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DIREITO PENAL
VIDEOAULA
PROF. FELIPE BERTONI
Excludente de Ilicitude
www.acasadoconcurseiro.com.br
http://www.acasadoconcurseiro.com.br
DIREITO PENAL
3
ILICITUDE E CAUSAS DE EXCLUSÃO
1. ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE): é, em suma, a consideração de que uma conduta é contrária 
ao Direito.
 • O crime só se consuma se estivermos diante de um fato típico, ilícito (ou antijurídico) e for 
praticado por um sujeito culpável (culpabilidade).
CULPÁVELILÍCITATÍPICACRIME É CONDUTA
 • Se a conduta praticada pelo sujeito é TÍPICA, pode ela também ser ILÍCITA, a não ser que 
esteja presente alguma CAUSA DE EXCLUSÃO DE ILICITUDE.
2. CAUSAS DE EXCLUSÃO DE ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE)
Mas o que são causas de exclusão de ilicitude? São circunstâncias que, uma vez presentes, 
retiram o caráter criminoso da conduta, pois afastam justamente a ilicitude (antijuridicidade) do 
fato.
ATENÇÃO! As causas de exclusão de ilicitude podem ser GENÉRICAS ou ESPECÍFICAS
→ Causas de exclusão de ilicitude GENÉRICAS: são aquelas que se aplicam a todos os crimes, 
de forma geral e estão previstas no artigo 23 do Código Penal: legítima defesa, estado de 
necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito.
Exclusão de ilicitude 
Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I – em estado de necessidade; 
II – em legítima defesa; 
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício 
regular de direito. 
PARA NÃO ESQUECER: as causas de exclusão de ilicitude 
genéricas são LEEE (Legítima defesa, Estado de necessidade, 
Estrito cumprimento do dever legal e Exercício regular do 
direito). 
ATENÇÃO: embora não esteja prevista expressamente, parte da 
doutrina entende que o consentimento do ofendido pode ser 
uma causa de exclusão de ilicitude caso o consentimento não 
seja viciado e recaia sobre um bem jurídico próprio e disponível.
4
→ Causas de exclusão de ilicitude ESPECÍFICAS: são próprias de determinados crimes, não 
tendo incidência geral em outras modalidades delitivas. Normalmente estão previstas na parte 
especial do Código Penal ou em Leis Especiais.
Exemplos:
Furto de coisa comum
Art. 156 – Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente 
a detém, a coisa comum:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º – Somente se procede mediante representação.
§ 2º – Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que 
tem direito o agente.
Art. 128 – Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, 
quando incapaz, de seu representante legal.
2.1. Estado de necessidade: considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para 
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, 
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias não era razoável exigir-se.
ATENÇÃO! É importante saber que nosso ordenamento jurídico adotou a chamada TEORIA 
UNITÁRIA referente ao estado de necessidade. Significa que para a configuração da 
excludente, o bem jurídico protegido deve ser de valor igual ou superior ao sacrificado (estado 
de necessidade justificante), ocasião em que se afasta a ilicitude da conduta. 
ATENÇÃO: no estado de necessidade exculpante (excludente de culpabilidade) o bem jurídico 
sacrificado possui valor maior do que o bem jurídico preservado. Essa modalidade de estado 
de necessidade NÃO é admitido no ordenamento jurídico brasileiro (teoria diferenciadora). 
Assim, o agente, em regra, deverá responder pelo crime, embora possa ter a sua pena 
diminuída (art. 24, §2º, CP).
Exemplo 1:
Felipe e Joaquim encontram-se em helicóptero que está caindo e somente há um paraquedas. 
Joaquim acaba por agredir Felipe, causando-lhe a sua morte, com a finalidade de utilizar o único 
paraquedas existente para salvar a sua vida. Nesse caso, não há falar em crime, pois incidente o 
estado de necessidade, na medida em que o bem jurídico sacrificado (vida de Felipe) é de igual 
valor ao bem jurídico preservado (vida de Joaquim).
DIREITO PENAL | FELIPE BERTONI
5
Exemplo 2:
Joaquim, Felipe e o seu cãozinho, Calvin, encontram-se em um helicóptero que está caindo e 
existem no local somente dois paraquedas. Felipe veste um paraquedas e agride Joaquim até a 
morte, pois intenciona colocar em Calvin o outro paraquedas existente. Nesse caso, não se pode 
falar na incidência do estado de necessidade, tendo em vista que o bem jurídico sacrificado (vida 
humana de Joaquim) é de maior valor do que o bem jurídico salvo (vida canina de Calvin).
→ Requisitos quanto à situação de perigo apta a justificar a incidência do estado de 
necessidade:
 • Não pode a situação de perigo ter sido criada voluntariamente pelo agente
Exemplo: o sujeito deliberadamente dá causa à queda de uma aeronave e, para salvar-se, mata 
outro tripulante para poder ficar com o paraquedas. Tendo em vista que a situação de perigo 
foi criada voluntariamente pelo próprio agente, não se poderia falar em estado de necessidade 
nesse caso.
 • Perigo atual: o perigo deve estar ocorrendo, não sendo possível a configuração do estado 
de necessidade diante de um perigo futuro, ainda que iminente.
 • A situação de perigo deve estar expondo a risco de lesão um bem jurídico do próprio 
agente ou de um terceiro
 • O agente não pode ter o dever jurídico de enfrentar o perigo
Exemplo: bombeiro que deixa de enfrentar incêndio que pode ser combatido, policial que deixa 
de tentar evitar um assalto que pode ser evitado em situações ordinárias.
 • A situação de perigo deve ser conhecida pelo agente, ou seja, o sujeito deve ter ciência de 
que está agindo em estado de necessidade.
→ Requisitos quanto à conduta praticada para configurar o estado de necessidade:
Conduta inevitável: o bem jurídico salvo somente poderia ter sido protegido daquela forma. 
Se houver outra forma para salvaguardar o bem jurídico e o sujeito opta pelo sacrifício, não há 
falar em estado de necessidade.
Exemplo: ocorre um incêndio em uma obra onde dois funcionários estão trabalhado. No local 
somente há uma saída e, pelo tempo do fogo, somente uma pessoa poderia sair viva. Nesse caso, 
seria possível que um dos funcionários atacasse o outro para conseguisse sair vivo, incidindo aí 
o estado de necessidade.
Exemplo2: ocorre um incêndio em uma obra onde dois funcionários estão trabalhando. No local 
existem duas saídas, sendo que uma é mais longe e demandaria mais esforço para escapar 
do fogo, embora fosse possível sair de lá com vida. Nesse caso, não seria possível que um dos 
funcionários atacasse o outro, não incidindo o estado de necessidade.
Conduta proporcional: o agente deve sacrificar apenas bens jurídicos de menor ou igual valor 
ao que pretende proteger.
6
→ Classificações do estado de necessidade:
Agressivo: o agente, para salvaguardar o bem jurídico, sacrifica o bem jurídico de um terceiro 
que não provocou a situação de perigo.
Defensivo: o agente, para salvaguardar o bem jurídico, sacrifica o bem jurídico de quem 
ocasionou a situação de perigo.
Real: quando a situação de perigo existe de fato.
Putativo: ocorre quando a situação de perigo não existe de fato, mas somente na imaginação 
do agente.
Exemplo de estado de necessidade PUTATIVO: 
Felipe e Joaquim encontram-se em helicóptero que está caindo e, embora exista uma sala 
oculta com diversos paraquedas, Joaquim imagina que somente existe um paraquedas. Diante 
desse cenário, Joaquim acaba por agredir Felipe, causando-lhe a sua morte, com a finalidade 
de utilizar o paraquedas que ele acredita ser o único existente. Nesse caso o agente incidiu em 
ERRO, pois supôs uma situação de fato que não correspondia a realidade.
O erro pode ser classificado de duas formas: erro ESCUSÁVEL (desculpável)ou erro INESCUSÁVEL 
(indesculpável).
 • Se o erro for ESCUSÁVEL, ou seja, no exemplo, não seria possível Joaquim saber que 
havia uma sala oculta com paraquedas, a imputação do delito será excluída (exclusão de 
culpabilidade).
 • Se o erro for INESCUSÁVEL (por exemplo, se Joaquim fazia parte da tripulação e no 
treinamento havia instrução sobre a sala oculta, mas Joaquim não sabia, pois não prestou 
atenção) subsistiria a imputação do delito, mas na modalidade CULPOSA, se houver previsão 
legal para tanto.
Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 – O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a 
punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º – É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o 
erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º – Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º – O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se 
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem 
o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
DIREITO PENAL | FELIPE BERTONI
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2.2. Legítima defesa: entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos 
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
→ Requisitos da legítima defesa:
 • Agressão injusta: para a caracterização da legítima defesa, a agressão deve ser injusta, ou 
seja, não autorizada pelo Direito. Assim, se um preso agride um policial que está fazendo 
uso moderado da força para realizar a prisão, evidentemente não se pode falar em legítima 
defesa do preso contra o policial, pois a agressão não é injusta.
 • Atual ou iminente: a agressão deve estar acontecendo ou prestes a acontecer. 
Exemplo de perigo iminente: Felipe encontra seu vizinho Carlos, antigo desafeto que já lhe 
ameaçou de morte diversas vezes. Felipe sabe que Carlos sempre carrega sua arma no porta-
luvas do carro. Quando Carlos vê Felipe, diz que vai lhe matar e se dirige para o porta-luvas do 
carro para pegar a arma. Diante desse perigo de um disparo iminente, pode Felipe repelir essa 
agressão injusta, estando preenchido esse requisito para a legítima defesa.
ATENÇÃO: no estado de necessidade somente se admite o seu reconhecimento quando o perigo 
é ATUAL. Ou seja, não se admite estado de necessidade de perigo iminente.
 • Agressão contra direito próprio ou alheio: a agressão injusta, atual ou iminente pode ser 
contra direito próprio (Joaquim agride Felipe que reage para se defender) ou alheio (legítima 
defesa de terceiro – Felipe agride Joaquim, pois Joaquim está agredindo Mariana)
 • Reação proporcional com uso dos meios necessários: significa que o agente deve repelir 
a injusta agressão utilizando moderadamente os meios necessários para fazer a agressão 
cessar, não podendo exceder-se na reação.
ATENÇÃO: mesmo que o sujeito reaja a uma agressão injusta atual ou iminente contra direito 
próprio ou alheio, case acabe se excedendo na moderação ou use de meio desnecessário, isso 
pode desconfigurar a legítima defesa e ensejar responsabilização criminal.
Exemplo: Joaquim, sujeito que mede 1,57m e pesa 42kg desfere um tapa em Rodrigo, que mede 
1,95m e pesa 140kg. Rodrigo, visando a repelir essa injusta agressão, pega a pistola que portava 
e desfere 7 tiros em Joaquim. Nesse caso, não se configura a legítima defesa, pois a reação não 
foi proporcional com o uso dos meios necessários. 
Exemplo2: agora imaginemos o contrário, Rodrigo, que mede 1,95m e pesa 150kg parte para 
cima de Joaquim, de 1,57m e 42kg, desferindo contra ele murros. Joaquim, em desespero, saca 
a sua arma e desfere contra Rodrigo um disparo na perna, cessando os disparos tão logo tenha 
cessado a agressão injusta. Nesse caso, é possível se cogitar de legítima defesa, pois essa era a 
única forma que Joaquim tinha para fazer cessar a agressão injusta praticada por Rodrigo.
ATENÇÃO: quando o sujeito age para se defender do ataque de um animal ela estará agindo, 
em regra, em ESTADO DE NECESSIDADE e não em legítima defesa, pois os atos dos animais não 
podem ser considerados injustos.
MAS CUIDADO! Caso o ataque do animal esteja sendo determinado por uma pessoa, ou seja, se 
o dono de um cão brabo está instigando o animal a atacar o sujeito, nesse caso a ação necessária 
para repelir esse ataque seria LEGÍTIMA DEFESA (contra o dono do cão).
8
 • Espécies de legítima defesa
 • Agressiva: quando o agente pratica um fato típico, lesando bem jurídico de outrem. 
Exemplo: Joaquim agride e causa lesões corporais em Felipe para defender-se de agressões 
iniciadas por Felipe. Embora típica a conduta (lesão corporal, artigo 129, CP, não há crime, em 
razão da incidência da legítima defesa, excludente de ilicitude). 
 • Defensiva: o agente apenas se defende, não atacando nenhum bem jurídico do agressor.
 • Própria: quando o bem jurídico defendido é do próprio agente que repele a agressão injusta.
 • De terceiro: quando o agente defende bem jurídico de outra pessoa.
 • Real: quando a agressão injusta, atual ou iminente acontece, de fato.
 • Putativa: quando o agente supõe estar diante de uma situação de legítima defesa, mas, 
na verdade, a situação que de fato acontece no mundo real não representava situação de 
agressão injusta atual ou iminente contra direito próprio ou alheio.
Exemplo: Felipe encontra seu vizinho Carlos, antigo desafeto que já lhe ameaçou de morte 
diversas vezes. Felipe sabe que Carlos sempre carrega sua arma no porta-luvas do carro. Quando 
Carlos vê Felipe, dirige-se para o porta-luvas do carro para pegar alguma coisa que Felipe supõe 
ser sua arma de fogo. Diante dessa conduta de Carlos, Felipe desfere um disparo de arma de 
fogo contra Carlos, causando a sua morte. Após, Felipe se dirige até o carro e descobre que 
Carlos iria pegar uma bíblia no porta-luvas e entregar a Felipe, pois Carlos havia se convertido e 
iria tentar se reconciliar com Felipe.
ATENÇÃO: Nesse caso valem as mesmas considerações sobre o estado de necessidade putativo, 
ou seja, está-se diante de situação de erro (excludente de culpabilidade). Caso seja erro 
escusável exclui-se a imputação do delito. Caso seja o erro inescusável, o agente responderia 
pela modalidade culposa, caso houvesse essa previsão.
ATENÇÃO! É possível a ocorrência de LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA, ou seja, se a pessoa 
inicialmente agredida se exceder para repelir a agressão injusta, o agressor inicial (atualmente 
agredido) pode agir em legítima defesa.
Exemplo: Joaquim agride Felipe com socos e chutes. Felipe, muito mais forte, repele a agressão 
com socos e chutes. Já estando Joaquim caído no chão, Felipe pega um pedaço de pau para 
continuar a agressão, excedendo-se na sua legítima defesa. Abre-se, com isso, a possibilidade 
para que Joaquim, que foi o primeiro agressor, exerça a legítima defesa em relação à agressão 
de Felipe.
ATENÇÃO. Pacote Anticrime: observados os requisitos previstos para a legítima defesa, 
considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele a agressão 
ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.
Legítima defesa
Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
DIREITO PENAL | FELIPE BERTONI
9
Parágrafo único. Observadosos requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se 
também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de 
agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)
ATENÇÃO! É possível que haja excesso na legítima defesa, desconfigurando a sua incidência. 
Ainda, o excesso pode ser EXTENSIVO ou INTENSIVO.
Excesso extensivo: a vítima está sendo agredida, repele injusta agressão usando meios 
moderados, mas continua agredindo o agressor.
Exemplo: a vítima recebe um tapa, ela reage com um tapa e derruba o agressor fazendo cessar 
a agressão. Contudo, ela continua desferindo golpes no agressor, desconfigurando a legítima 
defesa pelo excesso extensivo.
Excesso intensivo: o excesso ocorre durante a injusta agressão quando há o uso de um meio 
desproporcional.
Exemplo: a vítima recebe um tapa e repele a injusta agressão com um tiro de bazuca. 
2.3. Estrito cumprimento do dever legal: a conduta, embora típica, não é ilícita se o sujeito 
pratica o ato cumprindo um dever previsto em lei.
Exemplo: se um policial, durante uma perseguição, acaba, pelo uso moderado da força, 
causando lesão corporal no fugitivo, a conduta, embora típica (lesão corporal, art. 129, CP), não 
é ilícita, pois agiu o policial cumprindo seu dever legal.
Exemplo2: se o oficial de justiça ingressa na residência de um sujeito e apreende um bem 
cumprindo mandado de busca e apreensão expedido pelo Poder Judiciário, não pode ser ele 
responsabilizado por violação de domicílio, furto, apropriação indébita, constrangimento ilegal, 
etc..
ATENÇÃO: se um terceiro colabora com aquele que age no estrito cumprimento do dever legal, 
a ele também se estende essa causa de exclusão da ilicitude (comunicabilidade).
2.4. Exercício regular de direito: o sujeito que age no exercício de um direito seu não pode ser 
responsabilizado criminalmente. 
Exemplo: a mãe que, exercendo o seu poder familiar, coloca o seu filho de castigo durante horas 
trancado no quarto não deve responder pelo delito de cárcere privado (artigo 148, CP). 
Exemplo2: se, em uma luta de boxe, um dos competidores acaba com lesão corporal (art. 129, 
CP), não pode o outro competidor ser responsabilizado criminalmente pela lesão, tendo em vista 
que estava ele exercendo regularmente o direito dessa prática esportiva.
2.5. Consentimento do ofendido: o consentimento do ofendido não se encontra expressamente 
previsto como uma causa de exclusão de ilicitude, mas a doutrina majoritária entende que, 
cumprido determinados requisitos (consentimento ausente de vícios sobre bem jurídico próprio 
e disponível e consentimento prévio ou concomitante à conduta), serve o consentimento do 
ofendido como uma causa supralegal de exclusão de ilicitude. 
10
Requisitos para a validade do consentimento do ofendido como excludente de ilicitude:
 • Consentimento válido: o consentimento deve ser prestado por pessoa capaz e sem 
qualquer coação.
 • Bem jurídico próprio e disponível: o consentimento deve recair sobre bem jurídico próprio 
e de livre disposição.
Exemplo: mesmo que o sujeito consinta para que outro lhe cause a morte, não se pode 
considerar incidente a excludente do consentimento do ofendido, pois a vida é um bem jurídico 
indisponível.
Exemplo2: não pode terceiro consentir com a destruição do telefone de celular de outrem, pois, 
embora disponível o bem jurídico patrimônio, trata-se de patrimônio de terceiro.
Exemplo3: caso o sujeito deixe que outra pessoa danifique o seu próprio telefone celular, nesse 
caso aí sim pode-se cogitar do consentimento do ofendido em relação ao crime de dano, pois o 
bem é próprio e o bem jurídico é disponível (patrimônio).
 • O consentimento deve ser prévio ou concomitante à conduta: o consentimento da vítima 
prestado após a prática da conduta não serve para afastar a ilicitude.
3. Excesso punível: o agente, em qualquer uma das excludentes de ilicitude (legítima defesa, 
estado de necessidade, exercício regular do direito e estrito cumprimento do dever legal), 
responderá pelo excesso doloso ou culposo. 
O excesso punível é o exercício irregular de uma causa excludente de ilicitude, seja porque 
não há mais a circunstância que permitia seu exercício (cessou a agressão, no caso da legítima 
defesa, por exemplo), seja porque o meio utilizado não é proporcional (o agente revida um tapa 
com 15 tiros).
NÃO ESQUEÇA: a punição do excesso aplica-se a todas as causas excludentes de ilicitude.
Exemplo: se Joaquim parte para cima de Felipe com uma faca e Felipe consegue desarmar 
Joaquim e imobilizá-lo, mas continua as agressões até matar Joaquim, o excesso na conduta de 
Felipe afasta a incidência da legítima defesa.
Exemplo2: o policial que, após prender o criminoso, o agride com socos e chutes, já estando ele 
imobilizado, pode responder pelo excesso em sua conduta. 
LEGISLAÇÃO
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
I – em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II – em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. (Incluído pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
DIREITO PENAL | FELIPE BERTONI
11
Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único – O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso 
doloso ou culposo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 – Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, 
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, 
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida 
de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Legítima defesa
Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também 
em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a 
vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VAMOS PRATICAR!
1. (CESPE – 2018 – SEFAZ-RS – TÉCNICO TRIBUTÁRIO DA RECEITA ESTADUAL – PROVA 2)
A respeito do estado de necessidade, assinale a opção correta. 
a) o estado de necessidade recíproco não é aceito no direito brasileiro. 
b) o código penal brasileiro admite o estado de necessidade exculpante como causa excludente 
de ilicitude. 
c) considera-se em estado de necessidade aquele que ofende bem jurídico de terceiros, ainda 
que haja outro modo de evitar a lesão. 
d) havendo mais de um agente, o estado de necessidade de um se estende aos demais. 
e) no estado de necessidade justificante, o bem jurídico sacrificado é de maior valor que o 
bem jurídico preservado. 
R: D.
12
2. (CESPE – 2018 – TCE-MG – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO)
São causas excludentes de ilicitude 
a) a embriaguez e a menoridade.
b) o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular do direito.
c) A prescrição e o estado de necessidade.
d) O perdão judicial e a legítima defesa
e) O estado de necessidade e a anistia.
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
I – em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de11.7.1984)
II – em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. (Incluído pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
R: B.
3. (CESPE – 2018 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL)
A respeito da culpabilidade, da ilicitude e de suas excludentes, julgue o item que se segue. 
Conforme a doutrina pátria, uma causa excludente de antijuridicidade, também denominada de 
causa de justificação, exclui o próprio crime. 
( ) Certo   ( ) Errado
R: C
4. (CESPE – 2018 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL)
A respeito da culpabilidade, da ilicitude e de suas excludentes, julgue o item que se segue. 
Situação hipotética: Um policial, ao cumprir um mandado de condução coercitiva expedido pela 
autoridade judiciária competente, submeteu, embora temporariamente, um cidadão a situação 
de privação de liberdade. Assertiva: Nessa circunstância, a conduta do policial está abarcada 
por uma excludente de ilicitude representada pelo exercício regular de direito. 
( ) Certo   ( ) Errado
R: O policial agiu em estrito cumprimento do dever legal e não em exercício regular de direito. 
R: E
DIREITO PENAL | FELIPE BERTONI
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5. (CESPE – 2018 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL)
A respeito da culpabilidade, da ilicitude e de suas excludentes, julgue o item que se segue. 
Situação hipotética: Um oficial de justiça detentor de porte de arma de fogo, ao proceder à 
citação de um réu em processo criminal, foi por este recebido a tiros e acabou desferindo um 
disparo letal contra o seu agressor. Assertiva: Nessa situação, a conduta do oficial de justiça está 
abarcada por uma excludente de culpabilidade representada pela inexigibilidade de conduta 
diversa. 
( ) Certo   ( ) Errado
R: Trata-se de caso de legítima defesa, pois o Oficial de Justiça reagiu, moderadamente, com 
os meios necessários, à injusta agressão atual. Não há que se falar em estrito cumprimento do 
dever legal pois o Oficial de Justiça não possui a incumbência de matar ninguém. 
R: E
6. (CESPE – 2018 – PC-MA – ESCRIVÃO)
Determinado policial, ao cumprir um mandado de prisão, teve de usar a força física para conter 
o acusado. Após a concretização do ato, o policial continuou a ser fisicamente agressivo, mesmo 
não havendo a necessidade. 
Nessa situação hipotética, o policial 
a) Excedeu o estrito cumprimento do dever legal.
b) Abusou do exercício regular de direito.
c) prevaleceu-se de condição excludente de ilicitude.
d) Agiu sob o estado de necessidade.
e) Manifestou conduta típica de legítima defesa.
R: O policial, inicialmente, agiu amparado pelo estrito cumprimento do dever legal, na forma do 
art. 23, III do CP, pois nada mais fazia que cumprir seu dever profissional. Todavia, ao continuar 
a ser fisicamente agressivo, se excedeu, devendo responder pelo excesso, na forma do art. 23, 
parágrafo único do CP. 
Excesso punível 
At. 23, Parágrafo único – O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso 
doloso ou culposo.
R: A.
14
7. CESPE – 2018 – PC-MA – INVESTIGADOR) 
Durante o cumprimento de um mandado de prisão a determinado indivíduo, este atirou em um 
investigador policial, o qual, revidando, atingiu fatalmente o agressor. 
Nessa situação hipotética, a conduta do investigador configura 
a) Legítima defesa própria
b) Exercício regular de direito
c) Estrito cumprimento do dever legal
d) Homicídio doloso
e) Homicídio culposo
R: A.
8. (CESPE – 2017 – TRF1 – OFICIAL DE JUSTIÇA)
Acerca da antijuridicidade e das causas de exclusão no direito penal, julgue os itens 
subsequentes. 
O consentimento do ofendido é uma excludente de antijuridicidade e poderá ser manifestado 
antes, durante ou depois da conduta do agente. 
( ) Certo   ( ) Errado
R: O consentimento para caracterizar excludente supralegal de ilicitude deve ser manifestado 
anteriormente ou concomitantemente ao fato e não após.
R: E
9. (CESPE – 2017 – TRF1 – OFICIAL DE JUSTIÇA)
Acerca da antijuridicidade e das causas de exclusão no direito penal, julgue os itens 
subsequentes. 
O oficial de justiça encontra-se em exercício regular de direito ao cumprir mandado de 
reintegração de posse de bem imóvel de propriedade de banco público, com ordem de 
arrombamento, desocupação e imissão de posse. 
( ) Certo   ( ) Errado
R: O Oficial de Justiça nesse caso encontra-se em estrito cumprimento do dever legal (art. 23, IIII, 
CP).
R: E
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10. (CESPE – 2017 – TRF1 – OFICIAL DE JUSTIÇA)
Acerca da antijuridicidade e das causas de exclusão no direito penal, julgue os itens 
subsequentes. 
Segundo o Código Penal, o agente que tenha cometido excesso quando da análise das 
excludentes de ilicitudes será punido apenas se o tiver cometido dolosamente. 
( ) Certo   ( ) Errado
R: O agente que se exceder quando da prática de qualquer conduta acobertada por excludente 
de ilicitude responderá pelo excesso, seja ele doloso ou culposo (art. 23, parágrafo único do CP). 
Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23, Parágrafo único – O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
R: E
11. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA)
Diz-se antijurídica e, portanto, punível a título doloso toda conduta contrária ao direito, ainda 
que praticada na crença sincera de se estar agindo com amparo em causa excludente de ilicitude. 
( ) Certo   ( ) Errado
Se o agente atua acreditando estar acobertado por uma causa de exclusão da ilicitude, temos a 
figura da descriminante putativa, de forma que o agente não será punível, caso se trate de erro 
escusável. Em se tratando de erro inescusável o agente será punido a título culposo, caso exista 
previsão nesse sentido, nos termos do art. 20, §1o do CP. 
Descriminantes putativas 
Art. 20, § 1º – É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o 
erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
R: E
12. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA)
São exemplos de excludentes de ilicitude a coação moral irresistível, a legítima defesa, o estado 
de necessidade e o exercício regular de um direito. 
( ) Certo   ( ) Errado
A coação moral irresistível não é causa de exclusão da ilicitude, mas sim causa de exclusão da 
culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa). 
R: E
16
13. (CESPE – 2016 – PC-PE – adaptada)
É caracterizada como estado de necessidade a conduta praticada por bombeiro para salvar 
de perigo atual ou iminente, não provocado por sua vontade, direito próprio ou alheio, cujo 
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
( ) Certo   ( ) Errado
Estado de necessidade
Art. 24 – Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo 
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou 
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida 
de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
R: E
14. (CESPE – 2015 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)
No que diz respeito às causas de exclusão da ilicitude, é possível alegar legítima defesa contra 
quem pratica conduta acobertada por uma dirimente de culpabilidade, como, por exemplo, 
coação moral irresistível. 
( ) Certo   ( ) Errado
R: C
15. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA)
Considere que João, maior e capaz, após ser agredido fisicamente por um desconhecido,também 
maior e capaz, comece a bater, moderadamente, na cabeça do agressor com um guarda-chuva 
e continue desferindo nele vários golpes, mesmo estando o desconhecido desacordado. Nessa 
situação hipotética, João incorre em excesso intensivo. 
( ) Certo   ( ) Errado
Excesso extensivo: a vítima está sendo agredida, repele injusta agressão usando meios 
moderados, mas continua agredindo o agressor.
Exemplo: a vítima recebe um tapa, ela reage e derruba o agressor fazendo cessar a agressão. 
Contudo, ela continua desferindo golpes no agressor, desconfigurando a legítima defesa pelo 
excesso extensivo.
Excesso intensivo: o excesso ocorre durante a injusta agressão quando há o uso de um meio 
desproporcional.
Exemplo: a vítima recebe um tapa e repele a injusta agressão com um tiro de bazuca. 
R: E.
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16. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA)
Ocorre legítima defesa sucessiva, na hipótese de legítima defesa real contra legítima defesa 
putativa.
( ) Certo   ( ) Errado
Na hipótese de legítima defesa real contra legítima defesa putativa, teremos um caso de legítima 
defesa recíproca. A legítima defesa sucessiva ocorre quando há excesso por parte daquele que 
primeiro age em legítima defesa, autorizando o agressor inicial a também se valer da legítima 
defesa. 
R: E
17. (CESPE – 2013 – MPU – ANALISTA – DIREITO)
Acerca dos institutos do direito penal brasileiro, julgue os próximos itens.
Em relação às excludentes de ilicitude, na hipótese de legítima defesa, o agente deve agir nos 
limites do que é estritamente necessário para evitar injusta agressão a direito próprio ou de 
terceiro.
( ) Certo   ( ) Errado
Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
R: C
18. CESPE – 2013 – SERPRO – ANALISTA – ADVOCACIA)
A responsabilidade penal do agente nas hipóteses de excesso doloso ou culposo aplica-se a 
todas as seguintes causas de excludentes de ilicitude previstas no CP: estado de necessidade, 
legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito. 
( ) Certo   ( ) Errado
Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23, Parágrafo único – O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
R: C
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19. Ângelo Asdrubal, reconhecido mundialmente como notável lutador de boxe, já tendo sido 
campeão brasileiro e vice-campeao mundial na categoria de pesos médios ligeiros, em uma 
luta com Custodio na busca pela indicação para disputa do cinturão de campeão, obedecendo 
rigorosamente as regras do esporte lhe desfere diversos socos, os quais vem a causar lesões 
gravíssimas em seu adversário (Custodio), ocasionando a morte. Analisando o caso proposto, 
pode-se afirmar que Ângelo:
a) praticou lesões corporais culposas (culpa inconsciente).
b) praticou lesões corporais de natureza grave, em razão dos ferimentos.
c) não será responsabilizado por ter agido em estrito cumprimento do dever legal.
d) não será responsabilizado por ter agido em exercício regular de direito.
e) praticou lesões corporais dolosas (dolo eventual).
A resposta correta é a letra D, ou seja, Ângelo Asdrubal não vai ser responsabilizado, pois 
agiu em exercício regular de direito, uma causa legal de exclusão de ilicitude (antijuridicidade) 
prevista no artigo 23 do Código Penal.
R: D.

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