturas produzi­
das pelo Filho a pedido do Pai, dizia 
que “ o Filho é o criador do Espírito”.
b) Tropicianos. Eram uma seita do 
Egito, cujo nome vem de tropos, “ fi­
gura” . Atanásio assim 0 denominou 
por causa da exegese figurada deles, 
diziam ser 0 Espírito Santo um anjo e 
uma criatura.
c) Pneumatomacianos. Surgiram 
depois dos tropicianos. O termo pneu- 
matomachoi vem de pneuma, “espírito”, 
e machomai, “ falar mal, contra”, eram 
os “ opositores do Espírito” . Eustáquio 
de Sebaste (300-380) foi o principal 
defensor dessa heresia, 0 movimento 
negava a divindade do Espírito Santo.
Jesus disse que o 
Consolador é o próprio 
Espírito Santo. A promessa
do Senhor Jesus é ‘para 
que fique convosco para 
sempre’ (Jo. 14 .16).”
2. As heresias na atualidade. O gru­
po religioso das Testemunhas de Jeová 
é seguidor da antiga linha teológica 
dos arianistas. Seus líderes negam a 
divindade e a personalidade do Espí­
rito Santo; em sua literatura, grafam 
seu nome com letras minúsculas. Por 
exemplo, a Tradução do Novo Mundo 
(TNM) substitui o “Espírito de Deus” 
por “ força ativa de Deus” (Gn 1.2) e usa 
a expressão: “ e todos ficaram cheios 
de espírito santo” (At 2.4). A expres­
são hebraica rüach ’élõhím, “ Espírito 
de Deus”, aparece 11 vezes no Antigo 
Testamento e somente nessa passagem 
é traduzida na TNM por “ força ativa 
de Deus”.
3. O Espírito Santo em outras reli­
giões. Em algumas religiões no Oriente, 
a noção sobre 0 Espírito Santo é confusa, 
mas se aproxima do pensamento antigo 
desses heresiarcas, “de modo que nada 
há novo debaixo do sol” (Ec 1.9).
a) Uma crença estranha. Os intelectuais 
da religião islâmica, por exemplo, se 
apegam às palavras do Alcorão atribuí­
das a Jesus: “ sou para vós 0 Mensageiro 
de Allah, para confirmar a Tora, que 
havia antes de mim, e anunciar um 
Mensageiro, que virá depois de mim,
4 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025
cujo nome é Ahmad” (61.6). Eles inter­
pretam essa passagem corânica como 
cumprimento da promessa que Jesus fez 
sobre a vinda do Consolador, do Para- 
cleto. Eles confundem a palavra grega 
periclytós, “ renomado ao redor, ilustre”, 
com paraklêtos (Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7). 
Assim, concluem equivocamente que 
Maomé é o Consolador prometido por 
Jesus. Convém lembrar que periklytós 
não é uma palavra bíblica, não aparece 
em lugar algum da Bíblia Sagrada, nem 
no Novo Testamento grego e nem na 
Septuaginta.
b) Resposta bíblica. Jesus disse que 0 
Consolador é o próprio Espírito Santo 
(Jo 14.26). A promessa do Senhor Jesus é 
“para que fique convosco para sempre” 
(Jo 14.16). Trata-se dèum ser que não 
morre, mas sim que vive para sempre, 
pelos séculos dos séculos. Jesus disse 
também que 0 Consolador “habita con­
vosco e estará em vós” (Jo 14.17) e que, 
“ quando vier 0 Consolador, que eu da 
parte do Pai vos hei de enviar, aquele 
Espírito da verdade, que procede do Pai, 
testificará de mim” (Jo 15.26). Assim, 
0 Espírito Santo testifica de Cristo, o 
nosso Senhor.
CONCLUSÃO
Vimos que a deidade e a personali­
dade do Espírito Santo estão presentes 
em toda a Bíblia de maneira abundante 
e tem sido crença da Igreja desde 0 
princípio, por isso a relevância da defesa 
dessa doutrina. O Consolador é enviado 
pelo Pai, em nome de Jesus, para ensinar 
os discípulos e fazer lembrar de tudo 
0 que 0 Filho ensinou e para testificar 
dEle. Não é possível uma força ativa 
e impessoal ser enviada em nome de 
alguém tendo tais atributos.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. A quem mais 0 nome “Paracleto” é aplicado nas Escrituras além do 
Espírito Santo?
2. Como a divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia?
3. Quais os principais grupos na antiguidade que negavam a divindade 
do Espírito Santo?
4. Quem segue a linha teológica dos arianistas na atualidade?
5. Qual resposta bíblica podemos dar em relação a crença estranha em 
relação ao Espírito Santo?
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 4 5
^ r
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA
“Porque todos pecaram e 0 pecado é um elemento real na
destituídos estão da glória de vida de todas as pessoas desde
Deus.” (Rm 3.23) 0 ventre materno.
V .. _ _ _ _ _ _ _ _ _ J
LEITURA DIÁRIA
Segunda - SI 51.5 Quinta - Ec 7.20
A corrupção humana vem desde a Não há ser humano no mundo
concepção no ventre materno que não peque
Terça - SI 58.3 Sexta - Rm 3.10-12
0 pecado vem desde a madre e Todos se extraviaram, não há
acompanha toda a vida humana quem faça 0 bem
Quarta - Is 1.6 Sábado - 1 Jo 3.4
0 pecado corrompeu a natureza 0 pecado significa iniquidade,
humana na sua totalidade
L __________________________________
transgressão da lei de Deus
4 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 3.1,6,7; Romanos 5 .12 -14
Gênesis 3
1 - Ora, a serpente era mais astuta que 
todas as alimárias do campo que 0 Senhor 
Deus tinha feito. E esta disse à mulher: 
É assim que Deus disse: Não comereis de 
toda árvore do jardim?
6 - E, vendo a mulher que aquela árvore era 
boa para se comer, e agradável aos olhos, 
e árvore desejável para dar entendimento, 
tomou do seu fruto, e comeu, e deu também 
a seu marido, e ele comeu com ela.
7 - Então, foram abertos os olhos de ambos, 
e conheceram que estavam nus; e coseram 
folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
Romanos 5
12 - Pelo que, como por um homem en­
trou 0 pecado no mundo, e pelo pecado, 
a morte, assim também a morte passou 
a todos os homens, por isso que todos 
pecaram.
13 - Por que até à lei estava 0 pecado no 
mundo, mas 0 pecado não é imputado 
não havendo lei.
14 - No entanto, a morte reinou desde 
Adão até Moisés, até sobre aqueles que não 
pecaram à semelhança da transgressão 
de Adão, 0 qual é afigura daquele que 
havia de vir.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O ser humano criado em santidade 
à imagem de Deus, foi corrompido pelo 
pecado de tal modo que somente em 
Cristo é possível a sua restauração a 
Deus. O capítulo 3 de Gênesis relata como 
0 pecado entrou na humanidade e, em 
Romanos 5, 0 apóstolo Paulo mostra a 
extensão dessa corrupção em todos os 
seres humanos. A presente lição pretende 
mostrar a origem e a dimensão do pecado 
na humanidade e refutar, à luz da Bíblia, 
as principais crenças inadequadas.
I - A DOUTRINA BÍBLICA DO 
PECADO E SUA EXTENSÃO 
1. 0 autor do pecado (Gn 3-1,2). Adão 
podia comer livremente de toda árvore 
do jardim, mas foi advertido para não 
comer da árvore “ da ciência do bem e 
do mal, dela não comerás; porque, no 
dia em que dela comeres, certamente 
morrerás” (Gn 2.17). A Bíblia nos conta
JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025
que oautor do pecado, a serpente que 
enganou Eva, é o próprio “diabo e Sa­
tanás, a antiga serpente” (Ap 12.9); o 
maioral dos demônios (Mt 12.24; 25.41). 
Era originalmente 0 querubim ungido, 
perfeito em sabedoria e formosura (Ez 
28.12-15) que se rebelou contra Deus e 
foi expulso do céu (Is 14.12-15). Com 
sua queda, vieram com ele os anjos 
que aderiram à rebelião, e uma parte 
deles continua em prisão (2 Pe 2.4; Jd 
6). Essa é uma possível explicação para 
a origem dos demônios. A intromissão 
da serpente no jardim já era 0 querubim 
expulso agindo por meio dela. Assim, 0 
pecado não teve a sua origem no Éden.
2. “ Foram abertos os olhos de am­
bos” (Gn 3.7). Quando o casal comeu 
do fruto proibido, ambos perceberam 
que estavam nus, envergonharam-se 
e procuraram se esconder da presença 
de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura ime­
diata da comunhão com o Criador, é a
LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 47
morte espiritual, pois morte significa 
separação (Is 59.2). O pecado separa 0 
ser humano de Deus. Nessa ocasião, 
ainda no Éden, Deus anunciou a vinda 
do Redentor (Gn 3.15) e, em seguida, 
pronunciou a sentença do casal (Gn 
3.16-19) e à sua posteridade. Foi por 
causa dessa desobediência que o pecado 
entrou no mundo e, com ele, a morte 
(Rm 5.12). Esse desastre é conhecido 
como a Queda da humanidade.
3. A consequência da Queda no 
Éden. A Bíblia não mostra como essa 
transmissão do pecado de Adão passou 
a todos os humanos, mas afirma sua 
realidade: “ Pelo que, como por um 
homem entrou 0 pecado no mundo, e 
pelo pecado, a morte, assim também a 
morte passou a todos os homens, por 
isso que todos pecaram ” (Rm 5.12). 
Essa é a revelação mais contundente 
sobre como a transgressão passou para 
toda a humanidade. Esse pensamento é 
reiterado mais adiante (v.19; 1 Co 15.49).
4. Extensão do pecado. O pecado se 
estende a todas as pessoas e corrompeu 
na sua totalidade, corpo, alma, espíri­
to (Rm 2.9; 8.10; 2 Co 7.1), intelecto e 
vontade (Is 1.3; Jr 17.9), consciência e 
razão (l Tm 4.2; Tt 1.15). Tudo isso diz 
respeito à extensão, dos pés à cabeça (Is 
1.5,6) e não se refere à intensidade. O ser 
humano está incapacitado de conhecer a 
Deus por seus próprios esforços. Mas a 
imagem de Deus, no ser humano caído, 
não foi erradicada, está desfigurada, 
mas não aniquilada (Gn 9.6; Tg 3.9). Isso 
inclui também 0 livre-arbítrio, pois os 
pecadores têm liberdade de escolha (Js 
24*15; Jo 7.17; 2 Pe 3-5; Ap 22.17).
II - A HERESIA QUE NEGA O 
ADVENTO DO PECADO
l. O Pelagianismo. O Pelagianismo 
é a heresia mais antiga na história da
igreja no tocante à pecaminosidade no 
gênero humano. O nome vem de Pelá- 
gio, monge erudito britânico (360-420) 
que se transferiu para Roma em 409. 
Foi contemporâneo de Agostinho de 
Hipona (354- 430).
a) Conteúdo doutrinário. A princípio, a 
sua doutrina teve acolhida popular e não 
era considerada herética porque parecia 
se tratar de um assunto meramente ético 
e não teológico. A controvérsia não foi 
desencadeada com 0 próprio Pelágio, mas 
com Celéstio, jurista romano de origem 
britânica, um dos principais porta-vo­
zes das idéias pelagianas. A fonte da 
doutrina pelagiana são os escritos dos 
seus oponentes, não existe nada da lavra 
do próprio Pelágio. O que se sabe, com 
certeza, sobre a sua teologia se resume 
nisto: 0 ser humano não nasce em pe­
cado, a transgressão de Adão não afeta 
diretamente os outros, não existe pecado 
original, não existe a corrupção geral do 
gênero humano. Esses são alguns pontos 
do pensamento deles. O Pelagianismo foi 
condenado no Concilio de Éfeso em 431.
b) Resposta bíblica. O Pecado Original 
é aquele que veio da Queda de Adão, a 
Bíblia afirma que a transgressão de Adão 
levou toda a humanidade ao pecado e 
isso é uma verdade bíblica (Rm 5.12). 
Esse homem pelo qual 0 pecado se es­
tendeu à toda humanidade é Adão (Rm 
5.14). A evidência incontestável dessa 
transmissão do pecado de Adão para a 
sua posteridade é a morte (Rm 5.12b). A 
corrupção do gênero humano é um fato 
incontestável revelado nas Escrituras (SI 
51.5; Is 1.5,6; Rm 3.10-12) e confirmado 
na própria experiência humana.
2. A morte de Jesus em favor dos 
pecadores. Por essa razão, o Alcorão 
nega a crucificação e a morte de Jesus. 
Com esse argumento, conclui que não 
havia necessidade de Jesus morrer pe­
4 8 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
los pecados da humanidade, por isso o 
Alcorão rejeita o sacrifício de Jesus. A 
cruz de Cristo sempre foi um escândalo 
para o mundo, uma ofensa para os que 
estão nas trevas (1 Co 1.23).
III - O PERIGO DESSA HERESIA 
PARA A VIDA DO CRENTE E DA 
IGREJA
1. Pensamentos pelagianistas em 
nossos dias. Essas idéias estão ainda 
hoje nas religiões reencarnacionistas 
que negam a Queda do Éden. O movi­
mento religioso denominado Ciência 
Cristã nega a existência do pecado; no 
Mormonismo, a transgressão de Adão 
não passou para a raça humana, cada 
pessoa é responsável somente pelos seus 
próprios pecados. Devemos conhecer 
bem aquilo em que nós cremos e também 
0 ponto de vista do outro para sabermos 
conversar. Essas pessoas estão entre 
nós no dia a dia, e importa saber como 
identificar a teologia antibíblica delas
como também apresentar o Evangelho 
que as conduza à salvação porque Jesus 
morreu por elas também (Jo 3.16; 1 Co 
15.3; l Tm 1.15). E nessa missão, temos 
a ajuda do Espírito Santo (Lc 12.12).
2. O perigo. Quando as pessoas não 
conhecem bem as crenças e as práti­
cas de sua igreja, terminam atraídas 
facilmente por ensinos diferentes, que 
às vezes lhes parece correto, e por isso 
nem examinam seus fundamentos (1 Ts 
5.21; 1 Jo 4.1). O analfabetismo bíblico 
é o drama do século que tem levado 
essas pessoas para o erro doutrinário.
CONCLUSÃO
Mesmo nesse estado de corrupção to­
tal, nem tudo está perdido, há esperança. 
Desde a Queda de Adão no Éden, Deus tem 
demonstrado seu amor e cuidado com a 
posteridade do primeiro casal. Deus não 
nos abandonou. Em seu amor e miseri­
córdia, “ nos vivificou juntamente com 
Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Quem é o autor do pecado?
2. Qual a passagem bíblica m ais contundente que m ostra que herdamos 
a transgressão de Adão?
3. Em que se resume o Pelagianismo?
4. Qual a evidência incontestável da transm issão do pecado de Adão 
para toda a humanidade?
5. Quais grupos religiosos representam hoje algum as das idéias do pe­
lagianism o?
JANEIRO - FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 49
LIÇAO 11
16 de Março de 2025
A SALVAÇAO NAO 
É OBRA HUMANA
TEXTO ÁUREO
“Não pelas obras de justiça 
que houvéssemos feito, mas, 
segundo a sua misericórdia, 
nos salvou pela lavagem da 
regeneração e da renovação do 
Espírito Santo.” (Tt 3.5)
V_______________________
r
VERDADE PRÁTICA
A salvação é um ato da graça 
soberana de Deus pelo mérito 
de Jesus Cristo e não vem das 
obras humanas.
______________________________ )
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 49-7 -9 Quinta - Rm 5.1
Não há recurso humano que possa A fé em Jesus é suficiente para a
salvar 0 ser humano salvação
Terça - Sl 146.3 Sexta - G1 2.16
Somente em Deus há salvação Ninguém é salvo pelas obras da lei
Quarta - Jo 3.16 Sábado - Jo 1.17
Jesus Cristo é 0 único Salvador do A graça e a verdade vieram por
mundo Jesus Cristo
L___________________________ ______________________________A
5 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2 .1-10
1 - E vos vivificou, estando vós mortos 
em ofensas e pecados,
2 -em que, noutro tempo, andastes, segun­
do o curso deste mundo, segundo o príncipe 
das potestades do ar, do espírito que, agora, 
opera nos filhos da desobediência;
3 - entre os quais todos nós também, 
antes, andavamos nos desejos da nossa 
carne, fazendo a vontade da carne e dos 
pensamentos; e éramos por natureza filhos 
da ira, como os outros também.
4 - Mas Deus, que é riquíssimo em mi­
sericórdia, pelo seu muito amor com que 
nos amou,
5 - estando nós ainda mortos emnossas 
ofensas, nos vivificou juntamente com 
Cristo (pela graça sois salvos),
6 - enos ressuscitou juntamente com ele, 
e nos fez assentar nos lugares celestiais, 
em Cristo Jesus;
7 - para mostrar nos séculos vindouros 
as abundantes riquezas da sua graça, 
pela sua benignidade para conosco em 
Cristo Jesus.
8 - Porque pela graça sois salvos, por 
meio da fé; e isso não vem de vós; é dom 
de Deus.
9 - Não vem das obras, para que ninguém 
se glorie.
ío - Porque somos feitura sua, criados 
em Cristo Jesus para as boas obras, as 
quais Deus preparou para que andás­
semos nelas.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
0 apóstolo Paulo mostra nessa Lei­
tura Bíblica em Classe o contraste entre
0 estado espiritual da miséria humana 
e a restauração à comunhão com Deus. 
Além disso, deixa claro a impossibilidade 
de qualquer pessoa angariar a salvação 
por meio de seu próprio esforço, e até 
mesmo, de desejar a salvação ou sentir 
a necessidade de Deus, senão por in­
tervenção divina direta, por meio do 
Espírito Santo.
1 - A SALVAÇÃO SOB A GRAÇA
DE DEUS
1. A descrição do estado espiritual 
humano (vv. 1-3). 0 relato da condição 
pecaminosa da natureza humana con­
firma a extensão da corrupção do gênero
humano, estudado na lição anterior. 0 
apóstolo emprega algumas expressões 
para reforçar a dura realidade do pecado: 
“ mortos em ofensas e pecados” (v. l); 
andar “ segundo 0 curso deste mundo” (v. 
2); “ segundo 0 príncipe das potestades 
do ar” (v. 2.b); “do espírito que, agora, 
opera nos filhos da desobediência” (v. 
2c); “ andávamos nos desejos da nossa 
carne” (v. 3); “ éramos por natureza 
filhos da ira” (v. 3b). É uma triste fo­
tografia da raça humana.
2. Mortos em ofensas e pecados (vv. 
1, 5). As expressões “ E vos vivificou” 
(v. 1) e “ nos vivificou juntamente com 
Cristo” (v. 5) revelam a ação do Espírito 
Santo em favor dos pecadores, que a 
salvação só é possível mediante a gra­
ça de Deus, e sem ela ninguém pode 
ser salvo (vv. 4, 5). Mas há algo que
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 1
precisa ser esclarecido, as expressões 
“mortos em ofensas e pecados” (v. 1) e 
“ mortos em nossas ofensas” (v. 5) não 
devem ser entendidas literalmente por 
se tratar de uma metáfora, uma das 
figuras de linguagem para descrever 0 
estado da queda espiritual. Por “ morte 
espiritual” , a Bíblia quer dizer que a 
humanidade caída está separada de 
Deus (Is 59.2) e não significa aniqui- 
lação espiritual total.
3. A exegese dos versículos 8-10. 
Essa passagem bíblica elimina qualquer 
interpretação ou tentativa da salvação 
com ajuda humana ou de qualquer es­
forço adicional para completar a obra 
de Cristo. O termo “ graça” significa 
literalmente “ favor imerecido”, 0 favor 
divino do qual não somos merecedores. A 
salvação é pela graça de Deus mediante 
a fé em Jesus e não vem das obras, pois 
não se trata de uma recompensa. Uma 
boa exegese esclarece que a expressão 
“ isto é dom de Deus” se refere à salva­
ção pela graça e não à fé. Como afirma 
0 respeitado erudito da língua grega, 
A. T. Robertson: “ a graça é a parte de 
Deus e a fé é a nossa”. De modo, como 
dizia Norman Geisler, “ a fé é o meio e 
a salvação é 0 fim. O meio vem antes 
do fim ”.
II - SOTERIOLOGIAS INADE­
QUADAS NA ANTIGUIDADE
l . Os reencarnacionistas. Com 0 
termo “ soteriologia” nos referimos aos 
diversos ensinos religiosos inadequados 
sobre a salvação. O primeiro deles é a 
doutrina da reencarnação, tão antiga 
quanto a humanidade, originária do 
Hinduísmo, mas presente também no 
Budismo, no Jainismo e no Sikhismo. 
É defendida, pelos Hare Krishnas, kar- 
decistas e muitos outros. Os adeptos 
da doutrina da reencarnação têm em
Por ‘morte espiritual,’ a Bíblia 
quer dizer que a humanidade 
caída está separada de Deus 
(Is 59.2) e não significa ani- 
quilação espiritual total.”
comum a busca da perfeição por meio 
de um progresso evolutivo até que esses 
ciclos da roda de renascimento parem de 
girar. Em resumo: a salvação pelo seu 
próprio esforço e sem Jesus. Trata-se 
de uma crença antibíblica (SI 78.39; Hb 
9.27; Jo 9.1- 3).
2. Os galacionistas. É 0 nome dado 
aos legalistas judaizantes opositores do 
apóstolo Paulo na província da Galácia 
(G1 1.7). Esses judeus convertidos ao 
Cristianismo queriam que os gentios 
observassem a Lei de M oisés como 
condição para salvação (At 15.1). A 
verdade bíblica é que “ pelas obras da 
lei nenhuma carne será justificada” 
(G1 2.16).
3. Os gnósticos. No campo sote- 
riológico, eles apregoavam uma visão 
dualista do universo, 0 maniqueísmo. O 
que é isso? Fundado por Mâni (216-276), 
na Pérsia, atual Irã, seu ensino era 
que 0 “ universo é composto do reino 
das trevas e do reino da luz e os dois 
lutam pelo domínio da natureza e do 
próprio ser humano”. Desse modo, 0 
ser humano, para ser salvo, precisa se 
libertar da prisão do mundo e de seus 
poderes planetários, e essa libertação 
só é possível por meio de um conhe­
cimento místico, gnõsis, uma espécie 
de iluminação espiritual limitada aos
5 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO ■ MARÇO 2025
“ espirituais” . Os demais são pessoas 
m ateriais e não podem receber esse 
conhecimento. De fato, sabemos da exis­
tência do mal, proveniente de Satanás, 
mas não admitimos que o Diabo tenha 
poder suficiente para medir força com 
Deus e o seu Filho, Jesus Cristo (Jó 1.12; 
2.6, Mc 5.7-13). A salvação é para todas 
as pessoas (At 17.30; Tt 2.11).
III - AS SOTERIOLOGIAS INA­
DEQUADAS DE HOJE
1. O Islamismo. Segundo essa re­
ligião, se as boas ações superarem 
as más, tal pessoa irá para 0 paraíso 
(Alcorão 13.22.23). Eles ensinam ainda 
que Allah não ama os pecadores, mas 
somente os piedosos: “Allah não ama 
os agressores... Allah não ama a ne­
nhum ingrato pecador” (Alcorão 2.190, 
276). Esta é uma das 24 vezes que 0 
Alcorão afirma que Allah não ama os 
pecadores. Na concepção dos islâmicos, 
não há necessidade de expiação, logo, 
não existe salvação como no sistema 
cristão. A salvação no contexto deles é 
por mérito, pelas obras. Mas, à luz da 
Bíblia, 0 pecador recebe a vida eterna 
a partir do momento que passa a crer, 
no coração, que Deus ressuscitou Jesus 
dentre os mortos e confessa publica­
mente 0 nome de Jesus (Rm 10.9,10).
2. As Testemunhas de Jeová. A 
salvação não está em Cristo, mas na 
organização religiosa delas, diferente 
do que ensina a Bíblia (Jo 14.6). Exis­
tem dois grupos de salvos, um que 
tem direito ao céu, restrito a 144.000, 
a “classe dos ungidos” ; outro grupo, a 
“classe da grande multidão” e a que vai 
herdar a terra, segundo a teologia do 
movimento. Seus teólogos ensinam que 
as Testemunhas de Jeová, que pertencem 
à “classe da grande multidão”, não são 
filhos de Deus, não pertencem a Cristo,
não têm 0 Espírito Santo, Jesus não é 
0 Mediador delas nem têm esperança 
de salvação. A Bíblia nos ensina que 
não existe cristão sem 0 Espírito Santo 
(Rm 8.9) e que “Mas a todos quantos 0 
receberam deu-lhes o poder de serem 
feitos filhos de Deus: aos que creem no 
seu nome” (Jo 1.12).
3. O Mormonismo. Os mórmons 
creem numa salvação geral, em que 
os não mórmons são castigados e de­
pois liberados para a salvação, e numa 
perspectiva individual, em que a sal­
vação é obtida pela fé em Jesus e pela 
obediência às leis e às ordenanças. Eles 
consideram ordenanças, segundo os 
artigos 3 e 4 das Regras de Fé, fé em 
Jesus, arrependimento, batismo por 
imersão e imposição de mãos, mas há 
outros requisitos. Um deles é aceitar 
Joseph Smith Jr. como porta-voz de 
Deus. Tal ensino, no entanto, diverge das 
Escrituras, pois elas nos ensinam que 0 
Senhor Jesus não precisa de co-salvador. 
A Bíblia ensina que Ele é o único Salva­
dor (Jo 14.6; At 4.12). A salvação não é 
por mérito humano, ninguém pode ser 
salvo pelas boas obras, mas somente 
pela graça, mediante a fé (Tt 3.5; Ef 
2.8,9). Existe apenas uma salvação, e 
ela está à disposição de todos os seres 
humanos (Tt 2.11; Jd 3).
CONCLUSÃO
Entendemos que somente pela graça 
é possível chegar-se a Deus,e isso é um 
ato soberano de sua graça e bondade. É a 
misericórdia divina que leva as pessoas 
ao arrependimento (Rm 2.4). Graça não 
é mérito, e nem 0 ato de 0 pecador rece­
ber a dádiva divina se constitui mérito 
pessoal. Mas Deus disponibilizou a sua 
graça para todos os seres humanos e 
não para uns poucos escolhidos. A Bíblia 
ensina que a salvação é para todos.
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 53
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que a Bíblia quer dizer quando fala de “morte espiritual”?
2. O que esclarece uma boa exegese sobre a expressão, “ isto é dom de 
Deus”?
3. Quais os três principais movimentos dos primeiros séculos cuja so- 
teriologia é inadequada?
4. Quais as três soteriologias inadequadas de hoje?
5. O que ensinam os teólogos das Testemunhas de Jeová sobre a “classe 
da grande multidão”?
54 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO - MARÇO 2025
A IGREJA TEM UMA NATUREZA 
ORGANIZACIONAL
- N
TEXTO ÁUREO
“ Por esta causa te deixei em 
Creta, para que pusesses em 
boa ordem as coisas que ainda 
restam e, de cidade em cidade, 
estabelecesses presbíteros, 
como já te mandei.” (Tt 1.5)
\ ______________________________
f
VERDADE PRÁTICA
A Igreja é um organismo vivo de 
natureza espiritual e, ao mesmo 
tempo, uma organização.
_ _ _ _ _ _ J
LEITURA DIARIA
Segunda - At 14.23
Uma reunião de ministério para 
consagração de presbíteros 
Terça - At 15.6
O primeiro concilio para tratar de 
assuntos doutrinários 
Quarta - Rm 15.25-27 
O apóstolo Paulo se envolvia em 
campanhas pela ação social
Quinta - 1 Co 5.2-5
“ Comissão de Ética” na igreja de
Corinto
Sexta - 1 Co 16.1,2
“ Tesouraria” para cuidar das 
finanças
Sábado - Rm 16.1,2
Carta de recomendação e a 
“ secretaria” da igreja
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 5
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tito 1.1-9
1 - Paulo, servo de Deus e apóstolo de 
Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de 
Deus e o conhecimento da verdade, que é 
segundo a piedade,
2 - e m esperança da vida eterna, a qual 
Deus, que não pode mentir, prometeu antes 
dos tempos dos séculos,
3 - mas, a seu tempo, manifestou a sua 
palavra pela pregação que mefoi confiada 
segundo o mandamento de Deus, nosso 
Salvador,
4 - a Tito, meu verdadeiro filho, segundo 
a fé comum: graça, misericórdia e paz, 
da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus 
Cristo, nosso Salvador.
5 -Por esta causa te deixei em Creta, para 
que pusesses em boa ordem as coisas que
ainda restam e, de cidade em cidade, esta­
belecesses presbíteros, como já te mandei:
6 - aquele que for irrepreensível, marido 
de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que 
não possam ser acusados de dissolução 
nem são desobedientes.
7 - Porque convém que o bispo seja irre­
preensível como despenseiro da casa de 
Deus, não soberbo, nem iracundo, nem 
dado ao vinho, nem espancador, nem 
cobiçoso de torpe ganância;
8 - mas dado à hospitalidade, amigo do 
bem, moderado, justo, santo, temperante,
9 - retendo firme afiei palavra, que é con­
forme a doutrina, para que seja poderoso, 
tanto para admoestar com a sã doutrina 
como para convencer os contradizentes.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A Bíblia apresenta a Igreja como 
corpo espiritual de Cristo, um organismo 
vivo com suas reuniões em torno do 
Senhor Jesus e suas ordenanças. Por 
outro lado, é também uma organiza­
ção, congregação ou assembléia, com 
sua forma de governo. A presente lição 
pretende mostrar a natureza organi­
zacional da Igreja.
I - TITO E AS IGREJAS NA 
ILHA DE CRETA
1. Tito (v.4). O apóstolo escreveu a 
Tito, estando ele em Nicópolis, na costa 
oeste da Grécia, ou mais provavelmente, 
a caminho dessa região, pois ele afirma 
“deliberei invernar ali” , e não “ aqui” . 
Como as Epístolas a Timóteo, a de Tito 
traz im portantes diretrizes para os
pastores em todos os lugares e épocas. 
Tito é chamado de “ verdadeiro filho” 
do apóstolo Paulo (1.4), expressão que 
0 apóstolo também usa para Timóteo 
(1 Tm 1.2). Tito era grego (G1 2.3), con­
vertido provavelmente em Antioquia. 
Seu nome não é mencionado em Atos 
dos Apóstolos, mas aparece nove vezes 
em 2 Coríntios, duas em Gálatas (2.1,3), 
uma em 2 Timóteo (4.10) e na epístola 
que lhe fora destinada, que traz 0 seu 
nome. Foi companheiro do apóstolo 
Paulo em suas viagens missionárias, e 
ajudou 0 apóstolo em Roma (2 Tm 4.10) 
e em Nicópolis (Tt 3.12).
2. O pastor de Creta (v. 5). Foi cons­
tituído pastor da ilha Creta pelo apóstolo 
Paulo para colocar “ em boa ordem as 
coisas que restam” e, também, para es­
tabelecer presbíteros de cidade em cidade.
5 6 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
v v
Quando se fala em 
institucionalizar, dar caráter 
institucional ou de tornar 
institucional significa 
estabelecer organização.”
Os relatos de Atos omitem esse trecho do 
itinerário de Paulo. Ele passou por Creta 
durante a sua quarta vigem, da condição 
de prisioneiro com destino a Roma, num 
local chamado “bons portos” (At 27.8), 
pelo que parece não foi nessa ocasião que 
ele deixou Tito em Creta.
3. Creta. Em 67 a.C., Roma anexou 
a ilha de Creta ao seu império, unin­
do-a a Cirene, no Norte da África, nos 
termos da Líbia, como uma só provín­
cia. A situação espiritual de Creta era 
desanimadora porque a igreja estava 
desorganizada, e 0 grande descuido 
no comportamento daqueles crentes é 
denunciado no capítulo 2. Parece que 0 
relaxamento espiritual era consequência 
de um desleixo natural, que era carac­
terística dos cretenses (Tt 1.12,13). Outro 
problema ali é que havia judaizantes 
rebeldes, mercenários e provocadores 
de divisão (Tt 1.10-16).
II - A INSTITUCIONALIDADE 
BÍBLICA DA IGREJA
1. A instrução paulina. A organiza­
ção eclesiástica a que o apóstolo Paulo
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
“CONTEXTO HISTÓRICO 
[...] Em sua viagem a Roma, Paulo havia 
visitado originalmente a ilha de Creta (a su­
doeste da Ásia Menor, no Mar Mediterrâneo) 
como prisioneiro (At 27.7,8). Posteriormente, 
depois de ser libertado de seu primeiro período 
de aprisionamento em Roma, Paulo voltou a 
Creta com Tito e trabalhou durante um breve 
período em seu ministério ali [...]. A seguir, 
Paulo incumbiu Tito de continuar trabalhando 
com os cretenses para organizar igrejas (1.5) 
enquanto ele continuava a viagem à Macedônia 
(cf. íTm 1.3). Alguns tempos depois, Paulo 
escreveu esta carta a Tito, instruindo-o a 
concluir a tarefa que ambos haviam iniciado. 
Paulo provavelmente enviou a carta por meio 
de Zenas e Apoio, que estavam viajando por 
Creta (3.13).” Amplie mais 0 seu conhecimento, 
lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal: Edição 
Global, editada pela CPAD, p.2280.
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 57
instrui Tito não se restringe a uma 
estruturação ministerial. Estabelecer 
presbíteros de cidade em cidade (v. 5) e 
instruir os líderes durante a sua carreira 
apostólica (At 14.23; 20.28), 0 apóstolo 
já vinha fazendo. O Novo Testamento 
revela a origem e 0 desenvolvimento 
desse governo. O apóstolo menciona 
“ os bispos e diáconos” (Fp 1.1). O con­
texto da epístola dá a entender que 0 
relaxo e 0 descuido em que estavam as 
comunidades cristãs da ilha de Creta 
eram reflexo da cultura da região (Tt 
1.12). Isso está além de um problema 
meramente ministerial.
2. Igreja como instituição. Podemos 
definir organismo como forma indivi­
dual de vida, um ser ou algo vivente. Na 
eclesiologia, 0 ensino ou estudo sobre a 
Igreja, significa ser a igreja um orga­
nismo porque é um corpo espiritual e 
vivo, cuja espiritualidade é gerada pelo 
Espírito Santo (1 Co 3.16, 17; 6.19; Ef 
2.21). Ela é uma instituição divina que 
veio à existência pelo poder de Deus. 
Mas 0 nosso enfoque é a igreja como 
organização. Quando se fala em insti­
tucionalizar, dar caráter institucional 
ou de tornar institucional significa 
estabelecer organização. Na igreja isso 
foi acontecendo com o tempo desde os 
dias apostólicos. O apóstolo tinha em 
mente uma organização da igreja.
3. Organização. Temos no Novo 
Testamento algunslampejos que nos 
mostram que aqueles irmãos se organi­
zavam. Seguem alguns exemplos a favor 
da organização eclesiástica: havia local e 
horário e ordem no culto (1 Co 14.26,40), 
reunião de ministério para consagração 
de presbíteros, segundo o contexto da 
época de uma igreja em ergente (At 
14.23); foi realizado um concilio, que nós 
diriamos, uma convenção, para tratar 
de assuntos doutrinários (At 15.6). As
igrejas dispunham de serviços sociais 
para atender as fam ílias economica­
mente fragilizadas, os capítulos 8 e 9 
de 2 Coríntios tratam do assunto (Rm 
15.25-27); havia na igreja de Corinto o 
que hoje chamaríamos de comissão de 
ética (1 Co 5.2-5) e também tesouraria (1 
Co 16.1-3). A carta de recomendação era 
mais como um documento, um recurso 
para garantir a origem e identidade das 
pessoas (Rm 16.1,2).
III - A QUESTÃO ATUAL
1. Organismo e organização. A ideia 
é de que a igreja deve se restringir a um 
local onde as pessoas se reúnem para 
adorar a Deus, estudar a Palavra, pregar 
0 evangelho, orar e celebrar as ordenan­
ças eclesiásticas. O que alguns ainda 
não entenderam é que essas atividades 
espirituais exigem uma organização. A 
nossa atitude é mostrar que a Bíblia nos 
apresenta a igreja como um organismo 
e ao mesmo tempo uma organização. 
Mas nunca devemos nos esquecer de 
que somos cidadãos de duas pátrias, a 
terrestre e a celestial, e isso significa 
responsabilidade com as autoridades civis 
constituídas (Rm 13.1-7) como também 
com as autoridades eclesiásticas (Hb 
13.17). O ensino de Jesus é: “ Dai, pois, a 
César 0 que é de César e a Deus, o que é 
de Deus” (Mt 22.21). A organização da 
igreja além de ser uma necessidade na­
tural é também uma exigência do Estado.
2. A experiência pentecostal. O 
movimento pentecostal moderno surgiu 
num contexto antidenominacionista e 
ainda hoje há os que acreditam que tal 
organização representa um problema à 
vida espiritual. Os primeiros pentecos- 
tais modernos desde os seus ancestrais, 
0 Movimento Holiness, conhecido tam­
bém como Movimento de Santidade, 
eram contra à institucionalidade da
5 8 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
Igreja. Charles Fox Pahram, aos 20 anos 
de idade, assumiu 0 pastorado de uma 
Igreja, em Eudora, Kansas, mas, em 
1895, ele entregou a licença de pregador 
local, deixando 0 denominacionismo 
para sempre, de modo que se tornou 
itinerante independente até o fim da 
vida. Mas a igreja do período apostólico 
adotou um programa de funcionamen­
to logo no limiar de sua história e foi 
uma bênção, pois ajudou a cumprir a 
sua tarefa de maneira eficaz (At 6.1-7).
3. É necessário organizar. Em 1914, 
alguns dos pioneiros entenderam que 
havia chegado a hora de rever 0 senti­
mento antidenominacionista de Parham 
e de outros líderes que havia entre os 
pentecostais da santidade, isso para 
evitar um crescimento desordenado. Foi 
nesse contexto que foi criado 0 Concilio 
das Assembléias de Deus nos Estados 
Unidos. No Brasil não foi diferente. 
Diante do avanço da obra no Brasil era 
necessário estruturar o Movimento 
Pentecostal e criar um órgão máximo
para manter a identidade e a unidade 
doutrinária das dessas igrejas no país 
e, dessa forma, trazer solução para as 
questões de ordem doméstica, interna e 
externa. Foi com base nesses ideais que 
os pioneiros brasileiros e suecos criaram 
a Convenção Geral das Assembléias de 
Deus, em setembro de 1930.
CONCLUSÃO
É importante entender que organi­
zação e organismo não são elementos 
excludentes em si mesmos, mas o con­
trário, pois isso ajuda no arranjo entre 
muitos organismos individuais num 
sistema geral. A Igreja é o povo de Deus 
do Novo Concerto, é uma comunidade 
internacional, uma congregação supra­
nacional de estrangeiros e peregrinos (1 
Pe 2.11). Seria humanamente impossível 
ela cumprir a sua agenda missionária, 
evangelizadora, ensino da Palavra e 
serviço social em nosso país e no mundo 
sem uma estrutura organizacional.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Por que a situação espiritual de Creta era desanimadora?
2. O que dá a entender 0 contexto da Epístola a Tito?
3. Cite três exemplos bíblicos em favor da organização eclesiástica.
4. Qual a nossa atitude em relação aos que pensam ser a igreja apenas 
local de culto?
5. Por que 0 programa de funcionamento, adotado pela igreja do período 
apostólico, foi uma bênção?
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 9
LIÇAO 13
30 de Março de 2025
PERSEVERANDO NA 
FÉ EM CRISTO
\
TEXTO ÁUREO
“E temos, mui firme, a palavra 
dos profetas, à qual bem fazeis 
em estar atentos, como a uma 
luz que alumia em lugar escuro, 
até que 0 dia esclareça, e a 
estrela da alva apareça em vosso 
coração.” (2 Pe 1.19)
\
—
VERDADE PRÁTICA
A Bíblia Sagrada é 0 único 
instrumento moral e espiritual 
estabelecido por Deus para 
aferir a nossa conduta diante 
do Criador, da sociedade, da 
pátria e da família.
____________________________ )
__________________ LEITURA PIARIA
Segunda - Êx 5.1 Quinta - Hb 4.12
A expressão assim diz o 
SENHOR” é o selo da autoridade 
da Bíblia
Terça - Mc 7.13
As Escrituras Sagradas são a 
Palavra de Deus
Quarta - Jo 10.35
O Senhor Jesus, a maior 
autoridade no céu e na terra, 
disse que a Bíblia é inerrante
A Palavra de Deus é poderosa para 
alcançar o mais íntimo do ser 
humano
Sexta - 1 Pe 1.25
A validade da Palavra de Deus é
para sempre
Sábado - 2 Pe 1.20,21
A Bíblia Sagrada foi produzida por
homens movidos pelo Espírito
Santo
6 0 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Timóteo 3 .10 -17
10 - Tu, porém, tens seguido a minha 
doutrina, modo de viver, intenção, fé, 
longanimidade, amor, paciência,
11 - perseguições e aflições tais quais me 
aconteceram emAntioquia, em Icônio e 
em Listra; quantas perseguições sofri, e 
0 Senhor de todas me livrou.
1 2 - E também todos os que piamente 
querem viver em Cristo Jesus padecerão 
perseguições.
13 - Mas os homens maus e enganadores 
irão de mal para pior, enganando e sendo 
enganados.
14 - Tu, porém, permanece naquilo que 
aprendeste e de que foste inteirado, sa­
bendo de quem 0 tens aprendido.
15 - £ que, desde a tua meninice, sabes 
as sagradas letras, que podem fazer-te 
sábio para a salvação, pela fé que há em 
Cristo Jesus.
16 - Toda Escritura divinamente inspirada 
é proveitosa para ensinar, para redarguir, 
para corrigir, para instruir em justiça,
17 - para que 0 homem de Deus seja 
perfeito e perfeitamente instruído para 
toda boa obra.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
As religiões mundiais e os movimen­
tos dissidentes delas possuem diversos 
escritos sagrados. No Cristianismo, a 
fonte de autoridade é a Bíblia Sagrada. 
A autoridade bíblica deriva sua origem 
em Deus, o que nos permite chamar a 
Bíblia de a Palavra de Deus. Isso encerra 
a superioridade das Escrituras como 
plena e total garantia de infalibilidade, 
mas não falta quem indevidamente 
reivindica essa mesma autoridade ou 
até mais que as Escrituras.
I - DIANTE DAS HERESIAS É 
PRECISO PERSEVERANÇA 
1. Os falsos mestres. As duas epís­
tolas a Tim óteo, classificad as com 
justiça como “ Epístolas P asto rais” 
juntam ente com a epístola a Tito, 
destacam-se também pelo seu caráter 
apologético. São refutações às heresias 
contra as “ fábulas ou as genealogias
intermináveis” (1 Tm 1.4; 4.7; Tt 3.9), 
e a expressão, “ falsamente chamada 
ciência” (1 Tm 6.20), sem dúvida, é um 
combate ao pensamento gnóstico, que 
começou a surgir e chegou ao ápice 
no século 2. Irineu de Lião (135-204) 
combateu 0 tal sistema em sua obra 
Contra as Heresias. O apóstolo Paulo 
está combatendo dois principais grupos 
heréticos em sua geração: os gnósticos 
de sua geração, como combateu as he­
resias judaicas, também de sua época, 
os falsos “ doutores da lei” (1 Tm 1.7), 
da “circuncisão” (Tt 1.10) e as “ fábulas 
judaicas” (Tt 1.14).
2. A e xpe riê nc ia apostólica 
(vv.10,11). O apóstolo elogia a perse­
verança de Timóteo na fé e na dou­
trina em tempos tão difíceis (v.10). 
As perseguições são uma referência 
à experiên cia da prim eira viagem 
missionária juntamente com Barnabé 
(At 13 .8 -12 ,50 ; 14.5-7,19). É verdade
JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 6 l
que Timóteo se integrou à comitiva de 
Paulo em Listra na sua segunda viagem 
missionária (At 16.1-3). Isso aconteceu 
depois dessas perseguições, e Timóteo, 
nessa época, ainda não fazia parte da 
comitiva paulina, contudo deve ter sido 
testemunha ocular de algumas dessas 
perseguições, pois vivia na região e 
a sua mãe era crente, sem dúvida, 
membro da igreja.
3. Entendendo o “ querer” (v.12). 
O verbo “ querer” em “ todos os que 
piamente querem viver em Cristo Jesus 
padecerão perseguições” é mais que um 
simples desejo, mas uma resolução, ou 
seja, um propósito de coração, é uma 
vida com propósito. Sofrer pela causa 
do Evangelho é motivo para glorificar 
a Deus “ porque sobre vós repousa o 
Espírito da glória de Deus” (1 Pe 4.14). 
É isso que Deus espera de cada um de 
nós na atualidade.
4. Características dos enganadores 
(v.13). O termo usado pelo apóstolo para 
“ enganadores” ou “ impostores” é goês, 
uma palavra que aparece uma só vez 
no Novo Testamento e nenhuma na 
Septuaginta, usado na antiga literatura 
grega como “ embusteiro, impostor, 
feiticeiro, charlatão, encantador”, então, 
essas pessoas denunciadas por Paulo 
pertencem ao campo religioso. Isso 
indica que 0 apóstolo está se referindo a 
ensinadores e doutrinadores de menti­
ras, a falsos mestres, em nada diferem 
dos falsos doutores. Nenhum deles teve 
futuro promissor (2 Pe 2.1-3).
II - APRENDENDO, SENDO IN­
TEIRADO E SABENDO
l. De quem Timóteo aprendeu as 
Sagradas Letras? (v. 14). O contexto em 
2 Timóteo 3.10-17 mostra que a fonte de 
autoridade do aprendizado de Timóteo 
são “ as sagradas letras” , as Escrituras
Sagradas, que são inspiradas por Deus. 
Interessante que no versícu lo 14 o 
apóstolo emprega 0 pronome relativo, 
“ de quem”, em “ sabendo de quem 0 
tens aprendido”, no plural grego, tinõn, 
literalmente ,“dos quais”, isso permite 
as seguintes traduções: “Você sabe quem 
foram os seus mestres na fé cristã” 
(NTLH); “ pois conhece aqueles de quem 
aprendeu” (NVT); “ confiar naqueles 
de quem você aprendeu” (NBV). Desde 
a infância (v. 15) seria uma referência 
natural à sua mãe Eunice e à sua avó 
Loide (2 Tm 1.5) e ao próprio apóstolo 
Paulo (2 Tm 2.2).
2. Permanecendo firme nas Sagra­
das Letras (v.15). Timóteo é exortado a 
permanecer firme “ naquilo que apren­
deu” e que “ acredita”, ou de “que foste 
inteirado” por duas razões principais: a) 
porque sabia de quem tinha aprendido; 
b) porque são as “ sagradas letras” , os 
escritos sagrados, a Bíblia. O que ele 
aprendeu de sua mãe e de sua avó era 
uma herança espiritual muito útil para 
0 exercício de seu ministério sob orien­
tação paulina. Aprendemos com isso a 
importância da educação nos caminhos 
do Senhor desde a infância no lar (Dt 
6.4-8; Pv 22.6). O ensino cristão deve 
começar em casa, no lar (Dt 6.6-9). 
A igreja, por meio da Escola Bíblica 
Dominical, apoia e complementa essa 
formação. Esse princípio vale para os 
nossos dias.
3. A Bíblia é divinamente inspira­
da. Está escrito que “ toda a Escritura 
é inspirada por Deus” (v.16 - NA A). O 
termo grego theopneustos, “ inspirada 
por Deus, divinamente inspirada”, vem 
das palavras Theos, “ Deus” , e pneo, 
“ respirar, soprar” . É oportuno saber 
a abrangência da inspiração do texto 
sagrado “ toda Escritura” e, também, 
seus autores humanos, pois, “os homens
6 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
v v
Todos os livros da Bíblia têm 
o mesmo grau de inspira­
ção e a mesma autoridade; 
logo, devemos dar a mesma 
atenção tanto aos profetas do 
Antigo Testamento como aos 
apóstolos do Novo.”
santos de Deus falaram inspirados 
pelo Espírito Santo” ou: “ m ovidos 
pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.2 1 - TB, 
NAA). Esse caráter especial e único da 
“ palavra dos profetas” a torna única 
no gênero. Ela pode fazer qualquer 
pessoa sábia para a salvação em Jesus 
e é proveitosa para ensinar, repreender, 
corrigir, instruir em justiça (vv.15-17). 
Nenhuma literatura no mundo possui 
essa prerrogativa.
III - TENDO AS ESCRITURAS 
COMO O FUNDAMENTO 
l. A autoridade apostólica. A Igreja 
se submete inquestionavelm ente à 
autoridade dos apóstolos do Novo Tes­
tamento. Sabemos que essa é a vontade 
de Deus. Se os Evangelhos de Mateus 
e Lucas, ou pelo menos um deles, são 
colocados no mesmo nível do Antigo 
Testamento (1 Tm 5.18; Dt 25.4; Mt 10.10; 
Lc 10.7), e da mesma forma as epístolas 
paulinas (2 Pe 3.15,16), isso é uma forma 
de reconhecer definitivamente o Novo 
Testamento como Escritura inspirada. 
Assim, todos os livros da Bíblia têm 0 
mesmo grau de inspiração e a mesma 
autoridade; logo, devemos dar a m es­
ma atenção e credibilidade tanto aos 
profetas do Antigo Testamento como 
aos apóstolos do Novo.
2. Abrangência. Em muitas pas­
sagens no Novo Testamento, 0 termo 
“Escritura” ou no plural, “Escrituras” , 
se refere ao Antigo Testamento algumas 
dezenas de vezes (Mt 21.42; Mc 12.10; 
Lc 24.27; Jo 2.22; 5.39). Mas 0 contexto 
da expressão paulina “ toda Escritura é 
inspirada por Deus” não se restringe 
apenas ao Antigo Testamento e sabemos 
disso porque a intenção do Espírito Santo 
é mostrar que se trata de todos os 66 
livros da Bíblia: “ para que vos lembreis 
das palavras que primeiramente foram 
ditas pelos santos profetas e do manda­
mento do Senhor e Salvador, mediante 
os vossos apóstolos” (2 Pe 3.2), Antigo 
e Novo Testamento.
3. O manual de Deus (vv. l6b,i7). 
Além de ser valiosa para os quatro 
propósitos pastorais: a Bíblia é “ pro­
veitosa para ensinar, para redarguir, 
para corrigir, para instruir em justiça” , 
não somente para os obreiros, mas 
para equipar qualquer pessoa que leia 
as Escrituras para “ toda a boa obra” 
(v.17). Estaríamos à deriva no mundo 
sem essas palavras, pois elas nos levam 
à luz de Cristo (SI 119.105).
CONCLUSÃO
A Bíblia é um guia seguro para 
toda a humanidade, e não somente 
para a Igreja. Ela é a única revelação 
de Deus escrita para 0 ser humano e 
a fonte de autoridade espiritual para 
aferir a nossa conduta diante de Deus, 
da sociedade e da fam ília. T rata-se 
de uma orientação segura para a vida 
humana, a nação de Israel e a Igreja, 
bem como as exortações para 0 mundo, 
incluindo 0 aspecto político, social e 
religioso das nações.
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 6 3
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Quais os dois principais grupos heréticos que o apóstolo Paulo combatia?
2. Qual a fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo?
3. Onde deve começar o ensino cristão?
4. Qual a abrangência da inspiração do texto sagrado?
5. Como estaríamos no mundo sem a Bíblia?
LEITURAS PARA APROFUNDAR
CRISTO
1* 111IV f>l iI l i )S 1 1 (*11 St\s !
4sJí1éÍ
Erwin K. Lulzer
Cristo entre outros deuses
Todas as religiões são iguais? Deus 
é o mesmo em todos os cultos? 
Como Jesus é visto em outras 
religiões? Todos os caminhos levam 
a Deus? Essas e outras questões 
são abordadas neste livro. Com 
argumentos irrefutáveis, o autor 
leva-nos a refletir seriamente 
acerca dos principais temas 
religiosos.
R h S l ’ 0 > l'A I
g s f i f A S l l
«EÉ 1 ~~ ""... ■ 1
-j. jpt 1l& p R g lfM m j
| | j £ j§ |% fpodemos colocar os eventos de hoje em uma perspectiva feliz.
Há um fim para o mal! Há uma data de validade para o sofrimento.
Esta não é apenas a luz no fim do túnel; é a luz que anuncia a eternidade, 
o céu e o cumprimento de tudo o que Deus prometeu aos seus filhos.
reservar o mei
ambiente é cuidar 
da criação de Deus
“No princípio, Deus criou os céus e a terra.”
Gênesis: 1 .1
CPADvideo 
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I SSN 1 6 7 3 - 6 8 2 3
7 9 0 8 2 3 4 0 1 8 2 5 5ao 
falar a respeito dos profetas legítimos 
dentre os hebreus, ressaltou que também 
havia entre 0 povo falsos profetas, como 
haveríam de surgir com 0 tempo, no meio 
da Igreja, falsos mestres (2 Pe 2.1). Na 
verdade, eles já estavam presentes no 
período apostólico (G11.7; Cl 2.8; Jd 4).
3. A origem dos falsos mestres 
(v.30). Dois pontos surpreendentes, 
nessa parte do discurso, nos chamam 
a atenção; primeiro, os lobos vorazes 
surgem de dentro da própria igreja 
“dentre vós mesmos” e, segundo, “ se 
levantarão homens que falarão coisas 
perversas, para atraírem os discípulos 
após si” . Os discípulos deles ainda estão 
por aí. Entre eles estão os que se posi­
cionam acima das Escrituras, os quais, 
sem o menor pudor espiritual, usam as
redes sociais para “ corrigir” a Bíblia 
e discordar abertamente dos profetas 
e dos apóstolos bíblicos. Tais pessoas 
consideram seus discursos modernos e a 
mensagem da Bíblia, desatualizada, em 
razão disso oferecem um novo evangelho 
(2 Co 11.13-15). Em face disso, vemos a 
importância de estudar um campo da 
Teologia denominado de Apologética 
para orientar os crentes dos nossos dias.
II - O QUE É APOLOGÉTICA?
1. Definição (1 Pe 3.15). Apologética 
Cristã é a defesa lógica e racional da fé 
cristã e de suas práticas doutrinárias. O 
termo vem do substantivo grego apolo­
gia, que literalmente significa “ defesa, 
resposta” . O termo grego traduzido 
por “ responder” , em “ preparados para 
responder com mansidão” em 1 Pedro 
3.15 é apologia, numa tradução literal 
é “ ... sempre preparados para [uma] 
defesa” . A versão bíblica chamada de 
Nova Versão Transform adora (NVT) 
emprega 0 verbo “ explicar” , assim : 
“ sempre preparados para explicá-la”. A 
Apologética mostra que 0 cristianismo 
é racional, os dados da revelação podem 
ser explicados de maneira metódica e 
sistemática, portanto, aceitável. Jesus 
disse que devemos amar a Deus de todo 
0 nosso coração[...] e de todo o nosso 
entendimento (Mc 12.30). Isso ensina 
que devemos amar a Deus por completo, 
com 0 corpo, as emoções e o intelecto.
2. A que defesa Pedro se refere? 
(v.16). Há quem argumente que essa 
defesa seja uma resposta a uma acu­
sação, visto que essa mesma palavra, 
apologia, aparece, nesse sentido no 
Novo Testam ento, como defesa de 
uma acusação tanto formal (At 22.1; 
25.16) como inform al (l Co 9.3; 2 Co 
7.11; Fp 1.7,16). O versículo 16 fala do 
bom testemunho cristão que serve para
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 5
provar a inconsistência das acusações 
contra os crentes. Mas não parece ser 
esse o caso, porque a defesa, resposta 
ou explicação nessa passagem é sobre 
a razão da fé dos cristãos, e isso diz 
respeito à doutrina cristã. Ainda que 
Pedro esteja se referindo à resposta a 
uma acusação formal num ambiente 
hostil, não deixa de ser uma oportu­
nidade para a defesa da fé cristã, como 
aconteceu com o apóstolo Paulo diante 
de Festo (At 26.24,25) e de Agripa, na 
mesma audiência (At 26.27-29).
3. Por que devemos combater as 
heresias? (3.16). a) Para defesa própria 
(1 Tm 4.16): Os cristãos devem estar 
informados daquilo que os vários grupos 
ensinam e saber a forma de refutá-los 
biblicamente; b) Para ajudar os outros na 
compreensão da própria fé: principalmente 
os que rejeitam pontos fundamentais 
da fé cristã e, muitas vezes, de forma 
inconsciente, pois sabemos que existem 
muitas pessoas sinceras as quais buscam 
servir a Deus e precisam conhecer a sua 
Palavra (Tt 1.9). Esse debate sobre as 
crenças deve ocorrer de maneira respei­
tosa e com argumentos e fundamentação 
bíblica, respondendo às objeções contra 
a fé cristã. O êxito dessa luta é garantido 
quando se está nos domínios do Espírito 
Santo (Jo 16.13).
III - O QUE SÃO HERESIAS?
l. Seitas e heresias. A palavra hairesis 
no Novo Testamento grego é traduzida 
como “ seita” (At 5.17; 15.5; 24.5; 28.22) 
e “ heresias” (1 Co 11.19; G1 5.20; 2 Pe 
2.1). É verdade que 0 Cristianismo foi 
também chamado de “ seita”, mas por 
não cristãos, pessoas que não conheciam 
as verdades do Evangelho de Cristo e que 
se opunham a Ele (At 24.5,14; 28.22). A 
palavra “ seita” é usada para designar 
as religiões heterodoxas. É um termo
já desgastado, trazendo em si, muitas 
vezes, um tom pejorativo, por isso de­
vemos saber quando aplicá-lo.
2. “Hairesis” no Novo Testamento. 
Esse vocábulo aparece com 0 sentido 
de “ partido, espírito sectário” e nem 
sempre representa uma ruptura com 0 
sistema convencional de determinada 
comunidade. Os saduceus e os fariseus 
eram seitas que form avam facções 
dentro do próprio judaísmo (At 5.17; 
26.5), e a versão bíblica NAA traduz 
por “ partido” . Paulo adverte para que 
não haja no seio da igreja essas divi­
sões (hairesis) e condena as inovações 
doutrinárias que causam divisão ou 
dissensão (1 Co 11.19; G1 5.20).
3. Heresias de perdição (2 Pe 2.1). É 
nessa passagem que hairesis apresenta 
0 sentido de erro doutrinário como a 
“heresia”, propriamente dita, no campo 
teológico que nós conhecemos hoje. As 
heresias distorcem os pontos principais 
da doutrina cristã no que diz respeito a 
Deus: Trindade, 0 Senhor Jesus Cristo e 0 
Espírito Santo; ao ser humano: natureza, 
pecado, salvação, origem e destino; aos 
anjos; à igreja e às Escrituras Sagradas. 
O mais grave erro é quando diz respeito 
à Divindade e interfere na salvação (v.ib), 
pois não existe salvação sem Jesus (Jo 
14.6; At 4.12).
CONCLUSÃO
Os apóstolos responderam aos opo­
sitores da fé cristã e lançaram a base 
da nossa teologia. Todos os escritos do 
Novo Testamento mostram essa luta 
acirrada contra as falsas doutrinas. É, 
pois, tarefa da igreja atual “batalhar 
pela fé que uma vez foi dada aos san­
tos” (Jd 3). Finalizamos com a seguinte 
pergunta para reflexão: Estamos afazer 
pela verdade 0 que esses agentes da heresia 
fazem pela mentira?
6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Nesta lição, qual a exortação apostólica aos líderes da igreja?
2. Qual a definição de Apologética Cristã?
3. Por que devemos combater as heresias?
4. Onde, no Novo Testamento, hairesis tem 0 sentido de heresia, como 
erro doutrinário?
5. Qual a pergunta para a nossa reflexão?
LEITURAS PARA APROFUNDAR
I
ILiid2025
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gálatas 2 .1-9 ,14
1 - Depois, passados catorze anos, subi 
outra vez a Jerusalém com Barnabé, 
levando também comigo Tito.
2 - E subi por uma revelação e lhes expus 
0 evangelho que prego entre os gentios 
e particularmente aos que estavam em 
estima, para que de maneira alguma não 
corresse ou não tivesse corrido em vão.
3 - Mas nem ainda Tito, que estava 
comigo, sendo grego, foi constrangido a 
circuncidar-se.
4 - £ isso por causa dos falsos irmãos que 
se tinham entremetido e secretamente 
entraram a espiara nossa liberdade que 
temos em Cristo Jesus, para nos porem 
em servidão;
5 - aos quais, nem ainda por uma hora, 
cedemos com sujeição, para que a verdade 
do evangelho permanecesse entre vós. 
6-E, quanto àqueles que pareciam ser algu­
ma coisa (quais tenham sido noutro tempo, 
não se me dá; Deus não aceita a aparência
do homem), esses, digo, que pareciam ser 
alguma coisa, nada me comunicaram;
7 - antes, pelo contrário, quando v i­
ram que 0 evangelho da incircuncisão 
me estava confiado, como a Pedro 0 da 
circuncisão
8 - (porque aquele que operou eficaz­
mente em Pedro para 0 apostolado da 
circuncisão, esse operou também em 
mim com eficácia para com os gentios), 
g - e conhecendo Tiago, Cefas e João, que 
eram considerados como as colunas, a 
graça que se me havia dado, deram-nos 
as destras, em comunhão comigo e com 
Barnabé, para que nós fôssemos aos 
gentios e eles, à circuncisão;
14 - Mas, quando vi que não andavam 
bem e direitamente conforme a verdade 
do evangelho, disse a Pedro na presença 
de todos: Se tu, sendo judeu, vives como 
os gentios e não como judeu, por que 
obrigas os gentios a viverem como judeus?
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A Igreja herdou dos judeus muitas 
idéias e práticas no campo teológico e 
ético, visto que a jornada histórica da 
Igreja começou em Jerusalém no dia de 
Pentecostes numa comunidade judaica. 
E esses pontos de interseção levaram 
alguns a confundir a Lei de Moisés 
com a Graça. Nesta lição, veremos que 
Gálatas 2 é um relato de um dos debates 
que mostram 0 limite entre Judaísmo e 
Cristianismo, e os apóstolos, principal­
mente Paulo, tiveram muita dificuldade 
de mostrar isso aos judaizantes.
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
I - PREVENINDO-SE CONTRA 
A TENDÊNCIA JUDAIZANTE
1. Subindo outra vez a Jerusalém (G1 
2.1,2). Catorze anos depois da sua con­
versão a Cristo, Paulo sobe pela segunda 
a vez a Jerusalém. Essa segunda visita 
foi por revelação (v.2; At 11.27-30), não 
sendo uma convocação pelos apóstolos 
para prestação de contas. Não podemos 
confundir essa visita de Paulo com a sua 
ida ao Concilio de Jerusalém, registrado 
em Atos 15. Infere-se que a Epístola aos 
Gálatas foi escrita antes do referido 
Concilio, pois não há menção dele na
LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 9
carta, visto que o Concilio tratou do 
mesmo assunto (At 15.5,6). Somando os 
anos mencionados em Gálatas, podemos 
afirmar que essa visita aconteceu antes 
de sua Primeira Viagem Missionária.
2. Objetivo da reunião. É bom lem­
brar que essa reunião não foi um concilio 
nem um sínodo. É possível que essa 
segunda visita, por meio de revelação 
(v.2), tenha ligação com Ágabo, pois a 
missão de Paulo, pelo que parece, foi 
levar donativos para os irmãos pobres 
da Judeia (At 11.27-30). Aproveitando a 
ocasião, 0 apóstolo expôs 0 Evangelho 
que vinha pregando aos gentios há ca­
torze anos (vv.1,2). Ele tinha convicção 
de que recebeu esse Evangelho de Deus 
e estava consciente de que a sua subida 
a Jerusalém era em obediência a uma 
ordem divina.
3. Tito e a circuncisão (v.5). Barnabé 
era judeu (At 4.36) e seu nome aparece 
três vezes nesse capítulo (vv.1,9,13); sua 
presença na reunião em Jerusalém não 
seria um problema. Tito, no entanto, 
sendo grego, foi um risco que Paulo 
correu, mas não foi uma provocação
introduzir um incircunciso no seio dos 
judeus. Os judaizantes queriam que 
Tito fosse circuncidado. Encontramos 
no Novo Testamento a compreensão e 
a tolerância de Paulo com os fracos na 
fé, a ponto de circuncidar Timóteo, mas 
ele era judeu, pois sua mãe era judia 
(At 16.3); no entanto, nessa reunião em 
Jerusalém, onde expôs 0 Evangelho que 
pregava aos gentios, ele não cedeu nem 
um pouco, “nem por uma hora” (v.5). Isso 
por duas razões: Tito era grego, e porque 
estava em jogo a verdade do Evangelho 
e o futuro do próprio Cristianismo.
II - A TENDÊNCIA JUDAIZAN- 
TE NO INÍCIO DA IGREJA
1. O espanto do apóstolo. Tão logo 
Paulo retornou de sua viagem, ficou 
sabendo que os irmãos da Galácia es­
tavam vivendo outro evangelho, e isso 
deixou 0 apóstolo estarrecido e atônito 
pela rapidez do desvio deles (G1 1.6). 
O verbo grego metatithesthe, “ deixar, 
abandonar, desertar, mudar de pensa­
mento, virar a casaca” , que 0 apóstolo
AM PLIANDO O CONHECIMENTO
“A DEFESA DE PAULO
À medida que os debates se acirravam 
entre gentios cristãos e os judaizantes, Paulo 
considerou necessário escrever às igrejas 
da Galácia. Os judaizantes tentavam enfra­
quecer a autoridade de Paulo e ensinavam 
um falso evangelho. Em reposta, Paulo 
defendeu sua autoridade como apóstolo 
e a verdade de sua mensagem.” Amplie 
mais 0 seu conhecimento, lendo a Bíblia 
de Estudo Aplicação Pessoal, editada pela 
CPAD, p.1633.
1 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025
emprega nessa passagem, era usado na 
antiguidade quando alguém desertava 
do exército ou se rebelava contra ele. 
Isso sign ifica também mudança de 
partido político, filosofia e religião. Em 
outras palavras, aqueles irmãos gálatas 
estavam abandonando a fé.
2. Quem eram os judaizantes (v.4)? 
O termo judaizante vem do verbo gre­
go ioudaizõ, “ viver como judeu, adotar 
costumes e ritos judaicos”, e aparece 
uma única vez no Novo Testamento (G1 
2.14). Eles eram os opositores de Paulo 
identificados também como “ falsos 
irmãos” (v.4). São reconhecidos no ca­
pítulo anterior (G1 1.7) como os que se 
apresentavam como enviados por Jeru­
salém, a igreja-mãe. Na verdade, esses 
homens saíram de Jerusalém por sua 
própria conta. Tiago negou formalmente 
as declarações deles, dizendo que não os 
havia enviado (At 15.24). Eram legalistas 
dentre os judeus, e por isso chamados de 
judaizantes. Esses judeus, convertidos ao 
Senhor Jesus, ensinavam que os gentios 
deveriam observar a Lei de Moisés como 
condição para salvação (At 15.1).
3. O clima de tensão (vv. 3-5). Não 
é necessário muito esforço para per­
ceber 0 quanto Paulo e Barnabé foram 
pressionados pelos judaizantes diante 
dos demais apóstolos de Jerusalém. À 
luz do versículo 9, parece que somente 
João, Pedro e Tiago estavam presentes. 
Os outros apóstolos deviam estar em 
plena atividade missionária em outras 
regiões. Os judaizantes chamados de 
“ falsos irmãos” conseguiram “ furar 0 
bloqueio” e entraram sem serem con­
vidados à reunião (v.4). Eram inimigos 
da liberdade cristã, do Evangelho, de 
Paulo e do próprio Cristianismo. O pior 
de tudo é que essas pessoas estavam 
infiltradas na igreja, e conseguiam até 
entrar em reuniões apostólicas.
III - A TENDÊNCIA 
JUDAIZANTE HOJE
1. O mesmo Evangelho (vv.7-9). 
O Evangelho é um só, não há dois. O 
Evangelho de Pedro e 0 de Paulo, também 
chamado respectivamente de Evangelho 
da Circuncisão e da Incircuncisão, são 
meras formas de apresentação, pois 0 con­
teúdo é 0 mesmo. Ambos receberam uma 
incumbência da parte de Deus, mas com 
audiências diferentes. O compromisso de 
Paulo era com os gentios, ele foi constituí­
do, por Deus, apóstolo e doutor dos gentios 
(1 Tm 2.7; 2 Tm 1.11) para pregar aos não 
judeus (Rm 11.13); 0 de Pedro era com os 
judeus, mas a mensagem é a mesma.
2. O perigo da doutrina judaizante. 
Os apóstolos viam em tudo isso dois 
problemas sérios: ameaça à liberdade 
cristã e 0 perigo de 0 Cristianism o 
se tornar uma mera seita judaica. Os 
cristãos judaizantes alteravam o cerne 
do Evangelho, pois colocavam a Lei 
como complemento da obra que Jesus 
efetuou no Calvário. Era, de fato, “outro 
evangelho”, por isso 0apóstolo Paulo os 
amaldiçoou (G11.8,9). Na verdade, quem 
tem 0 Espírito Santo vive pelo Espírito. 
Então, contra a tendência judaizante é 
preciso aprender a viver na dependência 
do Espírito e não da Lei, lutando contra 
os vícios da carne e buscando as virtudes 
do fruto do Espírito.
3. As práticas judaizantes atuais. 
Elas são basicamente a guarda do sá­
bado, a observância rigorosa do kashrut 
(termo hebraico para as leis dietéticas do 
judaísmo), a liturgia da sinagoga, 0 uso 
do shofar, “ trompa”, geralmente feito 
de chifre de carneiro; 0 uso de talit, 0 
manto ou xale usado para oração; e, 0 
uso do kippar, o solidéu que os judeus 
religiosos usam sobre a cabeça.
a) Os judeus. Os judeus messiânicos, 
principalmente em Israel, seguem a
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 11
tradição judaica. Isso acontece sim ­
plesmente para preservar a identidade 
cultural deles e tem amparo neotesta- 
mentário: “É alguém chamado, estando 
circuncidado? Fique circuncidado” (1 Co 
7.18a). Ou seja, na conversão a Cristo 
do judeu, ele não precisa mudar a sua 
tradição e cultura.
b) Os não judeus. Da mesma forma: “É 
alguém chamado, estando incircuncidado? 
Não se circuncide” (1 Co 7.18b). Ou seja, 
ele não precisa se judaizar. É erro 0 não 
judeu adotar práticas judaicas na liturgia e 
no dia a dia para imitar 0 Judaísmo. Paulo 
conclui: “Cada um fique na vocação em 
que foi chamado” (1 Co 7.20).
CONCLUSÃO
O resultado da reunião foi desfavo­
rável aos judaizantes. Só 0 fato de os 
apóstolos, sendo judeus, concordarem 
com a explicação sobre a especificidade 
de cada grupo dada por Paulo, já apon­
tava 0 engano desses legalistas sobre a 
obra salvífica em Cristo. Esse resultado 
serviu tanto aos gálatas como a todo 
0 Cristianismo nesses mais de vinte 
séculos de história. Assim, a diferença 
entre os judeus messiânicos e os cristãos 
judaizantes atuais é que os judeus estão 
preservando uma cultura hereditária 
do seu povo e os judaizantes colocando 
“ remendo novo em pano velho” (Mt 9.16).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. De acordo com a lição, 0 que se infere da Epístola aos Gálatas?
2. Por que Paulo não cedeu nem um pouco na circuncisão de Tito?
3. O que significa “ judaizante”?
4. Quem eram os judaizantes e 0 que eles queriam dos gentios?
5. Qual diferença hoje entre judeus m essiânicos e cristãos judaizantes?
VOCABULÁRIO
Interseção: 0 encontro entre dois planos, duas linhas de idéias; cruzamento. 
Concilio: reunião de dignitários eclesiásticos para deliberar sobre 
questões de fé, costumes, doutrina ou disciplina eclesiástica. 
Sínodo: assembléia regular de párocos convocada pelo bispo. 
Solidéu: pequeno barrete usado pelos judeus (em certas ocasiões, 
como na sinagoga).
1 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
LIÇÃO 3
19 de Janeiro de 2025
A ENCARNAÇÃO DO VERBO
>
TEXTO ÁUREO
“ E 0 Verbo se fe z carne e habitou 
entre nós, e v im os a sua glória , 
com o a glória do U nigênito do 
Pai, cheio de graça e de verd a d e .”
(Jo 1 .14 )
v _
r
VERDADE PRÁTICA
A vin da do F ilho de Deus 
em fo rm a hum ana é um 
fa to presenciado p o r m uitas 
testem unhas, por isso a negação 
da sua h istoricidade não se 
sustenta.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Le 2.40,52 Quinta - Fp 2.5-8
0 desenvolvimento físico, Jesus se fez semelhante aos
intelectual e espiritual de Jesus homens
Terça - Rm 1.3 Sexta - l Tm 3.16
0 Filho de Deus nasceu da 0 próprio Deus se manifestou em
descendência de Davi segundo a carne
carne Sábado - Hb 4.15
Quarta - Rm 8.3 Jesus participou da natureza
Deus enviou 0 seu Filho em humana, mas viveu sem pecado
semelhança da carne entre os homens
____________________________________ Á
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 13
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 João 1.1-3 ; 4 -1- 3; 2 João 7
1 João 1
1 - 0 que era desde o princípio, o que 
vimos com os nossos olhos, o que temos 
contemplado, e as nossas mãos tocaram 
da Palavra da vida
2 - (porque a vida foi manifestada, e nós 
a vimos, e testificamos dela, e vos anun­
ciamos a vida eterna, que estava com o 
Pai e nos foi manifestada),
3 - o que vimos e ouvimos, isso vos anun­
ciamos, para que também tenhais comu­
nhão conosco; e a nossa comunhão é com
0 Pai e com seu Filho Jesus Cristo.
1 João 4
1 - Amados, não creiais em todo espírito, 
mas provai se os espíritos são de Deus,
porque já muitos falsos profetas se têm 
levantado no mundo.
2 - Nisto conhecereis o Espírito de Deus: 
todo espírito que confessa que Jesus Cristo 
veio em carne é de Deus;
3 - e todo espírito que não confessa que 
Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; 
mas este é o espírito do anticristo, do qual 
já ouvistes que há de vir, e eis que está já 
no mundo.
2 João
7 - Porque já muitos enganadores entra­
ram no mundo, os quais não confessam 
que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é 
o enganador e o anticristo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Vamos começar a apologética cris- 
tológica no presente trimestre com o 
tema “A Encarnação de Jesus” , uma 
doutrina sobre a humanidade de Cristo. 
0 mesmo apóstolo João que se empenha 
em mostrar a deidade absoluta de Jesus 
se preocupa também em enfatizar que 
Jesus viveu entre nós, participou da 
natureza humana e teve corpo físico 
humano. A presente lição é uma apologia 
à sua humanidade plena.
I - HERESIAS QUE NEGAM A 
CORPOREIDADE DE CRISTO 
l. 0 que é Docetismo? 0 termo vem do 
grego dokeo, que significa “ter aparência”. 
0 Docetismo é a mais antiga heresia da
1 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
história da igreja e consiste em negar que 
Jesus tivesse tido corpo físico humano, 
sua humanidade era simplesmente uma 
aparência, como um fantasma.
2. O que os docetas ensinavam 
sobre Jesus? Os seguidores dessa he­
resia ensinavam muitas coisas fora das 
Escrituras e contrárias à Palavra de 
Deus. 0 nosso enfoque destaca a hu­
manidade de Jesus, como o verdadeiro 
homem. Lucas descreve um começo 
muito humano. Jesus teve parentes e 
amigos, Zacarias e Isabel (Lc 1.5), José e 
Maria (Lc 2.4,5), vizinhos e primos (Lc 
1.36,58), pastores (Lc 2.8), Simeão, Ana 
(Lc 2.25,37). Isso sem contar 0 relato 
sagrado de sua infância, que enfoca 0 
seu desenvolvimento físico, intelectual 
e espiritual (Lc 2.40,52).
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
3. O que os principais docetas di­
ziam sobre Jesus? Três dos principais 
heresiarcas negavam que Jesus Cristo 
tivesse vindo em carne. Cerinto negava 
o nascimento virginal de Jesus Cristo 
e ensinava o Docetismo. Ele foi con­
temporâneo do apóstolo João em Éfeso. 
Saturnino, o principal representante do 
Gnosticismo sírio, ensinava que Jesus 
Cristo não nasceu, não teve forma e nem 
corpo, foi simplesmente visto de forma 
humana em mera aparência. Marcião é 
outro heresiarca que negava ser Cristo 
verdadeiramente humano, mas quanto 
ao seu corpo, não se sabe se na opinião 
dele era apenas uma aparência ou de 
substância etérea. No entanto, a Bíblia 
declara de m aneira direta que Jesus 
nasceu, mencionando até mesmo local, 
em Belém da Judeia (Mt 2.1; Lc 2.11), e 
época, no reinado de César Augusto, 
imperador romano (Lc 2.1). A Bíblia 
fala também do corpo físico de Jesus 
(Jo 2.21).
II - A AFIRMAÇÃO APOSTÓ­
LICA DA CORPOREIDADE DE 
JESUS
l. “O que era desde o princípio” (Jo
1.1) . Os Evangelhos de Mateus, Marcos 
e Lucas, denominados de Evangelhos 
Sinóticos, apresentam Jesus, ressaltando 
seus aspectos humanos, ao passo que 
João reforça 0 aspecto divino. Os três 
Evangelhos expõem Jesus exteriormente, 
ao passo que João 0 revela interiormente. 
Pode-se dizer que 0 Evangelho de João é 
uma interpretação de Jesus. A expressão 
“ O que era desde 0 princípio” é uma 
reiteração daquilo que 0 apóstolo afirma 
na introdução do Evangelho que leva 0 
seu nome: “No princípio era 0 Verbo” (Jo
1.1) , isso significa que 0 Verbo já existia 
mesmo antes da criação (Gn 1.1). Mas 
João nunca perde de vista que “0 Verbo
se fez carne”. Não se contenta apenas 
com isso, mas apresenta detalhes im­
portantes,é que 0 Verbo não somente 
se fez carne, para não deixar dúvida 
alguma, “ e habitou entre nós” , mas 
também foi visto pelas pessoas (Jo 1.14).
2. A reafirmação apostólica (v.ib). 
O apóstolo reitera 0 que afirm a na 
introdução do seu Evangelho: “ 0 que 
vimos com os nossos olhos, 0 que temos 
contemplado, e as nossas mãos tocaram 
da Palavra da vida”. Isso pode parecer 
até uma redundância, “vimos com os 
nossos olhos”, mas 0 propósito é mostrar 
com muita ênfase, sem deixar dúvida 
alguma, que 0 Senhor Jesus veio em 
carne ao mundo, e que pôde ser tocado 
pelos que com Ele conviveram (Jo 20.27). 
Veja que a presença do nome de Pilatos 
no Credo dos Apóstolos 0 posiciona nos 
acontecimentos passados. Ele “ sofreu 
sob Pôncio Pilatos”, ou seja, padeceu nas 
mãos de um personagem da história, 
logo, 0 Senhor Jesus só pode também 
ser alguém da história (Rm 1.3).
3. Uma crença herética (1 Jo 4.2,3). 
João viveu seus últimos dias na cidade 
de Éfeso, que era a cidade de Cerinto, 
o doceta. Os escritos do apóstolo João, 
0 Evangelho, as três Epístolas e 0 Li­
vro de Apocalipse, foram produzidos 
na última década do primeiro século. 
Nessa época, 0 docetismo já se difundia 
entre os cristãos. Por isso, 0 apóstolo 
esclarece, e de m aneira direta, que 
todo aquele que nega que Jesus veio 
em carne não é de Deus (1 Jo 4.3). Veja 
a gravidade dessa heresia, pois se Jesus 
não teve corpo físico real, Ele também 
não morreu, e se não morreu, também 
não ressuscitou, se não ressuscitou, logo 
não há esperança de salvação (1 Co 15.1- 
3,17,18). Por essa razão, 0 apóstolo João 
foi contundente contra os docetas. Os 
expoentes de tal crença são chamados 
de “ enganadores” (2 Jo 7).
JANEIRO • FEVEREIRO ■ MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 15
vv
[...] Se Jesus não teve corpo 
físico real, Ele tam bém não 
m orreu, se não m orreu, 
tam bém não ressuscitou, 
se não ressuscitou, logo 
não há esperança de 
salvação. Por essa razão o 
apóstolo foi contundente 
contra os docetas.”
III - COMO ESSAS HERESIAS 
SE REVELAM HOJE
1. Quanto ao nascimento virginal 
de Jesus. Há movimentos que negam 
o nascimento virginal de Jesus, como 
os mórmons, a Igreja da Unificação, e 
ensinam que Ele não foi gerado pelo 
Espírito Santo. Negar a concepção e o 
nascimento virginal de Jesus é uma 
das marcas desses movimentos. É o 
ensino moderno de Cerinto e seus se­
guidores. A Bíblia anuncia de antemão 
a concepção e nascimento virginal de 
Jesus desde o Antigo Testamento (Is 
7.14) e seu cumprimento histórico no 
Novo Testamento. Jesus foi gerado pelo 
Espírito Santo (Mt 1.18,20); o anjo Ga­
briel disse a Maria: “Descerá sobre ti 0 
Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo 
te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1.35).
2. Quanto à morte e à ressurreição 
de Cristo. O heresiarca gnóstico do 
Egito, Basilides, negava a crucificação 
de Cristo, dizia que Simão, 0 cirineu, 
transfigurou-se e foi equivocadamente 
crucificado, e que 0 populacho 0 tomou 
por Jesus. Assim sendo, Cristo apenas 
presenciou a crucificação de Simão, seu
suposto sósia. O Alcorão, 0 livro sagrado 
dos muçulmanos e sua principal fonte 
de autoridade espiritual, declara que 0 
Senhor Jesus não foi crucificado, que 
tudo não passou de uma sim ulação 
(Alcorão 4.157). Nas notas explicativas 
de rodapé nas edições do Alcorão, eles 
afirmam que um sósia de Jesus foi le­
vado à cruz. Isso se parece com a ideia 
de Basilides. Essa doutrina contraria 
todo o pensamento bíblico e os fatos 
históricos. A Bíblia ensina que Jesus 
morreu e ressuscitou dentre os mortos 
(1 Co 153,4)-
3. Confirmação histórica. A con­
firmação bíblica e histórica da morte de 
Jesus é fato incontestável. Historiadores 
não cristãos, judeus e romanos, ates­
taram a morte de Jesus. Flávio Josefo, 
historiador judeu (37-100 d.C.), disse: 
“ acusaram-no perante Pilatos, e este 
ordenou que 0 crucificassem. Os que 0 
haviam amado durante a sua vida não 
0 abandonaram depois da morte” . O 
historiador romano Tácito (55-117 d.C.) 
escreveu: “Aquele de quem levavam 0 
nome, Cristo, foi executado no reinado de 
Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos”. 
A Bíblia declara que Jesus “ depois de 
ter padecido, se apresentou vivo, com 
muitas e infalíveis provas” (At 1.3).
CONCLUSÃO
As expressões “0 Verbo se fez carne” 
e “Jesus Cristo veio em carne” significam 
uma resposta aos docetas. Os Evangelhos 
revelam vários atributos característicos 
do Jesus ser humano. Ele foi revestido do 
corpo físico porque o pecado entrou no 
mundo por um homem, e pela justiça de 
Deus tinha de ser vencido por um ser hu­
mano. Jesus se encarnou. Fez-se homem 
sujeito ao pecado, embora nunca houvesse 
pecado, e venceu o pecado como homem.
1 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como o Docetismo pode ser definido?
2. Quais os três principais heresiarcas docetas?
3. Qual a gravidade do Docetismo?
4. O que 0 apóstolo reitera na introdução do Evangelho de João?
5. Quem, na antiguidade e atualidade, nega a crucificação do Senhor Jesus?
LEITURAS PARA APROFUNDAR
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Bíblia que ensina
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
haver um só Deus, e que Deus é um 
só, ensina também que o Pai é Deus, o 
Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. 
O nome “Deus” se aplica ao Pai sozinho 
(Fp 2.11), da mesma forma ao Filho (Cl 
2.9) e ao Espírito Santo (At 5.3,4).
b) Cada uma das três pessoas é cada 
“Senhor”. Isso também ocorre com o 
Tetragrama (as quatro consoantes do 
nome divino Yhwh), “ Senhor” , pois 
aplica-se ao Pai sozinho (Sl lio.l), ao 
Filho (Is 40.3; Mt 3.3), e ao Espírito 
Santo (Ez 8.1,3). No entanto, aplica-se 
à Trindade (Dt 6.4; Sl 83.18).
c) 0 monoteísmo bíblico não contradiz 
a Trindade. “ Ouve, Israel, 0 Senhor, 
nosso Deus, é 0 único Senhor” (Dt 6.4). 
Essa é a confissão de fé no Judaísmo. 
A palavra hebraica 'echad, traduzida 
como “ único” , indica uma unidade 
composta, é 0 mesmo termo usado para 
afirmar que marido e mulher são ambos 
“ uma só carne” (Gn 2.24). O termo 
'echad, em Deuteronômio 6.4, indica
LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 1 9
que o monoteísmo judaico-cristão não 
contradiz a Trindade.
2. Evidência no Antigo Testamento. 
Essa doutrina está implícita desde o 
Antigo Testamento, pois há declarações 
que indicam claramente a pluralidade na 
unidade de Deus: “E disse Deus: Façamos 
o homem à nossa imagem, conforme a 
nossa semelhança” (Gn 1.26); “ disse o 
Senhor Deus: Eis que o homem é como 
um de nós” (Gn 3.22); “e 0 Senhor disse: 
... Eia, desçamos e confundamos ali a 
sua língua, para que não entenda um 
a língua do outro” (Gn 11.6,7). E, não 
para por aí, em Isaías 63.8-14, 0 Espírito 
Santo aparece alternadamente com Javé 
e com o “Anjo de sua face”.
3. Revelada no Novo Testamento. 
A Trindade bíblica, ou seja, a Trindade 
em si mesma, pregada pelos cristãos, 
consiste em um só Deus que subsiste 
eternamente em três Pessoas distintas.
a) A Trindade em si mesma. A base 
bíblica da Trindade salta à vista de 
qualquer leitor do Novo Testamento a co­
meçar pela Grande Comissão (Mt 28.19),
na distribuição dos dons espirituais (1 Co 
12.4-6), na bênção apostólica, também 
conhecida como bênção trinitária (2 Co 
13.13), na unidade da igreja (Ef 4.4-6), 
na obra da salvação (1 Pe 1.2). Além das 
inúmeras passagens tripartidas que 
revelam a Trindade (Fp 3.3).
b) A Trindade dos credos. A Trindade 
é a união de três Pessoas: 0 Pai, 0 Filho 
e o Espírito Santo em uma só Divinda­
de, iguais em poder, glória, majestade 
e eternidade, da mesma substância, 
embora distintas.
II - AS HERESIAS CONTRA A 
DOUTRINA DA TRINDADE 
São duas as principais heresias 
contra a Trindade: o Unicismo e 0 
Unitarismo. Ambas são contrárias à 
Bíbia, condenadas pelas igrejas antigas 
e rejeitadas pelos principais ramos do 
Cristianismo. Nesta lição, trataremos 
do Unicismo.
l. O Unicism o. Esse movimento 
desde a sua origem no século 3 é 
conhecido como m onarquianism o,
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
“A TRINDADE: É POSSÍVEL QUE DEUS 
SEJA, AO MESMO TEMPO, UM E TRÊS?
A crença de que um Deus único exista eter­
namente em três pessoas é conhecida como a 
doutrina da Trindade. E esta doutrina tem um 
importante papel na fé cristã. Na verdade, a 
doutrina da encarnação — que afirma que Jesus, 
como Deus, tornou-se um ho-mem, e que Ele 
é, portanto, plenamente divino e plenamente 
humano — pressu-põe essa crença. Esta última 
doutrina está no âmago da fé cristã.” Amplie 
mais 0 conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo 
Apologia Cristã, editada pela CPAD, p.1535.
2 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
modalismo, patripassianism o e sa- 
belianismo. Os principais heresiarcas 
representantes desse movimento foram 
Noeto, Práxeas e Sabélio. O Unicismo 
não nega a deidade absoluta do Filho 
e nem a do Espírito Santo, mas ne­
gam a Trindade, pois confundem as 
pessoas. A heresia consiste em negar 
a Trindade, pois ensina ser o Pai, o 
Filho e o Espírito Santo uma única 
pessoa e não três pessoas distintas 
em uma só divindade. A Bíblia ensina 
o monoteísmo, ou seja, a existência 
de um só e único Deus eternamente 
subsistente em três pessoas distintas 
(Mt 3.16,17; 1 Pe 1.2). É como afirma 0 
nosso Cremos em nossa Declaração de Fé.
2. A verdade bíblica. Ninguém no 
mundo chega à conclusão unicista 
simplesmente pela leitura da Bíblia, 
pelo contrário, salta à vista de qualquer 
leitor a distinção dessas três pessoas 
da Trindade, a começar pelo batismo 
de Jesus (Mt 3.16). Diversas vezes Jesus 
deixou claro que Ele é uma Pessoa e 0 
Pai outra (Jo 8 .16,17; 17.3), embora se­
jam Eles 0 mesmo Deus (Jo 10.30). Com 
frequência, Ele se dirigia ao Pai como 
outra Pessoa (Mt 20.23; Mt 26.39, 42); 
também, nos seus discursos (Jo 5.18- 
23; 8.19; 10.18; 11.41, 42); e, na oração 
sacerdotal em João 17. Trata-se de um 
relacionam ento do tipo eu, tu, ele. 
Quando Jesus anuncia a vinda do Con­
solador, Ele emprega a terceira pessoa 
(Jo 14.16,26). A Bíblia ensina que Jesus 
é “o Filho do Pai” e não o próprio Pai 
(2 Jo 3). Isso significa que não pode ser 
o próprio Pai do mesmo Filho.
III - UNICISMO: UMA HERESIA 
ANTIGA NA ATUALIDADE 
1. O problema. Na atualidade, exis­
tem alguns movimentos evangélicos 
pentecostais que são unicistas e ensi­
nam a respeito de um Deus diferente. 
De forma sutil e por meio da música, 
esses unicistas ensinam esse desvio 
doutrinário sobre Deus. Isso não é um 
mero jogo de palavras. Jesus disse que 
a vida eterna implica esta distinção: “ E 
a vida eterna é esta: que conheçam a ti 
só por único Deus verdadeiro e a Jesus 
Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Essa 
passagem mostra que a salvação envolve 
duas pessoas distintas e que esse conhe­
cimento não é cognoscível, mas místico, 
espiritual, que implica comunhão, fé, 
obediência, adoração. Conhecer a Deus 
é 0 mesmo que conhecer a Cristo, em 
virtude da unidade de natureza do Pai 
e do Filho (Jo 10.30). Jesus disse que 
ninguém conhece o Filho sem 0 Pai e 
vice-versa (Mt 11.27).
2. Uma reflexão bíblica. O que 
d izer de p esso as co n vertid as por 
meio do m inistério dessas músicas 
unicistas? O poder é da Palavra, e não 
do tal movimento, a Palavra de Deus 
é a semente, mesmo sendo semeada 
por mãos enferm as e infeccionadas, 
a semente vai germinar. Jesus falou 
sobre isso no Sermão do Monte (Mt 
7.21-23). Alguns podem dizer que se 
sentem bem ao ouvir tais músicas. 
Assim, convém lembrar que ninguém 
está autorizado a fundar doutrinas 
com base em experiências humanas. 
As emoções caíram com a natureza 
humana no Éden (Jr 17.9), e não servem 
como instrumento aferidor da doutrina. 
A Bíblia é a única fonte de doutrina 
e não as nossas emoções, pois somos 
norteados pela Palavra na direção do 
Espírito (2 Pe 1.19; Jo 16.13).
3. A posição oficial. O Unicismo é 
condenado na Bíblia, considerado he­
resia pelas igrejas desde a sua origem 
e rejeitado pelos principais ramos do 
cristianismo e pela nossa Declaração de Fé
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 1
(III.2). Temos um manifesto oficial contra 
o Unicismo e o uso de músicas de grupos 
unicistas em nossas igrejas. A maioria 
de nossa liderança tem se posicionado 
contra essa heresia. A im portância 
dessa decisão é para evitar que se adore 
a outro Jesus, um Jesus falso, diferente 
do revelado no Novo Testamento (2 Co 
11.4). Mas devemos destacar que não 
somos contra os unicistas, mas con­
tra o unicismo, a doutrina desviante. 
Devemos manter contato respeitoso 
no nosso dia a dia com essas pessoas, 
embora discordando de suas crenças 
com mansidão (2 Jo io,n).
CONCLUSÃO
A introdução do Credo de Atanásio 
resume a doutrina da Trindade: “Todo 
aquele que quer ser salvo, antes de tudo, 
deve professar a fé cristã. A qual é preciso 
que cada um guarde perfeita e inviolada 
ou terá com certeza de perecer para 
sempre. A fé cristã é esta: que adoremos 
um Deus em trindade, e trindade em uni­
dade; Não confundimos as Pessoas, nem 
separamos a substância”. 0 problema é 
que os Unitaristas separam a substância 
e os Unicistas confundem as pessoas, e 
assim creem num Deus distinto do que 
éapresentado pela Bíblia.
REVISANDO 0 CONTEÚDO
1. O que indica o termo ’echad em Deuteronômio 6.4?
2. Cite quatro evidências no Antigo Testamento em favor da Trindade.
3. Quais as passagens do Novo Testamento m ais contundentes em fa ­
vor da Trindade?
4. Em que consiste 0 Unicismo e quais os principais heresiarcas dessa 
heresia?
5. O que João 17.3 m ostra em relação a salvação?
VOCABULÁRIO
Cognoscível: que pode ser conhecido.
2 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
LIÇAO 5
- 2 de Fevereiro de 2025■
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JESUS É DEUS
TEXTO AUREO
“No princípio, era 0 Verbo, e 
0 Verbo estava com Deus, e 0 
Verbo era Deus.” (João 1.1)
VERDADE PRATICA
A divindade de Jesus está muito 
clara e direta na Bíblia, além de 
ser revelada no seu ministério 
terreno, na manifestação dos 
seus atributos e obras divinas.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - SI 45.6,7
A divindade de Jesus segundo o
salmista
Terça - Is 9.6
A deidade absoluta do Messias 
segundo 0 profeta 
Quarta - Jo 8.58
Jesus é 0 mesmo “ Grande Eu Sou” , 
do Antigo Testamento
Quinta - Tt 2.13
A divindade do Senhor Jesus 
segundo 0 apóstolo Paulo
Sexta - 2 Pe 1.1
A deidade absoluta de Cristo 
segundo 0 apóstolo Pedro
Sábado - l Jo 5.20
O Senhor Jesus é o verdadeiro 
Deus segundo 0 apóstolo João
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 3
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 1 .1 -4 ,9 -14
1 - No princípio, era 0 Verbo, e 0 Verbo 
estava com Deus, e 0 Verbo era Deus.
2 - Ele estava no princípio com Deus.
3 - Todas as coisas foram feitas por ele, 
e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz 
dos homens;
9 -Ali estava a luz verdadeira, que alumia 
a todo homem que vem ao mundo,
10 - estava no mundo, e 0 mundo foi 
feito por ele e 0 mundo não 0 conheceu.
11 - Veio para 0 que era seu, e os seus não 
0 receberam.
12 - Mas a todos quantos 0 receberam 
deu-lhes 0 poder de serem feitos filhos 
de Deus: aos que creem no seu nome,
13 ~ os quais não nasceram do sangue, 
nem da vontade da carne, nem da vontade 
do varão, mas de Deus.
14 - £ 0 Verbo se fez carne e habitou entre 
nós, e vimos a sua glória, como a glória do 
Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O apóstolo João, como judeu mo- 
noteísta instruído na sinagoga, não 
está apresentando um novo Deus, mas 
colocando 0 Verbo dentro da divindade 
dos seus antepassados. O apóstolo não 
admitia, em hipótese alguma, outra 
divindade, senão só, e somente só, 0 
Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30). Por 
isso, no prólogo do seu Evangelho ele 
descreve 0 Verbo com os atributos da 
deidade, aqueles que mais se destacam 
no seu relato do começo ao fim.
I - A DOUTRINA BÍBLICA DA 
DIVINDADE DE JESUS 
1. Jesus é Deus. O Novo Testamento é 
direto quanto à natureza divina de Jesus: 
“E 0 Verbo era Deus” (Jo 1.1); “Ao que 
Tomé lhe respondeu: — Senhor meu e 
Deus meu!” (Jo 20.28); “ mesmo exis­
tindo na forma de Deus, não considerou 
o ser igual a Deus algo que deveria ser 
retido a qualquer custo” (Fp 2.6, NAA); 
“ para conhecimento do m istério de
2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
Deus, que é Cristo” (Cl 2.2, NAA); “e a 
manifestação da glória do nosso grande 
Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13, 
NAA); “ aos que conosco obtiveram fé 
igualmente preciosa na justiça do nosso 
Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1, 
NAA); “E nós estamos naquele que é 0 
Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. 
Este é 0 verdadeiro Deus e a vida eterna” 
(1 Jo 5.20, NAA).
2. Seus atributos absolutos. Os
atributos são perfeições próprias da 
essência de Deus. Os atributos abso­
lutos ou incomunicáveis são exclusivos 
da divindade como onipotência, eter­
nidade, onisciência e onipresença. A 
onipotência significa “ ter todo poder, 
ser todo-poderoso” , Jesus é onipotente 
(Mt 28.18; Ef 1,21; Ap 1.8). Ele é eterno 
(Is 9.6; Mq 5.2; Hb 13.8). “No princípio 
era 0 Verbo” (Jo 1.1) indica que Ele já 
existia antes mesmo da criação com 0 
Pai (Gn 1.1). A onipresença é 0 poder de 
estar em todos os lugares ao mesmo 
tempo, Jesus é onipresente (Mt 18.20;
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
28.20). A onisciência é o conhecimento 
perfeito e absoluto que Deus possui de 
todas as coisas, de todos os eventos e 
de todas as circunstâncias por toda a 
eternidade passada e futura. Jesus possui 
esse atributo (Mt 17.27; Jo 1.47, 48; 2.24, 
25; 4-17,18; 16.30; 21.17).
II - A HERESIA QUE NEGA A 
DIVINDADE DE JESUS
1. Arianismo. Os primeiros a ne­
garem a divindade de Jesus foram os 
ebionitas, seguidos pelos monarquianis- 
tas dinâmicos, mas a heresia principal 
que abalou os fundamentos da igreja 
foi 0 Arianismo. 0 termo “ arianismo” 
vem de Ário, 0 expoente dessa doutri­
na em Alexandria a partir do ano 318. 
Ele negava a divindade de Cristo e 0 
considerava como um deus de segunda 
categoria. Ário rejeitava a eternidade do 
Verbo; embora defendesse sua existên­
cia antes da encarnação, recusava que 
fosse Ele eterno com 0 Pai, insistindo 
na tese de que 0 Verbo foi criado como 
primeira criatura de Deus. A palavra 
de ordem arianista era: “ houve tempo 
que 0 Verbo não existia”.
2. Suas explicações. Ário e seus 
seguidores pinçavam as Escrituras aqui 
e acolá em busca de algumas passa­
gens bíblicas para dar sustentação às 
suas crenças. Seguem algumas delas, 
as mais emblemáticas: “0 Senhor me 
criou no princípio dos seus caminhos” 
(Pv 8.22 - LXX); “ o qual é imagem do 
Deus invisível, 0 primogênito de toda a 
criação” (Cl 1.15); “ houve tempo em que 
0 Filho não existia”. Outra passagem 
favorita era: “ E a vida eterna é esta: 
que conheçam a ti só por único Deus 
verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem 
enviaste” (Jo 17.3). Com isso ignoravam 
todo 0 pensamento bíblico que defende a 
eternidade e a deidade de Cristo (Jo 1.1-3).
3. Como solucionar a controvérsia?
A tradução “criou” de Provérbios 8.22 
da Septuaginta é opcional, pois 0 verbo 
hebraico nessa passagem é qánâ, “obter, 
adquirir, criar”, mas 0 sentido de “criar” 
para “ trazer à existência algo do nada” 
é 0 verbo bãrã’, como em Gênesis 1.1. 0 
texto de Colossenses 1.15 diz que Jesus é 
0 primogênito de toda a criação, e não 
0 primogênito de Deus. A palavra pro- 
totokos, “primogênito, primeiro, chefe”, 
foi usada pelos escritores sagrados com 
0 sentido de importância, prioridade, 
posição, prim azia, preeminência (Cl 
1.15-18). Ou seja, Jesus encarnado tem 
a primazia na criação, é a imagem do 
Deus invisível porque é Deus. Conhecer 
a Deus (Jo 17.3) é o mesmo que conhe­
cer a Cristo, em virtude da unidade de 
natureza do Pai e do Filho (Jo 10.30).
III - IMPLICAÇÕES DO ARIA- 
NISMO NA ATUALIDADE
1. A Tradução do Novo Mundo. A 
exemplo do Arianismo, há um movimento 
religioso que usa a Bíblia fora do contexto 
por meio de uma versão exclusiva das 
Escrituras, denominada de Tradução do 
Novo Mundo. Trata-se de uma versão 
tendenciosa. Veja alguns exemplos de 
suas falsificações: “e a Palavra era um 
deus” (Jo 1.1), “deus” com “d” minúsculo, 
visto que o texto correto é: “e a Palavra 
era Deus” ou “e 0 Verbo era Deus”. 0 texto 
sagrado declara: “ grande Deus e nosso 
Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13); “nosso Deus 
e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1); essas 
passagens falam textualmente que Jesus 
é Deus. Entretanto, a Tradução do Novo 
Mundo diz: “do grande Deus e do nosso 
Salvador, Jesus Cristo” ; “do nosso Deus 
e do Salvador Jesus Cristo”. Mudaram o 
texto sagrado acrescentando um “do”, 
onde não existe no texto grego para 
desvincular a divindade de Jesus.
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 5
2. Os movimentos orientais. Ne­
nhum deles reconhece a divindade de 
Jesus e para os panteístas monistas 
não existe Trindade e nem Jesus. O 
movimento Hare Krishna, por exem­
plo, nega a divindade de Jesus e nem 
acredita que Ele seja o Salvador, pois 
vê o Senhor Jesus como um mero guia 
espiritual e uma das inúmeras encar­
nações de Krishna.
3. Outros grupos. O Jesus do A l­
corão é um mero mensageiro,não é 
reconhecido como Deus, nem como o 
Filho de Deus, nem como Salvador, nem 
morreu e nem ressuscitou. As religiões 
reencanacionistas recusam a deidade
absoluta de Jesus, a sua ressurreição 
dentre os mortos e não reconhecem a 
sua singularidade. O Jesus deles não 
passa de mais um médium ou um dos 
grandes mestres e filósofos. No entanto, 
a Bíblia nos mostra que Jesus é muito 
m ais (Ef 1.21; Hb 7.26), é 0 Deus em 
forma humana (Rm 9.5).
CONCLUSÃO
Diante do exposto, a conclusão bí­
blica é que somente Deus pode salvar, 
somente Ele é o Salvador (Is 45.21). Se 0 
Senhor Jesus não é Deus, logo não pode 
ser salvador, então negar a divindade 
de Jesus é negar a salvação.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como a Bíblia revela Jesus como o verdadeiro Deus?
2. Quais os primeiros grupos religiosos da história a negarem a divin­
dade de Jesus?
3. Cite três passagens bíblicas adulteradas na Tradução do Novo Mundo para 
negar a divindade de Jesus.
4. Cite três grupos religiosos da atualidade que negam a divindade de Jesus.
5. Qual 0 ponto mais crucial do Arianismo?
VOCABULÁRIO
Monista: partidário do Monismo; concepção que remonta ao eleatismo 
grego, segundo a qual a realidade é constituída por um princípio úni­
co, um fundamento elementar, sendo os múltiplos seres redutíveis em 
última instância a essa unidade.
LXX: Septuaginta
2 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
0 FILHO E IGUAL
COM O PAI
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TEXTO ÁUREO
“Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu 
trono subsiste pelos séculos dos 
séculos, cetro de equidade é o 
cetro do teu reino." (Hb 1.8)
VERDADE PRÁTICA
O termo teológico “Filho de 
Deus” é título, sendo assim, a 
existência de Jesus é desde a 
eternidade junto ao Pai.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - SI 8.4
O termo “ filho” na Bíblia indica, 
muitas vezes, “ a mesma espécie”
Terça - Am 7.14
A expressão bíblica “ os filhos dos 
profetas” equivale a expressão “ os 
profetas”
Quarta - Mt 23.30, 31 
A palavra “ filho” indica também 
“ a mesma índole”
Quinta - Jo 5.18
Jesus falava da sua divindade 
quando se disse Filho de Deus
Sexta - Jo 16.28
Jesus como Filho refere-se à sua 
origem divina, à mesma essência e 
natureza do Pai
Sábado - l Jo 4.15
Quem confessa que Jesus é 0 Filho 
de Deus, Deus está nele
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 7
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 10.30-38
30 - Eu eo Pai somos um.
31 - Os judeus pegaram, então, outra vez, 
em pedras para 0 apedrejarem.
32 - Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mos­
trado muitas obras boas procedentes de meu 
Pai; por qual dessas obras me apedrejais?
33 - Os judeus responderam, dizendo-lhe: 
Não te apedrejamos por alguma obra boa, 
mas pela blasfêmia, porque, sendo tu 
homem, te fazes Deus a ti mesmo.
34 - Respondeu-lhes Jesus: Não está 
escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses?
35 - Pois, se a lei chamou deuses àqueles 
a quem a palavra de Deus foi dirigida (e 
a Escritura não pode ser anulada),
36 - àquele a quem 0 Pai santificou e 
enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, 
porque disse: Sou Filho de Deus?
37 - Se não faço as obras de meu Pai, não 
me acrediteis.
38 - Mas, se as faço, e não credes em 
mim, crede nas obras, para que conhe­
çais e acrediteis que 0 Pai está em mim, 
e eu, nele.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Essa porção bíblica do Evangelho 
de João é uma das mais contundentes 
em mostrar que 0 Filho é igual ao Pai. 
Afirmar que Jesus é 0 Filho de Deus, mas 
não o próprio Deus, é uma contradição 
em si mesma. O embate de Jesus com os 
religiosos do templo de Jerusalém revela 
essa verdade. É isso que a presente lição 
pretende mostrar e explicar com sólidos 
fundamentos escriturísticos.
I - A DOUTRINA BÍBLICA DA 
RELAÇÃO DO FILHO COM O PAI 
1. Ideia de filho. O conceito de filho no 
pensamento judaico implica a igualdade 
com 0 pai (Mt 23.29-31). Uma das idéias 
de filho na Bíblia é a identidade de natu­
reza, isso pode ser visto no paralelismo 
poético do salmista: “que é 0 homem 
mortal para que te lembres dele? E o 
filho do homem, para que 0 visites?” (SI 
8.4). Esse paralelismo é sinonímico em 
que 0 poeta diz algo e em seguida repete
esse pensamento em outras palavras. 
A ideia de “homem mortal” é repetida 
em “ filho do homem”. Outro exemplo 
encontramos nas palavras de Jesus: 
“Assim, vós mesmos testificais que sois 
filhos dos que mataram os profetas” (Mt 
23.31). Isso porque os escribas e fariseus 
consideravam os matadores dos profetas 
como seus pais (Mt 23.29,30).
2. Significado teológico. Indica igual­
dade de natureza, ou seja, mesma subs­
tância. É 0 que acontece com Jesus, Ele é 
chamado Filho de Deus no Novo Testamen­
to porque Ele é Deus e veio de Deus. Jesus 
mesmo disse: “eu saí e vim de Deus” (Jo 
8.42); “ Saí do Pai e vim ao mundo; outra 
vez, deixo 0 mundo e vou para 0 Pai” (Jo 
16.28). Quando Jesus declarou: “Meu Pai 
trabalha até agora, e eu trabalho também” 
(Jo 5.17), estava declarando que Deus é seu 
Pai; no entanto, os seus interlocutores 
entenderam com clareza meridiana que 
Jesus estava reafirmando a sua deidade, 
pois: “ dizia que Deus era seu próprio 
Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5.18).
2 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
3. 0 Filho é Deus. Filho de Deus é uma 
expressão bíblica para referir-se à relação 
única do Filho Unigênito com o Pai. A 
expressão “Filho de Deus” revela a di­
vindade de Cristo. Essa verdade está mais 
clara na Bíblia que o sol do meio-dia. Por 
isso, é estranho como pode haver tantos 
debates sobre o tema. O texto sagrado: 
“Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono 
subsiste pelos séculos dos séculos, cetro 
de equidade é o cetro do teu reino” (Hb 
1.8) é o mais crucial, pois é uma citação 
direta de Salmos 45.6,7. É importante 
prestar melhor atenção naquelas pas­
sagens conhecidas dos crentes: “O teu 
trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; 0 cetro 
do teu reino é um cetro de equidade. Tu 
amas a justiça e aborreces a impiedade; 
por isso, Deus, 0 teu Deus, te ungiu com 
óleo de alegria, mais do que a teus com­
panheiros” (SI 45.6,7). Que história é essa 
de 0 Deus do versículo 7 estar ungindo 0 
Deus do versículo 6? Isso tem intrigado 
alguns rabinos desde a antiguidade. Mas, 
a Epístola aos Hebreus traz a explicação 
e revela que Deus nessa passagem é uma 
referência a Jesus. A explicação está em 
Hebreus 1.8, trata-se do relacionamento 
entre 0 Pai e 0 Filho e que a unidade de 
Deus é plural.
II - A HERESIA DO SUBORDI- 
NACIONISMO
1. Orígenes. O Subordinacionismo é 
toda doutrina que declara ser 0 Filho su­
bordinado ao Pai ou um deus secundário 
ou menos divino que o Pai. Os monar- 
quianistas dinâmicos, ou adocionistas, 
e os arianistas são os principais repre­
sentantes dessa heresia. Mas Orígenes 
(185-254), foi 0 seu principal mentor. 
Há, na vastíssima e complexa produção 
literária de Orígenes, idéias de acordo e 
contrárias à ortodoxia da igreja, como 
também idéias neoplatônicas e obscuras
de modo que, desde a antiguidade, os 
estudiosos do assunto estão divididos. 
Ele exerceu grande influência no Oriente 
por mais de 100 anos. Nas controvérsias 
em Niceia, havia os que apoiavam Ário 
usando Orígenes como base; como tam­
bém os que apoiavam Alexandre, opositor 
de Ário, também se baseando no mesmo 
Orígenes. Segundo seus críticos, parece 
que a Trindade defendida por ele era 
subordinacionista: 0 Filho subordinado 
ao Pai e 0 Espírito Santo subordinado 
ao Filho. No entanto, a Bíblia revela a 
igualdade das três pessoas da Trindade 
(Mt 28.19; 2 Co 13.13).
2. No período pré-niceno. O Subor­
dinacionismo foi, nos Séculos II e III, 
uma tentativa, ainda que equivocada, 
de preservar 0 monoteísmo, mas que 
negou a divindade absoluta de Jesus. 
Seus expoentes consideravam Cristo 
como Filho de Deus, inferior ao Pai. 
Eles afirmavam que o próprio Cristo 
declarava a sua inferioridade, e isso eles 
0 faziam com base numa exegese ruim 
e numa interpretação fora do contexto 
de algumas passagens dos Evangelhos.
3. Métodos usados pelos subordi- 
nacionistas. Já estudamos,até agora, 
0 ensino bíblico sobre Jesus como 0 
verdadeiro homem e ao mesmo tempo 0 
verdadeiro Deus. Somente Ele é assim, e 
ninguém mais no céu e na terra possui 
essa característica (Rm 1.1-4 ; 9-5). No 
entanto, os subordinacionistas pinçam 
as Escrituras aqui e ali se utilizando 
das passagens do Novo Testamento que 
apresentam 0 Senhor Jesus como homem 
e descartam e desconsideram as que 
afirmam ser Jesus o Deus igual ao Pai.
III - COMO O SUBORDINACIO - 
NISMO SE APRESENTA HOJE
l. No contexto islâmico. O Islamis- 
mo não considera Jesus como o Filho
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2Ç
de Deus, mas como messias e profeta, 
e coloca Maomé acima dele. Nenhum 
cristão tem dificuldade em detectar o 
erro de doutrina (Ef 1.21; Fp 2.8-11). O 
Alcorão afirma que é blasfêmia dizer 
que Jesus é 0 Filho de Deus, isso com 
base numa péssima interpretação, pois 
significaria uma relação íntima conjugal 
entre Deus e Maria. 0 mais grave é que 
seus líderes afirmam que os cristãos 
pregam esse absurdo (Jd 10). Lamenta­
mos dizer que até mesmo Satanás e os 
seus demônios reconhecem que Jesus 
é 0 Filho do Deus Altíssimo (Mc 5.7). 
A expressão “Filho de Deus” no Novo 
Testamento significa a sua origem e a 
sua identidade (Jo 8.42) e não segue 0 
mesmo padrão de reprodução humana. 
Jesus foi concebido pelo Espírito Santo 
(Mt 1.18, 20; Lc 1.35).
2. O movimento das Testemunhas 
de Jeová. Este confessa publicamente 
que crê na existência de vários deuses: 
o Deus Todo-poderoso, Jeová; depois 
o deus poderoso, Jesus; e em seguida 
outros deuses menores, incluindo bons
e maus. Mas a fé cristã não admite a 
existência de outros deuses. É verdade 
que a Bíblia faz menção de deuses falsos. 
Se são falsos, não podem ser Deus (G1 
4.8). Declara 0 apóstolo Paulo: “ todavia, 
para nós há um só Deus, 0 Pai, de quem 
é tudo e para quem nós vivemos; e um 
só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são 
todas as coisas, e nós por ele” (1 Co 8.6). 
Eis uma boa pergunta que incomoda as 
Testemunhas de Jeová: “Jesus Cristo é 
uma divindade falsa ou verdadeira?” Se a 
resposta for positiva, elas são obrigadas 
a reconhecer a divindade de Jesus e a 
Trindade; mas, se a reposta delas for 
negativa, elas estão admitindo que são 
seguidoras de um deus falso.
CONCLUSÃO
O termo “ filho” em relação a Jesus 
tem sido assunto de debate teológico 
desde 0 período dos Pais da Igreja. 
A interpretação bíblica que se faz é: 
Jesus é Filho Unigênito não porque foi 
gerado, mas sim porque é da mesma 
substância do Pai.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Por que Jesus é chamado “ Filho de Deus” no Novo Testamento?
2. O que revela a expressão “ Filho de Deus” em relação a Jesus?
3. O que é Subordinacionismo?
4. Por que o Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é 0 Filho de Deus?
5. Qual a pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová?
3 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025
LIÇÃO 7
16 de Fevereiro de 2025
AS NATUREZAS HUMANA 
E DIVINA DE JESUS
Ã
TEXTO ÁUREO
“Dos quais são os pais, e dos 
quais é Cristo, segundo a carne, 0 
qual é sobre todos, Deus bendito 
eternamente. Amém!” (Rm 9.5)
l_________
/ ---------------------------------------------------------
VERDADE PRÁTICA
Jesus é 0 eterno e verdadeiro 
Deus e, ao mesmo tempo, 0 
verdadeiro homem.
_ _ _ _ _ _ _ J
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 1.23
As duas naturezas de Jesus 
reveladas na expressão “ Emanuel” 
Terça - Fp 2.5-8
O Senhor Jesus possui as naturezas 
humana e divina em sua Pessoa 
Quarta - Jo 10.33 
Sendo homem, Jesus afirma ser 
Deus, as duas naturezas em uma 
só Pessoa
Quinta - At 20.28
Jesus, 0 Deus-Homem que nos 
comprou com o seu sangue 
Sexta - Cl 2.9
As duas naturezas de Cristo 
continuam para toda a 
eternidade 
Sábado - 1 Tm 3.16 
As naturezas humana e divina 
em Jesus
JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 1
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 1 .1 -4 ; Filipenses 2 .5 -11
Romanos 1
1 - Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado 
para apóstolo, separado para 0 evangelho 
de Deus,
2 - 0 qual antes havia prometido pelos 
seus profetas nas Santas Escrituras,
3 - acerca de seu Filho, que nasceu da 
descendência de Davi segundo a carne,
4 - declarado Filho de Deus em poder, 
segundo 0 Espírito de santificação, pela 
ressurreição dos mortos, — Jesus Cristo, 
nosso Senhor,
Filipenses 2
5 - De sorte que haja em vós 0 mesmo 
sentimento que houve também em Cristo 
Jesus,
6 - que, sendo em forma de Deus, não teve 
por usurpação ser igual a Deus.
7 - Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando 
a forma de servo, fazendo-se semelhante 
aos homens;
8 - e, achado na forma de homem, hu- 
milhou-se a si mesmo, sendo obediente 
até à morte e morte de cruz.
9 - Pelo que também Deus 0 exaltou 
soberanamente e lhe deu um nome que 
é sobre todo 0 nome,
10 - para que ao nome de Jesus se dobre 
todo joelho dos que estão nos céus, e na 
terra, e debaixo da terra,
11 - e toda língua confesse que Jesus Cristo 
é 0 Senhor, para glória de Deus Pai.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Uma vez estabelecida definitiva­
mente a Cristologia em Niceia (325) e 
a Trindade em Constantinopla (381), 
surgem novas especulações teológi­
cas em torno das naturezas de Cristo: 
humana e divina. Essas controvérsias 
deram origem ao Concilio de Calcedô- 
nia (451), hoje um bairro de Istambul, 
na Turquia. A presente lição é sobre
0 Nestorianismo e Monofisismo, dois 
pensamentos considerados heréticos 
no Concilio de Calcedônia.
1 - O ENSINO BÍBLICO DA DU­
PLA NATUREZA DE JESUS
1. “Descendência de Davi segundo 
a carne” (Rm 1.3). O apóstolo está se
referindo aos ancestrais de Jesus. Ele 
veio de uma família humana de carne e 
ossos, que vivia entre 0 povo de Israel. 
A sua linhagem está registrada na in­
trodução do Evangelho de Mateus e no 
capítulo 3 de Lucas. Jesus foi concebido 
no ventre de M aria, uma virgem de 
Israel, pelo Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 
1.35). Aí está 0 elo humano-divino, as 
duas naturezas do Senhor Jesus.
2. “ Declarado Filho de Deus em 
poder” (v. 4). Essa expressão indica a 
divindade de Jesus e isso é reforçado 
logo em seguida pelas palavras “Jesus 
Cristo, nosso Senhor” . Mais adiante, 
Paulo, ao descrever os privilégios que 
Deus concedeu a Israel como a adoção 
de filhos, e a glória, e os concertos, e a 
lei, e o culto, e as promessas; 0 apóstolo
3 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO ■ MARÇO 2025
conclui: “ dos quais são os pais, e dos 
quais é Cristo, segundo a carne, o qual é 
sobre todos, Deus bendito eternamente. 
Amém!” (Rm 9.5). 0 Senhor Jesus é um 
judeu, descendente de Israel e, ao mesmo 
tempo, é 0 “Deus bendito eternamente”.
3. O antigo hino cristológico (Fp 
2.5,6). O texto está dizendo que em­
bora Jesus sendo Deus, não usou as 
prerrogativas da divindade durante 
seu ministério terreno e, mesmo que 
fizesse uso delas, não consideraria 
isso uma usurpação. O apóstolo está 
se referindo ao status de Cristo antes 
da encarnação (Jo 1.1,14). Mas enfatiza 
0 aspecto humano (vv.7,8). O apóstolo 
está sendo muito claro no ensino das 
naturezas humana e divina em uma só 
Pessoa. Essa passagem é parte de um 
provável hino que os primeiros cristãos 
cantavam nos cultos e 0 apóstolo Paulo 
a inseriu nessa epístola aos Filipenses. 
O termo grego morphê, ” forma”, usado 
pelo apóstolo Paulo, “ sendo em forma 
de Deus” (v.6), indica essência imutável, 
portanto, Ele jamais deixou de ser Deus.
II - AS HERESIAS CONTRA O 
ENSINO BÍBLICO DA DUPLA 
NATUREZA DE JESUS
1. Quem foi Nestório? Ele foi bispo 
de Constantinopla entre 428-431. Nes­
tório discordava do título dado à Maria, 
defendido por Cirilo de A lexandria 
(376-444), “ mãe de Deus” , em grego 
theotokos, literalmente “ portadora de 
Deus”. Ele sugeriu “ receptora de Deus” 
ou christotokos, “ mãe de Cristo”. Sim, 
Maria é mãe do Jesus humano (Mt 2.11, 
13 ,14 , 20, 21), e não mãe de Deus, vis­
to que Deus é eterno (SI 90.2; 93.2; Is 
40.28). A expressão adotada por Cirilo 
era uma contradição em si mesma. 
Embora a posição de Nestório

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