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Crescimento da Lã - OVINOCULTURA 3

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OVINOCULTURA 
 
CRESCIMENTO DA LÃ 
 
 A lã é uma fibra de origem animal que constitui a capa 
protetora dos ovinos. É a fibra mais antiga do mundo, já 
que os rebanhos antecederam a colonização agrícola 
que originou o algodão e o linho. O conhecimento da lã é 
um dos pontos mais importantes e menos conhecidos 
em relação a produção ovina; 
 
- Raças produtoras de lã: Merino, Ideal 
- Existência de grande número de animais em rebanhos 
de base laneira. 
- Até quando vão existir os sintéticos com custos mais 
baratos? 
- A lã é um produto orgânico (demanda atual); 
- Fibra de qualidade superior; 
- Tendência de valorização. 
 
Merina: R$25,33Kg 
Ideal: R$18,67Kg 
Corriedale: R$7,67Kg 
Tipo carne: R$3,50Kg 
 
Raças de carne  também produzem lã: 
Importante conhecer alguns aspectos relacionados com 
o crescimento e a produção de lã ovina. 
 
 
Estrutura da pele ovina: 
A pele compõe-se de três partes principais: epiderme, 
reta mucosa ou mesoderma e cutis vera ou endoderma. 
 
 
 
Abaixo da endoderma encontram-se apêndices com 
diferentes funções: as glândulas sudoríparas, glândulas 
sebáceas e os folículos pilosos. 
 
 
 
As glândulas sebáceas: 
 Diferenciam-se das glândulas sudoríparas pela sua 
estrutura e função. Tem a forma de cacho de uva e 
acham-se localizadas uma de cada lado do folículo 
piloso, no qual abrem seu canal excretor. 
 A secreção gordurosa, ou lanolina, por elas produzida, 
serve para lubrificar o canal piloso e ao mesmo tempo 
envolver a fibra de lã, resguardando-a da ação nociva. O 
tamanho dessas glândulas está em relação inversa ao 
diâmetro das fibras. 
 
 
 
 
 
As glândulas sudoríparas: 
 Apresentam aspecto de um novelo cujo canal, a 
princípio reto, toma ao atravessar a camada papilar da 
endoderme a forma espiralada, abrindo-se nos poros da 
superfície da epiderme. 
 As glândulas sudoríparas tem como principal função 
segregar em forma de suor o excesso de humor aquoso, 
contido nos tecidos, e também a de regular a 
temperatura do corpo dos animais. 
O suor misturado com a gordura segregada pelas 
glândulas sebáceas forma a suarda. 
 
O folículo piloso: 
 Tem por função formar as células que vão constituir a 
lã, cabelo ou pêlo. 
 Apresenta a forma de uma garrafa e tem a mesma 
constituição celular da pele, com uma única diferença de 
que a epiderme se acha na parte interna do bulbo, ao 
passo que a endoderma se encontra na parte externa. 
Esta disposição pode ser comparada a um dedo de luva 
que foi invertido. 
 
 
 
Formação de lã nos folículos: 
O elemento básico da produção de lã é o folículo piloso. 
O folículo é uma depressão da epiderme, com um bulbo 
bastante ativo em sua base, dentro do qual ocorre uma 
rápida divisão celular (mitoses): 
 
 
 
Formação de lã nos folículos: 
As células formadas são logos expulsadas do bulbo por 
novas divisões celulares de modo que uma corrente de 
células está saindo continuamente do folículo; 
Dentro das células ocorrem reações químicas que fazem 
com que essas endureçam e cimentem entre si. Quando 
se completa esse processo, as células morrem e são 
expulsas do folículo como fibra de lã; 
O endurecimento ou queratinização é essencialmente 
um processo no qual longas cadeias de moléculas de 
aminoácidos são ligadas por meio de átomos de enxofre. 
 
Formação de lã nos folículos: 
Na formação da fibra de lã há, portanto, dois processos 
essenciais: 
a) A multiplicação celular; 
b) Queratinização das células produzidas (vão se 
soltando, queratinizando, acumulando e sendo 
empurradas pelas outras células em multiplicação). 
 A produção de células novas e a formação de 
queratina requer substâncias básicas que o folículo 
extrai da corrente sanguínea, a partir de uma densa rede 
de capilares que rodeiam o terço inferior do folículo. 
 
 
 
 
Cutícula: revestimento externo. 10% 
Quanto maiores e em menos quantidade – mais áspera. 
Quanto menores e em maior quantidade – mais macia. 
Cortícula: mais alongadas internamente. 90% 
 
Os folículos: 
 Os folículos constituem usinas produtoras de lã. São 
invaginações da epiderme onde se origina o crescimento 
da fibra de lã por proliferação celular. 
 Os primeiros folículos que se encontram na pele dos 
ovinos são os primários e surgem no período fetal, 40 
dias após a fecundação; 
 
Folículos primários 
 
 
Os folículos: 
 Eles se desenvolvem inicialmente, na linha superior 
do dorso, da cabeça até a cauda e na parte posterior, 
seguindo a direção da barriga e membros. 
 Ao atingirem 90 dias o feto já tem o corpo todo com 
um tipo de folículo, que se apresenta em grupo de três 
(tríadas); 
 A partir de três meses de período fetal do cordeiro 
que se verifica o aparecimento de folículos menores, em 
torno das tríadas de foliculos primários e são então 
denominados de folículos secundários; 
Os folículos secundários apresentam algumas 
características que os diferenciam dos primários. 
Apresentam formação posterior no feto se diferenciam 
dos primários por não possuir glândulas sudoríparas e 
nem músculo eretor. Além disso, as glândulas sebáceas 
são menores (figura a seguir); 
 
Os folículos  há dois tipos de folículos: 
Primários  Produzem lã, fibras meduladas e pêlo; 
possuem glândula sudorípara. 
Secundários  Produzem lã. Muito mais do que 
primários. Sem músculo piloeretor. Glândula sebácea 
presente. 
 
 
 
90-95 dias formação folículos secundários em torno dos 
primários em vida fetal. 
 
A maturação folícular: 
 No momento do parto o cordeiros tem a sua 
formação completa de folículos, embora nem todos 
sejam funcionais. 
A ”maturação folicular, quer dizer o começo da 
atividade dos folículos”, ocorre: 
Primários  100 a 110 dias de vida fetal; 
Secundários  120 a 130 dias de vida fetal até 1 ano de 
vida; 
 
Maior maturação no 1/3 final de gestação e 4 primeiras 
semanas de vida; 
 A alimentação durante esse período tem um papel 
fundamental na maturação dos folículos secundários e, 
portanto, na produção de lã. 
 
Se o cordeiro não é alimentado adequadamente nesse 
período os folículos maturam em menor proporção e 
todo o folículo que não matura nessa etapa, não irá mais 
maturar, por melhor que seja a alimentação, deixando a 
animal com velo mais leve, devido a sua menor 
densidade; 
A má nutrição no terço final de gestação, nas primeiras 4 
semanas de vida e/ou a subalimentação que 
compromete o crescimento dos animais até 1 ano de 
vida implica na diminuição da capacidade de produção 
de lã do animal durante a sua vida produtiva: 
Problemas alimentares  pode chegar a 12% a menos 
de lã; 
Partos duplos  17% a menos de lã. 
Posteriormente o animal tenta compensar produzindo lã 
mais grossa, porém nunca chegará a equilibrar a 
produção de um animal bem alimentado; 
 
 
Relação folículos secundários / folículos primários (S/P): 
Como vimos, os folículos não se distribuem 
aleatóriamente na pele dos ovinos, e sim em grupos 
formados por três primários (triade) rodeados por um 
número variado de secundários; 
A quantidade de secundários em torno dos primários irá 
determinar a relação S/P. Essa relação é importante pois 
irá nos indicar: 
 a densidade do velo; 
 a finura do fio de lã; 
 a quantidade de lã produzida; 
 
 A relação S/P é oscila entre 5 e 30, variando de acordo 
com fatores hereditários relacionados com a raça, com o 
aperfeiçoamento dessa, com a individualidade e com a 
nutrição recebida do feto através da ovelha. Se quer um 
índice SP alto. 
 A relação s/p é importante na determinação da 
estrutura do velo, sendo um fator de variação entre as 
raças: 
 
 
 
 
Secundário derivado se desenvolvendo a partir do 
secundário original. 
 
 
Estrutura da fibra de lã (cutícula, cortícula e medula): 
 A fibra de lã é constituída pela “cutícula” – primeira 
camadaexterna, formada por uma substância córnea de 
pequenas escamas, imbricadas, que se sobrepõem umas 
as outras, assemelhando-se as telhas de um telhado. 
 Essa característica permite a feltragem das fibras no 
processo de fiação, dando a necessária resistência para o 
estiramento do fio. O número dessas escamas por 
unidade de superfície é tanto maior quanto mais finas 
 
forem as fibras. O brilho da lã também está na 
dependência dessas escamas: 
o Lãs grossas  possuem escamas maiores e em 
menor quantidade, refletindo com mais 
facilidade a luz, parecendo por isso mais 
lustrosas; 
o Lãs finas  possuem escamas menores e em 
maior quantidade, absorvendo a luz , perdendo 
o brilho. 
 
Estrutura da fibra de lã: 
 A suavidade ao tato se deve também ao maior 
número de escamas por centímetro e, portanto, é maior 
em lãs finas. 
 A segunda camada – “cortícula” – é formada por 
células fusiformes e longas, que dão as fibras a 
resistência, elasticidade e extensibilidade próprias da lã. 
 O pêlo se diferencia da lã por apresentar uma terceira 
camada – “medula” – formada por grandes células 
modificadas contendo ar. 
 
 
 
Estrutura da fibra de lã: 
De acordo com a maneira com que se apresenta, a 
medula é classificada em quatro grupos: 
1) fragmentadas; 
2) descontínuas; 
3) interrompida; 
4) contínua; 
 Na lã verdadeira, somente as três primeiras podem 
ser encontradas. 
 Tanto os pêlos como as fibras meduladas constituem 
um grave defeito no velo por não terem o mesmo valor 
têxtil da lã isenta de medula. Ao serem trabalhadas na 
indústria não absorvem as tintas e dão certa aspereza ao 
tecido, o que muito a deprecia. 
 
 
 
 
Estrutura da fibra de lã: 
 A lã grossa conhecida como “lã de cachorro”, que se 
observa no quarto de muitos ovinos, é quase toda ela 
formada por pêlos e fibras meduladas. Esse defeito é 
grandemente transmissível por herança, devendo pois 
ser evitada a reprodução de todos os animais que o 
apresentarem. 
 
 
 
 
Composição química da lã: 
Enquanto as fibras vegetais tem como princípio básico 
da sua composição química a celulose, que é um hidrato 
de carbono, a lã é formada por um composto protéico 
denominado “ceratina”. Comparando-se a fórmula 
química da lã com a do algodão e da seda temos: 
 Algodão  C6H10O5 
 Seda  C24H38O8N8 
 Lã  C42H157O15N5S15 
A composição química da lã é a seguinte: 
Carbono  52%; Oxigênio  22 a 25%; Nitrogênio  16 
a 17%; Hidrogênio  7%; Enxofre  3 a 4%. 
A presença de enxofre confere à fibra de lã a resistência 
e a elasticidade que lhe são peculiares. 
 
A fibra de lã apresenta 19 aminoácidos: 
Glicina, leucina, alanina, isoleucina, fenilalanina, 
triptofano, valina, prolina, serina, treonina, tirosina, 
metionina, cistina, cisteína, arginina, lisina, histidina, 
ácido aspártico e ácido glutâmico; 
 
Estrutura: 
Células corticais  estão paralelas ao eixo da fibra de lã 
e são formadas por macrofibrilas orientadas 
longitudinalmente; 
As macrofibrilas  estão rodeadas por uma substância 
cimentante denominada matriz, que as mantêm unidas 
com as microfibrilas, formando uma estrutura rígida, 
mas elástica, podendo se estender e contrair, quando a 
fibra é estirada e solta. Cada macrofibrila é constituída 
de uma série de microfibrilas, que por sua vez são 
formadas de 11 protofibrilas; 
As protofibrilas por sua vez estão integradas por três 
corpos moleculares helicoidais, denominados hélices 
alfa, e essas são formadas da unidade básica das 
proteínas, os aminoácidos. Figura a seguir 
 
 
 
 
Fatores que influenciam na produção de lã: 
 Atualmente, muitos dos fatores que tendem a 
influenciar no ritmo de crescimento da lã tem recebido 
pouca atenção na prática. 
 A compreensão adequada das bases fisiológicas e dos 
fatores relacionados com a produção de lã são de suma 
importância e resultam imprescindíveis para 
incrementar a eficiência da produção laneira. 
 
 
 
Fatores internos e externos que influenciam na 
produção de lã em um rebanho: 
Fatores internos: 
a) Idade; 
b) Sexo; 
c) Efeito materno; 
d) Estado fisiológico; 
e) Genética. 
Fatores externos: 
a) Fatores climáticos; 
b) nutrição 
 
Crescimento e produção de lã (fatores internos) 
Influencia da idade sobre a produção de lã: 
 A máxima produção de lã ocorre entre o 2o e 3o ano 
de vida do animal, declinando logo após. Essa redução 
ocorre devido a diminuição do comprimento de mecha 
que ocorre devido a redução do consumo de alimento. O 
diâmetro varia com a idade. Aumenta até os dois anos, 
se mantém constante até os quatro anos e, logo após, 
tende a diminuir. 
 
Influencia do sexo sobre a produção de lã: 
 Em condições iguais, as diferenças de produção entre 
carneiros, capões e ovelhas ocorrem devido 
principalmente aos seus diferentes pesos vivos. 
Qualidades diferentes (gestação e lactação das ovelhas). 
 Os capões tem uma produção de lã 10% superior as 
ovelhas e um velo mais uniforme em termos de finura. Já 
os carneiros, tem uma produção de lã 20% maior que a 
das ovelhas e 10% maior que a dos capões. 
 
Influencia do efeito materno sobre a produção de lã: 
 Se tem observado que animais filhos de borregas ou 
os nascidos em parto duplo produzem quando adultos 
entre 5 e 10% menos lã do que filhos de ovelhas adultas 
ou de partos simples. Má nutrição no terço final de 
gestação também influencia negativamente. 
 Essa diferença se deve basicamente a menor presença 
de folículos por superfície corporal bem como a uma 
menor relação S/P funcional. Isso basicamente é 
explicado por razões de ordem nutricional (menor 
maturação folicular). 
 
Influencia do estado fisiológico sobre a produção de lã: 
 A gestação e a lactação de um ou mais cordeiros tem 
um efeito depressivo na produção de lã da ovelha, tanto 
em termos quantitativos como qualitativos. 
 A ovelha seca produz entre 4 e 12% mais lã do que as 
que gestaram e criaram cordeiros únicos, e estas, por 
sua vez, entre 4 e 12% a mais do que as que criaram dois 
cordeiros. Em termos gerais, a lactação influencia mais 
que a gestação na produção de lã da ovelha. 
 
Influencia da genética sobre a produção de lã: 
Diferenças individuais; 
Diferenças entre linhagens em uma mesma raça; 
Diferenças entre raças. 
 
Crescimento e produção de lã (fatores externos) 
Fatores climáticos e a produção de lã: 
Os fatores climáticos exercem efeitos indiretos sobre a 
produção de lã: 
Influencia sobre a disponibilidade e a qualidade das 
pastagens através do ano. O clima influencia sobre os 
aspectos sanitários do rebanho. Por exemplo, a alta 
pluviosidade influencia sobre a incidência de parasitoses, 
Altas precipitações lavam a suarda da lã, influenciando 
no peso e na qualidade dos velos. 
 
Efeito do plano nutricional sobre a produção de lã: 
 A fibra de lã se forma a partir das células que estão se 
multiplicando ativamente na base do bulbo folicular. 
 O efeito maior da nutrição sobre o volume de fibra 
formada é sobre o número de células que passam a 
formar fibra. 
 A má nutrição diminui o número total de células no 
bulbo, diminui o número de mitose por unidade de 
tempo, o que leva a diminuição do número de células 
proliferadas no bulbo que passam ao cortex da fibra. Isso 
diminui a quantidade de lã produzida. 
 Além disso, aspectos como a formação folicular bem 
como a maturação folicular são fortemente 
influenciados pela nutrição dos animais. 
 
Esquila e classificação da lã 
“Esquila ou Tosquia” é o conjunto de operações que se 
processam para retirar periodicamente a lã dos ovinos; 
Representa para o criador a colheita do agricultor. É 
nesse momento que se verifica a compensação havida 
pelo trabalho durante o ano. A tosquia é a ocasião mais 
indicada para o criador avaliar o progresso da sua 
criação e “tomada dedecisão”. 
 É nessa oportunidade também que com mais 
eficiência o criador poderá selecionar os animais 
evitando a reprodução daqueles inferiores em qualidade 
e rendimento. É portanto, um ótimo momento de 
seleção do rebanho. (velo froucho, mecha curta, lã 
pigmentada ou amarelada, pêlo, lã de barriga, 
acapachada, sem caráter, etc.). 
 
Métodos de esquila: 
 1) Tesoura manual (martelo)  caracteriza-se pelo 
baixo custo dos utensílios empregados e pela maior 
facilidade do seu manejo. É um método indicado para 
pequenos rebanhos. Um esquilador experiente em 8 
horas de trabalho consegue tosquiar manualmente cerca 
de 30 animais; 
 
 
 
 2) Máquina de esquilar  método muito mais rápido 
e perfeito, principalmente em se tratando de grandes 
rebanhos. Um esquilador a máquina consegue esquilar 
em um dia de trabalho entre 80 e 120 animais da raça 
Merino e entre 100 a 150 animais das demais raças. 
 
 
 
Sistemas de esquila: 
 
1) Sistema crioulo  trabalha-se com os animais 
maneados e esquila-se o velo, sendo que em seguida 
se desmaneia o animal e se esquila a barriga e 
membros (garras); 
2) Sistema australiano (Tally-Hi)  os animais são 
tosquiados sem manear e se esquila primeiro as patas 
e barriga e em seguida o velo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Época de esquila: 
A época em que se realiza a tosquia varia com a raça 
que se cria, com o clima da região e ainda com o 
amadurecimento de certas forragens nativas, cujas 
sementes aderem aos velos causando grande 
depreciação da lã; 
 Em nossas condições a esquila ocorre normalmente 
entre o mês de outubro a fins de dezembro, variando 
com a conveniência particular de cada criador; 
A tosquia muito cedo (início da primavera) tem o risco 
da incidência de geadas e fortes temporais, o que 
pode levar a um choque térmico nos animais e a 
ocorrência de mortalidades; 
 O momento mais recomendado para a esquila seria 
o inverno devido a redução do crescimento e da 
qualidade da fibra nesse momento. Contudo os 
fatores climáticos e o estado fisiológico e reprodutivo 
do animal são um aspectos que dificultam esse 
procedimento. 
 
 
 
Esquila de inverno 
Modo do crescimento da lã: 
Há variação anual na produção do folículo 
 
 Nos meses de inverno se produz no máximo 
em torno da metade do que se produz nos 
meses de verão! 
 
 
 
Vantagens: 
- Melhora do estado das ovelhas principalmente saída 
de inverno e primavera 
- Aumento do peso ao nascer dos cordeiros 
- Aumento da taxa de sobrevivência dos cordeiros 
- Maior produção de leite – maior crescimento dos 
cordeiros 
- Facilidade para o cordeiro alcançar o úbere da mãe 
- Menor requerimento de mão-de-obra 
- Melhor manejo do cordeiro 
- Controle de penhez 
- Quantidade de lã aumentada e melhor qualidade – 
maior rendimento em fio. 
 
 
Esquila de inverno 
Esquila pré-parto 
Nova Zelândia – 1948 
America Latina (escala comercial) – déc. 80 
 produtividade 
Dificuldades: Mão-de-obra especializada 
Fatores climáticos 
Estado fisiológico (1/3 final da gestação) 
 
Efeito do peso ao nascer dos cordeiros sobre a taxa 
de sobrevivência (extraído de Cesa, 2008) 
 
 
Efeito do tipo de esquila no peso médio ao nascer 
(adaptado de Cueto et al., 1996) 
 
 
Ritmo mensal médio de crescimento da fibra de lã. 
Janeiro 11% Maio 8% Setembro 5% 
Fevereiro 14% Junho 6% Outubro 7% 
Março 13% Julho 4% Novembro 8% 
Abril 11% Agosto 4% Dezembro 9% 
 
 
 
Cuidados 
Um dos maiores riscos que a prática da esquila pré-
parto acarreta são ocasionados pelos fatores 
climáticos, que podem afetar os animais que não 
estejam em um bom estado. 
Devido a isso se adotam algumas praticas de 
precaução no manejo: 
Capas protetoras: diminuir o stress térmico causado 
por chuva e ventos 
Manejo tradicional: depois de esquilados os animais, 
antes de chuvas fortes ou tormentas se encerra o 
rebanho em abrigo natural ou artificial. Isso conta 
com a inconveniência de diminuir as horas de pastejo, 
o custo dos abrigos assim como a movimentação do 
rebanho. 
Esquila de pente alto: visa diminuir o risco de morte 
pós-esquila devido a stress climático. Existem dois 
tipos de pente para essa pratica: 
Ambos os pentes deixam uma cobertura de 
aproximadamente um mês de crescimento lã 
1º ano de sua adoção no manejo representarão uma 
perda de peso, porém com as esquilas subsequentes 
se normalizará a média anterior. 
 
 
 
 
É importante dispor de recursos forrageiros 
necessários a fim de poder realizar esta pratica, pois a 
ovelha se encontra no seu período de maior 
requerimento nutricional no momento de realizar a 
esquila, e coincide com a época mais fria do ano por 
isso é fundamental assegurar a alimentação 
necessária a fim de que não só possa manter sua 
temperatura corporal como também desenvolver o 
feto sem perder condição corporal, isto é importante 
a fim de evitar enfermidades metabólicas como a 
toxemia da prenhez. 
 
Trabalhos preliminares a esquila: 
 É de toda conveniência que sejam tomadas com o 
devido tempo as providências preliminares para que o 
trabalho de tosquia se processe sem interrupção. Os 
principais procedimentos são: 
1) Afiar e retirar a ferrugem das tesouras, onde essa é 
utilizada. 
2) Onde a tosquia é feita a máquina esta deve ser 
previamente posta em funcionamento para reaperto, 
lubrificação e limpeza em geral. Já deve existir uma 
quantidade suficiente de pentes e navalhas de 
reserva, devidamente afiadas; 
3) Revisão das condições e limpeza de bretes e 
currais; 
4) Aquisição preliminar de bolsas de lã, fio de papel 
para amarrar os velos e as bolsas, tinta ou giz para 
marcar os animais, remédios para passar nos cortes; 
5) Limpeza prévia do rebanho retirando as cascarrias e 
sementes; 
6) Separação do rebanho em categorias (borregos (as) 
capões, carneiros, ovelhas e cordeiros (as) ?????); 
7) Providenciar um local para abrigo dos animais pelos 
quais irá ser iniciada a esquila no próximo dia; 
8) Orientar a comparsa quanto a desinfecção dos 
equipamentos, maneias e roupas (sarna e piolho) 
 
Local para realizar a esquila: 
Ideal  galpões cimentados ou mesmo sobre lonas 
ou tábuas a fim de evitar possíveis sujeiras que 
venham a prejudicar a qualidade das lãs. Nunca se 
deve realizar a esquila diretamente sobre a terra; 
 Nunca se deve esquilar em locais que são ou foram 
depósitos de peles, pois estes locais podem estar 
contaminados principalmente de carbúnculo, 
gangrena gasosa e tétano. 
 
Pessoal para realizar a esquila: 
A tosquia pode ser realizada pelos próprios 
empregados dos estabelecimentos (treinados), ou por 
tosquiadores profissionais que trabalham geralmente 
em comparsas, realizando o serviço por contrato; 
 A comparsa entra com as máquinas e/ou tesouras, 
e recebe o pagamento por animal esquilado, além da 
carne para alimentação dos tosadores; 
R$ 5,0 a 7,0 na última esquila 
 
Pessoal para realizar a esquila: 
A comparsa é composta pelos seguintes membros: 
1) Agarrador e maneador; 
2) Esquiladores; 
3) Limpador de cancha; 
4) Levantador e atador de velos; 
5) Classificador; 
6) Embolsador; 
7) Curador; 
8) Pagador de fichas (normalmente o dono); 
9) Cozinheiro; 
10) Empregados de apoio com os animais (da própria 
fazenda). 
 
Importante durante a esquila 
1) Evitar o “recorte”  reduz o comprimento das 
fibras ocasiona inconvenientes à indústria. Além disso, 
o esquilador estará realizando o trabalho em dobro; 
2) Evitar cortes excessivos nos animais  quando 
algum esquilador estiver cortando demais os animais, 
o criador deve reclamar junto ao dono da comparsa 
para que isso não ocorra mais. Esquiladores 
despreparados ou apressados, tesouras e pentes sem 
fios, são as principais causas de cortes; 
 
 
 
Desborde do velo: 
Nesta operação, se separa do velo os restos de garras 
(barriga, patas e cabeça)os quartos grossos (pêlos), 
mechas de lã manchada, pontas queimadas, etc. 
 
 
 
Atado do velo: Uma vez que o velo tenha sido 
desbordado se procede ao atado do velo o qual deve 
ser realizado com fio de papel especial. O fio que se 
usa deve ser sempre de papel, evitando-se outro tipo 
de fio que contamine ou prejudique a lã. 
 O velo é dobrado longitudinalmente pelos dois 
bordos laterais e enrolado partindo da região da cola 
para a cabeça. Dessa forma, a lã que fica exposta é a 
das cruzes e paleta que apresenta as melhores 
características comerciais. 
 
 
 
 
Acondicionamento da lã: A lã deverá ser 
acondicionada em separado de acordo com as 
seguintes classes: 
1) Lã de velo  nos grandes rebanhos poderá ser 
dividido em ovelhas, capões e carneiros. 
2) Lã de barriga; 
3) Garras  lãs das patas e cabeça; 
4) Cordeiro  formada pela lã de animais com menos 
de seis meses de idade e cujas mechas não atingiram 
o comprimento necessário da lã de velo; 
5) Lãs com defeitos  Epidêmicas (de campo), com 
sementes ou espinhos, terrosas, capachos, pelego, 
etc; 
6) Lãs pretas ou com fibras pretas entremeadas no 
velo; 
7) Lãs amareladas. 
 
 
 
 
 
Marcação do rebanho: 
Os ovinos, logo após a esquila, tendem a aumentar o 
seu deslocamento, podendo passar para propriedades 
lindeiras, quando a cercas não são boas. A marcação 
facilita a identificação dos animais. 
É usada para classificar o rebanho segundo a idade, 
sexo, parentesco, descarte, etc. É feita com tintas 
especiais em regiões do corpo bem visíveis, como o 
lombo e a paleta; 
 Essas marcas são feitas geralmente com ferro de 
marcação a fogo de bovinos, molhando-se em tinta 
especial para marcação e aplicando-se sobre a lã; 
 Nunca se deve aplicar piche na marcação, pois esse 
produto é totalmente absorvido pela lã causando 
grande prejuízo ao criador pelos pequenos preços que 
consegue alcançar pelos velos; 
 
Características do velo: 
 
Mecha  é o conjunto de fibras ligadas entre si, a 
qual se apresenta com diferentes formas que variam 
com a finura, comprimento e densidade da lã: 
As mechas unidas constituem o velo que é toda lã que 
cobre o animal, excetuando-se a cabeça, os membros 
e a barriga. 
Em termos gerais, as lãs finas apresentam forma 
quadrada (a raça Hampshire Down também 
apresenta), as de finura média são compridas e com 
pontas e as mechas das lãs grossas apresentam forma 
cônica. 
Velo  entende-se como sendo toda a lã que recobre 
o ovino, com exceção dos membros, barriga e cabeça. 
As características de maior importância que merecem 
ser destacadas no velo são: 
Extensão, Peso, Uniformidade, Limpeza e Pureza. 
 
Classificação da lã: 
A lã como matéria-prima, destina-se aos mais 
diferentes usos na sua industrialização, sendo que de 
acordo com as suas propriedades é muito variável a 
classe de fio ou tecido que ela é mais apropriada; 
Conclui-se, pois, da necessidade de ser feito seu 
agrupamento, dentro de certas classes 
representativas de suas características; 
Assim, ao dizermos que a lã está classificada como 
Merina ou como fina já pressupõe que se trata de um 
produto destinado ao fabrico de tecidos leves, ao 
passo que cruza grossa ou grossa se prestará para 
tecidos grossos ou tapetes. 
 
Sendo a lã uma fibra de origem animal, cuja produção 
está sujeita a várias influências que atuam não só 
diretamente no próprio organismo animal, mas 
indiretamente, sob ação do clima e das demais 
condições artificiais, a que são submetidos os ovinos 
na sua exploração, é fácil compreender a tremenda 
variação de características que podem resultar na lã, 
modificando total ou parcialmente a sua aplicação; 
 
Classificação da lã de velo: 
 Cada país tem um sistema de classificação, mas no 
comércio internacional prevalece, geralmente, o 
critério de agrupar a lã em classes correspondentes ao 
seu rendimento teórico que ela pode produzir em fio, 
baseado na sua finura média. Esse sistema é 
conhecido como escala Braford. 
Quanto mais fina e lã (com qualidade), maior seu 
rendimento em fio e de melhor qualidade e valor 
comercial. 
 
A lã de velo é classificada pela finura, de acordo com a 
escala Braford, em 10 classes: (1 libra de lã = 0,4535 
kg x jardas fiadas = 0,9144m). 
 
 
 
 
Deve-se enfatizar que o preço da lã aumenta à medida 
que aumenta a finura, conforme pode ser visto no 
gráfico abaixo: 
 
 
 
Classificação da lã quanto a qualidade: 
 
 Qualidade e finura são dois termos que são muito 
comum de serem considerados erroneamente como 
sinônimos. Finura é somente uma das propriedades 
que determinam a classe da lã. Quando essa classe 
reúne em alto grau todas as propriedades como 
sejam, ondulações, comprimento, cor, uniformidade, 
resistência, etc., terá então qualidade; 
Em nosso meio, podemos dividir as classes de lã de 
velo em cinco tipos: 
1) Supra  lãs com grande uniformidade de finura, 
ondulações bem nítidas, comprimento da própria 
raça, resistência normal e grande limpeza que 
assegure a esta lã um grande rendimento depois de 
lavada e em fio. A produção de lã com essa qualidade 
no Rio Grande do Sul se estima como sendo de 
aproximadamente 1%; 
2) Especial  Esse tipo de lãs são provindas de 
animais de grande pureza racial e procedentes de 
campos de boa pastagem. “Falta-lhe pelo menos uma 
das propriedades” que a colocaria em igualdade com 
as supras; 
3) Boa  proveniente de rebanhos em processo de 
melhoramento e por tal motivo não apresentam a 
mesma uniformidade das anteriores. O comprimento 
das mechas não deve, contudo, ser inferior a ¾ do 
normal da raça que a produz. Apresenta ondulações 
irregulares, em uma mesma mecha e no velo, 
coloração variável e a terminação das mechas com 
menos qualidade. Devem apresentar-se com uma 
resistência apreciável e com boa suavidade; 
 4) Corrente  neste tipo são incluídos os velos que 
se caracterizam pelo baixo peso, redução do 
comprimento para metade do normal da raça que o 
produz, grande desuniformidade de finura ou falta de 
resistência. Deve-se destacar que a falta de resistência 
das mechas em qualquer classe de lã, mesmo com 
bom comprimento, obriga sua inclusão no tipo 
“corrente”; 
5) Mista  Forma este tipo, geralmente os velos de 
animais velhos, doentes, etc. Estas lãs constituem o 
refugo, por não apresentarem nenhuma qualidade. 
Suas fibras não têm resistência, rebentando na 
maioria das vezes quando se estiram. Apresentam 
finura desuniforme, coloração alterada, comprimento 
geralmente ¼ do normal, pouca suarda. São incluídas 
nesse tipo lãs com péssimo aspecto e lã de animais 
afetados pela verminose, que lhe ocasionam completa 
falta de resistência. Suas ondulações são escassas e 
completamente desuniformes. Seu rendimento tanto 
em fio como depois da lavagem na indústria, é muito 
baixo. 
 
A figura a seguir apresenta o preço relativo pago pela 
lã bruta, de acordo com a finura e a qualidade: 
 
 
Classificação e comercialização atual da lã no RS: 
Atualmente existe um grande número de barracas, 
atravessadores, que compram a lã diretamente do 
produtor e revendem para os lanifícios. Nesse tipo de 
comercialização, a lã tem sido classificada como: 
1) Lã fina; 
2) Lã mista; 
3) Lã de carne; 
4) Borrego; 
5) Garra; 
6) Lã preta (mesmo preço da garra).

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