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Estude Direito Resenha Crítica do Filme Selma: Uma Luta pela Igualdade DUVERNAY, Ava. [Filme-Vídeo]. Direção de Ava Duvernay. Estados Unidos. Paramount Pictures. 2014. “Selma: Uma Luta Pela Igualdade”, baseado em fatos reais, conta a história de Martin Luther King Jr. A trama inicia mostrando o ator principal recebendo o prêmio Nobel da Paz por sua resistência pacífica na luta antirracista. Como um grande líder, foi responsável por mover multidões em suas marchas pela cidade de Selma (Alabama), para garantir o direito ao voto às populações negras. O filme retrata a vida de Martin Luther King Jr e como sua função de pastor foi capaz de transformar a religião numa ferramenta política, na luta pelos direitos das minorias. Afinal, os protestantes que buscavam a igualdade também eram seres humanos. Nesse sentido, o contexto traz uma visão mais política do ator principal, uma pessoa guiada pelas razões e não pelas emoções. Apesar das leis vigentes permitirem o exercício do voto pela população negra, na prática, eles não conseguiam efetivar tal direito e, quando sim, passavam por questionamentos vexatórios e desnecessários, demonstrando a total segregação racial existente nos Estados Unidos. Diante dessa situação, Martin inicia sua busca por mudanças legislativas e formas concretas de garantir os direitos aos negros. Inclusive, buscou o apoio do presidente do país, Johnson. Entretanto, Johnson, mesmo sem ajudar, não criou empecilhos às manifestações, pois simpatizava com as ideias trazidas pelo pastor. Por outro lado, começou a monitorar Martin e sua família, que não se intimidou e manteve a busca pela igualdade racial. Martin convida os negros a realizarem protestos pacíficos, sob o argumento de que 50% da população da cidade de Selma era negra, mas nenhum deles tinham poder de voz, na escolha de seus representantes políticos. Por esse motivo, várias pessoas se reúnem em frente ao tribunal, exigindo fosse feito o seu registro. Entretanto, o Xerife alerta os manifestantes que só poderão entrar pela porta dos fundos e, diante da recursa de Martin, pela ilegalidade da atitude segregatória, tem início uma briga entre policiais e manifestantes, sendo muitos deles presos, inclusive Martin. Novamente o pastor tenta conversar com o presidente do país, mas diante da recusa de apoio, decide convocar uma marcha de Selma até Montgomery, capital do Estado. Apesar da ausência de Martin, no dia, muitos negros o representaram nessa luta. Ao ver a chegada dos manifestantes, os policiais utilizaram da violência e bombas de gás para dispersar essas pessoas. Tais atos violentos forram presenciados por jornalistas, que noticiaram os fatos, causando uma enorme comoção entre diversas pessoas. Outras marchas foram convocadas, sob a liderança de Martin, com presença tanto de negros, quanto de brancos. Entretanto, elas sempre contavam com violência dos policiais e, em alguns casos, resultavam em mortes de manifestantes, como foi o caso de Reeeb, uma pessoa branca, simpatizante da luta de direitos negros. Por esse motivo, mais uma vez o pastor liderou uma marcha ao tribunal, com o objetivo de garantir direito aos protestos pacíficos, sem uso de violência policial. Após reunião, o júri possibilitou uma marcha tranquila de cinco dias, sem a presença de policiais para amedrontar os manifestantes. Estude Direito Diante das injustiças cometidas e da concessão para o direito de marchar, o presidente dos Estados Unidos entrou em contato com o governador do Alabana para garantir o exercício de voto da população negra. Entretanto, foi lhe negado tal pedido, sob fundamentos preconceituosos. Inconformado com a justificativa, o presidente faz um discurso, na Casa Branca, com a presenta dos líderes do Congresso, em que diz: “O que aconteceu em Selma é parte de um movimento muito mais amplo que atinge cada seção e Estado dos Estados Unidos. É o esforço dos negros americanos para garantir a si mesmos todas as bênçãos da vida americana. A causa deles precisa ser também a nossa causa. Porque não são somente os negros, mas todos nós que precisamos superar o paralisante legado do preconceito e da injustiça” (JOHNSON, Lyndon. 1965). Motivados pelo discurso do presidente, muitos manifestantes foram às ruas, num protesto pacífico. Nesse dia, Martin realiza seu famoso discurso “I have a dream” e ressalta ser aquela manifestação como a maior movimentação em defesa da liberdade da história dos Estados Unidos e lembra que: “(...) cem anos mais tarde, o negro ainda não está livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro ainda é duramente tolhida pelas algemas da segregação e os grilhões da discriminação” (KING JR, Martin Luther. 1965). Ao final de seu discurso, Martin diz que: “(...) quando deixarmos a liberdade ecoar, quando a deixarmos ressoar em cada vila e vilarejo, em cada Estado e cada cidade, poderemos trazer para mais perto o dia que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestante e católicos, poderão se dar as mãos e cantar, nas palavras da velha canção negra, "livres, enfim! Livres, enfim! Louvado seja Deus Todo- Poderoso. Estamos livres, enfim!" (KING JR, Martin Luther. 1965). Aquelas fortes palavras de Martin deram mais força aos negros na busca pelos seus direitos, sendo fundamentais para o sancionamento da lei do direito ao voto (1965), assinada pelo presidente Johnson, com Martin ao seu lado. Após isso, o pastor continuou a realizar outras marchas por igualdade racional, mas, em 1968, foi assassinado em Memphis (Tennessee). Após a sua morte, passou a ser considerado um mártir e admirado pelos defensores da luta antirracista.
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