Prévia do material em texto
NEM TUDO O QUE RELUZ ÉOURO As heresias históricas não morreram ou desapare ceram. Cada geração possui sua própria cota delas. As versões modernas continuam a atormentar as igrejas e a minar as boas novas de Jesus. Heresias como pelagianismo, semipelagianismo e teologia da prosperidade, estão presentes até hoje, muitas vezes disfarçadas com novas roupagens, tra zendo confusão e engando para muitas igrejas. Para proteger nossas congregações de suas nefas tas influências, nada melhor do que educá-las sobre as verdades bíblicas e teológicas acerca da pessoa de Jesus, de Deus e acerca da salvação. Para mais informações J Ç O E 5 SÍBUCAS Aluno I 1° Trimestre de 2025 Comentarista: Esequias Soares SUMARIO Em Defesa da Fé Cristã Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência Lição 1 - Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja 3 Lição 2 - Somos Cristãos 8 Lição 3 - A Encarnação do Verbo 1 3 Lição 4 - Deus É Triúno 18 Lição 5 - Jesus é Deus 23 Lição 6 - 0 Filho É igual com o Pai 27 Lição 7 -A s Naturezas Humana e Divina de Jesus 3i Lição 8 - Jesus Viveu a Experiência Humana 36 Lição 9 - Quem É o Espírito Santo 41 Lição 10 - 0 Pecado Corrompeu a Natureza Humana 46 Lição 1 1 - A Salvação não É Obra Humana 50 Lição 1 2 - A Igreja Tem uma Natureza Organizacional 55 Lição 13 - Perseverando na Fé em Cristo 60 CPAD Presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil José Wellington Costa Junior Presidente do Conselho Administrativo José Wellington Bezerra da Costa Diretor Executivo Ronaldo Rodrigues de Souza Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho Consultor Doutrinário e Teológico Elienai Cabral Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfim Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva Gerente Comercial Cícero da Silva Gerente da Rede de Lojas João Batista Guilherme da Silva Gerente de TI Rodrigo Sobral Fernandes Gerente de Comunicação Leandro Souza da Silva Chefe do Setor de Educação Cristã Marcelo Oliveira Chefe do Setor de Arte & Design Wagner de Almeida Editor Marcelo Oliveira Revisora Verônica Araújo Projeto Gráfico Leonardo Engel I Marlon Soares Diagramação e Capa Leonardo Engel Av. Brasil, 34-401 - Bangu Rio de Janeiro - RJ - Cep 21852-002 Tel.: (21) 2406-7373 www.cpad.com.br Prezado(a) aluno(a), 0 propósito deste trim estre traz uma natureza apologética. Na revista Lições Bíblicas Adultos que você tem em mãos, estudaremos as mais importantes afir mações da nossa fé, abordaremos os movimentos heréticos e históricos que procuraram negar essas afirmações, os responderemos do ponto de vista bíblico e mostraremos como esses falsos ensi nos se mostram hoje para perturbar a fé dos santos. As heresias atuais nem sempre se apre sentam como um Movimento Sistemático em que seus erros podem ser reconhecidos de maneira clara. Hoje, elas se apresentam de maneira sutil e, até mesmo, simpática. Contudo, os estudantes sérios da Bíblia, bem como da história da Igreja, sabem que esses movimentos heréticos contem porâneos repetem as mesmas heresias da antiguidade, porém, a partir de um método novo, de uma roupagem nova. De fato, não “há nada novo debaixo do sol”. Que neste trimestre o Espírito Santo nos faça discernir os ensinos heréticos contra o depósito de nossa fé! Deus te abençoe! José Wellington Bezerra da Costa Presidente do Conselho Administrativo Ronaldo Rodrigues de Souza Diretor Executivo http://www.cpad.com.br LIÇAO 1 5 de Janeiro de 2025 QUANDO AS HERESIAS AMEAÇAM A UNIDADE DA IGREJA TEXTO ÁUREO “Amados, procurando eu VERDADE PRÁTICA escrever-vos com toda a Heresias são crenças e diligência acerca da comum práticas contrárias ao salvação, tive por necessidade pensamento bíblico que escrever-vos e exortar-vos a distorcem os pontos principais batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” (Jd 3) da doutrina bíblica. L E IT U R A D IÁ R IA Segunda - Mt 7.15 0 cuidado para não ser enganado(a) pela aparência Terça - 1 Co 11.19 As heresias podem ser internas, causando divisão na igreja Quarta - Fp 1.16 O apóstolo Paulo foi chamado para defender o Evangelho Quinta - Tt 1.9 Admoestando com a sã doutrina para convencer os contradizentes Sexta - Tt 3.10 Não insistir com 0 herege contumaz Sábado - Hb 6.1, 2 Nunca deixar de observar os fundamentos da fé cristã JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS * ALUNO 3 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 20 .28 -31; l Pedro 3.15,16; 2 Pedro 2 .1-3 Atos 20 28 - Olhai, pois, por vós e por todo 0 rebanho sobre que 0 Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. 29 - Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão 0 rebanho. 30 - £ que, dentre vós mesmos, se levan tarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. 31 - Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. l Pedro 3 15 - antes, santificai a Cristo, como Se nhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, 16 - tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo. 2 Pedro 2 1 - £ também houve entre 0 povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encober tamente heresias de perdição e negarão 0 Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. 2 - £ muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado 0 caminho da verdade; 3 - e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO H eresias são crenças e práticas contrárias ao pensamento bíblico, pois elas distorcem os pontos principais da doutrina cristã, confrontam 0 Cristia nismo Histórico e criam um problema para as igrejas e as famílias. As heresias da atualidade são as mesmas da anti guidade, mas com uma roupagem nova, que foram rejeitadas pelos apóstolos e primeiros cristãos, pois “ nada há novo debaixo do sol” (Ec 1.9). O presente trim estre tem por objetivo m ostrar 0 referencial doutrinário da fé cristã, 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO levando-o(a) a reconhecer de longe as heresias. Esta primeira lição é um estudo sobre o problema das heresias nas igrejas e a nossa responsabilidade na defesa da fé. I - AS AMEAÇAS DOS LOBOS VORAZES l. Os cuidados pastorais (At 20.28). Os “anciãos” mencionados no versículo 17 são chamados de bispos nessa passagem e, ao dizer que eles foram constituídos pelo Espírito Santo para “apascentardes a igreja de Deus” , mostra que eles são JANEIRO ■ FEVEREIRO ■ MARÇO 2025 pastores. A função primordial do pastor é alimentar, guiar e proteger o rebanho (Lc 15.4-6). O Novo Testamento emprega essa metáfora ao tratar 0 relacionamen to entre pastor e rebanho na igreja. A exortação apostólica aos líderes da igreja visa proteger os irmãos e as irmãs das heresias e guiar todos na verdade do Evangelho. Esse cuidado aparece nos ensinos de Jesus (Mt 7.15-20). 2. “Depois da minha partida” (v.29). Essa expressão é uma palavra proféti ca, pois 0 apóstolo não está apenas se referindo à sua morte, mas também ao avanço dos hereges no seio da igreja depois do período apostólico, no futuro. Paulo usa uma linguagem metafórica para identificar os falsos doutrinadores, “ lobos cruéis” ou “ lobos vorazes” (v. 29 - Nova Almeida Atualizada - NAA). O apóstolo Pedro, depois de ensinar que o Espírito Santo inspirou os profetas do Antigo Testamento (2 Pe 1.19-21), mostrou que a presença do verdadeiro ensino nem sempre é suficiente para impedir a manifestação do falso. Tanto que,fosse bíblica e teologicam ente correta, a popularidade do termo “ mãe de Deus” de Cirilo impediu 0 êxito do termo e da explicação de Nestório. A preocupação dele era menos com a Mariolatria e mais com as idéias do Arianismo. 2. Nestorianismo. Nestório defendia a formulação dos pais nicenos, a divin dade de Cristo e a humanidade definida no Credo Niceno-constantinopolitano em 381. Segundo 0 pensamento nestoriano, as duas naturezas de Cristo, a humana e a divina, eram duas pessoas. Essa foi a acusação contra ele. A ilustração nes- toriana era a comparação de marido e mulher serem uma “uma só carne” (Gn 2.4). Essa alegada afirmação nestoriana foi considerada heresia pelo Concilio de Éfeso em 431, ele foi condenado por esse concilio que 0 declarou herege e 0 imperador o exilou. 3. Monofisismo. O termo vem de duas palavras gregas monos, “ único” , e physis, “ natureza”. Seu principal ex poente foi Êutico, também conhecido como Eutique. Essa doutrina afirm a que as duas naturezas de Cristo são fundidas em uma só natureza am al- gamada. O sentido de “ am algam ar” , não 0 de unir, não se trata de união, mas mistura, fusão, assim, seria uma só natureza híbrida, nem totalmente Deus e nem totalmente homem. Essa doutrina foi condenada no Concilio da Calcedônia, em 451. a) Ilustração. O bronze é uma liga de cobre e estanho, de modo que nem é cobre e nem estanho, mas outro me tal; quanto a cor verde, é uma mistura das cores azul e amarela. Assim como bronze não é cobre e nem estanho; e, 0 verde não é azul e nem amarelo, da mesma forma, de acordo com Êutico, as naturezas de Cristo não são divina nem humana. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 3 b) Resposta bíblica. Segundo a Bíblia, o Senhor Jesus é perfeito quanto à di vindade e perfeito quanto à humanidade (Rm 9-5; Fp 2.5-11). 4. O Concilio de Calcedônia. Essa form ulação teológica fala das duas naturezas de Cristo em uma só pessoa: “ as propriedades de cada natureza per manecem intactas, concorrendo para formar uma só Pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas Pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor” . A encarnação do Verbo não é uma conversão ou transmutação de Deus em homem e nem de homem em Deus. A distinção é precisa entre natureza e pessoa, diz 0 documento. A união dessas duas naturezas é perma nente como resultado da encarnação. O documento é uma interpretação precisa das Escrituras (Is 9.5; Jo 10.30-37). III - O PERIGO DESSAS HERE SIAS NA ATUALIDADE 1. Os monofisitas. Quando a doutrina monofisista foi rejeitada juntamente com 0 nestorianismo, houve reação. Jacob Baradeus (500-578), um monge sírio, liderou 0 grupo ,monofisista e preservou a tradição siro-monofisista, conhecida como tradição jacobita. Ele e seus seguidores rejeitaram a decisão do Concilio de Calcedônia. Quem são eles hoje? São as igrejas ortodoxas, cóptica, armênia, abissínia e jacobitas. É im portante conhecer a cristologia dessa tradição cristã e saber como responder seus questionamentos, e, sobretudo, conservar a fé no Jesus, 0 Deus que se fez homem 0 Emanuel, “Deus Conosco” (Mt 1.23); 0 Deus “ que se manifestou em carne” (1 Tm 3.16). 2. O kenoticismo. Do verbo grego kenoõ, significa “ esvaziar” (Fp 2.7). A doutrina kenótica afirm a que Jesus, enquanto esteve na Terra, esvaziou a si m esm a dos atributos divinos. São duas linhas principais, o Verbo possu ía os atributos d ivin os, mas escolheu não os usar; e, as prerroga tivas da deidade foram usadas, mas na submissão do Pai e na direção do Espírito Santo. Entendemos que, sem atributos divinos, Jesus é menos que Deus. O kenosis é 0 “esvaziamento” de Cristo. Isso foi uma condição para o seu messiado e por isso Ele abriu mão de sua glória celeste (Jo 17.5). Jesus revelou sua natureza divina quando esteve na Terra, Ele agiu como Deus, pois perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 7.48), recebeu adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Jo 9.38), repreendeu a fúria do mar (Mt 8.26, 27; Mc 4.39). Somente Deus tem esse poder (Sl 65.7; 89.9). 3. Mariolatria. O catolicismo romano adotou 0 termo “ mãe de Deus” de Cirilo, ou seja, um pensamento antibíblico que se desenvolveu numa teologia e permanece até hoje por conta da sua popularidade. Com isso aprendemos que o que parece certo e a escolha popular nem sempre representam a verdade (At 8.9-11). CONCLUSÃO O Concilio de Calcedônia em 451 reafirma os dois concílios anteriores, 0 de Niceia, em 325, e 0 de Constantinopla, em 381, ratificando os credos produzidos por esses conclaves gerais e estabeleceu definitivamente as duas naturezas de Cristo. A melhor maneira de se proteger dessas, e de outras heresias, é conhecer bem no que acreditamos, os ensinos oficiais de nossa igreja e seus respectivos fundamentos bíblicos. Isso serve como nosso referencial quando nos deparamos com doutrinas inadequadas. 34 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025 REVISANDO O CONTEÚDO 1. Cite três passagens bíblicas que mostram diretamente as duas natu rezas de Cristo, em uma só Pessoa. 2. Qual o pensamento nestoriano sobre as duas naturezas de Cristo? 3. O que ensina o monofisismo de Êutico? 4. Quais ramos do cristianismo não reconhecem o Credo de Calcedônia e mantêm ainda o monofismo de Êutico? 5. Mostre como Jesus agiu como Deus, estando na Terra. r i VOCABULÁRIO Conclave: reunião sacra para se discutir algo; congresso, seminário, encontro. ^ LEITURAS PARA APROFUNDAR JESUS O SENHOR segundo O APÓSTOLO PAULO Uma Síntese Teológica GORDON D. FEE Comentário Bíblico - João Aproveitando sua experiência no Judaísmo, o pastor Myer Pearlman empresta um sabor todo especial a este comentário. É um judeu falando daquele “que veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. Jesus o Senhor segundo o Apóstolo Paulo Exegeticamente embasado e teologicamente sintético, este trabalho do reverenciado acadêmico pentecostal Gordon Fee fornece uma clara, concisa e acessível síntese dos ensinos de Paulo sobre Jesus. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 35 LIÇAO 8 23 de Fevereiro de 20'Íp JESUS VIVEU A EXPERIÊNCIA HUM ANA LEITURA DIÁRIA Segunda - Mt 4.23-25 Quinta - Lc 5.27-30 Jesus caminhava por toda a Jesus tinha vida social como Galileia, pregando, ensinado e qualquer pessoa de sua época curando enfermos Sexta - Jo 2.1,2 Terça - Mc 6.2,3 Jesus participou de um casamento Jesus e sua família eram em Caná da Galileia, uma conhecidos na cidade onde viviam celebração comum da época Quarta - Lc 4.16 Sábado - Jo 4.7-10 A participação de Jesus no culto Jesus procurava interagir com as nas sinagogas pessoas j TEXTO AUREO “E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando 0 evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre 0 povo.” (Mt 4.23) VERDADE PRÁTICA O Senhor Jesus Cristo teve vida social — amigos, parentes —, interagia com as pessoas, e era conhecido dos vizinhos e moradores de Nazaré, onde fora criado. 3 6 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 1.4 3 -5 1; Mateus 26.37,38 ,42 João 1 43 - No dia seguinte, quis Jesus ir àGa- lileia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Se gue-me. 44 - E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. 45 - Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. 46 - Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê. 47 - Jesus viu Natanael vir ter com ele e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo. 48 - Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu estando tu debaixo da figueira. 49 - Natanael respondeu e disse-lhe: Rabi, tu és 0 Filho de Deus, tu és 0 Rei de Israel. 50 - Jesus respondeue disse-lhe: Porque te disse: vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás. 51 - £ disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que, daqui em diante, vereis 0 céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre 0 Filho do Homem. Mateus 26 37 - E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entriste cer-se e a angustiar-se muito. 38 - Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. 42 - E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu 0 beber, faça-se a tua vontade. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO O Senhor Jesus não viveu como ana- coreta, ou seja, como monge ou eremita em retiro solitariamente, isolado da sociedade, e nem ensinou essa prática aos seus discípulos. Pelo contrário, a narrativa bíblica descreve que Ele teve vida social e religiosa. A presente lição pretende mostrar alguns aspectos da experiência humana de Cristo. I - A EXPERIÊNCIA HUMANA NO MINISTÉRIO DE JESUS 1. Os debates com as autoridades religiosas. Os principais opositores de JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 Jesus foram os fariseus, os saduceus e os herodianos. Esses debates revelam o ensino de Jesus sobre a ética, os prin cípios morais e as responsabilidades civis que temos. a) Os fariseus. 0 nome vem do hebraico prushim que significa “ separados”, porque não concordavam com os saduceus. De fendiam a tradição acima das Escrituras (Mt 15.3, 6) e a separação do Estado da religião. Eram membros do sinédrio e tornaram-se alvo das críticas de Jesus (Mt 22.15). 0 apóstolo Paulo declara que 0 grupo dos fariseus, ao qual pertencia antes de sua conversão, era a mais severa seita do judaísmo (At 26.5; G11.14; Fp 3.5). LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 7 b) Os saduceus. O nome vem de Za- doque, família que detinha o cargo de Sumo Sacerdote desde Salomão (lRs 2.35) até pouco antes do surgimento desses grupos. Eram, como os fariseus, uma facção dentro do judaísmo (At 5.17), alegavam aceitar apenas os cinco livros de Moisés, 0 Pentateuco, com certa re serva, pois não acreditavam em anjos, espíritos e nem na ressurreição (At 23.8) e rejeitavam os demais livros do Antigo Testamento. Muitos deles eram sacerdotes, e exerciam fortes influências no sinédrio. Eram inimigos mortais de Jesus. Uniram-se aos fariseus, superando todos os obstáculos ideológicos a fim de somar as forças e matarem a Jesus. c) Os herodianos. Eram os apoiadores da dinastia de Herodes, uma espécie de marqueteiros, buscando convencer 0 povo para impedir um governo direto de Roma. Foram instituídos com inte resses nacionalistas e eram a favor dos impostos. O discurso de Jesus também os incomodava. Formaram conselho com os fariseus com o propósito de matar Jesus e, assim, livrar-se dEle (Mc 3.6). Estavam associados aos fariseus na questão do tributo (Mt 22.16; Mc 12.13). 2. A vida social e religiosa de Jesus. O Mestre participava de uma vida social intensa. A escolha dos seus discípulos como Filipe, André, Pedro e Natanael aconteceu num ambiente entre amigos AMPLIANDO O CONHECIMENTO “A ENCARNAÇÃO: DEUS PÔDE SE TORNAR HOMEM, SEM DEIXAR DE SER DEUS? A resposta a esta pergunta é ‘sim’. Não apenas é possível, como aconteceu, no tempo e no espaço. Teólogos neo- -ortodoxos (pensadores do século XX, fortemente influenciados por Karl Barth) dissram que a pergunta é impossível de responder logicamente, porque a fé é um paradoxo ilógico e pode ser vista somen te pelos olhos da fé. Em anos recentes, teólogos liberais negaram a realidade da encarnação, alegando que é um mito e não é verdadeira, em nenhum sentido objetivo. [...] Deste modo, eles consideraram um absurdo a declaração de que Jesus Cristo era plenamente Deus e plenamente hu mano (como tanto a Bíblia como confis sões históricas de cristãos afirmaram).” Amplie mais 0 seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Apologética Cristã, editada pela CPAD, p.1892. 3 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 (Jo 1.43-46). Os dois primeiros capítulos de Lucas apresentam um começo muito humano de Cristo, apresentando ami gos, vizinhos, parentes, como Zacarias, Isabel. Os “ filhos de Zebedeu” , João e Tiago (Mt 26.37), eram primos de Jesus; Zebedeu era um pescador da Galileia (Mc 1.19, 20) e marido de Salomé (Mt 27.56; Mc 15.40), irmã de Maria, mãe de Jesus (Jo 19.25). Lucas descreve 0 desenvolvimento físico e mental de Jesus que crescia em estatura e em sa bedoria (Lc 2.40, 52). Ele interagia com as pessoas independentemente de sua condição social e espiritual, “publicanos e pecadores” (Mt 9.10,11), “ fariseus” e “ a mulher pecadora” (Lc 7.37-39) e a mulher samaritana (Jo 4.9-15). 3. Características próprias do ser humano. Jesus nasceu de uma mulher, embora gerado pela ação sobrenatural do Espírito Santo. Seu nascim ento, contudo, foi normal e comum como 0 de qualquer bebê (Lc 2.6-7). Ele sofreu, chorou e sentiu angústia (Hb 13.12; Lc 19 .41; Mt 26.37); sentiu sono, fome, sede e cansaço (Mt 8.24; Jo 4.6; 19.28); Jesus morreu. A diferença é que, não ficou morto como qualquer pessoa, mas ressuscitou ao terceiro dia, passando pelo ardor da morte (1 Co 15.3-4). Ainda como homem, Ele dependia tanto da oração como também do Espírito Santo (Lc 4.1, 14; 5.16; 6.12). O Senhor Jesus Cristo, em sua experiência humana, participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa fraqueza moral e espiritual (Jo 8.46; Hb 4.15). II - HERESIAS QUE NEGAM A HUMANIDADE DE JESUS l. Apolinarismo. Apolinário foi bispo de Laodiceia, nasceu provavelmente em 310 d.C. e morreu em 392. O Apolina rismo é a doutrina que nega que Jesus encarnado teve espírito humano. Usando a linguagem teológica de Apolinário, os elementos constitutivos do ser humano são sõma, “ carne ou corpo” ; a psychê, “ alm a an im al” , a sede dos desejos, paixões, apetites; e, pneuma, “ alma racional”. Em relação a Jesus, dizia que Ele possuía um sõma humano e uma psychê humana, mas não um pneuma humano. Segundo Apolinário, 0 Verbo (Jo 1.1,14) teria ocupado 0 lugar da alma na encarnação, com isso negando que Jesus tivesse espírito humano. 2. Reação da igreja. A humanida de plena de Jesus está clara no Novo Testamento, que fala do corpo físico de Cristo (Lc 24.36-40; Jo 2.21; Hb 10.10) e também da alma e do espírito (Mt 26.38; Lc 23.46). Essa humanidade de Jesus é igual à nossa (Hb 2.14,17 — NTLH). A diferença é a sua impecabilidade. De modo que Ele é o verdadeiro ho mem (1 Tm 2.5). O Apolinarianism o foi declarado heresia no Concilio da Calcedônia em 451. 3. Monotelismo. É a doutrina cris- tológica do patriarca Sérgio de Constan- tinopla, que ensinava haver em Cristo uma só vontade. O termo vem de duas palavras gregas, monos, único”, e thelè- ma, “vontade, desejo”. Era uma tentativa de conciliar a teologia monofisita com o Credo de Calcedônia, que reafirmava as duas naturezas intactas, separadas e inconfundíveis em uma só pessoa, em Jesus. O Terceiro Concilio de Constanti- nopla em 681 considerou 0 monotelismo heresia. Reconhecemos as vontades de Cristo (Mc 14.36). É evidente que as ações de Cristo como caminhar, comer, beber, interagir com as pessoas são puramente humanas, mas são produzidas pela na tureza humana sob a direção divina. Ao perdoar pecados, era a manifestação da vontade de Cristo na natureza divina (Lc JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 9 5.20-22). Sofrônio, patriarca de Jerusalém, em 633, refutou 0 monotelismo dizendo que existe em Jesus duas vontades sendo a humana submissa à divina. III - COMO ESSAS HERESIAS SE APRESENTAM NOS DIAS ATUAIS 1. Quais países Jesus visitou quando esteve entre nós? Podemos afirmar que Jesus visitou, durante sua vida terrena, três países, Egito (Mt 2.14-15), Israel, 0 centro de suas atividades, e Fenícia, atual Líbano. Mas, não faltam crenças bizarras sobre a vida de Jesus. Não somente0 Movimento Nova Era, mas vários grupos ocultistas costumam ensinar que Jesus esteve na índia, e os mórmons declaram que Ele esteve nos Estados Unidos. A Bíblia, porém, nada disso menciona e ensina-nos a rejeitarmos as fábulas (1 Tm 4.7). Os Evangelhos não mostram um Jesus estranho em sua comunidade e muito menos um forasteiro (Mt 13.55- 57; Jo 7.15, 27, 41, 42). 2. Jesu s era v isto como alguém da comunidade. Essa invenção desses esotéricos contraria 0 relato dos Evan gelhos (Lc 4 .22-24), onde 0 Senhor Jesus é apresentado como alguém que era natural na comunidade de seu povo, Israel, e não como um estrangeiro. Sua maneira de viver e 0 seus ensinos refle tem a cultura judaica, e nada há que se pareça com a cultura hindu: “Não é este 0 carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Mc 6.2,3). Ora, tal atitude do povo não se justificaria se Jesus fosse um recém-chegado da índia. CONCLUSÃO É nosso compromisso seguir 0 exem plo de Jesus no relacionamento com as pessoas. É importante que nunca nos esqueçamos os pontos essenciais da presente lição sobre a verdadeira identidade do Senhor Jesus. Ele é 0 Deus verdadeiro em toda a sua plenitude igual ao Pai. E como homem, em toda a sua plenitude, viveu e andou entre nós, seres humanos. REVISANDO O CONTEÚDO 1. Quais os principais opositores de Jesus com quem Ele debatia? 2. Como sabemos que 0 Senhor Jesus teve vida social e religiosa? 3. O que ensinam as doutrinas apolinarianista e monotelista? 4. Quais concílios declararam heresias o Apolinarianismo e o Monote lismo? 5. Como os Evangelhos apresentam Jesus? 4 0 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇAO 9 2 de Março de 2025 QUEM E O ESPÍRITO SANTO? TEXTO ÁUREO “ Ora, este Senhor é 0 Espírito; e onde está 0 Espírito do Senhor, aí há liberdade.” (2 Co 3.17- NAA) V__________________________________ VERDADE PRÁTICA É necessário primeiro conhecer a verdadeira identidade do Espírito Santo, à luz da Bíblia, para então poder defendê-la. _________ J LEITURA DIÁRIA Segunda - Sl 104.30 Quinta - 1 Co 3.16 0 Espírito Santo preserva e 0 Espírito Santo é Deus, esse mantém todas as coisas criadas mesmo Espírito habita em nós Terça - Mt 28.19 Sexta - Tt 3-5 0 Espírito Santo é igual ao Pai e 0 Espírito Santo regenera 0 ao Filho pecador Quarta - l Co 2.10 Sábado - 2 Pe 1.21 0 Espírito Santo penetra todas as 0 Espírito Santo falou por meio coisas até as profundezas de Deus L__________________________________ dos profetas e apóstolos JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 4 1 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 14 .16 ,17 , 26; 16 .7 -14 João 14 16 - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, 1 7 - 0 Espírito da verdade, que 0 mundo não pode receber, porque não 0 vê, nem 0 conhece; mas vós 0 conheceis, porque habita convosco e estará em vós. 26 - Mas aquele Consolador, 0 Espírito Santo, que 0 Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. João 16 7 - Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, 0 Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei. 8 - E, quando ele vier, convencerá 0 mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: 9 -do pecado, porque não creem em mim; 10 - da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; 1 1 - e do juízo, porque já 0 príncipe deste mundo está julgado. 12 - Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não 0 podeis suportar agora. 13 - Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo 0 que tiver ouvido e vos anunciará 0 que há de vir. 14 - Ele me glorificará, porque há de rece ber do que é meu e vo-lo há de anunciar. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO A identidade do Espírito Santo é revela da nas Escrituras desde 0 livro de Gênesis até o Apocalipse. É fato que a Igreja desde os dias apostólicos 0 reconhecia como Deus igual ao Pai e ao Filho. Essa deidade absoluta do Espírito Santo é revelada de maneira direta, nos seus atributos divinos e nas suas obras e funções pertencentes a Deus. Todos nós precisamos estudar e conhecer essa verdade bíblica, pois desde a antiguidade existem heresias sobre a Terceira Pessoa da Trindade. É sobre isso que vamos estudar na presente lição. I - O CONSOLADOR 1. O outro Consolador (14.16). Jesus disse aos seus discípulos que estava voltando para o Pai, mas que continuaria cuidando da Igreja, pelo seu Espírito San to, seu Paracleto, alguém como Ele, que teria 0 mesmo poder para preservar 0 seu povo. A palavra “outro”, nesta passagem é, no grego, allos, e significa “ outro” , da mesma natureza, mesma espécie e mesma qualidade. Se 0 Espírito fosse uma força ativa, impessoal, conforme o ensino equivocado das Testemunhas de Jeová, a palavra correta para “outro” seria heteros, que significa: “ outro do usual, diferente” . O Dicionário Vine afirma: “ O termo allos expressa uma diferença numérica e denota ‘outro do mesmo tipo’; o termo heteros expressa uma diferença qualitativa e denota ‘outro de tipo diferente’. Cristo prometeu enviar ‘outro Consolador’ — allos, ‘outro como Ele’, não heteros (Jo 14.16)”. 4 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 2. O Paracleto (16.7). O termo se refere ao Espírito Santo, mas os dicio nários da língua portuguesa afirmam que se trata de uma pessoa que defende e protege alguém. O termo grego para- klètos vem da preposição pará, “ ao lado de, próximo”, e do verbo kaléõ, “chamar, convocar” , de modo que essa palavra significa “ defensor, advogado, inter- cessor, auxiliador, ajudador. Paracleto, então, é 0 Consolador. O Consolador é enviado pelo Pai em nome de Jesus para ensinar os discípulos e fazer lembrar de tudo o que 0 Filho ensinou e para testificar dEle (Jo 15.26). 3. Seu uso no Novo Testamento. O termo “paracleto” aparece apenas cinco vezes no Novo Testamento, nos escritos joaninos, quatro vezes no Evangelho, referindo-se ao Espírito Santo (Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7). Além dEle o nome é aplicado ao Senhor Jesus e traduzido por “Advogado” (1 Jo 2.1). II - SUA DEIDADE, ATRIBUTOS E OBRAS 1. Sua deidade. A divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia de maneira que os nomes Deus e Espírito Santo aparecem sempre de forma al ternada, tanto no Antigo Testamento como no Novo. O Espírito Santo é Javé na vida de Sansão: “ 0 Espírito do Se nhor possantemente se apossou dele” (Jz 15.14); no entanto, na sequência, lemos que depois de traído por Dalila, Sansão “ (...) não sabia que já 0 Senhor se tinha retirado dele” (Jz 16.20). Assim, tanto o Espírito de Javé e Javé, ou seja, o Espírito do Senhor e 0 Senhor são nomes divinos usados alternadamente. Fica claro, no Antigo Testamento, que o Espírito Santo é 0 próprio Deus. Esse tipo de linguagem na Bíblia mostra que Ele é Javé. Compare Êxodo 17.7 com A divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia também nos seus atributos divinos, como acontece com o Senhor Jesus. Ele é onipotente, as Escrituras Sagradas ensinam ser o Espírito a fonte de poder e milagres.” Hebreus 3.7-9; Deus de Israel (2 Sm 23.2,3). Essa forma de apresentação é frequente na Bíblia (At 5.3, 4 ; 1 Co 3.16; 2 Co 3.16-18). 2. Seus atributos. A divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia também nos seus atributos divinos, como acontece com 0 Senhor Jesus Cristo. Ele é onipotente (Rm 15.19), e as Escrituras Sagradas ensinam ser o Espírito a fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At 2.4; l Co 12.9-11). A onipre sença é outro atributo incomunicável de Deus presente na Terceira Pessoa da Trindade, o que m ostra ser Ele onipresente (Sl 139.7-10). Ele conhece todas as coisas, até as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11); conhece 0 coração dos seres humanos(Ez 11.5; At 5-3- 9 ; Rm 8.26,27) e é conhecedor do futuro (Lc 2.26; Jo 16.13; At 20.23), isso por ser Ele onisciente. Possui o atributo da eternidade, pois é cham ado de “ Espírito eterno” (Hb 9.14). 3. Suas obras. São inúm eras as obras de Deus efetuadas pelo Espírito Santo. Ele gerou Jesus Cristo (Lc 1.35), JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 43 vvdá a vida eterna (G1 6.8), guia o seu povo (SI 143.10; Is 63.14; Rm 8.14; Gl. 5.18), é 0 Senhor da Igreja (At 20.28) e santificador dos fiéis (Rm 15.16; 1 Pe 1.2). O Espírito habita nos crentes (Jo 14.17; Rm 8.11; l Co 3.16), é o autor do Novo Nascimento (Jo 3.5,6; Tt 3.5), da vida (Ez 37-14; Rm 8.11-13) e 0 distribuidor dos dons espirituais (1 Co 12.7-11). Essas obras são exclusivas de Deus, realizadas pelo Pai, Filho e o Espírito Santo. Essas obras divinas evidenciam que o Espírito Santo é Deus igual ao Pai. III - HERESIAS ANTIGAS E NOVAS 1. As primeiras heresias. Não havia consenso sobre 0 Espírito Santo no Oriente nas primeiras décadas depois do Concilio de Niceia. Havia diversas interpretações. a) Os arianistas. Ário considerava também 0 Espírito Santo como cria tura, embora esse tema tivesse fora das discussões na época, pois 0 foco dos debates estava no Filho. Eunô- mio, um dos arianistas mais radicais, considerava 0 Espírito Santo como a m ais nobre das criaturas produzi das pelo Filho a pedido do Pai, dizia que “ o Filho é o criador do Espírito”. b) Tropicianos. Eram uma seita do Egito, cujo nome vem de tropos, “ fi gura” . Atanásio assim 0 denominou por causa da exegese figurada deles, diziam ser 0 Espírito Santo um anjo e uma criatura. c) Pneumatomacianos. Surgiram depois dos tropicianos. O termo pneu- matomachoi vem de pneuma, “espírito”, e machomai, “ falar mal, contra”, eram os “ opositores do Espírito” . Eustáquio de Sebaste (300-380) foi o principal defensor dessa heresia, 0 movimento negava a divindade do Espírito Santo. Jesus disse que o Consolador é o próprio Espírito Santo. A promessa do Senhor Jesus é ‘para que fique convosco para sempre’ (Jo. 14 .16).” 2. As heresias na atualidade. O gru po religioso das Testemunhas de Jeová é seguidor da antiga linha teológica dos arianistas. Seus líderes negam a divindade e a personalidade do Espí rito Santo; em sua literatura, grafam seu nome com letras minúsculas. Por exemplo, a Tradução do Novo Mundo (TNM) substitui o “Espírito de Deus” por “ força ativa de Deus” (Gn 1.2) e usa a expressão: “ e todos ficaram cheios de espírito santo” (At 2.4). A expres são hebraica rüach ’élõhím, “ Espírito de Deus”, aparece 11 vezes no Antigo Testamento e somente nessa passagem é traduzida na TNM por “ força ativa de Deus”. 3. O Espírito Santo em outras reli giões. Em algumas religiões no Oriente, a noção sobre 0 Espírito Santo é confusa, mas se aproxima do pensamento antigo desses heresiarcas, “de modo que nada há novo debaixo do sol” (Ec 1.9). a) Uma crença estranha. Os intelectuais da religião islâmica, por exemplo, se apegam às palavras do Alcorão atribuí das a Jesus: “ sou para vós 0 Mensageiro de Allah, para confirmar a Tora, que havia antes de mim, e anunciar um Mensageiro, que virá depois de mim, 4 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025 cujo nome é Ahmad” (61.6). Eles inter pretam essa passagem corânica como cumprimento da promessa que Jesus fez sobre a vinda do Consolador, do Para- cleto. Eles confundem a palavra grega periclytós, “ renomado ao redor, ilustre”, com paraklêtos (Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7). Assim, concluem equivocamente que Maomé é o Consolador prometido por Jesus. Convém lembrar que periklytós não é uma palavra bíblica, não aparece em lugar algum da Bíblia Sagrada, nem no Novo Testamento grego e nem na Septuaginta. b) Resposta bíblica. Jesus disse que 0 Consolador é o próprio Espírito Santo (Jo 14.26). A promessa do Senhor Jesus é “para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). Trata-se dèum ser que não morre, mas sim que vive para sempre, pelos séculos dos séculos. Jesus disse também que 0 Consolador “habita con vosco e estará em vós” (Jo 14.17) e que, “ quando vier 0 Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim” (Jo 15.26). Assim, 0 Espírito Santo testifica de Cristo, o nosso Senhor. CONCLUSÃO Vimos que a deidade e a personali dade do Espírito Santo estão presentes em toda a Bíblia de maneira abundante e tem sido crença da Igreja desde 0 princípio, por isso a relevância da defesa dessa doutrina. O Consolador é enviado pelo Pai, em nome de Jesus, para ensinar os discípulos e fazer lembrar de tudo 0 que 0 Filho ensinou e para testificar dEle. Não é possível uma força ativa e impessoal ser enviada em nome de alguém tendo tais atributos. REVISANDO O CONTEÚDO 1. A quem mais 0 nome “Paracleto” é aplicado nas Escrituras além do Espírito Santo? 2. Como a divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia? 3. Quais os principais grupos na antiguidade que negavam a divindade do Espírito Santo? 4. Quem segue a linha teológica dos arianistas na atualidade? 5. Qual resposta bíblica podemos dar em relação a crença estranha em relação ao Espírito Santo? JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 4 5 ^ r TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA “Porque todos pecaram e 0 pecado é um elemento real na destituídos estão da glória de vida de todas as pessoas desde Deus.” (Rm 3.23) 0 ventre materno. V .. _ _ _ _ _ _ _ _ _ J LEITURA DIÁRIA Segunda - SI 51.5 Quinta - Ec 7.20 A corrupção humana vem desde a Não há ser humano no mundo concepção no ventre materno que não peque Terça - SI 58.3 Sexta - Rm 3.10-12 0 pecado vem desde a madre e Todos se extraviaram, não há acompanha toda a vida humana quem faça 0 bem Quarta - Is 1.6 Sábado - 1 Jo 3.4 0 pecado corrompeu a natureza 0 pecado significa iniquidade, humana na sua totalidade L __________________________________ transgressão da lei de Deus 4 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Gênesis 3.1,6,7; Romanos 5 .12 -14 Gênesis 3 1 - Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que 0 Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 6 - E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7 - Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. Romanos 5 12 - Pelo que, como por um homem en trou 0 pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. 13 - Por que até à lei estava 0 pecado no mundo, mas 0 pecado não é imputado não havendo lei. 14 - No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, 0 qual é afigura daquele que havia de vir. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO O ser humano criado em santidade à imagem de Deus, foi corrompido pelo pecado de tal modo que somente em Cristo é possível a sua restauração a Deus. O capítulo 3 de Gênesis relata como 0 pecado entrou na humanidade e, em Romanos 5, 0 apóstolo Paulo mostra a extensão dessa corrupção em todos os seres humanos. A presente lição pretende mostrar a origem e a dimensão do pecado na humanidade e refutar, à luz da Bíblia, as principais crenças inadequadas. I - A DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO E SUA EXTENSÃO 1. 0 autor do pecado (Gn 3-1,2). Adão podia comer livremente de toda árvore do jardim, mas foi advertido para não comer da árvore “ da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). A Bíblia nos conta JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025 que oautor do pecado, a serpente que enganou Eva, é o próprio “diabo e Sa tanás, a antiga serpente” (Ap 12.9); o maioral dos demônios (Mt 12.24; 25.41). Era originalmente 0 querubim ungido, perfeito em sabedoria e formosura (Ez 28.12-15) que se rebelou contra Deus e foi expulso do céu (Is 14.12-15). Com sua queda, vieram com ele os anjos que aderiram à rebelião, e uma parte deles continua em prisão (2 Pe 2.4; Jd 6). Essa é uma possível explicação para a origem dos demônios. A intromissão da serpente no jardim já era 0 querubim expulso agindo por meio dela. Assim, 0 pecado não teve a sua origem no Éden. 2. “ Foram abertos os olhos de am bos” (Gn 3.7). Quando o casal comeu do fruto proibido, ambos perceberam que estavam nus, envergonharam-se e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura ime diata da comunhão com o Criador, é a LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 47 morte espiritual, pois morte significa separação (Is 59.2). O pecado separa 0 ser humano de Deus. Nessa ocasião, ainda no Éden, Deus anunciou a vinda do Redentor (Gn 3.15) e, em seguida, pronunciou a sentença do casal (Gn 3.16-19) e à sua posteridade. Foi por causa dessa desobediência que o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12). Esse desastre é conhecido como a Queda da humanidade. 3. A consequência da Queda no Éden. A Bíblia não mostra como essa transmissão do pecado de Adão passou a todos os humanos, mas afirma sua realidade: “ Pelo que, como por um homem entrou 0 pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram ” (Rm 5.12). Essa é a revelação mais contundente sobre como a transgressão passou para toda a humanidade. Esse pensamento é reiterado mais adiante (v.19; 1 Co 15.49). 4. Extensão do pecado. O pecado se estende a todas as pessoas e corrompeu na sua totalidade, corpo, alma, espíri to (Rm 2.9; 8.10; 2 Co 7.1), intelecto e vontade (Is 1.3; Jr 17.9), consciência e razão (l Tm 4.2; Tt 1.15). Tudo isso diz respeito à extensão, dos pés à cabeça (Is 1.5,6) e não se refere à intensidade. O ser humano está incapacitado de conhecer a Deus por seus próprios esforços. Mas a imagem de Deus, no ser humano caído, não foi erradicada, está desfigurada, mas não aniquilada (Gn 9.6; Tg 3.9). Isso inclui também 0 livre-arbítrio, pois os pecadores têm liberdade de escolha (Js 24*15; Jo 7.17; 2 Pe 3-5; Ap 22.17). II - A HERESIA QUE NEGA O ADVENTO DO PECADO l. O Pelagianismo. O Pelagianismo é a heresia mais antiga na história da igreja no tocante à pecaminosidade no gênero humano. O nome vem de Pelá- gio, monge erudito britânico (360-420) que se transferiu para Roma em 409. Foi contemporâneo de Agostinho de Hipona (354- 430). a) Conteúdo doutrinário. A princípio, a sua doutrina teve acolhida popular e não era considerada herética porque parecia se tratar de um assunto meramente ético e não teológico. A controvérsia não foi desencadeada com 0 próprio Pelágio, mas com Celéstio, jurista romano de origem britânica, um dos principais porta-vo zes das idéias pelagianas. A fonte da doutrina pelagiana são os escritos dos seus oponentes, não existe nada da lavra do próprio Pelágio. O que se sabe, com certeza, sobre a sua teologia se resume nisto: 0 ser humano não nasce em pe cado, a transgressão de Adão não afeta diretamente os outros, não existe pecado original, não existe a corrupção geral do gênero humano. Esses são alguns pontos do pensamento deles. O Pelagianismo foi condenado no Concilio de Éfeso em 431. b) Resposta bíblica. O Pecado Original é aquele que veio da Queda de Adão, a Bíblia afirma que a transgressão de Adão levou toda a humanidade ao pecado e isso é uma verdade bíblica (Rm 5.12). Esse homem pelo qual 0 pecado se es tendeu à toda humanidade é Adão (Rm 5.14). A evidência incontestável dessa transmissão do pecado de Adão para a sua posteridade é a morte (Rm 5.12b). A corrupção do gênero humano é um fato incontestável revelado nas Escrituras (SI 51.5; Is 1.5,6; Rm 3.10-12) e confirmado na própria experiência humana. 2. A morte de Jesus em favor dos pecadores. Por essa razão, o Alcorão nega a crucificação e a morte de Jesus. Com esse argumento, conclui que não havia necessidade de Jesus morrer pe 4 8 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 los pecados da humanidade, por isso o Alcorão rejeita o sacrifício de Jesus. A cruz de Cristo sempre foi um escândalo para o mundo, uma ofensa para os que estão nas trevas (1 Co 1.23). III - O PERIGO DESSA HERESIA PARA A VIDA DO CRENTE E DA IGREJA 1. Pensamentos pelagianistas em nossos dias. Essas idéias estão ainda hoje nas religiões reencarnacionistas que negam a Queda do Éden. O movi mento religioso denominado Ciência Cristã nega a existência do pecado; no Mormonismo, a transgressão de Adão não passou para a raça humana, cada pessoa é responsável somente pelos seus próprios pecados. Devemos conhecer bem aquilo em que nós cremos e também 0 ponto de vista do outro para sabermos conversar. Essas pessoas estão entre nós no dia a dia, e importa saber como identificar a teologia antibíblica delas como também apresentar o Evangelho que as conduza à salvação porque Jesus morreu por elas também (Jo 3.16; 1 Co 15.3; l Tm 1.15). E nessa missão, temos a ajuda do Espírito Santo (Lc 12.12). 2. O perigo. Quando as pessoas não conhecem bem as crenças e as práti cas de sua igreja, terminam atraídas facilmente por ensinos diferentes, que às vezes lhes parece correto, e por isso nem examinam seus fundamentos (1 Ts 5.21; 1 Jo 4.1). O analfabetismo bíblico é o drama do século que tem levado essas pessoas para o erro doutrinário. CONCLUSÃO Mesmo nesse estado de corrupção to tal, nem tudo está perdido, há esperança. Desde a Queda de Adão no Éden, Deus tem demonstrado seu amor e cuidado com a posteridade do primeiro casal. Deus não nos abandonou. Em seu amor e miseri córdia, “ nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5). REVISANDO O CONTEÚDO 1. Quem é o autor do pecado? 2. Qual a passagem bíblica m ais contundente que m ostra que herdamos a transgressão de Adão? 3. Em que se resume o Pelagianismo? 4. Qual a evidência incontestável da transm issão do pecado de Adão para toda a humanidade? 5. Quais grupos religiosos representam hoje algum as das idéias do pe lagianism o? JANEIRO - FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 49 LIÇAO 11 16 de Março de 2025 A SALVAÇAO NAO É OBRA HUMANA TEXTO ÁUREO “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” (Tt 3.5) V_______________________ r VERDADE PRÁTICA A salvação é um ato da graça soberana de Deus pelo mérito de Jesus Cristo e não vem das obras humanas. ______________________________ ) LEITURA DIÁRIA Segunda - Sl 49-7 -9 Quinta - Rm 5.1 Não há recurso humano que possa A fé em Jesus é suficiente para a salvar 0 ser humano salvação Terça - Sl 146.3 Sexta - G1 2.16 Somente em Deus há salvação Ninguém é salvo pelas obras da lei Quarta - Jo 3.16 Sábado - Jo 1.17 Jesus Cristo é 0 único Salvador do A graça e a verdade vieram por mundo Jesus Cristo L___________________________ ______________________________A 5 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Efésios 2 .1-10 1 - E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, 2 -em que, noutro tempo, andastes, segun do o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; 3 - entre os quais todos nós também, antes, andavamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 4 - Mas Deus, que é riquíssimo em mi sericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5 - estando nós ainda mortos emnossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6 - enos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; 7 - para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. 8 - Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. 9 - Não vem das obras, para que ninguém se glorie. ío - Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andás semos nelas. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO 0 apóstolo Paulo mostra nessa Lei tura Bíblica em Classe o contraste entre 0 estado espiritual da miséria humana e a restauração à comunhão com Deus. Além disso, deixa claro a impossibilidade de qualquer pessoa angariar a salvação por meio de seu próprio esforço, e até mesmo, de desejar a salvação ou sentir a necessidade de Deus, senão por in tervenção divina direta, por meio do Espírito Santo. 1 - A SALVAÇÃO SOB A GRAÇA DE DEUS 1. A descrição do estado espiritual humano (vv. 1-3). 0 relato da condição pecaminosa da natureza humana con firma a extensão da corrupção do gênero humano, estudado na lição anterior. 0 apóstolo emprega algumas expressões para reforçar a dura realidade do pecado: “ mortos em ofensas e pecados” (v. l); andar “ segundo 0 curso deste mundo” (v. 2); “ segundo 0 príncipe das potestades do ar” (v. 2.b); “do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência” (v. 2c); “ andávamos nos desejos da nossa carne” (v. 3); “ éramos por natureza filhos da ira” (v. 3b). É uma triste fo tografia da raça humana. 2. Mortos em ofensas e pecados (vv. 1, 5). As expressões “ E vos vivificou” (v. 1) e “ nos vivificou juntamente com Cristo” (v. 5) revelam a ação do Espírito Santo em favor dos pecadores, que a salvação só é possível mediante a gra ça de Deus, e sem ela ninguém pode ser salvo (vv. 4, 5). Mas há algo que JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 1 precisa ser esclarecido, as expressões “mortos em ofensas e pecados” (v. 1) e “ mortos em nossas ofensas” (v. 5) não devem ser entendidas literalmente por se tratar de uma metáfora, uma das figuras de linguagem para descrever 0 estado da queda espiritual. Por “ morte espiritual” , a Bíblia quer dizer que a humanidade caída está separada de Deus (Is 59.2) e não significa aniqui- lação espiritual total. 3. A exegese dos versículos 8-10. Essa passagem bíblica elimina qualquer interpretação ou tentativa da salvação com ajuda humana ou de qualquer es forço adicional para completar a obra de Cristo. O termo “ graça” significa literalmente “ favor imerecido”, 0 favor divino do qual não somos merecedores. A salvação é pela graça de Deus mediante a fé em Jesus e não vem das obras, pois não se trata de uma recompensa. Uma boa exegese esclarece que a expressão “ isto é dom de Deus” se refere à salva ção pela graça e não à fé. Como afirma 0 respeitado erudito da língua grega, A. T. Robertson: “ a graça é a parte de Deus e a fé é a nossa”. De modo, como dizia Norman Geisler, “ a fé é o meio e a salvação é 0 fim. O meio vem antes do fim ”. II - SOTERIOLOGIAS INADE QUADAS NA ANTIGUIDADE l . Os reencarnacionistas. Com 0 termo “ soteriologia” nos referimos aos diversos ensinos religiosos inadequados sobre a salvação. O primeiro deles é a doutrina da reencarnação, tão antiga quanto a humanidade, originária do Hinduísmo, mas presente também no Budismo, no Jainismo e no Sikhismo. É defendida, pelos Hare Krishnas, kar- decistas e muitos outros. Os adeptos da doutrina da reencarnação têm em Por ‘morte espiritual,’ a Bíblia quer dizer que a humanidade caída está separada de Deus (Is 59.2) e não significa ani- quilação espiritual total.” comum a busca da perfeição por meio de um progresso evolutivo até que esses ciclos da roda de renascimento parem de girar. Em resumo: a salvação pelo seu próprio esforço e sem Jesus. Trata-se de uma crença antibíblica (SI 78.39; Hb 9.27; Jo 9.1- 3). 2. Os galacionistas. É 0 nome dado aos legalistas judaizantes opositores do apóstolo Paulo na província da Galácia (G1 1.7). Esses judeus convertidos ao Cristianismo queriam que os gentios observassem a Lei de M oisés como condição para salvação (At 15.1). A verdade bíblica é que “ pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (G1 2.16). 3. Os gnósticos. No campo sote- riológico, eles apregoavam uma visão dualista do universo, 0 maniqueísmo. O que é isso? Fundado por Mâni (216-276), na Pérsia, atual Irã, seu ensino era que 0 “ universo é composto do reino das trevas e do reino da luz e os dois lutam pelo domínio da natureza e do próprio ser humano”. Desse modo, 0 ser humano, para ser salvo, precisa se libertar da prisão do mundo e de seus poderes planetários, e essa libertação só é possível por meio de um conhe cimento místico, gnõsis, uma espécie de iluminação espiritual limitada aos 5 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO ■ MARÇO 2025 “ espirituais” . Os demais são pessoas m ateriais e não podem receber esse conhecimento. De fato, sabemos da exis tência do mal, proveniente de Satanás, mas não admitimos que o Diabo tenha poder suficiente para medir força com Deus e o seu Filho, Jesus Cristo (Jó 1.12; 2.6, Mc 5.7-13). A salvação é para todas as pessoas (At 17.30; Tt 2.11). III - AS SOTERIOLOGIAS INA DEQUADAS DE HOJE 1. O Islamismo. Segundo essa re ligião, se as boas ações superarem as más, tal pessoa irá para 0 paraíso (Alcorão 13.22.23). Eles ensinam ainda que Allah não ama os pecadores, mas somente os piedosos: “Allah não ama os agressores... Allah não ama a ne nhum ingrato pecador” (Alcorão 2.190, 276). Esta é uma das 24 vezes que 0 Alcorão afirma que Allah não ama os pecadores. Na concepção dos islâmicos, não há necessidade de expiação, logo, não existe salvação como no sistema cristão. A salvação no contexto deles é por mérito, pelas obras. Mas, à luz da Bíblia, 0 pecador recebe a vida eterna a partir do momento que passa a crer, no coração, que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos e confessa publica mente 0 nome de Jesus (Rm 10.9,10). 2. As Testemunhas de Jeová. A salvação não está em Cristo, mas na organização religiosa delas, diferente do que ensina a Bíblia (Jo 14.6). Exis tem dois grupos de salvos, um que tem direito ao céu, restrito a 144.000, a “classe dos ungidos” ; outro grupo, a “classe da grande multidão” e a que vai herdar a terra, segundo a teologia do movimento. Seus teólogos ensinam que as Testemunhas de Jeová, que pertencem à “classe da grande multidão”, não são filhos de Deus, não pertencem a Cristo, não têm 0 Espírito Santo, Jesus não é 0 Mediador delas nem têm esperança de salvação. A Bíblia nos ensina que não existe cristão sem 0 Espírito Santo (Rm 8.9) e que “Mas a todos quantos 0 receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome” (Jo 1.12). 3. O Mormonismo. Os mórmons creem numa salvação geral, em que os não mórmons são castigados e de pois liberados para a salvação, e numa perspectiva individual, em que a sal vação é obtida pela fé em Jesus e pela obediência às leis e às ordenanças. Eles consideram ordenanças, segundo os artigos 3 e 4 das Regras de Fé, fé em Jesus, arrependimento, batismo por imersão e imposição de mãos, mas há outros requisitos. Um deles é aceitar Joseph Smith Jr. como porta-voz de Deus. Tal ensino, no entanto, diverge das Escrituras, pois elas nos ensinam que 0 Senhor Jesus não precisa de co-salvador. A Bíblia ensina que Ele é o único Salva dor (Jo 14.6; At 4.12). A salvação não é por mérito humano, ninguém pode ser salvo pelas boas obras, mas somente pela graça, mediante a fé (Tt 3.5; Ef 2.8,9). Existe apenas uma salvação, e ela está à disposição de todos os seres humanos (Tt 2.11; Jd 3). CONCLUSÃO Entendemos que somente pela graça é possível chegar-se a Deus,e isso é um ato soberano de sua graça e bondade. É a misericórdia divina que leva as pessoas ao arrependimento (Rm 2.4). Graça não é mérito, e nem 0 ato de 0 pecador rece ber a dádiva divina se constitui mérito pessoal. Mas Deus disponibilizou a sua graça para todos os seres humanos e não para uns poucos escolhidos. A Bíblia ensina que a salvação é para todos. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 53 REVISANDO O CONTEÚDO 1. O que a Bíblia quer dizer quando fala de “morte espiritual”? 2. O que esclarece uma boa exegese sobre a expressão, “ isto é dom de Deus”? 3. Quais os três principais movimentos dos primeiros séculos cuja so- teriologia é inadequada? 4. Quais as três soteriologias inadequadas de hoje? 5. O que ensinam os teólogos das Testemunhas de Jeová sobre a “classe da grande multidão”? 54 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO - MARÇO 2025 A IGREJA TEM UMA NATUREZA ORGANIZACIONAL - N TEXTO ÁUREO “ Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei.” (Tt 1.5) \ ______________________________ f VERDADE PRÁTICA A Igreja é um organismo vivo de natureza espiritual e, ao mesmo tempo, uma organização. _ _ _ _ _ _ J LEITURA DIARIA Segunda - At 14.23 Uma reunião de ministério para consagração de presbíteros Terça - At 15.6 O primeiro concilio para tratar de assuntos doutrinários Quarta - Rm 15.25-27 O apóstolo Paulo se envolvia em campanhas pela ação social Quinta - 1 Co 5.2-5 “ Comissão de Ética” na igreja de Corinto Sexta - 1 Co 16.1,2 “ Tesouraria” para cuidar das finanças Sábado - Rm 16.1,2 Carta de recomendação e a “ secretaria” da igreja JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 5 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Tito 1.1-9 1 - Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade, 2 - e m esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos, 3 - mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra pela pregação que mefoi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador, 4 - a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador. 5 -Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, esta belecesses presbíteros, como já te mandei: 6 - aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. 7 - Porque convém que o bispo seja irre preensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; 8 - mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, 9 - retendo firme afiei palavra, que é con forme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO A Bíblia apresenta a Igreja como corpo espiritual de Cristo, um organismo vivo com suas reuniões em torno do Senhor Jesus e suas ordenanças. Por outro lado, é também uma organiza ção, congregação ou assembléia, com sua forma de governo. A presente lição pretende mostrar a natureza organi zacional da Igreja. I - TITO E AS IGREJAS NA ILHA DE CRETA 1. Tito (v.4). O apóstolo escreveu a Tito, estando ele em Nicópolis, na costa oeste da Grécia, ou mais provavelmente, a caminho dessa região, pois ele afirma “deliberei invernar ali” , e não “ aqui” . Como as Epístolas a Timóteo, a de Tito traz im portantes diretrizes para os pastores em todos os lugares e épocas. Tito é chamado de “ verdadeiro filho” do apóstolo Paulo (1.4), expressão que 0 apóstolo também usa para Timóteo (1 Tm 1.2). Tito era grego (G1 2.3), con vertido provavelmente em Antioquia. Seu nome não é mencionado em Atos dos Apóstolos, mas aparece nove vezes em 2 Coríntios, duas em Gálatas (2.1,3), uma em 2 Timóteo (4.10) e na epístola que lhe fora destinada, que traz 0 seu nome. Foi companheiro do apóstolo Paulo em suas viagens missionárias, e ajudou 0 apóstolo em Roma (2 Tm 4.10) e em Nicópolis (Tt 3.12). 2. O pastor de Creta (v. 5). Foi cons tituído pastor da ilha Creta pelo apóstolo Paulo para colocar “ em boa ordem as coisas que restam” e, também, para es tabelecer presbíteros de cidade em cidade. 5 6 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 v v Quando se fala em institucionalizar, dar caráter institucional ou de tornar institucional significa estabelecer organização.” Os relatos de Atos omitem esse trecho do itinerário de Paulo. Ele passou por Creta durante a sua quarta vigem, da condição de prisioneiro com destino a Roma, num local chamado “bons portos” (At 27.8), pelo que parece não foi nessa ocasião que ele deixou Tito em Creta. 3. Creta. Em 67 a.C., Roma anexou a ilha de Creta ao seu império, unin do-a a Cirene, no Norte da África, nos termos da Líbia, como uma só provín cia. A situação espiritual de Creta era desanimadora porque a igreja estava desorganizada, e 0 grande descuido no comportamento daqueles crentes é denunciado no capítulo 2. Parece que 0 relaxamento espiritual era consequência de um desleixo natural, que era carac terística dos cretenses (Tt 1.12,13). Outro problema ali é que havia judaizantes rebeldes, mercenários e provocadores de divisão (Tt 1.10-16). II - A INSTITUCIONALIDADE BÍBLICA DA IGREJA 1. A instrução paulina. A organiza ção eclesiástica a que o apóstolo Paulo AMPLIANDO O CONHECIMENTO “CONTEXTO HISTÓRICO [...] Em sua viagem a Roma, Paulo havia visitado originalmente a ilha de Creta (a su doeste da Ásia Menor, no Mar Mediterrâneo) como prisioneiro (At 27.7,8). Posteriormente, depois de ser libertado de seu primeiro período de aprisionamento em Roma, Paulo voltou a Creta com Tito e trabalhou durante um breve período em seu ministério ali [...]. A seguir, Paulo incumbiu Tito de continuar trabalhando com os cretenses para organizar igrejas (1.5) enquanto ele continuava a viagem à Macedônia (cf. íTm 1.3). Alguns tempos depois, Paulo escreveu esta carta a Tito, instruindo-o a concluir a tarefa que ambos haviam iniciado. Paulo provavelmente enviou a carta por meio de Zenas e Apoio, que estavam viajando por Creta (3.13).” Amplie mais 0 seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal: Edição Global, editada pela CPAD, p.2280. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 57 instrui Tito não se restringe a uma estruturação ministerial. Estabelecer presbíteros de cidade em cidade (v. 5) e instruir os líderes durante a sua carreira apostólica (At 14.23; 20.28), 0 apóstolo já vinha fazendo. O Novo Testamento revela a origem e 0 desenvolvimento desse governo. O apóstolo menciona “ os bispos e diáconos” (Fp 1.1). O con texto da epístola dá a entender que 0 relaxo e 0 descuido em que estavam as comunidades cristãs da ilha de Creta eram reflexo da cultura da região (Tt 1.12). Isso está além de um problema meramente ministerial. 2. Igreja como instituição. Podemos definir organismo como forma indivi dual de vida, um ser ou algo vivente. Na eclesiologia, 0 ensino ou estudo sobre a Igreja, significa ser a igreja um orga nismo porque é um corpo espiritual e vivo, cuja espiritualidade é gerada pelo Espírito Santo (1 Co 3.16, 17; 6.19; Ef 2.21). Ela é uma instituição divina que veio à existência pelo poder de Deus. Mas 0 nosso enfoque é a igreja como organização. Quando se fala em insti tucionalizar, dar caráter institucional ou de tornar institucional significa estabelecer organização. Na igreja isso foi acontecendo com o tempo desde os dias apostólicos. O apóstolo tinha em mente uma organização da igreja. 3. Organização. Temos no Novo Testamento algunslampejos que nos mostram que aqueles irmãos se organi zavam. Seguem alguns exemplos a favor da organização eclesiástica: havia local e horário e ordem no culto (1 Co 14.26,40), reunião de ministério para consagração de presbíteros, segundo o contexto da época de uma igreja em ergente (At 14.23); foi realizado um concilio, que nós diriamos, uma convenção, para tratar de assuntos doutrinários (At 15.6). As igrejas dispunham de serviços sociais para atender as fam ílias economica mente fragilizadas, os capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios tratam do assunto (Rm 15.25-27); havia na igreja de Corinto o que hoje chamaríamos de comissão de ética (1 Co 5.2-5) e também tesouraria (1 Co 16.1-3). A carta de recomendação era mais como um documento, um recurso para garantir a origem e identidade das pessoas (Rm 16.1,2). III - A QUESTÃO ATUAL 1. Organismo e organização. A ideia é de que a igreja deve se restringir a um local onde as pessoas se reúnem para adorar a Deus, estudar a Palavra, pregar 0 evangelho, orar e celebrar as ordenan ças eclesiásticas. O que alguns ainda não entenderam é que essas atividades espirituais exigem uma organização. A nossa atitude é mostrar que a Bíblia nos apresenta a igreja como um organismo e ao mesmo tempo uma organização. Mas nunca devemos nos esquecer de que somos cidadãos de duas pátrias, a terrestre e a celestial, e isso significa responsabilidade com as autoridades civis constituídas (Rm 13.1-7) como também com as autoridades eclesiásticas (Hb 13.17). O ensino de Jesus é: “ Dai, pois, a César 0 que é de César e a Deus, o que é de Deus” (Mt 22.21). A organização da igreja além de ser uma necessidade na tural é também uma exigência do Estado. 2. A experiência pentecostal. O movimento pentecostal moderno surgiu num contexto antidenominacionista e ainda hoje há os que acreditam que tal organização representa um problema à vida espiritual. Os primeiros pentecos- tais modernos desde os seus ancestrais, 0 Movimento Holiness, conhecido tam bém como Movimento de Santidade, eram contra à institucionalidade da 5 8 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 Igreja. Charles Fox Pahram, aos 20 anos de idade, assumiu 0 pastorado de uma Igreja, em Eudora, Kansas, mas, em 1895, ele entregou a licença de pregador local, deixando 0 denominacionismo para sempre, de modo que se tornou itinerante independente até o fim da vida. Mas a igreja do período apostólico adotou um programa de funcionamen to logo no limiar de sua história e foi uma bênção, pois ajudou a cumprir a sua tarefa de maneira eficaz (At 6.1-7). 3. É necessário organizar. Em 1914, alguns dos pioneiros entenderam que havia chegado a hora de rever 0 senti mento antidenominacionista de Parham e de outros líderes que havia entre os pentecostais da santidade, isso para evitar um crescimento desordenado. Foi nesse contexto que foi criado 0 Concilio das Assembléias de Deus nos Estados Unidos. No Brasil não foi diferente. Diante do avanço da obra no Brasil era necessário estruturar o Movimento Pentecostal e criar um órgão máximo para manter a identidade e a unidade doutrinária das dessas igrejas no país e, dessa forma, trazer solução para as questões de ordem doméstica, interna e externa. Foi com base nesses ideais que os pioneiros brasileiros e suecos criaram a Convenção Geral das Assembléias de Deus, em setembro de 1930. CONCLUSÃO É importante entender que organi zação e organismo não são elementos excludentes em si mesmos, mas o con trário, pois isso ajuda no arranjo entre muitos organismos individuais num sistema geral. A Igreja é o povo de Deus do Novo Concerto, é uma comunidade internacional, uma congregação supra nacional de estrangeiros e peregrinos (1 Pe 2.11). Seria humanamente impossível ela cumprir a sua agenda missionária, evangelizadora, ensino da Palavra e serviço social em nosso país e no mundo sem uma estrutura organizacional. REVISANDO O CONTEÚDO 1. Por que a situação espiritual de Creta era desanimadora? 2. O que dá a entender 0 contexto da Epístola a Tito? 3. Cite três exemplos bíblicos em favor da organização eclesiástica. 4. Qual a nossa atitude em relação aos que pensam ser a igreja apenas local de culto? 5. Por que 0 programa de funcionamento, adotado pela igreja do período apostólico, foi uma bênção? JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 9 LIÇAO 13 30 de Março de 2025 PERSEVERANDO NA FÉ EM CRISTO \ TEXTO ÁUREO “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que 0 dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração.” (2 Pe 1.19) \ — VERDADE PRÁTICA A Bíblia Sagrada é 0 único instrumento moral e espiritual estabelecido por Deus para aferir a nossa conduta diante do Criador, da sociedade, da pátria e da família. ____________________________ ) __________________ LEITURA PIARIA Segunda - Êx 5.1 Quinta - Hb 4.12 A expressão assim diz o SENHOR” é o selo da autoridade da Bíblia Terça - Mc 7.13 As Escrituras Sagradas são a Palavra de Deus Quarta - Jo 10.35 O Senhor Jesus, a maior autoridade no céu e na terra, disse que a Bíblia é inerrante A Palavra de Deus é poderosa para alcançar o mais íntimo do ser humano Sexta - 1 Pe 1.25 A validade da Palavra de Deus é para sempre Sábado - 2 Pe 1.20,21 A Bíblia Sagrada foi produzida por homens movidos pelo Espírito Santo 6 0 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 2 Timóteo 3 .10 -17 10 - Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, 11 - perseguições e aflições tais quais me aconteceram emAntioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e 0 Senhor de todas me livrou. 1 2 - E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. 13 - Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados. 14 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sa bendo de quem 0 tens aprendido. 15 - £ que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. 16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, 17 - para que 0 homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO As religiões mundiais e os movimen tos dissidentes delas possuem diversos escritos sagrados. No Cristianismo, a fonte de autoridade é a Bíblia Sagrada. A autoridade bíblica deriva sua origem em Deus, o que nos permite chamar a Bíblia de a Palavra de Deus. Isso encerra a superioridade das Escrituras como plena e total garantia de infalibilidade, mas não falta quem indevidamente reivindica essa mesma autoridade ou até mais que as Escrituras. I - DIANTE DAS HERESIAS É PRECISO PERSEVERANÇA 1. Os falsos mestres. As duas epís tolas a Tim óteo, classificad as com justiça como “ Epístolas P asto rais” juntam ente com a epístola a Tito, destacam-se também pelo seu caráter apologético. São refutações às heresias contra as “ fábulas ou as genealogias intermináveis” (1 Tm 1.4; 4.7; Tt 3.9), e a expressão, “ falsamente chamada ciência” (1 Tm 6.20), sem dúvida, é um combate ao pensamento gnóstico, que começou a surgir e chegou ao ápice no século 2. Irineu de Lião (135-204) combateu 0 tal sistema em sua obra Contra as Heresias. O apóstolo Paulo está combatendo dois principais grupos heréticos em sua geração: os gnósticos de sua geração, como combateu as he resias judaicas, também de sua época, os falsos “ doutores da lei” (1 Tm 1.7), da “circuncisão” (Tt 1.10) e as “ fábulas judaicas” (Tt 1.14). 2. A e xpe riê nc ia apostólica (vv.10,11). O apóstolo elogia a perse verança de Timóteo na fé e na dou trina em tempos tão difíceis (v.10). As perseguições são uma referência à experiên cia da prim eira viagem missionária juntamente com Barnabé (At 13 .8 -12 ,50 ; 14.5-7,19). É verdade JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 6 l que Timóteo se integrou à comitiva de Paulo em Listra na sua segunda viagem missionária (At 16.1-3). Isso aconteceu depois dessas perseguições, e Timóteo, nessa época, ainda não fazia parte da comitiva paulina, contudo deve ter sido testemunha ocular de algumas dessas perseguições, pois vivia na região e a sua mãe era crente, sem dúvida, membro da igreja. 3. Entendendo o “ querer” (v.12). O verbo “ querer” em “ todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” é mais que um simples desejo, mas uma resolução, ou seja, um propósito de coração, é uma vida com propósito. Sofrer pela causa do Evangelho é motivo para glorificar a Deus “ porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus” (1 Pe 4.14). É isso que Deus espera de cada um de nós na atualidade. 4. Características dos enganadores (v.13). O termo usado pelo apóstolo para “ enganadores” ou “ impostores” é goês, uma palavra que aparece uma só vez no Novo Testamento e nenhuma na Septuaginta, usado na antiga literatura grega como “ embusteiro, impostor, feiticeiro, charlatão, encantador”, então, essas pessoas denunciadas por Paulo pertencem ao campo religioso. Isso indica que 0 apóstolo está se referindo a ensinadores e doutrinadores de menti ras, a falsos mestres, em nada diferem dos falsos doutores. Nenhum deles teve futuro promissor (2 Pe 2.1-3). II - APRENDENDO, SENDO IN TEIRADO E SABENDO l. De quem Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? (v. 14). O contexto em 2 Timóteo 3.10-17 mostra que a fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo são “ as sagradas letras” , as Escrituras Sagradas, que são inspiradas por Deus. Interessante que no versícu lo 14 o apóstolo emprega 0 pronome relativo, “ de quem”, em “ sabendo de quem 0 tens aprendido”, no plural grego, tinõn, literalmente ,“dos quais”, isso permite as seguintes traduções: “Você sabe quem foram os seus mestres na fé cristã” (NTLH); “ pois conhece aqueles de quem aprendeu” (NVT); “ confiar naqueles de quem você aprendeu” (NBV). Desde a infância (v. 15) seria uma referência natural à sua mãe Eunice e à sua avó Loide (2 Tm 1.5) e ao próprio apóstolo Paulo (2 Tm 2.2). 2. Permanecendo firme nas Sagra das Letras (v.15). Timóteo é exortado a permanecer firme “ naquilo que apren deu” e que “ acredita”, ou de “que foste inteirado” por duas razões principais: a) porque sabia de quem tinha aprendido; b) porque são as “ sagradas letras” , os escritos sagrados, a Bíblia. O que ele aprendeu de sua mãe e de sua avó era uma herança espiritual muito útil para 0 exercício de seu ministério sob orien tação paulina. Aprendemos com isso a importância da educação nos caminhos do Senhor desde a infância no lar (Dt 6.4-8; Pv 22.6). O ensino cristão deve começar em casa, no lar (Dt 6.6-9). A igreja, por meio da Escola Bíblica Dominical, apoia e complementa essa formação. Esse princípio vale para os nossos dias. 3. A Bíblia é divinamente inspira da. Está escrito que “ toda a Escritura é inspirada por Deus” (v.16 - NA A). O termo grego theopneustos, “ inspirada por Deus, divinamente inspirada”, vem das palavras Theos, “ Deus” , e pneo, “ respirar, soprar” . É oportuno saber a abrangência da inspiração do texto sagrado “ toda Escritura” e, também, seus autores humanos, pois, “os homens 6 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 v v Todos os livros da Bíblia têm o mesmo grau de inspira ção e a mesma autoridade; logo, devemos dar a mesma atenção tanto aos profetas do Antigo Testamento como aos apóstolos do Novo.” santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” ou: “ m ovidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.2 1 - TB, NAA). Esse caráter especial e único da “ palavra dos profetas” a torna única no gênero. Ela pode fazer qualquer pessoa sábia para a salvação em Jesus e é proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, instruir em justiça (vv.15-17). Nenhuma literatura no mundo possui essa prerrogativa. III - TENDO AS ESCRITURAS COMO O FUNDAMENTO l. A autoridade apostólica. A Igreja se submete inquestionavelm ente à autoridade dos apóstolos do Novo Tes tamento. Sabemos que essa é a vontade de Deus. Se os Evangelhos de Mateus e Lucas, ou pelo menos um deles, são colocados no mesmo nível do Antigo Testamento (1 Tm 5.18; Dt 25.4; Mt 10.10; Lc 10.7), e da mesma forma as epístolas paulinas (2 Pe 3.15,16), isso é uma forma de reconhecer definitivamente o Novo Testamento como Escritura inspirada. Assim, todos os livros da Bíblia têm 0 mesmo grau de inspiração e a mesma autoridade; logo, devemos dar a m es ma atenção e credibilidade tanto aos profetas do Antigo Testamento como aos apóstolos do Novo. 2. Abrangência. Em muitas pas sagens no Novo Testamento, 0 termo “Escritura” ou no plural, “Escrituras” , se refere ao Antigo Testamento algumas dezenas de vezes (Mt 21.42; Mc 12.10; Lc 24.27; Jo 2.22; 5.39). Mas 0 contexto da expressão paulina “ toda Escritura é inspirada por Deus” não se restringe apenas ao Antigo Testamento e sabemos disso porque a intenção do Espírito Santo é mostrar que se trata de todos os 66 livros da Bíblia: “ para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas e do manda mento do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos” (2 Pe 3.2), Antigo e Novo Testamento. 3. O manual de Deus (vv. l6b,i7). Além de ser valiosa para os quatro propósitos pastorais: a Bíblia é “ pro veitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” , não somente para os obreiros, mas para equipar qualquer pessoa que leia as Escrituras para “ toda a boa obra” (v.17). Estaríamos à deriva no mundo sem essas palavras, pois elas nos levam à luz de Cristo (SI 119.105). CONCLUSÃO A Bíblia é um guia seguro para toda a humanidade, e não somente para a Igreja. Ela é a única revelação de Deus escrita para 0 ser humano e a fonte de autoridade espiritual para aferir a nossa conduta diante de Deus, da sociedade e da fam ília. T rata-se de uma orientação segura para a vida humana, a nação de Israel e a Igreja, bem como as exortações para 0 mundo, incluindo 0 aspecto político, social e religioso das nações. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 6 3 REVISANDO O CONTEÚDO 1. Quais os dois principais grupos heréticos que o apóstolo Paulo combatia? 2. Qual a fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo? 3. Onde deve começar o ensino cristão? 4. Qual a abrangência da inspiração do texto sagrado? 5. Como estaríamos no mundo sem a Bíblia? LEITURAS PARA APROFUNDAR CRISTO 1* 111IV f>l iI l i )S 1 1 (*11 St\s ! 4sJí1éÍ Erwin K. Lulzer Cristo entre outros deuses Todas as religiões são iguais? Deus é o mesmo em todos os cultos? Como Jesus é visto em outras religiões? Todos os caminhos levam a Deus? Essas e outras questões são abordadas neste livro. Com argumentos irrefutáveis, o autor leva-nos a refletir seriamente acerca dos principais temas religiosos. R h S l ’ 0 > l'A I g s f i f A S l l «EÉ 1 ~~ ""... ■ 1 -j. jpt 1l& p R g lfM m j | | j £ j§ |% fpodemos colocar os eventos de hoje em uma perspectiva feliz. Há um fim para o mal! Há uma data de validade para o sofrimento. Esta não é apenas a luz no fim do túnel; é a luz que anuncia a eternidade, o céu e o cumprimento de tudo o que Deus prometeu aos seus filhos. reservar o mei ambiente é cuidar da criação de Deus “No princípio, Deus criou os céus e a terra.” Gênesis: 1 .1 CPADvideo editoraCPAD [O ] editora_cpad Q EditoraCPAD I SSN 1 6 7 3 - 6 8 2 3 7 9 0 8 2 3 4 0 1 8 2 5 5ao falar a respeito dos profetas legítimos dentre os hebreus, ressaltou que também havia entre 0 povo falsos profetas, como haveríam de surgir com 0 tempo, no meio da Igreja, falsos mestres (2 Pe 2.1). Na verdade, eles já estavam presentes no período apostólico (G11.7; Cl 2.8; Jd 4). 3. A origem dos falsos mestres (v.30). Dois pontos surpreendentes, nessa parte do discurso, nos chamam a atenção; primeiro, os lobos vorazes surgem de dentro da própria igreja “dentre vós mesmos” e, segundo, “ se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si” . Os discípulos deles ainda estão por aí. Entre eles estão os que se posi cionam acima das Escrituras, os quais, sem o menor pudor espiritual, usam as redes sociais para “ corrigir” a Bíblia e discordar abertamente dos profetas e dos apóstolos bíblicos. Tais pessoas consideram seus discursos modernos e a mensagem da Bíblia, desatualizada, em razão disso oferecem um novo evangelho (2 Co 11.13-15). Em face disso, vemos a importância de estudar um campo da Teologia denominado de Apologética para orientar os crentes dos nossos dias. II - O QUE É APOLOGÉTICA? 1. Definição (1 Pe 3.15). Apologética Cristã é a defesa lógica e racional da fé cristã e de suas práticas doutrinárias. O termo vem do substantivo grego apolo gia, que literalmente significa “ defesa, resposta” . O termo grego traduzido por “ responder” , em “ preparados para responder com mansidão” em 1 Pedro 3.15 é apologia, numa tradução literal é “ ... sempre preparados para [uma] defesa” . A versão bíblica chamada de Nova Versão Transform adora (NVT) emprega 0 verbo “ explicar” , assim : “ sempre preparados para explicá-la”. A Apologética mostra que 0 cristianismo é racional, os dados da revelação podem ser explicados de maneira metódica e sistemática, portanto, aceitável. Jesus disse que devemos amar a Deus de todo 0 nosso coração[...] e de todo o nosso entendimento (Mc 12.30). Isso ensina que devemos amar a Deus por completo, com 0 corpo, as emoções e o intelecto. 2. A que defesa Pedro se refere? (v.16). Há quem argumente que essa defesa seja uma resposta a uma acu sação, visto que essa mesma palavra, apologia, aparece, nesse sentido no Novo Testam ento, como defesa de uma acusação tanto formal (At 22.1; 25.16) como inform al (l Co 9.3; 2 Co 7.11; Fp 1.7,16). O versículo 16 fala do bom testemunho cristão que serve para JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 5 provar a inconsistência das acusações contra os crentes. Mas não parece ser esse o caso, porque a defesa, resposta ou explicação nessa passagem é sobre a razão da fé dos cristãos, e isso diz respeito à doutrina cristã. Ainda que Pedro esteja se referindo à resposta a uma acusação formal num ambiente hostil, não deixa de ser uma oportu nidade para a defesa da fé cristã, como aconteceu com o apóstolo Paulo diante de Festo (At 26.24,25) e de Agripa, na mesma audiência (At 26.27-29). 3. Por que devemos combater as heresias? (3.16). a) Para defesa própria (1 Tm 4.16): Os cristãos devem estar informados daquilo que os vários grupos ensinam e saber a forma de refutá-los biblicamente; b) Para ajudar os outros na compreensão da própria fé: principalmente os que rejeitam pontos fundamentais da fé cristã e, muitas vezes, de forma inconsciente, pois sabemos que existem muitas pessoas sinceras as quais buscam servir a Deus e precisam conhecer a sua Palavra (Tt 1.9). Esse debate sobre as crenças deve ocorrer de maneira respei tosa e com argumentos e fundamentação bíblica, respondendo às objeções contra a fé cristã. O êxito dessa luta é garantido quando se está nos domínios do Espírito Santo (Jo 16.13). III - O QUE SÃO HERESIAS? l. Seitas e heresias. A palavra hairesis no Novo Testamento grego é traduzida como “ seita” (At 5.17; 15.5; 24.5; 28.22) e “ heresias” (1 Co 11.19; G1 5.20; 2 Pe 2.1). É verdade que 0 Cristianismo foi também chamado de “ seita”, mas por não cristãos, pessoas que não conheciam as verdades do Evangelho de Cristo e que se opunham a Ele (At 24.5,14; 28.22). A palavra “ seita” é usada para designar as religiões heterodoxas. É um termo já desgastado, trazendo em si, muitas vezes, um tom pejorativo, por isso de vemos saber quando aplicá-lo. 2. “Hairesis” no Novo Testamento. Esse vocábulo aparece com 0 sentido de “ partido, espírito sectário” e nem sempre representa uma ruptura com 0 sistema convencional de determinada comunidade. Os saduceus e os fariseus eram seitas que form avam facções dentro do próprio judaísmo (At 5.17; 26.5), e a versão bíblica NAA traduz por “ partido” . Paulo adverte para que não haja no seio da igreja essas divi sões (hairesis) e condena as inovações doutrinárias que causam divisão ou dissensão (1 Co 11.19; G1 5.20). 3. Heresias de perdição (2 Pe 2.1). É nessa passagem que hairesis apresenta 0 sentido de erro doutrinário como a “heresia”, propriamente dita, no campo teológico que nós conhecemos hoje. As heresias distorcem os pontos principais da doutrina cristã no que diz respeito a Deus: Trindade, 0 Senhor Jesus Cristo e 0 Espírito Santo; ao ser humano: natureza, pecado, salvação, origem e destino; aos anjos; à igreja e às Escrituras Sagradas. O mais grave erro é quando diz respeito à Divindade e interfere na salvação (v.ib), pois não existe salvação sem Jesus (Jo 14.6; At 4.12). CONCLUSÃO Os apóstolos responderam aos opo sitores da fé cristã e lançaram a base da nossa teologia. Todos os escritos do Novo Testamento mostram essa luta acirrada contra as falsas doutrinas. É, pois, tarefa da igreja atual “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos san tos” (Jd 3). Finalizamos com a seguinte pergunta para reflexão: Estamos afazer pela verdade 0 que esses agentes da heresia fazem pela mentira? 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 REVISANDO O CONTEÚDO 1. Nesta lição, qual a exortação apostólica aos líderes da igreja? 2. Qual a definição de Apologética Cristã? 3. Por que devemos combater as heresias? 4. Onde, no Novo Testamento, hairesis tem 0 sentido de heresia, como erro doutrinário? 5. Qual a pergunta para a nossa reflexão? LEITURAS PARA APROFUNDAR I ILiid2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Gálatas 2 .1-9 ,14 1 - Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito. 2 - E subi por uma revelação e lhes expus 0 evangelho que prego entre os gentios e particularmente aos que estavam em estima, para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão. 3 - Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se. 4 - £ isso por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiara nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; 5 - aos quais, nem ainda por uma hora, cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós. 6-E, quanto àqueles que pareciam ser algu ma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram; 7 - antes, pelo contrário, quando v i ram que 0 evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro 0 da circuncisão 8 - (porque aquele que operou eficaz mente em Pedro para 0 apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios), g - e conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios e eles, à circuncisão; 14 - Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? COMENTÁRIO INTRODUÇÃO A Igreja herdou dos judeus muitas idéias e práticas no campo teológico e ético, visto que a jornada histórica da Igreja começou em Jerusalém no dia de Pentecostes numa comunidade judaica. E esses pontos de interseção levaram alguns a confundir a Lei de Moisés com a Graça. Nesta lição, veremos que Gálatas 2 é um relato de um dos debates que mostram 0 limite entre Judaísmo e Cristianismo, e os apóstolos, principal mente Paulo, tiveram muita dificuldade de mostrar isso aos judaizantes. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 I - PREVENINDO-SE CONTRA A TENDÊNCIA JUDAIZANTE 1. Subindo outra vez a Jerusalém (G1 2.1,2). Catorze anos depois da sua con versão a Cristo, Paulo sobe pela segunda a vez a Jerusalém. Essa segunda visita foi por revelação (v.2; At 11.27-30), não sendo uma convocação pelos apóstolos para prestação de contas. Não podemos confundir essa visita de Paulo com a sua ida ao Concilio de Jerusalém, registrado em Atos 15. Infere-se que a Epístola aos Gálatas foi escrita antes do referido Concilio, pois não há menção dele na LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 9 carta, visto que o Concilio tratou do mesmo assunto (At 15.5,6). Somando os anos mencionados em Gálatas, podemos afirmar que essa visita aconteceu antes de sua Primeira Viagem Missionária. 2. Objetivo da reunião. É bom lem brar que essa reunião não foi um concilio nem um sínodo. É possível que essa segunda visita, por meio de revelação (v.2), tenha ligação com Ágabo, pois a missão de Paulo, pelo que parece, foi levar donativos para os irmãos pobres da Judeia (At 11.27-30). Aproveitando a ocasião, 0 apóstolo expôs 0 Evangelho que vinha pregando aos gentios há ca torze anos (vv.1,2). Ele tinha convicção de que recebeu esse Evangelho de Deus e estava consciente de que a sua subida a Jerusalém era em obediência a uma ordem divina. 3. Tito e a circuncisão (v.5). Barnabé era judeu (At 4.36) e seu nome aparece três vezes nesse capítulo (vv.1,9,13); sua presença na reunião em Jerusalém não seria um problema. Tito, no entanto, sendo grego, foi um risco que Paulo correu, mas não foi uma provocação introduzir um incircunciso no seio dos judeus. Os judaizantes queriam que Tito fosse circuncidado. Encontramos no Novo Testamento a compreensão e a tolerância de Paulo com os fracos na fé, a ponto de circuncidar Timóteo, mas ele era judeu, pois sua mãe era judia (At 16.3); no entanto, nessa reunião em Jerusalém, onde expôs 0 Evangelho que pregava aos gentios, ele não cedeu nem um pouco, “nem por uma hora” (v.5). Isso por duas razões: Tito era grego, e porque estava em jogo a verdade do Evangelho e o futuro do próprio Cristianismo. II - A TENDÊNCIA JUDAIZAN- TE NO INÍCIO DA IGREJA 1. O espanto do apóstolo. Tão logo Paulo retornou de sua viagem, ficou sabendo que os irmãos da Galácia es tavam vivendo outro evangelho, e isso deixou 0 apóstolo estarrecido e atônito pela rapidez do desvio deles (G1 1.6). O verbo grego metatithesthe, “ deixar, abandonar, desertar, mudar de pensa mento, virar a casaca” , que 0 apóstolo AM PLIANDO O CONHECIMENTO “A DEFESA DE PAULO À medida que os debates se acirravam entre gentios cristãos e os judaizantes, Paulo considerou necessário escrever às igrejas da Galácia. Os judaizantes tentavam enfra quecer a autoridade de Paulo e ensinavam um falso evangelho. Em reposta, Paulo defendeu sua autoridade como apóstolo e a verdade de sua mensagem.” Amplie mais 0 seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, editada pela CPAD, p.1633. 1 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO ■ FEVEREIRO • MARÇO 2025 emprega nessa passagem, era usado na antiguidade quando alguém desertava do exército ou se rebelava contra ele. Isso sign ifica também mudança de partido político, filosofia e religião. Em outras palavras, aqueles irmãos gálatas estavam abandonando a fé. 2. Quem eram os judaizantes (v.4)? O termo judaizante vem do verbo gre go ioudaizõ, “ viver como judeu, adotar costumes e ritos judaicos”, e aparece uma única vez no Novo Testamento (G1 2.14). Eles eram os opositores de Paulo identificados também como “ falsos irmãos” (v.4). São reconhecidos no ca pítulo anterior (G1 1.7) como os que se apresentavam como enviados por Jeru salém, a igreja-mãe. Na verdade, esses homens saíram de Jerusalém por sua própria conta. Tiago negou formalmente as declarações deles, dizendo que não os havia enviado (At 15.24). Eram legalistas dentre os judeus, e por isso chamados de judaizantes. Esses judeus, convertidos ao Senhor Jesus, ensinavam que os gentios deveriam observar a Lei de Moisés como condição para salvação (At 15.1). 3. O clima de tensão (vv. 3-5). Não é necessário muito esforço para per ceber 0 quanto Paulo e Barnabé foram pressionados pelos judaizantes diante dos demais apóstolos de Jerusalém. À luz do versículo 9, parece que somente João, Pedro e Tiago estavam presentes. Os outros apóstolos deviam estar em plena atividade missionária em outras regiões. Os judaizantes chamados de “ falsos irmãos” conseguiram “ furar 0 bloqueio” e entraram sem serem con vidados à reunião (v.4). Eram inimigos da liberdade cristã, do Evangelho, de Paulo e do próprio Cristianismo. O pior de tudo é que essas pessoas estavam infiltradas na igreja, e conseguiam até entrar em reuniões apostólicas. III - A TENDÊNCIA JUDAIZANTE HOJE 1. O mesmo Evangelho (vv.7-9). O Evangelho é um só, não há dois. O Evangelho de Pedro e 0 de Paulo, também chamado respectivamente de Evangelho da Circuncisão e da Incircuncisão, são meras formas de apresentação, pois 0 con teúdo é 0 mesmo. Ambos receberam uma incumbência da parte de Deus, mas com audiências diferentes. O compromisso de Paulo era com os gentios, ele foi constituí do, por Deus, apóstolo e doutor dos gentios (1 Tm 2.7; 2 Tm 1.11) para pregar aos não judeus (Rm 11.13); 0 de Pedro era com os judeus, mas a mensagem é a mesma. 2. O perigo da doutrina judaizante. Os apóstolos viam em tudo isso dois problemas sérios: ameaça à liberdade cristã e 0 perigo de 0 Cristianism o se tornar uma mera seita judaica. Os cristãos judaizantes alteravam o cerne do Evangelho, pois colocavam a Lei como complemento da obra que Jesus efetuou no Calvário. Era, de fato, “outro evangelho”, por isso 0apóstolo Paulo os amaldiçoou (G11.8,9). Na verdade, quem tem 0 Espírito Santo vive pelo Espírito. Então, contra a tendência judaizante é preciso aprender a viver na dependência do Espírito e não da Lei, lutando contra os vícios da carne e buscando as virtudes do fruto do Espírito. 3. As práticas judaizantes atuais. Elas são basicamente a guarda do sá bado, a observância rigorosa do kashrut (termo hebraico para as leis dietéticas do judaísmo), a liturgia da sinagoga, 0 uso do shofar, “ trompa”, geralmente feito de chifre de carneiro; 0 uso de talit, 0 manto ou xale usado para oração; e, 0 uso do kippar, o solidéu que os judeus religiosos usam sobre a cabeça. a) Os judeus. Os judeus messiânicos, principalmente em Israel, seguem a JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 11 tradição judaica. Isso acontece sim plesmente para preservar a identidade cultural deles e tem amparo neotesta- mentário: “É alguém chamado, estando circuncidado? Fique circuncidado” (1 Co 7.18a). Ou seja, na conversão a Cristo do judeu, ele não precisa mudar a sua tradição e cultura. b) Os não judeus. Da mesma forma: “É alguém chamado, estando incircuncidado? Não se circuncide” (1 Co 7.18b). Ou seja, ele não precisa se judaizar. É erro 0 não judeu adotar práticas judaicas na liturgia e no dia a dia para imitar 0 Judaísmo. Paulo conclui: “Cada um fique na vocação em que foi chamado” (1 Co 7.20). CONCLUSÃO O resultado da reunião foi desfavo rável aos judaizantes. Só 0 fato de os apóstolos, sendo judeus, concordarem com a explicação sobre a especificidade de cada grupo dada por Paulo, já apon tava 0 engano desses legalistas sobre a obra salvífica em Cristo. Esse resultado serviu tanto aos gálatas como a todo 0 Cristianismo nesses mais de vinte séculos de história. Assim, a diferença entre os judeus messiânicos e os cristãos judaizantes atuais é que os judeus estão preservando uma cultura hereditária do seu povo e os judaizantes colocando “ remendo novo em pano velho” (Mt 9.16). REVISANDO O CONTEÚDO 1. De acordo com a lição, 0 que se infere da Epístola aos Gálatas? 2. Por que Paulo não cedeu nem um pouco na circuncisão de Tito? 3. O que significa “ judaizante”? 4. Quem eram os judaizantes e 0 que eles queriam dos gentios? 5. Qual diferença hoje entre judeus m essiânicos e cristãos judaizantes? VOCABULÁRIO Interseção: 0 encontro entre dois planos, duas linhas de idéias; cruzamento. Concilio: reunião de dignitários eclesiásticos para deliberar sobre questões de fé, costumes, doutrina ou disciplina eclesiástica. Sínodo: assembléia regular de párocos convocada pelo bispo. Solidéu: pequeno barrete usado pelos judeus (em certas ocasiões, como na sinagoga). 1 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÃO 3 19 de Janeiro de 2025 A ENCARNAÇÃO DO VERBO > TEXTO ÁUREO “ E 0 Verbo se fe z carne e habitou entre nós, e v im os a sua glória , com o a glória do U nigênito do Pai, cheio de graça e de verd a d e .” (Jo 1 .14 ) v _ r VERDADE PRÁTICA A vin da do F ilho de Deus em fo rm a hum ana é um fa to presenciado p o r m uitas testem unhas, por isso a negação da sua h istoricidade não se sustenta. LEITURA DIÁRIA Segunda - Le 2.40,52 Quinta - Fp 2.5-8 0 desenvolvimento físico, Jesus se fez semelhante aos intelectual e espiritual de Jesus homens Terça - Rm 1.3 Sexta - l Tm 3.16 0 Filho de Deus nasceu da 0 próprio Deus se manifestou em descendência de Davi segundo a carne carne Sábado - Hb 4.15 Quarta - Rm 8.3 Jesus participou da natureza Deus enviou 0 seu Filho em humana, mas viveu sem pecado semelhança da carne entre os homens ____________________________________ Á JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 13 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 1 João 1.1-3 ; 4 -1- 3; 2 João 7 1 João 1 1 - 0 que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida 2 - (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anun ciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada), 3 - o que vimos e ouvimos, isso vos anun ciamos, para que também tenhais comu nhão conosco; e a nossa comunhão é com 0 Pai e com seu Filho Jesus Cristo. 1 João 4 1 - Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. 2 - Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; 3 - e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo. 2 João 7 - Porque já muitos enganadores entra ram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Vamos começar a apologética cris- tológica no presente trimestre com o tema “A Encarnação de Jesus” , uma doutrina sobre a humanidade de Cristo. 0 mesmo apóstolo João que se empenha em mostrar a deidade absoluta de Jesus se preocupa também em enfatizar que Jesus viveu entre nós, participou da natureza humana e teve corpo físico humano. A presente lição é uma apologia à sua humanidade plena. I - HERESIAS QUE NEGAM A CORPOREIDADE DE CRISTO l. 0 que é Docetismo? 0 termo vem do grego dokeo, que significa “ter aparência”. 0 Docetismo é a mais antiga heresia da 1 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO história da igreja e consiste em negar que Jesus tivesse tido corpo físico humano, sua humanidade era simplesmente uma aparência, como um fantasma. 2. O que os docetas ensinavam sobre Jesus? Os seguidores dessa he resia ensinavam muitas coisas fora das Escrituras e contrárias à Palavra de Deus. 0 nosso enfoque destaca a hu manidade de Jesus, como o verdadeiro homem. Lucas descreve um começo muito humano. Jesus teve parentes e amigos, Zacarias e Isabel (Lc 1.5), José e Maria (Lc 2.4,5), vizinhos e primos (Lc 1.36,58), pastores (Lc 2.8), Simeão, Ana (Lc 2.25,37). Isso sem contar 0 relato sagrado de sua infância, que enfoca 0 seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual (Lc 2.40,52). JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 3. O que os principais docetas di ziam sobre Jesus? Três dos principais heresiarcas negavam que Jesus Cristo tivesse vindo em carne. Cerinto negava o nascimento virginal de Jesus Cristo e ensinava o Docetismo. Ele foi con temporâneo do apóstolo João em Éfeso. Saturnino, o principal representante do Gnosticismo sírio, ensinava que Jesus Cristo não nasceu, não teve forma e nem corpo, foi simplesmente visto de forma humana em mera aparência. Marcião é outro heresiarca que negava ser Cristo verdadeiramente humano, mas quanto ao seu corpo, não se sabe se na opinião dele era apenas uma aparência ou de substância etérea. No entanto, a Bíblia declara de m aneira direta que Jesus nasceu, mencionando até mesmo local, em Belém da Judeia (Mt 2.1; Lc 2.11), e época, no reinado de César Augusto, imperador romano (Lc 2.1). A Bíblia fala também do corpo físico de Jesus (Jo 2.21). II - A AFIRMAÇÃO APOSTÓ LICA DA CORPOREIDADE DE JESUS l. “O que era desde o princípio” (Jo 1.1) . Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, denominados de Evangelhos Sinóticos, apresentam Jesus, ressaltando seus aspectos humanos, ao passo que João reforça 0 aspecto divino. Os três Evangelhos expõem Jesus exteriormente, ao passo que João 0 revela interiormente. Pode-se dizer que 0 Evangelho de João é uma interpretação de Jesus. A expressão “ O que era desde 0 princípio” é uma reiteração daquilo que 0 apóstolo afirma na introdução do Evangelho que leva 0 seu nome: “No princípio era 0 Verbo” (Jo 1.1) , isso significa que 0 Verbo já existia mesmo antes da criação (Gn 1.1). Mas João nunca perde de vista que “0 Verbo se fez carne”. Não se contenta apenas com isso, mas apresenta detalhes im portantes,é que 0 Verbo não somente se fez carne, para não deixar dúvida alguma, “ e habitou entre nós” , mas também foi visto pelas pessoas (Jo 1.14). 2. A reafirmação apostólica (v.ib). O apóstolo reitera 0 que afirm a na introdução do seu Evangelho: “ 0 que vimos com os nossos olhos, 0 que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”. Isso pode parecer até uma redundância, “vimos com os nossos olhos”, mas 0 propósito é mostrar com muita ênfase, sem deixar dúvida alguma, que 0 Senhor Jesus veio em carne ao mundo, e que pôde ser tocado pelos que com Ele conviveram (Jo 20.27). Veja que a presença do nome de Pilatos no Credo dos Apóstolos 0 posiciona nos acontecimentos passados. Ele “ sofreu sob Pôncio Pilatos”, ou seja, padeceu nas mãos de um personagem da história, logo, 0 Senhor Jesus só pode também ser alguém da história (Rm 1.3). 3. Uma crença herética (1 Jo 4.2,3). João viveu seus últimos dias na cidade de Éfeso, que era a cidade de Cerinto, o doceta. Os escritos do apóstolo João, 0 Evangelho, as três Epístolas e 0 Li vro de Apocalipse, foram produzidos na última década do primeiro século. Nessa época, 0 docetismo já se difundia entre os cristãos. Por isso, 0 apóstolo esclarece, e de m aneira direta, que todo aquele que nega que Jesus veio em carne não é de Deus (1 Jo 4.3). Veja a gravidade dessa heresia, pois se Jesus não teve corpo físico real, Ele também não morreu, e se não morreu, também não ressuscitou, se não ressuscitou, logo não há esperança de salvação (1 Co 15.1- 3,17,18). Por essa razão, 0 apóstolo João foi contundente contra os docetas. Os expoentes de tal crença são chamados de “ enganadores” (2 Jo 7). JANEIRO • FEVEREIRO ■ MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 15 vv [...] Se Jesus não teve corpo físico real, Ele tam bém não m orreu, se não m orreu, tam bém não ressuscitou, se não ressuscitou, logo não há esperança de salvação. Por essa razão o apóstolo foi contundente contra os docetas.” III - COMO ESSAS HERESIAS SE REVELAM HOJE 1. Quanto ao nascimento virginal de Jesus. Há movimentos que negam o nascimento virginal de Jesus, como os mórmons, a Igreja da Unificação, e ensinam que Ele não foi gerado pelo Espírito Santo. Negar a concepção e o nascimento virginal de Jesus é uma das marcas desses movimentos. É o ensino moderno de Cerinto e seus se guidores. A Bíblia anuncia de antemão a concepção e nascimento virginal de Jesus desde o Antigo Testamento (Is 7.14) e seu cumprimento histórico no Novo Testamento. Jesus foi gerado pelo Espírito Santo (Mt 1.18,20); o anjo Ga briel disse a Maria: “Descerá sobre ti 0 Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1.35). 2. Quanto à morte e à ressurreição de Cristo. O heresiarca gnóstico do Egito, Basilides, negava a crucificação de Cristo, dizia que Simão, 0 cirineu, transfigurou-se e foi equivocadamente crucificado, e que 0 populacho 0 tomou por Jesus. Assim sendo, Cristo apenas presenciou a crucificação de Simão, seu suposto sósia. O Alcorão, 0 livro sagrado dos muçulmanos e sua principal fonte de autoridade espiritual, declara que 0 Senhor Jesus não foi crucificado, que tudo não passou de uma sim ulação (Alcorão 4.157). Nas notas explicativas de rodapé nas edições do Alcorão, eles afirmam que um sósia de Jesus foi le vado à cruz. Isso se parece com a ideia de Basilides. Essa doutrina contraria todo o pensamento bíblico e os fatos históricos. A Bíblia ensina que Jesus morreu e ressuscitou dentre os mortos (1 Co 153,4)- 3. Confirmação histórica. A con firmação bíblica e histórica da morte de Jesus é fato incontestável. Historiadores não cristãos, judeus e romanos, ates taram a morte de Jesus. Flávio Josefo, historiador judeu (37-100 d.C.), disse: “ acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que 0 crucificassem. Os que 0 haviam amado durante a sua vida não 0 abandonaram depois da morte” . O historiador romano Tácito (55-117 d.C.) escreveu: “Aquele de quem levavam 0 nome, Cristo, foi executado no reinado de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos”. A Bíblia declara que Jesus “ depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas” (At 1.3). CONCLUSÃO As expressões “0 Verbo se fez carne” e “Jesus Cristo veio em carne” significam uma resposta aos docetas. Os Evangelhos revelam vários atributos característicos do Jesus ser humano. Ele foi revestido do corpo físico porque o pecado entrou no mundo por um homem, e pela justiça de Deus tinha de ser vencido por um ser hu mano. Jesus se encarnou. Fez-se homem sujeito ao pecado, embora nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como homem. 1 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 REVISANDO O CONTEÚDO 1. Como o Docetismo pode ser definido? 2. Quais os três principais heresiarcas docetas? 3. Qual a gravidade do Docetismo? 4. O que 0 apóstolo reitera na introdução do Evangelho de João? 5. Quem, na antiguidade e atualidade, nega a crucificação do Senhor Jesus? LEITURAS PARA APROFUNDAR . - ! i ■II Ê Vp o u h . i \ Bíblia que ensina JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 haver um só Deus, e que Deus é um só, ensina também que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. O nome “Deus” se aplica ao Pai sozinho (Fp 2.11), da mesma forma ao Filho (Cl 2.9) e ao Espírito Santo (At 5.3,4). b) Cada uma das três pessoas é cada “Senhor”. Isso também ocorre com o Tetragrama (as quatro consoantes do nome divino Yhwh), “ Senhor” , pois aplica-se ao Pai sozinho (Sl lio.l), ao Filho (Is 40.3; Mt 3.3), e ao Espírito Santo (Ez 8.1,3). No entanto, aplica-se à Trindade (Dt 6.4; Sl 83.18). c) 0 monoteísmo bíblico não contradiz a Trindade. “ Ouve, Israel, 0 Senhor, nosso Deus, é 0 único Senhor” (Dt 6.4). Essa é a confissão de fé no Judaísmo. A palavra hebraica 'echad, traduzida como “ único” , indica uma unidade composta, é 0 mesmo termo usado para afirmar que marido e mulher são ambos “ uma só carne” (Gn 2.24). O termo 'echad, em Deuteronômio 6.4, indica LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 1 9 que o monoteísmo judaico-cristão não contradiz a Trindade. 2. Evidência no Antigo Testamento. Essa doutrina está implícita desde o Antigo Testamento, pois há declarações que indicam claramente a pluralidade na unidade de Deus: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26); “ disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “e 0 Senhor disse: ... Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro” (Gn 11.6,7). E, não para por aí, em Isaías 63.8-14, 0 Espírito Santo aparece alternadamente com Javé e com o “Anjo de sua face”. 3. Revelada no Novo Testamento. A Trindade bíblica, ou seja, a Trindade em si mesma, pregada pelos cristãos, consiste em um só Deus que subsiste eternamente em três Pessoas distintas. a) A Trindade em si mesma. A base bíblica da Trindade salta à vista de qualquer leitor do Novo Testamento a co meçar pela Grande Comissão (Mt 28.19), na distribuição dos dons espirituais (1 Co 12.4-6), na bênção apostólica, também conhecida como bênção trinitária (2 Co 13.13), na unidade da igreja (Ef 4.4-6), na obra da salvação (1 Pe 1.2). Além das inúmeras passagens tripartidas que revelam a Trindade (Fp 3.3). b) A Trindade dos credos. A Trindade é a união de três Pessoas: 0 Pai, 0 Filho e o Espírito Santo em uma só Divinda de, iguais em poder, glória, majestade e eternidade, da mesma substância, embora distintas. II - AS HERESIAS CONTRA A DOUTRINA DA TRINDADE São duas as principais heresias contra a Trindade: o Unicismo e 0 Unitarismo. Ambas são contrárias à Bíbia, condenadas pelas igrejas antigas e rejeitadas pelos principais ramos do Cristianismo. Nesta lição, trataremos do Unicismo. l. O Unicism o. Esse movimento desde a sua origem no século 3 é conhecido como m onarquianism o, AMPLIANDO O CONHECIMENTO “A TRINDADE: É POSSÍVEL QUE DEUS SEJA, AO MESMO TEMPO, UM E TRÊS? A crença de que um Deus único exista eter namente em três pessoas é conhecida como a doutrina da Trindade. E esta doutrina tem um importante papel na fé cristã. Na verdade, a doutrina da encarnação — que afirma que Jesus, como Deus, tornou-se um ho-mem, e que Ele é, portanto, plenamente divino e plenamente humano — pressu-põe essa crença. Esta última doutrina está no âmago da fé cristã.” Amplie mais 0 conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Apologia Cristã, editada pela CPAD, p.1535. 2 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 modalismo, patripassianism o e sa- belianismo. Os principais heresiarcas representantes desse movimento foram Noeto, Práxeas e Sabélio. O Unicismo não nega a deidade absoluta do Filho e nem a do Espírito Santo, mas ne gam a Trindade, pois confundem as pessoas. A heresia consiste em negar a Trindade, pois ensina ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo uma única pessoa e não três pessoas distintas em uma só divindade. A Bíblia ensina o monoteísmo, ou seja, a existência de um só e único Deus eternamente subsistente em três pessoas distintas (Mt 3.16,17; 1 Pe 1.2). É como afirma 0 nosso Cremos em nossa Declaração de Fé. 2. A verdade bíblica. Ninguém no mundo chega à conclusão unicista simplesmente pela leitura da Bíblia, pelo contrário, salta à vista de qualquer leitor a distinção dessas três pessoas da Trindade, a começar pelo batismo de Jesus (Mt 3.16). Diversas vezes Jesus deixou claro que Ele é uma Pessoa e 0 Pai outra (Jo 8 .16,17; 17.3), embora se jam Eles 0 mesmo Deus (Jo 10.30). Com frequência, Ele se dirigia ao Pai como outra Pessoa (Mt 20.23; Mt 26.39, 42); também, nos seus discursos (Jo 5.18- 23; 8.19; 10.18; 11.41, 42); e, na oração sacerdotal em João 17. Trata-se de um relacionam ento do tipo eu, tu, ele. Quando Jesus anuncia a vinda do Con solador, Ele emprega a terceira pessoa (Jo 14.16,26). A Bíblia ensina que Jesus é “o Filho do Pai” e não o próprio Pai (2 Jo 3). Isso significa que não pode ser o próprio Pai do mesmo Filho. III - UNICISMO: UMA HERESIA ANTIGA NA ATUALIDADE 1. O problema. Na atualidade, exis tem alguns movimentos evangélicos pentecostais que são unicistas e ensi nam a respeito de um Deus diferente. De forma sutil e por meio da música, esses unicistas ensinam esse desvio doutrinário sobre Deus. Isso não é um mero jogo de palavras. Jesus disse que a vida eterna implica esta distinção: “ E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Essa passagem mostra que a salvação envolve duas pessoas distintas e que esse conhe cimento não é cognoscível, mas místico, espiritual, que implica comunhão, fé, obediência, adoração. Conhecer a Deus é 0 mesmo que conhecer a Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 10.30). Jesus disse que ninguém conhece o Filho sem 0 Pai e vice-versa (Mt 11.27). 2. Uma reflexão bíblica. O que d izer de p esso as co n vertid as por meio do m inistério dessas músicas unicistas? O poder é da Palavra, e não do tal movimento, a Palavra de Deus é a semente, mesmo sendo semeada por mãos enferm as e infeccionadas, a semente vai germinar. Jesus falou sobre isso no Sermão do Monte (Mt 7.21-23). Alguns podem dizer que se sentem bem ao ouvir tais músicas. Assim, convém lembrar que ninguém está autorizado a fundar doutrinas com base em experiências humanas. As emoções caíram com a natureza humana no Éden (Jr 17.9), e não servem como instrumento aferidor da doutrina. A Bíblia é a única fonte de doutrina e não as nossas emoções, pois somos norteados pela Palavra na direção do Espírito (2 Pe 1.19; Jo 16.13). 3. A posição oficial. O Unicismo é condenado na Bíblia, considerado he resia pelas igrejas desde a sua origem e rejeitado pelos principais ramos do cristianismo e pela nossa Declaração de Fé JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 1 (III.2). Temos um manifesto oficial contra o Unicismo e o uso de músicas de grupos unicistas em nossas igrejas. A maioria de nossa liderança tem se posicionado contra essa heresia. A im portância dessa decisão é para evitar que se adore a outro Jesus, um Jesus falso, diferente do revelado no Novo Testamento (2 Co 11.4). Mas devemos destacar que não somos contra os unicistas, mas con tra o unicismo, a doutrina desviante. Devemos manter contato respeitoso no nosso dia a dia com essas pessoas, embora discordando de suas crenças com mansidão (2 Jo io,n). CONCLUSÃO A introdução do Credo de Atanásio resume a doutrina da Trindade: “Todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo, deve professar a fé cristã. A qual é preciso que cada um guarde perfeita e inviolada ou terá com certeza de perecer para sempre. A fé cristã é esta: que adoremos um Deus em trindade, e trindade em uni dade; Não confundimos as Pessoas, nem separamos a substância”. 0 problema é que os Unitaristas separam a substância e os Unicistas confundem as pessoas, e assim creem num Deus distinto do que éapresentado pela Bíblia. REVISANDO 0 CONTEÚDO 1. O que indica o termo ’echad em Deuteronômio 6.4? 2. Cite quatro evidências no Antigo Testamento em favor da Trindade. 3. Quais as passagens do Novo Testamento m ais contundentes em fa vor da Trindade? 4. Em que consiste 0 Unicismo e quais os principais heresiarcas dessa heresia? 5. O que João 17.3 m ostra em relação a salvação? VOCABULÁRIO Cognoscível: que pode ser conhecido. 2 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇAO 5 - 2 de Fevereiro de 2025■ \ ■ I í i w jr f 'ftiÉ * í I 43® JESUS É DEUS TEXTO AUREO “No princípio, era 0 Verbo, e 0 Verbo estava com Deus, e 0 Verbo era Deus.” (João 1.1) VERDADE PRATICA A divindade de Jesus está muito clara e direta na Bíblia, além de ser revelada no seu ministério terreno, na manifestação dos seus atributos e obras divinas. LEITURA DIÁRIA Segunda - SI 45.6,7 A divindade de Jesus segundo o salmista Terça - Is 9.6 A deidade absoluta do Messias segundo 0 profeta Quarta - Jo 8.58 Jesus é 0 mesmo “ Grande Eu Sou” , do Antigo Testamento Quinta - Tt 2.13 A divindade do Senhor Jesus segundo 0 apóstolo Paulo Sexta - 2 Pe 1.1 A deidade absoluta de Cristo segundo 0 apóstolo Pedro Sábado - l Jo 5.20 O Senhor Jesus é o verdadeiro Deus segundo 0 apóstolo João JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 3 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 1 .1 -4 ,9 -14 1 - No princípio, era 0 Verbo, e 0 Verbo estava com Deus, e 0 Verbo era Deus. 2 - Ele estava no princípio com Deus. 3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. 4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens; 9 -Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo, 10 - estava no mundo, e 0 mundo foi feito por ele e 0 mundo não 0 conheceu. 11 - Veio para 0 que era seu, e os seus não 0 receberam. 12 - Mas a todos quantos 0 receberam deu-lhes 0 poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, 13 ~ os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus. 14 - £ 0 Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO O apóstolo João, como judeu mo- noteísta instruído na sinagoga, não está apresentando um novo Deus, mas colocando 0 Verbo dentro da divindade dos seus antepassados. O apóstolo não admitia, em hipótese alguma, outra divindade, senão só, e somente só, 0 Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30). Por isso, no prólogo do seu Evangelho ele descreve 0 Verbo com os atributos da deidade, aqueles que mais se destacam no seu relato do começo ao fim. I - A DOUTRINA BÍBLICA DA DIVINDADE DE JESUS 1. Jesus é Deus. O Novo Testamento é direto quanto à natureza divina de Jesus: “E 0 Verbo era Deus” (Jo 1.1); “Ao que Tomé lhe respondeu: — Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28); “ mesmo exis tindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo” (Fp 2.6, NAA); “ para conhecimento do m istério de 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO Deus, que é Cristo” (Cl 2.2, NAA); “e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13, NAA); “ aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1, NAA); “E nós estamos naquele que é 0 Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é 0 verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20, NAA). 2. Seus atributos absolutos. Os atributos são perfeições próprias da essência de Deus. Os atributos abso lutos ou incomunicáveis são exclusivos da divindade como onipotência, eter nidade, onisciência e onipresença. A onipotência significa “ ter todo poder, ser todo-poderoso” , Jesus é onipotente (Mt 28.18; Ef 1,21; Ap 1.8). Ele é eterno (Is 9.6; Mq 5.2; Hb 13.8). “No princípio era 0 Verbo” (Jo 1.1) indica que Ele já existia antes mesmo da criação com 0 Pai (Gn 1.1). A onipresença é 0 poder de estar em todos os lugares ao mesmo tempo, Jesus é onipresente (Mt 18.20; JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 28.20). A onisciência é o conhecimento perfeito e absoluto que Deus possui de todas as coisas, de todos os eventos e de todas as circunstâncias por toda a eternidade passada e futura. Jesus possui esse atributo (Mt 17.27; Jo 1.47, 48; 2.24, 25; 4-17,18; 16.30; 21.17). II - A HERESIA QUE NEGA A DIVINDADE DE JESUS 1. Arianismo. Os primeiros a ne garem a divindade de Jesus foram os ebionitas, seguidos pelos monarquianis- tas dinâmicos, mas a heresia principal que abalou os fundamentos da igreja foi 0 Arianismo. 0 termo “ arianismo” vem de Ário, 0 expoente dessa doutri na em Alexandria a partir do ano 318. Ele negava a divindade de Cristo e 0 considerava como um deus de segunda categoria. Ário rejeitava a eternidade do Verbo; embora defendesse sua existên cia antes da encarnação, recusava que fosse Ele eterno com 0 Pai, insistindo na tese de que 0 Verbo foi criado como primeira criatura de Deus. A palavra de ordem arianista era: “ houve tempo que 0 Verbo não existia”. 2. Suas explicações. Ário e seus seguidores pinçavam as Escrituras aqui e acolá em busca de algumas passa gens bíblicas para dar sustentação às suas crenças. Seguem algumas delas, as mais emblemáticas: “0 Senhor me criou no princípio dos seus caminhos” (Pv 8.22 - LXX); “ o qual é imagem do Deus invisível, 0 primogênito de toda a criação” (Cl 1.15); “ houve tempo em que 0 Filho não existia”. Outra passagem favorita era: “ E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Com isso ignoravam todo 0 pensamento bíblico que defende a eternidade e a deidade de Cristo (Jo 1.1-3). 3. Como solucionar a controvérsia? A tradução “criou” de Provérbios 8.22 da Septuaginta é opcional, pois 0 verbo hebraico nessa passagem é qánâ, “obter, adquirir, criar”, mas 0 sentido de “criar” para “ trazer à existência algo do nada” é 0 verbo bãrã’, como em Gênesis 1.1. 0 texto de Colossenses 1.15 diz que Jesus é 0 primogênito de toda a criação, e não 0 primogênito de Deus. A palavra pro- totokos, “primogênito, primeiro, chefe”, foi usada pelos escritores sagrados com 0 sentido de importância, prioridade, posição, prim azia, preeminência (Cl 1.15-18). Ou seja, Jesus encarnado tem a primazia na criação, é a imagem do Deus invisível porque é Deus. Conhecer a Deus (Jo 17.3) é o mesmo que conhe cer a Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 10.30). III - IMPLICAÇÕES DO ARIA- NISMO NA ATUALIDADE 1. A Tradução do Novo Mundo. A exemplo do Arianismo, há um movimento religioso que usa a Bíblia fora do contexto por meio de uma versão exclusiva das Escrituras, denominada de Tradução do Novo Mundo. Trata-se de uma versão tendenciosa. Veja alguns exemplos de suas falsificações: “e a Palavra era um deus” (Jo 1.1), “deus” com “d” minúsculo, visto que o texto correto é: “e a Palavra era Deus” ou “e 0 Verbo era Deus”. 0 texto sagrado declara: “ grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13); “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1); essas passagens falam textualmente que Jesus é Deus. Entretanto, a Tradução do Novo Mundo diz: “do grande Deus e do nosso Salvador, Jesus Cristo” ; “do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”. Mudaram o texto sagrado acrescentando um “do”, onde não existe no texto grego para desvincular a divindade de Jesus. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 5 2. Os movimentos orientais. Ne nhum deles reconhece a divindade de Jesus e para os panteístas monistas não existe Trindade e nem Jesus. O movimento Hare Krishna, por exem plo, nega a divindade de Jesus e nem acredita que Ele seja o Salvador, pois vê o Senhor Jesus como um mero guia espiritual e uma das inúmeras encar nações de Krishna. 3. Outros grupos. O Jesus do A l corão é um mero mensageiro,não é reconhecido como Deus, nem como o Filho de Deus, nem como Salvador, nem morreu e nem ressuscitou. As religiões reencanacionistas recusam a deidade absoluta de Jesus, a sua ressurreição dentre os mortos e não reconhecem a sua singularidade. O Jesus deles não passa de mais um médium ou um dos grandes mestres e filósofos. No entanto, a Bíblia nos mostra que Jesus é muito m ais (Ef 1.21; Hb 7.26), é 0 Deus em forma humana (Rm 9.5). CONCLUSÃO Diante do exposto, a conclusão bí blica é que somente Deus pode salvar, somente Ele é o Salvador (Is 45.21). Se 0 Senhor Jesus não é Deus, logo não pode ser salvador, então negar a divindade de Jesus é negar a salvação. REVISANDO O CONTEÚDO 1. Como a Bíblia revela Jesus como o verdadeiro Deus? 2. Quais os primeiros grupos religiosos da história a negarem a divin dade de Jesus? 3. Cite três passagens bíblicas adulteradas na Tradução do Novo Mundo para negar a divindade de Jesus. 4. Cite três grupos religiosos da atualidade que negam a divindade de Jesus. 5. Qual 0 ponto mais crucial do Arianismo? VOCABULÁRIO Monista: partidário do Monismo; concepção que remonta ao eleatismo grego, segundo a qual a realidade é constituída por um princípio úni co, um fundamento elementar, sendo os múltiplos seres redutíveis em última instância a essa unidade. LXX: Septuaginta 2 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 0 FILHO E IGUAL COM O PAI a r TEXTO ÁUREO “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino." (Hb 1.8) VERDADE PRÁTICA O termo teológico “Filho de Deus” é título, sendo assim, a existência de Jesus é desde a eternidade junto ao Pai. LEITURA DIÁRIA Segunda - SI 8.4 O termo “ filho” na Bíblia indica, muitas vezes, “ a mesma espécie” Terça - Am 7.14 A expressão bíblica “ os filhos dos profetas” equivale a expressão “ os profetas” Quarta - Mt 23.30, 31 A palavra “ filho” indica também “ a mesma índole” Quinta - Jo 5.18 Jesus falava da sua divindade quando se disse Filho de Deus Sexta - Jo 16.28 Jesus como Filho refere-se à sua origem divina, à mesma essência e natureza do Pai Sábado - l Jo 4.15 Quem confessa que Jesus é 0 Filho de Deus, Deus está nele JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 7 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 10.30-38 30 - Eu eo Pai somos um. 31 - Os judeus pegaram, então, outra vez, em pedras para 0 apedrejarem. 32 - Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mos trado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual dessas obras me apedrejais? 33 - Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. 34 - Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses? 35 - Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), 36 - àquele a quem 0 Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus? 37 - Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. 38 - Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras, para que conhe çais e acrediteis que 0 Pai está em mim, e eu, nele. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Essa porção bíblica do Evangelho de João é uma das mais contundentes em mostrar que 0 Filho é igual ao Pai. Afirmar que Jesus é 0 Filho de Deus, mas não o próprio Deus, é uma contradição em si mesma. O embate de Jesus com os religiosos do templo de Jerusalém revela essa verdade. É isso que a presente lição pretende mostrar e explicar com sólidos fundamentos escriturísticos. I - A DOUTRINA BÍBLICA DA RELAÇÃO DO FILHO COM O PAI 1. Ideia de filho. O conceito de filho no pensamento judaico implica a igualdade com 0 pai (Mt 23.29-31). Uma das idéias de filho na Bíblia é a identidade de natu reza, isso pode ser visto no paralelismo poético do salmista: “que é 0 homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que 0 visites?” (SI 8.4). Esse paralelismo é sinonímico em que 0 poeta diz algo e em seguida repete esse pensamento em outras palavras. A ideia de “homem mortal” é repetida em “ filho do homem”. Outro exemplo encontramos nas palavras de Jesus: “Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas” (Mt 23.31). Isso porque os escribas e fariseus consideravam os matadores dos profetas como seus pais (Mt 23.29,30). 2. Significado teológico. Indica igual dade de natureza, ou seja, mesma subs tância. É 0 que acontece com Jesus, Ele é chamado Filho de Deus no Novo Testamen to porque Ele é Deus e veio de Deus. Jesus mesmo disse: “eu saí e vim de Deus” (Jo 8.42); “ Saí do Pai e vim ao mundo; outra vez, deixo 0 mundo e vou para 0 Pai” (Jo 16.28). Quando Jesus declarou: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17), estava declarando que Deus é seu Pai; no entanto, os seus interlocutores entenderam com clareza meridiana que Jesus estava reafirmando a sua deidade, pois: “ dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5.18). 2 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 3. 0 Filho é Deus. Filho de Deus é uma expressão bíblica para referir-se à relação única do Filho Unigênito com o Pai. A expressão “Filho de Deus” revela a di vindade de Cristo. Essa verdade está mais clara na Bíblia que o sol do meio-dia. Por isso, é estranho como pode haver tantos debates sobre o tema. O texto sagrado: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino” (Hb 1.8) é o mais crucial, pois é uma citação direta de Salmos 45.6,7. É importante prestar melhor atenção naquelas pas sagens conhecidas dos crentes: “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; 0 cetro do teu reino é um cetro de equidade. Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por isso, Deus, 0 teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus com panheiros” (SI 45.6,7). Que história é essa de 0 Deus do versículo 7 estar ungindo 0 Deus do versículo 6? Isso tem intrigado alguns rabinos desde a antiguidade. Mas, a Epístola aos Hebreus traz a explicação e revela que Deus nessa passagem é uma referência a Jesus. A explicação está em Hebreus 1.8, trata-se do relacionamento entre 0 Pai e 0 Filho e que a unidade de Deus é plural. II - A HERESIA DO SUBORDI- NACIONISMO 1. Orígenes. O Subordinacionismo é toda doutrina que declara ser 0 Filho su bordinado ao Pai ou um deus secundário ou menos divino que o Pai. Os monar- quianistas dinâmicos, ou adocionistas, e os arianistas são os principais repre sentantes dessa heresia. Mas Orígenes (185-254), foi 0 seu principal mentor. Há, na vastíssima e complexa produção literária de Orígenes, idéias de acordo e contrárias à ortodoxia da igreja, como também idéias neoplatônicas e obscuras de modo que, desde a antiguidade, os estudiosos do assunto estão divididos. Ele exerceu grande influência no Oriente por mais de 100 anos. Nas controvérsias em Niceia, havia os que apoiavam Ário usando Orígenes como base; como tam bém os que apoiavam Alexandre, opositor de Ário, também se baseando no mesmo Orígenes. Segundo seus críticos, parece que a Trindade defendida por ele era subordinacionista: 0 Filho subordinado ao Pai e 0 Espírito Santo subordinado ao Filho. No entanto, a Bíblia revela a igualdade das três pessoas da Trindade (Mt 28.19; 2 Co 13.13). 2. No período pré-niceno. O Subor dinacionismo foi, nos Séculos II e III, uma tentativa, ainda que equivocada, de preservar 0 monoteísmo, mas que negou a divindade absoluta de Jesus. Seus expoentes consideravam Cristo como Filho de Deus, inferior ao Pai. Eles afirmavam que o próprio Cristo declarava a sua inferioridade, e isso eles 0 faziam com base numa exegese ruim e numa interpretação fora do contexto de algumas passagens dos Evangelhos. 3. Métodos usados pelos subordi- nacionistas. Já estudamos,até agora, 0 ensino bíblico sobre Jesus como 0 verdadeiro homem e ao mesmo tempo 0 verdadeiro Deus. Somente Ele é assim, e ninguém mais no céu e na terra possui essa característica (Rm 1.1-4 ; 9-5). No entanto, os subordinacionistas pinçam as Escrituras aqui e ali se utilizando das passagens do Novo Testamento que apresentam 0 Senhor Jesus como homem e descartam e desconsideram as que afirmam ser Jesus o Deus igual ao Pai. III - COMO O SUBORDINACIO - NISMO SE APRESENTA HOJE l. No contexto islâmico. O Islamis- mo não considera Jesus como o Filho JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2Ç de Deus, mas como messias e profeta, e coloca Maomé acima dele. Nenhum cristão tem dificuldade em detectar o erro de doutrina (Ef 1.21; Fp 2.8-11). O Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é 0 Filho de Deus, isso com base numa péssima interpretação, pois significaria uma relação íntima conjugal entre Deus e Maria. 0 mais grave é que seus líderes afirmam que os cristãos pregam esse absurdo (Jd 10). Lamenta mos dizer que até mesmo Satanás e os seus demônios reconhecem que Jesus é 0 Filho do Deus Altíssimo (Mc 5.7). A expressão “Filho de Deus” no Novo Testamento significa a sua origem e a sua identidade (Jo 8.42) e não segue 0 mesmo padrão de reprodução humana. Jesus foi concebido pelo Espírito Santo (Mt 1.18, 20; Lc 1.35). 2. O movimento das Testemunhas de Jeová. Este confessa publicamente que crê na existência de vários deuses: o Deus Todo-poderoso, Jeová; depois o deus poderoso, Jesus; e em seguida outros deuses menores, incluindo bons e maus. Mas a fé cristã não admite a existência de outros deuses. É verdade que a Bíblia faz menção de deuses falsos. Se são falsos, não podem ser Deus (G1 4.8). Declara 0 apóstolo Paulo: “ todavia, para nós há um só Deus, 0 Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Co 8.6). Eis uma boa pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová: “Jesus Cristo é uma divindade falsa ou verdadeira?” Se a resposta for positiva, elas são obrigadas a reconhecer a divindade de Jesus e a Trindade; mas, se a reposta delas for negativa, elas estão admitindo que são seguidoras de um deus falso. CONCLUSÃO O termo “ filho” em relação a Jesus tem sido assunto de debate teológico desde 0 período dos Pais da Igreja. A interpretação bíblica que se faz é: Jesus é Filho Unigênito não porque foi gerado, mas sim porque é da mesma substância do Pai. REVISANDO O CONTEÚDO 1. Por que Jesus é chamado “ Filho de Deus” no Novo Testamento? 2. O que revela a expressão “ Filho de Deus” em relação a Jesus? 3. O que é Subordinacionismo? 4. Por que o Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é 0 Filho de Deus? 5. Qual a pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová? 3 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÃO 7 16 de Fevereiro de 2025 AS NATUREZAS HUMANA E DIVINA DE JESUS à TEXTO ÁUREO “Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, 0 qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5) l_________ / --------------------------------------------------------- VERDADE PRÁTICA Jesus é 0 eterno e verdadeiro Deus e, ao mesmo tempo, 0 verdadeiro homem. _ _ _ _ _ _ _ J LEITURA DIÁRIA Segunda - Mt 1.23 As duas naturezas de Jesus reveladas na expressão “ Emanuel” Terça - Fp 2.5-8 O Senhor Jesus possui as naturezas humana e divina em sua Pessoa Quarta - Jo 10.33 Sendo homem, Jesus afirma ser Deus, as duas naturezas em uma só Pessoa Quinta - At 20.28 Jesus, 0 Deus-Homem que nos comprou com o seu sangue Sexta - Cl 2.9 As duas naturezas de Cristo continuam para toda a eternidade Sábado - 1 Tm 3.16 As naturezas humana e divina em Jesus JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 1 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Romanos 1 .1 -4 ; Filipenses 2 .5 -11 Romanos 1 1 - Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para 0 evangelho de Deus, 2 - 0 qual antes havia prometido pelos seus profetas nas Santas Escrituras, 3 - acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, 4 - declarado Filho de Deus em poder, segundo 0 Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, — Jesus Cristo, nosso Senhor, Filipenses 2 5 - De sorte que haja em vós 0 mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 - que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. 7 - Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; 8 - e, achado na forma de homem, hu- milhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. 9 - Pelo que também Deus 0 exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo 0 nome, 10 - para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, 11 - e toda língua confesse que Jesus Cristo é 0 Senhor, para glória de Deus Pai. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Uma vez estabelecida definitiva mente a Cristologia em Niceia (325) e a Trindade em Constantinopla (381), surgem novas especulações teológi cas em torno das naturezas de Cristo: humana e divina. Essas controvérsias deram origem ao Concilio de Calcedô- nia (451), hoje um bairro de Istambul, na Turquia. A presente lição é sobre 0 Nestorianismo e Monofisismo, dois pensamentos considerados heréticos no Concilio de Calcedônia. 1 - O ENSINO BÍBLICO DA DU PLA NATUREZA DE JESUS 1. “Descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3). O apóstolo está se referindo aos ancestrais de Jesus. Ele veio de uma família humana de carne e ossos, que vivia entre 0 povo de Israel. A sua linhagem está registrada na in trodução do Evangelho de Mateus e no capítulo 3 de Lucas. Jesus foi concebido no ventre de M aria, uma virgem de Israel, pelo Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Aí está 0 elo humano-divino, as duas naturezas do Senhor Jesus. 2. “ Declarado Filho de Deus em poder” (v. 4). Essa expressão indica a divindade de Jesus e isso é reforçado logo em seguida pelas palavras “Jesus Cristo, nosso Senhor” . Mais adiante, Paulo, ao descrever os privilégios que Deus concedeu a Israel como a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; 0 apóstolo 3 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JANEIRO • FEVEREIRO ■ MARÇO 2025 conclui: “ dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5). 0 Senhor Jesus é um judeu, descendente de Israel e, ao mesmo tempo, é 0 “Deus bendito eternamente”. 3. O antigo hino cristológico (Fp 2.5,6). O texto está dizendo que em bora Jesus sendo Deus, não usou as prerrogativas da divindade durante seu ministério terreno e, mesmo que fizesse uso delas, não consideraria isso uma usurpação. O apóstolo está se referindo ao status de Cristo antes da encarnação (Jo 1.1,14). Mas enfatiza 0 aspecto humano (vv.7,8). O apóstolo está sendo muito claro no ensino das naturezas humana e divina em uma só Pessoa. Essa passagem é parte de um provável hino que os primeiros cristãos cantavam nos cultos e 0 apóstolo Paulo a inseriu nessa epístola aos Filipenses. O termo grego morphê, ” forma”, usado pelo apóstolo Paulo, “ sendo em forma de Deus” (v.6), indica essência imutável, portanto, Ele jamais deixou de ser Deus. II - AS HERESIAS CONTRA O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS 1. Quem foi Nestório? Ele foi bispo de Constantinopla entre 428-431. Nes tório discordava do título dado à Maria, defendido por Cirilo de A lexandria (376-444), “ mãe de Deus” , em grego theotokos, literalmente “ portadora de Deus”. Ele sugeriu “ receptora de Deus” ou christotokos, “ mãe de Cristo”. Sim, Maria é mãe do Jesus humano (Mt 2.11, 13 ,14 , 20, 21), e não mãe de Deus, vis to que Deus é eterno (SI 90.2; 93.2; Is 40.28). A expressão adotada por Cirilo era uma contradição em si mesma. Embora a posição de Nestório