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Sumário 
NOTA ............................................................................................................................................ 4 
1. DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 5 
2. DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 14 
3. DIREITO PENAL .............................................................................................................. 20 
4. DIREITO PROCESSUAL PENAL .................................................................................. 32 
5. DIREITOS HUMANOS ..................................................................................................... 37 
6. INFORMÁTICA ................................................................................................................. 40 
7. LÍNGUA PORTUGUESA ................................................................................................. 46 
8. TRÂNSITO ......................................................................................................................... 48 
9. GEOPOLÍTICA .................................................................................................................. 48 
10. LÍNGUA ESTRANGEIRA .............................................................................................. 48 
11. LEGISLAÇÃO ESPECIAL ............................................................................................. 48 
12. TEMAS DE REDAÇÃO PROVÁVEIS PARA A PROVA DA PRF ........................... 48 
 
 
 
 
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NOTA 
 
Para elaborar o presente material, foram investidas algumas semanas analisando provas 
anteriores do CESPE, buscando tendências da banca e estilo de cobrança do conteúdo. 
 
Além da análise de provas anteriores, para a confecção do Resumão, também levamos em 
consideração a pertinência temática, ou seja, aquilo que tem maior relevância para o cargo de 
agente da PRF. Conforme informado pelo Diretor Executivo da PRF em entrevista à equipe do 
QB, todo processo seletivo da PRF irá buscar aquele candidato com o perfil mais próximo do que 
se espera para ser policial. Por isso, a pertinência temática é particularmente importante. Com 
este material, você conseguirá elevar substancialmente a sua pontuação na prova. Obviamente, 
quanto menos conhecimento você tiver, mais o Resumão irá te ajudar. 
 
Importante frisar que não se trata de uma revisão, mas de um estudo estratégico focando na 
melhor forma de “ataque” com um método que apelidamos de: Estudo de Guerrilha – ideal para 
estudar quando falta muito pouco tempo para a prova. A estratégia é de que você consiga 
acertar a questão mesmo que não domine o conteúdo. 
 
Por isso, aconselhamos que estude o material da seguinte forma: 
 
 Leia, releia, sublinhe, faça anotações. Memorize sem entender mesmo. Quanto mais 
palavras-chaves dos conteúdos você memorizar, melhor será seu desempenho. Para 
algumas matérias, já há baralhos de perguntas e respostas feito pelo QB. Consulte a 
área de membros dos alunos. 
 Não trave diante de um conteúdo. Não há tempo para entender tudo que está no 
Resumão! Memorize de qualquer maneira. 
Cada matéria no Resumão foi tratada de acordo com suas peculiaridades: algumas matérias 
verificamos que a prova foca mais em conhecimento do tipo “letra de lei”, como Legislação. Em 
outras, verificamos que as questões são mais doutrinárias, como Direito Penal. 
 
Outra análise que fizemos foi de “custo x benefício”. Há conteúdos que simplesmente não são 
possíveis de aprender em pouco tempo. Em tais casos, preferimos focar nossa energia em 
conteúdos mais fáceis de assimilar, num curto espaço de tempo. 
 
O que você vai encontrar nas próximas páginas pode ajudar FORTEMENTE na sua aprovação. 
Não são meras “apostas” do que acreditamos que vai cair, mas o resultado de um grande esforço 
de análise. 
 
Esta é a primeira versão do Resumão. A segunda versão, completa, será lançada alguns dias após 
o edital. Se vc tiver alguma observação/sugestão para a versão 2.0, deixe aqui seu comentário: 
https://forms.gle/z9ZrDdmn3VNBnnGY8 
Bons estudos! 
Equipe QB 
 
 
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https://forms.gle/z9ZrDdmn3VNBnnGY8
 
 
 
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1. DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
1. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 As normas definidoras dos direitos fundamentais têm aplicação imediata. 
 
Direito à vida: 
 Nenhum direito fundamental é absoluto, nem mesmo a vida. Em caso de guerra 
declarada, admite-se pena de morte (portanto, até o direito à vida é relativo). 
Veja questão considerada correta pelo CEBRASPE em prova de 2014: “O direito à 
vida, assim como todos os demais direitos fundamentais, é protegido pela CF de 
forma não absoluta”. 
 Aspecto biológico do direito à vida: direito à integridade física e psíquica (direito de 
continuar vivo). 
 Aspecto amplo do direito à vida: direito a condições materiais e espirituais mínimas 
necessárias a uma vida digna (entendimento do CEBRASPE). 
** Atenção: assunto cobrado no concurso de Agente de Segurança Penitenciária de Pernambuco e também no INSS, 
em provas do CESPE. 
 
Inviolabilidade domiciliar: 
 A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, como regra. 
 A inviolabilidade poderá ser quebrada no caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, seja de dia ou de noite. 
 A inviolabilidade também poderá ser quebrada para cumprimento por 
determinação judicial, durante o dia. 
 Segundo o STF, entende-se que em veículos automotores é possível realizar buscas 
livremente, quando houver fundada suspeita (art. 240, § 2º, do CPP), o que dispensa 
a exigência de mandado de busca e apreensão, salvo quando se tratar de veículo 
destinado à habitação do indivíduo, como trailers, cabines de caminhão, barcos, 
dentre outros. 
 Na prova de 2019 da PRF, o tema foi abordado. Contudo, a questão foi anulada com 
a seguinte justificativa: “Não é assente o entendimento da matéria abordada na 
assertiva”. Veja a questão: 
 
A boleia de um caminhão, utilizada pelo motorista, ainda que provisoriamente, como dormitório e 
local de guarda de seus objetos pessoais em longas viagens, não poderá ser objeto de busca e 
apreensão sem a competente ordem judicial na hipótese de fiscalização policial com a finalidade de 
revista específica àquele veículo. 
 
Anonimato: 
 A CF veda o anonimato, embora nossa jurisprudência aceite a denúncia anônima, a 
qual não poderá dar origem a um inquérito policial, mas poderá ensejar diligências 
preliminares. 
 Diz a CF: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. 
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Inviolabilidade das comunicações: 
 É inviolável o sigilo: 
 Correspondência (nem ordem judicial pode violar); 
 Das comunicações telegráficas (nem ordem judicial podem violar); 
 De dados e das comunicações telefônicas, exceto por determinação judicial 
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 
Atenção: 
Durante o Estado de Sítio e de Defesa, haverá restrição de direito ao sigilo da correspondência, 
das comunicações telegráficas e das comunicações telefônicas. 
 
 E o sigilo bancário? Também é inviolável. Contudo, entende o STF que a 
Administração Tributária pode requisitar às instituições financeiras acesso às 
movimentações bancárias mesmo sem autorização judicial, desde que exista um 
processo administrativo instaurado ou um procedimento fiscal emcurso e essas 
informações sejam indispensáveis. Para o STF, não implica em violação do sigilo, pois 
o sigilo teria sido apenas “transferido” da instituição financeira para o fisco, 
permanecendo os dados ao abrigo do sigilo. 
 Acesso ao whatsapp de aparelho celular coletado em busca e apreensão: não há 
óbice para que a autoridade policial acesse o conteúdo armazenado no aparelho, 
inclusive as conversas do whatsapp (STJ. 5ª Turma. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix 
Fischer, julgado em 03/10/2017). Fora dos casos de autorização judicial, acessar o 
celular poderá configurar abuso de autoridade. 
 
Direito à liberdade: 
 Segundo o STF, a marcha da maconha, em defesa da legalização das drogas, está 
dentro da liberdade de expressão, não configurando o crime de apologia (incitar o 
uso de drogas). 
 
Extradição de estrangeiro: 
 Não será concedida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. 
**O assunto foi cobrado pela PRF em prova de 2013. 
 
Direito de reunião: 
 Não há necessidade de autorização do Poder Público. 
 Exige-se apenas aviso prévio. 
 Deve ser para fins pacífico e não pode frustrar reunião anteriormente agendada para 
o mesmo local. 
 
Sobre o preso: 
 A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
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 O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial. 
 O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas 
hipóteses previstas em lei. 
 Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança. 
 Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. 
Atenção: 
A CF prevê a prisão civil do depositário infiel e do devedor de pensão alimentícia. Contudo, for 
força do Pacto de São José da Costa Rica, o ordenamento jurídico brasileiro permite apenas a 
prisão civil por dívida de pensão alimentícia. 
 
Direito à igualdade: 
 Igualdade formal: é a igualdade jurídica, na qual todos devem ser tratados de 
maneira igual, sem quaisquer distinções. 
 Igualdade material: é a igualdade real. Para ser alcançada, pode implicar em 
tratamento desigual. Exemplo: cotas raciais para acesso às universidades públicas. 
 O STF firmou entendimento no sentido de que não viola o princípio da isonomia a 
utilização de critérios diferenciados para a promoção de militares do sexo feminino 
e masculino da Aeronáutica. (AI 443.315-AgR/RJ, Rel.Min. Cármen Lúcia, Primeira 
Turma). 
 Este assunto foi cobrado em 2014 pelo CESPE, o qual considerou errada a seguinte 
afirmação: “A utilização de critérios distintos para a promoção de integrantes do 
sexo feminino e do masculino de corpo militar viola o princípio constitucional da 
isonomia.” 
Tortura, tráfico ilícito, terrorismo e hediondos: 
 A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática 
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os 
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. 
 Para memorizar os crimes mencionados no dispositivo acima, lembre-se de 3TH: 
Tortura, Tráfico, Terrorismo e Hediondos. 
Ação de grupos aramados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático: 
 Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. 
 
Prisão em flagrante x apresentação espontânea: 
 Não poderá ser preso aquele que se apresenta espontaneamente à autoridade 
policial, depois de ter cometido um delito (ou seja, já não está mais em flagrante 
delito). Nesse sentido, assim afirma a CF: 
 
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“Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar”. 
 
 Fora dos casos de transgressão militar e crime propriamente militar, uma pessoa só 
pode ser presa em flagrante ou por ordem do juiz. 
 
Propriedade: 
 Em caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver 
dano. 
**O Assunto acima foi cobrado em prova da PRF, em 2013. 
 A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade 
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, 
ressalvados os casos previstos nesta Constituição. 
 
Direito de Petição x Certidão: 
 São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
 o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder; 
 a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
**Assunto já cobrado pela PRF, em prova de 2013. 
 
Tratados Internacionais: 
 Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 Se o tratado não versar sobre direitos humanos, terá força de lei. 
Tribunal Penal Internacional: 
 O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha 
manifestado adesão. 
 
Garantias (principais): 
 HC: conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado 
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou 
abuso de poder. 
 Ação popular: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise 
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, 
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, 
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência. 
Atenção: 
Iminente perigo: autoridade usa a propriedade e indeniza depois se houver dano. 
Desapropriação: primeiro indeniza, depois desapropria. 
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 MS: conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício 
de atribuições do Poder Público. 
 
2. DIREITOS SOCIAIS, NACIONALIDADE, CIDADANIA E 
DIREITOS POLÍTICOS 
 
 
Direitos sociais: 
 São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
 
 Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da 
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. 
 
3. DIREITOS SOCIAIS, NACIONALIDADE, CIDADANIA E 
DIREITOS POLÍTICOS 
 
 
Nacionalidade: 
 O brasileiro nato não poderá perder a nacionalidade, salvo se adquirir outra 
nacionalidade fora dos casos abaixo: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente 
em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para 
o exercício de direitos civis; 
 O naturalizado poderá ter sua naturalização canceladanão só por esse motivo 
(adquirir outra nacionalidade), como também por conta de atividade nociva ao 
interesse nacional. 
 Perda de nacionalidade e reaquisição: se perde a nacionalidade como nato, 
readquire como nato; se perde como naturalizado, readquire como naturalizado. 
** Assunto cobrado pela PRF, em 2013. 
Direitos políticos: 
 É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos 
casos de: 
 cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
 incapacidade civil absoluta; 
 condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus 
efeitos; 
 recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos 
termos do art. 5º, VIII; 
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 improbidade administrativa. 
 
4. PODER EXECUTIVO 
 
Poder Executivo: 
 Sobre o Brasil 
 Forma de governo adotada: República. 
 Sistema de governo adotado: Presidencialismo. 
 O Presidente da República acumula as funções de chefe de Estado e de chefe 
de Governo, talkei? 
 
 Cabe ao Presidente, mediante decreto, dispor sobre: 
 Organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
 Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
 Essas atribuições poderão ser delegadas aos Ministros de Estado, ao 
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que 
observarão os limites traçados nas respectivas delegações. 
 São crimes de responsabilidade os atos do Presidente que atentem contra a CF e, 
especialmente, contra: 
 a existência da União; 
 o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério 
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; 
 o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
 a segurança interna do País; 
 a probidade na administração; 
 a lei orçamentária; 
 o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
 
 Acusação contra o presidente: admitida a acusação contra o Presidente da 
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a 
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou 
perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. O presidente possui 
imunidade formal (não possui imunidade material). 
 CESPE considerou cprreta a seguinte assertiva, cobrada em prova para Auditor da 
Receita Estadual de AL, em 2020: “Tanto em caso de infrações penais comuns 
quanto de crimes de responsabilidade, compete à Câmara dos Deputados o juízo de 
admissibilidade da acusação apresentada contra o presidente da República”. 
 
 O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
 Compete privativamente ao Presidente da República (principais competências): 
 exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da 
administração federal; 
 sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e 
regulamentos para sua fiel execução; 
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 vetar projetos de lei, total ou parcialmente; 
 celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do 
Congresso Nacional; 
 decretar o estado de defesa e o estado de sítio; 
 decretar e executar a intervenção federal; 
 remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião 
da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as 
providências que julgar necessárias; 
 conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos 
instituídos em lei; 
• O Presidente poderá delegar a função acima aos Ministros de Estado, ao 
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que 
observarão os limites traçados nas respectivas delegações. 
• Esse tópico foi cobrado em 2013 na prova da PRF. 
 exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes 
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e 
nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 
 nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo 
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, 
o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco 
central e outros servidores, quando determinado em lei; 
 nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII, da 
CF; 
 convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa 
Nacional; 
 declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso 
Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões 
legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a 
mobilização nacional; 
 celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; 
 conferir condecorações e distinções honoríficas; 
 permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras 
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
 prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a 
abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; 
 prover (prover é função delegável) e extinguir os cargos públicos federais, 
na forma da lei; 
 editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62 da CF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. SEGURANÇA PÚBLICA 
Segurança Pública: 
 Componentes da segurança pública: PF, PRF, PFF (ferroviária), Polícias Civis, Polícias 
Militares, Corpos de Bombeiros Militares e Polícias Penais (federais, estaduais e 
distritais). 
*Atenção às policiais penais, pois se trata de novidade. 
 Compete à PRF, na forma da lei, o patrulhamento ostensivo das rodovias federais. 
*Note que a CF não atribuiu à PRF a função do combater ao tráfico de drogas. Contudo, tratando-se de flagrante, 
qualquer deverá atuar. 
 A PRF é órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em 
carreira. 
 Compete à PF: 
 apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento 
de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e 
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha 
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, 
segundo se dispuser em lei; 
 prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros 
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; 
 exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
 exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 
 Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada 
a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações 
penais, exceto as militares. 
 Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade 
federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. 
 As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva 
do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais 
estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios. 
 Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus 
bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 
 Direito de greve e carreiras de segurança pública: o exercício do direito de greve, 
sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os 
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurançapública 
(entendimento do STF). 
 Segurança viária – a segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública 
e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: 
 
 compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de 
outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à 
mobilidade urbana eficiente; 
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 compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos 
respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, 
estruturados em Carreira, na forma da lei. 
 
6. MEIO AMBIENTE 
 
 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
 O meio ambiente é bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida. 
 Incumbe ao Poder Público: 
 preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo 
ecológico das espécies e ecossistemas; 
 preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético; 
 definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
 exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de 
impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
 controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos 
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente; 
 promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
 proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem 
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade. 
 As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
 Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, 
na forma da lei. 
 
 
 
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2. DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1. ORGANZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 Na Administração Pública Direta, temos a atividade administrativa centralizada em 
seus próprios órgãos. A PRF está dentro da Administração direta. Já na 
Administração Pública Indireta, os serviços são descentralizados, sendo exercidos 
pelas Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações 
Públicas, etc. 
 No ano de 2018, em prova da PC-ES, o CESPE considerou correta a afirmação a 
seguir: “A centralização consiste na execução de tarefas administrativas pelo próprio 
Estado, por meio de órgãos internos e integrantes da administração pública direta”. 
 Em 2017, o CESPE considerou correta a seguinte afirmação: “Administração direta 
remete à ideia de administração centralizada, ao passo que administração indireta 
se relaciona à noção de administração descentralizada”. 
 Já em 2016, considerou correta a seguinte assertiva: “A centralização consiste na 
execução das tarefas administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos 
internos integrantes da administração direta”. 
 Descentralização: a descentralização administrativa é efetivada por meio de outorga 
quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço 
público. 
 Concentração e centralização: estão relacionadas à ideia geral de distribuição de 
atribuições de tarefas da periferia para o centro. 
 Desconcentração e descentralização: estão relacionadas à ideia geral de distribuição 
de atribuições do centro para a periferia. A desconcentração administrativa ocorre 
exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica, para 
distribuição interna de competências, entre seus próprios órgãos ou departamentos, 
que podem ser criados. 
 Autarquias: têm por característica a necessidade de serem criadas por lei, terem 
personalidade jurídica de direito público, terem patrimônio próprio, terem 
capacidade de autoadministração, submeterem-se a controle do poder público e 
desempenharem funções tipicamente públicas. Fazem parte da Administração 
Pública Indireta, sendo o INSS e o IBAMA exemplos. Não há relação de subordinação 
entre as autarquias e a Administração Direta. O controle é finalístico. 
 
2. ATO ADMINISTRATIVO 
 São os requisitos ou elementos do ato administrativo (COFIFO-M-O): 
 Competência 
 Finalidade 
 Forma 
 Motivo 
 Objeto 
 Competência: é o poder atribuído ao agente administrativo para que o mesmo 
desempenhe suas funções, advindo da lei ou do decreto autônomo (emitido pelo 
Presidente da República). A competência é o conjunto de atribuições conferidas aos 
ocupantes de um cargo, emprego ou função pública. Trata-se de elemento vinculado 
do ato administrativo, mesmo que esse ato seja discricionário. A competência é 
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intransferível e irrenunciável, mas a execução do ato pode ser delegada, para 
agentes ou órgãos de mesma ou de inferior hierarquia, ou mesmo avocada, para 
agentes ou órgãos subordinados. 
 Finalidade: a finalidade do ato administrativo é satisfazer o interesse público e 
atender ao escopo previsto na lei. Trata-se de elemento vinculado. Trata-se de 
elemento vinculado do ato administrativo. 
 Forma: é o modo de exteriorização do ato, tal como o edital de um concurso público. 
Trata-se de elemento vinculado do ato administrativo. 
 Motivo: segundo Di Pietro, motivo é definido como pressuposto de fato e de direito 
que serve de fundamento ao ato administrativo. Pressuposto de direito é o 
dispositivo legal em que se baseia o ato. Pressuposto de fato, como o próprio nome 
indica, corresponde ao conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações 
que levam a Administração a praticar o ato. Na última prova da PRF, sobre motivo, 
a seguinte afirmativa foi considerada correta: “Tanto a inexistência da matéria de 
fato quanto a sua inadequação jurídica pode configurar o vício de motivo de um ato 
administrativo”. 
 Objeto: É o fim imediato do ato, representando o resultado prático do ato 
administrativo. Pode ser vinculado ou discricionário. 
 Convalidação e ratificação do ato administrativo: o ato praticado por agente 
incompetente pode ser convalidado por aquele que tem a competência, “sanando a 
incompetência”. Nesse caso, a convalidação é chamada de ratificação. Quando 
estivermos diante de um caso de competência exclusiva (indelegável), não será 
possível a ratificação. A ratificação é ato administrativo discricionário da autoridade 
competente. 
 São atributos do Ato Administrativo: PAI 
 Presunção de legitimidade e veracidade; 
 Autoexecutoriedade; 
 Imperatividade. 
** Para alguns autores, a tipicidade e a exigibilidade também seriam 
atributos. Em prova de 2019, o CEBRASPE considerou correta a seguinte 
questão: “De acordo com a doutrina administrativista clássica e majoritária, 
são atributos dos atos administrativos a presunção de legitimidade, a 
imperatividade e a autoexecutoriedade”. 
 Presunção de legitimidade e veracidade: é o atributo ou característica do ato 
administrativo que assegura que o ato é verdadeiro, mesmo que eivado de vícios ou 
defeitos, até que se prove o contrário. A pessoa que alega que o ato tem vício é que 
deve comprovar. 
 Autoexecutoriedade:como característica ou atributo do ato administrativo, tem 
como elementos a exigibilidade e a executoriedade, as quais garantem o 
cumprimento das decisões administrativas sem que seja necessária a intervenção 
do Poder Judiciário. 
 Imperatividade: os atos administrativos podem ser impostos a terceiros 
independentemente da concordância destes. Todavia, não são todos os atos que 
gozam desse atributo. 
 Tipicidade: é o atributo conforme o qual o ato administrativo deve corresponder a 
uma figura definida previamente pela lei como apta a produzir determinados 
resultados. 
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 Ato administrativo discricionário/vinculado: sendo o ato administrativo 
discricionário, órgão público ou agente público tem liberdade para praticá-lo, 
respeitados os limites da lei e dos princípios administrativos; sendo o ato vinculado, 
o administrador vincula-se às determinações da lei (temos menos liberdade de 
escolha. 
 Licença, admissão, homologação são exemplos de atos vinculados. 
 Permissão, autorização, aprovação e renúncia são exemplos de atos 
discricionários (quando tem “R”, normalmente é discricionário). 
 Espécies de ato administrativo: 
 Trata-se de circular o ato administrativo pelo qual as autoridades superiores 
transmitem ordens uniformes a funcionários subordinados. Veicula regras de 
caráter concreto. 
 Trata-se de portaria o ato administrativo pelo qual as autoridades de nível 
inferior ao Chefe do Poder Executivo expedem orientações gerais ou especiais 
aos respectivos subordinados ou designam servidores para o desempenho de 
certas funções ou determinam a abertura de sindicância e processo 
administrativo. 
 Licença é o ato pelo qual a administração pública faculta, de forma unilateral e 
vinculada, a um cidadão exercer determinada atividade para a qual preencha os 
requisitos legais. 
 Autorização é o ato segundo o qual o Poder Pública aprecia, discricionariamente, 
a pretensão do particular em face do interesse público. Como exemplo, podemos 
citar a concessão de autorização para porte de arma, que consiste em ato 
discricionário e precário, podendo ser revogada a qualquer momento. 
 A homologação é ato administrativo unilateral e vinculado, praticado a 
posteriori, pelo qual a administração pública reconhece a legalidade de um ato 
jurídico, tal como ocorre na homologação de procedimento licitatório. 
 Permissão é ato administrativo unilateral, discricionário e precário, através do 
qual a Administração Pública faculta ao particular interessado a utilização de 
bem público ou a prestação de serviço público. 
 
3. PODERES ADMINISTRATIVOS 
 Poder regulamentar: é a prerrogativa conferida à Administração Pública de aditar 
atos gerais para complementar as leis e possibilitar sua efetiva aplicação. Ao passo 
que as leis constituem atos de natureza originária, o poder regulamentar é de 
natureza derivada (ou secundária). 
**CEBRASPE considerou correta a seguinte afirmativa: “No exercício do poder regulamentar, a administração 
pública não poderá contrariar a lei.” De outro lado, essa afirmativa foi considerada incorreta: “Configura abuso 
do poder regulamentar a edição de regulamento por chefe do Poder Executivo dispondo obrigações diversas das 
contidas em lei regulamentada, ainda que sejam obrigações derivadas.” Quando falamos em obrigações 
principais, somente a lei pode instituir. Quando falamos em obrigações derivadas, o poder regulamentar da 
Administração Pública pode instituir. Não configura abuso do poder regulamentar editar regulamento criando 
obrigação derivada. 
 Poder hierárquico: consiste nas atribuições de comando, chefia e direção dentro 
da estrutura administrativa. Trata-se de poder vinculado, com vistas à auto 
organização da Administração Pública. 
**Veja questão do CEBRASPE considerada correta: “No exercício do poder hierárquico, os agentes públicos têm 
competência para dar ordens, rever atos, avocar atribuições, delegar competência e fiscalizar”. 
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 As hipóteses de transferência do exercício de competência são geralmente 
chamadas de delegação e avocação. A avocação transfere o exercício da 
competência do órgão inferior para o órgão superior na cadeia hierárquica, 
enquanto a delegação transfere o exercício de competência do órgão 
superior para o inferior. 
 Não pode ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter normativo, a 
decisão de recursos administrativos, as matérias de competência exclusiva 
do órgão ou autoridade. 
**Em complemento, a seguinte questão foi considerada correta pelo CEBRASPE: “O ato de delegação 
de competência, revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante, decorre do poder 
administrativo hierárquico”. 
 Poder disciplinar: é aquele que confere à Administração a capacidade de apurar 
infrações administrativas de servidores públicos e das demais pessoas que estejam 
sob o regime jurídico da Administração Pública. Exemplo disso são os procedimentos 
administrativo disciplinares. 
**A seguinte assertiva foi considerada incorreta pelo CEBRASPE: “A aplicação de multa ao estabelecimento 
comercial decorre do poder disciplinar da administração pública”. Não se trata de poder disciplinar, pois o poder 
disciplinar está relacionado ao controle interno da própria administração. A questão fez confusão com o poder 
de polícia. Em complemento, em prova para agente da PF, a seguinte afirmativa foi considerada correta: “A 
aplicação de sanção administrativa contra concessionária de serviço público decorre do exercício do poder 
disciplinar”. 
 Poder de polícia: em face do poder de polícia, poderá a Administração Pública 
condicionar ou restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse da 
coletividade. Constitui exemplo do poder de polícia a interdição de restaurante pela 
autoridade de vigilância sanitária e aplicação de multas. 
 Em 2020, por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é 
constitucional a delegação da atividade de policiamento de trânsito, inclusive 
quanto à aplicação de multas, para empresas públicas e sociedades de economia 
mista. 
**O relator da decisão do STF destacou que, no julgamento do RE 658570, o STF decidiu que o poder de polícia 
não se confunde com segurança pública. Assim, seu exercício não é prerrogativa exclusiva das entidades 
policiais. Segundo ele, a fiscalização do trânsito com aplicação de sanções administrativas constitui mero 
exercício de poder de polícia. "Verifica-se que, em relação às estatais prestadoras de serviço público de atuação 
própria do Estado e em regime de monopólio, não há razão para o afastamento do atributo da coercibilidade 
inerente ao exercício do poder de polícia, sob pena de esvaziamento da finalidade para a qual aquelas entidades 
foram criadas", concluiu. 
 
 
4. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 
 Quando alguém é responsável por fazer determinado serviço, ela é responsável pelo 
serviço e pelas consequências dele advindas. Se um dano for causado, aquele que 
prestou o serviço poderá ser responsabilizado. Falamos que a responsabilidade será 
objetiva quando não for necessária a demonstração de que houve dolo ou culpa. 
Falamos em responsabilização subjetiva quando for necessária a demonstração de 
dolo ou culpa. 
 A responsabilidade em relação à Administração Pública é, como regra, objetiva, 
independe de comprovação de dolo ou culpa. Já em relação ao servidor público 
causador do dano, a responsabilidade é subjetiva, devendo ele ter causado o dano 
por dolo ou culpa. 
 Quando a administração atua gerando um dano (ato comissivo), não há dúvidas de 
que a responsabilidade é objetiva. E quando há omissão? A responsabilidade da 
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administração públicadecorrente de omissão resulta de seu dever de agir e da 
capacidade de essa ação evitar o dano – sem isso, não há falar em responsabilização. 
Excetuados os casos de dever específico de proteção, a responsabilidade civil do 
Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser comprovados a negligência 
na atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade. 
 
5. LICITAÇÕES 
 Principais modalidades cobradas em prova: 
 Na modalidade concurso, a administração poderá contratar o projeto ou 
serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos 
patrimoniais a ele relativos. 
**CEBRASPE considerou correta a seguinte afirmação: “Concurso é a modalidade de licitação para 
escolha de trabalho técnico, artístico ou científico. Em se tratando de seleção de projeto de cunho 
intelectual, deverá o autor ceder à administração os direitos patrimoniais a ele reativos para 
pagamento do prêmio ou remuneração”. 
 O convite é a única modalidade de licitação em que a lei não exige a 
publicação de edital. 
 A modalidade de licitação utilizada para a venda de produtos legalmente 
apreendidos ou penhorados é denominada leilão. 
 Licitação inexigível x dispensável x dispensada: 
 Quando inexiste competitividade, estamos diante de uma hipótese de 
licitação inexigível. Quando houver competitividade, ou seja, há adversários, 
mas licitar é facultável, estamos diante de uma licitação dispensável. Por 
outro lado, é vedada a licitação, mesmo existindo competitividade, no caso 
de licitação dispensada. 
 Em prova do CEBRASPE de 2020, as seguintes afirmativas foram consideradas 
corretas: “É hipótese de inexigibilidade de licitação a contratação de 
profissional ou empresa de notória especialização para fiscalização, 
supervisão ou gerenciamento de obras, de natureza singular, quando houver 
inviabilidade de competição”. 
 A existência de fornecedor exclusivo de determinado produto é hipótese 
de inexigibilidade de licitação. 
**Dica para memorizar os casos de inexigibilidade: 
- Fornecedor exclusivo; 
- Profissional artístico; 
- Profissional de notória especialização, vedado para publicidade. 
 
6. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 O controle judicial dos atos administrativos é restrito a aspectos de legalidade, 
sendo vedada a análise do mérito administrativo pelo Poder Judiciário. 
*** O CEBRASPE considerou correta a seguinte afirmativa: “Embora exerça controle de atos administrativos ao 
avaliar os limites da discricionariedade sob os aspectos da legalidade, é vedado ao Poder Judiciário exercer o 
controle de mérito de atos administrativos, pois este é privativo da administração pública”. A seguinte afirmativa 
também foi considerada correta: “O Poder Judiciário só tem competência para revogar os atos administrativos 
por ele mesmo produzidos”. 
 A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os 
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em 
todos os casos, a apreciação judicial (Súmula 473 do STF). 
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 Cabe ao Poder Legislativo o poder-dever de controle financeiro das atividades do 
Poder Executivo, o que implica a competência daquele para apreciar o mérito do ato 
administrativo sob o aspecto da economicidade. 
 O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado é princípio implícito. 
Tal princípio fundamenta a requisição administrativa, a qual está assim definida na 
CF/88: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver 
dano. 
 
7. PRINCÍPIOS 
 Os princípios da Administração Pública que estão expressos na CF são o LIMPE: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 Como princípio implícito, temos a supremacia do interesse público sobre o privado: 
Tal princípio fundamenta a requisição administrativa, a qual está assim definida na 
CF/88: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver 
dano. 
 
8. AGENTES PÚBLICOS 
 Independe de aprovação em concurso público a investidura nos cargos em 
comissão, sendo de livre nomeação e exoneração. 
** Para os demais cargos públicos, a investidura acontece por meio de prévia aprovação em concurso público de provas ou 
de provas e títulos. 
**Obs.: exoneração não é punição. Se uma pessoa for exonerada do cargo em comissão a pretexto de ser punida, pela teoria 
dos motivos determinantes, a exoneração será anulada. O modo correto de punir, retirando a pessoa do cargo, é 
pela destituição de cargo em comissão, devendo ser aberto procedimento administrativo disciplinar. 
 As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, 
sendo independentes entre si. 
 A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição 
criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 
 Principais penas previstas na lei 8.112: 
 A pena para abandono de cargo é de demissão. Configura abandono de cargo a 
ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30 dias consecutivos. 
 A pena para inassauidade habitual é de demissão. Entende-se por 
inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias, 
interpoladamente, durante o período de 12 meses. 
 A pena para crime contra a administração pública, corrupção e improbidade 
administrativa é de demissão. 
 A pena para conduta escandalosa, na repartição, é a de demissão. 
 A pena para insubordinação grave em serviço é a de demissão. 
 A pena para ofensa física, em serviço, a servidor ou particular, salvo em legítima 
defesa própria ou de outrem, é a demissão. 
 A pena para aquele que revelar segredo do qual se apropriou em razão do cargo 
é demissão. 
 A pena para aquele que lesar os cofres públicos é demissão. 
 A pena para quem acumular, ilegalmente, cargos empregos ou funções públicas, 
é a de demissão. 
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 Será punido com suspensão de até 15 dias o servidor que, injustificadamente, 
recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade 
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a 
determinação. 
 As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, 
após o decurso de 3 e 5 anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor 
não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. 
 
 
3. DIREITO PENAL 
 
1. PRINCÍPIOS BÁSICOS 
 
Princípio da retroatividade penal benéfica: 
 Em regra, aplicam-se ao fato as leis vigentes na época do fato. 
 Contudo, lei posterior benéfica poderá retroagir para beneficiar o réu. 
 Súmula 711 do STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao 
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. 
Veja a questão abaixo: 
Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro de 2011 e 
fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve alteração legislativa que 
agravou a pena do crime por ele cometido. 
Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais benéfica em atenção 
ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa. 
Resposta: ERRADO, pois trata-se de crime permanente, devendo ser aplicada a lei mais 
grave, conforme S. 711 do STF. 
 
Princípio da insignificância: 
 Se a conduta do agente lesar ou expuser a perigo de lesão de forma insignificantes 
os bens jurídicos, cabe a aplicação do princípio da insignificância. 
 O princípio da insignificância atua como causa de exclusão da tipicidade penal 
(tipicidade material). 
 Parao STF, temos os seguintes requisitos para aplicação do princípio da 
insignificância (MARI): 
 Mínima ofensividade da conduta; 
 Ausência de periculosidade social da ação; 
 Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
 Inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
 Insignificância no descaminho – tanto para o STF como o STJ: 20 mil reais o valor 
limite para que o fato seja considerado insignificante. 
 O princípio da insignificância é também conhecido como o princípio da bagatela 
própria. 
 Diferença entre bagatela própria x imprópria: 
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A bagatela imprópria não afasta o crime, mas sim a aplicação da pena. Já a bagatela 
própria afasta o próprio crime (é como se o crime não tivesse existido), ao excluir a 
tipicidade material do fato. 
Princípio da continuidade típico normativa: 
 Ocorre apenas um redirecionamento de um tipo para outro, não havendo sua 
descriminalização. 
 Difere da abolicio criminis, a qual trata da hipótese em que uma lei nova destipifica, 
em parte ou totalmente, um fato que era anteriormente definido como crime. 
 Exemplo: de continuidade típico-normativa – atentado violento ao pudor (art. 214 
do antigo Código Penal), que foi revogado pela lei 12.015/09. Podemos dizer que tal 
conduta não deixou de ser considerada crime, mas sim que ela apenas “migrou” para 
o tipo penal do crime de estupro, disciplinado pelo artigo 213 do atual Código Penal. 
 
Princípio da subsidiariedade: 
 O princípio da subsidiariedade é aquele segundo o qual o direito penal só deve atuar 
quando os demais ramos do direito forem insuficientes para proteção do bem 
jurídico tutelado. 
Princípio da fragmentariedade: 
 Princípio segundo o qual o Direito Penal deve tipificar apenas um pequeno número 
de condutas, especialmente aquelas que forem mais graves e praticadas contra bens 
jurídicos mais relevantes. Esse princípio atua conjuntamente com o da intervenção 
mínima. 
 
Princípio da legalidade: 
 Não há crime sem lei anterior que o defina. Portanto, medida provisória ou decreto 
não podem criar crime, apenas lei emanada do Congresso Nacional. 
 É o princípio segundo o qual as leis devem obedecer às formas e aos procedimentos 
exigidos na criação da lei penal, bem como na elaboração de seu conteúdo 
normativo. 
**Medida provisória não pode criar crime, pois viola o princípio da reserva legal. Apenas a lei pode criar crime. 
Contudo, admite-se que medida provisória seja criada para beneficiar o infrator em matéria penal. 
Princípio da taxatividade: 
 O princípio da taxatividade é um dos corolários do princípio da legalidade, pregando 
que a lei penal deve ser clara, precisa e determinada, não cabendo incriminações 
vagas ou genéricas. 
Princípio da adequação legal: 
 Não há crime sem lei anterior que o defina. Portanto, medida provisória ou decreto 
não podem criar crime, apenas lei emanada do Congresso Nacional. 
 O princípio da adequação social preconiza que não se pode reputar criminosa uma 
conduta tolerada pela sociedade, ainda que se enquadre em uma descrição 
típica (ou seja, em um crime previsto em lei). Trata-se de condutas que, embora 
formalmente típicas, porquanto descritas num tipo penal, são materialmente 
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atípicas porque socialmente adequadas, isto é, estão em consonância com a ordem 
social. 
 Em outras palavras, o princípio da adequação social busca afastar a tipificação de 
condutas consideradas socialmente adequadas. Por meio da interpretação, ele 
limita a aplicação do tipo penal. O princípio em questão também se dirige para o 
legislador, servindo como norte na criação de leis. 
**Exemplo: mãe que fura orelha da filha para colocação de brinco – pelo princípio da adequação social, não irá 
responder criminalmente pelo crime de lesão: 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
A conduta da mãe é formalmente típica, foi de fato ofendeu a integridade corporal de outrem. Contudo, pelo 
princípio da adequação social, não é materialmente típica, ou seja. 
Para existir o crime, a conduta deve ser formalmente típica e materialmente típica. 
Princípio da alteridade: 
 Segundo o princípio da alteridade, para haver crime, a conduta humana deve 
colocar em risco ou lesar bens de terceiros. É proibida a incriminação de atitudes 
que não excedam o âmbito do próprio autor. Você não pode ser vítima de si próprio. 
Exemplo: não é crime se matar. 
**Indo além: a criminalização do uso da droga não viola o princípio da alteridade? Afinal, o usuário estaria 
causando mal a si próprio. Conforme doutrina, o uso de drogas, além de causar mal para o próprio usuário, causa 
mal à saúde pública como um todo. 
 
 
2. APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
Aplicação da lei penal (luta): 
 Lugar: teoria da Ubiquidade 
Considera-se como lugar do crime tanto o da ação ou omissão quanto o daquele 
em que se verificar o resultado. 
 
 Tempo: teoria da Atividade 
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro 
seja o momento do resultado. 
 
 Leis excepcionais temporárias: no que diz respeito à eficácia temporal da lei penal, 
o término da vigência das leis denominadas temporárias e excepcionais não 
depende de revogação por lei posterior. Consumado o lapso da lei temporária ou 
cessadas as circunstâncias determinadoras das excepcionais, cessa, então, a vigência 
dessas leis. 
Atenção: 
Ultratividade diz-se de uma lei quando ela é aplicada posteriormente ao fim de sua vigência 
(revogação). É o caso das leis excepcionais e temporárias, pois estas são ultrativas. 
As leis excepcionais e temporárias também são intermitentes (são revogadas em curto período, 
de forma “automática”). 
 
 
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Súmula 711 do STF: 
 A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a 
sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
 Exemplo de aplicação da Súmula 711 do STF: imagine que João sequestre Maria no 
dia hoje e que o sequestro perdure por 30 dias. Se antes do fim do sequestro vier 
uma nova lei, agravando a pena para o crime de sequestro, deverá ela ser aplicada? 
O sequestro se encaixa no chamado “crime permanente”. Crime permanente é 
aquele cujo momento consumativo se prolonga no tempo de acordo com a vontade 
do criminoso, de modo que o agente tem o domínio sobre o momento de 
consumação do crime, tal como acontece no crime de sequestro, previsto no artigo 
148 do Código Penal, que se consuma com a retirada da liberdade da vítima, mas o 
delito continua consumando-se enquanto a vítima permanecer em poder do agente. 
Desse modo, de acordo com a S. 711 do STF, a pena mais grave será aplicada a João, 
pois ela começou a vigorar antes do fim da consumação do crime de sequestro. 
 Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro 
de 2011 e fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve 
alteração legislativa que agravou a pena do crime por ele cometido. 
 Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais 
benéfica em atenção ao princípio da irretroatividade da lei penal mais 
gravosa. Isso está correto ou errado? 
• Resposta: ERRADO, pois trata-se de crime permanente, 
devendo ser aplicada a lei mais grave, conforme S. 711 do STF. 
 
 
3. O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS 
 
Erro de tipo: 
 O erro sobre o elemento do tipo exclui o dolo, mas admite a punição por crime 
culposo, se previsto em lei. 
 Exemplo: você sai para caçar e dispara contra um suposto animal. Mais tarde, 
verifica que não era um animal, mas uma pessoa fantasiadade urso. Nesse caso, não 
houve o dolo no sentido de matar uma pessoa. Trata-se de erro de tipo, o qual exclui 
o dolo. 
 
Atos preparatórios x crime tentado: 
 Nos atos preparatórios, a execução do crime não foi iniciada ainda, pois o indivíduo 
não está praticando ainda os atos de execução (exemplo: indivíduo compra corda 
para realizar um sequestro). Na tentativa, a execução do crime foi iniciada. O crime 
será tentado quando, iniciada a execução, não se consuma o crime por 
circunstâncias alheias à vontade do agente (exemplo: polícia chega e impede que o 
bandido fuga com o bem furtado). 
 Ato preparatório: em regra, não é punível. Esses atos somente são puníveis quando 
constituírem, por si só, infração penal. Um exemplo de ato preparatório punível é o 
delito de petrechos para falsificação de moeda (art. 291 do Código Penal), que seria 
um ato preparatório do crime de moeda falsa. 
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 Crime tentado: salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
 
 
Tipos de tentativa: 
 Branca/Incruenta: O agente não conseguiu nem mesmo atingir o objeto pretendido. 
Ex.: Ao atirar, os projéteis desviaram da vítima. 
 Vermelha/Cruenta: O agente conseguiu atingir o objeto, mas não conseguiu 
consumar o delito. Ex.: O projétil somente perfurou o braço da vítima. 
 Perfeita/Acabada: O agente utilizou todos os meios que estavam ao seu alcance, e 
mesmo assim não consumou o crime. Ex.: O agente lesionou a vítima com socos e 
disparou 4 tiros na mesma, mas foi preso em flagrante antes que a vítima pudesse 
vir a falecer. 
 Imperfeita/Inacabada: O agente não consegue utilizar todos os seus meios de 
execução para a prática delituosa. Ex.: O agente tem a possibilidade objetiva desferir 
cinco disparos, mas só consegue efetuar um disparo, pois é preso em flagrante 
antes. 
 
Crimes que não admitem a forma tentada: 
 CCHOUPA: 
Contravenções; 
Culposos; 
Habituais; 
Omissivos próprios, 
Unissubsitentes, 
Preterdolosos; e 
Atentado (crimes de atentada). 
 Teoricamente, seria possível existir a tentativa de uma contravenção penal. 
Contudo, por disposição legal, estabeleceu-se que: 
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção (Lei das Contravenções). 
Assim sendo, teoricamente, a tentativa existe nas contravenções, ela apenas não é 
considerada (não sendo punível). 
 
O conceito analítico de crime: 
 Para o nosso ordenamento jurídico, crime é o fato 
típico, ilícito e culpável. 
 Só podemos falar que ocorreu o crime se o tripé 
todo estiver completo. Faltando um desses 
elementos, não há crime. 
 
Fato típico: 
 
 
 
 
 
 Conduta: sem a conduta, não há falar em crime. A conduta pode ser dolosa (quando 
há intenção de cometer o crime) ou culposa (não há intenção). Quando falamos que 
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alguém agiu sem dolo ou sem culpa, não há conduta. Não havendo conduta, não há 
crime. 
 Resultado: todo crime tem resultado jurídico (ou normativo), pois sempre há lesão 
ao bem jurídico tutelado ou perigo de lesão, quando um crime é cometido. Todavia, 
nem todo crime resultado naturalístico (modificação física do mundo exterior), 
como acontece no crime de homicídio (alguém morre). Quando estudamos 
resultado do crime, é importante saber sobre os crimes formais, materiais e de mera 
conduta. 
 Crimes materiais: o resultado naturalístico descrito no tipo é indispensável 
para a consumação. Exemplo: homicídio – “Art. 121 - Matar alguém”. 
 Crimes formais: o resultado naturalístico descrito no tipo é dispensável. A 
consumação acontece com a prática da conduta em si (por isso, também se 
chama de delito de consumação antecipada). Ex.: “Extorsão – Art. 158 - 
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito 
de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, 
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa”. O mero “constranger” 
com o intuito de obter vantagem já faz o crime se consumar, ainda que 
nenhuma vantagem venha a ser obtida com o crime. 
 Crimes de mera conduta: não há resultado naturalístico no tipo (crime de 
mera atividade). Exemplo: porte ilegal de armas, pois o mero ato de portar a 
arma em si não gera nenhuma consequência no mundo, mas já consuma o 
crime. 
 Nexo causal: é o elo que une a conduta praticado pelo autor ao resultado. É o elo 
causal que possibilita a atribuição de responsabilidade penal. 
 Tipicidade (formal ou material). 
 Tipicidade formal: é a conformidade do fato ao tipo penal, ou seja, a 
adequação do ato praticado pelo agente àquilo que está previsto 
abstratamente na norma. Exemplo: homicídio – “fulano matou ciclano”. 
Nesse caso, a tipicidade formal se encaixa no delito de homicídio. 
 Tipicidade material: é a valoração da conduta e do resultado. O bem jurídico 
deve ser efetivamente lesado. Aqui entra o princípio da insignificância, pois 
o delito foi praticado, mas não houve lesão ao bem jurídico de forma 
significativa. 
 
Ilicitude: 
 
 
 A melhor forma de estudar a ilicitude, é estudando o que a afasta, pois é isso que irá 
cair na prova da PRF. Existindo qualquer uma das causas que excluem a ilicitude, não 
há crime. 
 Além das causas previstas acima, há uma supralegal (ou seja, não está nas leis): seria 
o consentimento do ofendido. Para que o consentimento da vítima exclua o crime, 
alguns requisitos devem estar presentes: 
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 a disponibilidade do bem jurídico tutelado pela norma, 
 a validade do consentimento, 
 a necessidade de este último ser manifestado de forma livre e por pessoa 
capaz, 
 a anterioridade ou simultaneidade entre o crime e o consentimento. 
 Estado de necessidade é: “Considera-se em Estado de necessidade quem pratica o 
fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de 
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não 
era razoável exigir-se”. 
 Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de 
enfrentar o perigo. 
 Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena 
poderá ser reduzida de um a dois terços. 
 Legítima defesa é: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente 
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou 
de outrem” (é também conhecida como legítima defesa real). 
 Muito importante: observados os requisitos acima, também se considera em 
legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco 
de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crime. Lembre-se 
do caso do “sniper”, no RJ. 
 Atenção: a justificativa para um PRF que mata uma pessoa em serviço, 
obedecendo aos requisitos legais, é legítima defesa (não há estrito 
cumprimento do dever legal de matar ou exercício regular de direito). 
 Legítima defesa putativa: 
 Trata-se de uma hipótese que imaginária. É aquela que o agente, por erro, 
acredita existir uma agressão injusta, atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem. 
 Ex: A foi jurado de morte por B. Em determinada noite, em uma rua escura, 
encontram-se. B coloca a mão no bolso, e A, acreditando que ele iria pegar 
uma arma, mata-o. Posteriormente, descobre-se que B iria lhe oferecer uma 
Bíblia, pois havia se convertido. 
 A legítima defesa putativa não exclui a ilicitude da conduta, mas pode isentar 
de pena, se o erro for inevitável. Se for evitável, pode responder por crime 
culposo. 
 Legítima defesa sucessiva: havendo excesso, permite-se a defesa legítima do 
agressor inicial. O agressor inicial, contra o qual se realiza a legítima defesa, tem o 
direito de defender-se do excesso, uma vezque o agredido, pelo excesso, 
transforma-se em agressor injusto. Ocorre uma troca de papel entre agressor e 
agredido, em razão do excesso de defesa da vítima inicial. 
 Estrito cumprimento de dever legal: toda obrigação que for extraída direta ou 
indiretamente de LEI. Podem agir em estrito cumprimento de dever legal os PRF’s, 
por exemplo, ao efetuarem uma prisão de alguém com mandado de prisão expedido 
pelo juiz competente. 
 Exercício regular do direito: são aquelas situações relacionadas à pessoa comum, em 
que essas exercem todos os seus direitos que a lei franqueia. 
 
 
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Culpa consciente x culpa inconsciente x dolo eventual: 
 Na culpa consciente, o agente prevê o resultado, mas acredita que ele não irá 
ocorrer (lembre-se do atirador de facas). 
 Na culpa inconsciente, o agente não prevê o resultado, mas ele ocorre por 
imprudência, negligência ou imperícia. 
 No dolo eventual, o agente prevê a possibilidade de ocorrência do resultado, mas 
pouco se importa se vai ocorrer ou não. 
 
Crime consumado x crime tentado: 
 Consumado: quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. 
 Tentado: quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. 
 O nosso Código adotou, como regra, a teoria OBJETIVA, punindo-se a 
tentativa com a mesma pena do crime consumado, reduzida de 1/3 a 2/3. 
 Desistência voluntária e arrependimento eficaz: o agente que, voluntariamente, 
desiste de prosseguir na execução (desistência voluntária) ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados (arrependimento eficaz). 
 Nesses casos, não responde pela tentativa, mas pelo que praticou. 
 Arrependimento posterior: nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à 
pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da 
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
 
Crime impossível: 
 O crime é dito impossível quando não há, em razão da ineficácia do meio 
empregado, violação, tampouco perigo de violação, do bem jurídico tutelado pelo 
tipo penal (entendimento do CESPE). 
 O que diz o CP: “Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do 
meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”. 
 Exemplo de ineficácia absoluta do meio: tentar matar por meio de disparo de arma 
de fogo utilizando uma arma de brinquedo (por desconhecimento). 
 Exemplo de absoluta impropriedade do objeto: tentar matar uma pessoa que já está 
morta. 
Omissão: 
 Omissão própria: a omissão vem descrita na própria lei. Não admite tentativa. 
Exemplo: omissão de socorro (art. 135 do CP). 
 Omissão imprópria: o agente tem o dever de agir para evitar o resultado. Não o 
fazendo, responderá pela sua omissão (art. 13, parágrafo segundo, do CP). O dever 
de agir advém das seguintes situações: 
 Quando tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
 Quando, de outras formas, assumiu a responsabilidade de impedir o 
resultado (garantidor – exemplo: enfermeira); 
 Quando, com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do 
resultado. 
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4. CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (art. 122): 
 Tipo penal: induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou 
prestar-lhe auxílio material para que o faça. 
 A pena é duplicada nos seguintes casos: 
 se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; 
 se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de 
resistência. 
 A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de 
computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. 
 Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de 
rede virtual. 
 Se o crime for cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, e 
resulta lesão corporal de natureza gravíssima, o agente irá responder como se a 
vítima tivesse morrido (opção da lei de agravar a penalidade protegendo mais aos 
vulneráveis). 
 Se o crime for cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, e 
resulta morte, o agente irá responder como se tivesse praticado homicídio. 
Feminicídio (qualificadora do homicídio – maior gravidade da pena): 
 É crime a prática de homicídio contra mulher por razões de sua condição de sexo 
feminino. 
 É necessário que envolva: violência doméstica e familiar ou fato motivado por 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
Homicídio contra autoridades (qualificadora do homicídio – maior gravidade da pena): 
 É crime a prática de homicídio contra autoridade ou agente das forças armadas, das 
polícias, dos bombeiros militares, dos do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição. 
 
 
 
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5. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
Roubo (art. 157): 
6. Tipo penal: subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave 
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido 
à impossibilidade de resistência. 
7. Importante saber: se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de 
fogo, a pena aumenta-se de dois terços. Segundo a jurisprudência, não é 
necessário que a arma seja apreendida e periciada, desde que o seu uso no 
roubo seja provado por outros meios de prova, tais como a palavra da vítima e 
testemunhas. 
Extorsão (art. 158): 
 Tipo penal: constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o 
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, 
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. 
 No crime de roubo e no crime de extorsão, o agente pode-se utilizar dos mesmos 
modos de execução, consistentes na violência ou grave ameaça. A diferença 
fundamental existente entre os dois delitos consiste em que, no crime de extorsão, 
pretende-se um comportamento da vítima, restando um mínimo de liberdade de 
escolha, enquanto, no crime de roubo, o comportamento não é essencial. 
 Exemplo: o agente, empregando uma arma de fogo, constrangendo a vítima a 
efetuar uma transferência de dinheiro para a sua conta digitando a senha no caixa 
eletrônico. 
Estelionato (art. 171): 
 Tipo penal: obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, 
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro 
meio fraudulento. 
 O crime não depende de representação nos casos em que a vítima for: 
 Administração Pública, direta ou indireta; 
 Criança ou adolescente; 
 Pessoa com deficiência mental; 
 Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. 
 Aplica-se a pena em dobro se o crime é cometido contra idoso. 
 
 
 
 
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6. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
Não se aplica o princípio da insignificância aos crimes contra a fé pública. 
Moeda falsa (principais aspectos): 
 Responde pelo crime (pena de reclusão) de moeda falsa quem falsificar, fabricando-
a ou alterando-a, moeda metálicaou papel-moeda de curso legal no país ou no 
estrangeiro. 
 Nas mesmas penas incorre quem: por conta própria ou alheia, importa ou exporta, 
adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda 
falsa. 
 Importante: quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou 
alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com 
detenção. 
 
Falsidades (principais aspectos): 
 Caracteriza o crime da falsidade ideológica omitir que está empregado ao 
preencher cadastro público para obtenção de benefício social. O crime de omitir 
declaração em documento (público ou particular) que dele devia constar, 
configura o crime de falsidade ideológica se com o fim de prejudicar direito, criar 
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. 
 As condutas da falsidade ideológica são: omitir, inserir e fazer inserir. 
 Utilizar a CNH do irmão para dirigir não comete o crime de falsidade 
ideológica, mas de falsa identidade. 
 Trocar a foto do documento de identificação por outra, própria, mais recente: 
não é crime, mas fato atípico. 
 Na CNH, alterar por conta própria o nome que lá consta: é crime de falsificação 
de documento público. 
 Falsificação de documento público: “falsificar, no todo ou em parte, documento 
público, ou alterar documento público verdadeiro”. Nas mesmas penas incorre 
quem insere ou faz inserir: 
 I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja 
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua 
a qualidade de segurado obrigatório; 
 II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em 
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, 
declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
 III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado 
com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa 
ou diversa da que deveria ter constado. 
** Esse assunto foi abordado em prova do CEBRASPE para agente da PCDF, em prova de 
2013. A afirmativa a seguir foi considerada ERRADA: “O empresário que inserir na carteira 
de trabalho e previdência social de seu empregado declaração diversa da que deveria ter 
escrito cometerá o crime de falsidade ideológica”. 
 
Adulteração de sinal identificador do veículo automotor: 
 Trata-se de crime combatido pela PRF (você terá aulas específicas contra fraude 
veicular no curso de formação). 
 O crime consiste em adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal 
identificador do veículo automotor, de seu componente ou equipamento. 
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 A pena é aumentada em 1/3 se o crime for cometido por servidor no exercício da 
função pública ou em razão. 
 Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento 
ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente 
material ou informação oficial. 
 Segundo o STJ, colocar fita adesiva para alterar a placa do veículo, é crime 
enquadrado neste delito. 
 
 
7. CRIMES CONTRA A ADMINIOSTRAÇÃO PÚBLICA 
Peculato (art. 312): 
 Tipo penal: apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-
lo, em proveito próprio ou alheio. 
 Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do 
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito 
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário. 
 Peculato culposo: ocorre quando funcionário concorre culposamente para o crime 
de outrem. 
 No peculato culposo, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, 
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
Concussão (art. 316): 
 Tipo penal: exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 
 
Advocacia administrativa (art. 321): 
 Tipo Penal: patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário. 
 Se o interesse é ilegítimo, a pena é maior. 
 Ainda que o interesse seja legítimo, há crime; ainda que use uma pessoa interposta 
para realizar a advocacia, há crime. 
 Veja como o CESPE já cobrou (assertiva correta): Funcionário público que utilizar o 
cargo para exercer defesa de interesse privado lícito e alheio perante a 
administração pública, ainda que se valendo de pessoa interposta, cometerá o crime 
de advocacia administrativa. 
Corrupção (art. 333 e 317): 
 A corrupção ativa é crime comum (particular contra a administração), podendo 
qualquer pessoa praticar. 
 Corrupção passiva é crime próprio, praticado por funcionário público (em sentido 
amplo), contra a administração. 
 Corrupção passiva: 
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 Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) 
a 12 (doze) anos, e multa. 
 A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou 
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício 
ou o pratica infringindo dever funcional. 
 Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com 
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena 
- detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 Corrupção ativa: 
 Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para 
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 
2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever 
funcional. 
 
Prevaricação (art. 319): 
 Fato típico: retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-
lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
Condescendência criminosa (art. 320): 
 Fato típico: deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado 
que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não 
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. 
 
4. DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Disposições preliminares: 
 A lei processual penal aplicar-se-á desde logo (para prejuízo ou benefício do réu - 
indiferente), sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei 
anterior. 
 A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem 
como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
Inquérito policial: 
 Inquérito policial é um procedimento administrativo informativo, destinado a apurar 
a existência de infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal 
disponha de elementos suficientes para promovê-la. 
 O valor probatório do inquérito policial, como regra, é considerado relativo, 
entretanto, nada obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada 
exclusivamente em elementos informativos colhidos na investigação. 
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 Prazos: 
o CPP: 10 dias preso - 30 dias solto (o prazo de 30 dias pode ser prorrogado). 
o Justiça Federal: 15 dias preso - 30 dias solto (ambos podem ser prorrogados 
1x) 
o Lei de drogas: 30 dias preso - 90 dias solto (ambos prazos podem ser 
duplicados) 
 Tem natureza administrativa e é inquisitivo (sem contraditório e ampla defesa). 
 O inquérito policial

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